Edição1042

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RRJ

ANOS

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Produzido pelos alunos do Curso de Jornalismo

» PINACOTECA

De 1 a 14 de outubro de 2015

ANO 35 - Nº 1042 Maristela Caretta/RRJ

Gabrielli Salviano/RRJ

Artista do bairro faz exposição individual pela primeira vez Pág. 8

Falta de estacionamento na Praça São João Batista causa transtornos para pais e transportadores escolares na Emeb Lauro Gomes. Pág. 3 Rogério Nascimento/RRJ

» MATA-MATA Rogério Nascimento/RRJ

Obras de revitalização

Metodista/S. Bernardo está na semi-final do estadual de handebol Pág. 9

» INSEGURANÇA Moradores do Rudge Ramos reclamam da falta de Guardas Civis Municipais rondando a Praça dos Meninos. Pág. 5


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POLÍTICA

De 1 a 14 de outubro de 2015

RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

DE OLHO NA CÂMARA

Até projeto aprovado por unanimidade gera debate entre oposição e governo Pela terceira semana seguida, ações de habitação do prefeito Marinho voltam a ser tema no Legislativo Guilherme Pimenta/RRJ

Guilherme Pimenta

PELA TERCEIRA semana consecutiva, o problema de moradias na cidade foi pauta na Câmara Municipal de São Bernardo. Os vereadores aprovaram por unanimidade, em sessão de quarta-feira (30), alterações em um projeto do Executivo, aprovado em 2014, que aborda a transferência de imóveis construídos pela prefeitura à Caixa Econômica Federal. O texto trata da adequação de medidas, valores e descrições das áreas para a execução de 176 unidades habitacionais vinculadas ao programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal, no bairro Vila Esperança. Apesar de 27 dos 28 vereadores votarem favoráveis ao projeto (o presidente da Câmara não pode votar), o texto causou discussão entre os parlamentares no plenário. “O prefeito [de São Bernardo, Luiz Marinho (PT)] está jogando muita gente na rua. Muitas vezes, aprovamos projetos aqui e é feito tudo ao contrário. Voto a favor pelas pessoas, não por ele”, criticou o oposicionista Osvaldo Camargo (PPS). Os petistas voltaram a criticar a política habitacional das gestões anteriores à de Marinho. “A cidade não oferecia nada na questão de construção de moradias. Um projeto habitacional

Rudge Ramos JORNAL DA CIDADE editorial@metodista.br Rua do Sacramento, 230 Ed. Delta - Sala 141 Tel.: 4366-5871 - Rudge Ramos São Bernardo - CEP: 09640-000 

Produzido pelos alunos do curso de Jornalismo da Escola de Comunicação, Educação e Humanidades da Universidade Metodista de São Paulo

No plenário à esquerda, Julio Fuzari (PPS) critica plano habitacional de Marinho e discute com vereadores

constante teve início em 2009”, afirmou Toninho da Lanchonete (PT). Em seguida, o oposicionista Julio Fuzari (PPS) contestou o discurso da bancada do PT e criticou o valor do auxílio-moradia oferecido pela prefeitura (R$ 315). “Parece que estamos vivendo no país das maravilhas. Constroem habitações populares ao preço de habitações de luxo, com

DIRETOR - Nicanor Lopes COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO Rodolfo Carlos Martino. REDAÇÃO MULTIMÍDIA Editor-chefe - Júlio Veríssimo (MTb 16.706); EDITORA-EXECUTIVA E EDITORA DO RRJ Margarete Vieira (MTb16.707); EDITOR DE ARTE José Reis Filho (MTb 12.357); ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA Maristela Caretta (MTb 64.183) EQUIPE DE REDAÇÃO: Amanda Guilhen, Bianca Santos, Cibele Garcia, Erika Daykem, Felipe Siqueira, Gabrielli Salviano, Guilherme Pimenta, Larissa Pereira, Laura Reif, Letícia Ticianeli, Lucas Laranjeira, Marcelo Argachoy, Natália Scarabotto, Pedro Giordan, Rogério Nascimento, Thaís Valverde, Thais Souza, Thamiris Galhardo, Vinícius Claro e alunos do 5º semestre de Jornalismo.

TIRAGEM: 15 mil exemplares - Produção de Fotolito e Impressão: Gráfica Mar-Mar

valores superfaturados”, declarou. “Se aumentássemos o valor do auxílio, não teríamos dinheiro para construir os apartamentos”, falou Luizinho (PT). Duas semanas atrás, conforme noticiado no Rudge Ramos Jornal, um munícipe colocou o tema em pauta na casa por meio da “Tribuna Livre”, parte da sessão em que os cidadãos podem discursar no plenário. Já na semana passada, dia 23 de setembro, integrantes do MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas) foram ao Legislativo pressionar os vereadores por habitação.

Reitores e diretores das Instituições Metodistas de Educação Marcio de Moraes (reitor da UMESP e do Centro Universitário Metodista Bennett); Gustavo Jacques Dias Alvim (reitor da UNIMEP); Márcia Nogueira Amorim (reitora do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix); Karen Estefan Dutra (diretora da Faculdade Metodista Granbery); Roberto Pontes da Fonseca (reitor do Centro Universitário Metodista IPA e Diretor da FAMES); Walter Chalegre dos Santos (diretor geral do IMED e diretor de Educação Básica das Instituições Metodistas de Educação); Débora Castanha (diretora de Educação Básica das Instituições Metodistas de Educação); Marilice Trentini de Oliveira (diretora do Colégio Metodista Americano); Gilka Silvia de Rezende Figueiredo (diretora do Colégio Metodista Bennett); Simone Borrelli Achtschin (diretora do Colégio Metodista Granbery); Márcia Amorim (diretora do Colégio Metodista Izabela Hendrix); Joselene Henriques (diretora do Colégio Metodista Piracicabano).

