Edição1067

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Produzido pelos alunos do Curso de Jornalismo ANO 36 - Nº 1067

De 8 a 21 a de junho de 2017 Vanessa Borromelo/RRJ

» BOA FORMA Idosos trocam atividades convencionais para praticar crossfit, boxe e outras modalidades Págs. 8 e 9 Divulgação

» GASTRONOMIA Bolos e doces finos transformam-se em tendência na região Págs. 6 e 7 Lucas Perillo/RRJ

UM POUCO DE TUDO Com a queda nas vendas de jornais e revistas, bancas buscam novos produtos para manter o faturamento. Págs. 4 e 5

» DÍVIDA Administração da cidade deve R$ 2 bi para bancos oficiais Pág. 3


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POLÍTICA

RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

De 8 a 21 a de junho de 2017

DE OLHO NA CÂMARA Gabriel Mendes/RRJ

Câmara vota mais homenagens que projetos de lei

De fevereiro até o momento, vereadores votaram 45 condecorações e datas comemorativas para munícipes e empresas

Parte das congratulações foi tratada em regime de urgência Érika Motoda Guilherme Guilherme

O NÚMERO de homenagens prestadas para cidadãos e empresas pela Câmara de São Bernardo superou a quantidade de projetos de lei colocados em votação. Desde o início das atividades legislativas, em

Rudge Ramos JORNAL DA CIDADE editorial@metodista.br Rua do Sacramento, 230 Ed. Delta - Sala 141 Tel.: 4366-5871 - Rudge Ramos São Bernardo - CEP: 09640-000 

Produzido pelos alunos do curso de Jornalismo da Escola de Comunicação, Educação e Humanidades da Universidade Metodista de São Paulo

fevereiro, até a sessão de 7 de junho, os parlamentares colocaram em votação 121 matérias. Dessas, 45 tratavam-se de condecorações para munícipes e instituições da cidade. Os projetos de lei colocados em pauta somam 41. Os demais são solicitações de informações ou sugestões para o Executivo (35).

As homenagens foram feitas por meio de indicações, requerimentos e projetos de decretos legislativos. Mas esses mesmos mecanismos também podem - e foram - utilizados para solicitar informações à Prefeitura de São Bernardo. Os pedidos de homenagens também fazem parte das atividades dos vereadores.

DIRETOR - Nicanor Lopes COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO - Rodolfo Carlos Martino. REDAÇÃO MULTIMÍDIA - EDITOR CHEFE- Julio Verissimo (MTb 16.706); EDITORA-EXECUTIVA E EDITORA DO RRJ - Margarete Vieira (MTb16.707); EDITOR DE ARTE - José Reis Filho (MTb 12.357); ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA - Maristela Caretta (MTb 64.183)

EQUIPE DE REDAÇÃO - Alvaro Augusto, Bárbara Caetano, Bruno Pegoraro, Érika Motoda, Felipe Freitas, Gabriel Mendes, Gabriel Argachoy, Guilherme Guilherme, Iago Martins, Mariana Cunha, Raquel Gamba, Thalita Ribeiro e alunos do 5º semestre de Jornalismo.

TIRAGEM: 10 mil exemplares - Produção de Fotolito e Impressão: Gráfica Mar-Mar

Parte dessas congratulações foi votada em regime de urgência, sob o argumento de ser de “grande interesse à população”. Para que a matéria seja votada com urgência, é necessário que o autor do texto consiga 15 assinaturas dos parlamentares. Essa exceção também se estende aos textos do Executivo. Com as matérias sendo colocadas em regime de urgência, as votações pautadas na Ordem do Dia, no Pequeno e no Grande Expediente, não são seguidas conforme o previsto. Sobre isso, o presidente da Casa, Pery Cartola

(PSDB), disse que os momentos solenes são “um dos poucos instrumentos regimentais que sobrou para o vereador”. Segundo Cartola, as mudanças do cronograma não atrasam o andamento das pautas já programadas. “Temos que ter nosso momento aqui. Nas outras legislaturas, o vereador apenas chancelava os projetos do Executivo. A gente está tentando colocar os vereadores para fazerem algo.” Neste ano, das leis aprovadas pela Câmara, quase dois terços são de autoria do prefeito Orlando Morando (PSDB). Em 22 de março, o presidente da Casa colocou em votação projetos de lei de 2006, 2007 e 2008, que foram rejeitados pelo plenário. O vereador disse que pretende escolher um outro dia deste ano para esvaziar as pautas novamente. Segundo Cartola, algumas matérias deixam de ir para o plenário porque são consideradas inconstitucionais pelo setor jurídico da Câmara. “Posso colocar em votação mesmo assim. E o que plenário decidir é soberano. Mas a lei fica frágil. Se alguém se sentir prejudicado, pode entrar na Justiça.” O vereador Mauro Miaguti (DEM) falou que possui matérias de 2010 engavetadas, porque também foram consideradas inconstitucionais. "Os projetos de lei que geram despesas ao município são considerados inconstitucionais. As iniciativas que requerem orçamento devem partir do Executivo." 

ERRAMOS - Por erro de edição, a palavra Demarchi, na capa da edição nº 1066, foi grafada de forma incorreta.

DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO, MARKETING E SUPRIMENTOS - Ronilson Carassini CONSELHO SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO Aires Ademir Leal Clavel (vice-presidente); Esther Lopes (secretária); Rev. Afranio Gonçalves Castro; Augusto Campos de Rezende; Jonas Adolfo Sala; Rev. Marcos Gomes Tôrres; Oscar Francisco Alves Jr.; Valdecir Barreros; Renato Wanderley de Souza Lima (suplente). DIRETOR GERAL - Robson Ramos de Aguiar VICE-DIRETOR GERAL - Gustavo Jacques Dias Alvim DIRETOR DE FINANÇAS E CONTROLADORIA - Ricardo Rocha Faria

REITOR: Paulo Borges Campos Jr., Coordenadora de Graduação e Extensão - Vera Lucia Gouvea Stivaletti, Coordenador de Pós-Graduação e Pesquisa - Davi Ferreira Barros DIRETORES - Rogério Gentil Bellot (Escola de Ciências Médicas e da Saúde), Nicanor Lopes (Escola de Comunicação, Educação e Humanidades), Carlos Eduardo Santi (Escola de Engenharias, Tecnologia e Informação), Fulvio Cristofoli (Escola de Gestão e Direito) e Paulo Roberto Garcia (Escola de Teologia).


