02\\ Quadrinhos
por Alex Vieira
//03
#2 Enfim chega a Underground do Underground, número #2. Agora recheada de mais conteúdo, este especialmente produzido pelos mais diversos colaboradores divididos entre os estados de São Paulo e
Espirito Santo. Nas próximas páginas teremos duas entrevistas, com a banda FUTU-
RO e STILL STRONG, realizadas pelo Allan Kardec, um velho conhecido do underground por tudo que já fez com seu selo “Pólvora Distro”, seu zine “Uma Parte” e as bandas em que tocou como Jazzus e Ex Inferis. Legal vê-lo na ativa. Temos uma matéria com Alexandre Brunoro onde conta sua experiência com os Efeitos Especiais artesanais para cinema. A galeria traz três artistas : Nathalia Vic com um ensaio fotográfico da cidade de São Paulo, Mareana de Oliveira e seus desenhos psicodélicos e
Lobo
com suas colagens de mente doentia. Temos ainda quadrinhos de Alex Vieira, resenhas de filmes por Geisla Fernandes e
uma entrevista com o grande Ricardo Tibiu (Chiveta e Trama Virtual). Espero que
cheguem
até
vivos
participação
de
todos,
o
fim
apreciem
desta e
boa
edição.
Sem
mais
leitura!
Tem
muita
delongas gente
boa
obrigado aqui
pela reunida.
Undeground do Underground foi nesta edição: Alex Vieira
Guido Imbroisi
24 anos, Vila Velha (ES), é editor e criador da Revista Prego. Distribui publicações suspeitas, produz música estranha e materiais peculiares chamados de arte por falta de nome melhor.
Raphael Araújo
1988. Novo apresentava aptidão para destruição musical e ilustração, tocou em bandas como Ajudanti di Papai Noel, Space Ghost, Gory Gruesome e Zero Zero, atualmente I Shit On Your Face. Na ilustração participou de diversas revistas nacionais e internacionais além de publicar dois álbuns, Vulgar Manual e o Q.N.V.
www.flickr.com/photos/smart_alex http://revistaprego.blogspot.com
Iniciou suas atividades artísticas tocando em bandas de grindcore, atividade mantida até hoje, além disso, faz alguns trabalhos na área do audiovisual, mais especificamente na parte que diz respeito à maquiagem e fx.
rapharaujo@gmail.com
Rogério Araújo
Lobo
Alexandre Brunoro
Artista plástico, canela verde, se arrisca em inúmeras atividades entre andar de skate, fotografar, desenhar, pintar, fazer vídeos e tocar baixo no Morto Pela Escola. E agora, montando e editando um zine, Underground do Underground.
É filósofo não praticante, toca baixo no Conjunto de Música Rock Merda e agora também no Sky Down. Vive no subúrbio operário, mas gostaria de estar com os pés na areia da praia.
Idiota retardado, mongoloide, sem cérebro,camisetero,amante da culinária italiana e punhetero de desenhos.
http://wastedlobo.blogspot.com.br/
alexandre.brunoro@gmail.com
http://tramavirtual.uol.com.br/artistas/merda http://tramavirtual.uol.com.br/artistas/skydown merda666@hotmail.com
Mareana de Oliveira
Allan Kardec
Automatismo nas nuvis, estilo cadavre exquis, mareando, marlunando, marsoando aos inveses dissos, aquilos. Bora ver o que é? É “olho no olho, dente no dente”, ao invés de levantar poeira e lançar dejetos, produzir borbulhas e concentrar os escombros!
I’m a hero, I’m a zero, I’m the butt of the worst joke in history, I’m a lock without a key. Para falar comigo escreva no broken.
bonescrew@hotmail.com Nathaalia Vic
Geisla Fernandes É Paulista, usa franja desde os 7 anos de idade, mesma época em que começou a escrever bobagens, poesia e ficção, hábitos mantidos até hoje. Experimenta pelas bordas o cinema independente desde 2007 e carrega nas costas o peso da autoria e colaboração em alguns curtas-metragens, sempre em parceria com gente interessante e de má índole. geislafernandes@gmail.com
PhD em curiosidades úteis e inúteis, gosta de carimbo e vinil, viciada em pimenta e arte tosca.
http://www.flickr.com/nathaugh http://www.facebook.com/selvageria
Desenho da Capa Guido Imbroisi Clock Nanquim sobre papel 29,7 x 21 cm 2006
por Raphael Araújo Acompanhe: https://www.facebook.com/UndergroundDoUnderground
04\\ Entrevista
Texto : Allan Kardec
Foto por : Mateus Mondini
Entrevista : Allan Kardec Respondida por: Pedro Carvalho
Ouรงa: http://futuro.bandcamp.com
//05
06\\ Entrevista
F u t u r o O Futuro é uma das bandas nacionais que mais se destacam com sua musicalidade, por soar diferente e como o próprio significado da banda diz: olhando para frente. Do início mais skatepunk, quando atendiam pelo nome de B.U.S.H. ao momento atual, a intenção da banda sempre foi mesclar a crueza e agressividade do punk com a o lado mais garage/psicodélico do rock. À medida que a banda ia evoluindo o som foi se tornando mais ímpar e fugindo cada vez mais do lugar comum que muitas vezes caem algumas bandas. Nesta entrevista o guitarrista Pedro fala desde o motivo da mudança de nome, as mudanças que foram dando ao da banda e do acontecimento mais recente, que foi a entrada da vocalista Mila.
Vamos começar falando sobre a mudança de vocalista na banda. O que os fez optar por um vocal feminino? Ah, o talento da Mila acima de tudo! Não foi como se a gente estivesse procurando uma vocalista mulher e escolhido a menos pior. A gente estava procurando algum vocalista independente do sexo, mas de todo mundo que a gente sondou ela era de longe a melhor escolha.
Primeiro pela voz, que a gente já conhecia pelo Pushmongos (a banda dela antes do Futuro) e pelo cover da Siouxsie que ela cantava conosco. E segundo, pela afinidade. É uma pessoa com o mesmo gosto musical, que sempre pirou na banda e estava sempre conosco. Só sei que a gente fez um teste com ela e desistiu de testar outras pessoas.