Em entrevista ao RRJ em agosto, o prefeito Luiz Marinho admitiu que a falta de moradias é o principal desafio da cidade. Polêmica Vereadores do G-9 e da oposição voltaram a acusar a bancada do PT de não cumprir com acordos partidários. Na manhã de quarta-feira (30), o plenário aprovou uma “mudança de ordem” nos projetos que seriam votados: Executivo à frente, seguido de oposição e G-9 e, por último, textos da base do PT. Segundo o G-9 e oposição, no entanto, os petistas boicotaram e não assinaram

Colégio Episcopal - Bispo Paulo Tarso de Oliveira Lockmann (1ª Região Eclesiástica); Bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa (2ª Região Eclesiástica); Bispo José Carlos Peres (3ª Região Eclesiástica); Bispo Roberto Alves de Souza (4ª Região Eclesiástica); Bispo Adonias Pereira do Lago (5ª Região Eclesiástica); Bispo João Carlos Lopes (6ª Região Eclesiástica); Bispa Marisa de Freitas Ferreira (Região Missionária do Nordeste); Bispo Carlos Alberto Tavares Alves (Região Missionária da Amazônia). Coordenação Geral de Ação Missionária - Pastora Giselma Souza Almeida Matos; Deise Luce de Sousa Marques; Pastor Clemir José Chagas; Iara da Silva Côvolo; Pastora Cristiane Capeleti Pereira; Luiz Roberto Saparolli; Pastora Hideide Brito Torres; Elias Bonifácio Leite; Bispo Adonias Pereira do Lago; Recildo Narciso de Oliveira; Bispo João Carlos Lopes; Eric de Oliveira Santos; Bispa Marisa de Freitas Ferreira; Silas Dornelas de Novaes. Conselho Superior de Administração - Paulo

o acordo. “Bancada do PT está em frangalhos”, criticou João Batista (PTB). O presidente da Câmara, Luís Ferrarezi (PT), disse que isso é resultado de tensão pré-eleitoral, para 2016. “O plenário reflete essas dúvidas [de posicionamento partidário] dos vereadores, é normal. E também havia projetos de vereadores que ferem regimento, inconstitucionais. O que muda a cidade são os projetos do Executivo”, declarou. Pela falta de acordo, um projeto enviado pelo prefeito Marinho, também sobre habitação, na região do Alvarenga, deixou de ser votado. 

Borges Campos Jr. (presidente); Aires Ademir Leal Clavel (vice-presidente); Esther Lopes (secretária); Rev. Afranio Gonçalves Castro; Augusto Campos de Rezende; Jonas Adolfo Sala; Rev. Marcos Gomes Tôrres; Oscar Francisco Alves Jr.; Ronilson Carassini; Valdecir Barreros; Nelson Custódio Fér (suplente). Diretor Geral - Robson Ramos de Aguiar Vice-Diretor Geral - Gustavo Jacques Dias Alvim Diretor de Finanças e Controladoria - Walter Chalegre dos Santos (em exercício) Diretor de Inovação, Comunicação e Marketing Luciano Sathler Conselho Geral das Instituições Metodistas de Educação - Rev. Luis de Souza Cardoso (secretário executivo); Rodrigo Ramos Sathler Rosa (gestor administrativo-financeiro); Evandro Ribeiro Oliveira (auditor interno); Marina Camilo Pereira Fazolim (secretária).


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CIDADE

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DE OLHO NA CIDADE

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Maristela Caretta/RRJ

Cibele Garcia/RRJ

Obra atrapalha a entrada e a saída na Emeb Lauro Gomes Escola está localizada no Rudge Ramos, na praça São João Batista, que passa por obras de revitalização Maristela Caretta Cibele Garcia

DESDE JUNHO, quando ainda não haviam começado as obras de revitalização da praça São João Batista, pais e transportadores escolares se preocupavam com o embarque e desembarque dos alunos da Emeb Lauro Gomes, no Rudge Ramos. Antes de eliminarem o estacionamento da Igreja São João Batista, as vagas existentes eram utilizadas para fazer a travessia das

crianças com segurança. Hoje, as vagas não existem mais e praticamente todo o passeio do quarteirão passa por reformas. Uma alternativa encontrada pelos transportadores foi revezar o horário com outros motoristas para que todos consigam estacionar em um local seguro para embarcar e desembarcar os alunos. “O problema é que resolveram quebrar tudo ao mesmo tempo. Estamos revezando para que todo mundo consiga parar”, disse a transportadora Mariana Xavier.

Segundo Maria Benedita de Toledo, que trabalha como transportadora no local há 12 anos, eles abriram o estacionamento dos professores, entre a Emeb e a igreja, mas quando tem mais de três peruas não vale a pena entrar. “Porque não dá para manobrar e sair”, disse. Uma opção fornecida pela prefeitura para os pais foi disponibilizar vagas na rua Piagentini, onde antes era proibido estacionar. Agora eles podem parar por 15 minutos para deixar ou

Confira no rronline.com.br as notícias de São Bernardo e do ABC

retirar as crianças. “Eles [a prefeitura] liberaram, mas agora que estão mexendo na calçada ficou mais difícil. Fomos informados que essas vagas vão ser fixas para os pais embarcarem e desembarcarem as crianças”, disse a corretora de imóveis Simone Miranda Peixoto, mãe de um dos alunos da Emeb. A administração, por meio da Secretaria de Serviços Urbanos, informou que a obra da calçada que está sendo executada no entorno da Emeb faz parte do projeto de revitalização do Largo São João Batista, no Rudge Ramos. A reportagem conversou com alguns pais que tentavam atravessar a avenida

Reforma da calçada faz parte da revitalização da Praça São João Batista; prefeitura disponibiliza agentes para travessia de crianças

Senador Vergueiro e constatou que a maioria prefere levar as crianças a pé para evitar transtornos. Mas afirmaram que estão preocupados com a segurança no local. Na época, outra reclamação foi a falta de agentes de trânsito para auxiliar os motoristas. Hoje, a prefeitura disponibilizou dois profissionais para auxiliar na travessia nos horários de entrada e saída da escola. 

