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Produzido pelos alunos do Curso de Jornalismo ANO 36 - Nº 1063
De 13 a 26 de abril de 2017
Alvaro Augusto/RRJ
TRÂNSITO NA CAMINHO DO MAR
» COMUNIDADE Reprodução/RRO
Mesmo com mudanças feitas há quatro anos na avenida Lions, moradores continuam reclamando do tráfego intenso acumulado na região. Pág. 2 Alexandre Leoratti/RRJ
» CHORO Estilo musical do século 19 atrai público da terceira idade para lembrar os velhos tempos. Págs. 10 e 11
Novo reitor da Metodista quer ampliar ações de inclusão social Pág. 3
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CIDADE
RUDGE RAMOS Jornal da Cidade
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DE OLHO NA CIDADE
Motoristas enfrentam congestionamento no acesso à Anchieta pela Caminho do Mar Após quatro anos da modificação feita na avenida Lions, trânsito continua intenso na região Alvaro Augusto
QUEM ESTÁ na avenida Caminho do Mar, sentido Rudge Ramos, pode acessar a via Anchieta. Basta permanecer à esquerda da pista, parar no farol e entrar na rua Xingu, que dá acesso à rodovia e à parte da avenida Lions. Só que o tempo de espera no semáforo é grande. E essa é uma das principais reclamações de quem passa ou mora próximo. A demora faz com que aumente a fila de carros na extensão da Caminho do Mar, tanto no sentido Rudge quanto para quem vai para o centro. O acesso à Anchieta pela Caminho do Mar foi alterado devido as mudanças na avenida Lions na gestão anterior. Antes, os motoris-
tas seguiam pela avenida, viravam à direita, na rua 12 de Outubro, passavam por trás da Termomecânica pela rua 24 de Maio e pegavam o acesso à Lions pela Praça Indu Rovai para seguir até a Anchieta. Para o engenheiro Sandro Brando, 44, morador do bairro, o congestionamento afeta todas as ruas adjacentes, chegando até a igreja do Rudge (Paróquia São João Batista). Ainda segundo ele, a prefeitura coloca dois guardas de trânsito no local para evitar que motoristas fechem o cruzamento e o tráfego atrapalhe o funcionamento das ambulâncias do Hospital Sancta Maggiore. O taxista Moacir Gonçalves, 64, que trabalha no local, disse que o trânsito é péssimo e que antes da
Alvaro Augusto/RRJ
Tempo de espera no semáforo é uma das principais reclamações
mudança era melhor. Ele ainda afirma que uma possível solução seria reabrir a passagem que tinha antigamente, assim teriam duas opções para desafogar o trânsito. De acordo com um comerciante da região, que
não quis se identificar, a mudança na avenida fez com que o movimento do estabelecimento caísse. “Com o trânsito as pessoas evitam este trecho”, disse. A prefeitura, por meio de e-mail, afirmou estar elaborando estudos técnicos
para viabilizar as melhorias no trânsito da avenida, que os guardas presentes no local são uma medida paliativa e que estão projetando que o acesso volte a ser pela Praça Indu Rovai, porém não deram previsão para a mudança ocorrer. Moradores da rua 24 de Maio reclamam desta possível iniciativa da prefeitura de voltar com o trânsito no local. “Eu gastava 40 minutos da av. Caminho do Mar até minha casa, trajeto de menos de um quilômetro. Se o trânsito voltar vai ser complicado”, disse Roberto Nivelato, 60, comerciante. O jornalista Juarez Correa, 62, fala que a mudança vai ser grande, já que de quarta tem feira na rua. Ele também reclama do barulho que o trânsito fazia antigamente.
DE OLHO NA CÂMARA
Munícipes com dívidas ativas e inativas podem regularizar a situação Érika Motoda Guilherme Guilherme
PESSOAS que possuem dívidas de créditos tributários e não tributários (exceto multas de trânsito), vencidas até 31 de março deste ano, podem regularizar suas situações junto à Prefeitura
Rudge Ramos JORNAL DA CIDADE editorial@metodista.br Rua do Sacramento, 230 Ed. Delta - Sala 141 Tel.: 4366-5871 - Rudge Ramos São Bernardo - CEP: 09640-000
Produzido pelos alunos do curso de Jornalismo da Escola de Comunicação, Educação e Humanidades da Universidade Metodista de São Paulo
de São Bernardo. Isso porque os vereadores aprovaram na quarta-feira (12) o projeto que institui o PRT (Programa de Regularização Tributária), de autoria do Executivo. O texto diz que a quitação das dívidas pode ser feita à vista ou em até três parcelas mensais, livre de
juros. O valor mínimo de cada prestação para pessoas físicas é de R$ 40, enquanto o de pessoas jurídicas é de R$ 130. Os cadastros terão início no final de abril. Os interessados podem aderir ao PRT até o mês de julho. Os pagamentos estão previstos para os meses de maio a outubro. Para não haver cancelamento automático do PRT, o requerente não pode ultrapassar os 60 dias de vencimento das parcelas. CPI da Eletropaulo Os líderes dos partidos na Câmara de São Bernardo decidiram seus representan-
DIRETOR - Nicanor Lopes COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO - Rodolfo Carlos Martino. REDAÇÃO MULTIMÍDIA - EDITOR CHEFE- Julio Verissimo (MTb 16.706); EDITORA-EXECUTIVA E EDITORA DO RRJ - Margarete Vieira (MTb16.707); EDITOR DE ARTE - José Reis Filho (MTb 12.357); ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA - Maristela Caretta (MTb 64.183)
EQUIPE DE REDAÇÃO - Álvaro Augusto, Amanda Leonelli,
Arthur Roman, Bárbara Caetano, Bruno Pegoraro, Érika Motoda, Felipe Freitas, Gabriel Mendes, Gabriel Argachoy, Guilherme Guilherme, Iago Martins, Laís Pagoto, Mariana Cunha, Paula Gomes, Raquel Gamba, Thalita Ribeiro e alunos do 5º semestre de Jornalismo. TIRAGEM: 10 mil exemplares - Produção de Fotolito e Impressão: Gráfica Mar-Mar
tes na CPI da Eletropaulo, instaurada no último dia 29 de março. São eles: Zezinho Soares (PSDB), Tião Mateus (PT), Reginaldo Burguês (PSD), Julinho Fuzari (PPS), Fran Silva (SD), João Batista (PRB), Jorge Araújo (PHS), Aurélio (PTB), Eliezer Mendes (PTN), Gordo da Adega (PC do B) , Mauro Miaguti (DEM) e Ramon Ramos (PDT). O vereador Índio, líder do PR, estava ausente durante a indicação dos representantes da comissão. Portanto, essa bancada ainda não indicou um nome para compor o grupo.
