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Produzido pelos alunos do Curso de Jornalismo
De 25 de maio a 7 de junho de 2017
ANO 36 - Nº 1066 Guilherme Guilherme/RRJ
» COBRANÇA Morador do Demachi afirma pagar por ar na tubulação de água Pág. 5
SEM SINALIZAÇÃO
Letícia Alves/RRJ
Motoristas que passam pela avenida Senador Vergueiro enfrentam dificuldade para circular no local devido a ausência de pintura na via. Pág. 3
» SONHO
Jovens lutam por carreira no futebol. Págs. 10 e 11
» PROTESTO Pais de alunos reivindicam início do Programa Tempo de Escola Pág. 2
Guilherme Guilherme/RRJ
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POLÍTICA
RUDGE RAMOS Jornal da Cidade
De 25 de maio a 7 de junho de 2017
DE OLHO NA CÂMARA
Prorrogação de atividades extracurriculares gera novo protesto na Câmara
Até o último ano, o Tempo de Escola atendia a mais de
10 mil
alunos. Mas o líder do governo anunciou que o número neste ano cairá para
8.900
por causa da situação financeira da cidade
Programa Tempo de Escola não terá início no dia 25 ao contrário do que prefeitura anunciou Guilherme Guilherme/RRJ
Érika Motoda Guilherme Guilherme
O PROGRAMA Tempo de Escola, que proporciona atividades extracurriculares para alunos do ensino fundamental, não terá início no dia 25 de maio, diferentemente do que foi publicado em nota pela Prefeitura de São Bernardo na última semana. Por esse motivo, pais de alunos da rede pública voltaram a protestar na Câmara, na quarta-feira (24). Esse projeto municipal visa oferecer ações educativas dentro e fora da escola nos horários alternativos ao período escolar. Na última semana, pais e alunos estiveram presentes na sessão para protestar contra a suspensão das aulas, que deveriam ter começado em março, segundo eles. Entretanto, o contrato com as oito ONGs que prestarão o serviço ainda não estava assinado até a manhã da última quarta (24), véspera do suposto início das atividades. De acordo com o líder do governo na Câmara, Ramon Ramos (PDT), o contrato seria assinado ainda na quarta (24). Na última sessão da Câmara, os vereadores não deram uma data exata para o início do programa. O vereador Ramos transferiu a responsabilidade para as ONGs. “Após a assinatura
Rudge Ramos JORNAL DA CIDADE editorial@metodista.br Rua do Sacramento, 230 Ed. Delta - Sala 141 Tel.: 4366-5871 - Rudge Ramos São Bernardo - CEP: 09640-000
Produzido pelos alunos do curso de Jornalismo da Escola de Comunicação, Educação e Humanidades da Universidade Metodista de São Paulo
do contrato, fica a cargo das ONGs iniciar as atividades. Pode ser amanhã ou daqui a um mês”, afirmou. O período de vigência do contrato é de dois meses após as atividades serem iniciadas. Até o último ano, o Tempo de Escola atendia a mais de 10 mil alunos. Mas o líder do governo anunciou que o número neste ano cairá para 8.900 “por causa da situação financeira da cidade”. Ramon disse ainda que,
passados esses dois meses, a prefeitura pretende avaliar o Programa Tempo de Escola para decidir se o projeto será continuado ou substituído pelo Programa Educar Mais, elaborado pela atual administração. Já o presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esportes, Eliezer Mendes (Podemos, antigo PTN), foi mais enfático. Ele disse que “é prioridade do prefeito implantar o Educar Mais”.
DIRETOR - Nicanor Lopes COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO - Rodolfo Carlos Martino. REDAÇÃO MULTIMÍDIA - EDITOR CHEFE- Julio Verissimo (MTb 16.706); EDITORA-EXECUTIVA E EDITORA DO RRJ - Margarete Vieira (MTb16.707); EDITOR DE ARTE - José Reis Filho (MTb 12.357); ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA - Maristela Caretta (MTb 64.183)
EQUIPE DE REDAÇÃO - Álvaro Augusto, Bárbara Caetano, Bruno Pegoraro, Érika Motoda, Felipe Freitas, Gabriel Mendes, Gabriel Argachoy, Guilherme Guilherme, Iago Martins, Mariana Cunha, Raquel Gamba, Thalita Ribeiro e alunos do 5º semestre de Jornalismo.
TIRAGEM: 10 mil exemplares - Produção de Fotolito e Impressão: Gráfica Mar-Mar
O Educar Mais foi lançado em janeiro pelo prefeito Orlando Morando (PSDB) e visa oferecer atividades em tempo integral dentro das escolas, por professores concursados. Atualmente, o programa atende a mais de 1.200 alunos de cinco escolas nos bairros Jardim Farina, Taquacetuba, Ferrazópolis, Jordanópolis e Jardim Silvina. O novo programa municipal não é muito popular
Pais e alunos da rede pública querem a volta do projeto, que atende os estudantes em horários alternativos
entre os pais. Eles temem que as regiões centrais da cidade sejam priorizadas em detrimento dos bairros periféricos. Além disso, eles reclamam que as atividades não serão feitas ao ar livre, a exemplo de como é atualmente com o Tempo de Escola.
DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO, MARKETING E SUPRIMENTOS - Ronilson Carassini CONSELHO SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO Aires Ademir Leal Clavel (vice-presidente); Esther Lopes (secretária); Rev. Afranio Gonçalves Castro; Augusto Campos de Rezende; Jonas Adolfo Sala; Rev. Marcos Gomes Tôrres; Oscar Francisco Alves Jr.; Valdecir Barreros; Renato Wanderley de Souza Lima (suplente). DIRETOR GERAL - Robson Ramos de Aguiar VICE-DIRETOR GERAL - Gustavo Jacques Dias Alvim DIRETOR DE FINANÇAS E CONTROLADORIA - Ricardo Rocha Faria
REITOR: Paulo Borges Campos Jr., Coordenadora de Graduação e Extensão - Vera Lucia Gouvea Stivaletti, Coordenador de Pós-Graduação e Pesquisa - Davi Ferreira Barros DIRETORES - Rogério Gentil Bellot (Escola de Ciências Médicas e da Saúde), Nicanor Lopes (Escola de Comunicação, Educação e Humanidades), Carlos Eduardo Santi (Escola de Engenharias, Tecnologia e Informação), Fulvio Cristofoli (Escola de Gestão e Direito) e Paulo Roberto Garcia (Escola de Teologia).
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CIDADE
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DE OLHO NA CIDADE
Trechos da Vergueiro sem sinalização atrapalham motoristas
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Precisa de um cone para separar os sentidos. Quando você se dá conta, está no outro lado.” Ronald Bernardes Motorista
O fluxo de carros é grande. Se não tiver sinalização, a gente acaba se perdendo.” Carlos Antônio Paz Motorista
Via abriga obras de corredor exclusivo de ônibus
Érika Motoda/RRJ
Érika Motoda Guilherme Guilherme
TRECHOS da avenida Senador Vergueiro estão sem sinalização no asfalto que mostre a existência de mão dupla na via (sentido Centro e Rudge Ramos). Com isso, nesses pontos, os motoristas ficam sem referência. Além disso, em cada uma das mãos, falta a pintura de uma faixa branca, que possibilitaria a formação de duas filas de carro num mesmo sentido. Sem essas faixas, forma-se fila única de veículos, aumentando o congestionamento. Nesses pontos, há obras do Corredor Rudge Ramos, de onde foi retirada parte do asfalto para construção do corredor exclusivo de ônibus da avenida. A extensão prevista para essa via é de 6,8 quilômetros. Passará pelo centro, próximo à Praça Samuel Sabatini, até o final da avenida Dr. Rudge Ramos, perto da divisa com São Paulo. As obras tiveram início em julho de 2016 e a conclusão está prevista para o começo de 2018. A reportagem esteve na avenida, na altura do nº 2.495 até o 5.030, no último dia 22 de maio, entre 9h e 10h30. Os motoristas que trafegam pelo local reclamam da falta de orientação por meio de sinalização. “Sem a separação das pistas, acaba se formando uma fila de carros em vez de duas”, disse o taxista Damião Ferreira de Souza, 40. Já para o motorista Ronald Bernardes, 81, a falta de sinalização que indique mão dupla é o maior problema da Vergueiro. “Precisa de um cone para separar os sentidos. Quando você se dá conta, está no outro lado.” O motorista Carlos Antônio Paz, 55, compartilha da opinião sobre a sinalização de mão dupla. “O fluxo de carros é grande. Se não tiver sinalização, a
Guilherme Guilherme/RRJ
gente acaba se perdendo.” O taxista Vitor Lagares, 30, acredita que essa falta de indicação na pista atrapalha mais quem é morador de outras cidades e não
conhece São Bernardo. Além da falta de sinalização, a condição da pista também atrapalha os motoristas. Diversos pontos da avenida estão sem re-
capeamento em razão das obras. O motorista Flávio Antônio, 38, reclama que essa situação faz com que o carro “seja puxado para o lado”, saindo da trajetória.
Falta de sinalização na pista causa desorientação em motoristas que passam pela avenida Vergueiro; local ainda não está recapeado
É que a pista passou por processo de fresagem, para se retirar o asfalto velho. No dia da apuração, apenas três funcionários da empresa contratada pela administração municipal estavam trabalhando próximo à região dos três postos (cruzamento da Vergueiro com a avenida Winston Churchill). Segundo eles, a obra estava parada no dia por causa da chuva. Ainda de acordo com um desses funcionários, o projeto inicial do corredor passou por mudanças na atual administração municipal. Procurada para comentar essa informação, a prefeitura não deu retorno até a publicação desta reportagem.