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CIDADE

Obras da marginal do Ribeirão dos Couros estão paralisadas

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Larissa Pereira/RRJ

Moradores reclamam de buracos nas ruas e entulhos deixados no entorno da construção

ACESSOS bloqueados, ruas esburacadas, entulho e lixo nos entornos. Esses são alguns dos problemas gerados pela paralisação das obras da marginal do Ribeirão dos Couros, no bairro Pauliceia. A construção da via começou em abril de 2012 e foi totalmente interrompida em novembro do ano passado, devido a um impasse entre as prefeituras de São Bernardo e Diadema. A obra faz parte do projeto de canalização do Ribeirão dos Couros e tem como objetivo facilitar a viagem de quem sai de Diadema sentido Santo André, evitando os congestionamentos no Centro e no bairro Rudge Ramos. Sem a conclusão, a comunidade reclama dos prejuízos. Para os moradores da rua Mário Júlio Rodrigues, a Prefeitura de São Bernardo deveria ao menos

arrumar o asfalto. “Eles largaram assim, o carro passa e traz a poeira toda para dentro de casa. Eu fiquei doente, meu marido ficou doente, os vizinhos, tudo por causa desse pó”, afirmou a aposentada Leonor Gregorio Mazotte, 76. Segundo Leonor, outro problema é a quantidade de lama e poças de água que se formam quando chove. “Parou a obra, parou, mas nós aqui não temos nada com isso. Estamos pagando os nossos impostos”, declarou. Genisio Brito de Andrade, 51, morador do bairro há nove anos, disse que, quando fica muito tempo sem chover, sobe um cheiro muito forte do rio. Ele espera que, quando finalizada, a obra melhore a mobilidade dos moradores. “Vai melhorar principalmente a ida para o Extra [Anchieta], para Piraporinha. Agora, quando isso irá acontecer?”, perguntou Andrade. Thiago de Souza Silva começou a trabalhar em

uma empresa próxima ao local há um ano e meio e afirmou nunca ter visto operários trabalhando na obra. “O pessoal reclama bastante por causa dos bloqueios, falta de acesso”, explicou Silva. Com o abandono, cavalos foram levados para o local e preocupa quem mora na rua Frei Damião. “Enquanto eles estavam trabalhando não tinha aquele monte de cavalos que tem ali. O pessoal fica levando restos de comida, de mato, quando pensa que não, pode dar rato, cobra”, falou a desempregada Joseane Ferreira da Silva, 30. Já na esquina entre a avenida Corredor ABD e a rua Frei Damião, uma montanha de entulho chama a atenção. A maioria dos pedestres tem que desviar passando pela rua. “Ali era um sobrado, o pessoal foi desapropriado, porque é a continuação dessa obra. Nunca tiraram todo o entulho, já faz uns dois anos ou mais”, disse Joseane.

Frequentadores da Praça dos Meninos reclamam da falta de segurança Cibele Garcia Maristela Caretta

MORADORES do Rudge Ramos afirmam que a Praça dos Meninos, na avenida Caminho do Mar, estava sem rondas noturnas da GCM (Guarda Civil Municipal), responsável pela segurança do local. A reportagem esteve na praça em dias e horários diferentes para verificar a informação e constatou que, durante o dia, os guardas permanecem na área. Mas, na maior parte do tempo, ficam dentro da guarita.

Já no período noturno, não foram encontrados GCM’s no local. “De dia, ficam duas guardinhas por aqui, mas à noite, não. A praça devia fechar às 22h, mas muitas noites preciso ligar para fechar o portão. Já aconteceu de a molecada ficar dentro do laguinho à noite, com peixe e tudo, isso sem contar os assaltos”, afirmou o aposentado José David, 79, que mora ao lado da praça há oito anos. De acordo com o aposentado Pedro Luiz Annize, 59, é muito difícil ver guardas fazendo ronda

Marginal está sendo construída para facilitar a viagem de quem sai de Diadema e segue sentido Santo André

Prefeituras Por meio de nota, a Prefeitura de São Bernardo informou que a canalização do Ribeirão dos Couros e execução de vias marginais foram paralisadas devido as pendências de desapropriações de imóveis localizados em Diadema e de competên-

cia do município. Procurada, a assessoria de imprensa de Diadema, respondeu, em nota, que depende da liberação dos recursos do Governo Federal para efetuar o pagamento da oferta inicial da desapropriação e que, caso não seja feito o depósito prévio, a prefeitura terá que aguardar decisões finais nos processos de desapropriações e pagamento dos precatórios para conseguir trazer a titularidade dos imóveis para o município. 

Maristela Caretta/RRJ

Murilo Rodrigues

Larissa Pereira

Moradores falam que horário de fechamento dos portões não é respeitado por falta de guardas municipais

no local. “Realmente está faltando segurança, porque se tivesse GCM, esse patrimônio histórico não estaria assim (referindo-se ao monumento japonês danificado, localizado próximo à guarita dos guardas). Não adianta o GCM ficar no

‘quartinho’ sentado, GCM tem que andar. Eu estou sentado aqui há mais de uma hora, também estive ontem, e não vi guardas fazendo ronda”, disse. Em nota, a Prefeitura de São Bernardo informou que a Guarda Civil Muni-

cipal opera na Praça dos Meninos com GCM’s fixos durante o dia e, à noite, efetua rondas com viaturas no local até as 22h, horário de fechamento da praça. Informou, ainda, que vai intensificar rondas no período noturno. 


