Edição1049

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RRJ

ANOS

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Produzido pelos alunos do Curso de Jornalismo ANO 35 - Nº 1049

De 14 a 27 de abril de 2016

» EXPOSIÇÃO Divulgação/OMA

» SÃO BERNARDO Lucas Laranjeira/RRJ

Galeria recebe obras hiper-realistas de artista de Santo André Pág. 12

» BARULHO Moradores do bairro sofrem com excesso de poluição sonora

Vereadores aumentam salário de prefeito e secretários em 20% Pág. 2

Pág. 3 Alysson Rodrigues/RRJ

» CONFUSÃO Maristela Caretta/RRJ

Divergência na sinalização de trânsito traz transtornos para motoristas Pág. 3


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POLÍTICA

RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

De 14 a 27 de abril de 2016

DE OLHO NA CÂMARA

Câmara aprova reajuste salarial para prefeito, vice e secretários Correção de 20% acompanha aumento de servidores públicos acordado entre Executivo e Sindicato Lucas Laranjeira/RRJ

Lucas Laranjeira Thamiris Galhardo

A CÂMARA Municipal de São Bernardo aprovou nesta quarta-feira (13) o projeto de Lei nº 22/16 que determina o reajuste salarial, previsto na Lei Orgânica do Município, de aproximadamente 20% para prefeito, vice-prefeito e secretários municipais. A aplicação do índice representa cerca de R$ 1,2 milhão a mais no gasto anual do Executivo. O percentual acompanha o reajuste monetário dos servidores públicos aprovado pelo prefeito Luiz Marinho (PT), no dia 16 de março deste ano. O presidente da Câmara, Luís Ferrarezi (PT), avaliou o parecer favorável e coeso com a Lei Orgânica da cidade. “O regimento interno determina que a Comissão de Orçamento da Casa faça o reajuste do salário sempre que houver aumento monetário dos servidores públicos e assim foi feito como todo ano”, disse. Sobre o argumento de alguns vereadores, de que o cenário atual não favorecia o acréscimo, Ferrarezi rebateu. “Isso é hipocrisia de quem quer tirar proveito de uma situação.” O presidente também contou que quem deve dar a resposta

Rudge Ramos JORNAL DA CIDADE editorial@metodista.br Rua do Sacramento, 230 Ed. Delta - Sala 141 Tel.: 4366-5871 - Rudge Ramos São Bernardo - CEP: 09640-000 

Produzido pelos alunos do curso de Jornalismo da Escola de Comunicação, Educação e Humanidades da Universidade Metodista de São Paulo

na rua não é o vereador, e sim quem recebe o reajuste. Já Ramon Ramos (PDT), que pertence à base aliada do PT, falou que não votou a favor porque não julga o melhor momento para o acréscimo. “No momento em que o país se encontra é imoral, então votei não pelo aumento ao prefeito e secretários e vou votar ‘não’ para o reajuste do salário dos vereadores”, afirmou. Além do parlamentar, as bancadas do PPS, PSDB, SDD, e os vereadores Cabre-

DIRETOR Nicanor Lopes COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO Rodolfo Carlos Martino. REDAÇÃO MULTIMÍDIA Editor-chefe - Júlio Veríssimo (MTb 16.706); EDITORA-EXECUTIVA E EDITORA DO RRJ Margarete Vieira (MTb16.707); EDITOR DE ARTE José Reis Filho (MTb 12.357); ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA Maristela Caretta (MTb 64.183) EQUIPE DE REDAÇÃO: Adílson Junior, Alexandre Leoratti, Allaf Barros, Amanda Leonelli, Claudia Leone, Erika Daykem, Erika Motoda, Felipe Siqueira, Gabriel Mendes, João Souza, Laís Pagoto, Larissa Pereira, Lucas Laranjeira, Marcelo Argachoy, Nathalia Nascimento, Paula Gomes, Pedro Giordan, Thais Souza, Thamiris Galhardo, Victor Godoi e alunos do 5º semestre de Jornalismo.

TIRAGEM: 10 mil exemplares - Produção de Fotolito e Impressão: Gráfica Mar-Mar

Projeto de Lei foi aprovado com 14 votos; 11 vereadores da oposição foram contrários ao aumento

ra (PSB) e Mauro Miaguti (DEM) votaram contra. Ao todo, a votação contabilizou 14 votos favoráveis e 11 contrários ao reajuste salarial. Ramos, que também é o primeiro secretário da Casa, ressaltou que, até o final do mês de junho, os parlamentares devem votar

o aumento do salário dos representantes do Legislativo, que tem reajuste previsto somente no mandato de 2017. Mas o presidente Ferrarezi disse que nenhum projeto chegou à mesa ainda. O oposicionista Julinho Fuzari (PPS) criou duas emendas parlamentares como tentativa de barrar o projeto, mas não obteve aprovação dos parlamentares. “Coloquei em pauta duas emendas. Em uma não consegui as assinaturas necessárias porque era

Reitores e diretores das Instituições Metodistas de Educação Marcio de Moraes (reitor da UMESP e do Centro Universitário Metodista Bennett); Gustavo Jacques Dias Alvim (reitor da UNIMEP); Márcia Nogueira Amorim (reitora do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix); Walker Soares do Nascimento (diretor da Faculdade Metodista Granbery); Roberto Pontes da Fonseca (reitor do Centro Universitário Metodista IPA e Diretor da FAMES); Walter Chalegre dos Santos (diretor geral do IMED e coordenador Administrativo da Educação Básica Metodista); Débora Castanha (coordenadora Pedagógica da Educação Básica Metodista); Marilice Trentini de Oliveira (diretora do Colégio Metodista Americano); Gilka Silvia de Rezende Figueiredo (diretora do Colégio Metodista Bennett); Angela Maria Nerys (diretora do Colégio Metodista em Bertioga); Flávio Setembrino Pereira (diretor do Colégio Metodista Centenário); Shirlei Debussi Pissaia (diretora do Colégio Metodista em Itapeva); Elizabeth Raad Nassif (diretora do Colégio Metodista de Ribeirão Preto); Lúcia Lopez (coordenadora Pedagógica do Colégio Metodista União); Raquel Paula de Fortunato (coordenadora administrativa do Instituto Educacional Metodista de Passo Fundo; Sergio Luiz Polizel (diretor do Instituto Noroeste de Birigui); Arlene Magda Charantola (diretora do Instituto Americano de Lins); Simone Borrelli Achtschin (diretora do Colégio Metodista Granbery); Márcia Amorim (diretora do Colégio Metodista Izabela Hendrix); Joselene Henriques (diretora do Colégio Metodista Piracicabano).

inconstitucional, e a outra barrava o reajuste para o vice-prefeito”, disse. A emenda supressiva que barrava o aumento de 20% para o vice-prefeito foi rejeitada pelos vereadores por 8 votos sim e 14 não. O vereador Juarez Tudo Azul (PSDB), também da oposição, propôs que a Comissão de Orçamento da Câmara de São Bernardo retirasse o projeto. “Peço que os parlamentares deixem o pedido de reajuste para o Executivo fazer, o que pelo visto não é do interesse dele também”, falou. Conselho Além do reajuste salarial, os vereadores elegeram os representantes do Legislativo no Conselho da Cidade e Meio Ambiente de São Bernardo do Campo (ConCidade). José Cloves (PT) e Tião Mateus (PT) presidirão o conselho que tem caráter interdisciplinar e assegura a participação da população na gestão de diversas áreas. Entre elas, estão mobilidade urbana, habitação e meio ambiente. Ao todo, o ConCidade é formado por 40 conselheiros titulares. Entre eles, 20 são da sociedade civil e 20, do poder público municipal. E 40 pessoas serão determinadas para conselheiros suplentes, sendo 20 da sociedade civil e 20 representantes do governo. 