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Érika Motoda Guilherme Guilherme
O AR que sai da torneira de água tem sido cobrado pela Sabesp desde 2015. Pelo menos é o que afirma o aposentado Daniel Alves Melo Junior, 49. Morador do Demarchi, Melo Junior diz que, toda vez que a companhia diminui a pressão do bombeamento de água no bairro, é necessário tirar o ar da tubulação para que enfim saia água. A reportagem teve acesso às cópias de 14 contas de água do aposentado, de documentos da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, de respostas da Sabesp enviadas ao morador, além de fotos e vídeos registrando o problema. O morador conta que há pelo menos um ano e sete meses vem observando essa situação. Ele também atribui o problema ao fato de morar na parte alta do bairro. Tanto que, em 23 de setembro de 2016, Melo Junior protocolou sua reclamação na Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo), de acordo com cópia do documento emitido pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Após a queixa, o morador disse que a Sabesp não diminuiu mais a pressão da água, fato que o levou a retirar a reclamação no órgão. Mas o problema voltou. Em um vídeo feito em 28 de setembro de 2016, o morador filmou o hidrômetro registrando o gasto de água da torneira aberta, embora não saísse nada além de ar. Ainda de acordo com Melo Junior, é comum faltar água na região a partir das 23h até as 5h do dia seguinte. O aposentado fechou o registro de casa antes desse horário durante os meses de dezembro de 2016 e fevereiro de 2017 para analisar o valor que
CIDADE
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caixa, há uma substância de aspecto arenoso. Melo Junior acredita que seja sulfato ferroso e diz que limpa a caixa d’água a cada 60 dias por causa disso.
torneira
Arquivo pessoal
ele pagava pelo ar que passava na tubulação. Nesses períodos, Melo Junior disse que pagou o valor mínimo cobrado pela Sabesp para consumo de até 20 metros cúbicos, que foi de R$ 89,52. Em compensação, o morador pagou R$ 117,52 referentes ao gasto de 24 metros cúbicos de água em janeiro, período em que deixou
Água suja O problema que Melo Junior mencionou sobre a coloração da água é recorrente em outros bairros. Na sessão da Câmara do dia 26 de abril, a moradora do bairro Pauliceia Patricia Maia Almeida, 41, levou uma garrafa pet com a água com coloração de ferrugem, além de uma peça de roupa branca lavada e outra nova da mesma cor. A roupa que Patricia disse ter lavado apresentava uma coloração mais amarelada em relação à peça recém adquirida. Ela também reclamou do hidrômetro que contabilizava o ar que saía da torneira. Já a moradora da Vila Vivaldi Denise Zachi, 39, que também esteve na Câmara, disse que tem problemas com a coloração da água nos finais de semana. Segundo Denise, a água vem com muito cloro ou com aspecto de ferrugem.
Morador do Demarchi diz que paga por ar de Sabesp diz que esse tipo de problema é “raríssimo”
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Morador do Demarchi afirma que substância no fundo da caixa d’água é sulfato ferroso em excesso; Sabesp não confirmou a informação
o registro aberto. Ou seja, uma diferença de R$ 28. No último dia 16 de maio, o morador enviou um novo vídeo à reportagem.
No conteúdo do registro, é possível observar que a torneira libera ar enquanto uma pessoa enxágua a louça, variando a intensidade do jato de água. Além disso, o morador disponibilizou fotos da caixa d’água, que apresenta uma coloração marrom, semelhante à do barro. Após um tempo, a água fica mais transparente e, no fundo da
Outro lado A Sabesp disse que a entrada de ar na rede é uma exceção e que apenas em casos raríssimos existe aumento de consumo medido no hidrômetro. A empresa disse que vistoriou a casa de Melo Junior em 19 de maio, constatando que o abastecimento no local estava normalizado, assim como o hidrômetro e a qualidade da água. A Sabesp foi questionada sobre a diminuição da pressão entre às 23 h e 5h no bairro Demarchi. A concessionária respondeu que, na madrugada, podem haver procedimentos de controle de pressão nas redes de água para evitar perdas. Mas que não costumam causar transtornos nas residências em que as instalações internas estão ligadas à caixa de água. A reportagem telefonou para Melo Junior no dia 23 de maio para confirmar se a situação da água estava regularizada. Mas o morador disse que continuava tendo os problemas relatados. Melo Junior relatou também que recebeu a visita de um funcionário da comunicação da Sabesp, o que foi confirmado pela empresa, e não a de um técnico que checasse o sistema.
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ECONOMIA
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“
Quero seguir na carreira de maquiadora, principalmente a artística, mas o que dá retorno são as maquiagens de noivas, madrinhas e debutantes.”
“
Hoje, tenho mais tempo e até consigo assistir as apresentações escolares dos meus filhos, mas os custos para manter o negócio são altos.
