Edição1071

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Produzido pelos alunos do Curso de Jornalismo

De 28 de setembro a 18 de outubro de 2017

» SAÚDE

ANO 37 - Nº 1071 Luciana Serpeloni/RRJ

Número de gestantes com mais de 40 anos aumenta

» EDUCAÇÃO

Metodista abre as portas para evento comunitário

Págs. 4 e 5

Pág. 3

ISS único é aprovado na Câmara de São Bernardo Proposta de novo Projeto de Lei surgiu no Consórcio Intermunicipal e visa acabar com guerra fiscal entre cidades da região. Alíquotas de alguns serviços devem aumentar mais de 100%. Pág. 2 Divulgação: Osvaldo F./Contrapé

» CULTURA Roberta Orsi/RRJ

Santo André comemora dia municipal do rock no domingo Págs. 10 e 11

Do ABC para o pódio Arthur Zanetti lembra sua trajetória na ginástica olímpica, fala da importância do ABC no esporte e da prepação para o Mundial. Pág. 9


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2 POLÍTICA

DE OLHO NA CÂMARA

Câmara aprova ISS único para a região

mento sem estar relacionado aos valores já cobrados pelas outras cidades. “Essa conta vai cair sobre o consumidor”, afirmou o vereador Julinho Fuzari (PPS). Para o parlamentar, o aumento dos impostos vai afastar as empresas da região. Já o líder do governo na Câmara, vereador Ramon Ramos (PDT), disse que essa medida fará com que cresça o investimento na região. “Foi levantado quais eram as situações que seriam menos agredidas”. Conhecido por ter projetos relacionados à veterinária, o vereador e presidente da Câmara Pery Cartola (PSDB) se mostrou a favor da PL 96/17. “Cabe a empresa que oferece esse serviço repassar ou não. Mas acredito que são empresas grandes, que não vão sentir o impacto e não vão repassar para seus clientes”.

Com o objetivo de evitar uma guerra fiscal entre as cidades, a proposta eleva em mais de 100% alíquotas em alguns setores Guilherme Guilherme

A CÂMARA Municipal de São Bernardo aprovou nesta quarta-feira (27) o Projeto de Lei (PL) 96/17, de autoria do Executivo, que equipara as alíquotas do Imposto Sobre Serviço (ISS) de São Bernardo com as aplicadas nas outras cidades do ABC (com exceção de Diadema). O acordo para tabelar o ISS nas cidades da região foi firmado no Consórcio Intermunicipal do ABC, do qual recentemente Diadema saiu. De acordo com o encaminhamento do PL, essa medida busca “inibir a guerra fiscal” entre as cidades da região. Projeto semelhante já foi aprovado pela Câmara de Santo André. Por conta da nova lei, os setores mais afetados com as novas taxas serão os planos de assistência veterinária e o leasing (arrendamento mercantil), que terão seu ISS aumentado em 150%. Já os planos de saúde e agenciamento, corretagem ou intermediação de contratos de leasing, de franquia e de factoring (negociação de direito de crédito), terão aumento de 50% no imposto. O ISS cobrado em administração de fundos, de consórcio, cartão de crédito/ débito, carteira de clientes e cheques pré-datados passou a ser 66% superior. Essas novas alíquotas foram fixadas com base na

Rudge Ramos JORNAL DA CIDADE editorial@metodista.br Rua do Sacramento, 230 Ed. Delta - Sala 141 Tel.: 4366-5871 - Rudge Ramos São Bernardo - CEP: 09640-000 

Produzido pelos alunos do curso de Jornalismo da Escola de Comunicação, Educação e Humanidades da Universidade Metodista de São Paulo

VOCÊ SABIA? Mariana Cunha/RRJ

Q

UEM mora em São Bernardo pode propor as leis de seu município. A medida vale desde de 2011, quando foi aprovado o Plano Diretor. O artigo 129 da lei 6.184 garante que a população pode participar da elaboração de leis, planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano, com o apoio de um percentual mínimo em 5% do eleitorado da cidade, região, distrito ou bairro.

mil assinaturas para enviar um projeto à Câmara de Vereadores. Chegando à Casa, a proposta será encaminhada para uma das 16 comissões permanentes, que deverão emitir um parecer de acordo com a sua finalidade, sem um prazo limite definido. O próximo passo é incluir a pauta na Ordem do Dia, que é selecionada pelo presidente da Câmara. Em seguida, vem o processo de votação e, por último, caso aprovado, a sanção do prefeito.

SEGUNDO dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o município possui mais de 611 mil eleitores. A partir desse número, para se propor um projeto é necessário então reunir cerca de 30

APESAR desse direito, a assessoria da Câmara de São Bernardo informou que não foram propostos projetos de lei de iniciativa popular nos últimos dois anos. 

maior alíquota das cidades da região em vigor atualmente. Por exemplo: no caso dos planos de saúde, a alíquota atual em Santo André é de 3% enquanto nas

outras cidades do ABC, 2%. Neste caso, foi fixado para a região 3%, já que se houvesse uma redução para 2%, Santo André estaria realizando renúncia de receita, o

DIRETOR Kleber Nogueira Carrilho COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO Rodolfo Carlos Martino EDITORA-EXECUTIVA E EDITORA DO RRJ Camila Escudero (MTb: 39.564) EDITOR DE ARTE José Reis Filho (MTb 12.357) ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA Maristela Caretta (MTb 64.183)

EQUIPE DE REDAÇÃO - Alvaro Augusto, Ariel Correia da Silva,

Bárbara Caetano, Bruno Pegoraro, Daniela Pegoraro, Érika Motoda, Felipe Freitas, Gabriel Argachoy, Guilherme Guilherme, Iago Martins, Luis Henrique Leite, Luiza Lamas, Mariana Cunha, Marina Harriz, Rodrigo Monteiro, Thalita Ribeiro e alunos do curso de Jornalismo.