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SAÚDE

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Mesmo simples, dieta detox requer cuidados

Nathalia Torquato/RRJ

Receitas prometem milagres para emagrecer, mas podem causar desequilíbrios no organismo Nathalia Torquato

A BUSCA por uma alimentação mais saudável, equilibrada e que ajude a “limpar” o organismo é constante, e isso causa o surgimento dos variados tipos de dieta. Um deles é o “detox”, segundo nutricionistas ouvidos pela reportagem. Detox é a abreviação de desintoxicante. Quem a adota recebe uma espécie de limpeza no organismo para que ele absorva melhor os nutrientes necessários ao corpo. A rapidez e eficácia na aplicação dessa dieta são explicações para o aumento na procura. Mas, como toda dieta, a detox também precisa de cuidados. Essa dieta elimina as toxinas, que são substâncias que causam danos à saúde e estão presentes, nos alimentos, no ar, nos medicamentos, no álcool e em corantes. Dessa forma, se acumulam nos tecidos e células do corpo, causando ganho de peso, inchaço, gases, intestino preso e outros problemas. Mesmo simples, a prática tem restrições e deve durar pouco tempo, cerca de três dias, pois os alimentos que fazem parte do cardápio possuem baixo valor calórico. Sem esse elemento, a pessoa que opta pelo procedimento pode ter mal estar, fraqueza, tontura, dor de cabeça, indisposição ou até mesmo desmaio. Quem pretende adotar a detox deve procurar um profissional de saúde para ser orientado, mesmo que dicas e diversas receitas possam ser encontradas na internet. “Assim como toda dieta, deve ser realizada de forma personalizada e individualizada, levando em conta as preferências alimentares, intolerâncias ou alergias alimentares”, afirmou a nutricionista da loja Mundo Verde, Marcela Castelucci. A alimentação deve ser feita a cada três horas. Baseia-se em alimentos naturais, integrais e carnes

Sempre deixo algo preparado, ando com frutas na bolsa, adoro suco verde, geralmente eu tomo três vezes na semana.” Renata Marques Psicóloga

brancas. Todos os produtos industrializados, gorduras e bebidas alcóolicas são retirados. “A dieta detox que contenha esses alimentos funcionais como bebidas diuréticas, os chás, entre eles o verde, o hibisco, a cavalinha, o cabelo de milho, que são equilibrados de acordo com a necessidade de cada pessoa é a melhor opção a ser feita”, disse o nutricionista da Clínica Nutriwel Wellington Pinheiro. A psicóloga Renata Marques, 35, faz a dieta detox há dois anos e chegou a passar por um profissional para saber melhor como se disciplinar. Interessou-se por meio de leituras e sites que falavam sobre saúde. Fora isso, acompanhou um programa de televisão que falava sobre bem-estar e importância de manter a saúde. Renata buscou uma solução para ter disciplina na dieta do dia a dia: “Sempre deixo algo preparado, ando com frutas na bolsa, adoro suco verde, geralmente tomo três vezes na semana”. 

Orientações de profissionais ajudam a perder peso Vanessa Oliveira

SEM TEMPO e com o cotidiano corrido as pessoas têm cada vez mais feito dietas sem orientação médica. É caso da analista de sistemas Simone Borges que buscou dicas na internet e fez uma auto-dieta sem acompanhamento de um profissional. Os resultados apareceram imediatamente, porém depois de finalizada os pesos perdidos voltavam em dobro. Foi então que ela procurou um nutricionista.

Foram solicitados exames e indicada uma reeducação alimentar que se adequasse à paciente.

O ideal é mudar os hábitos antes que apareça qualquer um desses problemas, que podem resultar em consequências maiores lá na frente.” Flávio Viaboni

Nutricionista

Entre as dietas realizadas, estão a Dukan, em que foram perdidos doze quilos em dois meses, e uma dieta a base de um shake que teve como resultado a perda de dois quilos no mesmo período. Apesar de muita correria, a nutricionista passou uma dieta onde era possível comer de tudo, porém com moderação. Hoje, depois de três meses passando pela reeducação alimentar, a analista perdeu 16 quilos e a meta final é eliminar 20 quilos ao todo. “Com 35 anos, me vi

com a necessidade cada vez maior de cuidar da saúde” falou Simone. De acordo com o nutricionista do consultório Minha Vida Flávio Viaboni, em São Caetano, as pessoas costumam procurar um profissional da área após terem o diagnóstico de algumas doenças como diabetes, pressão alta e obesidade. “O ideal é mudar os hábitos antes que apareça qualquer um desses problemas, que podem resultar em consequências maiores lá na frente.” 


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Regimes malucos são prejudiciais para a saúde Nicole Pinhatti

VOCÊ certamente já ouviu alguém falando que precisa emagrecer. Ser magro nem sempre é sinônimo de ser saudável. Muitos esquecem dos riscos à saúde. A nutricionista Vanessa Pimentel alerta que realizar dietas sem acompanhamento pode levar à perda de massa muscular e até doenças piores. “A falta de consumo de cálcio, por exemplo, leva à osteoporose. A anemia também pode aparecer por conta do baixo consumo de ferro, além dos graves problemas de estômago e a carência de vitaminas essenciais como a A, B e E.” A paralisação desses regimes tem como consequência o ganho de peso que foi eliminado e muitas vezes até mais do que foi perdido. A professora de língua portuguesa Viviane de Paula, 38, conta que já fez todos os tipos de dietas disponíveis, e obteve resultado. Porém, toda vez que parava, retornava às medidas iniciais. “Depois de um certo

SAÚDE

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período fazendo esse tipo de regime, realmente emagrecia e ficava com o corpo que queria, perdia até 30 quilos. Mas depois, meu peso voltava e eu engordava os 30 quilos e mais uns cinco, que é o chamado efeito sanfona. Eu descobria outra dieta e começava novamente.” Vanessa ainda explica que a melhor maneira de se obter resultados em curto prazo e com saúde é fazer reeducação alimentar com orientação de um profissional, com todas as necessidades do paciente, além da prática de exercícios físicos. “Com a união desses dois fatores o resultado é instantâneo e o melhor de tudo, com saúde, pois toda a restrição leva a uma compulsão. As dietas da moda são preocupantes e é necessário que as pessoas tomem cuidado e procurem saber sobre elas antes de realizá-las.” Da moda Uma das dietas do momento é a chamada Dukan, um método de emagrecimento estruturado em quatro fases, duas para emagrecer e as outras duas para manter o peso que foi perdido.

Confira aqui outros regimes que prometem efeitos milagrosos Nome da dieta Dieta do ovo cozido

Riscos

O que comer? Ingestão de apenas três ovos cozidos por dia.

Alto risco de desnutrição, podendo até levar à inanição. Devido ao baixo teor de proteínas, carboidratos e gorduras, existe uma perda muito grande de água corporal, levando à hipotensão e até mesmo coma, além da grande perda de massa muscular.