Mila Castro
Ana Paula da Silva Cosmos
Professora de Balé
Esteticista
Ana Laet/RRJ
Ana Laet
Murilo Rodrigues
ELETRICISTAS, massagistas, manicures, esteticistas e profissionais das mais diversas áreas buscam driblar o desemprego e investem no atendimento delivery como forma de atrair clientes no ABC. Catarina Mendes da Silva, 27, de Mauá, não pensa em voltar ao mercado de trabalho convencional. Era assistente financeira no Banco do Brasil. Mas ficou desempregada há um ano e meio. Passou então a trabalhar como manicure, diarista e massagista para ajudar na renda familiar. Atualmente, ela ganha em média por mês, R$ 2.500. Sua renda maior vem da sua função como diarista. Cobra R$ 120 a diária. “Não tenho curso superior. As empresas fazem você trabalhar mais e ganhar menos. Tenho dois filhos pequenos. Isso ocuparia mais tempo e não tenho interesse”, afirmou. Há quem pense diferente. O técnico em manutenção Saulo Silva Santos, 49, de Diadema, está desempregado há cinco meses. Hoje ele trabalha resolvendo pequenos problemas domésticos como marido de aluguel e ganha aproximadamente um salário mínimo (R$ 937,00) por mês. Santos lamenta a falta de emprego e espera voltar ao mercado de trabalho o quanto antes para se aposentar. “Trabalhei 27 anos com carteira assinada. Tinha o salário fixo e os benefícios. Estou começando como autônomo agora. Mas tem semana que não aparece nada”, concluiu.
Ex-vendedora, Ana Paula abriu salão de beleza onde atende mais de 40 clientes
Autônomos atendem a domicílio Profissionais encontram alternativa para driblar a crise e atrair clientes Divulgação: Freepik
Até quem possui emprego fixo entrou na onda. A maquiadora Mila Castro, 32, trabalha como freelancer aos finais de semana. Formada em dança pela Universidade Anhembi Morumbi, é professora de balé clássico pela rede municipal de São Caetano e descobriu sua paixão por maquiagem por meio dos espetáculos. “Eu quero seguir na carreira de maquiadora, principalmente a artística, mas o que dá retorno são as maquiagens de noivas, madrinhas e debutantes”, afirmou Mila. Os valores variam de acordo com a ocasião. Normalmente, a maquiagem e o penteado das noivas custam R$ 500, e o artístico é a partir de R$ 150. Mila está no mercado há dois anos e já chegou a faturar com a maquiagem R$ 1.500 por mês. Investimentos O contrário também pode ocorrer. A esteticista Ana Paula da Silva Cosmos, 32, era vendedora, com carteira assinada. Mas, após fazer um curso técnico, resolveu arriscar e hoje possui o seu próprio negócio, o Estética Ana Paula. Ela começou com os parentes e os amigos mais próximos. Quando se deu conta, estava atendendo 40 pessoas por mês. Atualmente, ela atende algumas clientes a domicílio e acredita que esse seja o diferencial. Apesar de faturar R$ 2.000 por mês, não descarta voltar ao mercado de trabalho convencional. “Hoje, tenho mais tempo e até consigo assistir as apresentações escolares dos meus filhos, mas os custos para manter o negócio são altos. Pago o aluguel do espaço, água, luz e os produtos”, afirmou.
Ter um profissional antendendo em casa pode facilitar a sua rotina
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ECONOMIA
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Aplicativos de aluguel e táxi ajudam na renda Alexandre Maekawa
A CRISE econômica no país e no mundo fez com que as pessoas recorressem a maneiras diferentes de complementar a renda da família. Algumas delas acharam esse complemento nos aplicativos de serviços. Em mais de 65 mil cidades e em 191 países, o Airbnb, aplicativo que conecta o anfitrião com seu cliente está disponível para Android, IOS e também na internet. Se você tem um espaço extra ou até mesmo um imóvel, isso pode se tornar um dinheiro a mais no final do mês. É o que acontece para a aposentada Regina Miranda. “Vale muito a pena. Mas você deve estar disposto, porque não é todo mundo que se adapta ou quer pessoas desconhecidas convivendo no mesmo
ambiente.” Regina aluga duas suítes em seu imóvel no ABC. Cada uma pode ser alugada por até duas pessoas. O custo da diária é de R$ 150. Quem aluga é chamado de “anfitrião”. Já o publicitário Michel Haibi foi incentivado por um amigo a participar do Airbnb. “Não tenho o aplicativo como renda principal. Meu objetivo é diminuir o custo fixo dos meus imóveis, luz, água, condomínio e eventuais reformas.” Haibi tem três imóveis disponíveis para alugar no aplicativo por R$ 119 a noite e com 5% de desconto em estadias acima de 7 dias. “Com a renda, dependendo do mês, consigo reduzir meu gasto fixo por completo.” A anfitriã Eliane Vaz de Oliveira já vivia de imóveis alugados na região. Mas com a crise e seus dois imóveis desocupados, ela teve de voltar de Fortaleza, onde
“
Arquivo pessoal
Não é apenas ser anfitrião. Dou todo o suporte, levo no mercado, dou dicas de locais, envio mensagens durante o dia. Na medida do possível procuro ajudar.” Eliane Vaz Anfitriã
morava, para o ABC. “Não é apenas ser anfitrião. Dou todo o suporte, levo no mercado, dou dicas de locais,
Ex-donos de negócio viram empregados Beatriz Magalhães
ABRIR o próprio negócio pode ser a solução para muitos problemas. Mas, se não houver o devido cuidado e planejamento, a empresa dos sonhos pode se tornar um pesadelo para o empreendedor. Na atual crise econômica, é preciso pesquisar e estar ciente da situação do setor em que se quer investir. As famílias começaram a parar de gastar com produtos supérfluos e adequar seus estilos de vida à nova situação econômica que estão vivendo.