TIRAGEM: 10 mil exemplares - Produção de Fotolito e Impressão: Gráfica Mar-Mar

que impactaria o orçamento. Entre os itens que sofreram aumento de tributação, o ISS definido para planos de assistência veterinária foi o único que teve cresci-

Polêmica A PL 96/17 também contempla a regulamentação da arrecadação de ISS por meio de operações com cartão de crédito. Essa medida só foi possível graças à rejeição do veto presidencial ao Projeto de Lei Complementar 366/13 por parte do Congresso Nacional. Segundo o vereador Ramon Ramos, esse valor era arrecadado apenas pela cidade onde fica a sede da empresa de cartão de crédito. De acordo com o vereador Pery Cartola, o recolhimento dessa nova receita será feito por meio de pagamentos gerados nas sedes das empresas de cartão de credito. “Em um primeiro momento, as concessionárias que prestam esse serviço vão ter um pouco de resistência e não vão dar os instrumentos para que a gente possa fazer isso facilmente, mas depois acredito que seja mais fácil essa absorção de receita.” 

DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO, MARKETING E SUPRIMENTOS - Ronilson Carassini

CONSELHO SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO Aires Ademir Leal Clavel (vice-presidente); Esther Lopes (secretária); Rev. Afranio Gonçalves Castro; Augusto Campos de Rezende; Jonas Adolfo Sala; Rev. Marcos Gomes Tôrres; Oscar Francisco Alves Jr.; Valdecir Barreros; Renato Wanderley de Souza Lima (suplente). DIRETOR GERAL - Robson Ramos de Aguiar VICE-DIRETOR GERAL - Gustavo Jacques Dias Alvim DIRETOR DE FINANÇAS E CONTROLADORIA - Ricardo Rocha Faria

REITOR: Paulo Borges Campos Jr.; Coordenadora de Graduação e Extensão: Alessandra Maria Sabatine Zambone; Coordenadora de EAD: Adriana Barros Azevedo; Coordenador de Pós-Graduação e Pesquisa: Davi Ferreira Barros. DIRETORES - Nilton Zanco (Escola de Ciências Médicas e da Saúde), Kleber Nogueira Carrilho (Escola de Comunicação, Educação e Humanidades), Carlos Eduardo Santi (Escola de Engenharias, Tecnologia e Informação), Fulvio Cristofoli (Escola de Gestão e Direito) e Paulo Roberto Garcia (Escola de Teologia).


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CIDADE

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RÁPIDAS

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Mariana Cunha com Redação do RRO Fotos: Arquivo/RRJ

 Fornecimento de kits de saúde RETENÇÃO urinária, incontinência, períodos operatórios, doenças da bexiga, uretra, próstata, traumas ou lesões são os principais motivos que levam uma pessoa a ter que utilizar sondas urinárias. Os pacientes que utilizam o material frequentemente necessitam de kits com sonda, gaze e xilocaína, que custam, em média, R$ 12 nas farmácias ou que podem ser retirados gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). No entanto, moradores de São Bernardo reclamam que a distribuição desse material não tem sido realizada. Por meio de nota, a assessoria de imprensa da prefeitura respondeu que a sonda de alívio (urinária) é distribuída normalmente e sem fila conforme a avaliação da equipe de saúde, e que o instrumento pode ser reutilizado sem prejuízo ao paciente. De acordo com o urologista Danilo Galante, a reutilização desses materiais aumenta as chances de infecção urinária e, deixar de usá-lo pode causar pressão crônica nos rins e comprometer a sua função. 

 Universidade aberta A UNIVERSIDADE Metodista de São Paulo promove neste sábado (30) mais uma edição do projeto Universidade Aberta, um dia voltado para a comunidade conhecer a instituição e o funcionamento de um curso superior. O evento ocorre nos campi Rudge Ramos (rua Alfeu Tavares, 149) e Planalto (av. Dom Jaime de Barros Câmara, 1000),

das 10h às 15h. Durante o dia, os visitantes poderão conhecer a infraestrutura da universidade, além de participar de palestras, oficinas e workshops realizados por docentes, alunos e funcionários. Serviços como orientação nutricional, plantão psicológico, emissão de carteira de trabalho e avaliação postural compõem a programação. Durante o evento, as inscrições para o vestibular serão gratuitas. 

 Show

 Prevenção ao suicídio Divulgação

A CANTORA Luciana Mello se apresenta neste sábado (30), às 21h, no Teatro Lauro Gomes (rua Helena Jacquey, 171 - Rudge Ramos). O show começa com uma homenagem a Jair Rodrigues, pai de Luciana morto em 2014 vítima de um infarto, com o samba “Estrela Sorridente”. Além das novas músicas de trabalho, canções gravadas com Alcione, Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho completam o repertório. Os ingressos custam R$ 90 e podem ser comprados na bilheteria do teatro, que funciona das 14h às 19h, e no site www.bilheteriaexpress.com.br. Classificação livre. 

A ORGANIZAÇÃO Mundial da Saúde (OMS) aponta que a cada 40 segundos uma pessoa morre por suicídio no mundo. Segundo o psiquiatra Sergio Baldassin, chefe do Departamento de Neurociências da Faculdade de Medicina do ABC, em 90% dos casos de suicídio a pessoa sofria algum tipo de distúrbio mental, como depressão, transtorno bipolar, dependências do álcool e outras drogas, além de transtornos psicóticos. Buscar tratamento que concilie medicamento com terapia é fundamental para o paciente se reestabelecer, ainda de acordo com o especialista. Além disso, quem não se sente à vontade para conversar com familiares e amigos sobre o assunto, pode ligar para o número 141, no Centro de Valorização à Vida (CVV). O serviço fornece apoio para quem procura por ajuda emocional. A ligação é gratuita e a conversa acontece com um voluntário do CVV; o anonimato e sigilos são mantidos. 