Dieta da lua

Durante os dias de transição das fases da lua, os seguidores ingerem somente líquidos e, depois, aguardam seus resultados.

Dieta da papinha de bebê

Ingestão somente de comida de neném.

Pobres em proteína, possuem somente carboidratos na sua composição, mesmo sendo de legumes e frutas.

Dieta da clara de ovo

Consiste em se alimentar somente de clara de ovo de três em três horas, todos os dias.

A dieta é ainda pior do que a de ovo cozido, pois a gema, ao menos, é rica em vitaminas do complexo B. Já a clara tem, em média, 20 calorias.

Extremamente perigosa! Causa grande perda de massa muscular e deficiência de todas as vitaminas.

Dieta da banana

Baseada apenas na ingestão de bananas.

Deficiência de vitamina B12, levando à anemia e a grande perda de massa muscular.

Dieta da sopa

Ingestão apenas de sopa.

Pode levar a carência de nutrientes e vitaminas

Dieta do passarinho

A pessoa passa a comer somente grãos como linhaça, gergelim, soja, entre outros.

Com pouca proteína, pouco carboidrato e pobre em muitas vitaminas, a dieta vai certamente levar à perda de massa muscular e, consequentemente, à fraqueza.

Dieta dos cubos de gelo

A dieta consiste na ideia de que quando se sente fome, deve-se colocar cubos de gelo na boca, gerando a sensação de saciedade apenas pela água na forma sólida.

A auxiliar de primeira infância Roberta Ribeira coloca em prática essa dieta desde agosto do ano passado e já eliminou mais de 15 quilos. Porém, corre o risco de engordar tudo o que perdeu, caso decida interromper o método. “Uma colega de trabalho começou a fazer o regime e logo percebi o resultado. Busquei me in-

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Gera deficiência de tudo no organismo. Certamente, quem fizer irá emagrecer, isto é, se sobreviver.

formar em livros e vi que ela se adaptava ao meu estilo de vida. As pesquisas diziam que se a pessoa deixa de seguir as etapas completas, o peso antigo volta.” Por ser um procedimento que exige muitas restrições alimentares, muitas pessoas acabam abandonando no meio do caminho. Viviane também procurou

o método para emagrecer, mas só conseguiu fazer a primeira etapa. “Chega uma hora que seu organismo não aguenta mais. Você só vê carne, presunto e outras proteínas. Com o tempo o corpo passa a pedir outros nutrientes, que são obtidos por meio de pães e saladas, mas esses alimentos são proibidos na dieta.” 


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CULTURA

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Artista de São Bernardo critica sociedade em pinturas urbanas Grafiteiro Daniel Melim também participa de trabalhos socias no Jardim Limpão Gabrielli Salviano

Rogério Nascimento/RRJ

UMA DAS obras de arte mais significativas da cidade de São Paulo foi, na verdade, criada por um artista plástico de São Bernardo reconhecido internacionalmente: Daniel Melim. O painel localizado na lateral de um prédio, que tem 40 metros de altura, fica na região da Luz e se tornou um ponto turístico. A obra também é inconfundível e traz as características principais do trabalho de Melim, que começou fazendo desenho com spray, à mão livre. Hoje, a marca do artista é misturar o stencil, molde vazado, com as tintas escorridas e a pop art, que traz novos significados às propagandas. O resultado final é uma peça irônica e crítica. “Tem um lance dentro da arte de rua em que cada um tem seu estilo. Eu fui resgatar essas técnicas para poder dar uma cara minha ao trabalho”, disse Melim. De acordo com o artista, que vem do bairro Ferrazópolis, o senso crítico de suas peças veio de dentro de casa, por influência dos pais. A mãe de Melim era engajada em questões educacionais por ser professora. Já o pai

Divulgação

dele era metalúrgico envolvido com as greves dos anos 1980. “Na adolescência, passei a observar mais a cidade e a conversar com as pessoas. Isso acaba transparecendo no meu trabalho de alguma forma, que sempre traz essas questões à tona.” A educadora e funcioná-

Desenhos misturam as técnicas do stencil e da tinta escorrida, com referências da pop art

ria da OMA Galeria, Letícia Barrionuevo, atribui ao caráter crítico de Melim o sucesso de suas obras. O artista já chegou a expor no Masp (Museu de Arte de São Paulo) e já participou de uma bienal em Veneza. “Ele faz críticas pensando na atualidade, é bem con-

Gabrielli Salviano/RRJ

Moradora do Rudge expõe suas obras na Pinacoteca da cidade DA JANELA do quinto andar de um dos prédios do Rudge Ramos, Martha Longhi observa o sol, as nuvens e as árvores. Mesmo que esses elementos estejam misturados à paisagem urbana, a pintora vê na natureza uma fonte de inspiração. As cores e movimentos captados pela percepção da artista logo vão se transferir para telas de tecido. A partir daí, é a emoção que comanda os movimentos. “Começa com um traço e depois vai para a frente,

não tem como planejar”, explicou a artista de 68 anos, que gosta de criar telas enquanto ouve música. Agora a pintora expõe na Pinacoteca de São Bernardo até 24 de outubro. Serão 20 obras à disposição do visitante. Esta é a primeira exibição de Marta, que passou muito tempo mostrando as telas apenas para a família e amigos. Durante o processo de criação, Marta fala que a atividade é uma terapia, porque ela se envolve no processo

temporâneo e fala dessas relações que a gente tem com o consumo, da imagem que as pessoas passam através da propaganda. São questões imprescindíveis.” Daniel Melim usa as oportunidades no exterior como estímulo para a criação e conta que, quando retorna das viagens profissionais, se sente mais criativo. “A experiência agrega muito ao trabalho. Você vê muitas coisas diferentes e acaba até tendo uma visão diferente

em tempo integral. “Quando termino, estou exausta, só que fico aliviada e tranquila, minha cabeça fica bem.” São anos de admiração pela arte, dos quais 21 foram usados para que a artista começasse a criar as próprias imagens. Marta Longhi con-

ta que durante esse período usou as oficinas culturais oferecidas pela Prefeitura de São Bernardo para aperfeiçoar as criações. Apenas há três anos ela diz ter encontrado sua identidade. “Minha pintura é rápida e livre.” Para a artista, as ofi-

