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RRJ
ANOS
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Produzido pelos alunos do Curso de Jornalismo ANO 35 - Nº 1050
De 28 de abril a 11 de maio de 2016
Érika Motoda/RRJ
ABANDONO
Principais ruas e vias do bairro possuem orelhões em péssimo estado de conservação, com poeira e pichações. Pág. 3 Gabriel Mendes/RRJ
» VÁRZEA
Futebol amador é opção de lazer nos bairros de São Bernardo Pág. 12
» SHOW Divulgação/Fabrício Ramos
Larissa Pereira/RRJ
» PETS
Cresce o número de locais para adoção de animais na região Págs. 8 e 9
Morador do Rudge Ramos se apresenta no Teatro Lauro Gomes com músicas autorais
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POLÍTICA
RUDGE RAMOS Jornal da Cidade
De 28 de abril a 11 de maio de 2016
DE OLHO NA CÂMARA
Vereadores aprovam projeto que proíbe uso de animais para transporte de carga Thaís Souza/RRJ
Projeto de Lei permite apenas tração animal em eventos tradicionais da cidade Thaís Souza Thamiris Galhardo
OS VEREADORES da Câmara Municipal de São Bernardo votaram e aprovaram nesta quarta-feira (27) a proibição de tração animal com o objetivo de carregar cargas consideradas pesadas. O projeto de Lei nº 33/16 prevê punição a quem infringir a determinação. Segundo o parlamentar Roberto Palhinha (PT do B), autor do PL, após o Centro de Controle de Zoonoses recolher o animal sob maus cuidados, ele terá os devidos tratamentos e será “microchipado” para ser acompanhado após o dono, se assim quiser, retirar o animal do local. Sobre as tradicionais festas da cidade, como a procissão dos carroceiros, o vereador afirmou que teve uma preocupação especial para não afetar as comemorações. “Os haras e hipismo também continuam. Realmente, o principal objetivo era proibir o animal ter que carregar cargas”, falou Palhinha. Em sessão, a Casa votou favorável às emendas aditivas que acrescentavam a proibição da permanência dos animais em vias públicas ou à beira de rios, e às emendas supressivas que vetavam o artigo 5º, 7º e 9º. Os itens defendiam: a utilização de animais para o transporte de car-
gas ou pessoas em áreas rurais, tração de equinos que devem ser registrados em órgão da Prefeitura e o Poder Executivo como órgão regulamentador da Lei no prazo de 90 dias. O projeto irá agora para sanção do prefeito Luiz Marinho (PT). O líder do PT na Câmara, Zé Ferreira (PT), falou que, com o tempo, todos irão se acostumar com a nova lei, por mais que prejudique alguns carroceiros que não machucam seus animais. “Quando comecei aqui na Câmara, todos gostavam de rodeio e, quando proibimos, acabaram aceitando. Assim vai ser com esse novo projeto”, explicou. Denúncia O morador do bairro Jardim Pedreira Oscar Vallim, 53, esteve na Casa para denunciar a venda de apartamentos destinados a pessoas
A denúncia feita pelo Sr. Oscar Vallim de Paula nunca foi trazida à SEHAB - nem por ele, nem por ninguém - e relata uma situação que não é do nosso conhecimento. A SEHAB pedirá as informações à Câmara e notificará ao Sr. Oscar para que o mesmo formalize a denúncia e junte os elementos que dão subsídio à mesma, para que assim, possa ser instaurado o devido processo de apuração. É importante destacar que este é um tema ao qual a SEHAB tem muita atenção. O problema de venda ilegal dos apartamentos entregues vem sendo enfrentado pelo município com diversas ações, incluindo uma ampla campanha de comunicação e informação, que teve como slogan: “Faça a Coisa Certa!”, na qual o tema foi amplamente abordado nos conjuntos habitacionais e na cidade. Nas 4832 novas moradias entregues desde 2009, até o momento o Município identificou – seja por denúncia de terceiros, seja por identificação da sua própria equipe
DIRETOR Nicanor Lopes COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO - Rodolfo Carlos Martino. JORNAL DA CIDADE REDAÇÃO MULTIMÍDIA editorial@metodista.br Editor-chefe - Júlio Veríssimo (MTb 16.706); EDITORA-EXECUTIVA E EDITORA DO RRJ Margarete Vieira (MTb16.707); Rua do Sacramento, 230 EDITOR DE ARTE Ed. Delta - Sala 141 Tel.: 4366-5871 - Rudge Ramos - José Reis Filho (MTb 12.357); São Bernardo - CEP: 09640-000 ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA Maristela Caretta (MTb 64.183)
Produzido pelos alunos do curso de Jornalismo da Escola de Comunicação, Educação e Humanidades da Universidade Metodista de São Paulo
de baixa renda. De acordo com Vallim, dois funcionários que se identificam como da Secretaria de Habitação convenciam as pessoas a comprar as residências no valor de R$ 10 mil. Segundo ele, R$ 3 mil eram depositados no banco no nome de um desses funcionários e R$ 7
Leia a íntegra da nota da Secretaria de Habitação:
Rudge Ramos
Projeto de Lei nº 33/16 também proíbe animais que estejam presos em vias públicas, áreas rurais ou à beira de rios
EQUIPE DE REDAÇÃO: Adílson Junior, Alexandre Leoratti, Allaf Barros, Amanda Leonelli, Claudia Leone, Erika Daykem, Erika Motoda, Felipe Siqueira, Gabriel Mendes, João Souza, Laís Pagoto, Larissa Pereira, Lucas Laranjeira, Marcelo Argachoy, Nathalia Nascimento, Paula Gomes, Pedro Giordan, Thais Souza, Thamiris Galhardo, Victor Godoi e alunos do 5º semestre de Jornalismo.
TIRAGEM: 10 mil exemplares - Produção de Fotolito e Impressão: Gráfica Mar-Mar
mil entregues em dinheiro para o outro. O morador pediu que os fatos sejam investigados e ressaltou que, se houver político envolvido no caso, ele deve perder o cargo e ser condenado. “Eu não tenho provas, mas já sei do envolvimento de um político com essa corrupção”, disse, mas se negando a citar nome. Segundo o oposicionista Pery Cartola (PSDB), a situação é grave por envolver um déficit habitacional de
- 62 casos de venda. Confirmadas estas irregularidades, o município ingressou com processo judicial de Reintegração de Posse. Destes 62 casos, 40 unidades já foram retomadas pelo Município e 22 processos continuam em andamento. Cabe registrar, ainda, que dentre o conjunto de providências de combate a irregularidades, tem-se também o encaminhamento ao competente distrito policial da “noticia criminis” com os nomes dos ex-permissionários que venderam os apartamentos e eventuais terceiros envolvidos. Em nenhum dos casos, houve qualquer denúncia ou identificação de envolvimento de funcionários da SEHAB com este processo. Da mesma forma, os dados que forem fornecidos pelo Sr. Oscar serão objeto de apuração interna da Secretaria de Habitação e posteriormente, caso sejam verificados indícios de irregularidades, serão tomadas todas as devidas providências administrativas pertinentes e comunicados os órgãos competentes para prosseguimento das investigações e aplicação, se for o caso, das penalidades legais cabíveis aos seus responsáveis.