 Lixo nas ruas FALTA de varrição, lixeiras transbordando, folhas e sujeiras na Av. Caminho do Mar e em praças no Rudge estão se tornando frequentes no bairro. De acordo com moradores, desde o início deste mês não há funcioná-

 Baixa umidade do ar A UMIDADE do ar é a quantidade de água que existe na atmosfera, na forma de vapor. Ela é importante, pois influencia na temperatura, na formação de chuva, na sensação térmica e na saúde do ser humano. Quando a umidade está baixa, pessoas com problemas de pele e principalmente respiratórios sofrem os efeitos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal é que a umidade do ar esteja acima dos 60%, ao contrário do que apresentam as cidades do ABC. Até a publicação desta matéria, São Bernardo apresentava 66% de umidade, assim como Santo André e São Caetano. Para os próximos dias há previsão de pancadas de chuva à tarde, com máxima de 28º e mínima de 16º na região. As informações são do site de meteorologia Clima Tempo. 

rios varrendo as ruas com regularidade. A reportagem entrou em contato com o serviço de limpeza urbana, por meio do atendimento ao cliente. A informação passada foi a de que “houve um remanejamento no plano de trabalho, e que, de acordo com o novo contrato, a lim-

peza foi reduzida até que um novo edital de licitação seja aberto, provavelmente em janeiro. Já a prefeitura informou, por meio de nota, que “o atual governo auditou todos os gastos públicos, e que devido algumas falhas contratuais, foi rompida a parceria público privada”. 


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SAÚDE

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Gravidez depois dos 40 anos cresce 49% em duas décadas

Fotos: Arquivo pessoal

Em contrapartida, o número de mães jovens caiu 17% em 20 anos Julia Centini

A JORNALISTA Acácia Lima, 45, nunca pensou em ter filhos, mas uma consulta ao ginecologista mudou seus planos quando a médica falou sobre gravidez de risco em razão de sua idade, que na época era de 42 anos. “Ela me disse que não tinha tempo para pensar e levei um susto. Achei muito ‘eterno’ dizer ‘nunca quero ter’.” Aos 43, a filha Manuela chegou e transformou a vida da jornalista. A experiência fez com que Acácia abrisse um blog para ajudar mães de primeira viagem. Assim como Acácia, cada vez mais mulheres optam pela gestação tardia. Segundo pesquisa do Ministério da Saúde, o número de mães aos 40 cresceu 49,5% nos últimos 20 anos. Em 1995, mais de 51 mil mulheres engravidavam a partir dessa idade. Já em 2015, foram 77.138. A jornalista acredita que um dos pontos positivos em engravidar mais tarde é a maturidade. “Além disso, pude fazer muitas coisas que não daria para fazer da mesma maneira se tivesse filhos, como viajar pelo mundo”, conta Acácia. A coordenadora do curso de Ciências Sociais da Universidade Metodista, Claudete Pagotto, explica que essa mudança que a pessoa passa ao longo da vida ajuda durante a gravidez tardia. “A maturidade que se revela na mulher aos 40 anos é diferente de antes

O nascimento de Manuela mudou tanto a vida da jornalista Acácia, que passou a se dedicar apenas ao blog “Somos Mães de Primeira Viagem”

dos 30. A pessoa se torna mais independente. As prioridades mudam conforme a experiência de vida”. A secretária Raquel Gaschler, 49, de São Bernardo, acredita que a diferença entre engravidar aos 40 anos e antes dos 30 é grande. “Quando somos mais jovens, fica mais difícil de abdicar das coisas pelo filho. Também temos outras prioridades”. Segundo ela, além da maturidade, a estabilidade financeira que se adquire nessa idade é um fator positivo para a

gravidez tardia. Claudete explica que a inserção no mercado de trabalho é um dos grandes motivos para o alto número de mulheres grávidas após os 40 anos. “O mundo profissional impõe uma necessidade de garantir uma renda familiar. Assim, as mulheres preferem se firmar em uma condição financeira mais segura antes de se aventurar na maternidade”. Segundo a socióloga, a mentalidade da sociedade brasileira em relação à maternidade mudou ao longo

dos anos. “Era comum na nossa cultura o pensamento de que a mulher tinha a única e exclusiva função de cuidar dos filhos e da casa. Nos anos 70, começou a ampliar o processo de liberdade e autonomia da mulher, e ela está conquistando esse espaço gradativamente”. Diferentemente de Acácia, a artista plástica Bruna Patrícia Vieira, 43, também tentou engravidar várias vezes e sofreu três abortos. Ela e o marido entraram na fila de adoção e esperaram cerca de dois anos. Depois

de todo esse tempo, Bruna teve Heloísa, que agora tem quase dois anos. A artista plástica já tem planos para que a história de Heloísa fique eternizada: escrever um livro sobre tudo que passou até o nascimento de sua filha. “Tenho uma história muito bonita com a Helô e, quando crescer, quero que ela saiba o quanto a esperei e como ela é especial”. Disposição A maior diferença entre ter filho aos 40 anos para as mães é a disposição. A optometrista Roseli Martinez do Prado, 52, teve o primeiro bebê aos 24 anos e sente no corpo a diferença. Sua filha mais nova Ana Clara, nasceu quando tinha 42 anos, e Roseli conta que antes dos 30 anos tinha mais disposição para cuidar e trabalhar ao mesmo tempo, mas a paciência não era a mesma. A artista plástica Bruna fala que para acompanhar a pequena Helô é preciso ter muita disposição, mas que vale a pena o esforço para passar mais tempo com a filha. “Ela me da força e é minha inspiração de todos os dias”, disse. 

