Edição1064

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Produzido pelos alunos do Curso de Jornalismo ANO 36 - Nº 1064

De 27 de abril a 10 de maio de 2017

» PROTESTO

» COMÉRCIO

Érika Motoda/RRJ

Nathalia Nascimento/RRJ

Vendas pela internet têm destaque no ABC e registram maior faturamento no Estado

Moradores da Vila Vivaldi e da Pauliceia reclamam da má qualidade da água

Págs. 8 e 9

Pág. 2

Guilherme Guilherme/RRJ

FAIXAS ELEVADAS Apesar da prioridade dos pedestres na hora de atravessar, motoristas desrespeitam a sinalização no Rudge Ramos Pág. 5

Arquivo pessoal

» SETOR PET Faturamento dos pet shops continua crescendo e é impulsionado por pessoas que consideram os animais de estimação como membros da família. Págs. 6 e 7


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CIDADE

RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

De 27 de abril a 10 de maio de 2017

DE OLHO NA CÂMARA

Moradora da Pauliceia reclama da qualidade da água Câmara está dividida quanto a abertura de uma terceira CPI na cidade; desta vez, o alvo é a Sabesp

Érika Motoda Guilherme Guilherme

NA TRIBUNA LIVRE da Câmara de São Bernardo desta quarta (26), a moradora do bairro Pauliceia Patrícia Maia de Almeida, 41, reclamou da qualidade da água que recebe em casa. Segundo a dona de casa, “a água vem com cor de ferrugem e cheia de cloro”. Para comprovar o que dizia, Patrícia levou uma garrafa pet com a água com coloração de ferrugem. Além de uma peça de roupa branca lavada e outra nova da mesma cor. A roupa que Patrícia diz ter lavado apresenta uma coloração mais amarelada em relação à peça recém adquirida. “Tenho problemas com a Sabesp desde 2014. Falaram que resolveriam esse problema até o dia 4 de abril deste ano, mas a água saiu assim no último domingo (23).” O hidrômetro, ainda de acordo com a moradora, também gira quando as torneiras estão fechadas. E, quando estão abertas, sai ar antes de sair água. No final de sua fala, Patrícia pediu para que os vereadores tomassem alguma providência e investigassem o serviço prestado pela Sabesp. Outra reclamação da qualidade da água foi feita pela moradora da Vila Vivaldi Denise Zachi, 39. Ela disse que esse problema não é frequente. Mas

Rudge Ramos JORNAL DA CIDADE editorial@metodista.br Rua do Sacramento, 230 Ed. Delta - Sala 141 Tel.: 4366-5871 - Rudge Ramos São Bernardo - CEP: 09640-000 

Produzido pelos alunos do curso de Jornalismo da Escola de Comunicação, Educação e Humanidades da Universidade Metodista de São Paulo

Érika Motoda/RRJ

quando ocorre, a água vem branca, com cloro, ou escura. “Não dá para lavar roupa. Já perdi algumas peças. Minhas blusas brancas não têm mais jeito.” CPI da Sabesp Há três sessões, o vereador Julinho Fuzari (PPS) tenta conseguir 10 assinaturas para poder protocolar o pedido de instauração de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o contrato com a companhia. Até o momento, faltam duas assinaturas. Fuzari afirmou que possui um documento no qual a Sabesp admite que São Bernardo teria cerca de 90% do esgoto tratado até 2011. “Nós ainda não temos nem 30% [do esgoto tratado]”, reclamou. A bancada petista é a favor dessa comissão. “Dá

para fazer tijolo de tanto barro que vem na água”, afirmou o parlamentar Antonio Carlos no último dia 12 de abril, após Fuzari justificar o seu pedido de abertura de inquérito. Os parlamentares da base de apoio do governo, por sua vez, não acreditam que uma comissão de inquérito seja a melhor saída. “Se CPI resolvesse alguma coisa, o país não estaria assim”, afirmou o líder do governo Ramon Ramos (PDT). Já Fran Silva (SD) lembrou que a Sabesp é uma empresa de sociedade mista, na qual o governo estadual é sócio. Por isso, não poderia ser alvo de inquérito. No último dia 12 de abril, Ary de Oliveira (PSDB) afirmou que testou a qualidade da água que recebe em casa e constatou que o pH (índice de acidez)

Alvaro Augusto/RRJ

Munícipe leva água suja para protestar em sessão da Câmara

do produto era melhor do que o das águas vendidas em supermercados. Neste ano, a Câmara já aprovou por unanimidade a instauração de duas CPIs. A primeira comissão investiga o contrato da cidade com a empresa de SBC Valorização de Resíduos Sólidos,

Construtora repara terreno na rua Planalto Alvaro Augusto

A OBRA embargada na rua Planalto, esquina com a Via Anchieta, no Rudge, que apresentava sinais de abandono e risco aos moradores, recebeu os reparos necessários por parte da empresa responsável. A Construtora Masa recolocou a proteção (foto) que divide a calçada com o terreno. A empresa também cuidou para que os tambores que estão no terreno não retenham água de chuva e se tornem focos de mosquitos. 