Colégio Episcopal - Bispo Paulo Tarso de Oliveira Lockmann (1ª Região Eclesiástica); Bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa (2ª Região Eclesiástica); Bispo José Carlos Peres (3ª Região Eclesiástica); Bispo Roberto Alves de Souza (4ª Região Eclesiástica); Bispo Adonias Pereira do Lago (5ª Região Eclesiástica); Bispo João Carlos Lopes (6ª Região Eclesiástica); Bispa Marisa de Freitas Ferreira (Região Missionária do Nordeste); Bispo Carlos Alberto Tavares Alves (Região Missionária da Amazônia).

Leal Clavel (vice-presidente); Esther Lopes (secretária); Rev. Afranio Gonçalves Castro; Augusto Campos de Rezende; Jonas Adolfo Sala; Rev. Marcos Gomes Tôrres; Oscar Francisco Alves Jr.; Ronilson Carassini; Valdecir Barreros; Anelise Coelho Nunes (suplente); Renato Wanderley de Souza Lima (suplente).

Coordenação Geral de Ação Missionária Pastora Giselma Souza Almeida Matos; Deise Luce de Sousa Marques; pastor Clemir José Chagas; Iara da Silva Côvolo; pastora Cristiane Capeleti Pereira; Luiz Roberto Saparolli; pastora Hideide Brito Torres; Elias Bonifácio Leite; Recildo Narciso de Oliveira; Eric de Oliveira Santos; Silas Dornelas de Novaes.

Diretor de Finanças e Controladoria - Ricardo Rocha Faria

Conselho Superior de Administração - Paulo Borges Campos Jr. (presidente); Aires Ademir

Diretor Geral - Robson Ramos de Aguiar Vice-Diretor Geral - Gustavo Jacques Dias Alvim

Diretor de Inovação, Comunicação e Marketing - Luciano Sathler Conselho Geral das Instituições Metodistas de Educação - Rev. Luis de Souza Cardoso (secretário executivo); Evandro Ribeiro Oliveira (auditor interno); Marina Camilo Pereira Fazolim (secretária)


RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

CIDADE

De 14 a 27 de abril de 2016

DE OLHO NA CIDADE

Poluição sonora incomoda moradores do Rudge Ramos Multas por descumprimento de lei municipal podem passar de R$ 4.000 Alysson Rodrigues/RRJ

Claudia Leone

A LEI do Silêncio, que proíbe barulho excessivo em diversos espaços públicos, não tem sido tão eficaz no Rudge Ramos. O som alto emitido por veículos e estabelecimentos, que não respeitam dia ou horário, tem incomodado o sossego dos moradores da região. Josepha Maria da Silva, 78, moradora do bairro há 61 anos, conta que, ultimamente, a quebra da Lei do Silêncio ocorre principalmente durante a madrugada. “Antes acontecia só nos finais de semana, agora não há um dia certo. Às 7h da manhã o barulho já começa.” A aposentada afirmou, ainda, que o tipo de ruído mais frequente é causado por veículos. “Sempre tem algum carro com som alto passando que acaba até acordando a gente durante a noite”, disse. Em São Bernardo, a lei é aplicada pelo Serviço de Fiscalização de Posturas e Comércio, que institui uma parceria entre a Secretaria de Gestão Ambiental e a Guarda Civil Municipal. No

Quebra da Lei do Silêncio ocorre, principalmente, durante a madrugada; ruído mais frequente é de veículos

entanto, as autuações só são realizadas mediante denúncias que podem ocorrer desde um chamado por telefone ou por meio do registro de Boletim de Ocorrência. De acordo com dados divulgados pela prefeitura, no ano de 2015 foram aplicadas no total 206 notificações de poluição sonora de veículos e estabelecimentos. No mesmo período, foram feitas 90

autuações por persistência e reincidência na emissão de poluição sonora e por persistência no funcionamento de estabelecimentos em horário irregular. Dessas notificações, 23 foram registradas no Rudge Ramos. Ivaldete Aparecida Pondian, 50, é comerciante no bairro há mais de 30 anos e contou que as reclamações mais frequentes dos morado-

Fotos: Maristela Caretta/RRJ

Sinalização em rua confunde moradores do Rudge Claudia Leone Maristela Caretta

MORADORES da rua Senador César Vergueiro, no Rudge Ramos, ainda estão em dúvida se moram em uma rua de mão única ou dupla. Na última semana, funcionários da prefeitura estiveram no local e pintaram no chão duas faixas amarelas que indicam que a rua seria de mão dupla. Porém, a sinalização das placas continua indicando que a rua é mão única.

O munícipe José Osvair Belartinucci, 55, comerciante, mora na rua Senador César Vergueiro há seis anos e afirma que nenhum morador recebeu informações sobre a mudança. “Já perdi a conta do número de batidas de carros. No último final de semana [26 e 27], nós tivemos que socorrer uma moça que bateu o carro no poste. Eu imagino que nós teremos batidas aqui constantemente e está uma confusão. Quem vem da Anchieta acha que é mão dupla e os motoristas estão confundindo muito.”

res, além do desrespeito aos horários, é a falta de divulgação de informações. “Muita gente ouve falar, mas, de fato, pouca gente sabe dizer como a lei funciona”, disse. Os limites para a emissão de ruídos são definidos por zoneamento. Nas zonas residenciais, é de 50 decibéis, entre 7h e 22h; das 22h às 7h, o limite é reduzido para 45 decibéis. Nas zo-

Além disso, Belartinucci afirma que durante a noite a incidência de acidentes é maior, assim como o número de roubos de veículos e celulares de estudantes da região. A também moradora Valéria Pessoa, 49, gastrônoma, afirma que os motoristas fazem a curva muito aberta, utilizando as duas faixas. “Viso a segurança das pessoas. Com uma mão já temos muitos acidentes,

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nas mistas, das 7h às 22h, entre 55 e 65 decibéis, das 22h às 7h, varia entre 45 e 55 decibéis. Já nas zonas industriais, entre 7h e 22h, 65 e 70 decibéis; das 22h às 7h, entre 55 e 60 decibéis. Um barulho de 50 decibéis corresponde ao som de pessoas conversando em um restaurante. Já o de 70 é considerado equivalente ao som médio de uma fábrica ou do ruído provocado pelo trânsito. Essa intensidade é medida por um aparelho, o decibilímetro. Para quem descumpre a Lei do Silêncio em São Bernardo, a punição pode variar desde a multa inicial por não cessar a emissão de ruído após a notificação, multa por reincidência na emissão de poluição sonora e por persistência no funcionamento em horário irregular, validada para bares e lanchonetes em zonas residenciais e mistas. Os valores de multa podem variar entre R$ 300 a R$ 4,7 mil. Para os estabelecimentos, a punição também prevê em lei a lacração e cassação de alvará de funcionamento, aplicada pela Secretaria de Planejamento Urbano. O morador que se sentir incomodado pela emissão de poluição sonora, deverá entrar em contato com a Guarda Civil Municipal ligando para o número 41262800, divulgado no site da prefeitura, ou comparecer pessoalmente na unidade de policiamento mais próxima de sua residência para registrar Boletim de Ocorrência.  Faixa pintada no chão indica mão dupla, mas placas continuam mostrando mão única

imagina com duas. Já vimos muitos casos, inclusive envolvendo pedestres e motoqueiros”, disse. A Prefeitura de São Bernardo, por meio da Secretaria de Transportes e Vias Públicas, informou, em nota, que a pintura da faixa indicando mão dupla não foi realizada pela prefeitura e que está em contato com a Ecovias para saber se a intervenção foi feita pela empresa. A reportagem entrou em contato com a Ecovias, que informou não ter realizado pintura ou mudança na sinalização da Anchieta e proximidades, ressaltando que a concessão da empresa se restringe a rodovia. 