Número de mães com mais de 40 anos aumentou 49% em 2 décadas (em milhares) ATÉ 19 ANOS 1995

603

2000

750,5

2005

661,1

2010

552,6 546,5

2015

DE 20 A 29 ANOS 1995 2000 2005 2010 2015

1.444,4 1.718,9 1.645,1 1.520,1 1.477, 9

DE 30 A 39 ANOS

DE 40 A 49 ANOS

1995

564,7

1995

51,6

2000

658,3

2000

60,5

2005

661,1

2005

2010

734,5

2010

62,2 64,3

2015

911,5

2015

77,1

Variação de

Variação de

Variação de

Variação de

-9,4%

2,3%

61,4%

49,5%


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SAÚDE

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Gestação tardia exige cuidados Fotos: Arquivo pessoal

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Segundo a obstetra Célia Horia Vieira,

5% é a chance da mulher engravidar depois dos

40 anos

Iago Martins

A ARQUITETA Elizabeth Amadei, 46, e a dentista Márcia Maria Morassi, 42, têm uma coincidência em suas vidas. As duas ficaram grávidas depois dos 40 anos de idade, mesmo sem terem planejado. Essa situação tem se tornado comum. Há uma mudança no perfil da mulher brasileira. Muitas preferem engravidar após os 40. As razões apontadas para isso são muitas, como estabilidade financeira e independência antes de realizar o sonho de ser mãe. Mas optar pela gravidez nessa faixa etária requer cuidados para garantir uma gestação sem complicações. Márcia Maria Morassi, de São Bernardo, não esperava engravidar aos 42 anos. Depois de dar à luz ao Lucas, aos 26 anos, e ao Davi, aos 29, Márcia estava com a laqueadura [cirurgia que impede a mulher de engravidar] marcada. Porém algo inesperado impediu que o procedimento ocorresse. “A Manuela foi uma

‘doce’ surpresa. Não esperava, até pela idade. Quando descobri, fiquei assustada, porque já havia sofrido um aborto espontâneo, então o trauma permanecia”, disse Márcia. Apesar da gravidez tardia, a dentista afirma não ter sofrido durante a gestação e que os cuidados, se comparados com as gestações anteriores, foram praticamente os mesmos, incluindo as restrições alimentares e a prática de exercícios. “Havia a possibilidade de algumas doenças, como a Síndrome de Down”, disse Márcia. A gravidez Os cuidados com a alimentação são fundamentais para que a mulher tenha uma boa gestação. Segundo a obstetra Célia Horie Vieira, o ganho excessivo de peso em mulheres com mais de 40 anos afeta diretamente na evolução do bebê. Isso porque a obesidade reduz a taxa de fertilidade, impactando diretamente na formação do feto. “A mulher pode desenvolver desde parto prematuro a aborto espontâneo”.

Márcia registrou em fotos seu aniversário de 42 anos, a gestação e o nascimento de Manu

Ainda de acordo com Célia, a grande diferença entre mulheres abaixo dos 30 anos para aquelas que possuem 40 anos ou mais é a chance de gravidez. Enquanto no primeiro caso a probabilidade de engravidar no mês é de 20%, mulheres mais velhas possuem apenas 5%. “Quanto maior a idade, mais envelhecidas as células ficam. Esse problema impede que elas continuem nos ovários, diminuindo consideravelmente a chance de fecundação e reprodução do feto”, afirmou. Ser mãe sempre esteve nos planos da arquiteta Elizabeth Amadei, 46. Casada há 21 anos, a arquiteta programou diversas vezes a gravidez, que era um sonho, mas exames realizados confirmaram que Elizabeth era infértil. A notícia fez surgir

Informar é a nossa

FUNÇÃO

uma nova ideia que ela não hesitou tentar: a adoção. João, na época com 8 anos, se tornou o primeiro filho de Elizabeth. O segundo filho veio há quatro anos, aos 42, de uma forma que ela considera “um milagre”. Lucca foi concebido naturalmente, mesmo depois de a arquiteta ser considerada infértil. A gravidez tardia influenciou em alguns problemas durante e após o nascimento de Lucca, que nasceu de 36 semanas por conta do envelhecimento rápido da placenta. “Na hora do parto, ele engoliu o líquido amniótico [responsável por suportar e envolver o feto] e ficou 12 dias na UTI”. Após o parto, a arquiteta descobriu que o pulmão do filho não estava totalmente desenvolvido. Apesar dos riscos, en-

gravidar tardiamente pode ter benefícios. A ginecologista Carla Betarelli diz que, quando a mulher tem a saúde plena, as vantagens são consideráveis. “A mulher com 40 anos é mais segura e melhor preparada para receber o bebê, tendo outra visão da maternidade”. O avanço da medicina possibilitou que as mulheres tivessem maior tranquilidade na hora de optar pela gestação tardia. Segundo Carla, novas tecnologias e medicamentos foram desenvolvidos, ajudando no pré-natal, parto e, principalmente, na identificação de doenças. “Hoje, nós temos avançado na detecção de alguma má formação ou também tratamentos, como cirurgias intra útero”. O pré-natal de uma mulher com mais de 40 anos tem algumas diferenças. A dentista Márcia Morassi afirma que a maior mudança em relação às demais gestações é a quantidade de consultas. Quando Márcia estava grávida de Manuela, precisou fazer exame cardiovascular do bebê. Apesar da rotina médica pesada, Marcia garante que não se arrepende da sua última gestação. “A Manu está com um ano, saudável e muito sapeca. Para uma mãe, não existe coisa melhor”. 

