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Economia solidária se destaca
Projetos da horta, bolachas e sabão, geram renda e comida para a comunidade
AOcupação Justo, localizada perto da Vila Tereza, na Cohab Duque, é uma das comunidades da cidade de São Leopoldo que tem ganhado destaque em seus projetos sociais. Os que são voltados à economia solidária também têm uma grande importância dentro da ocupação, sendo três: a Horta do Encontro, a produção de bolachas e a criação de sabão, por meio de mulheres que vivem na ocupação e participam da cooperativa Mundo+Limpo.
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A Horta do Encontro é um espaço que fica dentro da área da Tenda do Encontro, ela foi criada no ano de 2020, durante a pandemia de Covid-19, com o intuito de acabar com a fome da comunidade, principalmente das crianças e de gerar renda. “Na horta a gente produz alface, couve, tempero, abóboras, moranga, aquilo que der para poder contribuir nos almoços que a gente oferece para a ocupação. Uma outra parte dos alimentos a gente vende, para poder ter um retorno para a própria horta e para a comunidade”, comenta a coordenadora da Horta do Encontro, da Cooperativa Mundo+Limpo e Missionária de Cristo Ressuscitado, Carolina Molina.
Os alimentos também são usados na cesta básica que é produzida pelas ocupações de São Leopoldo, por meio da Rede Solidária São Léo, formada por lideranças, apoiadores, extensão Unisinos e o Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM). Na cesta são colocados todos os alimentos que estiverem disponíveis na horta, naquele momento da colheita.
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Carolina explica que a horta auxilia a cesta desde o início, pois a Rede Solidária São Léo surgiu junto dela, durante a pandemia. Antes da Rede, já existia um projeto onde vinha fazendo um mapeamento das ocupações em parceria com as Missionárias, a Unisinos e o Movimento de Luta pela Moradia.
Além das hortaliças, a ocupação Justo fornece bolachas para a cesta básica. Essas são produzidas por um projeto de mulheres que se reúnem para fazer os biscoitos, dentro da Tenda do Encontro. O empreendimento social surgiu em 2020, durante a pandemia e tem o objetivo de gerar renda para as mulheres chefes de família que vivem na ocupação. O projeto ainda não possui um nome definido, pois inicialmente elas produziam massa e agora que começaram a fazer bolachas, pelo motivo de que é mais simples de se fazer e tem uma saída melhor em comparação com a massa.
A cooperativa Mundo+Limpo, surgiu no ano de 2007, tendo 15 anos de existência. Nela se produzem sabão ecológico, velas aromáticas e produtos de limpeza, feitos por mulheres que vivem na ocupação Justo. Os produtos são feitos com óleo de cozinha que elas arrecadam em estabelecimentos domiciliares e empresariais. A cooperativa possui uma sede própria localizada ao lado do Santuário Padre Reus. Os sabões produzidos pela cooperativa também fazem parte da cesta básica fornecida pela Rede Solidária São Léo. Ela foi criada com a finalidade de gerar renda para mulheres chefes de família, ser um espaço de empoderamento e protagonismo feminino e cuidar do meio ambiente.
A cooperativa se caracteriza por seguir os princípios da economia solidária e um deles é de que não existe um chefe que dá as ordens. “A cooperativa Mundo+Limpo segue os passos da economia solidária, nela todos possuem voz e voto, não tem alguém que mande no outro, todos têm a sua importância, as questões são decididas coletivamente e com bom senso”, explica Carol.
Em todos os três projetos da ocupação Justo a maior dificuldade enfrentada é a falta de documentação para regulamentar os espaços físicos. Atualmente a cooperativa já conseguiu resolver essa questão, pois é o projeto mais estruturado e que existe há mais tempo, já tendo sua sede própria. “Todos sofrem com a falta de recursos econômicos, não tem nenhuma legislação que ampare, um empreendimento que surge numa realidade de ocupação,
Carolina Molina mostra alfaces vindas da Ocupação Justo que, junto de outras hortaliças, alimentam a comunidade. Alimentos colhidos e os sabões produzidos pela Mundo+Limpo são utilizados na produção de cestas básicas da Rede Solidária. A Horta do Encontro ajudou a enfrentar a fome durante a pandemia de Covid-19