Tendo dito isso, acho que foi uma ótima mudança. O vocal feminino dá uma outra dimensão sonora e abre novas possibilidades. O Kalota inclusive tinha sugerido que a gente chamasse uma vocalista. Eu pessoalmente sempre pirei em punk rock com vocal feminino. Várias das minhas bandas favoritas são assim, como X, Avengers, Bags, Siouxsie (do início, depois é ruim...), Sado Nation, etc. A banda já tinha influência de tudo isso e agora a coisa pode aflorar mais ainda.
Futuro //07
O disco “MMX” teve uma produção bem demorada, alguns obstáculos e quando finalmente saiu vocês tiveram que dar uma pausa para mudar de vocal. Como não perder o pique quando o momento de mudança de membros pode ser “traumático”?
Realmente, foi um parto. E acho que isso transparece na temática e no clima do disco. Boa parte das músicas foi feita entre o final de 2007 e começo de 2008, mas aí começaram as cagadas. Primeiro o Podrinho, que tocava baixo, saiu da banda de um jeito meio sem noção, quando já tínhamos um disco novo quase pronto.
Isso atrasou a gente e tirou totalmente o timing da banda. Tivemos que achar outro baixista, ensinar tudo para ele, tanto sons novos como velhos. Daí acabou que jogamos fora alguns sons novos, fizemos outros e mudamos mais alguns. Depois disso rolou um monte de merda sem relação com a banda que deu uma abalada no pique. Pelo menos para mim o ano de 2009 foi uma bela bosta, hehehe...
Esse é um dos motivos do nome do disco ser MMX, aliás. É “2010” em números romanos, um recomeço depois daquele ano horroroso de 2009. E foi quando a gente mudou o nome para Futuro também. Daí já dá para ter uma idéia de que a gente queria olhar para frente.
O fato é que só conseguimos terminar os sons, gravar e tudo mais na metade de 2010. Gostamos muito do resultado e isso foi como uma injeção de B12 na banda.
Daí o Kalota saiu, justamente porque estava feliz com o lado musical mas não estava animado para ficar tocando por aí, ensaiando e todo o resto que é necessário para se levar uma banda. Isso também deu uma abalada, a gente não sabia bem o que fazer. Mas queríamos continuar tocando e produzindo e a entrada da Mila foi a melhor coisa que podia ter rolado.
Acho que o melhor método para não perder o pique é insistir, insistir e insistir mais um pouco. Se ainda tem uma gota de suco para sair, tem que continuar espremendo o limão. E no caso eu tinha certeza que dava para continuar evoluindo e que dificilmente uma banda com outras pessoas teria uma dinâmica tão boa.
08\\ Entrevista
Em “MMX” nota-se o futuro em seu momento mais ousado, porém se prestarmos a atenção em todas as gravações anteriores vemos que a banda sempre buscou moldar o som nesse clima do disco. Mas existe um link entre os discos de vocês que faz com que todos tenham uma ligação com este som. Desde o começo a intenção era soar assim, muitas guitarras, fuzz, etc? É exatamente isso. Muita gente diz que a gente mudou radicalmente, mas geralmente é gente que ouviu o “New American Century” e depois só foi ouvir o “MMX”, sem ouvir o “São Paulo”. Se você ouve os discos na ordem não tem uma mudança tão brusca assim. Além disso, já no New American tem músicas que poderiam estar num disco atual, como “Darby Crash”, “Alucinado” e outras.
E um dos motivos do “MMX” ter a sonoridade que tem é que a gente aprendeu melhor a fazer o que queria. A idéia amadureceu. Nós sempre quisemos fazer algo criativo e com influências diferentes dentro do punk rock. Mesmo nos primeiros EPs, se você ouvir bem, já tem coisa de garage e pós-punk ali, só que a gente tinha menos habilidade e menos tempo de estúdio.
Em 2004, quando gravamos esses EPs, a idéia (a minha pelo menos) era fazer um hardcore americano à-la JFA, Dicks e tal, mas com um som de guitarra rasgado, meio anos 60, tipo Kinks, The Who do início, Outsiders da Holanda, etc... Ou mesmo como o primeiro disco do Gang Of Four. A partir dessa base, a gente foi botando mais coisa, esses efeitos garageiros de guitarra, uns riffs mais diferentes aqui e ali e etc... Daí veio o “New American Century”, que na real é o nosso disco mais garage e mais hardcore ao mesmo tempo. Tem um monte de som rápido e agressivo, mas tem muito fuzz, órgão, meia lua e etc...
No “São Paulo” ainda rola essa coisa garageira, mas é de um jeito diferente, mais estranho e misterioso e no “MMX” a pegada ficou ainda mais misteriosa ou melancólica, com mais elementos daquela fase do punk anos 70 indo para o póspunk, misturada no caldo garage/psicodélico e no punk/hc americano de sempre.
Tudo compondo
isso e
foi
rolando
produzindo
sem
naturalmente,
planejamento. conforme
o
A que
dava
gente
foi
na
telha.
Futuro //09
Quando
vocês
decidiram
mudar
o
nome
da
banda
houve
quem
criasse expectativas por uma explicação para o novo nome da banda. Como decidiram por este nome e porque deixar a alcunha de B.U.S.H.? Nós odiávamos o nome B.U.S.H.. Era um nome engraçadinho que para mim não representava bem nem o som nem a personalidade da banda. Daí quando rolou aquela fase sem gravar nada, em que a banda ficou meio desanimada, foi o momento perfeito para mudar.
O nome Futuro não tem nenhum significado misterioso ou espertinho, eu acho. Quer dizer o futuro mesmo, que é um lance que você pode relacionar com muitas coisas. Se você procurar no dicionário a definição de “futuro”, é isso que quer dizer o nome da banda.
E indo além, para cada um tem um significado. Para mim tem a ver com olhar para frente e com a possibilidade do homem moldar seu próprio destino. E do outro lado, com a obsessão que a gente tem no futuro, no que pode acontecer e tal. É um lance vivo, que traz uma reflexão e que esteticamente quebra essas fórmulas de nomes ou irônicos ou chocantes ou que são só referência a coisas punks/hc sem um significado de verdade, que na verdade verdadeira só dizem “opa, sou hardcore fmz”.
A idéia veio inicialmente do Kalota. Ele sugeriu Future Days, que é um disco do Can. Mas a gente não queria nem nome de disco nem nome em inglês. Então eu sugeri “Futuro”. Foi um pouco de trapaça, na real, porque eu tive a idéia a partir de outro disco, o “Future”, do Seeds.