DIRETOR - Nicanor Lopes COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO - Rodolfo Carlos Martino. REDAÇÃO MULTIMÍDIA - EDITOR CHEFE- Julio Verissimo (MTb 16.706); EDITORA-EXECUTIVA E EDITORA DO RRJ - Margarete Vieira (MTb16.707); EDITOR DE ARTE - José Reis Filho (MTb 12.357); ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA - Maristela Caretta (MTb 64.183)

EQUIPE DE REDAÇÃO - Álvaro Augusto, Amanda Leonelli,

Arthur Roman, Bárbara Caetano, Bruno Pegoraro, Érika Motoda, Felipe Freitas, Gabriel Mendes, Gabriel Argachoy, Guilherme Guilherme, Iago Martins, Laís Pagoto, Mariana Cunha, Paula Gomes, Raquel Gamba, Thalita Ribeiro e alunos do 5º semestre de Jornalismo. TIRAGEM: 10 mil exemplares - Produção de Fotolito e Impressão: Gráfica Mar-Mar

concessionária que presta o serviço de coleta de lixo. A segunda comissão instaurada tem o objetivo de apurar o sucateamento do serviço de distribuição de energia por parte da Eletropaulo, o que a empresa nega, além das constantes quedas de energia. Sabesp A reportagem entrou em contato com a Sabesp para apurar as reclamações feitas pelos moradores. Via e-mail, a reportagem mencionou problemas nos bairros citados pelos entrevistados: Pauliceia, Demarchi, Botujuru, São Pedro e Vila Vivaldi. A empresa disse que está à disposição para esclarecer essas situações, mas seria preciso que a reportagem passasse o endereço completo dos moradores para que eles pudessem investigar as supostas irregularidades. 

DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO, MARKETING E SUPRIMENTOS - Ronilson Carassini CONSELHO SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO Aires Ademir Leal Clavel (vice-presidente); Esther Lopes (secretária); Rev. Afranio Gonçalves Castro; Augusto Campos de Rezende; Jonas Adolfo Sala; Rev. Marcos Gomes Tôrres; Oscar Francisco Alves Jr.; Valdecir Barreros; Renato Wanderley de Souza Lima (suplente). DIRETOR GERAL - Robson Ramos de Aguiar VICE-DIRETOR GERAL - Gustavo Jacques Dias Alvim DIRETOR DE FINANÇAS E CONTROLADORIA - Ricardo Rocha Faria

REITOR: Paulo Borges Campos Jr., Coordenadora de Graduação e Extensão - Vera Lucia Gouvea Stivaletti, Coordenador de Pós-Graduação e Pesquisa - Davi Ferreira Barros DIRETORES - Rogério Gentil Bellot (Escola de Ciências Médicas e da Saúde), Nicanor Lopes (Escola de Comunicação, Educação e Humanidades), Carlos Eduardo Santi (Escola de Engenharias, Tecnologia e Informação), Fulvio Cristofoli (Escola de Gestão e Direito) e Paulo Roberto Garcia (Escola de Teologia).


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CIDADE

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DE OLHO NA CIDADE

Rua de lazer tem bicicletas grátis para a população

Fotos: Arquivo pessoal

Quem frequenta a avenida Barão de Mauá pode pedalar aos domingos e feriados, entre 8h e 16h Amanda Leonelli Florindo Thalita Ribeiro

DESDE quando a avenida Barão de Mauá, na Chácara Inglesa, em São Bernardo, passou a ser fechada para lazer, aos domingos e feriados, é comum ver moradores praticando exercícios. A caminhada ou a pedalada pela avenida também são opções, além do skate. O local, que já havia sido fechado anteriormente, voltou a ser um espaço dedicado para a população, no dia 19 de fevereiro. Diante dos pedidos dos moradores para mais espaços de lazer, a partir do dia 5 de março deste ano, a Prefeitura de São Bernardo iniciou o empréstimo de bicicletas à população. A moradora do Jardim do Mar e corretora de seguros, Lilian Santos, 44, costuma frequentar a avenida todos os domingos. “Fui nesse domingo (26) e peguei uma bike emprestada. Basta informar o nome e o número do RG e o empréstimo é feito por 30 minutos.” Ainda segundo Lilian, caso não tenha fila de espera, é possível pedalar por mais tempo.

Há vários tamanhos de bicicletas. Adequadas para cada idade, estão disponíveis infantis e adultas. Além disso, segundo a população, e confirmado pela prefeitura, também há empréstimo de equipamentos de segurança, como o capacete. Segundo informações da Secretaria de Transporte e Vias Públicas, por meio da assessoria de imprensa, no primeiro dia do projeto foram emprestadas 30 bicicletas. Já na terceira semana da iniciativa, foram mais de 100 empréstimos, entre o período das 9h ao meio dia. Perguntada sobre a forma de aquisição das bikes e manutenção, por e-mail e telefone, a prefeitura não respondeu. A iniciativa também agrada os mais velhos. Moradora da Vila Euclides há 12 anos, a secretária Simone Pinheiro, 47, conta que leva as filhas, de 9 e 11 anos, para se divertirem na avenida. Para ela, essa iniciativa remete á sua infância, quando brincava na rua. “Acho legal resgatar essa história de brincar na rua. Espero que continue

Oficina educativa é oferecida para crianças com o tema trânsito. Giz de cera e guache são materiais utilizados durante atividades

Acho legal resgatar essa história de brincar na rua. Espero que continue por muito tempo, a ideia é ótima” Simone Pinheiro, Secretária

Alimentos leves, como frutas, água de coco e bebidas isotônicas (que dão energia) são boas opções.” Clayton Xavier educador físico

por muito tempo, a ideia é ótima”, completou Simone. Além das bicicletas, é oferecida uma oficina com

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atividades educativas para as crianças com o tema trânsito. Segundo a prefeitura, uma tenda é mon-

Nosso trabalho é

INFORMAÇÃO

tada com materiais para a pintura, com giz de cera, tinta guache, entre outros. As crianças também podem participar de um circuito fechado, para conhecerem sobre as leis de trânsito. Antes da diversão, é importante tomar alguns cuidados. Segundo o educador físico Clayton Xavier, 39, antes de praticar exercícios físicos, é necessário estar bem alimentado. “Alimentos leves, como frutas, água de coco e bebidas isotônicas (que dão energia) são boas opções.” Ainda segundo Xavier, durante as atividades físicas é preciso se hidratar e evitar horários de sol forte. Equipamentos de segurança também são fundamentais. “No mínimo o capacete”, completou. Para quem quiser frequentar o local e pegar uma bicicleta emprestada, os dias de funcionamento são domingos e feriados, das 8h às 16h. É necessário fazer um cadastro, com nome completo, RG e telefone, no local. 