Reitores e diretores das Instituições Metodistas de Educação Marcio de Moraes (reitor da UMESP e do Centro Universitário Metodista Bennett); Gustavo Jacques Dias Alvim (reitor da UNIMEP); Márcia Nogueira Amorim (reitora do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix); Walker Soares do Nascimento (diretor da Faculdade Metodista Granbery); Roberto Pontes da Fonseca (reitor do Centro Universitário Metodista IPA e Diretor da FAMES); Walter Chalegre dos Santos (diretor geral do IMED e coordenador Administrativo da Educação Básica Metodista); Débora Castanha (coordenadora Pedagógica da Educação Básica Metodista); Marilice Trentini de Oliveira (diretora do Colégio Metodista Americano); Gilka Silvia de Rezende Figueiredo (diretora do Colégio Metodista Bennett); Angela Maria Nerys (diretora do Colégio Metodista em Bertioga); Flávio Setembrino Pereira (diretor do Colégio Metodista Centenário); Shirlei Debussi Pissaia (diretora do Colégio Metodista em Itapeva); Elizabeth Raad Nassif (diretora do Colégio Metodista de Ribeirão Preto); Lúcia Lopez (coordenadora Pedagógica do Colégio Metodista União); Raquel Paula de Fortunato (coordenadora administrativa do Instituto Educacional Metodista de Passo Fundo; Sergio Luiz Polizel (diretor do Instituto Noroeste de Birigui); Arlene Magda Charantola (diretora do Instituto Americano de Lins); Simone Borrelli Achtschin (diretora do Colégio Metodista Granbery); Márcia Amorim (diretora do Colégio Metodista Izabela Hendrix); Joselene Henriques (diretora do
15 mil moradias. “Se for constatado, iremos retirar a posse do imóvel e faremos um novo sorteio para pessoas que precisam e merecem”, disse. Cartola também afirmou que não irá acusar ninguém até receber provas, mas encaminhará o caso para que a Prefeitura saiba da situação. Sobre uma possível ação partidária, o parlamentar ressaltou que, independentemente do ato, irá pedir investigação de qualquer forma. A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Habitação que respondeu por meio de nota, que: “a denúncia feita pelo Sr. Oscar Vallim de Paula nunca foi trazida à SEHAB - nem por ele, nem por ninguém - e relata uma situação que não é do nosso conhecimento. A SEHAB pedirá as informações à Câmara e notificará ao Sr. Oscar para que o mesmo formalize a denúncia e junte os elementos que dão subsídio à mesma, para que assim, possa ser instaurado o devido processo de apuração”. A secretaria disse ainda que “nas 4.832 novas moradias entregues desde 2009, até o momento o Município identificou – seja por denúncia de terceiros, seja por identificação da sua própria equipe - 62 casos de venda. Confirmadas estas irregularidades, o município ingressou com processo judicial de Reintegração de Posse. Destes 62 casos, 40 unidades já foram retomadas pelo Município e 22 processos continuam em andamento”.
Colégio Episcopal - Bispo Paulo Tarso de Oliveira Lockmann (1ª Região Eclesiástica); Bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa (2ª Região Eclesiástica); Bispo José Carlos Peres (3ª Região Eclesiástica); Bispo Roberto Alves de Souza (4ª Região Eclesiástica); Bispo Adonias Pereira do Lago (5ª Região Eclesiástica); Bispo João Carlos Lopes (6ª Região Eclesiástica); Bispa Marisa de Freitas Ferreira (Região Missionária do Nordeste); Bispo Carlos Alberto Tavares Alves (Região Missionária da Amazônia).
Leal Clavel (vice-presidente); Esther Lopes (secretária); Rev. Afranio Gonçalves Castro; Augusto Campos de Rezende; Jonas Adolfo Sala; Rev. Marcos Gomes Tôrres; Oscar Francisco Alves Jr.; Ronilson Carassini; Valdecir Barreros; Anelise Coelho Nunes (suplente); Renato Wanderley de Souza Lima (suplente).
Coordenação Geral de Ação Missionária Pastora Giselma Souza Almeida Matos; Deise Luce de Sousa Marques; pastor Clemir José Chagas; Iara da Silva Côvolo; pastora Cristiane Capeleti Pereira; Luiz Roberto Saparolli; pastora Hideide Brito Torres; Elias Bonifácio Leite; Recildo Narciso de Oliveira; Eric de Oliveira Santos; Silas Dornelas de Novaes.
Diretor de Finanças e Controladoria - Ricardo Rocha Faria
Conselho Superior de Administração - Paulo Borges Campos Jr. (presidente); Aires Ademir
Diretor Geral - Robson Ramos de Aguiar Vice-Diretor Geral - Gustavo Jacques Dias Alvim
Diretor de Inovação, Comunicação e Marketing - Luciano Sathler Conselho Geral das Instituições Metodistas de Educação - Rev. Luis de Souza Cardoso (secretário executivo); Evandro Ribeiro Oliveira (auditor interno); Marina Camilo Pereira Fazolim (secretária)
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CIDADE
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DE OLHO NA CIDADE
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Orelhões do Rudge têm pichação, poeira e até adesivo de propaganda É possível encontrar pelo menos 18 cabines pichadas nas principais ruas e avenidas do bairro Érika Motoda
POEIRA, pichação, adesivo com propaganda e até um visor quebrado. Foi assim que a reportagem encontrou orelhões telefônicos espalhados em São Bernardo, nas avenidas Doutor Rudge Ramos, Senador Vergueiro, Caminho do Mar e Bispo César D’acorso Filho, além das ruas paralelas, Rafael Tomé e Piagentini. A reportagem percorreu essas vias no dia 14 de abril para checar o estado de conservação de 23 pontos onde estão localizados os telefones do Rudge Ramos. Pelo menos quatro cabines não funcionavam; 18 estavam pichadas e 14 tinham adesivos de “propaganda” de supostas garotas de programa e até de serviço de instalação de faixas. A cidade possui 3.399 telefones públicos distribuídos por seu território, sendo que 2.233 deles estão instalados em locais acessíveis ao público 24 horas por dia, de acordo com informações disponibilizadas no site da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Os telefones em pior estado de conservação se encontram na avenida Caminho do Mar. O orelhão duplo em frente ao mercado Extra, na altura do número 3.629, e a cabine única próxima à entrada da Praça dos Meninos não funcionam. Do outro lado da avenida, na altura do número 3.374, há um telefone com o visor quebrado, mas ainda é possível utilizá-lo para fazer chamadas. Na avenida Senador Vergueiro, 4.940, há um orelhão duplo, mas somente um opera normalmente. A única cabine em que há um adesivo indicando a última data de higienização fica em frente à loja das Casas Bahia, também na Vergueiro, mas as informações, escritas à mão, estão desbotadas. Aparen-
Érika Motoda/RRJ
Aparelho situado na avenida Senador Vergueiro funciona normalmente, mas está sujo
te texto, não houve retorno da empresa de telefonia.