E teve gente que DETESTOU esse nome. Inclusive amigo que chegou a ser meio deselegante, agressivo até, hehehe... Lembrando que o outro nome era uma merda, uma coisa boba e ninguém nunca reclamou. E lembrando também que banda gringa pode ter qualquer nome maluco e ninguém acha ruim porque é em inglês. Acho que parte da estranheza também é por isso, é uma palavra qualquer em português, não uma expressão ou referência.
10\\Entrevista
Recentemente saiu um 7”ep de vocês, conte-nos sobre este disco / gravação?
Pois é, o disco acabou de chegar até nós! Na real eu escutei ele hoje pela primeira vez em vinil e achei que ficou animal, sem palavras. Como você sabe, pouca coisa é mais emocionante do que ouvir um vinil seu pela primeira vez.
Quem
está
Mondini)
e
lançando Spicoli
é (selo
a do
dupla
dinâmica
Alemão,
batera
Nada do
Nada
(selo
Futuro/Speed
do
Mateus
Kills/Metade
Melhor), que já é responsável por outros lançamentos de peso, como o split LP RDP/ Cólera Ao Vivo, os EPs do Olho Seco e do Inocentes, o do Speed Kills e por aí vai.
No Brasil você pode adquirir através da loja The Records (https://www.facebook.com/ loja.therecords) e nos EUA quem está distribuindo é a Feral Ward (www.feralward.com).
É o primeiro registro de estúdio com a Mila no vocal, são três músicas. Duas são totalmente novas e uma é uma revisão de um som do B.U.S.H. de 2004 que só tinha saído numa coletânea.
Essa fase já tem uma cara própria, eu acho. Além do vocal da Mila, a gente explorou uns jeitos diferentes de compor e de timbrar, tudo meio derretido. Ainda não vi nenhuma resenha, então não sei com o que vão comparar, mas todo mundo da banda ficou muito empolgado com o resultado.
Gravamos no estúdio Quadrophenia, aqui em SP, que é de um amigo meu, o Sandro Garcia, veterano do cenário 60’s de São Paulo. Ele já tocou em bandas clássicas como Charts, Violeta de Outono e Momento 68 e toca no Continental Combo, uma banda de folk rock/power pop muito foda.
A
produção
foi
bem
simples,
sem
muita
firula.
Gravamos
rápido, do jeito que a gente tocava no ensaio e depois eu mixei em casa.
Futuro //11
Quando ainda eram B.U.S.H.. fizeram turnê pela europa e agora têm tido oportunidade de tocar em cidades do Brasil que nunca haviam tocado. Porque às vezes é tão difícil tocarmos tanto aqui dentro do Brasil, sendo que conseguimos ir para a Europa? Acho que por dois motivos principais: em primeiro lugar grana. Até recentemente passagem aérea era muito cara e tem lugar que é inviável ir de ônibus. E em segundo lugar, aqui é quase impossível tocar durante a semana. Ou seja, você vai para o outro lado do país e só pode fazer 2 ou 3 shows sendo que gastou uma puta grana chegar lá. Enquanto isso, na Europa você fica um mês tocando todo dia e não é impossível recuperar a grana.
Além disso, a gente nunca chegou a ser tão conhecido por aqui. Por exemplo, com o I Shot Cyrus eu fui duas vezes tocar no Espírito Santo com tudo pago. Já o B.U.S.H. o mais longe que chegou foi BH e Joinville. Enquanto que na Europa é possível marcar uma turnê com quase qualquer banda, não precisa necessariamente alguém convidar.
Mas
agora
máximo organizar.
nós
possível E
de foi
estamos
revertendo
shows
no
Brasil
viável
justamente
e
isso. eu
Decidimos
pedi
porque
para tem
o
arrumar pessoal
passagem
o
amigo barata.
Tocamos recentemente no RS e DF/GO e foram duas turnezinhas sensacionais, tocando
com
bandas
incríveis
como
Ornitorrincos,
Entre
Rejas,
Gulag,
Cidade
Cemitério, Tirei Zero e outras mais. Nem tenho palavras para agradecer todo
Vamos finalizando por aqui, gostaria que falasse sobre os próximos planos do futuro.
Estamos compondo músicas novas para fazer mais discos. Mas antes de qualquer coisa, queremos tocar o máximo possível por aí, que é a melhor coisa que existe.
12\\Matéria
Texto : Alexandre Brunoro
Foto por : Ensaio “Suicídio” Raphael Araújo Still “Confinópolis” Luara Monteiro
14\\ Matéria
F X Uma rápida passagem pelos efeitos especiais com Alexandre Brunoro O
interesse
em
maquiagem
e
FX,
começou
quando
eu
tinha
uns
14
anos, vi um programa onde ensinavam a fazer feridas com algodão, cola e guache, algo bem simples e primário, mas já vi que podia chegar em resultados
razoáveis
usando
aquela
técnica.
A
partir
de
então,
comecei a fazer algumas experiências com esses materiais, maquiava uns amigos de vez enquando só pra tirar umas fotos e dar susto nas pessoas.
Minha primeira experiência com o vídeo, foi no set de “Mendigore”, um curta metragem da Camarão Filmes que não foi concluído, [mas que em breve todos os leitores da Underground do Underground ouvirão falar]. Depois disso larguei um pouco de mão a maquiagem, passei a me dedicar à produção de máscaras, daí em diante, vi que os efeitos especiais eram algo maior do que aquilo que eu tinha noção, na produção de Mendigore eu nunca tinha visto nada além daquele programa que ensinava a fazer sangue e algumas feridas, na época a internet não chegava nem perto do que é hoje.
Alguns
anos
depois
eu
tive
a
opor tunidade
do longa “A Noite do Chupacabras” possibilitaram
mais
tarde
a
de
trabalhar
na
produção
lá aprendi muitas técnicas que me trabalhar
em
cur tas,
ensaios
fotográficos e peças de teatro. Através do coletivo Camarão Filmes, fiz o FX e a maquiagem do cur ta Confinópolis , além de algumas peças da cenografia. Após isso trabalhei com outros coletivos, fiz a maquiagem do cur ta “Eu Zumbi” , produzido pela Onírios Produções e em parceria com a Garupa Filmes trabalhei no clipe da música “Índio Cocaleiro”, executada pela banda Merda.