envio mensagens durante o dia. Na medida do possível procuro ajudar.” Os anfitriões entrevistados disseram que a maior parte dos hóspedes que procuram Airbnb na região do ABC estão fazendo especialização. São professores universitários que vêm dar palestras, executivos para reuniões e profissionais da área de saúde. Táxi Outra alternativa de renda é trabalhar como taxista. Com a crise, um
Beatriz Magalhães/RRJ
A professora de inglês Angélica Guimarães, 49, tinha uma empresa que vendia diferentes tipos de castanhas. Ela manteve sua loja por dez anos com um faturamento de R$ 30 mil e, no início de 2017, precisou vendê-la por conta da queda do lucro. “Os custos administrativos eram bem altos. Antes da crise, conseguia cobrir todos os gastos, mas há três anos as dificuldades só foram aumentando.” Muitos empresários como Angélica precisaram encerrar as operações de seus negócios e se recolocar no mercado de trabalho como empregados, deixando
Beatriz resolveu fechar seu negócio para trabalhar com a administração em uma escola de idiomas em São Bernardo
a posição de chefe. A professora irá voltar a dar aulas particulares, que custam em torno de R$ 80 hora/aula. Já a auxiliar administrativa Beatriz Rodrigues, 23, tinha uma boutique de roupas e acessórios femininos. No início, conseguia um rendimento proveitoso do negócio. Porém, um ano
após a inauguração da loja, um shopping center abriu na redondeza e tirou todo seu público. “As vendas caíram bastante. Não tinha um plano B. Tive que voltar para a minha área e procurar emprego no setor administrativo.” Apesar de ser uma decisão difícil, muitas vezes
Nosso trabalho é
INFORMAÇÃO
Apartamento de Thais Costa, que aluga uma suite em Santo André, por R$101 a noite
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gerente de negócios, que pediu que não fosse identificado, optou pelo Uber, com o objetivo de complementar a renda familiar. Segundo ele, nos melhores meses chegou a aumentar em R$ 2.800 que corresponde a 40% da sua renda familiar. “Fazia Uber voltando do meu trabalho na avenida [Luiz Carlos] Berrini em direção a Santo André.” O gerente parou de fazer as viagens pelo medo de ser assaltado desde que o aplicativo começou a aceitar dinheiro nas corridas. “Fiquei com medo de carregar grandes quantias de dinheiro, especialmente durante a noite.” Outro motivo apontado pelo dublê de motorista foram várias brigas que aconteceram entre taxistas e motoristas que adotaram o Uber para trabalhar.
é mais satisfatório para o dono encerrar as atividades da empresa para não se complicar com dívidas. “Essa foi a melhor decisão a ser tomada. Caso contrário, quanto mais eu insistisse, mais endividada ficaria”, disse Beatriz. Contudo, antes de vender ou fechar a empresa, o empreendedor deve tomar providências, como verificar os débitos de seu negócio. Angélica conta que a primeira coisa foi levantar o quanto de dinheiro precisaria para encerrar as operações de sua loja. Ela preferiu não citar a cifra. “Analisei todos os custos com fornecedores e impostos da receita federal, para que eu pudesse pedir um valor pelo empreendimento que suprisse minhas necessidades e que fosse justo.”
Se você tem alguma reclamação ou quer sugerir um assunto para que ele se transforme em pauta e reportagem, fale com a Redação: WhatsApp
Tel: 972003275
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SAÚDE
Alexandre Veloso
QUEM TEM filho pequeno sabe: convencer as crianças de que escovar os dentes é importante não é tarefa fácil. No entanto, o hábito de higienizar a boca é essencial para a saúde. Por isso, deve ser cultivado desde o primeiro dia de vida. Não é exagero. Especialistas no assunto recomendam que as mães devem ir ao dentista durante a gravidez para receber orientações sobre alimentação, como explica a odontopediatra Dolores Gusson. Segundo ela, na consulta, fala-se sobre quais alimentos vão fazer bem e quais devem ser evitados. “Os alimentos com açúcar devem ser evitados. Na hora dos lanches entre as refeições, a preferência deve ser por frutas secas, saladas, nozes e queijo.” A odontopediatra explica que uma segunda consulta deve ser marcada logo que a criança nasce, para que os pais possam receber as orientações de como deve ser feita a escovação. “A maneira certa de escovar antes da dentição é pegar
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Prevenção bucal começa ao
NASCER Higienização deve ser feita desde os primeiros dias de vida da criança uma gaze, molhar na água e passar na gengiva da criança após ela se alimentar.” Essa era uma das dúvidas do advogado Bruno Guida, 33, pai de primeira viagem de Ana Luiza, de sete meses. “Eu sabia que devia escovar as gengivas dela com a gaze, mas não fazia isso toda vez que ela se alimentava”, afirma. Guida conta que tem dificuldade para realizar a escovação, pois a criança não se sente confortável. “Como Ana repele a escovação, eu e minha mulher procuramos fazer o processo sempre que
ela toma banho. É uma forma de ela aceitar”, conta. A odontopediatra afirma ainda que essa é uma atitude que muitos pais têm, mas que não é saudável a médio e longo prazo. A criança precisa se acostumar a escovar os dentes sempre que comer, e os pais também têm que ser firmes desde cedo para que o hábito seja criado. Primeiros dentes A odontopediatra afirma que o cuidado com a escovação deve aumentar à medida que os dentes nascem. “O ideal é com-