Brasil tem
temente, a inspeção mais recente foi feita no dia 22 de maio de 2013. Os telefones também são usados como forma de divulgação de serviços. Na avenida Doutor Rudge Ramos, é possível ver, em dois pontos, adesivos com o contato de um profissional que trabalha com faixas para comunicação. Mas são supostas propagandas
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milhões de celulares para
milhões de habitantes São Bernardo tem
3.399 orelhões instalados
de prostituição que predominam nos orelhões do bairro, com anúncios fixados em 14 locais visitados. A reportagem entrou em contato com a Vivo, para que a empresa comentasse a situação encontrada nos orelhões. Ligou para assessoria de imprensa, que pediu um e-mail com as perguntas. Mas, até o fechamento des-
Ainda usam? Apesar do avanço da telefonia móvel, há usuários que ainda utilizam os orelhões para fazer chamadas. A atendente da Banca Lima e Chaves, no Rudge Ramos, Fernanda Françoaes, além de comercializar os cartões telefônicos, também disse ser usuária do sistema. Ela afirmou que deixa um cartão na bolsa para usar em casos de emergências, como a perda ou roubo do seu aparelho celular, por exemplo. “O telefone da minha casa não recebe ligações a cobrar. Eu sempre falo para minha filha carregar um [cartão] também.” Sobre comercialização, Fernanda contou que seus clientes compram cartões, inclusive para ligações internacionais. Segundo ela, cartões de 20 unidades são mais vendidos, pois são mais baratos. O perfil de compradores é de idosos. Já os cartões para ligações internacionais são vendidos aos trabalhadores estrangeiros e alunos de intercâmbio da Universidade Metodista. A procura aumenta em datas comemorativas, como o Dia das Mães. A cuidadora Maria Cristina Drska, que mora no Rudge, é uma das clientes de Fernanda. Ela compra mensalmente dois cartões de 20 unidades. Atualmente, ela cuida do tio idoso e, quando precisa sair sem ele, usa o cartão para ligar em casa e saber como ele está. “Às vezes, esqueço o celular em casa ou deixo de colocar crédito”, contou. “Uso mais [o celular] para falar com meus filhos, que estão em Itanhaém”, disse Maria Cristina, que vê mais vantagens no plano da linha móvel do que no número fixo.
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ECONOMIA
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A crise torna o empreendedor mais cauteloso. Mas, mesmo assim, há empreendedores com o espírito agressivo em busca de vencer os desafios dos juros, carga tributária e a produtividade”. Vladimir Camillo Economista
“
Ultimamente está difícil para nós, pois, a crise atingiu diversas áreas e isso reflete no nosso trabalho como prestador de serviços. O cliente está com dificuldade, consequentemente não paga nosso trabalho”. Paulo Mário
Empreendedor
Bruna Dib/RRJ
Bruna Dib
EM MEIO à crise econômica, montar um negócio próprio pode ser uma forma de criar novas oportunidades de ganhar mais do que como funcionário e escapar do desemprego. O empreendedorismo é uma atividade que vem crescendo ao longo dos anos. Segundo a pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor), do Sebrae, houve um aumento de 4,8% no número de empreendedores em 2015, se comparado com 2014. Os dois principais atrativos para um empreendedor são as oportunidades e necessidades. Vitor Sanches, 21, morador de São Bernardo, é um desses empreendedores que resolveram apostar em abrir o próprio negócio. Sanches contou que, em 2014, abriu uma loja de autopeças online, que fica em um escritório do lado de sua casa. Por meio da internet, anuncia e vende produtos como retrovisores, para-choques, paralamas, entre outros, dos mais diversos modelos de carros. Antes, Sanches trabalhava como empregado em uma empresa do mesmo ramo. Resolveu arriscar e hoje conta com dois sócios e três funcionários. A vantagem, segundo ele, é a grande procura por peças de carro. “Ultimamente as pessoas estão mais atrás de comprar peças do que trocar de carro.” Para vender as peças, Sanches compra de fornecedores. A desvantagem é que, com o aumento do custo da mão de obra, ele teve que reduzir o seu estoque. Hoje, trabalha no limite. Ou seja, procura comprar exatamente a quantidade que vende. Essa cautela tem explicação. Segundo o economista Vladimir Camillo, quando há crises, a economia se retrai e os consumidores acabam gastando menos. Para ele, as pessoas que querem abrir um novo empreendimento, de início, ficam receosas em colocar o negócio para funcionar. Ele acha isso normal, pois o
Empreender em tempos de crise é uma saída Empreendedorismo pode ser um bom negócio para quem perde o emprego ponto de equilíbrio financeiro pode demorar um pouco para ficar estabilizado. “A crise torna o empreendedor mais cauteloso. Mas, mesmo assim, há empreendedores com o espírito agressivo em busca de vencer os desafios dos juros, carga tributária e a produtividade”, disse Camillo. Mas, quem empreende há mais tempo não tem vis-
to essa atividade com bons olhos. E, de novo, a culpa é da crise. É o caso de Paulo Mário, que herdou um escritório de contabilidade, em Santo André, que o pai abriu há 52 anos. Atualmente, a empresa possui 47 funcionários e presta serviços para cerca de 150 empresas de diversos tipos de negócios como comércio, igrejas e
farmácias. “Ultimamente está difícil para nós, pois, a crise atingiu diversas áreas e isso reflete no nosso trabalho como prestador de serviços. O cliente está com dificuldade, consequentemente não paga nosso trabalho”, disse Mário. Cuidados Porém, quem quer empreender precisa buscar orientação. Segundo o Sebrae, os negócios que fecham suas portas nos primeiros
Empreendedor Paulo Mário costuma estar sempre a par das notícias da área contábil em busca de aprimorar seu negócio
anos foram, na maioria, mal administrados. De acordo com pesquisa da entidade, 39% não sabiam qual era o capital de giro necessário para abrir o negócio; 61% não procuraram ajuda de pessoas ou instituições para a abertura; 50% não determinaram o valor do lucro pretendido; e 42% não calcularam o nível de vendas para cobrir custos e gerar o lucro desejado. Para ser um bom empreendedor é necessário qualificar-se, ter atitude e o conhecimento necessário de todos os deveres, direitos e obrigações de um novo negócio. O ideal é observar o mercado-alvo tendo um estudo de forma mais minuciosa a ponto de ter sucesso no empreendimento.
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Microempresários têm dificuldades para investir Emerson Mota
INVESTIR de maneira correta em um estabelecimento ou um negócio próprio não é algo tão fácil ou simples. Com a atual situação econômica em que o país vive, muitas pessoas podem ficar com o pé atrás ao querer abrir um estabelecimento. Ao apostar em um investimento grande, o medo de não conseguir lucro e sofrer com a crise atual são dúvidas frequentes de novos empreendedores, algo tido como normal nos primeiros anos. De acordo com o site do Sebrae, grande parte das dificuldades nos primeiros anos vem muito pela falta de preparo. Cerca de 70% de empresas fecham as portas em seu primeiro ano, e 95% às vezes não superam mais de 5 anos. As principais causas para a falência de novas empresas são normalmente por falta de um bom planejamento financeiro. Estudos dizem que, para evitar esses riscos,
o investidor deve refletir sobre seus objetivos profissionais antes de se arriscar. Abrir um negócio próprio é apostar em uma possibilidade que tanto pode dar certo, quanto sofrer os riscos de fracassar. Contando com sua criatividade e habilidade, o microempresário tem que estar atento em suas decisões para não se surpreender. O consultor do Sebrae André Scalco fala o quanto o empreendedor deve ter atenção ao abrir seu próprio negócio. Segundo Scalco, o novo microempresário deve ter bem claro seus objetivos, e principalmente paciência ao fazer um grande investimento. “A busca pela independência financeira é grande, mas muitas vezes a falta de bons resultados acaba decepcionando muito e fechando muitos comércios.” Novos microempresários ainda citam que o momento de crise afeta seus negócios, mas eles não pensam em desistir de seus sonhos. Como, por exemplo, Re-
Emerson Mota/RRJ
MORADORES da Vila São Pedro, em São Bernardo, utilizam seus carros particulares para o transporte de passageiros. O trabalho ganhou o nome de táxi comunitário e está em atividade na região há mais de 20 anos, segundo informações de usuários e motoristas do transporte. A atividade, considerada irregular, vem buscando legalização desde 2012. Essas corridas comunitárias começaram a ganhar espaço depois que taxistas da região se recusaram a realizar corridas para a comunidade após as 18h, devido à violência. Atualmente, 70 carros estão atuando e, por R$
3,50, o mesmo valor da passagem de ônibus, levam até quatro pessoas por vez. A região é atendida por nove linhas de ônibus, mas a população reclama que, além da demora nos pontos e a superlotação, somados ao preço da passagem, os veículos não chegam a todo o bairro. Um motorista que pediu para não ser identificado, disse que o serviço prestado na Vila São Pedro chega a atender até 60 mil pessoas por mês. Para a usuária Greice Silva, 26, que trabalha na empresa Atento Brasil, em São Bernardo, a comodidade e o tempo são um diferencial nesse transporte. “Economizo 40 minutos no tempo de percurso entre minha casa e o trabalho”, disse. Já para Gabriela Gon-
Números indicam que cerca de
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70% de empresas fecham as portas em seu primeiro ano
Troca de oléo de carros é a especialidade da oficina de Reginaldo no ABC
ginaldo do Nascimento, 28, mecânico e microempresário do bairro da Piraporinha, em São Bernardo. Formado no curso de mecânica do Sebrae há pouco mais de um ano, abriu sua própria oficina. O estabelecimento é especializado em troca de óleo, para-
Transporte alternativo vira fonte de renda Cristian Chagas
ECONOMIA
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-choques e escapamentos. Hoje, Nascimento tem um funcionário trabalhando na sua oficina. Durante o período de estudos, ele trabalhou em diversas oficinas do ABC, com um salário entre R$ 2.000 e R$ 3.000 por mês. Após a abertura do negócio, sua remuneração passou a ser duas vezes maior. Mas, com as despesas de mão de obra, peças e funcionário, ainda não conseguiu o lucro
Cristian Chagas/RRJ
çalves, 21, a opção é muito mais prática e confortável. “Alguns carros têm ar condicionado e, pelo fato de ser gordinha, me sinto mais à vontade”, afirmou.