Durante todo esse tempo, fiz contatos e troquei experiências com outras pessoas envolvidas no ramo, fora do Brasil esta parte do cinema funciona como uma grande indústria, conseguem
as
empresas fazer
lá
coisas
são
realmente
grandiosas,
muito que
grandes envolvem
e
por
isso
além
do
Alexandre //15
realismo das esculturas, robótica avançada e um trabalho de dublê extraordinário. A
realidade
futuro
Em
é
do
promissor,
minhas
sobre
Brasil
os
nesse
além
pesquisas,
artistas
de
ramo
disso
vendo FX
ainda
sempre
muitos
que
via
está
existirá
filmes,
nos
engatinhando,
o
lixo
passei
créditos.
A
como
a
mas
alternativa.
pesquisar
relação
o
com
mais que
o
profissional da área tem com a direção do filme e como a identidade visual é algo importante confunde
na
hora
com
o
que
shockumentários pouco livro
No
mais
de real
como
sobre
criar
essa
e
cenas o
que
de não
“Holocausto vertente
do
impacto, é,
tomemos
Canibal” cinema
onde
a
espectador
como
[quem
vale
o
exemplo
quiser
pena
dar
se
alguns
saber uma
um
lida
no
“Savage the World through the Shockumentary film Lens” de Mark Goodall.
curta
“Eu
Zumbi”,
produção
da
Onírios,
de
certa
forma,
tive
uma
experiência com esse gênero, antes de sair a versão oficial do curta, foi jogado na internet umas cenas amadoras de celular, como se o ator no qual havia feito a maquiagem tivesse sido realmente assassinado, após alguns dias e muitos acessos, o vídeo foi tirado da internet. Existem muitos vídeos assim circulando na rede, a sociedade gosta de ver violência crua, o cinema supre um pouco dessa sede por sangue, resta ao artista responsável a missão de ilustrar as cenas da maneira mais impactante possível.
No set de Confinópolis, eu pude ver outra vertente da produção por trás de um filme, já não possuia o suporte de um ateliê todo montado pra isso, mas tinha
que
fazer
de
alguma
maneira,
e
para
isso
eram
necessárias
algumas
substituições de material. Como o orçamento era curto, tive que usar coisas mais baratas
e
o
máximo
de
lixo
que
pudesse
reutilizar.
Felizmente
essa
combinação deu certo, no lixo, pudemos encontrar peças praticamente prontas, que precisavam apenas de uma simples modificação e um acabamento caprichado pra parecerem reais, nada que cola, fita, papel, goma laca e betume não resolveram.
Durante uma
vez,
as
filmagens,
como
era
nas
preto
e
cenas branco
de foi
sanguera, mais
fácil
o
lixo
ainda,
na
imperou parte
do
mais tiro,
utilizamos efeitos digitais para simular a labareda que sai do cano da arma e para o buraco
16\\ Matéria
na cabeça do policial, usei os restos de material que tinha, amassei alguns papéis usados e alguns pedaços de algodão, joguei bastante sangue e pronto, uma bela poça com miolos e sangue, e uma cabeça amassada com um buraco, tudo feito com lixo, me senti bastante feliz em utilizar de receitas simples e conseguir bons resultados.
Ainda
em
Confinópolis,
passei
pela
experiência
fantástica
de
produzir máscaras pra todos os personagens. Para os cidadãos, utilizei como molde uma máscara mexicana de lucha libre, porém feita com um tecido mais elástico, essa idéia não poderia ter sido melhor, as máscaras se encaixam perfeitamente os
olhos
e
em são
qualquer confortáveis,
tamanho isso
fez
de com
cabeça, que
os
escondem atores
se
totalmente sentissem
muito mais a vontade durante as gravações, pessoas que nunca atuaram na vida, ao colocar a máscara, se transformavam em verdadeiros confinados.
Mas ainda tinhamos uma cena de transformação pela frente, e é claro, mais uma vez, o lixo foi crucial, tive que gastar apenas com algumas coisas, a maioria comprado em loja de material de construção, com 150 reias produzi 2 máscaras, esculpindo-as em silicone de vidraceiro misturado com tinta acrílica, ia aplicando camada por camada sobre uma máscara de tecido. Achei muito bom trabalhar com este tipo de silicone, ele tem uma secagem rápida e possibilita modelagem satisfatória, além de ser muito barato.
Para o monstro, a maior referência foi o “Begotten” [filme do diretor E. Elias Merhige ] , onde os efeitos ganham uma vida a mais por conta do tratamento da imagem na edição, algo que fizemos em nosso monstro, sua capa foi feita com uma rede de nylon e tudo que pudemos achar de lixo nas redondezas da nossa locação, os braços foram feitos com galhos de árvore e alguns lacres de plástico, tudo isso com muita gosma verde e sangue por cima, fez com que a imagem após o tratamento tivesse o impacto desejado,
validando o improviso como algo que funciona, faça você
mesmo com o que tem acesso, isso sempre fez parte da minha produção.
Aos interessados,veja: MSFX, Stan Winston School , Fábulas Negras , Glauco Longhi .