Se você tem alguma reclamação ou quer sugerir um assunto para que ele se transforme em pauta e reportagem, fale com a Redação: WhatsApp

Tel: 972003275


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CIDADE

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Guilherme Guilherme/RRJ

Faixas elevadas do Rudge são ignoradas por motoristas Pedestres relatam dificuldades para atravessar avenidas Guilherme Guilherme

COM A revitalização da praça São João Batista, no Rudge Ramos, foram instaladas duas faixas elevadas em sua proximidade: uma na avenida Caminho do Mar e outra na avenida Senador Vergueiro. Também conhecidas como lombofaixas, elas foram implantadas há mais de seis meses. Mesmo assim, motoristas que passam pelos trechos continuam a ignorá-las. Sinalizações não faltam na lombofaixa que corta as quatro pistas da avenida Caminho do Mar, no sentido centro. Três placas, um semáforo piscante e alertas no asfalto indicam a obrigatoriedade de dar preferência à passagem de pedestres. Na Senador

Vergueiro, uma placa e avisos no asfalto também têm a mesma orientação. A reportagem foi até as duas avenidas para ouvir pedestres e motoristas. Flávia Reis, 22, auxiliar de classe, ouviu buzinas de um motorista enquanto atravessava a faixa da Vergueiro. Ao caminhar, ela manuseava um celular. Para ela, somente um semáforo daria a segurança necessária para a travessia do pedestre. Quem compartilha dessa ideia é o aposentado João Franscisco, 64. “Sempre tenho dificuldade para atravessar. Farol é melhor, tem cara que não respeita [a lombofaixa]”, disse. Já a estudante Adriana Abreu, 22, acredita que não há a necessidade de instalar semáforos no lugar das

lombofaixas nessas duas avenidas. “Se você começa a andar [na faixa], os carros param. E a gente, quando está com um pouco mais de pressa, não precisa esperar o sinal fechar.” Mas depois, ela, que esperou muitos motoristas desrespeitarem a sinalização da Caminho do Mar até conseguir atravessar, afirmou: “Tenho medo. Por isso espero bastante até os carros pararem.” O educador físico Renan Queiroz, 29, que passa tanto de carro quanto a pé pelas lombofaixas do Rudge, também avalia que não precisa substituí-las por semáforos. “Já tem muito farol na região. Acho que iria atrapalhar ainda mais o trânsito.” Segundo Queiroz, a solução seria investir na conscientização dos condutores. “Tem que ter

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campanhas para educar os motoristas e multar quem não para. Quanto mais você ressaltar que tem uma faixa elevada, mais o pessoal acaba se habituando a parar. É questão de hábito e respeito”, afirmou Queiroz. Já o motorista Maicon de Freitas Alves, 32, disse que passa apenas de carro pela região. Para ele é necessário colocar semáforos no lugar das lombofaixas. “Assim não dá, o pessoal não respeita”, disse Alves, que estava com seu carro parado enquanto um pedestre atravessava a lombofaixa. Apesar da divergência, todos os entrevistados disseram que as faixas elevadas são mais eficazes que as sem elevação. O aposentado João Franscisco acredita que as faixas elevadas são melhores porque induzem o motorista a reduzir a velocidade. Renan Queiroz vê vantagens até para o carro.

Pedestre tenta atravessar a avenida Caminho do Mar, mas motorista desrespeita sinalização de preferência

“Ela [lombofaixa] desgasta menos o veículo do que a lombada normal e, por ser um pouco mais alta, acaba inibindo o motorista. Sempre tem um ou outro que respeita. Felizmente, nem tudo está perdido.” Conscientização Quando as faixas elevadas foram entregues no Rudge, os pedestres contaram com o apoio do Mr. Mão - personagem símbolo da Campanha Travessia Segura, do Consórcio Intermunicipal -, que com a mão sinalizava para os carros pararem quando pedestres queriam atravessar. No entanto, essa campanha está desativada desde o fim do ano passado. Em nota enviada por meio de assessoria de imprensa, o Consórcio afirmou que sua continuidade será pauta em futuras reuniões do Grupo de Trabalho Mobilidade do Consórcio. 