do seu país. É um turbilhão de ideias.” Apesar de expor em galerias e comercializar gravuras e telas, os muros da cidade acabam sendo a principal galeria do artista. Letícia Barrionuevo explica que o diferencial da arte de rua é proporcionar cultura ao público sem limitar o acesso a ela. “Quando o trabalho traz uma crítica ele pode proporcionar mais camadas de reflexão. As pessoas podem pensar além daquela obra.” Projeto Limpão Em São Bernardo, o artista começou a fazer intervenções e workshops de grafite no Jardim Limpão, em 2006, quando se reuniu com dois amigos que já davam aulas de capoeira para a comunidade. Juntos, eles articulam ações para promover melhorias na comunidade, dando palestras, organizando passeios, além dos cursos. Melim conta que, apesar de dar aulas, ele aprende mais do que ensina com o projeto. “A gente sempre falava sobre como a cultura e a arte são ferramentas para promover mudanças.” Fábio Mendonça, que ministra aulas de capoeira com Vanderlei Viana, explica que o projeto sobrevive por causa do “amor e da luta”. Apesar da parceria com a Secretaria de Cultura, os professores ainda encontram dificuldades para realizar o projeto. “O Daniel sempre deu aula de grafite bancando o que ele faz. Ele comprou o material e chamou a galera. O bacana é que as crianças da capoeira também participam do grafite.”  Artista se inspira com os elementos que enxerga pela janela do apartamento, como o movimento das nuvens e a cor do céu

cinas tiveram um grande papel em sua carreira. As aulas de arte fizeram com que a artista tivesse mais domínio sobre as técnicas, conhecesse a história e aplicasse nas telas. “Também procuro ler muito sobre arte, vou a museus e vejo tudo que posso sobre o assunto. Isso me ajuda a ver as coisas de outra forma.” Serviço: Pinacoteca de São Bernardo Rua Kara, 105 – Jd. Do Mar – SBC Horário: de terça a sábado –das 10h às 18h. (GS) 


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ESPORTES

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Vinícius Claro

O TIME masculino Metodista/São Bernardo/BESNI garantiu a primeira colocação na fase inicial do Super Paulistão 2015, após 20 rodadas. Com 17 vitórias, dois empates e uma derrota, a equipe da cidade se prepara para enfrentar o São José na semi-final. A liderança dá à equipe o direito de mandar os jogos de volta dos play-offs em casa. O primeiro confronto será em São José dos Campos, no dia 8. O jogo da volta será no dia 12, feriado, no Ginásio do Baetão, às 16 horas. Para o técnico da equipe, José Ronaldo do Nascimento, o SB, o balanço da primeira fase foi positivo e surpreendente, já que a equipe ficou à frente do Taubaté, time com mais investimento e maior poder na competição. “Quando nós começamos o campeonato pensamos em ficar entre os quatro classificados. Mas foi uma surpresa vencer o Taubaté, o time a ser batido.” SB acredita que a chave para vencer o São José é defender com eficiência. “Se a defesa conseguir neutralizar o ataque do São José, que é muito forte,

Metodista/São Bernardo garante primeiro lugar no Super Paulistão Masculino Equipe teve 17 vitórias e apenas uma derrota em 20 jogos; adversário da semi-final é o São José Fotos: Rogério Nascimento/RRJ

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conseguimos contra-atacar mais rápido e isso facilita nosso jogo. Vamos trabalhar muito para neutralizar os arremessos de longa distância da equipe de São José.” O capitão e central da equipe, Diogo Hubner, afirmou que no início da temporada existiam algumas dúvidas sobre o desempenho do elenco por causa do número de atletas jovens. No entanto, ele cita essa juventude como um fator motivador para esta fase final. “Muitos atletas disputam pela primeira vez e estão bem motivados para poder surpreender os adversários”, disse. Para Hubner, o diferencial do grupo é o padrão tático apresentado. “Temos uma forma de jogar onde todos os jogadores sabem suas funções, o que devem fazer, mesmo com elenco reduzido, conseguimos manter o ritmo de jogo. Isso ajuda bastante a minimizar os erros durante a partida.” Serviço:

Diogo Hubner acredita que o padrão tático de jogo do time é fundamental para o bom rendimento

08/10 – 20h - São José x Metodista – São José dos Campos – Ginásio Tênis Clube – São José dos Campos 12/10 – 16h - Metodista x São José – Ginásio do Baetão – Av. Armando Ítalo Setti, 901 – Baeta Neves – São Bernardo. 

Time feminino de handebol lidera nas duas competições

Murilo Rodrigues

A EQUIPE feminina Metodista/São Bernardo também está no topo da competição estadual. Com 19 partidas jogadas, são 18 triunfos e apenas uma derrota. Com 36 pontos, um empate garante a primeira colocação da equipe no fechamento da fase inicial.

Além de estar na ponta do Super Paulistão, também lidera a Liga Nacional, com 13 pontos, quatro à frente da segunda colocada. O próximo jogo será contra o Pinheiros, no dia 03, pela competição nacional. Disputar em paralelo dois campeonatos, no entanto, é uma dificuldade. Em um período de quatro dias, entre 23 e 26 de setembro, a equipe disputou três partidas. Para o técnico Eduardo Carlone esse rendimento só é possível graças a qualidade do elenco. “Estamos tentando revezar bastante o time. Não tenho reservas nem titulares, mas 17 ou 18 jogadoras que posso contar a qualquer momento.” Ainda de acordo com

Revezamento de atletas é necessário para evitar lesões, já que a equipe passou por maratona de jogos

Carlone, é o momento de poupar as jogadoras com maior desgaste e dar ritmo para aquelas que têm atuado em poucos momentos. “Estou usando o campeonato paulista, principalmente agora que estamos praticamente classificados

em primeiro, para dar jogo para aquelas que jogam menos e tentar segurar um pouco as que estão jogando mais”, declarou. Serviço:

Liga Nacional 03/10 – 16h – Metodista/São

Bernardo x Pinheiros - Ginásio do Baetão – Av. Armando Ítalo Setti, 901 – Baeta Neves – São Bernardo Super Paulistão 10/10 – 14h - Clube S.S. II Exército/Osasco x Metodista/São Bernardo - Ginásio do Baetão – Av. Armando Ítalo Setti, 901 – Baeta Neves – São Bernardo. (VC) . 