Não há nenhum nome decidido para a vice-presidência e para a relatoria do inquérito. Até o momento, o presidente dessa CPI é o tucano Pery Cartola. Mas ele pretende renunciar a essa função e deixar para o colega de partido Samuel Alves.
ERRAMOS - A reportagem “Comércios buscam inovação”, da pág. 9, da edição passada (1.062), é de autoria de Alana Calixto. Na mesma página, na matéria “Artesãos investem no empreendedorismo”, a palavra “artesãos” foi grafada incorretamente no título e no texto.
DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO, MARKETING E SUPRIMENTOS - Ronilson Carassini CONSELHO SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO Aires Ademir Leal Clavel (vice-presidente); Esther Lopes (secretária); Rev. Afranio Gonçalves Castro; Augusto Campos de Rezende; Jonas Adolfo Sala; Rev. Marcos Gomes Tôrres; Oscar Francisco Alves Jr.; Valdecir Barreros; Renato Wanderley de Souza Lima (suplente). DIRETOR GERAL - Robson Ramos de Aguiar VICE-DIRETOR GERAL - Gustavo Jacques Dias Alvim DIRETOR DE FINANÇAS E CONTROLADORIA - Ricardo Rocha Faria
REITOR: Paulo Borges Campos Jr., Coordenadora de Graduação e Extensão - Vera Lucia Gouvea Stivaletti, Coordenador de Pós-Graduação e Pesquisa - Davi Ferreira Barros DIRETORES - Rogério Gentil Bellot (Escola de Ciências Médicas e da Saúde), Nicanor Lopes (Escola de Comunicação, Educação e Humanidades), Carlos Eduardo Santi (Escola de Engenharias, Tecnologia e Informação), Fulvio Cristofoli (Escola de Gestão e Direito) e Paulo Roberto Garcia (Escola de Teologia).
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Reitor da Metodista quer ampliar inclusão social Paulo Borges defende maior envolvimento da instituição com a comunidade Amanda Leonelli Florindo
A UNIVERSIDADE Metodista de São Paulo está com um novo reitor. O professor doutor Paulo Borges, 54, assumiu o comando da instituição e tomou posse no último dia 7 de abril. Em entrevista ao “Rudge Ramos Jornal”, Borges disse que pretende ampliar as práticas de inclusão social, uma das marcas da Universidade. Borges citou como exemplo “implantar um projeto como escolinhas de práticas esportivas voltadas principalmente para crianças e adultos carentes”. Natural de Goiânia, o reitor é doutor em ciências ambientais, mestre em história, especializado em economia agrícola e graduado em economia. Há mais de três décadas, atua na educação. Agora, é responsável pelos mais de 60 cursos entre graduação e pós-graduação da Universidade. Para o professor doutor Paulo Borges, ainda é tempo de descoberta dentro da Universidade. Além dos planos para maior inserção da comunidade no espaço universitário, Borges disse, também, que pretende traçar novas expectativas para alunos, funcionários e os moradores do bairro. Leia a seguir os principais trechos da entrevista:
Comunidade no campus
“Estar aberto à comunidade é uma das tarefas desta Universidade, e todos que quiserem conhecer o espaço, as instalações, ou visitar a biblioteca são bem-vindos. A inserção social continuará sendo feita.”
Projetos
“Os espaços da Universidade devem ser ocupados não apenas pela presença de quem está aqui dentro, mas também da comunidade externa. Quero ampliar as práticas de inclusão social. Eu conversei recentemente com o coordenador do curso de Educação Física e falei para ele que sempre achei muito interessante a experiência de implantar um projeto como escolinhas de práticas esportivas voltadas principalmente para crianças e adultos carentes. Já estou discutindo essa e outras questões com diretores e coordenadores de cursos. Esse é apenas um exemplo entre tantos outros que certamente, já estão acontecendo e que sempre terão o apoio desta reitoria.”
CIDADE
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Por ser uma Universidade filantrópica, oferecemos
20% de bolsas integrais
Thalita Ribeiro/RRJ
RAIO X Nome: Paulo Campos Borges Junior Natural: Goiânia (GO) Idade: 54 Formação: Economista Time do coração: Palmeiras
Cheguei com disposição para trabalhar, de transmitir confiança e positivismo. A história da Universidade se mistura com a história dos bairros mais próximos durante esses quase 80 anos, e eu quero continuar fazendo essa história na região.”
Atendimentos
“Para receber mais gente, principalmente nos atendimentos da policlínica, hospital veterinário e do complexo de educação física, pretendendo retomar os investimentos e ampliar a manutenção desses espaços. Precisamos divulgar. Muitos conhecem a Universidade, mas nem todos sabem dos atendimentos. Para que esses serviços continuem sendo oferecidos à população ao longo dos anos, é preciso muita criatividade, além do envolvimento de toda a comunidade acadêmica.”