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ECONOMIA

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Melhor amigo ajuda setor PET NA CRISE

Caso o dono dê banho toda semana e compre a ração premium, o gasto será de R$ 200, sem contar as compras com medicamentos e acessórios” Beatriz Oliveira Tosadora e dona do Pet Shop da Bia

Cuidado com animais de estimação contribui e acelera aquecimento do mercado nacional em 2016 Beatriz Leonel/RRJ

Ana Caroline Arjonas

MESMO DIANTE de uma das maiores crises econômicas, ainda existe setores que estão em crescimento, como o mercado de pet shop. Isso porque as famílias brasileiras não consideram os cães e gatos apenas como animais de estimação, e sim como membros da família. Esse é o caso da advogada Camila Molina, 28, que contribui com o rendimento do setor ao gastar todos os meses R$ 500 com os pugs Vader e Luke, que visitam o pet shop a cada 20 dias para banho e duas vezes ao ano para tosa. “Desde que peguei os dois, deixei de comprar roupas toda semana, o que era normal. Hoje em dia, compro só quando preciso e gasto a maioria com os cachorros”, diz a advogada, que cuida dos cães como filhos. “Em casa somos nós três, então vivo para eles”. A decisão de ter os animais veio quando Camila decidiu morar sozinha, em 2015. Segundo a Associação Brasileira de Indústria de Produtos para Animais de Estimação, o setor cresceu 5,7% em 2016, lucrando R$ 19 milhões entre os meses de janeiro e setembro, tornando-se o 3º país em gastos com animais no mundo. Isso explica o aumento no número de lojas e pet shops, além dos serviços especializados como hidratação, hospedagem e, até mesmo, ensaio fotográfico. Com esse crescimento, muitos viram no melhor amigo do homem uma oportunidade para lucrar. Um exemplo é o engenheiro químico Alberto Ribeiro Fernandes Filho, 55, dono da loja Bela Vista Rações, em São Bernardo. O estabelecimento está funcionando há cinco meses e fornece rações para cães, gatos e pássaros, além de acessórios, produtos sem corante e disk entrega. A motivação em abrir o próprio negócio se deu pelo carinho por animais, além

Beatriz Oliveira, tosadora e dona do Bia Pet Shop, criado há cinco meses em São Bernardo, posa com mais uma “cliente” após o banho

NÚMEROS DO SETOR NO BRASIL, SETOR PET CRESCEU

5,7% DE JANEIRO A SETEMBRO DE 2016

NESSE MESMO PERÍODO, O MERCADO ARRECADOU

R$ 19 MILHÕES

uivo pessoal Arq

O BRASIL É O PAÍS DO MUNDO EM GASTOS COM ANIMAIS Fonte: Associação Brasileira de Indústria de Produtos para Animais de Estimação

do amplo mercado de marcas, variedades e preços. “Existe ração de 1kg que custa R$ 83 e outra que tem o mesmo peso e sai por R$ 15. Tudo depende do animal e da qualidade do produto”, diz o comerciante que registrou aumento na procura por produtos nos meses de novembro e dezembro do ano passado. Para proprietária e tosadora Beatriz Oliveira Galvão, 24, que decidiu abrir o próprio negócio há sete meses, os cuidados com os cães saem mais caros quando comparado a outros animais. “Caso o dono dê banho toda semana e compre a ração premium, o gasto será de R$ 200, sem contar as compras com medicamentos e acessórios”. Já para cuidar de gatos, o valor chega a R$ 75 por mês, isso porque o felino não precisa toma banho frequentemente. No Bia Pet Shop , em

São Bernardo, os valores de banho variam entre R$ 30 para cães, R$ 40 para gatos, R$ 30 para coelhos e R$ 20 para porquinhos da

índia. Já a tosa canina fica entre R$ 45 e R$ 60 e as rações de 1 kg oscilam entre R$ 8 e R$ 30. A proprietária percebeu aumento no número de clientes desde dezembro, atendendo por mês 200 animais, média de 10 banhos por dia, com destaque para o fim de semana e o número elevado de cães. O estabelecimento também conta com venda de remédios e acessórios. O supervisor em metalúrgica Roberto Carlos Carneiro, 53, conta que gasta R$ 220 por mês com Nina, a Shih-tzu da família. O valor é dividido entre banhos semanais e compra de ração. “O custo com o animal sempre vai existir, independentemente da crise, porque é como se ela fosse alguém da família. O momento financeiro não fez diminuir o valor que gasto em cuidados desde que a pegamos”, diz o supervisor que gasta, no fim de ano, média de R$ 400 para hospedagem do bicho que fica em hotel enquanto a família viaja. 


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ECONOMIA

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Custos fazem donos cuidarem de bichos de estimação em casa Beatriz Leonel

EM TEMPOS de crise econômica, só quem tem animais sabe que custa caro levar o bicho ao pet shop. Em média os preços dos banhos nos estabelecimentos da região de São Bernardo, custam de R$ 30 a R$ 60, dependendo do tamanho do pet. Uma das saídas que os donos estão encontrando é dar banho nos animais em casa, como faz a estudante Priscila Silva, 16, que lava os quatro cachorros. Para ela, além de ser mais fácil, a iniciativa também contribui na redução de despesas. “Gasto R$ 90 com produtos de higiene, e a vacina que

dou uma vez por ano sai em torno de R$ 80 para cada um dos quatro cães”. Porém, cuidar dos animais em casa não é tão simples como parece. A veterinária Estefani Da Silva Esteves Cunha explica que é importante estar atento na hora de secar o pet, pois é indispensável o uso de toalha e secador. “É sempre necessário que a pele e a pelagem sejam muito bem secas após o banho. Isso evita alterações dermatológicas”, diz a especialista. A veterinária também relata que é preciso ficar atento ao calor do secador, optando sempre pela temperatura morna ou fria e utilizando pentes e rasqueadeiras apropria-