10 ESPORTES

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Chego a discutir com parentes se eles falarem mal do meu time. Só quem torce pode criticar.”

Estávamos em uma balada e, no mesmo horário, o São Paulo teve um jogo importante. Apesar de ela [a namorada] não entender, acabei usando a conexão Wi-Fi do local e resolvi acompanhar a partida pelo celular.”

Rodrigo dos Reis

Lucas Gentil

Consultor

Bruno Madrid

APOIAR O clube do coração durante os 90 minutos de jogo não é suficiente para os torcedores “fanáticos”. Além de marcarem presença em quase todas as partidas do time no estádio, eles o acompanham pela internet, têm produtos personalizados e chegam a praticar ações incomuns. Mas, se engana quem pensa que esses torcedores são formados somente pelas torcidas organizadas. Atualmente, pessoas que não possuem vínculo com estes grupos também levam a equipe favorita muito além das quatro linhas do gramado. O consultor Rodrigo dos Reis, 29, que mora em São Bernardo, faz qualquer coisa pelo Corinthians. “Não tem algo que eu imagine que possa ser loucura. Na verdade, às vezes, abrimos mão de tantas coisas para ver o Corinthians que tudo acaba virando normal”, afirmou. Faltar no trabalho, passar o Dia das Mães no estádio e ir ao Pacaembu para assistir metade de um amistoso do Timão contra a Portuguesa foram apenas algumas das muitas ações que Reis já praticou em prol do seu time. O torcedor, no entanto, tem um arrependimento, que transcende as fronteiras do país: em 2012, Reis não se endividou para viajar rumo ao Japão. Naquele ano, o Corinthians venceu a Copa Libertadores e se classificou para a disputa do Mundial de Clubes da Fifa. Só no Brasil, segundo a Embaixada do Japão, foram emitidos cerca de 10 mil vistos meses antes do torneio. “Não sei quando terei a próxima chance, mas não cometo o mesmo erro”, disse o consultor. Quem não deixou de fazer uma viagem internacional em 2012 foi o Rodrigo Vieira, morador de Santo

Estudante

Torcedores fazem ações incomuns por times de futebol Fanáticos já acumularam dívidas em viagens e até faltaram no trabalho Bruno Madrid/RRJ

André. Também torcedor do Corinthians, o fiscal de obras de 24 anos não pensou duas vezes assim que seu clube se classificou para a final da Libertadores: comprou a passagem para a Argentina, palco da primeira partida da final, realizada entre a equipe paulista e o Boca Juniors. Vieira diz que, assim que o Timão eliminou o Santos e garantiu vaga na final do torneio, correu para comprar a passagem aérea. Mas, o fiscal, que tem o hábito de acompanhar o clube com os amigos, teve problemas. “Não tinha dinheiro e nem cartão de crédito para a compra. Dois dias antes da partida, enquanto estava trabalhando, um amigo me

ligou e disse que tinha conseguido as passagens. Ficou combinado que eu o pagaria quando pudesse.” Mesmo com a viagem garantida, Vieira enfrentou outro dilema: o emprego. “Precisaria faltar pelo menos dois dias no trabalho. Não pensei duas vezes e na hora fui falar com o meu chefe, dizendo que precisava faltar na quarta e na quinta para ver o jogo do Corinthians”, contou ele, que foi liberado pelo patrão e conseguiu assistir ao jogo. A partida acabou empatada em 1 a 1. Tanto Reis quanto Vieira transformaram o Corinthians em parte de suas vidas. “Quase todo meu dia gira em torno dele. Logo que acordo, vou ver notícias. Se

Confira no rronline.com.br as notícias de São Bernardo e do ABC

Fã do São Paulo desde que nasceu, o estudante de marketing Lucas Gentil possui, além da camisa oficial, diversos acessórios de seu clube do coração em casa

acho algum corintiano, o assunto é só o clube. Chego até a discutir com parentes se eles falarem mal do meu time”, disse o consultor. “Em dias de jogos, ficava ansioso e não conseguia dormir. Meu amor só aumenta a cada dia”, declarou o fiscal de obras. O estudante de marketing Lucas Gentil, 20, segue o pensamento dos corintianos, mas, o amor é pelo São Paulo. Ele já deixou de ir para a escola na época em que cursava o ensino médio. O motivo foi o Tricolor. “Em 2009, uma partida do São Paulo pela Libertadores atrasou e terminou por volta das 3h. Como eu tinha que acordar às 5h, resolvi acompanhar o pós-jogo e fui direto para a aula. Sempre vale

a pena quando o meu time está em campo”, afirmou. O são-paulino conta outra situação que muitos torcedores conhecem: a disputa entre a namorada e o futebol. “Estávamos em uma balada e, no mesmo horário, o São Paulo teve um jogo importante. Apesar de ela não entender, acabei usando a conexão Wi-Fi do local e resolvi acompanhar a partida pelo celular.” São Bernardo Apesar de ainda não figurar entre as equipes de maior expressão do futebol brasileiro, o São Bernardo Futebol Clube, fundado em 2004, tem cada vez mais o apoio dos moradores da cidade. É o caso do estudante de estatística Rodolfo Riani. Corintiano e também torcedor do clube do ABC, ele relata uma situação curiosa. “Quando os dois se enfrentaram pelo Paulistão, torci pelo São Bernardo, que precisava mais da vitória do que o Corinthians”, afirmou o estudante, que frequentemente vai ao estádio Primeiro de Maio, no bairro Vila Euclides, para acompanhar o Tigre, como é conhecida a equipe. Acessórios O amor clubístico dos torcedores não para em ações. Dos quatro entrevistados, três possuem diversos acessórios das equipes. Vieira tem um vestuário completo do Timão, inclusive cuecas e meias. Já Reis vai além das roupas: “Tenho uma tábua de carne, um cobertor e um quiz de cards, que comprei só por ser do Corinthians”, disse. Gentil também possui objetos do Tricolor, como livros, chaveiros e até uma toalha. Riani é o único que não possui nenhum objeto do São Bernardo. “Queria uma camisa, mas o valor é muito alto. Além disto, há maior dificuldade para encontrar os produtos comparado aos clubes maiores.” 