Fonte de renda O motorista da cooperativa que falou à reportagem disse que é caminhoneiro de profissão há quatro anos. Mas, devido ao de-
desejado. “Abri a oficina há um ano e meio, foi um investimento alto para mim, mas acredito que, mesmo com a situação econômica, irei ter lucro.” Já para Silvia Gonçalves, dona de um buffet de festas infantis em São Caetano há mais de 12 anos, cada detalhe ao abrir uma empresa deve ser estudado e bem analisado antes de ser executado. “Abrir um negócio e esperar um lucro imediato é complicado e nem sempre virá no tempo esperado”, disse. Atualmente, o buffet de Silvia tem mais de 12 funcionários, contando com cozinheiros, garçons, animadores de festas e segurança. Em média, ela consegue arrecadar anualmente com suas festas cerca de R$ 80 mil a R$ 90 mil, sem contar as despesas de manutenção. “Abrir um negócio próprio é saber investir e confiar em seu trabalho”, afirmou.
Desempregados fazem do carro fonte de renda, transportando moradores da Vila São Pedro
semprego, enxergou no táxi uma possibilidade de fonte de renda. Ele começou recentemente na atividade. Trabalha cerca de 12 horas por dia, das 3h40 às 20h e fatura em média R$ 2.000 por mês. Segundo ele, os gastos compensam, pois o movimento é relativo à época do mês e ao tempo de percurso que varia entre 8 e 10 minutos. O motorista fica muito preocupado devido à atividade ainda não ter sido legalizada. “Quem dirige pode ser multado no valor de R$ 1,900 e ter o veículo apreendido.” Mesmo assim, ele considera o serviço seu emprego fixo e a principal fonte de renda.
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COMPORTAMENTO
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S. Bernardo tem espaço para boa alimentação Além de restaurantes, marmita também é opção para quem deseja comer bem
Pratos têm prazo de validade de até
60
dias, se mantidos congelados
Fotos: Divulgação
Pérola Ciríaco
INGERIR alimentos saudáveis é preferência de muita gente, seja por qualidade de vida ou por questões estéticas. As pessoas estão procurando maneiras de reduzir o consumo de produtos industrializados. No bairro Rudge Ramos há uma franquia da rede Nação Verde, um bistrô e loja que vende produtos naturais e orgânicos como refeições saudáveis, suplementos, maquiagens e cosméticos. Dentre as principais características do restaurante, a proprietária Marli Motta, considera a mais importante “tirar os produtos artificiais e cheios de elementos químicos da vida das pessoas”. Segundo a proprietária, que abriu a loja em 2013, o que mais se identifica com o negócio, além da alimentação saudável, contribuir para a consciência com o meio ambiente. Por se tratar de uma franquia, alguns dos alimentos servidos são padronizados e pré-prontos, como a quiche integral feita com farinha integral, farinha de banana verde e de linhaça com recheio de alho poró. Nesta unidade foram incluídas, entre as opções, marmitas orgânicas com variações sem glúten e de baixo teor calórico. Uma vez por mês é realizado um almoço chamado Dia do Chef, com o objetivo de desenvolver o cardápio com itens que são comercializados na loja para promover alimentação saudável. O gastrônomo Bruno Bertozo prepara no local as refeições, contendo sempre entrada, prato principal e sobremesa. “Alimentar-se de maneira correta é fundamental para o equilíbrio do corpo e da mente”, falou. Segundo Marli, o produto que acaba fidelizando clientes que estão de passagem pela frente da loja é o suco funcional. São cinco tipos preparados na hora: emagrecer, detox, rejuve-
nescer, energizar e acalmar. A professora de educação infantil Renata Alves Batista é adepta ao estilo de vida natural e com menor interferência de produtos industrializados. Ela procura substituir grande parte desses produtos por outras opções. “Normalmente, faço meus próprios alimentos como leite vegetal e óleo de toucinho”, contou. Renata tem uma horta no quintal de sua casa de onde colhe folhas e alguns vegetais. “Também planto grãos de trigo para fazer suco verde. Quando preciso vou à feira orgânica”, disse. Má alimentação Falta de tempo é motivo para muita gente se alimentar mal e de forma errada. Cozinhar opções saudáveis requer tempo.
Chefe do restaurante Nação Verde prepara evento saudável uma vez por mês (foto acima); marmita do Nua e Crua de Yakissoba fitness preparado com macarrão integral
A gastrônoma Lucimara Atamanchuk Andrande iniciou um projeto para vender refeições prontas para essas pessoas. A empresa Nua e Crua Gourmet trabalha com linhas: fitness, light e vegetariana. “Minha intenção é atender esses públicos que buscam se alimentar de forma saudável, porém com sabor de cozinha caseira”, contou Lucimara. Ela cozinha as marmitas por encomenda e entrega congelada para o cliente. Os pratos têm prazo de validade de até 60 dias, se
mantidos congelados. Os pedidos são feitos por meio de contato telefônico, site e Facebook, de acordo com o gosto do cliente, a empresa entrega em todo o ABC e zona Sul de São Paulo. Lucimara não trabalha com estoque, sempre que possível utiliza ingredientes frescos. “Procuro usar tomate orgânico, pois o
comum é um dos alimentos com mais contaminantes”. Serviço
Nação Verde Avenida Senador Vergueiro, 4776, Rudge Ramos, São Bernardo. Nua e Crua www.nuaecrua.com.br Entrega no ABC e Zona Sul de São Paulo.