Ana Caroline Arjonas/ RRJ

Banho em casa contribui para a economia e ajuda na saúde do animal

Aplicativo oferece hospedagem e banho Arquivo pessoal

Athami Lopes

NOS ÚLTIMOS anos, tem aumentado o número de pessoas que optam por alternativas diversificadas quando o assunto é cuidar dos animais. Prova disso é a plataforma Pet Anjo, que tem proporcionado renda extra aos usuários que cuidam dos bichos. A média de preço pode variar de acordo com o serviço, qualificação, experiência e localização. No caso de passeios, os valores variam de R$ 15 a R$ 30. As visitas, de R$ 30 a R$ 70, e a hospedagem, de R$ 25 a R$ 120. No caso do banho a domicílio, o preço cobrado é R$ 40. No início, é preciso adquirir um kit que vem com duas camisetas, um conjunto de flyers para divulgação do serviço e fichas de visita inicial para utilizar nas entrevistas com os clientes. Quem trabalha por meio do aplicativo precisa se candidatar e, após ser aceito, pode escolher por cursos gratuitos ou pagos, em plataforma a distância. As aulas têm duração de uma hora e meia a 10 dias e são

A diária para a hospedagem é de

R$ 80 e dependendo da procura o valor pode mudar

Monica Armond é pet anjo, já foi criadora de rottweilers e atualmente só hospeda cachorros

oferecidas pela Universidade Pet Anjo. O objetivo é qualificar os usuários para atender as demandas. A estudante de Ciência e Tecnologia Thayngles Isabella, 20, relata que os ganhos com o aplicativo variam conforme o mês. Nos quatro dias de Carnaval, por exemplo, o lucro foi de R$ 180. “Sempre tive paixão por animais, em especial cães. Meus pais têm 14

cachorros e um gato. Então resolvi trabalhar com pets por conta da afinidade”. A corretora de imóveis Monica Armond, 57, que começou a trabalhar pelo aplicativo em 2016, oferece apenas serviço de hospedagem e conta que foi criadora de Rottweilers por 25 anos. Em razão disso, aprendeu a

lidar com o mundo canino. Ela relata que não é fácil ter cachorros por conta da educação que é preciso dar aos animais. Monica, que chegou a fazer pequenas adaptações na casa em que mora atualmente, para hospedar os cachorros, ressalta que muitos cães moram em ambientes pequenos, o que dificulta a saúde e as brincadeiras do pet. “Os cachorros de apartamento acumulam energia e, quando tem espaço, como aqui, ficam mais calmos”,

Nos quatro dias de Carnaval, por exemplo, o lucro foi de

R$ 180

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das para a pelagem do animal, assim, auxiliando no pentear dos pelos. Para Estefani, outro detalhe que deve ser levado em conta pelos donos é o estado da água. “Deve estar sempre morna e agradável para nós. Essa é melhor forma de fazer com que o pet não sofra durante o banho”. Outra dica da especialista é sempre tapar os ouvidos do animal com algodão hidrofóbico, impedindo a entrada de água. Ao fim do banho, é aconselhável secar os ouvidos dos bichos com algodão normal. O aprendiz em RH Deyvid Botelho, 17, utiliza apenas xampu veterinário para dar banho na cadela e ainda usa o antipulga para deixa-la mais cheirosa. A veterinária faz algumas recomendações. “Usar xampu veterinário nos animais para que não ocorra alergia ou irritação na pele, olhos e mucosas. Sempre é apropriado para a espécie em questão.” 

diz a corretora. A diária para a hospedagem é de R$ 80 e, dependendo da procura, o valor pode mudar. Porém o dono precisa levar a alimentação e acessórios do cão. Para Monica, é fundamental prestar atenção no animal, pois é preciso ficar atento aos horários das medicações recomendadas e detalhes com relação ao bem-estar dos pets. A estudante do curso de Marketing Alice Mirandez, 22, faz parte do grupo de pessoas que deixam os pets aos cuidados de quem trabalha no aplicativo. Ela diz que se sente segura em deixar Nico, seu cachorro, com profissionais e gasta R$ 500 mensais com passeios. “Acho que o preço cobrado é justo, visto que a caminhada dura uma hora. Eles ainda correm com o pet e ensinam ele a não puxar a guia”. Gostar de bicho e se dispor a gastar com eles cabe em qualquer bolso. A pesquisa da Associação Brasileira de Indústria de Produtos para Animais de Estimação mostra que a classe E é a que mais gasta, utilizando 24% do salário com cuidados para os pets. Para conhecer o aplicativo acesse: www. petanjo.com. 


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ECONOMIA

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ABC é destaque em comércio eletrônico

Região registrou maior participação no faturamento do varejo no Estado Nathalia Nascimento/RRJ

Giuliana Miotto tem a loja física há 11 anos e há 4 resolveu abrir um comércio online para conseguir aumentar a venda de produtos Nathalia Nascimento

O E-COMMERCE, como é chamado o comércio eletrônico, vem crescendo ano após ano no Brasil, e o ABC é uma das regiões que tem se destacado nesse modelo de vendas. Segundo o 34º Relatório Webshoppers, realizado pela E-bit, no primeiro trimestre de 2016 a região foi a que registrou maior participação do comércio eletrônico no faturamento do varejo no Estado de São Paulo, 4,5%. Em tempos de computadores, smartphones e tablets, a forma de comprar vem sofrendo mudanças, o

que antes só podia ser feito em uma loja física, agora pode estar na palma da mão. De olho nas oportunidades de crescimento, os empreendedores da região estão entrando nesse mercado. É o caso de Giuliana Miotto, 43, da Sacaria Santo André, que há 11 anos tem loja física e há 4 resolveu abrir uma loja online. “Colocamos nosso comércio no Facebook e as pessoas começaram a procurar, mas a gente viu que não tinha como vender à distância para essas pessoas sem o e-commerce. Eu e meu marido pesquisamos se era muito caro abrir um e vimos que não.”