Alexandre //17
18\\ Galeria
Nathalia Vic
Série Sem Pressa Estação Brás Lomography Color Negative ISO 800 2012
Nathalia //19
Série Sem Pressa Praça da Republica Lomography Color Negative ISO 800 2012
20\\ Galeria
Sテゥrie Sem Pressa テ馬ibus Lomography Color Negative ISO 800 2012
Nathalia //21
SĂŠrie Sem Pressa Rua Teodoro Sampaio FujiChrome ISO 400 2012
22 \\ Galeria
SĂŠrie Sem Pressa Rua 7 de Abril Lomography Color Negative ISO 800 2012
Nathalia //23
SĂŠrie Sem Pressa Penha Kodak Gold ISO 400 2012
24\\ Galeria
Mareana Oliveira
Pouso pedra com limo Nanquim, grafite, รกgua, sal e poeira sobre papel duplex 12 x 20,30 cm 2012
Mareana //25
Semente germinadora Nanquim, grafite, รกgua, sal e poeira sobre papel duplex 12 x 20,30 cm 2012
26\\ Galeria
Respiro sol à pino Nanquim, grafite, água, sal e poeira sobre papel duplex 12 x 20,30 cm 2012
Mareana //27
Fantasia dela disso Nanquim, grafite, รกgua, sal e poeira sobre papel duplex 12 x 20,30 cm 2012
28\\ Galeria
Viveu de explodir Nanquim, grafite, รกgua, sal e poeira sobre papel duplex 12 x 20,30 cm 2012
Mareana //29
Comandante Nanquim, grafite, รกgua, sal e poeira sobre papel duplex 12 x 20,30 cm 2012
30\\ Galeria
Lobo
Sem tĂtulo Hidrocor, esferogrĂĄfica e colagem sobre papel 29,7 x 21 cm 2012
Lobo //31
Sem tĂtulo Hidrocor, esferogrĂĄfica e colagem sobre papel 29,7 x 21 cm 2012
32\\ Entrevista
Texto : Rogério Araújo
Foto : Raphael Araújo
Entrevista : Rogério Araújo Respondida por: Ricardo Tibiu
Acompanhe: http://chiveta.com/
//33
34\\ Entrevista
Ricardo Tibiu Ricardo Tibiu esta aí na atividade faz tempo. Fez zines, escreveu para Folha de SP, editou revistas musicais,
hoje segue com o blog Chiveta.
com e como editor da TramaVirtual. Conheço o Tibiu desde que ele resenhou a demo de uma de minhas bandas no final dos anos 90, já fui entrevistado por ele algumas vezes. Agora é a hora da vingança.
Trapilho Zine, Folhateen, Chiveta, Tramavirtual, podcast, TV, internet e etc, etc, etc... Faz algum tempo já. Você ainda acredita no underground? Na verdade, você algum dia já acreditou, de verdade, nesse tal de underground brasileiro? Cara, eu nem sei mais no que eu acredito, sabia?! Já vi, de perto, tanta coisa ruim… Atitudes duvidosas, de gente que eu inclusive admirava, tinha um vínculo que sei lá… Mas já acreditei muito no underground, de verdade… Hoje, depois de tanta experiência nessa brincadeira de ser underground, vivenciei gente mainstream dando um banho de atitude em muitos que enchem a boca pra falar que tão há sei lá quanto tempo no rolê… Eu acredito no Underground do Underground!.
Hoje, me parece que o “independente” é apenas uma espécie de estágio. Um passo anterior ao sucesso. E quando o “sucesso” não vem? O que é ser “independente” hoje, no Brasil?
Ser independente no Brasil é bizarro, explico: existem vários tipos de “independente” aqui, desde quem vive o “faça você mesmo” ao “músico de Sesc” que vive num universo paralelo, sabe?! Entre eles existem vários outras (sub?)categorias, o cara lá do interior que se vira com o que tem, o playboy de condomínio que é uma piada e nem vou perder tempo falando… Muitas bandas querem sucesso, fama, garotas, iates… Um aviso pra vocês: isso acabou! Nem as bandas grandes têm mais o sucesso (e o pacote que vem com ele) que tinham, imagine quem tá tocando com a intenção disso.
Tibiu //35
Homer ou Peter Griffin?
Putz, Homer foi meu herói por tanto tempo que dá uma dorzinha no coração essa pergunta… Minha resposta é, com todo respeito a Matt Groening, mas é Seth MacFarlane! O cara é o pai de Family Guy, American Dad e Cleveland Show e eu amo muito tudo isso! Humor “duvidoso” e politicamente incorreto para as massas!
O que é ser um jornalista cultural do underground?
Ah, eu tenho dito que sou jornalista por hobby, é algo que se faz porque gosta mesmo, não por dinheiro… Até porque dinheiro não vem, né?! Ninguém valoriza! Inclusive as bandas não valorizam, tem banda que pede release de graça, porque imagine só pagar por um texto, né?! É só um texto! Mas tipo é só o que eu tenho pra vender, se eu der isso de graça quem paga minhas contas? As bandas? Aliás, você tem uma banda? Tô querendo fazer uma festa esse final de semana, toca lá! Você não vai cobrar pra tocar, né?!
Uma boa pergunta: Qual o futuro da música?
A música é o futuro da música. A gente vai embora e ela fica. Todas que existem e todas que virão. Ela é eterna. Seja tchutchá, “Sailin’ On”, Mozart ou “Eucalipto - Sal - Geladeira de Isopor - Surf”… Repito, a gente vai embora e a música fica! O mais engraçado é que fiz essa pergunta pra dezenas de artistas, bandas, dos mais variados gêneros e “independentes”, as reações e respostas foram tão diferentes que chega a ser antropológico… Viva a música!
36\\ Entrevista
Texto : Allan Kardec
Foto por : Mateus Mondini e Suelito Lima
Entrevista : Allan Kardec Respondida por: Still Strong
Ouรงa: http://tramavirtual.uol.com.br/artistas/stillxstrong
38\\ Entrevista
Still Strong Com o fim de bandas como Point of no Return e Live by the Fist, houve quem pudesse achar que ficaria uma lacuna a ser preenchida dentro do straight edge brasileiro, porém nos últimos cinco anos uma banda tomou a frente dessa cena e resolveu manter aquilo que chamamos de a chama acesa. Com uma sonoridade bruta e apresentações empolgantes o Still Strong mostra que nem só de letras sobre veganismo e ser drug free vive o straight edge, abordando temas como homofobia e racismo nas letras. Misturando gerações diferentes na formação a banda vem se tornando um dos principais nomes na cena nacional e após um ano do lançamento de seu cd a banda está prester a lançar um Ep 7” e uma turnê pela Europa. Aproveite a entrevista abaixo para saber um pouco mais sobre uma das bandas mais ativas da cena independente de SP. Em cinco anos de banda vocês tiveram 3 vocalistas, a que se deve essas mudanças? Xavero : A real é que os outros dois caras acabaram saindo da banda. O primeiro vocalista, o Léo, saiu da banda umas 3 vezes. Isso fez com que a gente convidasse o Gabriel, cara que estava muito presente nas nossas vidas na época e era bem amigo. Ele topou na hora! Ele não tocava em banda fazia um tempo já, mas as duas fases duraram pouco. O Léo não chegou a fazer nem 6 shows, ficou na banda menos de 1ano. Gabriel ficou quase 2 anos. O Thiago sempre foi nosso amigo e frequentava nossos shows sempre que dava. Pensando em um cara que curtisse a pegada de som que estávamos fazendo, foi ele que veio direto na cabeça. E ele aceitou na hora. Isso foi 2009 ainda, eu acho, ou começo de 2010.