prar uma dedeira de silicone que, além de limpar os dentes, ainda serve para massagear a gengiva.” Assim como os cuidados, as dificuldades em manter a higiene bucal aumentam na medida em que a criança fica mais velha. Alimentos com muito açúcar e farinha refinada, assim como escovar os dentes sozinho no começo, obrigam os pais a dobrar a atenção. “Não basta mandar o filho escovar os dentes, é preciso verificar se a atividade foi bem feita, inclusive, pedindo para abrir a boca e mandando fazer a escovação novamente até os resíduos saírem”, afirma Dolores. A odontopediatra ressalta a importância desse acompanhamento. “Esse processo é extremamente importante para que a criança crie um hábito que realmente seja saudável”, completa. Dente de leite Outra dúvida frequente no consultório de Dolores Gusson diz respeito a importância dos dentes decíduos, popularmente chamados de dentes de leite. Alguns pais acham que, por serem temporários, não vale a pena
RUDGE RAMOS Jornal da Cidade Alexandre Veloso/RRJ
O pai, Bruno Guida, esfrega a gengiva da filha com uma dedeira de silicone, utensílio que tem uso recomendado a partir do nascimento dos primeiros dentes da criança
realizar tratamentos contra cárie. Mas é um erro grave. É o caso do administrador de empresas Luís Machado, 29. O filho dele, Felipe, tem nove anos e está tendo problemas por não ter cuidado direito dos dentes de leite. “Meu filho está na fase de troca da dentição, e alguns dentes estão nascendo por cima dos outros. Dificilmente ele vai escapar de usar aparelho.” Dolores explica que a causa desse problema está associada ao não tratamento da cárie. “Quando uma criança perde a estrutura dental por causa da cárie, o dente definitivo não consegue nascer na posição certa.” Apesar do problema, o caso de Felipe não é dos mais graves. Existem situações onde a criança chega a perder todos os dentes e precisa usar dentadura, tudo por causa da falta de higiene.
RUDGE RAMOS Jornal da Cidade
Amanda Cristina
HEMOFILIA, cardiopatias, diabetes, daltonismo e depressão são algumas doenças que podem passar de pais para filhos. A genética também contribui para que algumas doenças bucais percorram gerações de uma família. Por isso os pais devem prestar mais atenção sobre possíveis irregularidades na saúde bucal de seus filhos. De acordo com o cirurgião-dentista Jamil Stracieri, da OrthoClínica Odontologia Integrada, no Rudge Ramos, a fenda palatina é uma das doenças bucais que mais se relacionam com a genética. Ocorre quando o palato (céu da boca) não se fecha completamente. Já o lábio leporino acontece quando há uma separação nos lábios, podendo ser unilateral ou bilateral. Em alguns casos, atinge até o nariz. Normalmente, crianças com esses problemas são acompanhadas desde pequenas em centros especializados. Passam por cirurgias tanto da fenda quanto do lábio para que consigam ter uma alimentação correta e, depois, passam por tratamento fo-
SAÚDE
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Fotos: Amanda Cristina/RRJ
Genética influencia problemas bucais PRINCIPAIS DOENÇAS
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Lábio Leporino
Fenda Palatina
Mordida Cruzada
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Cirurgião-dentista, Jamil Stracieri, utilizando o aparelho que escanea a arcada dentária e facilita procedimentos estéticos e reparatórios
Algumas das cirurgias dependem da formação da arcada dentária para serem feitas, como enxerto ósseo e correção da mordida.” Lucas Roberto Batista Produtor de moda
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Prognatismo
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Retrognatismo
noaudiológico para corrigir possíveis erros na fala. O produtor de moda Lucas Roberto Batista, 22, morador de Santo André, nasceu com lábios leporinos
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Dentes Desalinhados
e fenda palatina. Com um ano, passou por cirurgia e acompanhamento mensal com um dentista. Desde então, já fez 12 cirurgias. Nesses casos, o den-
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tista não está relacionado apenas com a estética. O tratamento envolve profissionais de várias áreas. “Algumas das cirurgias dependem da formação da arcada dentária para serem feitas, como enxerto ósseo e correção da mordida”, afirma Lucas. Doenças comuns Stracieri explica que prognatismo e retrognatismo, quando as mandíbulas são projetadas para a frente ou para trás, também possuem forte relação genética. Outros exemplos são ocor-
rências de dentes desalinhados e mordida cruzada. Nos casos de cárie e gengivite, os pacientes acreditam ser apenas por falta de uma boa higiene bucal. Mas é importante observar o histórico familiar, que pode influenciar em maior ou menor propensão a essas doenças. O tempo recomendado entre as consultas é de seis meses. Mas nesses casos mais graves passam para 90 dias, no máximo. O estudante de engenharia Bruno Urbano Silva, 20, morador do Rudge Ramos, teve cárie na adolescência e mudou seus hábitos de saúde bucal. Agora ele faz mais escovações ao dia, usa fio dental e enxaguante bucal. “Passei a ir com mais frequência ao dentista, para garantir que não haja nenhum problema ou para que possa ser tratado o mais cedo possível”, conta Silva.