Para que a loja física não perca para a loja online a saída é abrir uma loja online. É essencial que as lojas físicas tenham também operação online.” Pedro Guasti

Presidente do Conselho do Comércio Eletrônico e CEO da Ebit

Atualmente as vendas da loja online de Giuliana representam 20% do faturamento de sua empresa e a abertura do comércio online também ajuda a loja física. “Eu considero ter uma loja online uma vantagem

muito grande. Ela traz um tráfego muito maior para as lojas físicas. É por causa dela que a gente tem tantas visitas nas lojas físicas”, afirmou. O presidente do Conselho do Comércio Eletrônico da FecomercioSP e CEO da Ebit, Pedro Guasti, destaca que é importante a presença das lojas físicas na internet. “É essencial que as lojas físicas tenham também operação online porque os consumidores jovens, principalmente, dão preferência para esse tipo de venda.” O Sebo Pacobello está em Santo André com suas lojas físicas há 14 anos e, para poder vender para outras cidades, iniciou o

comércio online há 10 anos. “Já vendi para clientes de outras cidades, outros estados e já realizei venda até para fora do Brasil”, contou Felipe Pacobello, 33, um dos donos do estabelecimento. O economista Diego Machado, 28, explica que abrir um negócio online atrai os empreendedores por ter um custo inicial menor e por ser menos burocrático. “No e-commerce, você consegue constituir uma empresa de uma forma rápida, com acesso a diversos clientes. Também é uma solução para quem quer complementar a renda”, explicou. O designer de moda Ivan Crizza Alineri, 28, resolveu abrir a loja online Zang Wear, para vender camisetas, há 1 ano e meio, e a escolha desse modelo de comércio foi por conta do baixo investimento necessário. “Por incrível que pareça, abri a minha loja com um investimento inicial de apenas R$ 300. Em uma loja física, teria que investir bem mais.” Mas, para Alineri, o negócio não foi rentável. Ele tem um faturamento mensal de R$ 1,5 mil que cobre os custos de sua loja, mas não lucrou até agora. Abrir um comércio online até pode custar bem menos que uma loja física, mas, segundo uma pesquisa realizada pelo Sebrae, cerca de 60% das lojas virtuais fecham antes mesmo de completar um ano. Para Pedro Guasti, um dos fatores que colaboram para esse grande número de lojas não se manterem no mercado é a falta de conhecimento. O baixo investimento para abrir o negócio atrai os empreendedores, mas para ter bons resultados é necessário investir em marketing. Giuliana sabe bem disso, o maior custo da sua loja online é com publicidade. ”Não é porque você colocou um site no ar que vai vender. Tem que ser visto e isso custa, sem propaganda não vende.” A expectativa é que o mercado online continue crescendo no País. Guasti explicou que este crescimento não acontece por acaso. “Alguns fatores colaboram para o crescimento. O primeiro deles é o aumento da base de usuários de internet, potencializado pelo uso de smartphones, a conscientização maior das vantagens do comércio eletrônico e uma redução do medo de compra, além da competitividade do e-commerce.” 


RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

Sara Alvez/RRJ

Brasil compra mais online Sara Alves

O CONSUMIDOR brasileiro faz mais compras online do que em lojas físicas, diz a pesquisa Total Retail 2016, realizada pela PwC, prestadora de serviços de auditoria e consultoria. Os dados mostram que 38,2% dos entrevistados têm o hábito de fazer compras online todos os meses, contra 30,9% que dizem preferir as lojas físicas. Apenas 3,4% dos entrevistados nunca adquiriram produtos em sites. De acordo com a pesquisa, 54% dos pesquisados afirmaram que o preço é o principal motivo da compra on-line, seguido por conveniência, com 41%. A coordenadora do cur-

Indivíduos de 18 a 34 anos compõem 93% do público usuário de compras online

A 2ª EDIÇÃO da pesquisa “Perfil do E-commerce Brasileiro”, realizada pela BigData Corp, sob encomenda do PayPal Brasil, aponta um crescimento de mais de 21% no comércio eletrônico brasileiro, entre 2015 e 2016. O estudo analisou cerca de 10,5 milhões de sites de e-commerce. São Paulo é o Estado que mais possui sites de e-commerce do País, cerca de 56.3%. Não é necessário ter uma loja física para abrir um comércio eletrônico, 86.5% das lojas online não têm lojas físicas. Esse é o caso de Letícia Almeida, 23, de Santo André, dona da loja de maquiagens, perucas e acessórios, LeHhz Lucis Store. Letícia optou pelo comércio online como uma alternativa de negócio sem custos de aluguel de imóvel e funcionários, além de atender todo o território brasileiro por meio dos Correios. Mas ela diz que administrar um comércio

eletrônico não é uma tarefa fácil. “Há a comodidade de trabalhar em casa, mas, muitas vezes, o horário de atendimento não é respeitado pelos clientes, há pessoas que geram boletos, não pagam e acabam empacando o estoque, além de reclamações indevidas.” A loja de Letícia passou por uma mudança visual em 2017. Ela explica que uma identidade visual básica acaba espantando clientes por passar impressão de não ser um site seguro, mas o custo de um desenvolvimento profissional pode não ser viável para quem está começando. Felipe Steplaza, 32, da Emcomjunto, que oferece ferramentas de comunicação e marketing, diz que o primeiro passo é a compreensão de que se está entrando em uma nova unidade de negócio. “A loja online exige tanta atenção quanto uma loja física. É necessário realizar estudos sobre o mercado, entender questões de mídias sociais e de marketing digital.”