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ECONOMIA

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Trocas confundem clientes Mesmo com informações presentes nas lojas, consumidores ainda enfrentam dificuldades no procedimento Gabriel Alves

QUANDO o assunto é troca, uma das preocupações dos clientes é como substituir o produto adquirido, seja por defeito, ou até mesmo por um presente que não o agradou. Existem diversas maneiras de como proceder, mas não é em qualquer caso que o consumidor pode exigir a troca. De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, isso só é assegurado em caso de defeito na mercadoria. Um dos motivos é que alguns lojistas têm a sua própria política de trocas, confundindo ainda mais o consumidor. Um exemplo clássico é quando o cliente se sente satisfeito em conseguir substituir o produto em uma loja. Mas em outra, não. A assessora de imprensa Munique Vargas, 32, contou que sempre se confunde ao tentar trocar um produto. Segundo ela, é sempre a mesma coisa: umas aceitam sem a nota fiscal, outras não. Ainda de acordo com Munique, toda vez em que ela precisa comprar um presente, pergunta ao vendedor quais são os procedimentos de troca para evitar possíveis dores de cabeça. “É um absurdo.” Dependendo do tipo do comércio, o lojista entende a troca como uma nova oportunidade de venda, oferecendo uma comodidade ao cliente. Em alguns casos, o consumidor acredita que essa atitude de cortesia é obrigatória. O aposentado José da Silva, 66, cliente da loja de variedades Arma-

rinhos Fernando, na rua Marechal Deodoro, centro de São Bernardo, disse que sempre é bem atendido na hora de substituir um produto. E que, quase todas as vezes, acaba gastando mais.

Fotos: Gabriela de Castilho/RRJ

Regras Uma peça pode ser substituída apenas em compras realizadas fora do estabelecimento comercial ou, então, quando apresentar defeito, segundo o Código de Defesa do Consumidor. De acordo com o responsável pelo Serviço de Atendimento ao Consumidor da loja Armarinhos Fernando, Carlos Eduardo Honorato, adotou-se uma regra própria para trocar produtos sem nota fiscal. Em casos de brinquedos, a loja coloca uma etiqueta de identificação na peça para impedir que produtos de outros estabelecimentos sejam trocados. Uma dica do Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) é o cliente procurar a loja munido da nota fiscal e, em caso de peça de vestuário, é importante sempre manter a etiqueta na mercadoria. Em casos de produtos com a durabilidade e garantia maiores, o órgão recomenda tirar uma cópia da nota fiscal, porque o comprovante se apaga com o tempo. O Procon reitera que todos os estabelecimentos comerciais são obrigados a ter uma versão física do Código de Defesa do Consumidor na loja para garantir a segurança dos clientes. 

Política de troca: Todos os estabelecimentos comerciais são obrigados, perante a lei, a possuir um exemplar do Código de Defesa do Consumidor. Mas, apesar de terem que seguir as regras, algumas lojas fazem sua própria. Como por exemplo: algumas lojas não trocam aos sabádos, já outras em um prazo máximo de 7 dias ou não trocam peças na promoção.


ECONOMIA

De 14 a 27 de abril de 2016

A desvantagem foi que, apesar de ter o direito de troca, tive que me locomover até o local” . Luan Ferreti

Caso o cliente queira cancelar o seguro estendido, a rescisão do contrato deve ocorrer entre a data de início de vigência da compra e o fim da garantia de fábrica”. Daniela Renata Advogada

Estudante

Compras online têm até sete dias para efetuar troca Gabriela de Castilho

A VANTAGEM de comprar pela internet é que o consumidor tem o direito de se arrepender do produto adquirido. Isso é garantido pelo Código de Defesa do Consumidor. A partir da data da aquisição, ele tem o prazo de até sete dias para trocar ou receber de volta o que pagou. A devolução depende da política de troca do site em que foi efetuada a compra. Como por exemplo, para casos de defeito da mercadoria, o site da Loja Casas Bahia aceita dentro do prazo de até 90 dias a partir do recebimento, contendo a primeira nota fiscal. Além disso, caso o reparo não seja feito em até 30 dias, a loja oferece ao cliente três opções: a substituição do produto por um novo, a restituição do valor pago ou o abatimento pro-

Gabriel Soufia

AO COMPRAR um produto eletrônico, eletrodoméstico ou automóvel, na maioria das vezes, as pessoas visam a durabilidade. Com isso, a oferta da garantia estendida tem se tornado cada vez mais comum. É um tipo de seguro que tem como objetivo fornecer ao segurado a extensão da garantia original de fábrica por mais um ou dois anos.

Gabriela de Castilho/RRJ

porcional do preço. A estudante de direito Letícia Soares, 21, tem o hábito de comprar pela internet por ser mais cômodo. Mas, ela avalia que trocar produtos pela internet é um pouco complicado. Por isso, ela busca sites confiáveis. “Para evitar dor de cabeça”, afirmou. Letícia contou que não teve problemas quando precisou devolver um sapato que não serviu. “Fui ao correio para reenviar o produto e não tive gasto com isso.” Já para o estudante de medicina Luan Ferreti, 23, sua experiência não foi positiva. Ele comprou um livro de anatomia e, quando recebeu viu que era a versão errada, por isso, decidiu trocar o livro. Em contato pelo SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente) do site, o estudante foi orientado a ir a uma loja física para trocar a publicação. “A desvantagem foi que,

Garantia estendida assegura novo produto Porém, em muitos casos, o consumidor compra o serviço sem informação adequada, ou seja, sem clareza do que está adquirindo. O cliente deve ficar atento com os termos da garantia que foi estendida. A oferta começará a valer após a original de fábrica e nas condições apresentadas no ato da compra, podendo, assim, segurar apenas uma parte do produto, e não o todo. Por exemplo, somente o celular, e não a bateria.

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Portaria: Carlos Eduardo, 45, porteiro do Condôminio Portal dos Clássicos, recebe cerca de 20 encomendas diariamente. Carlos separa e organiza as entregas, mas relata a frequente insatisfação dos moradores com as compras. “Às vezes, os moradores acham que nós somos os culpados.”

apesar de ter o direito de troca, tive que me locomover até o local”, contou Ferreti. A reportagem apurou em uma busca pela internet que muitos sites utilizam o SAC para os clientes poderem realizar trocas. Como, por exemplo, os sites da Hering, Marisa, Renner e Extra. A própria web oferece sites que orientam na hora de comprar pela internet. Um deles é o Reclame Aqui. Por meio dele, o interessado na compra online poderá informar se a empresa em que deseja comprar tem boas referências. 

SITES ÚTEIS www.casasbahia.com.br www.reclameaqui.com.br www.procon.sp.gov.br www.idec.org.br

Caso não seja possível o conserto da mercadoria, em até 30 dias o cliente poderá ser indenizado com um novo produto ou a devolução do valor. O consumidor deve prestar atenção nos termos contratuais de extensão da garantia, devido às divergências de cobertura de cada apólice. A advogada especialista em Direito do Consumidor Daniela Renata explicou que, caso o cliente queira cancelar o seguro estendido, a rescisão do contrato deve ocorrer entre a data de início de vigência da compra e o fim da garantia de fábrica. Assim, o consumidor receberá o valor total da garantia. Entretanto, se a rescisão

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acontecer após a data de início da cobertura, a seguradora devolverá apenas uma parte do valor, calculada de forma proporcional, entre o prazo de risco ao período de cobertura total. Para Daniela, o serviço disponibilizado pelas seguradoras é válido, desde que respeite o direito do consumidor: “A oferta de garantia estendida pode ser benéfica ao cliente, contanto que o fornecedor desse serviço cumpra as promessas apresentadas no contrato”, disse. Em compras de produtos de vida útil longa, contratar uma extensão da garantia é pouco vantajosa, como em uma geladeira, por exemplo.