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CIDADE

De 8 a 21 de junho de 2017

DE OLHO NA CIDADE

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Dívida de São Bernardo corresponde a R$ 2.500 por habitante da cidade Soma dos valores interno e externo chega a R$ 2 bilhões e representa cerca de 5% do PIB Alvaro Augusto

SE OS 822 mil habitantes de São Bernardo tivessem que se cotizar para pagar as dívidas interna e externa da cidade, cada um teria que desembolsar R$ 2.500 para pagar os mais de R$ 2 bilhões que a administração do município deve a bancos oficiais. Esse valor total corresponde a 5% do PIB (Produto Interno Bruto) do município, que, segundo dados do IBGE, de 2014, é de R$ 47 bilhões. PIB é a soma das riquezas produzidas por uma cidade, um Estado ou um país. Isso é muito ou pouco? Para o economista Carlos Silva, 51, uma dívida que seja menor que 5% do PIB é um valor pequeno. “Para um município é pouco, para o Brasil seria muito”, afirmou. Dos R$ 2 bilhões, R$ 685 milhões referem-se ao que é chamado de dívida interna, (dado referente a fevereiro de 2017), segundo o Banco Central. Já a chamada externa ultrapassa R$ 1,3 bilhão, de acordo com a prefeitura, referente ao que se deve ao INSS, Pasep, precatórios (dívidas judiciais) e Sabesp. O valor da dívida interna é baseado na administração direta e indireta. A direta é com a prefeitura, como por exemplo, as secretarias do município. E a indireta é com entidades que possuem patrimônio e receita, que prestam um serviço para a população. Um exemplo são as autarquias. Obras Em 2008, o prefeito eleito foi Luiz Marinho (PT). Ao tomar posse em 2009, herdou uma dívida interna de mais de R$ 100 milhões com o Tesouro Nacional e instituições financeiras públicas, segundo dados do Banco Central. Quando entregou a prefeitura ao seu sucessor, no início

DADOS REFERENTES AO MÊS DE JANEIRO DE CADA ANO 255.176.261,81

2012

2013 317.347.405,17

2014 443.999.227,15

147.613.844,01 2011

2010 110.515.944,98

598.354.635,58 2015

2009 109.835.247,67

727.111.611,85 2016

2008 103.857.818,16

688.921.747,70 2017

 Valores em R$

de 2017, a dívida atingia quase R$ 700 milhões. Ainda no último ano da administração Marinho, em janeiro de 2016, até janeiro de 2017, a dívida teve uma diminuição de R$ 38 milhões, de acordo com o BC. O último levantamento do banco, feito em fevereiro de 2017, apontou que a cidade deve R$ 685 milhões. São R$ 68 milhões para o Tesouro Nacional e R$ 617 milhões para bancos públicos. Uma das origens dessa dívida são obras desenvolvidas em uma cidade. Para a prefeitura fazer uma obra de grande proporção são necessárias tomadas de empréstimos em bancos oficiais. Um exemplo disso é o Projeto Drenar, iniciado em 2013, que, segundo informação já divulgada pela mídia, foi orçada em R$ 600 milhões. Portanto, para se administrar uma cidade, Estado ou mesmo o país, o governante deve seguir as leis. Uma delas é a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal). Sancionada em 2000, a LRF limita os gastos da União, Estados e municípios, de forma a não comprometer o Orçamento. Outros municípios do ABC também têm dívida interna. Porém um valor abaixo do de São Bernardo. Santo André e São Caetano devem para instituições financeiras públicas R$ 55 milhões e R$ 17 milhões, respectivamente. Pagamentos De acordo com a atual administração da prefeitura, os pagamentos estão sendo efetuados nas datas certas, e que de janeiro deste ano até abril foram pagos R$ 72.251.720,47, sendo R$ 45.538.290,38 do principal e R$ 26.713.430,09 de juros/encargos. A projeção de pagamentos que a prefeitura estipulou a ocorrer de maio a dezembro de 2017 é de R$ 147.941.934,07, sendo R$ 92.723.065,83 do principal e R$ 55.218.868,24 de juros. 


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ECONOMIA

Lucas Perillo

AS tradicionais bancas de jornais se transformaram em mini mercados. Nesses espaços, que antes eram destinados a vender jornais e revistas, o consumidor pode encontrar doces, bonés, brinquedos, cartões de memória e até cigarros. Os donos dessas bancas apontam várias razões para terem diversificado sua mercadoria. Uns culpam a compra online. Outros, a concorrência de supermercados, que agora também viraram bancas e vendem jornais e revistas. E há também a necessidade de manter o faturamento, considerado baixo se dependesse só da venda de publicações. Reginaldo Pereira, 47, que abriu sua banca em 2010 na rua Itambé, em Santo André, fala que as vendas sempre variam e, para evitar isso, o jornaleiro tenta incrementar sua banca. “Coloco salgadinho, água, refrigerante, suco, fones de ouvido e até pilhas para auxiliar na minha renda.” Jornais e revistas continuam sendo os principais produtos,