Alunos
“Quanto mais alunos tiver, mais bolsas de estudo a Universidade vai disponibilizar. Por ser
uma Universidade filantrópica, oferecemos 20% de bolsas integrais. Portanto, a entrada de alunos nesta universidade tem um sentido de receita, mas também de ampliação das bolsas que podemos oferecer. Já sobre o seletivo do primeiro semestre deste ano, a Universidade foi vitoriosa, e as expectativas também são positivas para o processo seletivo do segundo semestre. Nós estamos em um momento de mudança positiva de expectativas. Imagino uma entrada substancial de alunos.”
Perspectiva
“Cheguei com disposição para trabalhar, de transmitir confiança e positivismo. A história da Universidade se mistura com a história
Professor Paulo Borges atua na educação há mais de três décadas
dos bairros mais próximos durante esses quase 80 anos, e eu quero continuar fazendo essa história na região. Esta Universidade não é construída pelo reitor, coordenadores ou diretores. É o envolvimento de todos um projeto único que nós chamamos de Metodista. Repito, não é meu, pertence a todos nós. A minha fala é sempre de otimismo, expectativas positivas, confiança nesta Universidade. Todos os atores estão aqui presentes, sejam alunos, professores, coordenadores, todos nós. Então vamos continuar fazendo história da Universidade.”
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RUDGE RAMOS Jornal da Cidade
Hoje, a divisão dos
ECONOMIA
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10%
cobrados pela pizzaria é feita a cada final de expediente. O garçom disse que recebe cerca de
R$ 300 Érika Motoda/RRJ
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por semana.
Já as gorjetas são distribuídas mensalmente, em torno de
R$ 50
“Só o tempo vai mostrar se essa lei é boa ou não”. Mas ele disse preferir a atual forma de distribuição da gorjeta, pois o dinheiro vai diretamente para o bolso.
Antonio Elson de Freitas Lima, Francisco de Assis de Lima e Amauri Rodrigues trabalham na pizzaria Montini, no Rudge Ramos
Lei da gorjeta contribui para a aposentadoria, dizem garçons Pagamento de 10% em cima do valor da conta continua sendo opcional Érika Motoda
MAIS DINHEIRO para encargos sociais e para melhorar o cálculo da aposentadoria. Menos para a cervejinha do final de semana ou para pagar as contas. É assim que os garçons entendem como ficará o bolso deles com a gorjeta de 10%, após a aprovação da lei nº 13.419/17. Conhecida como Lei da Gorjeta, o texto torna obrigatório registrar no holerite dos funcionários os 10% que, ainda hoje, são rateados entre garçons no fim do expediente. Pode-se reter de 20% a 33% do valor para encargos sociais (INSS, FGTS e imposto de renda). As regras valem para empregados de bares, restaurantes, hotéis, mo-
téis e estabelecimentos similares. A nova norma não afeta os clientes, que continuam tendo a opção de pagar ou não os 10% incluídos na conta. A nova lei entra em vigor em maio deste ano. E os garçons, gerentes e donos de restaurantes no Rudge Ramos ouvidos pela reportagem já estão fazendo contas e apontando vantagens e desvantagens. Francisco de Assis de Lima, 56, garçom na Pizzaria Montini, uma das mais tradicionais do bairro, acha que o valor da gorjeta no holerite é bom, pois, ao comprar em uma loja, comprovará uma renda maior que o atual salário. Hoje, a divisão dos 10% cobrados pela pizzaria é feita a cada final de expediente. O garçom disse que
recebe cerca de R$ 300 por semana. Já as gorjetas são distribuídas mensalmente, em torno de R$ 50. Perto da idade de se aposentar, Assis de Lima disse não se importar de ter a gorjeta taxada, pois ele avalia que irá receber esse dinheiro mais tarde. O mesmo raciocínio tem seu colega de profissão Eduardo Aparecido da Silva, 51. De olho na aposentadoria, Silva, que trabalha na Pizzaria Giradini, disse que o salário que recebe no holerite, somado à gorjeta, agora oficial, aumentará a contribuição do INSS, melhorando a média para cálculo da aposentadoria. “O salário vai praticamente dobrar.” Mas a gorjeta não possui natureza salarial, e sim remuneratória, de acordo com o advogado trabalhista
Thiago Trindade Abreu da Silva Menegaldo, presidente da Comissão de Direito do Trabalho da 39ª Subseção da OAB de São Bernardo. Segundo o mesmo, incide somente nos recolhimentos previdenciários, FGTS e imposto de renda. Não se incorpora aos cálculos de parcelas de aviso prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado. Outro garçom da Montini, Antonio Elson de Freitas Lima, 25, há dois anos na função, disse temer que sua renda diminua. “Parte do meu salário vai direto para custos como o aluguel. Os 10% vão para a cervejinha do final de semana ou até para a minha alimentação.” Mais um desconfiado é o colega de profissão Denilson Brandão de Freitas, 39:
Gerência Entre os proprietários e gerentes dos estabelecimentos também há controvérsia. Amauri Rodrigues, 46, gerente da Montini, afirmou ser contra a nova forma de repasse porque acredita que é melhor receber a bonificação livre de taxas. “[A retenção dos 20% a 33% da arrecadação] Alivia um pouco o lado do empresário na hora de manter os empregos. Mas o retorno disso não vale a pena para o funcionário.” Já José Luiz da Silva Farias, 32, gerente da churrascaria Tendal Grill, de São Bernardo, disse que a lei é “viável”. “Cada um vai receber o seu valor certo no holerite.” Farias disse que o faturamento das gorjetas é dividido entre todos os funcionários da churrascaria. Por sua vez, Emerson Brandão, 28, gerente da Pizzaria Giradini, não acha que mudará muito para os funcionários, pois os 10% continuarão sendo repassados. Mas Luís Carlos Garrido, 53, um dos quatro sócios da Pizzaria Montini, desaprova a lei. “O governo vai taxar os caras que trabalham muito e recebem pouco.” O dono da Pizzaria Giradini, Isaias Brandão, 74, disse que “se for incorporar [os 10%] ao salário, vai complicar por causa dos encargos. Se os 10% fossem obrigatórios, pelo menos, eu poderia firmar um compromisso com os funcionários”. Para o advogado Menegaldo, a lei é benéfica tanto para o trabalhador como para o empregador. “Antes da lei, apenas os sindicatos da categoria, por meio de normas coletivas, regulamentavam o pagamento das gorjetas. Os critérios, muitas vezes, não eram claros ou eram desconhecidos pelos empregados”, afirmou via e-mail.