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RUDGE RAMOS Jornal da Cidade Fotos: Letícia Alves/RRJ
Garotos do ABC sonham com espaço no futebol profissional Alunos têm anseios parecidos, mas nem todos recebem o mesmo incentivo Letícia Alves
AS DIFERENÇAS entre escolas pagas e os projetos gratuitos que oferecem as aulas de futebol são muitas, mas os sonhos e anseios dos garotos são bem parecidos. Na escola Talentos da Lusa, no Rudge Ramos, os alunos pagam mensalidade de R$ 100 por mês, compram uniforme e todos os materiais necessários, como: chuteiras, caneleiras e outros acessórios obrigatórios para o treino. Lá, os alunos aprendem, além do desenvolvimento do talento no futebol, a terem responsabilidade, cumprindo os horários e as regras e sendo influenciados a tirarem boas notas na escola. “Tivemos uma viagem no final do ano passado, para Atibaia. Caiu bem nos dias de recuperação da escola dos meninos. Então, a gente já cobrou: estudem, pois quem fizer recuperação não vai”, disse o professor da Talentos da Lusa há 4 anos, Gabriel dos Santos. Aluno da Lusa desde os 6 anos, Geovanne Politi aos 9 anos diz que gosta dos treinos e que sonha poder jogar um dia no Corinthians, como zagueiro. Mesmo assim, tem um segundo plano. “Se eu não for jogador, quero ser cantor. Meus avós iriam adorar”. Já Lorenzo Rodrigues,
9, treina há um ano e sua atividade preferida são os coletivos. Ele disse que seus pais o influenciam bastante a ter um bom desempenho na escola. “Minha mãe gostaria muito que eu fosse médico, tenho que estudar bastante”, afirmou o garoto. Lucas Benavides, 11, treina há um mês e diz que quer jogar no Barcelona, time espanhol, e que não se vê fazendo outra coisa fora do esporte. “Se eu não for jogador de futebol, acho que seria de basquete. No máximo um professor de Educação Física.” O professor dos meninos disse que não tem do
que reclamar em relação a estrutura oferecida pela escola, que tem os materiais necessários para todos os tipos de atividades feitas nos treinos. Em relação aos pais e familiares dos alunos, Santos disse que a maioria acompanha com frequência os treinos e os campeonatos disputados e que nunca teve problemas graves em relação a comportamento, tanto de pais quanto dos alunos. Aulas gratuitas A ONG Viva o Vale, localizada no bairro Jardim Guarará, em Santo André, oferece aulas gratuitas para
Alunos da Talentos da Lusa, localizada no Rudge Ramos
crianças e adolescentes dos 8 aos 18 anos. Os treinos acontecem todas às segundas, quartas e sextas no campo do Aclimação, time do bairro. O campo de areia foi reformado no ano passado, mas em tempos de chuva os treinos são cancelados por conta das grandes poças d’água, resultado da falta de um sistema de drenagem no solo. Cláudio Reis é coorde-
Cláudio Reis treina jovens de 8 a 18 anos desde 2013 na ONG Viva o Vale
nador e professor da ONG, que já existe há mais de quatro anos. Para ele, o grande desafio é lidar com o comportamento rebelde dos meninos, que muitas vezes se envolvem em brigas por conta do mau exemplo dado pelos pais, em alguns casos. A ONG conseguiu uma verba da prefeitura de Santo André para a compra de materiais, como bolas, coletes e uniformes, mas ainda faltam muitos equipamentos. “Nós pedimos para que os meninos que não forem mais treinar devolvam o uniforme para que os novos tenham, mas é muito difícil isso acontecer. Então, alguns têm uniforme, outros não e eu não consigo cobrar que venham vestidos de acordo com a atividade que irão praticar, pois muitos deles não têm dinheiro para comprar o que é necessário”, disse Reis. Alessandro Rodrigues, 18, é o goleiro do time da ONG e o aluno que está há mais tempo no time. Para ele, o futebol nunca foi prioridade. “Meu objetivo é entrar em uma boa empresa e construir minha carreira profissional. O futebol é só meu hobby”, declarou o jovem. O aluno Vitor Henrique, 14, disse que não se vê de outra forma a não ser como jogador. Para ele, os treinos na ONG são bons, pois ajudam a acabar com o índice de adolescentes nas drogas, o que é frequente nos bairros próximos. A única queixa de Vitor é a indisciplina dos seus colegas. “Às vezes o professor pede para ‘os grandes’ pararem de bater bola enquanto minha categoria treina, mas eles não respeitam”. Para o professor, os meninos não têm bons exemplos tanto em casa quanto em relação aos jogadores já profissionais. “Um exemplo claro disso é o Neymar. Os meninos se espelham nele, qualquer coisa que ele faça, até um corte de cabelo, os garotos vão copiar. Às vezes também acontece com as coisas ruins que ele faz”, ressalta Reis. No caso da Viva o Vale, o relacionamento com os pais é muito difícil. Segundo Reis, muitos nunca foram até a ONG para acompanhar treinos ou participar das reuniões.