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Lucas Perillo/RRJ

Bancas de jornais se tornam mini mercados Queda nas vendas de jornais e revistas gera diversificação de mercadorias mas o que mais rende são as recargas de celular. Outro proprietário que diversificou seu mix é Rodrigo Mourão, 41. Quando assumiu, o negócio era uma livraria. Mas, por estar perto de um ponto de ônibus, na rua Coronel Alfredo Flaquer, resolveu comercializar outras mercadorias, como brinquedos, bonés, doces e cartões de memória. Sua banca tem até uma copiadora. Mourão fala que tudo vende, menos as revistas. “As revistas não têm saída, estão aqui mais de meses e só são recolhidas pelo fornecedor. O que mais costuma sair mesmo são balas, guar-

da-chuva, uma variedade de produtos, exceto as revistas.” Nem jornal Mourão vende mais. De fato, o hábito de comprar diários impressos vem caindo. De acordo com a IVC (Instituto Verificador de Comunicação), a “Folha de S.Paulo”, o maior jornal do país em circulação, teve retração: caiu de 351.745 edições em 2014 para 335.895 edições em 2015, uma retração média de 15.850 edições. Outras bancas também se adaptaram, como a Quitandinha, em Santo André. Osvaldo Cruz, 65, que trabalha no local, disse que deu a ideia ao dono, Ed Carlos, de vender sorvetes, além de montar uma taba-

Informar é a nossa

FUNÇÃO

Adequações na banca Quitandinha geraram vendas de brinquedos e sorvetes

caria com os mais diversos tipos de cigarro. Há ainda brinquedos e filmes. Cruz destaca que as bancas menores, mais comuns, de esquina, não sobrevivem mais por causa da baixa demanda. “Hoje, até os supermercados acabam falindo as bancas. As revistas colocadas no caixa atraem mais do que as próprias bancas.” Por outro lado, algumas bancas se adaptaram por completo, como o caso da Super banca, que fica na avenida Lino Jardim, em Santo André. No espaço há até uma lanchonete e uma agência de viagens. A reportagem foi ao espaço, mas um atendente pediu que enviasse um e-mail para os responsáveis, mas não houve retorno. HQs Apesar de a maioria das bancas se adaptarem, Régis Carillo, 57, dono da banca localizada na avenida Doutor Rudge Ramos, não incrementou seu estabelecimento

com nenhum produto, mas se adequou à nova tendência das vendas na Internet, principalmente de história em quadrinhos. “Trabalho com banca desde 1990. Na época, vendia de tudo, mas sempre tive uma queda por quadrinhos. Então, sempre foquei nesse tipo de produto.” Com o Facebook, Régis decidiu criar uma conta na rede social e publicar seus produtos como uma forma de atrair e avisar seus clientes das novidades que chegavam na sua banca. “A minha rede social no início era mais para avisar os clientes, mas acabou crescendo e fui fazendo amigos em outros Estados, alavancando mais as vendas de quadrinhos, concretizando negócios em Mato Grosso do Sul, Piauí, Santa Catarina e Ceará”, completou. Atualmente, o dono da banca diz que jornais e revistas quase não saem e o produto mais procurado ainda são as HQs. 

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Pietro Santiago

FREQUENTAR sebos é como passear em museus. Caminhando pelos corredores, sentindo o cheiro de páginas de livros antigos e estar no meio de inúmeros títulos da atualidade e também de raridades da literatura, coleções de desejo e até mesmo discos de vinil. No Sebo Pacobello, em Santo André, a proprietária, Mirian Pacobello, 53, tem uma coleção de 200 mil livros, desde 2004. A faixa de preço varia de acordo com o livro, geralmente é metade do preço normal. Na livraria, existem obras consideradas esgotadas, porque já não são mais comercializadas e por isso são muito difíceis de serem encontradas. Uma das publicações que o Pacobello abriga é a “Obra Completa”, de Willian Shakespeare, editada em 1969. Não falta também Fernando Pessoa. “Obra poética”, de 1986, consta da estante, além de um manual chamado “As câmeras Rollei e suas Técnicas”. Esses livros custam de R$ 80 a R$ 90. Mirian conta que ainda em 2004 já passou a usar o mundo digital na atividade. Foi criado um site (www.pacobello.com.br) e, posteriormente, ingressou no Estante Virtual (www. estantevirtual.com.br/pacobello). “Começamos com um programa na internet, para poder catalogar tudo. Para conseguir se localizar, se formalizar e também precificar.” Já no sebo Segunda Mão, em São Bernardo, Jandir, 44, disse que entrou no negócio faz seis anos, junto com seu sócio. O leitor vai encontrar publicações na faixa de R$ 10. Mas há alguns livros que chegam

CULTURA

De 8 a 21 de junho de 2017 Fotos: Pietro Santiago/RRJ

Estante com livros filosóficos escolares e também de faculdade

Sebos oferecem clássicos da literatura e da música

Livros e discos considerados raros, da livraria Pacobello, em Santo André

a custar acima de R$ 150. Um exemplo é uma obra de Scott Cunninghan, que fala sobre um bruxo americano

do século 18. É o mais caro da loja: R$ 300. Jandir ressalta que livros de cunho didático

também são mais caros, por exemplo, livros de medicina, de veterinária e de engenharia. “A procura é

Nosso trabalho é

INFORMAÇÃO

5

muito grande por livros escolares e obras literárias”, afirmou o proprietário. Também em São Bernardo, há o Sebo Equilíbrio Livros. A proprietária, Susete Xavier, 50, tem seu estabelecimento faz 13 anos. Há publicações que variam de R$ 3 a R$ 150. Na loja, os mais caros são livros de 1920, italianos e a biografia de Shakespeare, toda em Inglês, que custa R$ 100. Susete disse que a procura por gênero literário varia de acordo com a época do ano. No início, os livros escolares são mais procurados por causa da volta às aulas, e também na época de vestibular, quando saem muitos romances da literatura. Mas nos outros meses saem quadrinhos, gibis e discos de vinil. Crise Mas a crise econômica também chegou às estantes de livro. Suzete fala que 2015 e 2016 foram anos muito ruins, mas que já vê uma melhora em 2017. “Antes só vinha aqui quem não tinha dinheiro e procurava um preço mais em conta. Hoje, vejo de todas as faixas aquisitivas procurando sebos”, completou. Nelson Palombo, 66, é dono do Sebo Fênix ABCD, de Diadema, onde está há 16 anos. A loja possui uma coleção de 40 mil títulos, além de CD’s, vinis e mangas. A livraria tem uma média de preço de R$ 15 a R$ 25. Porém, os mais caros também são livros de medicina, que chegam a custar R$ 700. A loja tem um público bem equilibrado, colecionadores de discos, fãs de quadrinhos, entre outros, mas o principal ainda são os livros. “Nosso carro chefe ainda é a venda de livros usados da literatura clássica brasileira e estrangeira, romances e religiosos.”