Se você tem alguma queixa, reclamação ou quer sugerir um assunto para que ele se transforme em pauta e reportagem, fale com a Redação:

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Veganismo é considerado uma filosofia de vida Comidas, cosméticos, roupas e acessórios: adotar o veganismo não se limita à alimentação Fotos: Millena de Morais/RRJ

Frutas e verduras orgânicas, que não possuem agrotóxicos e conservantes, são vendidas em feiras de rua, mercados e eventos veganos Raissa Ribeiro

ALÉM de optar por uma alimentação orgânica, o veganismo tem como principal objetivo extinguir o uso de produtos de origem animal, desde a utilização de pele até testes de laboratório. A diminuição da exploração animal também implica na menor emissão de gases na atmosfera, menos agressão ao meio ambiente, uso de agrotóxicos, fertilizantes e outros aditivos agrícolas nas refeições. Uma das questões que sustentam a ideia do veganismo é a reprodução de animais em larga escala para o consumo humano. De acordo com a Pesquisa Trimestral de Abate de Animais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram mortos cerca de 7,3 mil cabeças de bovinos, 10,4 mil de suínos e 1,4 milhão de frangos nos três primeiros meses de 2017. Assim como o veganismo, o vegetarianismo tem ganhado muita populari-

Potinhos reservam alimentos como berinjela, gengibre e abobrinha em conserva, e são comercializados na internet pelo La Província

dade, principalmente com a divulgação explícita da exploração animal na indústria alimentícia. Apesar de possuírem diversas semelhanças, os grupos divergem tanto em questões ideológicas quanto práticas. O veganismo abdica de qualquer produto de origem animal – carnes, ovos, leites e seus derivados, mel, lã, couro, pérolas e cosméticos testados em animais. Já o vegetarianismo é dividido em diversas vertentes, como o ovo-lacto-vegetarianismo, ovo-vegetarianismo e lacto-vegetarianismo. Todos eles não consomem carne, mas ingerem outros produtos derivados de animais. Há também a linha de vegetarianos estritos, que não se alimentam de nenhum tipo de comida de origem animal,

RECEITA Leite de coco batido com cacau, canela e banana congelada é uma bebida adotada por veganos que combina nutrição e alimentos saudáveis. A receita é ideal para refrescar os dias de calor ou para um pós-treino, recomendada pela nutricionista Dominique Horta.

mas utilizam produtos que os envolvem. Considerada mais radical, a escolha vegana é motivada pela adoção de uma vida ética para com os animais e meio ambiente, além de desintoxicante para o organismo. “Durante nossa vida, somos ensinados a tirar a conexão de que a carne que consumimos é de origem animal e de que o leite produzido pela vaca é para amamentação do bezerro. Me dei conta de que esse tipo de alimento é extremamente processado, retirando todos os nutrientes durante a pasteurização e industrialização. De um dia para o outro, decidi que não iria mais colaborar com a crueldade dessa indústria e me tornei vegana”, conta a moradora da região Yolanda Reis, que adotou os hábitos há sete anos. A instrutora de yoga de São Caetano Elisa Turco adotou as práticas do veganismo há 15 anos e acredita que os hábitos, nos dias de hoje, são necessários diante das questões ambientais. “Ser vegana é minha maneira de viver, é minha filosofia de vida. Saber que não contribuo com o sofrimento de nenhum ser vivo me traz calma, serenidade e amor. Não sou vegana ativista, mas, na medida do possível, falo sobre a minha maneira de vida e já consegui mudar algumas pessoas”, explica. Para a administradora Aline Santos, de São Bernardo, a mudança de hábitos influenciou não só em questões fisiológicas, mas também psicológicas. “Para mim, o veganismo é uma maneira de sentir e estar mais próxima da natureza e da sua essência. É respeitar toda e qualquer forma de vida e saber que todas elas são necessárias para o equilíbrio da natureza. Minha saúde melhorou muito e, junto com ela, a minha forma de encarar a vida também”, afirma. 


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Cozinha vegana ganha adeptos no ABC Millena de Morais

Incentivada pela alta procura, a região do ABC já concentra diversas opções de comidas veganas. De lojas físicas a sites de pronta entrega, os produtos variam entre alimentos sem aditivos agrícolas, conservas orgânicas, pães, doces e laticínios veganos. Uma das alternativas é o Da Madá, localizado em Santo André. A proprietária Priscila de Gouveia conta que a principal ideia do negócio é produzir geleias veganas com sabores variados, sem tornar a refeição sem graça. Para ela, a substituição de carnes pelas imitações com soja não devem ser a ideia principal, pelo contrário: Priscila acredita na força da inovação das receitas. “Agrega sabor, cor, fica apetitoso e continua sendo vegano”, afirma. A empreendedora conta que ainda não é adepta ao veganismo, mas acredita que, assim que o filho

nascer, vai seguir por este caminho. “É impossível você não ser influenciado com isso, é uma vida que não tem volta. Você começa a perceber como as coisas são produzidas, a crueldade te deixa tocado e você passa a pensar muito mais no que come”. Também inspirada pelo nascimento do filho, Carolina Pafundi se tornou vegana e criou o site de encomendas Biscoitinho, a fim de propagar o modo de vida pela região. Para ela, desenvolver receitas de doces sem origem animal é uma forma de conscientizar as pessoas de que é possível se alimentar de forma saudável, sem causar mortes ou maus tratos aos animais. “Eu pensei que a melhor forma de divulgar essa filosofia fosse com doces. Tomei consciência de que nunca vai haver paz enquanto um ser estiver matando outro para se alimentar. Mesmo que a gente não mate, o consumo é um modo de financiar”, opina a doceira. A produtora Vânia Re-

Fotos: Mariana Sana/RRJ

A loja Da Madá produz geleias veganas doces e salgadas

gina Oliveira criou a marca La Província, especializada em conservas veganas. O negócio se tornou uma saída para se recuperar do transtorno de ansiedade. Desde 2012, passou a produzir alimentos orgânicos em conserva. “Eu acho que o veganismo abrange o modo das pessoas pensarem o mundo, em relação a elas mesmas, saúde, educação e convívio com a natureza. Eu estou vivendo isso há poucos anos e aprendo muito todos os dias”, comenta. 