Porém, um produto com uma tecnologia mais avançada tem valor de garantia maior. Já em uma TV que foi lançada há pouco tempo, haverá uma garantia com prazo menor e preço maior, pois ainda há pouco conhecimento dos riscos. 

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Murilo Rodrigues

RUDGE RAMOS Jornal da Cidade


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COMPORTAMENTO

RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

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Cultura vegana atrai adeptos na região

[O veganismo] Significa parar de considerar os animais como instrumentos para satisfazer nossas necessidades que muitas vezes são apenas caprichos.” Tarik Gazinev

Vegano

Eliminação do consumo de qualquer produto que seja de origem animal caracteriza esse estilo de vida Fotos: Nathalia Fabro/RRJ

Nathalia Fabro

ESTATÍSTICAS indicam que em torno de 113 pessoas, das 15 mil cadastradas no portal ‘MapaVeg’, são veganos que residem no ABC. Esse site busca de forma autônoma mapear os vegetarianos, veganos e simpatizantes pelo Brasil. O veganismo é um estilo de vida que é contra toda forma de exploração animal pelo ser humano. Dentro desse estilo está a dieta vegana. O nutricionista Ricardo Zanuto explicou que esse regime se baseia em não consumir nenhum produto de origem animal como carnes – bovinas, suínas, frangos e peixes, leite e seus derivados (manteiga e queijo, por exemplo), ovos e mel. Cortar esses itens não significa que a alimentação ficará restrita. É possível fazer pães, bolos, pizzas, hambúrgueres e até feijoada vegana, segundo o nutricionista. As massas, por exemplo, levam óleo vegetal e fermento biológico, e ficam com a aparência de receitas tradicionais. “Todas as pessoas podem se tornar veganas, lembrando sempre de buscar orientação profissional para fazer as substituições adequadas”, falou Zanuto. A diferença da dieta vegana para a vegetariana é que o vegetarianismo exclui as carnes, mas ainda há o consumo de leite, seus derivados, ovos e mel. “Uma pessoa adota o vegetarianismo por diversos fatores como religião, questão ética ou saúde”, afirmou Zanuto. Durante um ano, o estudante Tarik Gazinev, 20, foi vegetariano por questões de saúde corporal. No dia do seu aniversário de 18 anos, decidiu se tornar vegano, porque queria minimizar os danos aos bichos e ao meio ambiente. “Por muito tempo me forcei a acreditar que porque as galinhas botam ovos naturalmente, era natural

Acima, uma feijoada vegana que é feita com batata doce, cenoura e beterraba. Ao lado, um bolo de chocolate vegano que não leva ovo e nem leite

que a gente pegasse e vendesse esse produto. Mas, quando comecei a pesquisar, descobri que estava financiando a indústria de obtenção de leite e de ovos que causam muito sofrimento animal”, contou. Tarik alega que, com a

Existem

113 pessoas veganas que residem no ABC, segundo o portal MapaVeg

dieta, ficou com mais energia, mais concentrado e parou de sofrer de prisão de ventre. Para ele, o veganismo é a favor da libertação animal. “Significa parar de considerar os animais como instrumentos para satisfazer nossas necessi-

dades que, muitas vezes são apenas caprichos.” Há pouco mais de um ano, a moradora de São Bernardo Tábata Ribeiro, 30, virou vegana e percebeu que não conhecia quase ninguém que também seguia essa filosofia. Por isso, decidiu criar

no Facebook a página e o grupo ‘Veganos do ABC’ para aproximar as pessoas da região com o mesmo interesse. “Queria ajudar as pessoas a pensarem e mudarem sua alimentação. Algumas no grupo não são veganas e estão lá por curiosidade e para aprender sobre o veganismo”, falou Tábata. Para ela, a participação dos “curiosos” é importante para diminuir o preconceito. “É uma questão cultural. As pessoas estão acostumadas desde crianças a ouvir dos médicos, dos pais e da escola, que comer carne faz bem. Algumas pensam que a gente só come folha.” Quando foi fundado, em fevereiro de 2015, o grupo contava com 10 integrantes. Atualmente, quase 800 pessoas participam e usam as páginas para divulgar informações, eventos, restaurantes, compartilhar receitas e histórias de vidas. Apesar desse número ser significativo, as opções para esse público na região são limitadas. Tábata diz conhecer três restaurantes veganos em Santo André, um em São Caetano e um em São Bernardo. “No começo do grupo até fizemos uma campanha para que os restaurantes da região tivessem opções veganas. Alguns até aderiram e foram receptivos, mas a maioria nos ignorou”, disse. Qualquer pessoa pode participar do grupo desde que siga as regras. Uma delas é não compartilhar nas redes sociais nada sobre produtos que sejam testados em animais, ou alimentos que não estejam de acordo com a dieta vegana. Além da alimentação, o veganismo abrange o não uso de cosméticos, remédios, produtos de limpeza e higiene pessoal, roupas (lã e couro, por exemplo) e objetos que sejam de origem ou tenham sido testados em animais. O movimento também se opõe a circos com animais, zoológicos, caças e eventos como touradas e rodeios. 


Veganos em academias abandonam o “frango com batata-doce” Saara Paiva

CADA VEZ mais pessoas estão adotando o modo de vida vegano, inclusive os fãs de academia. Os que antes aderiam ao lema “frango e batata doce”, hoje procuram um cardápio mais variado e sem produtos de origem animal. Katia Teixeira, 35, possui um box Cross Fit em Santo André e é instrutora da academia. “Muitos alunos vêm me perguntar o que eu como e sempre respondo ‘no seu prato só tem carne’? Não. Eu como todas as outras coisas da pirâmide alimentar’, menos carne”. Katia, que é formada em educação física, sempre recomenda que, primeiramente, procurem um nutricionista para ajudá-los a substituir cada proteína, além de estudarem sobre a composição dos alimentos.

COMPORTAMENTO

De 14 a 27 de abril de 2016 Fotos: Arquivo Pessoal

Também dormia melhor e me sentia mais leve.” Com a mudança da dieta, Diaz também perdeu peso, mas o estilo de vida começou a pesar no bolso. Como não tinha tempo para cozinhar em casa, acabava almoçando em restaurantes veganos, que eram mais caros. “Em restaurantes normais, você gasta por volta de R$ 20 para comer, mas no vegano eu gastava uns R$ 40”. Diaz passou três meses seguidos fazendo a dieta, mas no quarto mês abriu uma brecha e acabou deixando o veganismo de lado. “É difícil permanecer quando as pessoas comem carne em todos os eventos que você vai,” falou. Apesar disso, ele e a noiva pensam em voltar a ter a dieta, mas querem começar aos poucos, tornando-se ovolactovegetarianos e, depois, veganos. “Os benefícios são grandes, quero muito voltar. No treino, por exemplo, eu ganhei peso depois que larguei”, contou Diaz. 

“Só fica doente quem começa [a dieta] sem procurar outros alimentos. Apenas tirar a carne do cardápio não é saudável e muitos ficam anêmicos por isso”. Quem adota o estilo de vida vegano e faz academia tem mais uma opção além do cardápio de origem natural: os suplementos alimentares. Famosos nas academias, os suplementos costumam ser feitos à base de leite, mas também estão sendo produzidos alguns especiais, feitos à base de arroz, ervilha ou soja. Katia já experimentou os três para malhar e notou diferença nos resultados finais em relação aos suplementos comuns. Davis Diaz, professor de educação física, foi vegano por cinco meses e notou uma melhora significativa em seu corpo. “Eu comecei a ficar mais satisfeito, acordava mais disposto, tinha mais energia para os treinos.