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6 COMPORTAMENTO A loja vende em média

Andressa Trogiani

RESPONSÁVEIS em proporcionar boas sensações e lembranças das tardes na casa dos avôs, as lojas de bolo caseiro se tornaram uma opção para as pessoas que, com a correria do dia a dia, buscam o conforto e o sabor que elas oferecem. Márcia Gimenes e sua irmã Sandra decidiram abrir uma franquia da empresa Casa dos Bolos, em São Bernardo, há mais de três anos. “Minha filha fez gastronomia, então resolvemos pesquisar o que poderíamos abrir no ramo alimentício”, afirmou Márcia. Após oito meses de pesquisa, treinamentos e algumas viagens até a sede da empresa em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, decidiram abrir o negócio. A Casa dos Bolos foi a primeira inaugurada no bairro Rudge Ramos e possui mais de 40 sabores. As variedades atendem os diferentes públicos, já que a casa fabrica desde bolos simples, como laranja, fubá e cenoura, até os diets (sem açúcar), sem lactose, integral, confeitado e uma opção sem glúten. “Sentimos a necessidade de colocar duas opções de bolos diets no cardápio, nos sabores maça e banana, porque o Rudge Ramos é um bairro com bastante moradores da terceira idade”, explicou Márcia. O cardápio também inclui o Bolo Solteiro, que é um produto menor e foi desenvolvido após pedidos de pessoas que diziam morar sozinhas e não consumiriam o de tamanho tradicional. A moradora do bairro Ana Rosa Pereira dos Santos, 52, afirma comprar bolos na casa pelo menos uma vez por semana. “O meu preferido é o de fubá com goiabada, mas alterno com o de milho que é uma delícia.” Os bolos são assados diariamente, com produtos frescos para o consumo no dia, custam a partir de R$ 15 e a loja aceita encomendas de um dia para o outro. “Qualidade é o nosso compromisso,

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bolos por dia e possui mais de

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opções entre doces e salgados

Bolo caseiro conquista o ABC Casas apontam os consumidores como a receita para o sucesso dos mais de 40 tipos oferecidos Fotos: Arquivo Pessoal

Tradicional bolo de milho da Casa dos Bolos

Ao lado, bolo de fubá com goiabada é um dos sabores disponiveis na loja Bolo no Forno

sempre estamos fazendo o melhor para que o cliente volte”, contou Márcia. No forno A parceria entre as irmãs Miriam e Carla Paolucci e sua sobrinha Patrícia Paolucci deu origem, em 2014, a abertura da loja Bolo no Forno, localizada no bairro Paulicéia em São Bernardo. Carla conta que a ideia de empreender foi da Patrícia, que na época, assim como ela, estava desempregada. “Começamos a pesquisar o que estava dando retorno e vimos que os bolos eram uma opção viável”. A loja vende em média 50 bolos por dia, e possui mais de 45 opções entre doces e salgados. Um dos bolos preferidos pelos fregueses é o de cenoura e no inverno, com a chegada das festividades juninas, aumenta a procura pelos bolos de milho e fubá. “Alguns clientes relacionam o cheiro do bolo de fubá com o cheiro da cozinha da avó”, explicou Carla. Entre os diferentes sabores, o estabelecimento oferece a opção salgada (o preparo da massa é igual ao dos bolos doces, porém sem açúcar) nos recheios: vegetariano/legumes, calabresa e presunto e queijo. Já a opção Fit, atrativo para o público “fitness”, é feito de banana com whey protein, sem glúten, lactose e açúcar. Ambos são feitos sob encomenda. A Bolo no Forno possui parcerias com algumas empresas da região como a Mercedes Benz, Colgate, Thomaz Greg, Auto Metal, Teraskin, Still, Engelpa entre outras, para fornecer bolos semanalmente. As proprietárias são as cozinheiras e também atendem ao público, pois acreditam que o bom atendimento, além do sabor, é o que traz o cliente de volta. “O nosso diferencial está na atenção que damos ao cliente e a confecção dos bolos, pois tudo é feito do zero, não usamos massas prontas, por isso optamos por não abrir uma franquia. Os ingredientes são frescos, sem essências ou conservantes”, afirmou Patrícia. Os produtos variam entre bolos pequenos e os de tamanho padrão, o preço oscila entre R$ 10 e R$ 23. A loja também possui encomendas de doces, bolos confeitados, tortas e pudins. 


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Aline Maion

JÁ FOI o tempo que as crianças ficavam longe da cozinha. Este é o caso da Beatriz Buchio, hoje com 24 anos, que desde pequena vivia no ambiente com sua avó. “Desde criança gostei da área de alimentos e, hoje, não me vejo trabalhando com outra coisa”, afirmou Beatriz. A cozinheira é formada em gastronomia pela Universidade Metodista e graduada em Gestão de Segurança Alimentar e afirma que a profissão tem uma vantagem: “As pessoas comem para viver e vivem para comer, é um dos maiores prazeres da vida”. Atualmente ela trabalha com segurança alimentar, para que os alimentos de estabelecimentos estejam totalmente dentro dos padrões da vigilância sanitária. Ela não descarta a possibilidade de abrir seu próprio negócio alinhando gastronomia e segurança. Enquanto isso, publica semanalmente nas redes