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TECNOLOGIA
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Redes divulgam ações sociais ONGs e projetos independentes ganham visibilidade com divulgação de trabalhos comunitários nas redes Sofia Sales/RRJ
Sofia Sales
REDES SOCIAIS começam a ser utilizadas para captação de recursos financeiros, humanos e materiais para ações comunitárias. No site “OngsBrasil”, só em São Bernardo, estão registradas 73 ONGs, e muitas delas participam das redes sociais para promover seus trabalhos, facilitando também, a comunicação do projeto com a comunidade. A Pesquisa Brasileira de Mídia de 2016, aponta que a internet está em 5° lugar como meio de informação sobre o que acontece no país. A rede possibilita diversos tipos de relação e difusão de informações, sites como Facebook, Instagram, Twitter e YouTube tornam-se essenciais no compartilhamento de conteúdo. A professora do Centro Universitário Assunção (UNIFAI), Cristina Palhares, especialista em comunicação, valoriza os benefícios das redes. “Divulgar de forma transparente quais são as necessidades de auxílio financeiro da sociedade tem dado resultados relevantes.” Além das redes sociais, existem aplicativos como Cupong.me, que possibilita o cadastro de notas fiscais para qualquer ONG que você queira ajudar e o SocialMob, capaz de fazer um mapeamento de organizações que precisam de ajuda, e servem como uma forma de aproximação com a sociedade. Pequenas ações Segundo a pesquisa Digital in 2016, da We Are Social, realizada ao longo do último trimestre de 2015, temos hoje no Brasil uma média de 90 milhões de internautas, ou seja, 45% da população ativa em redes sociais de todos os tipos, sendo as mais utilizadas o Facebook, seguido do Whatsapp e do Youtube. Essas plataformas permitem a criação de grupos e eventos, e essas pessoas passaram a usar este recurso para reunir produtos de higiene, alimentos, brinquedos e encontrar lar para animais abandonados. Nicolas Miranda, 28, é
músico e produtor de eventos, mora em Santo André e realiza diversas atividades musicais em que o ingresso é pago com a entrega de um quilo de alimento, e no mês das crianças, brinquedos. Os produtos arrecadados são revertidos para organizações sociais do ABC. Os organizadores destes eventos entram em contato com a ONG que desejam ajudar, e ficam responsáveis pela entrega dos produtos recebidos no dia do show. As pessoas que participam desta ação sabem pelo evento no Facebook qual o projeto que será beneficiado naquele dia. Mas Nicolas lembra que nem sempre essa forma de anúncio garante o sucesso da ação. “A divulgação é feita primordialmente pela internet, mas o retorno depende muito do próprio evento, se
Internet auxilia na criação de grupos para divulgação de projetos e ações sociais unindo pessoas de diversos lugares com os mesmos interesses
vai ter algum artista mais conhecido ou não. Infelizmente o simples fato de ajudar quem necessita muitas vezes não é o bastante.” Além das Redes Antes de começar um perfil nas redes sociais, é importante definir uma estratégia de divulgação dos ‘posts’, idealizar como será feita a atualização das mesmas. Estar ativo, responder sempre as dúvidas e sugestões de seus usuários, construindo relações que transformem os seus leitores em parceiros das causas abraçadas pela instituição.
Coordenador do curso Tecnologia em Produção em Multimídia da Universidade Metodista de São Paulo Eduardo Sales reforça a importância de conhecer o público que desejamos atingir para tentar garantir participação nas ações criadas pelas redes sociais. “Temos que nos perguntar sempre se sabemos que tipo de usuário queremos, quais perfis existem nas redes e como dialogar com essas pessoas. E isso é um processo, pois a internet ainda é um meio muito novo, e estamos aprendendo.” A solução não está apenas no saber utilizar as redes sociais, os conceitos jurídicos e de marketing ajudam a garantir sucesso na captação de recursos financeiros, materiais e humanos. A Abong (Asso-
ciação Brasileira de Organizações Não Governamentais) criou uma cartilha que auxilia as organizações com os principais conhecimentos das questões jurídicas necessárias para captação de recursos. O material aponta que o não saber pode prejudicar a credibilidade, transparência e a segurança jurídica das relações entre entidades de Terceiro Setor, fontes de recursos e a sociedade civil organizada. Cristina Palhares também reforça que, mesmo sem o lucro como objetivo final, o marketing social nas redes não é um vilão. “Não existe a intenção do lucro, mas sim das trocas e da solidariedade em prol de grupos que não são assistidos normalmente pelos governos.”
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TECNOLOGIA
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Financiamento coletivo é pratica no ABC Arquivo pessoal
Mariana Mazzoni
O FINANCIAMENTO coletivo, também conhecido como crowdfunding, é uma nova forma de arrecadação de dinheiro por meio de plataformas online. Pode ser usado por ONGs para projetos sociais, por empresas para ajudar em seus negócios ou para fomentar projetos pessoais. Verinaldo Dantas, 48, analista de sistemas, morador de São Bernardo, se interessou pelo “crowdfunding” ao fazer um intercâmbio para os Estados Unidos. Quando voltou, decidiu criar sua própria plataforma. Além do interesse por empreendedorismo, o que levou Dantas a criar o “Juntar Juntos” foi seu interesse pela área tecnológica.
“Eu queria começar o meu próprio projeto, uma mochila que funciona a energia solar, mas quando fui atrás das plataformas de crowdfunding disponíveis, percebi que existia uma defasagem na área de tecnologia”, contou Dantas.