Alimentação consciente e saudável Mariana Sana

APESAR do que muitos pensam, é possível que pessoas veganas tenham uma alimentação dosada e balanceada, ainda que sem o consumo de carnes, ovos, leites e derivados. Estes alimentos podem ser substituídos por leguminosas e grãos que, juntos, igualam a quantidade de proteínas estipuladas na pirâmide alimentar tradicional. Segundo a nutricionista Dominique Horta, de São Caetano, o consumo alimentar não é o único fator determinante para se ter uma alimentação equilibrada. “Também há a questão de como está o processo digestivo, a absorção e a utilização dos nutrientes dentro do organismo. É isso que vai definir se a pessoa vai ter ou não a carência de algum componente”, explica. A principal polêmica

Raíssa Ribeiro/RRJ

Frutas, verduras e legumes são aliados da alimentação vegana, uma vez que são naturais e ricos em vitaminas

em torno da alimentação vegana se deve ao consumo de proteínas, presentes nos mais diversos processos biológicos do metabolismo humano. Para que a absorção deste nutriente seja eficaz, é necessário o consumo de fontes de proteína vegetal, como sementes, grãos, raízes e leguminosas. A preocupação gira em torno do quão importante

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é reconhecer os nutrientes de cada alimento para combiná-los de forma correta. “Os aminoácidos que faltam nas leguminosas, por exemplo, estão presentes em grande quantidade nos cereais integrais e vice-versa. Portanto, eles precisam ser consumidos juntos para se tornarem proteínas completas”, comenta a nutricionista, especializada

em nutrologia funcional. Outro ponto de atenção para uma alimentação vegana é a ingestão excessiva de carboidratos, causadora de doenças como a diabetes e o Alzheimer. Segundo Dominique, é importante que os cereais refinados como a batata, a farinha e o arroz branco sejam evitados e substituídos pela quinoa, aveia, arroz integral e batata

doce. Além disso, a recomendação é investir em frutas com baixo teor de frutose, como o abacate, coco e frutas vermelhas, e nos alimentos compostos pela chamada “gordura boa”, como as sementes, o azeite, o óleo de coco e os leites de amêndoas.

Caso seja necessária uma complementação, devem ser utilizadas cápsulas vegetais. Porém, assim como a carência, o excesso de nutrientes também é prejudicial à saúde. É contra indicado o consumo de suplementos farmacêuticos sem antes realizar uma avaliação médica, que irá estipular as doses, substâncias e tempo de consumo necessários para cada caso.

DICA As principais fontes de proteína vegetal são: castanhas, nozes, amêndoas, amendoim, vegetais de cores intensas, cereais integrais, aveia, quinoa, chia, linhaça e arroz integral.


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ESPORTES Osvaldo F./Contrapé

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o país, e ano que vem pegar firme para conseguir a classificação para o mundial de 2019. E, em 2019, classificar para as Olimpíadas e ir para as cabeças, conseguir o melhor resultado. RRJ: Qual conselho você dá para quem sonha em ser ginasta? Zanetti: O que eu posso dizer é persistir bastante. Primeiro, fazer porque gosta e não por obrigação. Quando você faz porque gosta, tudo wfica mais fácil e melhor. Ter respeito pelos profissionais que trabalham com você, ouvir esses profissionais e se dedicar bastante. Ter a disciplina, e com isso você chega em qualquer lugar.

O HOMEM DE

OURO DO BRASIL Primeiro campeão olímpico da ginástica brasileira, Arthur Nabarrete Zanetti nasceu em São Caetano, em 16 de abril de 1990. Começou na ginástica aos sete anos, após conselho do

professor de Educação Física do colégio. Fez um teste para a equipe de ginástica artística da Sociedade Esportiva Recreativa e Cultural (SERC) Santa Maria, local onde treina até hoje.

começamos a adquirir esses aparelhos. Hoje, a gente conseguiu equipar o ginásio com praticamente todos os aparelhos importados e uma máquina que é utilizada por campeonatos mundiais, até mesmo nas Olimpíadas.

a praticar ginástica.

Lucas Antônio Matheus Rocha Vinicius Pazini

RUDGE Ramos Jornal: Como começou sua trajetória na Ginástica Olímpica? Arthur Zanetti: Eu comecei com sete anos por causa de um professor de Educação Física que viu que meu biotipo era mais baixo do que os outros alunos. Ele me indicou o clube que eu treino atualmente. Minha mãe me levou, fiz um teste, passei e comecei a treinar e continuo até hoje. RRJ: Quais foram as dificuldades enfrentadas no seu desenvolvimento como atleta na região? Zanetti: No começo, o ginásio que eu treino não tinha os aparelhos oficiais e nem alguns dos mais necessários. Conforme o tempo foi passando, a gente foi competindo e tendo melhores resultados. Então,

Atualmente, a estrutura que a gente tem é muito boa, acho que São Caetano e São Bernardo têm as melhores estruturas do Brasil”. Arthur Zanetti

Campeão Olímpico

RRJ: Qual a importância do ABC para a carreira como ginasta? Zanetti: Eu sempre fiquei pela região. Nasci em São Caetano e ainda vivo aqui na cidade, então para mim o ABC é tudo. Vou ao médico por aqui, é mais perto e mais prático.

nós temos poucos centros de treinamento, são quatro ou cinco, enquanto lá fora as cidades têm 15, 20, dependendo do país. A cada esquina tem um ginásio de ginástica.