De 8 a 21 de junho de 2017

PARA quem deseja planejar um casamento ou uma festa, os doces são os principais atrativos. Brigadeiro e beijinho não são mais o suficiente para essas festas. Os doces finos estão no mercado há algum tempo e, além de serem muito saborosos, chamam atenção por serem diferenciados, com decorações mais refinadas e formatos que variam. Costumam ter muita elegância na hora da decoração, inclusive com embalagens especiais. A confeiteira Anastácia Rocha tem o seu próprio negócio desde 2001, em São Bernardo, e conta como surgiu a ideia. “Eu fazia doces só para os mais próximos e eles elogiavam bastante, então decidi vender. Eu gosto de preparar todos os tipos de doces, com muitos enfeites, mas tem que ser agradável ao paladar do cliente.” Ela afirma que para preparar os doces é necessário ser detalhista e criativa. “Tem um que chama Caixinha do Sertão, criei quando fui ao Nordeste, vi

Arquivo Pessoal

Cursos de culinária oferecem novas oportunidades sociais vídeos de doces e quitutes que faz para o marido dela. A gastronomia também pode ser um método para relaxar e espairecer. Foi isso o que aconteceu com a ex-corretora de imóveis Dany Abbondanza. “Aos 8 anos eu já cozinhava, porém só há dois anos descobri minha paixão”, comentou. Seu filho foi diagnosticado aos 2 anos com autismo e ela parou de trabalhar para se dedicar a saúde dele, mas para se distrair voltou a cozinhar. Dois anos depois, o filho Enzo começou a se desenvolver e hoje não apresenta nenhum sintoma da doença. “Quando tudo começou a mudar resolvi me dedicar de corpo e alma e essa minha paixão e comecei a fa-

zer vários cursos na área.” Hoje, Dany está no primeiro ano de Confeitaria e Panificação Avançada, no IGA (Instituto de Gastronomia da América), em São Bernardo, e já terminou o curso de Alta Cozinha e Gastronomia Molecular. Divide o seu tempo com a família e na produção de bolos, doces, ovos de Páscoa. Enzo, agora com 6 anos, ama cozinhar e será o mais novo cozinheiro mirim da família. Neste ano o pequeno irá ingressar em um curso para crianças. Doces Auricélia Costa possui 10 anos de experiência na área e há três anos leciona gastronomia focada em doces. “Eu comecei dando aula para idosos e crianças. Hoje estou ministran-

Doces finos são alternativa para festas Larissa Assis

COMPORTAMENTO

as paisagens e me inspirei. Ele é um brigadeiro de amendoim, e foi destaque na revista Forbes no cardápio Doces de Luxo.” Os macarons, tradicional doce francês, são uma ótima opção para quem deseja ter uma festa com cores vibrantes, pois além de ajudar a compor a decoração, eles dão uma aparência diferente para a mesa do bolo, podendo também substituir os bem-casados. “O macaron é muito gostoso e mais simples de preparar, já o bem-casado exige uma mão de obra grande para embalar e colocar os laços. O manuseio dele é mais difícil”, contou Anastácia. Além dos doces finos, o bolo também é uma escolha importante na hora de planejar uma festa. A confeiteira Andreia Uchoa explica que uma possibilidade é usar a técnica da pasta americana. “A pasta americana é um pouco sem gosto, então costumo usar a pasta saborizada, porque o bolo fica mais gostoso, além disso é necessário uma blindagem, com chocolate para que a pasta não entre em

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Enzo, filho da Dany, desde cedo ajuda a mãe na cozinha de casa

do cursos na faculdade de pós-graduação e na escola IGA de Santo André e São Bernardo.” Ter reconhecimento nesta área demora muitos anos. “Vejo meus alunos reclamando do reconhecimento e que os cursos não são baratos. Mas dizem que quem trabalha com comida é mais feliz”, falou Auricélia. A professora comenta que a procura pelas aulas Larissa Assis/RRJ

de gastronomia aumentou muito devido aos programas culinários cada vez mais frequentes nas televisões. “Ao ingressarem nas aulas se deparam com outra realidade e muitos nem chegam a afrontar o mercado de trabalho.” Ela complementa que trabalhar em cozinha é difícil e exige perseverança, disciplina e conhecimento para seguir carreira. 

Esses novos estilos de doces vieram para melhorar o mercado da gastronomia, pois fogem do tradicional. Nas minhas festas sempre procuro novidades para surpreender os meus convidados.” Cristiane Almeida Empresária

da preferência pelos doces finos. “Esses novos estilos de doces vieram para melhorar o mercado da gastronomia, pois fogem do tradicional. Nas minhas festas sempre procuro novidades para surpreender os meus convidados.” Os doces finos variam de R$ 2 até R$ 3,50 a unidade. Já os macarons são vendidos por R$ 170 o quilo, que rende aproximadamente 45 unidades.  Murilo Rodrigues

Copinho de Fisállis é o doce mais vendido na loja da Anastácia

contato com o bolo, senão ela umedece e cai.” O bolo de red velvet é tendência, além de chamar atenção pela sua cor

vermelha, também ganha destaque pelo recheio de cream cheese. “É um dos bolos que mais saem, não é um bolo comum de chocolate. A massa dele é suave e o recheio quebra o doce da pasta saborizada”, afirmou a confeiteira. A empresária Cristiane Almeida explica o porquê


8 ESPORTE

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Idosos adotam crossfit e boxe Terceira idade deixa o convencional e pratica essas e outras atividades para manter a forma física Fotos: Vanessa Borromelo/RRJ