Essa defasagem vai além da percepção do analista, pois uma pesquisa feita pelo site Catarse em 2014 aponta que 52% das propostas têm como objetivo fomentar projetos culturais e artísticos, 51% têm viés social ou ambien-
MOVIDOS por amor à causa animal, os cuidadores independentes utilizam as redes sociais para compartilhar seus resgates e buscar adoção para cães e gatos abandonados. Grupos no Facebook, posts em suas páginas pessoais e vários compartilhamentos formam uma rede de solidariedade e união desses protetores. Protetora desde 2012, Dayane Escudeiro, 27, passou a vida sempre rodeada de animais. Em seu período de gestação, Dayane adotou uma gata que semanas depois deu cria. No total, a protetora teve em sua responsabilidade 11 gatos. Em busca de ajuda, ela descobriu na internet um grupo de protetores de animais que contribuiu
no processo de virar uma cuidadora independente. “Eles me ensinaram sobre castração e vacinas. Hoje, tenho parceiros que se não podem contribuir financeiramente, mas ajudam compartilhando, e assim conseguimos fazer vários resgates”, disse. Em um período de cinco anos de atuação como cuidadora independente, Dayane conta que já resgatou cerca de 50 animais conseguindo lares para todos. “O que me ajudou, realmente, foi a internet”. O amante da causa animal Alexandre Morais, 45, está atuando com regates e promovendo adoções há seis anos, mas sua história com cães e gatos vem desde a infância. Morais conta que sempre se sensibilizou com a causa, e na já extinta rede social
tal e apenas 24% focam no empreendedorismo que viabiliza produtos e iniciativas acadêmicas. Por isso Dantas se movimentou para criar seu próprio site, focando em projetos acadêmicos e tecnológicos. Parte dos financiamentos coletivos se dedica a ajudar ONGs, abrigos de animais e pessoas que precisam de dinheiro para cuidar de animais de rua ou doentes. Foi o que fez Amanda Ramos, 27, profissional de marketing, moradora de São Caetano, que ao descobrir que seu cachorro Fuxico estava doente, abriu um financiaArquivo pessoal
Internet promove adoção de animais Taynara Carmo
Cadela encontrada por Livia Silva Gomes se recupera de cirurgia realizada por financiamento coletivo
“Orkut” descobriu que poderia fazer mais por esses animais: “No Orkut já faziam isso, mas o Facebook tornou a função mais atuante”. Vegetariano, morador de Diadema, atleta de triathlon, marido e pai, ele brinca que seu dia tem quase 50 horas, mas não deixa de lado sua paixão pela causa animal. “Acontece de ter que fazer algum resgate urgente, vou lá e faço”, explicou.
Nosso trabalho é
INFORMAÇÃO
Além dos resgates, Bob usa as redes sociais para vender camisetas e ajudar nos gastos. Pelo Facebook, ele divulga as feiras de adoção que realiza mensalmente: “99% das adoções conseguimos pelo Facebook. Todo mundo vai compartilhando até acharmos um dono. É a melhor ferramenta”, afirmou. Para manter seus quatro cães, quatro gatos, os custos dos resgates e os
mento no site “Vakinha”. A dona do pet conta que com ele pagou grande parte do tratamento do Fuxico, divulgou em suas redes sociais e teve grande ajuda de amigos e conhecidos. “Quando descobri que ele teria que fazer quimioterapia semanalmente, fiquei preocupada, ia ficar muito caro e eu não tinha dinheiro. Foi então que me lembrei do crowdfunding.” Algo parecido aconteceu com Livia Silva Gomes, 28, empresária que encontrou um filhote de cachorro acidentado ao voltar de uma viagem. O animal estava com as patas quebradas e impossibilitado de andar. Para fazer a cirurgia necessária, Livia usou o Facebook para divulgar a história. Ela foi compartilhada tão intensamente, até por desconhecidos, que a dona do animal conseguiu pagar todo o seu tratamento com doações. Ativista da causa animal, Alexandre, brinca com seus cachorros, três deles adotados e um resgatado
animais que apadrinhou, Morais trabalha como representante de uma empresa de para-raios em Sorocaba, e explica o que o motiva para continuar na causa, mesmo com os percalços: “Já tem muita gente fazendo de tudo para causar dor ao animal, tem que ter a outra parte, a que faz o bem”. Por meio de um post no Facebook de uma cuidadora independente, Eduardo Amorim, 48, e sua esposa, Rafaela Amorim, 31, decidiram aumentar a família e adotar uma cadela, a quem deram o nome de Luna: “Entramos em contato e fomos conhecê-la. Foi amor à primeira vista. A experiência é ótima. Estou com o coração em paz por ter feito algo bom para quem tinha sido jogada à própria sorte”, contou Amorim.
Se você tem alguma reclamação ou quer sugerir um assunto para que ele se transforme em pauta e reportagem, fale com a Redação: WhatsApp
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Concurso da PM estimula retirada de tatuagem
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Entre agosto de 2016 e janeiro de 2017, a clínica atendeu cerca de
70
pessoas que queriam se livrar de uma tatuagem para se inscrever na seleção
Preço de cada sessão do tratamento varia de acordo com o desenho e a cor Fotos: André Varella/RRJ
André Varella
NO ÚLTIMO ano, a clínica LH Laser, em São Bernardo, fez o procedimento a laser para remover tatuagens em cerca de 100 pessoas, 50% a mais do que em 2015. A maior parte dos tratamentos aconteceu no segundo semestre, logo após a Polícia Militar divulgar edital para candidatos do concurso para soldados. Entre as exigências da PM, está a proibição de tatuagens em lugares visíveis do corpo. A vendedora Jéssica Silva, 19, quer remover duas tatuagens nos braços para poder prestar concurso para a PM. Jéssica está há mais de um ano procurando uma clínica pela internet e pelas redes sociais, mas ainda não encontrou uma que julgue adequada. “Todas que eu vi tem muitos comentários negativos e eu ainda não achei uma que me agradasse totalmente.”