Proteína obtida pela carne pode ser substituída Rebeca Sabatini

PESQUISA DO IBOPE aponta que 8% dos brasileiros são vegetarianos e 28% desejam reduzir o consumo de carne. Porém, o levantamento não aponta que tipo de vegetarianismo eles praticam. Segundo a nutricionista Alexandra Marçal Curilov, a proteína não está somente na origem animal. Existem alimentos de origem vegetal, como o feijão e o grão de bico, que possuem nível altíssimo de proteína. Hoje em dia, as pessoas pesquisam muito na internet, blogs e pessoas que fizeram a dieta e se esquecem de que cada um necessita de uma dieta específica. “Fisiologicamente, anatomicamente e bioquimicamente, somos diferentes”, explicou a nutricionista. De acordo com Alexandra, a dieta vegana é baseada em frutas, verduras, legumes e alimentos como arroz, feijão, cereais e óleos como

de soja e de linhaça. Não utilizam manteiga nem margarina, pois são derivados do leite. “Eles usam alimentos como feijão, que possuem muita proteína e grão de bico”, explicou Marçal. Fontes de proteínas são todos os tipos de carnes, como carne branca - peixes e aves, em carnes vermelhas, além do coração de galinha e fígado. Existe uma diferença entre fonte de proteínas e ter proteínas. A quinoa tem bastante proteína, assim como grão de bico, brócolis, e outros legumes e cereais, porém, eles não são fontes. “O único problema dos vegetarianos estritos e os veganos é a vitamina B12, que é um precursor de ferro, então, precisa suplementar.” A vitamina pode ser complementada por meio de cápsulas, disse a nutricionista. Estilo de vida Quando tinha 15 anos, após assistir o documentário ‘A Carne é Fraca’, produzido em 2005 pelo

Katia, vegana, praticando sua sessão de exercícios na academia

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O único problema dos vegetarianos estritos e os veganos é a vitamina B12 que é um precursor de ferro então precisa suplementar.” Alexandra Curilov

Nutricionista

Instituto Nina Rosa, o qual provoca a reflexão sobre as consequências do consumo de carne, a estudante Thainá Rocha Neves, hoje com 19, se tornou vegetariana. “Lembro de ter chorado muito naquele dia e, até hoje, é difícil entender como a indústria trata o sofrimento dos animais como algo tão natural”, afirmou. A decisão de entrar para veganismo foi há seis meses. “Primeiro, tomei a decisão e depois procurei uma nutricionista para me orientar. É sempre bom pois, além de ajustar os horários e alimentos ideais, ela ainda sugeriu novas opções de substituições”, explicou Thainá.

A estudante iniciou cortando leite e seus derivados, porque a gordura saturada de queijos, por exemplo, é inflamatória e pode gerar vários problemas de pele. “Notei uma melhora absurda na minha pele”, contou. Logo em seguida cortou os ovos. Já a estudante Mayara Campanharo, 27, virou vegetariana após ver um caminhão em frente a um açougue. “Me chocou ver aquelas peças cruas juntas e ao notar que eram um corpo de um animal. Não quis mais gerar morte”, falou. Ela disse que começou a ler sobre a crueldade nos abates e a violência presente na produção do leite

e do ovo. Então, resolveu que também pararia de consumir esses produtos. ´´Decidi não provocar nenhuma crueldade contra nenhum ser”, disse. A estudante conta que o estilo de vida também mudou e que se vai para alguma festa costuma levar a própria refeição. “Se for aniversário de criança, levo um pedaço de bolo vegano”, disse Mayara.  Murilo Rodrigues

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SAÚDE

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Malhação ao ar livre atrai idosos Agnes Hehn

AS ACADEMIAS para a Terceira Idade, que são aparelhos para exercícios físicos ao ar livre, já integram a paisagem de parques e praças de São Bernardo. Essa é a constatação da reportagem que, ao percorrer alguns desses espaços, percebeu a frequência com que idosos utilizam esses equipamentos. Desde 2009, as academias contam com dez aparelhos de ginástica que trabalham a parte muscular e cardiovascular do corpo, além de placas explicativas de como realizar cada exercício e a importância do alongamento para a terceira idade. Um dos aparelhos mais procurados é o simulador de caminhada, que aumenta a mobilidade dos membros inferiores e desenvolve a coordenação motora. Após um AVC, Turíbio Ferreira,78, e Bruno Bongiorno, 83, recorreram às academias ao ar livre para manter o corpo ativo e a mente tranquila. Ferreira voltou às atividades há uma semana no Parque dos Meninos, no Rudge Ramos, após dois anos do AVC. “Voltei aos poucos, ainda sinto muita falta de ar e tontura, mas sem o exercício o corpo e mente se rendem novamente à doença.” Já Bongiorno, debilitado na fala e no modo de andar, frequenta o Parque Raphael Lazzuri, no bairro Anchieta, há 10 anos. Com fortes dores na coluna, ele vai até o parque sozinho e pratica os exercícios sem orientação médica ou supervisão de um profissional. O casal Celeste Gouveia, 80, e Oládio Dias, 79, são frequentadores do Parque dos Meninos há oito anos. Com dores frequentes nos joelhos, os dois optaram pelo parque por ser perto de casa. Todo sábado, domingo e segunda-feira pela manhã, o casal faz uma hora de exercícios, revezando entre os dez aparelhos. “Se ele [Oládio] não vem, eu também não venho. Ele é uma companhia e um estímulo para continuar”,

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Aparelhos de ginástica instalados nos parques de São Bernardo auxiliam na realização de exercícios

O exercício mal feito pode causar problemas graves. Caso o idoso esteja se sentindo bem e não apresente dores durante ou após os exercícios, eu digo que tem mais é que continuar.” Thiago Buran

Fisioterapeuta

disse Celeste. Com uma prótese no joelho e afastada pelo INSS, Pedrina Soares, 69, é só disposição na hora de fazer os exercícios. Com orientação médica para fazer hidroginástica e caminha-

da, Pedrina passava mal nas sessões de hidro. Como alternativa e redução de gastos, procurou o Parque dos Meninos, onde treina cerca de 40 minutos na academia ao ar livre. “Eu trago o celular e cronômetro tudo. Fico de 5 a 10 minutos em cada aparelho e finalizo com uma boa caminhada.” Valdecir Lanza, 68, se divide entre os exercícios no Parque Raphael Lazzuri e os cursos de assessoria empresarial que ainda ministra na parte da tarde. Aposentado, Valdecir realiza exercícios desde a sua adolescência. Após um problema de coluna e com orientação médica, ele pôde

voltar à rotina fazendo meia hora dos aparelhos (dividindo 10 minutos para cada) e finalizando com alguns exercícios de alongamento. “Como não tem ninguém orientando, precisa ter cuidado. Não procuro exagerar e, se sentir alguma dor, eu vou parar.” Segundo o fisioterapeuta Thiago Buran, a atividade física na terceira idade é essencial para prevenir e diminuir doenças cardiovasculares, além de aumentar a força muscular e reduzir as dores nas articulações. Ele alerta para priorizar exercícios de alongamentos, realizar os aparelhos com baixa carga

Idosos praticam atividades físicas nos parques da cidade e contam com dez aparelhos de ginástica ao ar livre. No detalhe, uma das placas explicativas de como realizar cada exercício, além da não indicação do uso para crianças pequenas

e manter a atividade física como uma rotina diária. “O exercício mal feito pode causar problemas graves. Caso o idoso esteja se sentindo bem e não apresente dores durante ou após os exercícios, eu digo que tem mais é que continuar.” 