so de Ciências Econômicas da Universidade Metodista, Silvia Okabayashi, explica que na região os números não são tão altos, mas que a preferência pelo e-commerce no ABC quase triplicou desde 2011 e a tendência é aumentar. A assessora educacional Bruna Piccolo, 20, de Mauá, que compra online desde os 15 anos, opta pela comodidade de comprar e receber em casa e diz que não se sente prejudicada por não comprar em uma loja física. “Às vezes, ficamos com receio. Por isso, sempre pesquiso bastante e compro em sites confiáveis”. Daiane Mendes, 26, também mora em Mauá e faz compras online há 8 anos. A auxiliar de escritório começou a comprar em lojas online a partir da indicação de um site de livros por uma amiga da faculdade. Ela conta que prefere a aquisição online por conta do preço, mas diz que a variedade no catálogo

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das lojas online também é elemento importante. Daiane também fala que, por não poder ter contato com o produto, meios como tutoriais no YouTube auxiliam com relatos de pessoas que compraram e recomendam, além de oferecer mais informações sobre o produto. “Depois que fizer uma compra e receber, é importante comentar na página do produto, pois, assim como eu, muitas pessoas compram baseadas naqueles comentários”, explicou. Dispositivos móveis Pesquisa realizada pelo Groupon apontou que o Brasil é o país que tem maior índice de compras por dispositivos móveis na América Latina. Segundo o Ebit, em 2017, espera-se aumento de 12% no e-commerce, o que significa quase R$ 50 bilhões de faturamento no segmento. 

Renato Lopes/RRJ

“Há a comodidade de trabalhar em casa, mas, muitas vezes, o horário de atendimento não é respeitado pelos clientes, há pessoas que geram boletos, não pagam e acabam empacando o estoque, além de reclamações indevidas.” Letícia Almeida Comerciante

Como o caso de Bárbara Romero, 22, e Paola Santos, 20, de São Bernardo, donas do brechó 90s BABE, que vende acessórios e roupas. “Nós aprendemos com os nossos erros”, disse Bárbara. Mesmo com o rápido avanço da tecnologia, Stephaza não acredita que as lojas online irão superar as lojas físicas apenas pelo conforto e facilidade de compra.  Murilo Rodrigues

E-commerce é opção de negócio mais barata Renato Lopes

ECONOMIA

De 27 de abril a 10 de maio de 2017

São Paulo é o Estado que mais possui sites de e-commerce no Brasil


10 ESPORTE

RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

De 27 de abril a 10 de maio de 2017

No futebol, se você erra, você perde. Na ginástica, se você erra, você cai e pode se lesionar caso esteja acima do peso. A disciplina é imprescindível.” Clayton Xavier

arques

o/Ygor M

Divulgaçã

Educador Físico

Bruna Carvalho

TREINO. Esforço. Disciplina. Competição. Essa é a rotina dos atletas que treinam no Centro de Ginástica Marcel Francisco dos Santos, em São Bernardo. Localizado no antigo Clube da Volks, na rua Tiradentes, nº1.853, o ginásio atende cerca de 300 esportistas desde as modalidades de vivência esportiva, também chamada de escolinha, até as esquipes de alto rendimento. Para ingressar em qualquer modalidade, é necessária a aprovação em uma seletiva. Mesmo que não sejam exigidas características ou habilidades específicas para níveis de vivência esportiva, a peneira é feita devido à quantidade de inscritos, que supera os números de vagas disponíveis. As seletivas são feitas e as vagas são disponibilizadas de acordo com o calendário de competições, e ocorrem ao menos duas vezes em cada semestre. A vivência esportiva é a modalidade iniciante da arena. Nesta categoria as crianças não são preparadas para campeonatos oficiais. As aulas têm a duração de uma hora e são aplicadas em dois dias da semana. “A criança tem que começar a atividade física por prazer. O treinamento é intensificado quando ela tem a capacidade física necessária”, explicou o técnico de esporte de rendimento Felipe Rodrigues Nayme. O incentivo da prática frequente de uma atividade física na infância é fundamental, explica o educador físico Clayton Xavier. “Não existe contraindicação para atividade física regular. Na verdade, é o inverso disso”, afirmou. Competição Treinadas para competir, as equipes principais do gênero feminino e masculino treinam de segunda à sábado cerca de sete horas diárias, divididas em dois períodos. Esta é a modalidade que exige mais disciplina e respon-

Ginásio atende iniciantes e profissionais em São Bernardo

Ygor Marques, 19, treina seis dias por semana. O ginasta faz parte da equipe de competição da cidade de São Bernardo

Treinos variam entre duas e sete horas diárias; dedicação deve ser integral sabilidade dos ginastas. Além de passar a maior parte do tempo com a equipe em treinamento, essas crianças e jovens também viajam para competir sob o cuidado dos técnicos. “Criamos um vínculo de família. Elas têm a gente como espelho e são nossa responsabilidade”, afirmou Cintia Duran Nagata técnica de ginástica artística. No ginásio, os atletas contam com a visita semanal de um ortopedista, que cuida das lesões e ajuda na prevenção de quem treina. Também são disponibilizados os serviços de um psicólogo e um fisioterapeuta. De acordo com o nível técnico, os atletas de competição, com mais de 12 anos

de idade, recebem um auxílio financeiro que é pago pelo patrocinador. O valor varia de acordo com o rendimento nas competições. É exigido do ginasta a frequência regular na escola, além de um acompanhamento médico que ateste as condições de saúde necessárias para a prática. Para os que treinam para competir também é controlado o peso ideal, considerando que o sobrepeso, em conjunto com os fortes impactos que esses atletas têm diariamente, pode causar danos permanentes. Hoje com 19 anos e o foco nas Olimpíadas de 2020, o ginasta de alto rendimento Ygor Marques conta que treina desde os 5 anos de idade. “Assistia aos treinos