RRJ: Qual o nível de excelência dos locais de treinamento do ABC em comparação ao resto do país e do mundo? Zanetti: Atualmente, a estrutura que a gente tem é muito boa, acho que São Caetano e São Bernardo têm as melhores do Brasil. A nossa estrutura está ótima em comparação ao nível mundial. O problema é que

RRJ: Você notou uma evolução do esporte na região após uma sequência de conquistas? Zanetti: Conforme você vai tendo resultado, consegue ter uma ajuda melhor da prefeitura, do comitê e da confederação. Isso vai desenvolvendo o próprio esporte e criando curiosidade nas outras pessoas e nas crianças para começar

RRJ: Você acha que as novas gerações serão capazes de manter ou até elevar o nível da ginástica olímpica do Brasil? Existem novos talentos surgindo no ABC? Zanetti: Sim, a gente espera que a nova geração colha melhores resultados que a gente. Nós vemos alguns atletas da nova geração, mas ainda não dá para falar porque eles são muito novos. Temos que esperar a fase adulta para ver o nível deles, porque o nível pode cair bastante ou aumentar, depende do atleta. RRJ: Como está sendo a preparação para esse ciclo olímpico, incluindo o mundial desse ano? Zanetti: Esse mundial é um pouco mais tranquilo. O nível é um pouco mais baixo pela adaptação do código e por ser pós olímpico também. Mas é seguir com o trabalho, competir no mundial representando

RRJ: O que mudou na sua vida após a conquista do ouro olímpico? Zanetti: Mudou bastante. Depois de Londres, comecei a ser reconhecido pelo meu trabalho. A gente continuou o trabalho normalmente, não parou, e graças a Deus estamos em uma fase legal. Esse ano estamos um pouco mais tranquilos, mas pelo menos indo bem. RRJ: Qual a importância do treinador Marcos Goto para o seu desenvolvimento? Zanetti: Ele me fez para a ginástica, me criou. Estou com ele desde os oito anos de idade, então ele já me conhece bem. Eu consegui os resultados pelo trabalho dele, pelo meu esforço e pela minha família que estava me ajudando. É um conjunto de pessoas e de profissionais que trabalham comigo para eu chegar onde cheguei. RRJ: Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? Zanetti: A fase da adolescência. É bem complicado você ver seu amigo da escola indo viajar, ter feriado e poder curtir o final de semana, e você não pode porque nesse feriado você treina, não pode viajar com a família nem com os amigos. Isso no começo é um mundo diferente e você acaba sentindo bastante. É quando a maior parte dos atletas param de treinar, mas quem persiste, geralmente, acaba tendo um resultado legal. 

Matéria no Rudge Ramos Online mostra como algumas escolas da região incentivam a prática da ginástica artística. Veja no link: https://goo.gl/XuXmJS


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RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

De 28 de setembro a 18 de outubro de 2017 Fotos: Roberta Orsi/RRJ

O Dia Municipal do Rock será em

1º de Outubro

Participantes do Coletivo Rock ABC, grupo composto por músicos, fotógrafos, espectadores, tatuadores e empresários da região

Coletivo busca espaço para o rock no ABC Grupo resgata história do gênero e planeja futuro Maria Cecília Reina

NÃO É à toa que o ABC é considerado o berço do punk rock brasileiro. No início dos anos 80, o punk nasceu como movimento musical e social na região, originando grupos que estão em atividade até hoje. Bandas como “Garotos Podres”, “DZK” e “Montanha” surgiram como forma de protesto e são grandes influências na cena musical, inspirando novos artistas a fortalecerem o rock atual e seus investimentos. Ninguém imagina que os famosos “Garotos Podres” ou até mesmo os roqueiros paulistas dos grupos “Golpe de Estado” e “Ratos de Porão” passaram por tensas dificuldades para chegar onde estão. Danillo Nocera, guitarrista da banda Toxic Novel, e morador de Santo André, diz que isso é o que mais o inspira no ramo musical. “As bandas antigas conseguiram dar certo em uma época em que

não havia muitos recursos, um equipamento legal, nem acesso fácil às aulas de música. Isso serve para vermos que até com o mínimo eles conseguiram fazer um trabalho bem feito”. Nocera busca resgatar e fortalecer a história da música na região onde vive fazendo parte do Coletivo Rock ABC, grupo criado por espectadores, músicos, fotógrafos, tatuadores e empresários ligados ao gênero. “Resolvi fazer parte pois considero essa causa importante para fomentar o mercado local”, afirma o guitarrista. Além disso, ele conta que os músicos sofrem com a falta de espaço nas casas de show, tanto do ABC, quanto de São Paulo, que não pagam bons cachês e não oferecem uma boa estrutura. O administrador do Coletivo Rock ABC, Kedley Correia, diz que as bandas da região estão unidas há mais de 30 anos para fortalecer a cena independente do estilo. Além disso, Ke-

dley afirma que o coletivo está aberto para todos. “Aqui, somos todos iguais, independentemente de qual vertente do rock a pessoa pertence”, conta o administrador. Para potencializar

a cena local, os integrantes buscaram, inicialmente, o apoio das prefeituras, e as demandas passadas até agora foram atendidas. Priscilla Secco, fotógrafa e participante do grupo,

explica que a atuação do Coletivo se dá em dois eixos principais. “O primeiro é promover uma interlocução entre os vários atores sociais que compõem a cultura rock no ABC, com os órgãos e representantes do poder público das sete cidades, de modo a apresentar com mais força nossas demandas coletivas mais urgentes. O segundo é a potencialização da cena local a partir da junção de todos os eixos que compõem a cadeia produtiva do rock na região”. Para a fotógrafa, essa cadeia produtiva promove a valorização do trabalho existente no interior do Coletivo Rock ABC. Em 2017, o grupo está colecionando várias conquistas, e as bandas antigas que o influenciaram no início não poderiam ficar de fora. O próximo evento organizado pelo grupo, denominado como Dia Municipal do Rock (ver matéria ao lado), será uma homenagem à banda Montanha, que nasceu em Santo André e possui 35 anos de história. O festival tem como maior objetivo divulgar os músicos que fazem parte do coletivo e buscar reconhecimento para que este dia vire um marco no calendário de Santo André. 