Vanessa Borromelo

HÁ QUEM pense que a terceira idade só consegue fazer atividades físicas mais leves como hidroginástica, alongamento e caminhada. Porém esportes como o boxe, crossfit e tênis estão ganhando cada dia mais espaço na rotina deles. E no ABC também. A engenheira Neusa Sugano, 64, agora aposentada, pratica o boxe há dois anos. Ela conheceu o esporte na academia que frequenta e começou a fazer com um objetivo. “Pelo condicionamento físico que o boxe dá. Era o que buscava. Não foi só pelo esporte em si.” Neusa também ressalta que gosta das atividades que ocorrem antes do boxe, já que a aula começa com aquecimento e alongamento. Outra questão que também impulsionou a aposentada foi o aumento da representatividade feminina nos dias de hoje. “O boxe na minha idade, assim como quando eu era jovem, era só voltado para o sexo masculino. Agora ele está expandindo, tem muita mulher nesse caminho.” Além do esporte, Neusa faz musculação, TRX (aparelho usado para fazer treino em suspensão), hidroginástica e ioga, e dá um recado aos idosos que pensam em começar uma atividade física como o boxe. “Eu indico. É bom experimentar tudo o que aparece, porque, se você não consegue acompanhar, é só parar. Eu vou até onde posso.” O professor de Educação Física e ex-atleta da seleção de boxe Marcelo Noguti, disse que a aula é voltada para um boxe mais recreativo. Com menos contato, a ideia é trabalhar os fundamentos do esporte. Apesar disso e por conta da idade, ele reforça que é preciso tomar cuidado com algumas orientações dadas a Neusa. “Durante as aulas tento estimular a coordenação motora, a memória e a agilidade. Ela não tem nenhuma limitação e consegue acompanhar tudo. Só algumas sequências que às vezes tenho que repetir para ela poder pegar, mas

Acima, Tia Helena fazendo uma parte do treino do dia; A esq. Del Soldato treina no estádio 1º de maio; No detalhe, Neusa descarregando as energias na aula de boxe

depois que ela faz uma vez, já grava”, conta o professor. Marcelo ainda reforça que a presença frequente facilita, pois Neusa não falta a uma aula e está sempre por lá. “Acho meio estranho quando ela falta. Estou sempre mandando mensagem perguntando se está tudo bem. Me preocupo.” Fora os benefícios físicos que o boxe traz para os idosos, como habilidade e tempo de reação, o esporte também estimula a saúde psicológica, já que eles po-

dem descarregar as energias nos aparelhos. Crossfit Um treino funcional e de alta intensidade. É assim que a educadora física Mirella Bueno define o crossfit. A professora reforça que o esporte ajuda os idosos tanto na saúde física - articulações, postura, movimentos cotidianos -, quanto na saúde mental. “O crossfit é uma comunidade e, querendo ou não, é um estímulo. Os idosos se sentem mais

presentes e mais úteis. Hoje as pessoas acham que eles não servem mais para nada e aqui a gente abraça essas pessoas. É uma segunda casa para eles.” Esse é o caso da aposentada Maria Helena Camata, que, aos 58 anos, próximo de chegar à terceira idade, pratica o crossfit há um ano e meio. “Eu comecei a fazer porque eu sempre gostei de esporte e joguei basquete durante muito tempo. Me identifiquei ao ver minha sobrinha praticando, gostei e comecei a treinar”, disse Maria. O esporte ajudou muito Tia Helena, como é carinhosamente chamada por todos. Ela conta que ganhou mais disposição, força e que melhorou a capacidade cardiorrespiratória. “Tem pessoas que vêm aqui e ficam com medo do treino, mas tudo

é adaptável. Além do que falei, te dá mais ânimo e te ajuda na parte intelectual.” O treino de Helena é igual ao de todos, mas é ajustado à sua idade, o que muda são peso e intensidade. A educadora física pontua que tudo no crossfit é adaptável, de acordo com o que o aluno pede, mas reforça que “ele tem que ser sincero logo na primeira aula e falar os problemas de saúde que tem. Cada procedimento médico tem uma restrição de movimento ou de intensidade de treino”. Tênis De raquete o aposentado Oswaldo Del Soldato, 79, entende bem. Há mais de 30 anos ele se dedica ao tênis, que conheceu depois de assistir alguns jogos pela televisão. “Um dia cheguei em casa e meu filho estava batendo na parede com uma raquete antiga que nós tínhamos. Perguntei se ele queria aprender, e ele falou que sim. Então ele foi, aprendeu, e eu fui junto.” Del Soldato participa do Programa Vitalidade, da Secretaria de Esporte e Lazer de São Bernardo. O programa é voltado para os moradores da cidade que têm mais de 60 anos. São 14 modalidades esportivas destinadas a eles, que participam de competições regionais e nacionais. “Conheci o projeto por meio de uma amiga da minha filha. Já jogava tênis. Resolvi participar. Hoje não estou em nenhuma competição porque estou me recuperando de um problema de saúde, mas sempre participo”, contou o aposentado. Por falar em saúde, Del Soldato conta que a mudança para ele foi total. “Ganhei mais disposição, fiquei mais ativo e ajudou a prevenir doenças. Agora estão aparecendo algumas coisas, mas é por conta da idade. Fora isso tem as amizades que nós fazemos e levamos para a vida. A terceira idade, se não convive, entra em depressão”. As aulas de tênis são aplicadas toda 3ª e 5ª feira, das 10h às 11h, no estádio 1º de Maio. 


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ESPORTE

De 8 a 21 de junho de 2017

Alongamento traz benefícios à saúde Luana Altobello/RRJ

Luana Altobello

O ALONGAMENTO é um exercício indicado para quem já atingiu a terceira idade. A prática permite a manutenção do bem-estar físico e emocional. Mas, se feito de maneira incorreta, pode trazer malefícios, como câimbras ou estiramentos. A fisioterapeuta Aline Wada de Souza explica que o ideal é fazer o exercício devagar, no tempo da respiração, com duração em média de 35 segundos a 1 minuto cada modalidade. Segundo Aline, ao chegar na terceira idade, as articulações ficam mais secas, ou seja, com menos líquido, causando rigidez. A dona de casa Tereza Alves de Oliveira, 66, faz aulas de alongamento há mais de dez anos. Mas a paixão por exercícios começou aos 38 anos, com o atletismo na Associação Desportiva Polícia Militar. Ela ganhou medalhas, troféus, prêmios e participou de competições como a São Silvestre, mas parou por causa do desgaste nos seus