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SAÚDE

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Atividades aeróbicas reforçam prevenção Carlos Eduardo Alves

A PRÁTICA de esportes é fundamental para a saúde de pessoas em todas as idades. Os benefícios da realização regular de atividades físicas, no entanto, podem ser maiores na terceira idade. Os exercícios aeróbicos podem ajudar na prevenção de doenças comuns em idosos, como hipertensão e diabetes. Porém, de acordo com a clínica geral Marianne Kramer, os pontos positivos da realização de exercícios físicos, ao menos duas vezes por semana, vão além da prevenção de doenças, podendo ajudar, também, na autoestima, bem-estar e socialização dos idosos. A médica Marianne relaciona vários itens benéficos: a melhora da massa óssea, reduzindo a possibilidade de osteoporose; a melhora da força muscular e articular, prevenindo dores crônicas; diminuição da gordura visceral, que é responsável pelas doenças cardiovasculares; redução da resistência insulínica, prevenindo diabetes. “Além disso, tem a parte psicológica, porque o idoso que se exercita, que pratica atividade física, melhora a sua sociabilização, sua autoestima e fica mais integrado à sociedade”, disse. No entanto, o idoso pode ter problemas se exagerar nos exercícios físicos. Ma-

rianne aponta que o excesso da atividade pode trazer complicações médicas, tais como lesões ósseas e musculares, além de problemas cardíacos e um possível enfraquecimento do sistema imunológico pela exaustão, facilitando o surgimento de outras doenças. O alongamento e a hidratação antes e depois dos exercícios também são importantes. Ainda de acordo com a médica, o idoso deve passar por uma avaliação médica e um preparador físico, para prevenir lesões e buscar o tipo de treinamento ideal. Durante a atividade física, é importante que o idoso evite lugares muito quentes, horários de sol muito forte. “Porque a pessoa da terceira idade, como tem menor proporção de água no organismo, é mais propensa à desidratação”, comentou. O planejamento das atividades varia de acordo com a condição de cada pessoa. Porém, de uma forma geral, o ideal para a melhoria do bem-estar na terceira idade é a realização de exercícios físicos de três a cinco vezes por semana. Nesse período, deve-se alternar as atividades entre exercícios aeróbicos, como corrida, caminhada, natação ou hidroginástica, exercícios de alongamento, como ioga ou pilates, além de algumas atividades leves de musculação.  Carlos Eduardo Alves/RRJ

André Francisco/RRJ

Tai chi chuan tem sido uma das alternativas da terceira idade para a prática de atividades físicas

Artes marciais ajudam idosos André Francisco

OS EXERCÍCIOS físicos são importantes para qualquer idade. Mas, para os idosos tornam-se muito importantes para a melhoria dos movimentos. Quando atividades físicas são aliadas a hábitos saudáveis e alimentação correta, melhora a qualidade de vida do idoso. Para o Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia), órgão do governo federal, dez semanas a nove meses de exercícios reduzem em 10% a probabilidade de queda entre os idosos. Além disso, treinamentos específicos para equilíbrio diminuem em até 25% o número de quedas.

Uma das formas que pessoas acima de 60 anos podem praticar são as artes marciais. A prática do tai chi chuan, por exemplo, reduz a possibilidade de quedas em 37%, segundo o Into. A costureira Nazareth Gorti Telez, 68, nunca praticou nenhum tipo de esporte. “Achava um tédio”, disse. Ela começou a ter problemas para andar e optou pelo tai chi chuan há um ano, por recomendação médica. “Passei a praticar e gostei.” Além do tai chi chuan, o karatê também pode ser praticado por idosos. O professor Ednei Chawa Albigezi, 40, comenta que o treinamento do karatê para idosos é recomendado porque ajuda no condicionamento físico e na capacida-

Crossfit dá agilidade e mais flexibilidade Ana Catharina Bessa

Idosos devem sempre fazer alongamento antes e depois de exercícios

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O CROSSFIT é um esporte de treinamento de força e condicionamento geral que busca, entre exercícios que necessitam de grande esforço, uma melhoria na capacidade física como resistência cardiorrespiratória, flexibilidade, coordenação e agilidade. Para idosos, a modalidade é uma alternativa que ajuda na prevenção de doenças comuns na terceira idade como diabetes e problemas cardiológicos. Corrida, corda e até levantamento de peso são exer-

cícios comuns na modalidade. Mas, algumas etapas podem ser adaptadas, de acordo com a idade do praticante, principalmente para que o treino seja feito com segurança. Quem adotou o crossfit, por exemplo, foi o empresário Ezequiel Silva, 60. Mas, ele precisou trocar a barra que pesa em média 20 kg por outra com 7 kg. “Eu não conseguia fazer levantamento de peso. Mas os professores sempre foram atenciosos e me ajudaram com o que eu precisava”, afirmou. Além disso, para Silva o esporte é uma boa alternativa para quem não quer ir

de cardiovascular e mental. Albigezi conta, também, que idosos preferem o karatê do que a malhação na academia por causa do dinamismo e da interação. “Muitos alunos meus não se adaptam ou não têm paciência para utilizarem aparelhos de musculação ou ginástica.” Já o marceneiro Florêncio Sales Brota, 62, prefere o judô. Ele disse que começou há oito meses por influência do filho. Ele já pratica há três anos e, às vezes, acompanhava ele. “A musculação não rendia para mim, porque eram sempre os mesmos exercícios. O judô me deu mais liberdade nos movimentos e não cansa”, disse o marceneiro. 

à uma academia convencional. “Eu gosto do Crossfit porque os treinos são alternados e menos cansativos de se fazer”, contou Outro praticante é o aposentado Luis Tadeu, 61. Segundo ele, a modalidade foi fundamental para sua saúde. Tadeu contou que tem condromalácia patelar no joelho esquerdo e treinou com agachamentos e alongamento. “Eu tinha muita dor e isso me ajudou a fortalecer a musculatura”, contou. Mesmo que existam outros exercícios que necessitam de grande esforço físico, como por exemplo pular corda, Tadeu afirmou que o esporte pode ser uma escolha segura para o idoso. “Comecei a fazer há um ano e nunca tive problemas ortopédicos”, disse. 


10 COMPORTAMENTO

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Thamiris Galhardo

INSPIRADAS na idade média, com origem no Trovadorismo, as serenatas se tornaram tendência no Brasil por volta de 1717 com o objetivo principal de declaração de amor para os amantes apaixonados. Mas não se engane ao pensar que o romantismo das cantigas acabou, atualmente, existem grupos especializados em serenatas que tocam para animar festas. Os seresteiros Trovadores Urbanos, de São Paulo, começaram a se apresentar há 25 anos com o objetivo de proporcionar momentos marcantes aos seus clientes. Maida Novaes, criadora e produtora do grupo, afirmou que o conjunto foi criado no Dia dos Namorados e, desde lá, nunca mais pararam. “Foram tantas histórias nas serenatas que realizamos, que acabamos fazendo um livro”, contou. Maida também afirmou que as músicas mais pedidas pelos clientes são: “Eu sei que vou te amar”, “Você”, “Viver”, “Canção da América”, “Se todos fossem iguais a você”, “Trem das onze”, “Fico assim sem você” e “Carinhoso”. Ela também disse que o perfil das pessoas que os procuram costumam ser mulheres para se declararem. Paulo Eduardo Tondato, 52, morador de São Caetano e professor de educação física, disse que contratou os Trovadores Urbanos para surpreender a esposa em seu aniversário. “A ideia era agradá-la. Contratei o grupo e, coincidentemente, eles tocaram a música que marcou nosso relacionamento”, falou. Sobre o romantismo, Tondato disse que as redes sociais não são os principais problemas, mas, sim, as relações humanas. “De uma maneira geral, as pessoas mudaram na sua forma de se relacionar. Vejo muitos casais que, ao invés de interagirem entre si, ficam separados mexendo no celular”, ressaltou. Elisabeth Lasso Caram, 68, membro do Grupo Lúmen de serenatas, que existe há 25 anos em São Caetano, surgiu com a ideia de tocar MPB, além de outros ritmos. Mas, devido a pedidos de amigos, começaram a se apresentar como seresteiros. “A partir daí, começamos a nos profissionalizar. Buscamos saber com nossas famílias quais eram as roupas da época para homenagearmos as pessoas realmente caracterizados como seresteiros”, disse.