RUDGE RAMOS Jornal da Cidade
De 25 de maio a 7 de junho de 2017
Virar profissional é difícil, dizem jovens Matheus Pellizer
GAROTOS QUE praticam futebol muitas vezes abrem mão dos estudos e apostam todas as fichas no meio do esporte. No ABC não é diferente. Zagueiro das categorias de base do São Bernardo FC, Nicolas Gianini, 18, afirma que as chances de se tornar profissional na região são tão complicadas quanto em qualquer outra grande cidade. “Existe muita concorrência, pois o ABC é um lugar que gera visibilidade para os grandes clubes.” O jogador se referiu à proximidade dos clubes da capital paulista, que disputam o mesmo campeonato (Paulistão) e observam os jogadores da região. Já Guilherme Garré,
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MULHERES lutam para serem jogadoras de futebol. Sem incentivo dos grandes clubes do Brasil e até mesmo da torcida, batalham contra o preconceito e a desmotivação. Meninas de todo o país buscam um sonho quase impossível: se profissionalizar em um time brasileiro. Eleita cinco vezes a melhor jogadora do mundo pela FIFA, Marta só passou a ser realmente ovacionada pela torcida brasileira nos jogos olímpicos de 2016. A psicóloga Suzana Contieri explica que a sociedade ainda é preconceituosa, por mais que haja reconheci-
Divulgação/Site Oficial
Querendo ou não o ABC fica próximo de São Paulo, capital, e a visibilidade aqui aumenta. Por isso muitos jovens investem em começar a carreira aqui. ” Guilherme Garré
Jogador
23, é um dos que chegaram ao profissional atuando no ABC. O meia do EC Santo André diz que a principal dificuldade que enfrentou quando subiu para o profissional foi o período de transição, porque muitos jovens não estão preparados para suprir as necessidades da equipe principal. Garré é “cria” da base do Santo André e já teve duas passagens pelo São
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Time sub-20 do São Bernardo Futebol Clube faz reunião em campo antes de partida válida pela da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2017
Bento, de Sorocaba, mas hoje voltou a atuar pelo clube da região. “Querendo ou não o ABC fica próximo de São Paulo, capital, e a visibilidade aqui aumenta. Por isso muitos jovens investem em começar a carreira aqui”, explicou o jogador. Warley Pio de Magalhães, diretor das categorias de base do São Bernardo Futebol Clube, explicou
Futebol feminino luta contra o preconceito Victoria Storti
ESPORTE
também que a transição para o profissional causa ansiedade é a principal dificuldade do atleta. E sobre as perspectivas dos garotos na base, Warley diz que os atletas são acompanhados por profissionais que buscam desenvolver e aperfeiçoar o potencial de cada jogador. “O trabalho realizado é sempre voltado para formar atletas profissionais, e quando o jogador Letícia Alves/RRJ
mento internacional de atletas mulheres. “Os próprios clubes acabam não investindo no feminino. Essa é uma mentalidade social, ainda machista, que acha que há divisão no esporte entre homens e mulheres. Culturalmente, só se investe no futebol masculino”, disse. Além da pressão da sociedade, muitas famílias acabam desmotivando jovens atletas que procuram seguir a carreira de jogadora de futebol. Além do preconceito, ainda há a imposição de conseguir um emprego com boa remuneração. “Muitas dessas meninas estão na periferia, em áreas mais pobres da cidade, então a família acaba pressionando porque
Informar é a nossa
FUNÇÃO
chega lá com certeza terá mais visibilidade”, explicou. “Os quatro grandes clubes da cidade de São Paulo (Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos) disputam o mesmo campeonato que a gente, e todas as partidas contra eles são uma boa chance de chamar a atenção e conseguir crescer na carreira”, disse Gianini, que já teve passagem pela base do São Paulo. Raphaela Varjão (à frente) é a única menina do Viva o Vale, time da comunidade Jardim Guarará
a questão socioeconômica é muito mais necessária do que a realização do sonho de ser jogadora de futebol”, explicou Suzana. A falta motivação é maior quando o preconceito existe no próprio ambiente de treino. A atleta Raphaela Varjão é a única menina entre mais de 40 garotos que participam do Projeto Viva o Vale, em Santo André. Ainda hoje, a jovem sente o preconceito na pele por praticar futebol. “Quando as meninas chegam à quadra ou no campo, os meninos não deixam jogar ou ficam tirando sarro. Mesmo que a gente mostre habilidade no esporte, eles ainda procuram um motivo para ficar menosprezando”, afirmou.
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