De acordo com a laserterapeuta da clínica LH Laser, Miriam Firmino, 52, entre agosto de 2016 e janeiro de 2017 a clínica atendeu cerca de 70 pessoas que queriam se livrar de uma tatuagem para se inscrever no processo seletivo. “Temos convênio com colégios militares. Eles indicam nossa clínica para os alunos removerem os desenhos e estudar lá”, disse Miriam, que também é enfermeira e tem mais de três anos de experiência em laserterapia. Uma sessão custa, no mínimo, R$ 100 e pode chegar até R$1000. Miriam está pensando em escrever um livro contando as histórias mais marcantes de seus clientes e quer incluir o tratamento de sua filha Gabriella Borgatto, 25, que tatuou uma caveira na época que namorava um tatuador. Gabriella hoje é estudante de estética e se diz arrependida de ter feito o dese-
Laser utilizado no procedimento penetra diretamente na cor preta. Por isso o resultado não é tão rápido em outras cores
nho por impulso. “Eu não sei o que passou pela minha cabeça. Mas, como eu namorava um tatuador, eu vivia nesse meio. Me deu vontade de fazer uma tattoo e eu fiz”, completou a estudante que está na sua terceira sessão do tratamento. O tatuador Marcelo Lobão, 47, também já fez o procedimento de remoção de tatuagem a laser para clarear o desenho e cobri-
-lo com outra tattoo. Após o tratamento, que demorou cerca de seis meses e custou US$ 500 (cerca de R$ 1,5 mil) por sessão, Marcelo ficou com cicatrizes. “Eu não consegui fazer o desenho que queria para cobrir. Eu tive que adaptar por conta das cicatrizes.” No ano passado, ele percebeu um aumento na procura por reformas e coberturas de tatuagens de outros
profissionais. “As pessoas fazem as sessões de remoção, mas a tatuagem não sai totalmente. Se for para clarear, o processo funciona, mas para sair totalmente, é difícil. 50% do que eu fiz foi para arrumar tatuagens”. De acordo com o profissional, que está no mercado há 20 anos, as pessoas fazem tattoos que estão na moda e se arrependem. “Eu sempre aconselho meus clientes a pensarem bem no desenho e ter certeza do que querem.” Marcelo removeu a tatuagem por não ter gostado dos traços do tatuador. “Ele tinha um estilo próprio de tatuar. Eu escolhi um desenho que não o agradou, e ele não foi profissional. Quando acabou eu disse que iria remover.”
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COMPORTAMENTO
De 13 a 26 de abril de 2017 André Varella/RRJ
Pigmentação influencia na remoção Bruno Pegoraro
A REMOÇÃO de tatuagens pode ser feita de três formas: dermoabrasão (que lixa a pele), cirurgia e laser. Mas especialistas afirmam que o procedimento a laser é o mais adequado, pois não deixa marcas ou cicatrizes na pele.
Mesmo não deixando sequelas pelo corpo, o laser não é 100% eficaz em todos os casos. De acordo com a dermatologista Roberta Cortina, 41, a profundidade do desenho e as pigmentações influenciam na remoção. A dermatologista também alerta para os cremes comercializados para remoção de tatuagem. Esses
Dona Judith, 85 anos, ostenta 71 tatuagens Carlos Mattos
NA CONTRAMÃO de quem se arrepende de fazer uma tatuagem e decide fazer a remoção, há quem depois de uma certa idade se rende à beleza dos desenhos. Judith Caggiano, 85, é uma adepta da tattoo. Aposentada, dona Judith, como é conhecida, fez a primeira aos 72 anos. Hoje, ostenta 71 tatuagens pelo corpo. Antes do primeiro desenho, dona Judith conta que viveu por 51 anos em um casamento em que a rigidez do marido imperava. “Ele era um excelente marido, mas eu não podia nem ir à casa dos meus filhos, ele me controlava muito. Todos o adoravam, mas o problema era eu.” Após a morte do marido,
a aposentada disse que “caiu no mundo” e, em uma viagem ao Paraná, viu alguns garotos tatuando com uma máquina improvisada. “Pedi que tatuassem um tribal na minha nuca, mas não sabia que cortava [que agulhas eram usadas na pele].” A tatuagem demorou cinco horas para ficar pronta. Dona Judith disse que achava que a cabeça iria cair. “Para mim, era feita com caneta assim como aqueles rapazes que tatuam na praia”, disse, ao se referir àquelas feitas à base de henna. A primeira tattoo dela recebeu um nome: “Libertação”. Tanto que hoje ela é a musa dos motoclubes sediados no ABC. Já foi até convidada para programas de TV, como “Amor & Sexo”, da Rede Globo,
produtos têm a mesma composição de cosméticos indicados para manchas na pele. “Os cremes não funcionam. O pigmento da tatuagem é profundo e o creme não alcança.” Roberta afirma que o preto é a cor mais fácil de desaparecer. Já o laranja, o vermelho e o amarelo requerem mais sessões e não
são removidos por completo. O tom da pele também interfere no tratamento. Peles mais claras tendem a ter melhores resultados que as escuras. O laser foi a escolha da advogada Denise Pimenta, 30, que optou pela remoção parcial da tattoo. Seu braço direito exibia um coração com duas asas. “O desenho Carlos Mattos/RRJ
Tatuagem logo após a sexta sessão de remoção a laser; o indicado são dez etapas
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foi feito depois de um período de depressão. Queria lembrar de todo o meu trajeto e história”, disse. A advogada disse que comprou o tratamento na internet e não se recorda do valor pago. “Resolvi fazer somente seis sessões, porque queria apenas enfraquecer a tatuagem para poder fazer outra por cima, não estava gostando mais. Sou muito branca e a tatuagem era vermelha e azul, cores que não saem facilmente na remoção.” Já a vendedora desempregada Andressa Rodrigues, 26, optou pela remoção completa, no valor de R$ 100,00 por sessão. O motivo: o desenho era o nome do ex-namorado. “Fiquei satisfeita desde a primeira sessão. Estou na sexta etapa e o resultado está muito bom.” O caso de José Sicupira, 30, auxiliar de processos ambientais, é semelhante ao de Andressa. A tattoo só possui a pigmentação preta e está quase removida. As sessões custaram R$ 80,00 cada uma. Após uma festa com amigos na adolescência, Sicupira tatuou o número 87 na mão (uma alusão a seu ano de nascimento) e se arrependeu. Motivo da remoção: ele nasceu em 1986. Além das 71 tatuagens pelo corpo, o chapéu, pulseiras e colares, compõe o estilo da Dona Judith
“O Melhor do Brasil”, da Record, quando ganhou o título de “Vovó mais enxuta do Brasil”. Dona Judith disse também que os filhos estranharam a primeira tatuagem. Mas que depois se acostumaram. Hoje, seu corpo ostenta estrelas e borboletas que representam cada um dos filho, netos e bisnetos. “Todas as minhas tatuagens têm um significado e muitas delas acabaram servindo também para cobrir algumas cicatrizes no meu corpo, como as flores do ombro e da perna.” E, pelo visto, ela não irá parar. “Os tatuadores me procuram para oferecer tatuagem, sou amiga de todos eles e sempre que vou ao estúdio para conversar, acabo saindo com uma tatuagem nova”, disse dona Judith.