Divulgação

Serenatas resistem ao tempo

Grupo Lúmen de serenatas de São Caetano existe há 25 anos e surgiu com o objetivo de cantar MPB, mas, devido a pedido de amigos, mudaram o repertório musical

Cantigas encantam casais de todas as idades e são utilizadas por grupos para animar festas

Elisabeth também afirmou que já passaram por muitas situações inusitadas, como quando o homenageado gostou da apresentação do grupo, mas não se interessava pela pessoa que contratou os seresteiros. “Já chegamos a tocar em vários velórios e sepultamentos, também. Normalmente, as famílias pedem músicas para homenagear os falecidos”, explicou. Já a estudante de engenharia Giovanna Paiva Sousa, 19, contou que rece-

beu uma serenata de amor via Skype de seu namorado que morava em outro Estado. “Na ocasião, ele cantou ‘Patience’ da banda Guns N’ Roses, que, no momento, retratava o período do nosso relacionamento, falando sobre como deveríamos ter paciência e esperar para gente poder se encontrar.” Ela também falou que gostaria de fazer e receber outra serenata. “Hoje, o romantismo é diferente, textos no Facebook com fotos e vídeos substituíram coisas

como serenatas e buquês de flores, mas não acho que as pessoas perderam o romantismo, apenas modificaram a forma de demonstrar o amor”, declarou. Para o estudante de engenharia de produção Matheus Delgado, 19, o romantismo é algo que as pessoas perderam um pouco, mas que nunca vai deixar de existir. Ele contou, também, que fez uma serenata para sua namorada como presente de aniversário. “Fiz um texto que falava sobre

Fiz um texto que falava sobre o começo do nosso relacionamento, como superamos algumas dificuldades e que eu a amava”. Matheus Delgado

Estudante

o começo do nosso relacionamento, como superamos algumas dificuldades e que eu a amava”, disse. O estudante de economia Umberto Laurindo Junior, 18, afirma que já fez serenata para uma amiga pela qual acreditava estar apaixonado. “Declamei Monólogo de Orfeu, que é um trecho da peça musical de Vinicius de Moraes, é o lamento de Orfeu pela ausência de uma mulher, a reação dela foi marcante para mim”, falou. Laurindo Junior também contou que gostaria de receber uma serenata e dedicar um poema de autoria dele para alguém. Ele disse também que vivemos em um tempo onde as relações passam a ter uma estrutura diferente, velhos costumes são substituídos, com isso o romantismo também sofre mudanças. 


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COMPORTAMENTO 11

Fotos: Paloma Carlos/RRJ

Meus clientes relembram o passado. É ai que surgem as propostas de venda, mas não tenho nenhum interesse em vendê-las, tenho muito sentimento nelas”

Diego Gonçalves de Souza Comerciante

Com a modernidade dos computadores e smartphones, máquinas viraram relíquias preciosas para colecionadores

Máquinas de escrever viram hobbies Paloma Carlos Thamiris Galhardo

MUITO usadas no passado, máquinas de escrever se tornaram tendência. Antigamente utilizadas para redigir cartas, documentos e receitas de bolo, as máquinas viraram hobbies para os apreciadores do equipamento. Como é o caso do comerciante Diego Gonçalves de Souza, 32, que disse ter tido

o primeiro contato com a máquina aos 8 anos, quando seu avô mostrou como escrever no instrumento. Souza também falou que há três anos começou a comprar máquinas usadas, porque trazem boas lembranças e ainda servem para decoração de sua loja. “Muitos clientes relembram o passado e o começo das suas carreiras. É ai que surgem as propostas de venda, mas não

tenho nenhum interesse em vendê-las, tenho muito sentimento nelas”, disse. O comerciante também contou que tem vontade de usar as máquinas para escrever algo especial, mas tem dificuldade em encontrar peças. “Normalmente, são bem caras, então, por enquanto, as uso só na decoração da minha loja, mas quem sabe um dia resolva mexer nelas”, afirmou. Já o mecanógrafo e téc-

nico em eletrônica Roberto Celini, 52, Santo André, conta que não acha difícil encontrar peças para o conserto das máquinas de escrever, mas ressalta que a procura por reparos diminuiu após o surgimento do computador. “Antigamente, eu atendia cerca de 100 máquinas por ano, agora, o máximo de demanda que tenho é de 20 por ano.” Celini disse que o perfil do cliente também não

Câmeras antigas atraem atenção da juventude Paloma Carlos

FOTOGRAFIAS se tornaram parte essencial da vida em sociedade, seja para noticiar um grande acontecimento nos jornais ou para registrar um momento especial. Ao longo do tempo, as câmeras fotográficas evoluíram e se adaptaram a plataforma digital, porém, existem pessoas que ainda gostam da velha forma de fotografar e de colecionar câmeras que muitos consideram ultrapassadas. A fotógrafa e administradora Mayara Soares Goveia conta que o que mais a atrai nas câmeras analógicas é o fato de conseguir uma foto sem edição com efeito próprio de cada modelo. Conseguir efeitos diferenciados nas fotos sem

precisar de edição foi o que levou, também, a publicitária Bruna dos Santos Soares Santiago a adquirir uma câmera Lomográfica, uma série em que cada modelo capta um efeito diferente da imagem. “Percebi que, com uma câmera simples, eu conseguia efeitos sensacionais. Comecei a pesquisar e vi que existiam muitos modelos lindos”, contou. Quem deseja adquirir um desses modelos precisa estar preparado para lidar com algumas dificuldades, como por exemplo, encontrar lugares que vendam o tipo específico de filme e revelem as imagens. “Tenho muita dificuldade para achar os filmes, só encontrei em uma loja. E para revelar também é complicado porque para o meu tipo de câmera precisa ter um

mudou, mas que apesar do avanço tecnológico, ainda encontra jovens a procura de consertos. “Normalmente, atendo pessoas mais idosas que querem arrumar suas relíquias, mas já atendi adolescentes que muitas vezes são colecionadores ou apenas consertam para guardar em casa na busca de lembrar de alguém querido”, lembrou. Dárison Saraiva Viana, 52, advogado, conta que usa a máquina, que é herança de família, desde 1982 e afirma ver melhor utilidade no equipamento para preencher guias e, antigamente, alguns processos, também. Viana também ressaltou que, em tempos de computador, não há escapatória, pois, atualmente, tudo é eletrônico, mas disse ainda ver vantagens na máquina de escrever. “Em alguns momentos, a máquina de escrever nos empresta uma agilidade que os computadores não têm, pois sozinhos, sem uma impressora, são incapazes de serem eficazes”, falou.  Câmeras lomográficas têm atenção devido aos efeitos diferentes

lugar certo”, disse Bruna, que aconselha a usar o modelo apenas para registrar momentos importantes. Outro modelo que tem ganhado muito espaço entre os jovens é o das câmeras instantâneas que imprimem a foto segundos após o registro. Esse tipo foi febre nos anos 80 e, agora, voltou repaginada, permitindo ao usuário visualizar a foto antes de imprimi-la.

A fotógrafa e administradora, que também possui uma câmera desse modelo, acredita que essa mistura do novo com o antigo é o motivo pelo qual as pessoas se apaixonaram novamente por esse modelo. Poder guardar um momento especial, ou presentear alguém com uma foto tirada segundos antes foi o que impulsionou Mayara a adquirir uma instantânea.

“A possibilidade de poder pegar a foto na hora, poder guardar um momento especial e deixar a mostra para poder reviver esse momento várias vezes”, explicou a fotógrafa. A publicitária conta que as pessoas sempre ficam admiradas com o design de sua câmera. “A minha, em especial, é azul royal. Sempre querem ver de perto, saber como funciona”, contou Bruna. Mayara acredita que toda essa curiosidade das pessoas acontece devido a evolução do modo de fotografar nos últimos anos e faz também com que os mais velhos se lembrem de como as coisas eram diferentes. “É fascinante poder ter câmeras antigas e tão maravilhosas, é o sonho de muita gente”, relatou. 