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Lojas oficiais conquistam fãs Bruno Yonezawa/RRJ

Bruno Yonezawa

ESPORTES 11 Apesar de custarem um pouco mais, a qualidade sempre supera a do produto pirata.” Gabriel Gimenez

COMPRAR CAMISAS e acessórios de clubes de futebol tornou-se uma tradição entre os torcedores. Os times possuem lojas que vendem mercadorias oficiais para os “fanáticos”. No ABC, existem sete estabelecimentos desse gênero: duas Academia Store, loja do Palmeiras, quatro Poderoso Timão, do Corinthians, e um São Paulo Mania, do São Paulo. O estudante de engenharia de produção Leonardo Valle é torcedor do Palmeiras e compra seus produtos apenas em lojas oficiais. “Prefiro comprar as peças originais porque, apesar de custarem um pouco mais, a qualidade sempre supera a do produto pirata”, disse. Em média, uma camisa oficial de temporada com nome de jogador e patrocínio da loja Academia Store custa em torno de R$ 300, enquanto uma cópia tem valor entre R$ 50 e R$ 100. Apaixonado pelo Corin-

Estudante de administração

perca, quem é fanático, gosta de mostrar sempre o time pelo qual torce”.

Localizada no São Bernardo Plaza Shopping, a Liga Retrô oferece produtos alternativos ao torcedor

thians, o estudante de administração Gabriel Gimenez relatou que o tecido das camisas oficiais é melhor. “Além de durar mais, é mais bonito que uma roupa falsa”, falou. A compra desses produtos resulta em retorno financeiro para o time, já que uma parte do valor lucrado vai aos cofres da agremiação.

“A porcentagem destinada ao time varia de acordo com a franqueadora e a própria equipe”, contou o dono do Poderoso Timão do Extra Anchieta, em São Bernardo, Claudinei Zotareli. As razões pelas quais os torcedores compram produtos de seus times são os mais diversos. Valle explicou o motivo pelo qual ele veste o

Palmeiras: “Alguns gostam de expor a marca do clube, outros porque acham bonito. Eu gosto porque fica bem em mim, sem contar que estou ajudando meu time.” Gimenez acredita que o torcedor que adquirir esses produtos se identifica com as peças. Já Zotareli falou que “a paixão motiva o torcedor. Mesmo que o clube

Comércios lucram ao exibir partidas Amanda Goulart

ASSISTIR JOGOS de futebol faz parte da rotina de quem acompanha um time, mas nem sempre é possível ir ao estádio para ver as partidas. Com um público “fiel” os bares e restaurantes da região têm investido em televisões e promoções para agradar aos torcedores. O Brazucas Surf Bar, localizado no Rudge Ramos, foi fundado em 2005 por quatro amigos que sempre assistiam os jogos de futebol juntos. Segundo Maurício Bispo, um dos proprietários do estabelecimento, para atrair torcedores o investimento em telão e televisões foi de R$ 7 mil. “Chegamos a receber cerca de 150 pessoas em dias de partida. O negócio deu certo e agora também exibimos outros esportes, como o MMA”, explicou. Bispo contou que faz promoção de produtos como

uma estratégia de atrair o público e não estabelece o que ou quanto as pessoas devem comprar para permanecer no local. Bispo possui três televisões e um telão, colocados de forma estratégica para que em qualquer local do estabelecimento o jogo possa ser visto. De acordo com ele, “há espaço para quem quer assistir à partida sentado ou em pé. Tudo organizado para que o torcedor fique à vontade”. Segundo Maurício Mendes Junior, proprietário do bar Calango, inaugurado há 15 anos, naquela época, o público-alvo não era composto por torcedores. “Em 2014, investi em três televisões com intuito de atrair clientes que gostam de assistir os jogos no bar. Também aposto nas promoções, muitas vezes dou 50% de desconto em bebidas e alimentos”, explicou. Mendes explicou que “o espaço acolhe até 60

Retrô Uma tendência no mercado de moda esportiva é o uso de camisas retrôs (característica dada a itens que são novos, mas que retratam outro período histórico). Isso é o que garante o supervisor da loja Liga Retrô, Luiz Filho, no São Bernardo Plaza Shopping. “O que é presente hoje vira parte do passado no ano que vem e é essa a ideia do retrô, trazer uma nostalgia ao cliente”, disse. Outro diferencial desse tipo de vestuário é o material. As camisas são feitas com algodão, diferente das atuais, que são fabricadas com poliéster. “Isso traz mais conforto ao torcedor. Além disso, o retrô é mais ‘limpo’, sem patrocínios, louvando apenas o time.”  Amanda Goulart/RRJ

Maurício Bispo, dono do Brazucas Surf Bar, investiu em televisões e promoções de produtos

pessoas e a quantidade de torcedores varia muito. Em finais de campeonato, o número de torcedores é maior. O time que está jogando também influencia na movimentação do local”. Há quem pense que os

torcedores não gostam da presença dos rivais, mas na opinião do operador logístico André Lucas de Abreu Matos, a brincadeira no final das partidas é sempre esperada. “No começo, eu ficava apreensivo, tinha medo de ter desavenças. Frequento os bares do ABC e, até hoje, nunca presenciei uma briga”, disse. Matos é torcedor do São Paulo Futebol Clube e foi a estádios de futebol mais de

40 vezes para acompanhar os jogos do time. Ele contou que quando não assiste as partidas em bares gosta reunir amigos e familiares em casa, mas acha que as promoções feitas pelos estabelecimentos são atrativas e econômicas. “Gosto de ir a bares para acompanhar os jogos porque é divertido e mais barato. A compra das bebidas também sai em conta, já que muitos lugares dão descontos”, falou. 


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