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Abordagem de rua faz a diferença

Grupos de estudantes acompanharam o trabalho do Serviço de Abordagem Social, junto à Fundação Fé e Alegria pelas ruas de Porto Alegre

Em uma manhã fria do sábado, 20 de maio, alunos da disciplina de Projeto Experimental em Jornalismo, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), graduandos em Jornalismo e Fotografia, tiveram a oportunidade de acompanhar de perto o trabalho de abordagem com pessoas em condição de rua, realizado por profissionais de diversas especialidades, como psicólogos, assistentes sociais e demais áreas, que atuam junto à Comunidade Fé e Alegria, localizada no Bairro Farrapos, em Porto Alegre.

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Chegando na sede da Comunidade Fé e Alegria, os estudantes foram divididos em grupos para acompanharem os cerca de 20 profissionais, com o objetivo de conhecerem e realizarem a cobertura sobre as abordagens em diversas regiões da cidade onde atuam. O Serviço de Abordagem Social é responsável por prestar diversos auxílios à comunidade, mais especificamente às pessoas em situação de vulnerabilidade social. Acompanhando a micro equipe composta pela assistente social Susana Mendes, as educadores sociais Maiara Freitas, Fayola Ferreira, e Wagner Mello, o grupo composto pelos alunos Michele Alves, Henrique Kirch, Bruna Monteiro e Lucas da Graça, presenciou algumas abordagens com pessoas e famílias que estão em diferentes fases do processo de acolhimento realizado pelo Fé e Alegria.

Aos estudantes não coube entrevistar, fazer parte das abordagens, mas sim observar, de forma um tanto distante, o que se deve ao caráter sensível do trabalho desenvolvido ali. Como explicou Maiara Freitas, é necessário aos educadores sociais que atuam no serviço, assim como aos profissionais do jornalismo, um certo tato, um cuidado especial, para chegar nas pessoas em condição de rua, por motivos dos mais diversos. A ideia é não expor elas, não as deixar desconfortáveis, uma vez que já se encontram em uma situação delicada, muitas vezes.

O que se pode ver, entre outras coisas, é que o trabalho ali não é nada fácil. Em dias chuvosos, sol de rachar, escutando muitas vezes o que não querem, sabem que a missão é árdua e que não devem desistir de um trabalho tão importante para toda a comunidade porto alegrense. Os colaboradores têm alcançado reconhecimento e prestígio dos moradores da região pelo que pudemos observar. As abordagens ocorrem principalmente durante a semana, pois é quando há mais movimento, flagrantes de irregularidades, solicitações, pedidos de ajuda e orientação por parte da população.

Os cerca de 20 profissionais que fazem parte do serviço se dividem em pelo menos três micro equipes, as quais cuidam das ramificações específicas como o denominado Micro Equipe Famílias, que nosso grupo acom- panhou, que cuida de questões como trabalho infantil ou outras situações de rua, dando orientações aos pais, prestando apoio, ajuda, mediando o alcance de algum direito, que por ventura essas famílias não tenham conseguido acesso ainda, garantindo que o direito dos menores de idade também sejam respeitados.

A insegurança alimentar é o principal fator que coloca crianças na frente de trabalho, muito pelo fator de sensibilizar bem mais que outras faixas etárias, e seus familiares por perto, pedindo dinheiro, comida, vendendo alguma guloseima, etc.

O mercado do grupo Zaffari, no Bairro Bom Fim, é um local onde gradativamente ocorrem abordagens, há grande circulação de moradores de rua, menores de idade expostos ao trabalho infantil, entre outras situações.

Por mais que as pessoas recebam diversos auxílios do governo como o de moradia, alimentação, gás, bolsa família, acesso à educação, entre outros, nem sempre é suficiente para garantir o pão de cada dia.

A equipe se solidariza e compreende os motivos que levam as pessoas a extremos. Todavia, é importante ressaltar que não há justificativa que possa passar por cima de direitos individuais de cada cidadão. Não há espaço para conivência com algo errado. Há, orientação para que as coisas possam ser resolvidas da melhor forma possível para todos. n

Fatores como pobreza, falta de acesso aos serviços públicos e fragilização de vínculos afetivos e comunitários são as principais causas da vulnerabilidade social

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