Comida natural entra para o cardápio caseiro Cibele Garcia
TER UMA boa alimentação requer esforço e comprometimento, além de alguns dotes culinários. Aqueles que focam em uma alimentação natural, seja para emagrecer ou manter uma vida saudável, precisam deixar de lado os maus hábitos alimentares e dedicarem um pouco do tempo à cozinha. Alimentos industrializados estão fora do cardápio. Toda refeição é preparada sem corantes e conservantes. É assim que acontece diariamente na casa da gerente comercial Regiane Tsamtsis, 45, que aderiu à esse tipo de alimentação há mais de 11 anos. “Comecei a me alimentar melhor. Primeiro, porque queria ter qualidade de vida e, também, porque engravidei e senti medo de ficar gorda e fazer mal para o bebê. Além de cor-
COMPORTAMENTO
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rer o risco de não conseguir perder os quilos depois que ele nascesse”, contou. Regiane gostou tanto dos resultados dos novos hábitos que aderiu também a prática de esportes. Hoje, ela é atleta amadora de triatlo e maratonista. “Por eu ser uma atleta, preciso selecionar ainda mais os alimentos que como, então não posso me alimentar em qualquer lugar. Por isso cozinho minha comida em casa todos os dias”, disse. Embora o resultado desse tipo de alimentação seja positivo, são necessários certos cuidados. De acordo com o nutricionista Raphael Polonis, apesar de a refeição saudável ser indicada para todos, é preciso que a dieta seja acompanhada por um profissional especializado. “Não adianta apenas ter uma alimentação saudável. Cada pessoa tem uma necessidade específica de nutriente. Não pode imitar as blogueiras fitness que têm na internet ou o amigo
Arquivo Pessoal
Com o aumento de produtos industrializados, a preocupação com a saúde também cresce, principalmente quando falamos de crianças. Por isso, os pais acabam adaptando suas refeições para que eles não possam sofrer com sérios problemas no futuro. A assistente social Patrícia Couto, moradora de São Caetano, conta que há cerca de um ano não compra mais para sua filha Lívia, 3, itens como bolachas recheadas, chocolates e salgadinhos. “Em substituição
aos itens retirados, damos preferência para frutas, pães, massas integrais e sucos naturais”, disse. Patrícia fala também que, desde que Lívia nasceu, ela manteve a amamentação por 2 anos e introduziu suco natural quando a garota completou 1 ano, sempre seguindo as recomendações do Ministério da Saúde. “Enquanto pudermos restringir o acesso dos doces em nossa casa, faremos, pois sabemos dos malefícios de uma alimentação rica em açúcar e gordura para o desenvolvimento da criança, bem como os riscos de aquisição de doenças no
Principal vantagem de uma alimentação saudável caseira é a ausência de corantes e conservantes presentes em comidas industrializadas
ainda são bem mais caros”, contou.
da academia, tem que ser indicação individualizada”, explicou. Foi apenas com a ajuda de uma nutricionista que a corretora de imóveis Lucieli Melo, 36, conseguiu ver resultados de uma boa alimentação. “Eu fazia outras dietas, emagrecia rápido, mas acabava me tornando uma pessoa compulsiva. As dietas eram restritivas e no dia que não estava bem, eu comia muito mais
do que deveria e perdia o controle”, afirmou. Hoje, Lucieli se mantém firme em uma dieta natural, que prepara todos os dias, e só encontra dificuldade em relação ao preço. “Agora qualquer mercado de esquina você consegue encontrar produtos naturais porque esse tipo de alimentação está se tornando cada vez mais comum. A maior dificuldade é o preço. Esses produtos
Crianças comem bem desde cedo Pedro Giordan
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futuro”, afirmou. A escola em que Lívia estuda tem seu próprio cardápio feito pela nutricionista Daniela Ducin. A especialista explica de que forma seleciona os ingredientes das refeições. “Eu tenho que considerar o que é importante para a nutrição. Tento conciliar tudo que é bom e que eles gostem, pois não adianta pensar no que é saudável e ficar lá de amostra e ninguém aceitar”, disse Daniela. Já Marcia Farias explica que seu filho, Juan, 12, come lanches na escola e uma vez por semana almoça no local. A mãe se mostra preocupa-
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da com a alimentação dele em casa. “Procuro manter alimentos naturais como frutas e legumes e orientá-lo a não ficar sem as principais refeições”, disse Marcia. Para o pediatra Ricardo Arsen, uma alimentação saudável durante a infância é muito importante para a o desenvolvimento das crianças. “A alimentação é fundamental, porque vai prevenir o surgimento de várias doenças, como anemia e carência de vitaminas”, falou.
Restaurante x caseira Com a vida agitada, Lucieli vê os restaurantes especializados em comidas naturais como uma opção para quando não sobra tempo para cozinhar. “Naquela semana que estou muito agitada, consigo encontrar jantar e almoço saudáveis, em conta, na rua. Mas, em refeições prontas têm vários alimentos que não suporto, por isso prefiro cozinhar”, disse. Para o nutricionista Raphael Polonis, os cuidados necessários com a comida saudável, seja ela caseira ou produzida em um restaurante especializado, são em relação à procedência do que está sendo ingerido. “Com a comida natural é preciso ter bastante cuidado para fazer a refrigeração certa e evitar contaminação”, explicou Polonis.
problemas como obesidade, propensão para doenças cardíacas e diabetes, além de também interferir no crescimento intelectual e físico da criança. De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 15% das crianças brasileiras entre 5 e 9 anos estão acima do peso.
Obesidade O pediatra também explica que a falta de uma boa refeição pode causar
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Murilo Rodrigues
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COMPORTAMENTO
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Vitor Oliveira
Murilo Rodrigues
“O MAIS altruista dos amigos que um homem pode ter neste mundo egoísta, aquele que nunca o abandona e nunca mostra ingratidão ou deslealdade é o cão.” Foi com essas palavras que George Graham Vest iniciou o “Tributo a um cão”. O texto foi escrito há 146 anos, na representação de um proprietário de um cão, que teve seu animal morto pelo vizinho. Hoje cães são mais que amigos. Famílias são formadas ao redor de seus animais de estimação. Quando não se pretende ter filhos, ou quando não se quer tê-los, o cão acaba por cumprir esse papel. O Jack da raça pug se tornou a família de Ana Carolina Lorenzini Marques, 37, moradora de Santo André, há três anos. A advogada o comprou em um petshop.“Tenho ele como meu filho, tanto pela atenção, carinho e amor, quanto pelos cuidados.” Regina Moraes, 53, de São Caetano, comprou um pet para sua filha que era adolescente na época. Após o seu crescimento, é Regina que cuida do cão da raça Poodle. Poncho, que tem quatro anos e sete meses, recebe cuidados de Regina quase 24 horas por dia. “Dou todo o meu amor e cuidado para ele, já passei noites em claro com ele nos braços quando ficou doente, eu que corro atrás dele pela casa e brinco.” O relacionamento dela com Poncho se tornou íntimo, pois seu marido e filha ficam o dia inteiro fora, então foi natural o cão se tornar seu companheiro. “Converso com ele o tempo inteiro”, afirmou. A preocupação com os “filhos” de quatro patas é tanta que as “mães” evitam locais onde os pets não entram. E a separação, mesmo que por instantes, é impensável. Na casa de Ana, por exemplo, o Jack tem uma cama em cada cômodo para que ele fi-
RUDGE RAMOS Jornal da Cidade Fotos: Arquivo pessoal
Ana Carolina Lorenzini só aceitou comparecer ao evento da foto porque Jack poderia acompanha-la
cho passar por treinamento.