Rodolfo : Cara, a saída do Léo eu não acompanhei pois nem tocava na banda ainda. A saída do Gabriel eu estive mais próximo e conversei bastante com ele na época sobre isso. E essas coisas acontecem em quase todas as bandas. Nem todo mundo consegue se dedicar as bandas em primeiro plano. A vida sempre leva e trás novidades e faz com que as pessoas mudem seus planos de vida, então é difícil dar um motivo, mas foram pessoas muito importantes para a banda e que mantemos contato ate hoje, não só com eles, mas com todos que passaram pela banda também.
Still Strong //39
Athos: Não só tivemos 3 vocalistas como também 2 baixistas e 2 bateristas. Da formação original sobramos só o Xavero e eu, que na realidade foram os que tiveram a idéia de se unir e montar o Still X Strong. A banda teve o primeiro show em Agosto de 2007 com o Léo nos vocais. Depois disso gravamos uma demo e distribuímos boa quantidade de cópias. O último show do Léo foi em Março de 2008. Na sequência o Gabriel foi o substituto com o show da sua estreia no Animal Liberation Fest tocando com o 108. Gravamos o nosso split com o Corleone com ele nos vocais, porém, duas semanas antes do lançamento, no mês de novembro de 2009, ele saiu da banda e logo chamamos o Thiago pra tocar conosco.
Thiago: É tipo a música do Ultraje a Rigor, né? “Por isso sempre sou terceiro...”
A entrada do Thiago nos vocais parece que deu novos ares à banda e considero o melhor momento da banda. Como chegaram até ele e o que consideram que ele agregou à banda que já existia?. Xavero : Já respondi um pouco sobre como chegamos até ele na primeira, foi por causa da amizade mesmo e sabendo que ele curtia um som pesado. O Thiago é um excelente letrista e agregou muito em potência, ânimo. Deu uma cara mais séria pra banda, mais ameaçadora liricamente, fugindo dessa pegada meio “tuff” que as bandas do nosso estilo tem.
Rodolfo : Thiago já era brother e canta pra caralho, então foi simples. Gostávamos dele, rolou o convite e ele topou na hora. Ele agregou muito à banda, porque além de ser um ótimo letrista é um frontman que consegue incendiar qualquer show. E ele toca todos os instrumentos e ajuda muito na hora de compor. Parei senão ele vai se achar demais. hahaha
Athos: Pelo fato de sempre que pegávamos firme, acontecia algum desfalque na banda, era mais difícil de se ter um resultado tão gratificante quanto o que temos hoje. Somos uma banda muito entrosada nos dias de hoje. Com essa formação temos gravado o nosso full ‘Cornerstone’ e finalizamos a gravação do nosso EP. A entrada do Thiago foi essencial, pois hoje em dia temos um frontman, letrista de verdade, além do que, ele ajuda muito no processo de composição por também tocar guitarra/baixo/ bateria. Todos os vocalistas e ex-membros tiveram sua importância, mas creio que hoje em dia somos uma banda perfeita em questões de formação.
Thiago: É isso o que os caras disseram. Quando o Live by the Fist terminou ficou uma
40\\ Entrevista
lacuna aqui na minha cabeça e coração pra ter de novo uma banda que fosse rápida, pesada e me deixassem gritar umas coisas que eu acho erradas. Os caras me deram essa chance e eu sempre me esforcei ao máximo pra corresponder às expectativas deles.
Musicalmente podemos dizer que a proposta do still strong permanece a mesma desde 2007? Como definem a música de vocês? Como vocês o veêm o still strong do split com corleone comparado ao do cd cornestone?
Xavero: Eu acho que não. Evoluímos em tudo. Musicalmente muito. As músicas estão mais trampadas, mais precisas. As letras também, muito. As músicas são mais políticas, tratam de temas que não são abordadas por bandas pesadas como homofobia, machismo e etc. Algumas músicas do split nós nem tocamos mais. Eu particularmente acho bom, pois não me identifico mais com elas, tanto musicalmente quanto liricamente.
Rodolfo: A banda evoluiu muito desde essa época até pelas mudanças na formação, então, já são ideias novas. Com o tempo, uma evolução musical automática aconteceu com a banda. O “Cornerstone” é bem mais agressivo, pesado e produzido que o split, mas as musicas do split são musicas bem legais e a galera gosta muito.
Thiago: O que eu mais reparo desde o split, que eu acompanhei como mero ouvinte, foi que sempre nos preocupamos em cada vez mais nos afastar dos clichês que nosso estilo de música traz. Não gostamos dessa coisa gangueira, não gostamos de somente haver mais caras do que garotas nos shows de hardcore e não gostamos do machismo enrustido de certas pessoas dentro da cena. Por isso que cada vez mais abordamos temas que parecem ter sido deixados de lado. Mesmo a nossa música, que fazemos pesada. Sempre tentamos nos aproximar de uma sonoridade mais punk.
No Cornestone chama a atenção a versatilidade de vocês em mesclar estilos do hardcore, tendo momentos mais metálicos, mais mosh e tendo boas partes rápidas, (felizmente) dificultando rotulá-los. Para definir a música de vocês, quais as influências da banda? Xavero: Eu, na hora de criar as músicas, pego referências de todos os lados. Pra falar a verdade, o que eu menos escuto é mosh. Muitas das coisas eu tirei de bandas de Thrashcore que eu sempre escutei, como sugerir umas viradas de bateria sem nada tocando (muito What Happens Next?). Eu tento pegar tudo que existe de bom na música pesada, dos clássicos como Chokehold, Point Of No Return, bandas dos anos 80 Youth Of
Still Strong //41
Today, Judge, Straight Ahead, coisas de Thrash Metal também. As palhetadas vem bem disso. Mas posso dizer uma coisa, se for pra rotular a gente é simples: Hardcore Punk.
Rodolfo: Isso se deve um pouco também pelo fato de cada um escutar coisas diferentes
e
na
hora
de
juntar
nossas
ideias
acabamos
tendo
referencias
de
vários tipos e estilos. Mas nunca deixaremos de ser uma banda de Hardcore.