A loja Metal CDs é onde o grupo faz as suas reuniões. O coletivo busca apoiar a cena do rock na região


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De 28 de setembro a 18 de outubro de 2017

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É possível viver só de música? Roberta Orsi

LARGAR TUDO para ser um astro do rock, um produtor musical ou um integrante de uma orquestra não parece uma boa opção, se analisarmos a falta de

investimentos no setor cultural brasileiro. Não é de hoje que viver da música, financeiramente falando, é difícil, ainda mais para quem está em começo de carreira. A “salvação” pode estar na tecnologia. Dionísio Pavan Junior é

proprietário do Undertown Studio, estúdio de gravação e ensaios em Santo André, e baterista da banda de rock do ABC Vulgar Type. “O músico sofre com o mercado fonográfico atual, que é muito superficial e pouco estimulado. Mas, com o adMurilo Rodrigues/ RRJ

Dionísio Pavan Júnior, baterista da banda Vulgar Type, em seu local de trabalho, o Undertown Studio

Santo André recebe festival neste domingo Nathalia Freitas

DIA PRIMEIRO de Outubro promete ser um marco para o rock da região. O Parque Ana Brandão, em Santo André, receberá o “Dia Municipal do Rock”, evento organizado pelo Coletivo Rock ABC. O festival contará com diversas bandas e com uma atração especial, ainda não revelada. O evento faz parte do projeto “Santo André de Múltiplos Tons”, da Secretaria de Cultura da Prefeitura de Santo André. O objetivo é criar um canal de diálogo entre a Secretaria e grupos de segmentos culturais que realizam trabalhos de modo independente.

De acordo com Danillo Nocera, guitarrista do Toxic Novel e membro do Coletivo, a maior proposta do evento é divulgar as bandas. “Até agora, alguns grupos não tiveram o devido espaço na agenda cultural da cidade. Vamos contar com um bom headliner ( principais bandas participantes) para atrair mais público. Para a gente, o festival representa a abertura de algo novo”. O evento contará com as bandas 3 Loucos, Excesso Bélico, Montanha, Atomic Dust, Toxic Novel, Special Cigarrets, The Forest, Thrashing, Reghency, Necromesis, Concept of Hate e a banda convidada, Torture Squad, que possui dois membros de Santo An-

vento da internet, a gente tem um refúgio. Estamos na melhor época para se viver de música, pois hoje o músico consegue ser independente, ele não precisa de uma gravadora”, diz. Segundo Dionísio, trabalhar com a música é uma questão de dedicação e quebra de preconceitos. “Eu consegui juntar a minha grana para abrir o estúdio sendo ator. Provei duas vezes que o mundo está errado, porque tem gente que acha que ser ator não dá dinheiro”. O baterista explica também que para ser músico e ter uma banda é preciso estudar diariamente, tanto música quanto marketing, pois o trabalho é como uma empresa. “A banda demora para dar lucro, precisa estudar todos os dias para tentar investir dinheiro nela”. Como todas as profissões, é preciso pensar nos pontos positivos e negativos de uma carreira artística antes de fazer uma escolha. Muitos que gostam da arte musical têm receio da falta Arquivo pessoal/Priscilla Secco

dré. Toda a diversidade de gêneros da cultura do rock estará presente no evento. Os shows também serão uma homenagem ao músico Jean Giantinis. Proprietário da loja Metal CDS, ele é considerado ícone do rock na região por seu trabalho como divulgador e apoiador da cena do rock no ABC. O administrador do Coletivo, Kedley Correa, está otimista com a realização do

Nosso trabalho é

INFORMAÇÃO

evento. “Espero que seja um grande e memorável show na região. Que marque de forma definitiva o Rock no calendário oficial de eventos da cidade e que seja o início da retomada de apresentações públicas no ABC”. Em julho deste ano, o Coletivo já havia conseguido espaço no XVII Festival de Inverno de Paranapiacaba, onde ganhou o palco de maior público para as apre-

de oportunidades de trabalho e do retorno financeiro escasso, por isso, optam por um emprego paralelo. De acordo com Antonio Dégas Junior, vocalista da banda Toxic Novel, é difícil viver da música devido ao retorno precário dado pelas casas noturnas. Essa situação impossibilita, além da sobrevivência, a compra de instrumentos e outros investimentos que precisam ser realizados. O vocalista também comenta que, frequentemente, é necessário distorcer o propósito da sua arte para encaixá-la nos padrões do mercado. “Às vezes você tem que abrir mão da sua arte. Se possui uma forma de expressão que não tem demanda, você não consegue viver de música. É muito mais fácil para o músico que se encaixa na demanda do público”. Os artistas que querem ganhar a vida fazendo o que amam podem seguir o conselho do baterista Dionísio. “É um lance de mérito. No mercado fonográfico e musical, só os bons sobrevivem. Todo mundo está querendo. Então, se você estudar, você alcança”, acredita.  Palco do Coletivo no Festival de Paranapiacaba

sentações de suas bandas. O local contou com shows do Eyes of Beholder, Condenados, Rhino, Statues on Fire, Subviventes e DZK. A apresentação rendeu um registro fotográfico feito por Priscilla Secco e uma exposição de pinturas da artista plástica Chrys Clenched, todos membros do Coletivo. Para o futuro, há propostas do grupo que estão sendo levadas à Prefeitura de Santo André, como os projetos “Rock Itinerante” e o “Rock In Rua”. Também está sendo discutido um espaço para a ocupação do rock no Paço Municipal.  Serviço

Local: Parque Ana Brandão Av. Cap. Mário Toledo de Camargo Jardim Ipanema, Santo André.

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