Revista UBC #26

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4/UBC : NOTÍCIAS

NOVIDADES NACIONAIS Por Guilherme Scarpa, do Rio

'ALGO FOI COMO UM QUEBRADO, ESPELHO QUE Letícia Novaes diz que costuma “colher em anos ímpares”. E a safra de 2015 veio em abundância. Além de lançar seu primeiro livro, “Zaralha”, uma coletânea de textos seus que, literalmente, tudo tem, a cantora e atriz integrou, no cinema, o elenco da comédia arrasa-quarteirões “Qualquer Gato ViraLata 2” e protagonizou, na casa de shows carioca Circo Voador, em agosto, um explosivo lançamento do terceiro álbum do Letuce, “Estilhaça”. A produção de João Brasil marca a volta da banda, em ponto morto após o fim do casamento de Letícia e Lucas Vasconcellos, parceiro desde o início. Criação coletiva dos dois e dos demais integrantes da banda, Thomas Harres, Arthur Braganti e Fábio Lima, o álbum pode ser descarregado gratuitamente em www.letuce.com.br. Catártica, mais que festiva, a retomada teve direito a Letícia sobrevoando o público do Circo em cima de um colchão inflável. Qual foi a sensação de “se jogar” no público do Circo Voador naquela noite de 26 de agosto? Foi uma das melhores sensações da minha vida. Aquela foi uma noite toda nossa. Não estávamos fazendo participação ou abrindo. Até o último minuto, eu não sabia se ia me jogar ou não. E, como sou ossuda e estabanada, o Lucas sugeriu o colchão inflável de acampamento (risos). Casou bem com a música (“Mergulhei de Máscara”). Sensacional. E a retomada da banda ao lado do Lucas? São 11 músicas no disco, e a banda toda se envolveu bastante nas composições. Nada como ter amigos. Ficamos um tempo em off. Foi melhor do que fazer alguma coisa durante a dor (da separação, há dois anos). E desde que começamos pensei no nome “Estilhaça”. Lucas curtiu também. Fiquei fissurada pela sonoridade do nome. É saboroso. E algo foi quebrado, como um espelho que se transforma em mil pedaços. É uma forma de ver as coisas.

SE TRANSFORMA EM MIL PEDAÇOS' Como funciona o seu processo de composição? Às vezes, você precisa forçar quando a inspiração não te visita, sabe? Pode vir algo inédito nessa hora. Mas acho que todo mundo que escreve anda com um caderninho. Posso estar comendo um pão de queijo na rua e, de repente, ter uma ideia. É horrível ter uma ideia, dormir e esquecê-la. Normalmente, música e letra são feitas ao mesmo tempo. Uma vai puxando a outra. E por que decidiram deixar o disco disponível para download gratuito? Para que quem não pode pagar tivesse acesso às músicas com qualidade, e não baixasse versões piratas. Acho que, hoje em dia, não tem como segurar isso. Nem todo mundo pode comprar. É mesmo nos shows que a gente ganha. Quanto tempo você precisou para organizar o livro “Zaralha” (coletânea de poemas, manuscritos, deveres de escola...)? Foi um ano. E já tem gente me pedindo o segundo volume. É um almanaque poético, em que resumo um pouco de tudo que sou, essa personalidade multi, as coisas sexuais. Não teve uma regra. Cada dia vejo alguém me marcando em fotos de páginas do livro no Facebook. É engraçado.

Fotos: Rogério Von Kruger

MAIS PRODUTIVA DO QUE NUNCA, LETÍCIA NOVAES FALA SOBRE A RETOMADA DO LETUCE AO LADO DO EX-MARIDO E COCRIADOR DO PROJETO, LUCAS VASCONCELLOS, COM DIREITO A 'VOO' NO CIRCO VOADOR, NO RIO


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