Cães integram novo modelo familiar Animais deixam de ocupar apenas o quintal das casas para dividir o sofá com os seus proprietários que perto da mãe em qualquer lugar. Na casa de Regina, por sua vez, não tem uma cama em cada cômodo, entretanto ele divide com a da mãe. Os gastos com seus cães não são altos. Jack tem tudo o que Ana Carolina acredita ser necessário, desde brinquedos comuns até um boneco (“pug”) de pelúcia importado que late e é quase do tamanho do cão. Mesmo com esses gastos, ela acredita que ainda é uma quantia menor do que um filho daria. “Um filho ainda teria estudo, plano de saúde, teria de custear passeios com amigos, sem falar que podem nos dar algum tipo
Entre os mimos do poodle Poncho, há uma bolinha de futebol
de trabalho ou decepção”, explicou Ana. Enquanto Jack recebe tudo o que sua mãe consegue comprar,
incluindo presentes importados, os gastos de Regina com Poncho não passam de uma ração especial por problemas de saúde, coleiras e bolinhas. Ela afirmou que os gastos com a filha são, de longe, maiores. Os membros da família aceitam muito bem os filhos adotivos. A advogada disse que Jack é tratado como parente nas reuniões familiares. E para facilitar o convívio com a família inteira, Regina achou que a melhor maneira seria Pon-
Viés emocional A psicóloga Mônica Serrão Chiferi, 50, moradora de Santo André, acredita que a mudança da família tradicional se dá por conta da liberdade de escolhas e mudanças comportamentais da vida adulta. Como destaque ela citou que “a mulher pode optar por um plano de carreira, uma educação acadêmica, tendo mais oportunidades de ganhos financeiro e de realização pessoal”. A especialista afirmou que as pessoas descobriram nos pets uma opção de construção familiar quando não se quer ter filhos, refletindo no modo como é visto o conceito de família. A psicóloga também pondera que o vínculo com um cão e o cuidado como se fosse um filho preenche um espaço importante para a saúde emocional das pessoas. “Tratar um pet como um filho, é fazer com que o animal ocupe lugares que apenas existiam para as crianças”, disse. A psicanalista Paula Santos Ferreira ressaltou que esse vínculo com os animais também pode ser visto em objetos. “Tem gente que não consegue viver sem o último lançamento do iPhone, por exemplo”, disse. Para Paula, quando se tem convívio com algo ou alguém todos os dias, a separação sempre é dolorosa. “O ser humano se esquece que, como qualquer ser vivo, o cão também morre”, explicou. Mônica destacou que o vínculo entre humanos e cães sempre se dará, mas que é preciso ter cuidado para que o animal não seja um substituto da relação entre humanos. A psicóloga ressalta ainda que muitas pessoas colocam o amor incondicional em um animal, pois ele nunca vai abandonar seu dono, sempre estando ali quando a pessoa chegar em casa. Para a psicóloga, isso é uma busca por segurança. “Se a pessoa pudesse colocar o afeto em um ambiente amoroso e seguro com outra pessoa, ela provavelmente se abriria para este relacionamento”.
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Adoção é saída para adquirir animais Victor Godoi
LOCAIS QUE tratam da adoção também crescem. Além de feiras espalhadas pelo ABC, clínicas veterinárias e grupos de ONGs no Facebook ajudam na busca por um animal de estimação. Joyce Ribeiro, 30, é técnica em nutrição clínica e responsável pelo grupo “Adoção de animais no ABC - SP’’. Ela contou que 9 mil pessoas participam desse coletivo que está ativo há 4 anos. O processo de adoção é minucioso. O candidato deve ter um perfil compatível com o que a instituição busca. Sempre é feita uma busca online para analisar o perfil do adotante. Depois desse processo, o candidato é convocado para uma entrevista pessoal onde ele e o animal se conhecem. Após a aprovação do dono, o animal pode ser retirado em lugar marcado pelo cliente com a apresentação da xérox do RG e comprovante de residência no nome do adotante.
COMPORTAMENTO Larissa Pereira/RRJ
“Damos preferência à casais, ou famílias sem crianças pequenas para adoção de filhotes de gatos, ou com crianças para adoção de cachorros. Apartamentos para gatos ou casas com quintal para cachorros. Tudo é analisado no momento da entrevista”, disse. O processo só pode ser requisitado por maiores de 18 anos e, na entrevista, são analisadas as condições pessoais e financeiras do adotante. “Alguns adotantes buscam adoção por gostar do animal e achar ‘bonitinho’, mas esquecem que o bichinho também tem necessidades. Outros não conseguem se adaptar à rotina que o animal lhe impõe. Ocorre muito com famílias com crianças pequenas de o animal não se adaptar à criança ou vice-versa”, contou Joyce.
localizado na rua Dr. Rudge Ramos, nº 1.740. Todos os animais para adoção são vacinados e castrados. Os interessados devem levar uma cópia simples do CPF e RG, uma cópia simples do comprovante de residência, e uma coleira com guia ou caixa de transporte. As prefeituras de Santo André e São Caetano também oferecem em seus centros de zoonoses o serviço de feira de adoção.
Programação da feira
Feira de adoção A Prefeitura de São Bernardo do Campo oferece uma feira de adoção em seu centro de zoonoses
COMÉRCIOS e empresas se adaptaram à necessidade de um atendimento mais diversificado para os pets, como creches, sorveterias e até planos de saúde. Na avenida Vergueiro, em São Bernardo, existe um estabelecimento que hospeda os animais de acordo com a necessidade de seus donos. O local, chamado Cão a Cão, oferece serviços de creche, hotel e adestramento para cachorros. O adestrador e empresário Rafael Cassanta conta que o espaço existe desde 2010 e, inicialmente, oferecia apenas
serviços de adestramento. Em 2013, implementaram a creche e o hotelzinho. “A ideia surgiu da necessidade dos donos de terem um lugar para deixar seus cães para brincar ou se hospedar”, disse. Segundo ele, a procura por hospedagem é maior em dezembro, por conta das festas de final de ano. Já o serviço de creche tem uma procura regular pelos donos que não podem deixar seus cães sozinhos e precisam de tempo para cumprir suas atividades. No local, os pets têm espaço para brincar com outros cachorros, além de atividades que desenvolvem suas capacidades cognitivas e de queima de energia. “Sem contar que todos os donos têm acesso às câmeras, em
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Adoção requer cuidados, afinidade e comprometimento entre o adotante e o animal que será adotado
Comércios se diversificam Raíssa Rivera
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Maio
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Junho
05 e 19
Julho
03,17 e 31
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tempo real, por meio do celular”, contou Cassanta. A creche oferece diárias avulsas, além de planos mensais e trimestrais para aqueles que precisam da creche com regularidade. Adestramento Luís Eduardo Zuccolo é formado em zootecnia e adestra cães profissionalmente há 3 anos. Para ele, é importante trabalhar com a ideia da liberdade do cão; que ele não se sinta coagido a algo, mas que se sinta livre para fazê-lo. Além do adestramento de cães, Zuccolo mantém um canal no YouTube chamado “Traducão”, que tem a intenção de fazer os donos entenderem melhor seus cães. “Os assuntos vão
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Serviços para cães incluem creches, sorveterias e até mesmo hotéis
desde as raças dos cães e a história de cada uma, até cursos e truques”, contou. Outro local que mantém a linha de adaptação as necessidades dos cães, a Pacco Sorveteria & Paleteria também inovou em seus produtos. O estabelecimento, localizado em São Bernardo,
criou uma linha de sorvetes chamada Sorvecão para atender aos animais que frequentam o local. As principais diferenças do produto para os cães é a ausência de açúcar, lactose e gordura trans, que prejudicam a saúde do animal.