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De 13 a 26 de abril de 2017
Diversão alternativa na região custa até R$ 80
Escape60 pode ser jogado por até
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participantes simultaneamente
Escape60, hoverboard e airsoft são algumas das formas de entretenimento que fogem do tradicional Diego Brito/RRJ
Diego Brito
HÁ UM ano, novas formas de se divertir surgiram no ABC e custam de R$ 20 a R$ 80. Entre as novidades estão o Escape60, jogo em que o participante precisa fugir de uma sala em até uma hora, o hoverboard, uma espécie de skate elétrico, e o airsoft, prática recreativa com armas de pressão que atiram projéteis plásticos em alvos. As três formas de recreação chegaram na região através de experiências em outros locais, incluindo outros países. A franqueada do Escape60 de Santo André, Joanna Cougo, 31, explica que decidiu trazer o jogo para o ABC após participar de uma das salas oferecidas em São Paulo com colegas da empresa em que trabalhava. O Escape60 fica localizado na rua das Figueiras, 1.389, bairro Jardim. “Sou moradora do ABC e quando olhei o Escape vi a oportunidade de trazer para a região uma opção de entretenimento inovadora. Por ser um polo industrial riquíssimo, poderia atingir o público corporativo”, relatou Joanna, que também é diretora comercial. O espaço completou um ano no dia 12 de fevereiro. Para jogar, é necessário desembolsar R$ 80 por participante. O mínimo de jogadores por sala são quatro e o máximo 10. Entre pistas e enigmas, o objetivo é sair do ambiente a salvo. Airsoft No caso do airsoft, a ideia nasceu no Chile. O proprietário do Zombie Killer Airsoft, em São Bernardo, José Ramos, 69, viu que a pratica estava cada vez mais frequente no seu país de origem, e assim que retornou para a região, resolveu abrir o stand no São Bernardo Plaza Shopping, no Centro. “Percebi que muitas pessoas participavam nas ruas e nos shoppings de lá [Chile]. A única mudança é que o tema do jogo geralmente é militar. Com o crescimento da
Uma das salas do Escape60 tem como tema uma prisão; o participante precisa fugir do local decifrando enigmas em até uma hora
“
Quando olhei o Escape vi a oportunidade de trazer para a região uma opção de entretenimento inovadora.” Joanna Cougo
franqueada do Escape60
popularidade dos zumbis, resolvemos apostar nessa temática e tem dado certo”, explicou. A ideia do jogo é básica: defender-se de um apocalipse zumbi com uma arma. Quanto mais próximo do coração ou da cabeça do morto-vivo o projétil atingir, maior a pontuação. O jogo pode ser praticado sozinho e o preço é calculado por quantidade de tiros, 110 projéteis saem por R$ 27. Hoverboard Outra alternativa é o hoverboard, um tipo de skate elétrico controlado com o equilíbrio corporal, que é oferecido em São Bernardo e Santo André. A prática chegou no ABC há nove meses e também teve inspiração em outros países.
Confira as opções Jogo
Escape60
Endereço
R.ua das Figueiras, 1389 Shopping ABC e Shopping São Bernardo Grand Plaza Shopping, - Bairro Jardim, Santo Golden Square Sho- Plaza e Shopping Praça Shopping ABC e Golden André pping da Moça Square Shopping
Telefone
11 2896-7708
11 4903-0002
11 98799-4454
Site
www.escape60.com.br
www.startja.com.br
www.zombiekiller.com. www.clubepowerairsoft. br com.br
Horário
10h às 22h Ter a Dom
10h às 22h Todos os dias
10h às 22h Todos os dias
10h às 22h Todos os dias
Preço
R$ 80/hora
R$ 20/15 min ou R$ 30/30 min
R$ 27/110 tiros
R$ 29,90/30 min
Participantes
4 a 10
1 ou mais
1 ou mais
1 ou mais
Um dos donos da Start Já, empresa que disponibiliza o equipamento em shoppings da região, Yuri Amoedo, 28, teve o primeiro contato com o hoverboard em países como Malta e Espanha. “Nesses dois países você vê o hoverboard em diversos locais. As pessoas usam como um meio de transporte. Aqui no Brasil
Hoverboard
Zombie Killer Airsof
ainda é visto só como forma de diversão, mas pode ser levado como uma forma de locomoção”, falou Amoedo. O engenheiro ainda ressaltou que “assim que o hoverboard começou a chegar no Brasil, houve uma explosão de aparelhos falsificados, o que acabou causando acidentes, então, é necessário optar sempre pelo equipa-
Clube Power Airsoft
11 99956-4002
mento original.” O preço para praticar o hoverboard varia entre R$20 e R$ 30, que equivalem, respectivamente, a 15 ou 30 minutos deslizando em duas rodas. O Start Já é encontrado no Golden Square Shopping, em São Bernardo e no Shopping ABC, em Santo André.
