Universidade 2012 UniversidadeMetodista MetodistadedeSão SãoPaulo Paulo• •Ano Ano9 8• •número número100 93 ••Agosto Maio dede2011
DROGAS EDITORIAL
Prof. Dr. Marcio de Moraes Reitor
Cigarro e álcool, drogas legalizadas e socialmente aceitas Os produtos estão entre os mais usados pelos jovens e tem a capacidade de melhorar a convivência social, mas até quando o seu uso é estimulante e não invasivo? Giovanna Verrone
Por seu preço baixo, pela quantidade que pode ser adquirida em só um pacote e pela facilidade de compra, o cigarro pode ser consumido facilmente. Se antes, era sinônimo de status, hoje ele já não é mais bem visto como antes. Menores de 18 anos não podem comprar o produto, o fumo em locais fechados é proibido, o preço do maço está cada vez mais alto e as pessoas mais conscientes. Para se ter uma ideia da gravidade dos malefícios causados pelo cigarro, cerca de seis pessoas por minuto morrem por causa do fumo no mundo. “Antigamente o cigarro era socialmente aceito, por ser uma droga excitante e não se conhecer os efeitos negativos. Agora não mais”, comenta Maria Flora de Almeida, diretora técnica e médica do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas. De acordo com Maria Flora, “fatores biológicos contribuem se existe herança genética e propensão decorrente de hábitos familiares. Além desses, o lado psicológico é muito importante. O indivíduo pode passar a fumar para ser aceito em um determinado grupo, impressionar, desafiar outras pessoas ou para autoafirmação”. Segundo uma pesquisa realizada pelo IBGE em 2008, na região sudeste são 10,4 milhões de fumantes. O percentual de usuários em São Paulo que tem 15 anos ou mais está acima dos 16%. Entretanto, campanhas e projetos contra o fumo têm colaborado com a decisão de parar de fumar. Daqueles que pensaram em deixar o cigarro, 65% o fez por causa das advertências encontradas na parte de trás dos maços.
Gabriela Rodrigues
Qual a linha que separa o que é aceito ou não pela sociedade? E qual a diferença se algo é aceito ou não quando isto lhe faz mal? No caso das drogas, existem dois tipos de substâncias: as ilícitas, proibidas pela justiça e, por isso mesmo, mal vistas pela sociedade; e as lícitas, cujo perigo está exatamente em sua legalidade, o que faz com que muitas vezes sequer sejam encaradas como drogas pelas pessoas. Para quem sofre com o uso e abuso deste tipo de droga, pouco importa se são ou não aceitas: o fato é que fazem mal, tanto à saúde, quanto às pessoas em volta e, em última instância, à sociedade como um todo. O cigarro de todo dia que, anos depois vem cobrar sua fatura em forma de um câncer; a cervejinha inocente que, ingerida de forma exagerada, pode culminar em um acidente de trânsito podem ser tão fatais quanto as drogas proibidas. Para alertar sobre este perigo, preparamos nesta edição do Espaço Cidadania algumas matérias, em que apresentamos um pouco da história de como se deu este processo e mostramos dados que dão a dimensão do problema no Brasil. Também acompanhamos a história de Leonardo Junior, que deixou de fumar na mesma época em que seus pais. Ele conta sua luta e as vantagens de ser um ex-fumante. Se você sofre ou conhece alguém que sofra com este problema, listamos diversas entidades que podem lhe servir de apoio. Boa leitura,
De fácil acesso, é comum o alto consumo de álcool e de cigarro entre os jovens
B EBIDAS ALCOÓLICAS O consumo excessivo de bebidas com álcool pode causar dependência química, doenças como câncer, derrame, cirrose, inclusive sobrepeso, por possuir um alto teor calórico, e num caso mais grave pode levar à morte. Além de prejudicar quem bebe, há riscos para quem não bebe. Uma pessoa alcoolizada pode provocar acidentes de trânsito ou agir de forma violenta, dada a alteração de comportamento. Jovens, adultos e, em alguns casos adolescentes, bebem com frequência. Segundo pesquisa realizada pela Unesp em Botucatu (SP), três em quatro estudantes menores de 18 anos já consumiram bebidas alcoólicas. No último Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas entre os jovens de 18 a 24 anos, 78% afirmam já terem bebido e 19% já estão dependentes. “O jovem acompanha as propagan-
das, vê os familiares bebendo, vê os amigos, e acaba aderindo à bebida. O que esquecem de dizer é que o álcool faz mal ao corpo e à mente. A família aceita, por falta de informação e de conscientização”, afirma Geraldo Ponciano, diretor Administrativo da Associação antialcoólica de São Paulo e ex-alcoólatra. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 32,4% dos brasileiros ingere mais de 60 gramas de álcool por semana, o que é considerado excessivo. Assim, para diminuir o alcoolismo, o Governo tem investido em diferentes iniciativas, entre elas a Lei Seca, que pune motoristas que dirigirem com mais de 0,2 gramas de álcool por litro de sangue, programas de saúde e centros de apoio ao viciado. Há ainda clínicas especializadas e propagandas que reforçam a importância do consumo consciente da bebida.