Athos: Rotular fica mesmo difícil. De tempos em tempos a gente vem escutando coisas novas e querendo ou não isso influencia no processo de criação das músicas. Mas inicialmente o Point Of No Return, Earth Crisis, Judge, Integrity sempre acabam se sobressaindo um pouco na hora de compor.
Paulo: Eu, já sabendo as coisas em que os caras se inspiram pra fazer as musicas, vou bem contra a maré. Antes de gravar essas músicas pra esse EP, eu só estava escutando Hatebreed (Supremacy), Bury Your Dead (Mosh N’ Roll) e as coisas novas do Earth Crisis. Eu penso assim: “A receita eu já tenho, mas eu preciso inovar e surpreender”.
O clipe de “Awake & Disturbed” teve uma boa produção e foi bastante elogiado. Há planos para um novo clipe? O que já está definido?
Xavero:
Sim,
mas
nada
definido
ainda.
Rodolfo: Os clipes ajudam muito na divulgação das bandas é muito importante mostrar
coisas
novas
nesse
formato,
mas
ainda
não
temos
nada
definido.
Thiago: Planos e ideias a gente sempre tem, o problema é tempo e estrutura pra
concretizar.
Mas
sempre
vai
ter
mais
coisas
vindo
por
aí
logo
mais.
42\\ Entrevista
Vocês já excursionaram por alguns países da América do Sul e agora estão preparando as malas para uma tour pela Europa. O que viram de bom ao passar pelos países latinos e o que esperam desta tour na Europa? Xavero: A camaradagem eu acho que é demais e conhecer uma cena nova. Eu fico comparando as coisas, vejo como a galera lida com as coisas lá, DIY em geral eu digo, isso é legal.
Rodolfo: O bom de sair do país, estado ou até mesmo da cidade, é conhecer as pessoas que estão fazendo coisas bem legais por toda parte. Você acaba trocando ideias nesses locais e trazendo muito informação que acaba ajudando a nossa cena tambem. Isso já aconteceu por onde passamos e acho que não vai ser diferente na Europa, que com certeza ira agregar muita coisa para a banda.
Thiago: É isso o que os caras disseram, o legal é ver a camaradagem, perceber que dificuldade tem em todo lugar, mas gente disposta a superar isso também. Pelo menos na América do Sul é cada vez mais forte pra mim a impressão de que somos só uma cena, pois mesmo com a distância e fronteiras os laços de amizade cada vez se fortalecem mais. Da tour da Europa eu espero o mesmo sentimento fraterno que existe no hardcore. É esperar pra ver.
Um dos fatos mais interessantes desta tour na europa me parece o show no IEPER FEST. Além de ser um dos maiores eventos da época, será a edição de aniversário do festival e pelo jeito eles capricharam no line up, selecionando alguns dos maiores nomes na atualidade. Qual a expectativa para este show? Xavero: Muita! Um pouco triste por não tocar no dia do 7 Seconds, que foi uma das bandas que mais escutei quando comecei a ouvir hardcore, mas estou bem ansioso pra esse role.Espero que seja épico.
Rodolfo: A expectativa pra mim está na tour inteira. Esse fest é um show que vai muita gente, bandas que nunca imaginei tocar junto. Não tem erro. O resto da tour que é uma incógnita, pois não sei o que iremos encontrar. Mas é muito importante pra banda estar em um festival deste tamanho e importância. Iremos lá representar a cena sulamericana.
Thiago: O Leper é quase a meca dos shows de hardcore na Europa e eu estou bem ansioso pra tocar lá. Vendo as fotos dos outros anos dá pra perceber que tudo
é
bem
organizado
e
pelas
bandas
que
vão
tocar,
vai
ser
inesquecível.
Still Strong //43
No co
momento vocês estão finalizando a gravação de um ep. Este distem previsão para quando? O que podem falar sobre este disco?
Xavero : A ideia é sair antes da tour. O que eu posso dizer é que as musicas estão bem pesadas, mas sem fugir daquele lance que você citou, corre entre peso e rapidez sempre, com marcações e letras que vão na contra mão do que os leigos pensam sobre bandas de mosh e sxe. Acho que esse lançamento vai agradar qualquer pessoa envolvida com hardcore punk e que sente vontade de gritar o que pensa sobre as injustiças da sociedade.
Rodolfo : Esse EP já está praticamente pronto e se chama “Girl”, mas será lançado primeiro na nossa tour pela Europa em Agosto no formato vinil 7”. O que sobrar da tour virá para o Brasil. E aqui provavelmente será lançado em CD também. Será nosso melhor material, garanto. É um disco super agressivo, pesado e político, recomendado para amantes de Hardcore de verdade.
Thiago: Cada um de nós deu o seu melhor pra que esse EP saísse bom para quem puder ouvir. A gente brigou, a gente riu, discutiu e o resultado está aí. Como eu disse acima, a gente tentou de novo buscar certos assuntos que estavam esquecidos na cena e algumas coisas que vimos, como as ruínas do massacre de Pinheirinho.
Vejo vocês como uma banda que sempre busca novidades, o que vocês têm ouvido ultimamente? Xavero: Eu tenho escutado Iron Lung, que não é muito novo, banda de powerviolence americana que é formada por 2 caras só, guitarra e batera, quem não conhece vale a pena. No Tolerance, banda SxE de Boston, na linha do Brotherhood, cabulosa. Mean Jeans, Punk Rock na linha de Ramones, Hard-Ons, pra quem curte arte colorida e banda que se preocupa com esse lance estético, vai adorar. Sem contar que os sons são pura festa. Além disso, os clássicos também, de Chokehold a Husker Dü.
Rodolfo: Nossa eu escuto muita coisa diferente no mesmo dia. hahahaha Ultimamente eu tô escutando o que a galera ta fazendo de novo aqui pelo Brasil mesmo, tipo Days of Sunday, Final Round, O Inimigo, Direct Shot, Standing Point e algumas coisas da gringa tipo Trial, To Kill, Title Fight e por aí vai.
44\\ Entrevista Athos: Entre as bandas de fora, que estão sempre no top da minha Playlist, estão o Trapped Under Ice, Turnstile, No Tolerance, Boston Strangler, Fire and Ice, Strike Anywhere, coisas fora do hardcore como o Dead Prez, Odd Future, Mobb Deep (R.I.P) e os clássicos de sempre como o Integrity, Judge, Dag Nasty. Entre as nacionais tem muita coisa boa e nova rolando: Final Round, Direct Shot, Black Coffins, Days of Sunday, Chuva Negra, The Only Way, Veneno Lento, In Your Face, Deaf Kids e muito mais coisas que não me vem a mente no momento.