12 CULTURA

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Jovem escultor da região leva hiper-realismo para a OMA Giovani Caramello, 25, é autodidata e iniciou a carreira com modelagem 3D Gabriel Mendes

ULTRA REAL é o termo que melhor define a obra do artista do ABC que atualmente expõe na Galeria OMA e que, com apenas 25 anos, alcançou reconhecimento mundial e é uma das novas apostas da arte contemporânea. Giovani Caramello nasceu em Santo André e é autodidata, iniciou a carreira com modelagem 3D e viu na escultura uma forma de melhorar a técnica, foi nesse momento que despertou o interesse pelo estilo. O hiper-realismo é um estilo artístico inspirado na fotografia e que teve origem nos Estados Unidos em 1960. O objetivo era apresentar uma realidade detalhista e ampliada da imagem fotográfica, que era o instrumento usado para mostrar visão em alta defi-

nição. Ao longo da história o estilo foi adaptado a pintura e a escultura. O trabalho retrata a solidão e a fragilidade humana, o artista utiliza materiais variados como a fibra de vidro, tinta acrílica, resina e silicone. Caramello acredita que arte é, em geral, a busca de reflexão e define seu trabalho como “Introspectivo, de autoconhecimento e que traz reflexões internas, pelo menos é meu objetivo”. O artista, que teve seis meses para revisar o material da exposição, leva cinco obras ao OMA, sendo que uma já estava pronta e durante o processo houve a criação de quatro novas, em resina, material já conhecido pelo escultor, que afirmou ter tido uma produção tranquila e bem fluida em relação à anterior. Depois de expor em diversos lugares, Caramello afirma que uma das mu-

Divulgação/OMA

Estilo artístico é inspirado na fotografia e teve origem nos Estados Unidos, em 1960

danças desde sua primeira exposição foi na estética, ocorreu uma simplificação em seu trabalho e a utilização de materiais diferentes. “Foi uma forma de fazer as pessoas verem além do visual da obra, percebi que muita gente parava para

ROTEIRO

Adilson Junior

DANÇA

TEATRO

Stand-up

Aulas de dança Projeto Co oferece workshops de dança – A companhia de dança de espaço urbano Projeto Co, sediada em São Bernardo, promove o projeto Díptico das Multidões, com apoio do edital Programa de Ação Cultural (ProAC). Ao todo, são 20 vagas oferecidas gratuitamente. As aulas serão ministradas pelo dançarino, diretor e educador Marcio Greyk. Para participar é necessário enviar uma carta de interesse para o e-mail projetoco@gmail.com. O curso vale 10h de atividades complementares. As atividades ocorrem no Emaei Professor Paulo Bugni, que fica na rua Olinda, 87 – Nova Petrópolis, São Bernardo. Dias 20/04 e 21/04, quarta e quinta, das 14h às 17h e dia 22/04, das 14h às 18h. Classificação livre. Entrada franca.

O ator e comediante Gustavo Boleiro faz um stand-up com observações do cotidiano sobre família, profissões, horóscopo, novelas, etc. Um show de humor que agrada a todos os tipos de público, levando a identificação e fazendo com que todos saiam do teatro esquecendo os problemas do dia-a-dia. Duração de 70 minutos. Inspirados no sucesso da banda sueca Abba, que marcou época nos anos 70, o grupo Abba Majestät executa as canções que marcaram época e estão presentes até os dias de hoje nas mentes dos fãs. Sucessos como Dancing Queen, Mama Mia e Waterloo são interpretados por Manuela Perez (Agnetha Fältskog), Meg Melo (Annifrid “Frida” Lyngstad), João Said (Benny Andersson) e Daniel Costa (Bjöm Ulvaeus). As apresentações ocorrem no Teatro Lauro Gomes no sábado (16) e domingo (17), respectivamente. O teatro fica na rua Helena Jacquey, 171 – Rudge Ramos, São Bernardo. Indicação: 16 anos (stand-up) e livre (musical). Entradas: Stand-up, R$ 15 (meia) e R$ 30 (inteira). Musical, R$ 35 (meia) e R$ 70 (inteira). Os ingressos podem ser adquiridos no site www.compreingressos.com

ver minhas esculturas só pela técnica, tentar mudar isso foi um amadurecimento para mim”, explicou. Sobre o futuro, o escultor afirma ainda querer entrar em acervos de museus, tanto no Brasil quanto no exterior e que ter uma obra exposta na Pinacoteca de São Paulo ou de São Bernardo seria um grande passo. Muito comparado em termos de estilo ao escultor australiano Ron Mueck,

que teve a exposição mais visitada de 2015 na Pinacoteca de São Paulo, Caramello diz que no começo foi bom pela repercussão em torno de seu nome, mas que atualmente não gosta muito da comparação. Caramello se diz feliz em poder se destacar sendo da região. “Dá um foco maior no ABC, tem muitos artistas bons aqui”, afirmou o escultor que apontou a OMA como um espaço muito importante para a região e por ser uma alternativa para quem não pode sair daqui para ir até a capital, além de trazer gente de São Paulo para o ABC. Segundo o artista, a galeria é um espaço que abre muitas portas. Para quem pensa em começar com algum tipo de trabalho artístico, Caramello dá a dica: “Faça o que vem de dentro, sem filtros, sem seguir modismos ou regras. Com amor as coisas começam a acontecer”, segundo o artista, o reconhecimento do trabalho é consequência disso. Serviço

OMA Galeria Rua Carlos Gomes, 69, no Centro de São Bernardo De 1º de abril até 25 de maio Horários de visitação: terça a sexta, das 10h às 19h, e aos sábados, das 10h às 14h. 

INFANTIL

A Bela e a Fera Santo André recebe peça “A Bela e a Fera” Baseado no clássico da Disney, que traz a história de um príncipe que é amaldiçoado por uma bruxa, se transformando em uma fera. Para reverter o feitiço, o jovem precisa aprender a amar e ser amado. A tarefa, aparentemente impossível, acontece. Bela, uma jovem inteligente de beleza única, enxerga além das aparências do rapaz e o ensina o verdadeiro significado do amor. A adaptação é de Tina Mendes e a peça estará disponível no Teatro Municipal de Santo André no sábado (16) e domingo (17), às 15h. Teatro Municipal de Santo André – praça IV Centenário, s/n – Centro, Santo André. Indicação livre. Entradas custam R$ 30 (meia) e R$ 60 (inteira). Classificação livre.

EXPOSIÇÃO

Cuiabá 153” e “Portões A Pinacoteca Municipal recebe as exposições “Cuiabá 153” e “Portões que Falam”, da artista plástica nascida em Santo André Sueli de Moraes. Os projetos visam entender a arte como um meio de transformação social. A primeira exposição nasceu de uma experiência da própria artista, que reuniu alguns artistas recém-formados em sua casa, que fica na Rua Cuiabá, nº 153, em Santo André. A segunda mostra é baseada no evento “Le Fenêtres qui Parlent” (Janelas que Falam), realizado na

França, onde artistas se reúnem e promovem a arte contemporânea ocupando as janelas dos moradores da cidade de Lille. A cada dois anos, na rua Cuiabá, é realizada a versão brasileira: “Portões que Falam”. As obras estarão disponíveis na Pinacoteca de São Bernardo a partir do dia 30/04 (sábado), das 17h às 21h. O espaço fica na rua Kara, 105 – Jardim do Mar, São Bernardo. Indicação livre. Entrada franca. Visitações de terça a sábado, das 10h às 18h e quinta-feira, das 10h às 21h. 


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