Aulas de alongamento para a terceira idade têm duração de 30 minutos em academia no Rudge Ramos

joelhos, os quais retirou e colocou próteses no lugar. Tereza faz aulas de alongamento duas vezes por semana antes da ginástica, e faz caminhada nos dias restantes. “O exercício me ajudou bastante em relação ao meu joelho, hoje só consigo andar por causa do alongamento”, disse Tereza. É recomendado que um adulto durma oito horas por

dia. Mas alguns idosos sentem mais sono e permanecem muito tempo em uma mesma posição, deixando o corpo rígido. Por isso a fisioterapeuta aconselha se alongar ao acordar, porque vai aquecendo e liberando as articulações. A maioria dos idosos entrevistados disse que prefere o período da manhã para fazer os exercícios. O

Locais ao ar livre levam idosos para os esportes Richard Molina

QUEM FREQUENTA a Praça dos Meninos ou o Parque Municipal Engenheiro Salvador Arena, no Rudge Ramos, pode se exercitar em aparelhos de atividade física que ficam ao ar livre. Essas máquinas são chamadas de ATIs (Academias da Terceira Idade) e recebem usuários todos os dias. Alguns deles, porém, reclamam de falta de orientação. A atleta Helena Kimie, 61, usa a sua experiência como exemplo. “Eu já fazia academia. Então não tive dificuldade com esses aparelhos. Mas quem vem aqui pela primeira vez, acho que faz errado os exercícios.” Alguns usuários dessas ATIs dizem que uma forma de aprender a usá-los é se espelhar em quem já se acostumou com eles. A maioria das pessoas acredita que há instruções suficientes no local, mas há exceções.

“O uso dos aparelhos em si está bem sinalizado. O que falta é indicar quanto tempo se fica em cada um”, afirmou Evaldo, 70, morador do Rudge, que não quis dar o sobrenome à reportagem. “Tem idoso que vem aqui meio fugido de casa e não dá a vez pra quem quer usar.” Entre os profissionais da área de educação física, as ATIs são consideradas mais um bem do que um problema. A professora Danielle Hernandez, pós-graduada em musculação, exalta a iniciativa. “É muito interessante para promover o incentivo à prática de atividade física de uma forma acessível para todas as pessoas.” Lesões Danielle, que é especialista em fisiologia do exercício, argumenta que a probabilidade de lesões nas academias ao ar livre é pequena. “A principal limitação seria a falta de orien-

vendedor João Luiz Germani, 63, é um deles. Faz a aula quatro vezes por semana. Germani começou após recomendação médica, por causa da sua coluna curvada e bursite trocantérica no lado direito, que é a inflamação nos músculos laterais do quadril. “Eu tinha dificuldade em fazer alguns movimentos e a postura errada há Richard Molina/RRJ

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muito tempo, com todos esses problemas o alongamento me ajuda. Quando se chega aos 50, descobrimos muitos problemas de saúde”, disse o vendedor. Alongar-se é indicado antes e depois de uma atividade física. A fisioterapeuta explica que recomenda essa prática apenas quando são exercícios aeróbicos, como caminhada e corrida. Mas quando são exercícios para o fortalecimento do músculo, é melhor fazer o alongamento dinâmico antes, porque depois não traz benefícios e ainda pode provocar maior dano muscular. Aline enumera alguns exercícios que faz com os seus pacientes da terceira idade: cervical, pescoço, lateral, inclinação do tronco, quadríceps e panturrilha são feitos em pé. Deitado, pode-se alongar a lombar e também a coluna. Durante as aulas, eles se interagem, conversam e brincam. Para Germani isso é fundamental na terceira idade, dando mais ânimo para frequentar a academia. A professora Neuza Polizef, 65, disse que é necessário o acompanhamento de um profissional. “Mas o mais importante é não ficar parado”, afirmou.  Valda Andrade, 63, sempre vai à Praça dos Meninos usar o simulador de caminhada

ajudar melhor, por exemplo, tendo em mente as particularidades do paciente.”

tação. Porém são aparelhos de baixa intensidade, que trabalham em ângulos articulares favoráveis. A estrutura e o movimento desses aparelhos foram elaborados para deixar uma menor predisposição a lesões.” O alerta, no entanto, é para pessoas que tenham um histórico de doenças ou lesões preexistentes. Nesses

casos, alguns movimentos articulares poderiam ser lesivos aos músculos, tendões ou ligamentos do idoso. Quanto a isso, a professora Danielle destaca a importância da supervisão de um profissional. “O ideal seria que houvesse professores orientando, para a prática da atividade física no geral. Um orientador poderia

Manutenção Os aparelhos das academias ao ar livre não têm polias ou cabos. A força de quem se exercita é a única responsável pelo movimento, não há sobrecarga. Eles requerem manutenção muito menor se comparados a equipamentos de salas musculação indoor, por exemplo. Apesar disso, existem reclamações quanto à má conservação dos aparelhos. Alguns usuários das ATIs relatam que há falta de cuidado com o patrimônio público por parte da população. José Epaminondas, 80, é um dos que se sentem prejudicados. “Tem dias que a gente encontra os aparelhos vandalizados, aí fica complicado de se usar.” A reportagem procurou a prefeitura para que ela comentasse a crítica de alguns usuários de ATIs, mas até o fechamento deste texto não houve retorno. 