Thiago: Eu escuto muita coisa de quando eu entrei no hardcore, como Earth Crisis, Snapcase, Bloodlet, One King Down, Endeavor, Chokehold... O que existe de novo é mais o Athos e o Paulo que me trazem, pra justamente ter uma referência a mais pra ajudar eles na hora de compor. O que eu mais curto mesmo é ouvir as bandas daqui do Brasil e da América do Sul, como o Days of Sunday, FInal Round, os caras do Direct Shot chegando, o In Your Face. No Chile tem o Ruinas também, banda nova do Jero do Entrefuego e na Argentina o Puedo Gañar de Buenos Aires...
Paulo: Agora que a gravação passou só tô escutando Gigante Animal. Chega de barulheira! hahahaha
Obrigado pela entrevista, deixem seu recado.
Xavero: Valeu Alan pelo espaço! Caras como você são uma das coisas mais legais de se ver em uma cena cheia de altos e baixos. Hardcore não é um espaço apenas para chamar pra frente do palco, é um lugar para produzir, expressar sua opinião.Viver a contra cultura é nada mais do que ser quem você é de verdade. Se o mundo lá fora está bom demais, não precisa fazer parte disso. XXX
Rodolfo : Valeu Allan pela força é nóis mano! xxx
Thiago: Acho que conheço você há mais tempo do que o resto dos caras e por isso sei o quanto é honroso pra todos nós contar com a sua colaboração pra que a gente possa mostrar pras pessoas o que somo e pensamos. Valeu, Allan.
Paulo:
Quero
não
tem
Confiram
saber
é
conversa! nossa
página
daquele hahahaha no
show
em
Obrigado
Facebook:
Vitória, pelo
caso espaço,
contrário, bro!
https://www.facebook.com/stillxstrong
46\\ Quadrinhos
por Alex Vieira
Resenhas //47
BANQUETE PARA URUBUS - SEXO E VIOLÊNCIA NA TV! 2012, 34’ Dir.: Dimitri Kozma - SP http://www.youtube.com/watch?v=TV8VSCZHyYs Realizado de forma independente e no total de duas diárias, o média metragem, faz crítica pesada aos programas sensacionalistas da TV, que esporram sangue na cara dos espectadores fiéis, e também em alguns desavisados, ou incapazes de discernir qual informação estão consumindo. Com pitadas “gorno” gore+porno (eu disse pitadas, não esperem sexo explícito) e sarcasmo a valer no roteiro, a narrativa toma corpo através da exibição do jornal “O Povo em Alerta”, apresentado por Eriberto Luiz, que mostra imagens de estupro, tortura e a morte da linda, rica e inocente jovem Marlene Meireles, vítima de Jesus e Argentino, dois sádicos marginais que filmaram todo o crime com requintes de crueldade, pretendendo vender o material ao mercado negro internacional de vídeos snuff. Vale a pena assistir (quando for lançado, em breve), não só porque tem dedinho meu na assistência de direção, mas principalmente pelas boas sacadas na construção da mensagem do filme, tornando-o ácido e engraçadinho.
DR 2012, 10’ Dir.: Felipe Guerra e Joel Cateano - SP Gravado em diária única e a custo zero, o curta relata uma discussão de relacionamento em que a sogra participa ativamente. Utilizando-se de humor negro da melhor qualidade, o filme segura bem seus dez minutos de duração por meio de soluções sonoras, ou cortes simples, mas muito criativos, na construção de cenas com pouco sangue e violência em boa medida. O ponto forte da narrativa é justamente o personagem da sogra idosa, representada por Oldina do Monte, que ganha crédito por atitudes surpreendentes no decorrer dos acontecimentos. Será exibido em Alagoas, dentro da mostra Noite dos Malditos, dia 22 de junho, às 22 horas, no Cine Sesi e em breve lançado em SP.
VERMIBUS 2012, 20’ Dir.: Rubens Mello - SP http://www.youtube.com/watch?v=39ANuvVcOw0 O curta-metragem conta a história de Lucila, jovem que perde os pais em um trágico acidente e decide, a contra gosto do marido, manter a “Casa dos Cordéis”, legado cultural e patrimônio da família. Com o passar do tempo, Lucila é envolta numa trama macabra e sobrenatural, onde vida e morte se confundem. Ambientada na Casa dos Cordéis em Guarulhos, a narrativa apropria-se de recursos originais do cenário e molda uma atmosfera de terror, seguida de horror, trazendo muitas sombras e monstros que dialogam com as antigas pérolas da Hammer filmes. O projeto teve apoio da Casa dos Cordéis cedendo a locação, mas realizado de forma totalmente independente. O elenco conta com participação especial de importantes figuras da cultura guarulhense como Bosco Maciel, poeta, cantor, compositor, escritor, bonequeiro, agitador cultural e Castelo Hansen, considerado um dos últimos grandes poetas vivos do Município. A maquiagem de efeitos é o tiro certeiro do filme, por isso recomendo que vejam com seus próprios olhos e prestem atenção à cena da escada esfumaçada. Estreia na primeira semana de Agosto, dentro da Mostra Cinema de Bordas do Itaú Cultural em SP. por Geisla Fernandes
48\\ Giro
MAIO/JUNHO Fotos: Raphael Araújo
The Meteors Inferno, SP ABR 2012
Gravação do clipe “Crocka” do Mukeka di Rato - Zona norte, SP JUN 2012
Humana Trash Studio 74 Santo André, SP JUN 2012
Drakula Studio 74 Santo André, SP JUN 2012
Sky Down Espaço Walden, SP JUL 2012
Os inventores do psychobilly. Uma noite onde os homens demoram mais para se arrumar que as mulheres. Topetes, brigas e muita cerveja.
O diabo vem à zona norte de SP encontrar crackeiros sob o comando doentio da Black Vomit. Vômito, bosta e amor. Tudo pela arte e mau gosto.
O lugar mais legal de SP, com as duas bandas mais legais de SP.
Um domingo de punk rock no centro do SP.