do meu irmão e acabou despertou a mesma paixão em mim”, disse. De acordo com ele, o ambiente de treinamento no ginásio esportivo é harmonioso e o incentivo entre técnicos e colegas de treino é constante. O projeto conta com a parceria entre Prefeitura Municipal de São Bernardo, Caixa Econômica Federal, Ministério do Esporte e a Confederação Brasileira de Esportes. O objetivo é criar uma categoria de base para a Seleção Brasileira de Ginástica em competições, mas o projeto também atende crianças e jovens para recreação. A supervisora da modalidade em São Bernardo, Ivonete Fagundes, afirmou que é indispensável

a responsabilidade social do projeto. “Importante é fazer com que as crianças da região vivenciem o esporte. E sintam orgulho de participar do projeto, sabendo que podem chegar ao topo”, explicou. Peneira A próxima peneira já tem data marcada para o dia 29 de abril, na rua Tiradentes, nº1.853. As senhas serão distribuídas das 8h às 8h30, para crianças de 6 até 9 anos, acompanhadas por seus responsáveis. Para mais informações acesse a página da Prefeitura de São Bernardo no Facebook, www.facebook. com/prefsbc. 


RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

Amanda Leonelli Florindo

CONCILIAR várias tarefas durante a rotina nem sempre é fácil. Quem pratica atividade física, por exemplo, precisa se dedicar várias horas por semana, e, às vezes, até por dia. Além disso, precisa aliar os treinos aos estudos. Duas das modalidades que exigem treino intenso, principalmente para quem deseja competir, são as ginásticas artística e rítmica. A ex-ginasta Giovana de Natali Monteiro, 19, se dedicava a um treino rigoroso na ginástica rítmica para competição. Giovana já disputou campeonatos como estadual e brasileiro. “Treinava seis vezes por semana. Eram quatro horas por dia, de segunda a sexta-feira. Aos sábados, chegava a até sete horas de treinamento. ” Giovana conta que no último ano do colégio reduziu a carga dos treinos pela metade para se dedicar ao vestibular. “Hoje curso engenharia química e pratico a ginástica apenas por hobbie. Era muito difícil conciliar os estudos com treino. A ginástica exigia muito. ” Há quem diga que, apesar de difícil, vale a pena conciliar estudos e a prática do esporte. É o caso da ginasta Caroline Lima Dioriol, 18, que já foi campeã estadual e sul-americana e hoje cursa faculdade de direito, além de ainda treinar semanalmente. A atleta treinava no Serc – São Caetano e hoje treina pelo Colégio Ábaco. “Amo o que faço e aprendi a lidar com as obrigações e responsabilidades. Acredito que este ano chego de novo à seleção por meio da ginástica rítmica. ” Força e trabalho O amor pela ginástica pode se transformar em profissão. Roberta Zago

ESPORTE

De 27 de abril a 10 de maio de 2017

Aliar ginástica aos estudos requer disciplina e comprometimento Arquivo pessoal

Optei por deixar o treinamento e entrei em uma escola período integral. Comecei a praticar apenas como um hobbie na escola e me tornei professora de ginástica lá. “ Juliana Alves Fernandes atleta

Hoje curso engenharia química e pratico a ginástica apenas por hobbie. Era muito difícil conciliar os estudos com treino. A ginástica exigia muito. Giovana de Nataliatleta atleta

Silva, 28, carrega a paixão de infância na rotina. Aos 5, começou a treinar balé clássico. Aos 7, ginástica rítmica. Depois de 19 anos sendo atleta, Roberta se tornou técnica em ginástica rítmica, no Colégio Ábaco.

Para ela, não foi fácil conciliar a escola com o esporte. A mãe e a professora apoiavam, mas “as matérias iam aumentando e as provas se tornando mais difíceis. ” Roberta se formou em educação física. Hoje, afir-

Informar é a nossa

FUNÇÃO

Atletas e ex-atletas contam sobre a paixão pelo esporte e como conciliaram suas rotinas

ma que a ginástica é o grande amor da sua profissão. “A ginástica foi uma das melhores coisas que já fiz.” A técnica afirma que em suas aulas é rigorosa com as atletas, assim como a sua treinadora foi com ela na época. “Foi dessa forma que aprendi e deu certo. ” Juliana Alves Fernandes, 24, foi atleta de ginástica artística até os 11 anos e também se tornou professora da modalidade. Segundo ela, é na pré-adolescência que o atleta começa a questionar quais são seus objetivos para a vida e as dúvidas surgem. “Optei por deixar o treinamento e entrei em uma escola período integral. Comecei a praticar apenas como um hobbie na escola e me tornei professora de ginástica lá. “ Hoje, Juliana é coordenadora de marketing, mas, afirma que a ginástica faz parte dela. Como começou a praticar cedo, com 5 anos, o treino foi fundamental no desenvolvimento dela. “O que me tornei hoje devo à rotina dos treinos. Tive um amadurecimento muito rápido e vejo isso como algo positivo. ” Corpo e mente Muitos buscam o esporte para melhorar a qualidade de vida. Entretanto, é importante ter disciplina com a rotina. A psicóloga Rosângela Santos, 46, afirma que a organização é o fator fundamental para não haver sobrecarga nas atividades. “Tem que ter comprometimento e bastante disciplina para não haver stress e até patologias mais graves. ” Para a psicóloga, antes de optar por uma graduação ou pelo esporte, é importante conversar com pessoas de confiança que possam passar bons conselhos a ajudar na decisão da melhor escolha. 

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