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De 13 a 26 de abril de 2017
Bocha e chorinho atraem 3ª idade Alexandre Leoratti
O ESTILO musical, chamado de choro, de meados do século 19, que envolve instrumentos como o violão de sete cordas, cavaquinho, pandeiro e flauta, ainda conquista os corações do público da terceira idade, em São Bernardo. É o caso do Clube do Choro, que se reúne às quintas-feiras, às 19h30, na praça Nossa Senhora de Fátima, na Vila Dayse, em São Bernardo. O grupo possui os mais experientes, que tocam as músicas durante à noite, e os que vão somente escutar as canções e conversar com os amigos. Marcus Murillo, 56, foi o idealizador do clube em 2004. Segundo ele, muitas das pessoas da terceira idade comparecem aos encontros semanais para relembrar os velhos tempos. “Fez parte da cultura deles, eles viveram isso, então é um resgate das memórias”, afirmou. Segundo ele, o grupo começou como uma forma
Alexandre Leoratti/RRJ
Em média, 20 pessoas vão todos os dias jogar bocha no Clube Peruche, na Vila Curuçá, em Santo André
de escola dos instrumentos necessários para tocar o Choro. De acordo com Murillo, o clube recebia ajuda financeira por parte da Secretaria Estadual da Cultura, mas, atualmente, não há mais ajuda. Mesmo assim,
Murillo ainda acredita que futuramente o clube possa retornar a receber subsídios por parte do estado. Toni Boran, 64, vai aos encontros do choro há cinco anos. De acordo com o músico, as pessoas que frequen-
tam o local e a música de qualidade são os principais motivos para presenciar os encontros constantemente. Segundo Boran, muitas das pessoas vão para atividade com o objetivo de resgatar períodos vividos na infância
UMA COISA é certa. Mesmo com a crise, as pessoas não deixam de sair para se divertir. Roberto Moreira, presidente do Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem Alimentação do Grande ABC), aponta um crescimento de bares na região nos últimos cinco anos. “Apesar de uma retração óbvia do mercado no final de 2016, as pessoas estão gastando menos, mas não deixam de sair”. Também foi essa a conclusão a que chegou Sérgio Mira, 49, um dos sócios do 52’s Rock Bar, inaugurado em dezembro de 2016 no Rudge Ramos. Como o próprio nome indica, e Mira reforça, “a proposta da decoração é uma mistura entre o estilo Industrial e o Rock’n’Roll. Não queríamos nada muito sofisticado”. A ideia de abrir o bar surgiu quando ele e seu sócio, Maurício Bitolo, 48, perceberam a falta de um
lugar que agradasse aos dois sem precisar sair de São Bernardo. Foi então que acharam um espaço para alugar e “na raça” decidiram abrir o 52, “conhecemos muita gente por aqui e, por isso, acreditamos no nosso potencial”, contou Mira. Quanto ao serviço, o objetivo é oferecer ao cliente “um atendimento legal e uma cerveja bem gelada”, que ele considera a joia da coroa da casa. No local, há cerca de 35 rótulos nacionais de produção artesanal. As bebidas, que vêm de estados como Paraná e Santa Catarina, têm toques de chocolate e avelã, por exemplo. “Elas são o nosso diferencial”, explicou Mira, que também é representante comercial de cervejas quando não está no bar. Com dois meses de casa aberta, Sérgio avalia positivamente o investimento feito e se mostra positivo para o futuro, “o boca-a-boca é e sempre será a melhor estratégia de marketing”.
e adolescência. “Tem essa parte do resgate dos velhos tempos também”, afirmou. Bocha Outra atividade que atrai pessoas da terceira idade é a bocha. A modalidade, criada na época do Império Romano, é praticada todos os dias, a partir das 13h, no Clube Peruche, fundado em 1987. O local fica na Vila Curuçá, Santo André. Os frequentadores são aposentados. Antônio Magalhães, 56, um dos organizadores do clube, afirma que o espaço recebe em média 20 pessoas diariamente para disputar partidas de bocha. “Em dia de campeonato o local fica lotado”. Magalhães também explica a importância do esporte para os moradores idosos do bairro, muitas vezes, sendo a única atividade de entretenimento dos frequentadores. “É uma distração para todos os aposentados. Não temos para onde ir, então sempre estamos sempre aqui.”, disse. O Clube Peruche possui mesas para jogos como dominó e baralho. O local também possui um campo de malha, mas não está apto para jogos. Flávia de Oliveira/RRJ
Bares também inovam para atrair consumidores Flávia de Oliveira
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Sérgio Mira, 49, foi um dos criadores do 52’s Rock Bar, localizado no bairro Rudge Ramos, em São Bernardo
Segundo o presidente do Sehal, “o diferente aliado à qualidade fideliza”. Com a mesma diretriz em mente, Rusty Coulson, um canadense viajado de 45 anos e professor de inglês “aposentado”, decidiu abrir o Little Igloo Bar, em Santo André,
onde só se fala a língua materna do dono. Em uma de várias tardes de happy-hour com seus alunos, a maioria executivos, Coulson percebeu que poderia unir o útil ao agradável. Por já ter tido seu próprio bar no Japão,
ele não hesitou e decidiu arriscar também no Brasil. “Comecei a trazer meus alunos para cá e, desde então, só crescemos. Tenho clientes que vêm de São Paulo só por que gostam do ambiente se sentem em outro país”, falou Coulson.
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De 13 a 26 de abril de 2017
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