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Música eletrônica é a mais tocada nas academias Rapidez das batidas estimula o desempenho do atleta durante o período de exercícios
“
O estilo que predomina na nossa academia é a música eletrônica. Mas na aula de ginástica toca o remix do estilo gospel eletrônico.” Carlos Izidio da Silva Professor de Ed. Física
Fotos: Gabriela Guimarães/RRJ
Gabriela Guimarães
DAVID GUETTA, Ellie Golding e Calvin Harris. Não se sabe se esses músicos frequentam academias de ginástica. Mas, no ABC, em alguns desses espaços, suas músicas eletrônicas “bombam”. Esse estilo musical faz parte das atividades físicas dos frequentadores. Na playlist de algumas escolas, há até algumas músicas atribuídas a “artista desconhecido”, mas que tocam o chamado techno tradicional o tempo todo. Ainda, assim, o velho e bom rock é tocado, principalmente para exercícios mais pesados, como a musculação ou músicas pop e pré-determinadas por empresas para as aulas de sh’bam (de dança), ginástica e zumba, conforme constatou a reportagem. O professor de musculação e ginástica Thiago Vieira disse que, quando começou a trabalhar na B&A Academia, na Vila Bastos, em Santo André, ficou surpreso com a preferência dos alunos durante as aulas. Eles preferem o rock ao eletrônico. Segundo Vieira, isso difere dos lugares em que trabalhou anteriormente e onde ainda dá aulas. Mas, para ele, no alongamento, a música tem que ser mais calma. Para Vieira, a música interfere muito na dedicação que o aluno põe nos pesos e também na continuidade dos exercícios. Muitas vezes os alunos que vão com fone de ouvido e colocam as músicas que gostam têm um rendimento melhor por causa da motivação que o som proporciona. O estudo feito por Marcelo Bigliassi e publicado na Revista Brasileira de Psicologia do Esporte mostra que se a música não for adequada com o gosto pessoal do atleta e as batidas das músicas não forem de acordo com os batimentos cardíacos pode prejudicar o treinamento. O mestre em educação física ainda afirmou que músicas que
trazem boas lembranças são ainda melhores para os treinos. Nas aulas de dança da B&A Academia há uma empresa, a Body Systems, que cria playlists e envia para a professora Carolina Festucci, que trabalha há cinco anos na academia. A professora usa músicas mais agitadas e com batidas mais frequentes, como as músicas eletrônicas, para que não caia o rendimento das alunas durante as aulas. Já na academia Gospel Gym, o dono, Carlos Izidio da Silva, afirmou que, além das músicas eletrônicas, seus clientes pedem para que toque músicas gospel remixadas, mesmo quem não é religioso. Elas se acostumaram com os techno religioso. As playlists são formadas com listas feitas por meio do YouTube. O principal ritmo da aula de ginástica na academia de Izidio é o gospel. Mas, há aplicativos que disponibilizam músicas para as aulas de malhação
No detalhe o dono da academia Gospel Gym, Carlos Izidio, escolhendo as músicas no youtube. Acima, alunas na aula de bicicleta e ao lado na de Sh’bam com a professora Carolina Festucci
como o iTunes ou a Spotify. Eles disponibilizam playlists que são focadas em músicas para treinos, academias, ginásticas. A Up Fit Academia usa o aplicativo Spotify nas suas aulas. Segundo a coordenadora Joice Santana, a escola possui uma lista para que os alunos possam dar sugestões de músicas. Assim os ritmos mais escolhidos pelos frequentadores são o eletrônico e o rock. Porém, há mudanças dependendo do exercício. No crossfit, o rock é mais apropriado por ser um treino mais intenso e pesado. Na natação e na hidroginástica, a Up Fit usa a MPB como base, porque é um ritmo mais calmo.
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Sons ajudam a reduzir dor e cansaço Caroline Yumi
COMO A MÚSICA pode contribuir na hora que um homem ou mulher começa a praticar uma atividade física? De acordo com Robin Dunbar, professor de psicologia de Oxford e estudioso do assunto, a música libera substâncias químicas no cérebro que ajudam a reduzir a dor e a sensação de cansaço do exercício físico. Essa opinião foi publicada no site do jornal norte-americano “The Independent” e explica por que a música hoje está associada a alguma atividade física. Tanto que a professora de educação física e atual consultora de licitações, Ana Paula Bertoldo, 38, de Ribeirão Pires, disse que, durante o curso, há uma disciplina voltada para a área da música. Segundo ela, os alunos aprendem sobre as técnicas de dança, linguagem corporal, aspectos físicos e motores, como trabalhar um exercício em conjunto com a música, como perceber se o aluno tem o dom para a dança e quais os efeitos da música no corpo humano, por exemplo. Allana Silva, 27, de São Bernardo, que trabalha como vendedora de produtos siderúrgicos, é uma das praticantes de atividade física que atribui à música
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um papel importante na sua vida. Para ela, é um estímulo, porque se sente mais confiante, consegue se concentrar nos exercícios e, às vezes, acaba acompanhando o ritmo da música e chega até a esquecer as dores. Praticante das atividades físicas desde os 16 anos, Allana explicou que frequenta academia por causa da saúde, mas que também leva em consideração o lado da vaidade. Frequentadora da Smart Fit há um ano, concilia aeróbico e a musculação. Apesar de não se incomodar com a música ambiente, às vezes Allana prefere escutar sua playlist de músicas eletrônicas, por combinarem com o tipo de exercício que está fazendo. E reforça que além de motivadoras, fazem com que o tempo passe mais rápido e termine a série sem perceber. Já Silvana Nunes, 46, de Ribeirão Pires, que trabalha na área financeira, disse que não gosta de ouvir música enquanto participa dos treinos de corrida de rua, porque exigem atenção com os carros, faróis, buracos, tanto nas ruas quanto calçadas. Ela disse que já viu muitos se machucarem por estarem mais concentrados na música do que na atividade que estavam realizando. Já na academia, não vê pro-
Streamings fazem sucesso nas atividades Gabriela Renzetti
CAMISETA, shorts e tênis confortáveis seriam os materiais necessários para praticar atividades físicas, como uma corrida. Mas, atualmente, um acessório adicional tem feito parte desse vestuário: equipamentos eletrônicos minúsculos e até smartphones, com o objetivo de o praticante
ouvir música durante a atividade para aumentar seu rendimento. Recentemente, o celular se tornou o meio mais usado para ouvir música. Por meio deles pode-se montar a própria playlist, (simplesmente uma lista de músicas) e ouvir onde e quando quiser. Com esse recurso, pessoas passaram a adotá-lo enquanto fazem exercícios físicos, não só por conter suas músicas pre-
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Fotos: Gabriela Renzetti/RRJ
blema em ouvir um som enquanto se exercita.
Streamings servem de incentivo para as pessoas que, por falta de tempo, praticam atividades físicas em casa
Musicalidade Silvana Pessoa, 51, consultora de academia e moradora de Santo André, explica que durante os 20 anos em que foi professora de educação física não pensava em um gosto musical. Pesquisava músicas não comerciais, que a maioria desconhece para montar as suas aulas. Ela destacou que a música tem o poder de fazer com que o aluno goste da aula e que a ideia é focar no exercício e sentir a música. Sua filha, Camila Pessoa de Araujo, 25, estudante de cursinho, usava
músicas no mesmo estilo, mas procurava mesclar com as comerciais, dependendo do exercício. Ela usava a
música para marcar o ritmo e tempo, porque o seu foco de aula era em grupo e ginástica. Na hora de criarem as aulas, ambas as profissionais optam por músicas mais desconhecidas e neutras para montar a playlist da aula. São conhecidas como músicas não comerciais, e se baseiam em artistas como Era, Enigma, E Nomine e Nighwish, que fazem parte do estilo New Age, em que se encaixam as músicas de reflexão.