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CULTURA

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Céu leva “Tropix” a Santo André Álbum vencedor do Grammy Latino em 2016 mistura elementos brasileiros e da música eletrônica Gabriel Mendes

A CANTORA Céu promete dança, amor, alma e loucura em seu show, no próximo dia 30 de junho, no Teatro Sesc Santo André. A cantora apresenta o último trabalho de estúdio, intitulado “Tropix”. Os ingressos custam entre R$ 9 e R$ 30 e estarão disponíveis para venda a partir do dia 20, no site da rede Sesc, e 21, nos pontos de venda físicos das unidades. Tropix recebeu o Grammy Latino em 2016 de melhor disco pop em português. É uma produção de Pupillo, da banda Nação Zumbi, e do francês Hervé Salters, do projeto General Elektriks. A sonoridade do álbum caminha entre o trip hop, subgênero da música eletrônica mais lento, a discoteca e, segundo Céu,

flerta mais com sintetizadores (aparelho eletrônico que produz sons a partir de sinais elétricos), algo novo em sua carreira. A artista conta que sempre gostou de pesquisar sons e que não pensa em estilo quando inicia um novo trabalho. Com os produtores, busca o que faz sentido para as canções. “Vou tentando entender do que se trata, em termos de agrupamento, instrumentação, vibração, batida, etc. Mas nunca em rótulo e gênero musical. Isso priva demais o processo criativo.” Seu álbum de estreia, lançado em 2005, vendeu mais de 200 mil cópias só nos Estados Unidos. Nos últimos 10 anos, Céu já levou seu trabalho para diversos festivais internacionais, como o Coachella, nos Estados Unidos, e o Montreal International Jazz Festival,

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Divulgação/Luiz Garrido

no Canadá. E em março deste ano, a cantora se apresentou com a banda inglesa Duran Duran no Lollapalooza Brasil. Contemporânea Passado e futuro estão conectados e são elementos marcantes em Tropix, tanto nas influências de gêneros dos anos 70 e 80 quanto na parte visual e até nas melodias. Mas Céu considera sua música como “brasileira contemporânea”. “Acho também que sou filha do tropicalismo. Tem muitos artistas com os quais me identifico como: Tulipa Ruiz, Ava Rocha, Anelis Assumpção, Metá Metá.” Essas mulheres fazem parte de um novo cenário musical brasileiro e, de acordo com Céu, que toma frente na questão da representatividade, as pessoas representam o que pensam, e isso não é exclusividade do artista. A diferença é que, no palco, essas questões são amplificadas. “Quero muito um mundo mais legal, e se puder quero

Roteiro

ajudar a construir um outro paradigma de sociedade.” A cantora comentou que é maravilhoso ver artistas se posicionando em relação a temas políticos e sociais e que vivemos um momento histórico em termos de produção cultural no país. E destacou alguns nomes como Liniker, o paraense Jaloo, e a banda goiana Carne Doce como boas novidades dentro deste cenário. De acordo com Céu, que hoje se sente mais segura como compositora e cantora, a arte desnuda bastante o artista. “É um

tipo de auto retrato nosso. Tem muito de mim no Tropix, ainda que às vezes não tão literalmente. Cresci, amadureci e aprendi muito desde o lançamento.” 

SERVIÇO Céu apresenta “Tropix” 30/6, às 21h Entre R$ 9 e R$ 30 Sesc Santo André - R. Tama rutaca, 302 - Vila Guiomar Classificação: 12 anos Tel.: 4125-2379

DRAMA

Tiros em Osasco

Mariana Cunha

DANÇA

Divulgação/André Valente

Divulgação

Albúm de estreia da cantora vendeu mais de 200 mil cópias só nos EUA

A CHACINA em Osasco onde 19 pessoas foram assassinadas dentro de um bar em 2015 serviu de pano de fundo para a peça “Tiros em Osasco”, apresentada nos dias 9 e 10 de junho no Teatro SENAI Mario Amato, em São Bernardo. A história se passa em cinco apartamentos e todos funcionam como uma extensão dos personagens, local onde expressam suas opiniões e demonstram como se relacionam com a violência urbana. O teatro fica localizado na rua Maria Medice Ramos, 330, no bairro Assunção. Os ingressos devem ser reservados no site do SESI (www.sesisp.org.br/meu-sesi) e retirados na secretaria do SESI São Bernardo, na rua Suécia, 900. Gratuito. Indicação: 14 anos.

MÚSICA

Thiaguinho Eu, Passarinho

ID:Entidades

O SESC São Caetano apresenta no sábado (9), às 20h, a atração “Eu, Passarinho”. Conduzido pelo dançarino Jerônimo Bittencourt e o músico Luiz Cláudio Faria, a dupla improvisa os movimentos de dança e música de acordo com a reação da plateia e a arquitetura do local. Realizam até mesmo a prática de parkour, um exercício de percorrer obstáculos em qualquer ambiente, para fazer com que o público também redescubra o espaço e possa interagir de uma outra maneira. O evento é gratuito e possui indicação livre. O Sesc São Caetano fica na rua Piauí, 554, no bairro Santo Antônio.

MAUÁ recebe nos dias 16 e 17 de junho, às 20h, o espetáculo “ID:Entidades”, reconhecido pelo jornal americano The New York Times como um dos dez melhores da cena da dança contemporânea. O grupo Companhia Urbana de Dança, formado por jovens moradores da periferia do Rio de Janeiro, propõe experimentações corporais que mostram a constante reinvenção do ser humano, vindo de classe social alta ou não. A atração e companhia são dirigidas por Sonia Destri Lie. Os ingressos podem ser reservados na página do SESI (www.sesisp.org.br/meu-sesi) e são gratuitos. Indicação livre. O SESI Mauá fica localizado na avenida Presidente Castelo Branco, 237, no bairro Jardim Zaira.

O CANTOR Thiaguinho se apresenta em São Bernardo no sexta (9), a partir das 22h. Revelado no programa musical “Fama”, da TV Globo, o cantor ficou conhecido no país inteiro após liderar o grupo Exaltasamba. Thiaguinho seguiu em carreira solo em 2012 e o show mistura músicas dos dois trabalhos, como “Livre pra Voar”, “Ousadia e Alegria”, “ e “Tá vendo Aquela Lua”. O show acontece no espaço Fábrica Mix, localizado na rua Marli, 26, no Jardim do Mar. Os ingressos custam R$ 40 e podem ser comprados no site Clube do Ingresso (www. clubedoingresso.com/thiaguinho-fabricamix). Indicação 18 anos. 

Divulgação


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