feridas, mas também pelo fato de ser mais prático, compacto e estarem familiarizadas com o aparelho. Mas, nem tudo são flores. As músicas ocupam a maior parte da memória do celular. Então, pensando nisso, empresas criaram serviços de streaming musicais, que nada mais é do que um aplicativo que reúne milhares de músicas com a opção de ouvir os sons off-line. Ou seja, sem precisar baixar no celular ou computador. Giovanna Olivério, 20, estudante de fisioterapia, pratica atividade física desde os sete anos, tanto em
casa quanto em parques da cidade. Ela fez da música a sua maior aliada. Escuta de duas a três horas quando está se exercitando, variando o estilo de acordo com a modalidade. Atualmente, a estudante usa a própria playlist do celular, mas comenta que já teve uma conta em aplicativos com seu irmão e afirma que as vantagens de se ter o APP é que se tem acesso a diversas músicas em qualquer lugar. E afirma que a desvantagem desse tipo de aplicativo são as taxas pagas mensalmente para poder acessar a conta “Premium”
e garantir vantagens que os planos básicos não têm. A maioria dos streamings oferece a opção de playlists prontas para cada ocasião. No caso de exercícios físicos mais intensos, as músicas são animadas, com batidas fortes para ajudar a dar ritmo e estímulo ao praticante. O aplicativo Tidal, por exemplo, oferece playlists de corridas longas, caminhadas, malhação, diferenciando os estilos musicais e adequando as músicas para que o usuário tenha o melhor desempenho durante a atividade física realizada.
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Futebol de várzea é tradição em São Bernardo Prática esportiva é forma de expressão social por valorizar a cultura local Gabriel Mendes/RRJ
Gabriel Mendes
A LIGA de Futebol Amador de São Bernardo, que completa 70 anos em 2017, é composta por quatro divisões principais, além das categorias master, juniores e veteranos. Abriga aproximadamente 100 times, que disputam as partidas pelos 38 campos espalhados pela região. Saul Lino de Souza, presidente da Liga SBC, disse que hoje muitos jogadores de fora da cidade vêm jogar na várzea de São Bernardo, o que afasta os moradores dos bairros do clube local. Há falta de vínculo e identificação com a equipe. “Os torcedores acabam indo assistir jogos de outros clubes para ver o jogador que mora no bairro deles.” Denis Queiroz, 28, nasceu em São Paulo e hoje joga no Corinthians de São Bernardo. Já passou pelas categorias de base do Tigre e do Santo André e afirma que atualmente o futebol é movido por dinheiro e que só um bom empresário para colocar você dentro de um grande clube. “Me sinto à vontade aqui hoje, jogo com meus amigos, a várzea é im-
Time do bairro Assunção é opção de lazer para moradores do local e tem até torcida organizada, a TOP
portante porque é opção de lazer nos fins de semana.” Muitas equipes têm atualmente jogadores que já passaram por times de expressão no futebol, como Fabinho (Ex-Corinthians), Fernando Baiano (Ex-Flamengo e Wolfsburg). O que na visão de Souza, melhora o nível do campeonato. Marcio Balardi, 41, diretor do Pérola FC, time do bairro Assunção, disse que o clube visa tirar crianças e adolescentes das ruas e que para os atletas a várzea é uma forma de aliar o espor-
te à diversão. “Prezamos a amizade, a família e o bem-estar da comunidade.” Segundo o presidente da Liga SBC, a várzea atualmente recebe o apoio da Prefeitura de São Bernardo, mas a liga procura maneiras de melhorar financeiramente o campeonato. “Ainda buscamos uma forma de premiar os campeões em dinheiro, tentamos um patrocínio para que isso dê certo ainda este ano.” Balardi comentou que a ajuda financeira para manter o clube vem de em-
Lauro Gomes recebe show de Fabrício Ramos Adilson Junior
O TEATRO Lauro Gomes recebe neste sábado (30), a partir das 20h30, o show do cantor e compositor pernambucano Fabrício Ramos. A apresentação comemora os 12 anos de carreira do músico e marca o início da temporada de shows em todo o Estado de São Paulo. Serão tocadas músicas inéditas e já gravadas ao lado de sua banda. A classificação é livre para todos os públicos.
Morador do Rudge Ramos, o artista já se apresentou em São Bernardo, no Paço Municipal, em frente à Igreja Matriz, Estância do Alto da Serra, além de bares e casas de show em todo o ABC. Esta será a primeira apresentação do projeto autoral na região. Depois de São Bernardo, a turnê percorre Santo André, São Caetano, Campinas e outras cidades do interior do estado. Natural de Triunfo, interior de Pernambuco, o artista começou a carreira
aos 18 anos, após uma experiência entre amigos. “Ganhei um violão e fui aprendendo a tocar com amigos, colegas. Todo final de semana nós tocávamos na praia de Boa Viagem, em Recife. A partir desse incentivo na praia, percebi que era um bom compositor e que poderia seguir carreira”, disse. O músico iniciou a carreira em pequenos festivais por todo o Nordeste. Os temas abordados nas canções, segundo o artista, também são diversificados. “Trato de políticas sociais,
presários do bairro e dos eventos promovidos pelo Pérola, como as rifas, bailes beneficentes, bingos e churrascos, mas que ainda sim o clube encontra dificuldades financeiras. “É um trabalho muito difícil porque hoje a várzea é cara, precisamos de mais apoio do pessoal que acredita no esporte.” A inclusão é um dos pontos chave do futebol amador em São Bernardo. Segundo Balardi, a várzea une e busca a participação popular, opiniões de fora são bem-vindas para manter o
Divulgação
bem-estar do clube e da comunidade. “Isso aqui não é nosso, é do bairro Assunção.” Um dos exemplos disso é o projeto “Paradão”, desenvolvido no Pérola, que está completando 10 anos e é uma forma de unir os interessados na manutenção do clube. Segundo Ricardo Teixeira, 49, um dos idealizadores do projeto, muitos envolvidos no clube desde o início foram envelhecendo e perdendo o interesse. A ideia surgiu na tentativa de reaproximar os interessados no time. “Hoje temos pessoas de 50, 60 anos, fazendo o que gostam, que é interagir com o pessoal e participar do futebol.” Vila Vivaldi Mauricio Cardozo, 37, presidente do Nacional da Vila Vivaldi, conta que o clube se mantém pelos aluguéis de quadras e que hoje o Nacional tem uma das melhores estruturas da várzea na cidade. A equipe principal conta atualmente com ex-profissionais como o meia Tássio (campeão da Copa do Brasil pelo Santo André), Maicon (Ex-Flamengo, Palmeiras), entre outros. Localizado no Rudge Ramos, o Nacional completa 70 anos em 2016 e, segundo Cardozo, é um dos clubes mais tradicionais da várzea em São Bernardo. “É uma área de lazer, movimenta o pessoal e de certa forma motiva as crianças a buscarem o futebol.” Segundo o presidente, o futebol amador em São Bernardo é referência pela liga e pelo número de clubes disputando campeonatos pela cidade.
Turnê do músico pretende percorrer as cidades de Santo André , São Caetano, Campinas e o interior de SP
meu trabalho. A história, a filosofia, tudo isto está embutido em minha música”, relatou. Além de compositor, o cantor é formado em história. SERVIÇO
relacionamentos amorosos, experiências próprias, por observação. O amor me inspira e procuro retratar as coisas que vejo e vivencio em minhas canções. A arte, também, está presente no
Teatro Lauro Gomes Rua Helena Jacquey, 171, Rudge Ramos, São Bernardo Sábado (30), a partir das 20h30 Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) disponíveis pelo telefone 4365-4566 ou na porta do teatro no dia do espetáculo .