Jornal da Metodista - Dez/Jan

Page 1

11

s. 8 a Pág

e

no

a

r pa

Br asi l

da r

vo ze

aco

lher

Informativo da Universidade Metodista de São Paulo > Ano 22 > nº 124 > Dez/Jan 2013/14

m os His iza d n i a tóri n or g as de sU o pessoas que se com d a unid Est s o ades m n arginalizadas

Acontece na Metô Pela 5ª vez seguida: Metodista vence prêmio Melhores Universidades do Guia do Estudante | Pág. 5 Metô Sustentável Universidade americana será parceira na área ambiental | Pág. 16

Mais Cidadania 10 anos: Cátedra Gestão de Cidades atua no desenvolvimento da região do Grande ABC | Pág. 12 Projeto Tigrinho descobre talentos e forma cidadãos | Pág. 13


2

jornal da Metodista DEZ.JAN

editorial Um dos pontos que a Metodista faz questão de ressaltar em sua atuação é quanto à formação cidadã que proporciona ao seu corpo discente. O trabalho da Universidade tem sido sempre no sentido de preparar profissionais que, além de competências técnicas, tenham condições de fazer a diferença no meio em que atuam. Deste modo, diversas atividades são realizadas com o intuito de trazer assuntos que promovam o debate, colaborem para o desenvolvimento do espírito crítico e incentivem os nossos estudantes a se envolverem em questões que dizem respeito à sociedade. Uma formação profissional de qualidade aliada à compreensão das necessidades é o nosso desafio. A Semana de Educação em Direitos Humanos foi uma das oportunidades para este tipo de exercício. Na última edição do evento, Ericka Huggins, ativista e ex-líder do Partido dos Panteras Negras dos Estados Unidos, esteve entre os palestrantes. Além de compartilhar a experiência de lutar pelos direitos da comunidade negra, ela falou sobre as ações que o grupo fazia na

área social em favor de imigrantes, indígenas, latinos ou brancos pobres na década de 60. Na matéria de capa, você acompanha um pouco de como isso ocorreu e ainda conhece outras iniciativas ligadas à educação e cultura, promovidas por instituições da sociedade civil, governo e pela própria Universidade. Outro exemplo é o Congresso Metodista, no qual os estudantes puderam apresentar suas pesquisas e conhecer o que tem sido produzido nas diferentes áreas. É importante ressaltar a participação dos alunos do Colégio Metodista, que desde cedo têm contato com a área científica, e o destaque para as melhores práticas de Extensão – projetos que envolvem a comunidade e possibilitam a construção conjunta do conhecimento. Falando em comunidade, a Metodista se somou ao projeto Tigrinho, realizado por meio de uma parceria da prefeitura com o São Bernardo Futebol Clube, que tem proporcionado a jovens atletas um acompanhamento multidisciplinar – educação física, nutrição e psicologia – na Policlínica.

Nesta edição, ainda há o prêmio concedido pelo Guia do Estudante da Editora Abril – principal publicação de Instituições de Ensino Superior do País – que, pela 5ª vez consecutiva, elegeu a Metodista na categoria de Melhor Universidade Privada de Comunicação e Informação do País; e para os 10 anos da Cátedra Gestão de Cidades, que tem buscado contribuir com o desenvolvimento da região do ABC, propiciando um espaço de reflexão e ação que sustente projetos e políticas de gestão dos municípios. Empreendedorismo, participação de alunos no programa Ciências sem Fronteiras, nova parceria com universidade norte-americana, homenagem à Metodista pelos 20 anos de tradição esportiva na cidade e envolvimento dos alunos dos cursos de Direito e de Psicologia no Centro Judiciário de Soluções de Conflitos e Cidadania são os demais assuntos que você acompanha neste número. Boa leitura! Prof. dr. Marcio de Moraes Reitor

expediente Metô Conselho Diretor Stanley da Silva Moraes (presidente), Nelson Custódio Fér (vice-presidente), rev. Osvaldo Elias de Almeida (secretário), Jonas Adolfo Sala, Augusto Campos de Rezende, Aureo Lidio Moreira Ribeiro, Marcos Gomes Torres, Aires Ademir Leal Clavel, Oscar Francisco Alves Junior, Regina Magna Bonifácio de Araújo (suplente), Valdecir Barreros (suplente). Reitor Marcio de Moraes Pró-Reitora de Graduação Vera Lúcia G. Stivaletti Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Fábio Botelho Josgrilberg Coordenadora de Extensão e Inclusão Elizabete Cristina Costa Renders Diretores Acadêmicos Carlos Eduardo Santi (Faculdade de Exatas e Tecnologia); Jung Mo Sung (Faculdade de Humanidades e Direito); Fulvio Cristofoli (Faculdade de Gestão e Serviços); Luciano Venelli (Faculdade de Administração e Economia); Paulo Rogério Tarsitano (Faculdade de Comunicação); Rogério Gentil Bellot (Faculdade de Saúde) e Paulo Roberto Garcia (Faculdade de Teologia) Diretor de Comunicação e Marketing Paulo Roberto Salles Garcia Gerente de Comunicação Victor Kazuo Teramoto Edição e revisão Israel Bumajny (MTb 60.545) Redação Gabriela Rodrigues (MTb 39.324), Marcello Ferreira e Paula Lima. Ilustração de capa João Borges Projeto e diagramação Timbre Consultoria em Marcas e Design Tiragem: 21.400 exemplares

Redação Rua Alfeu Tavares, 149 – Ed. Ró 1º andar – Rudge Ramos São Bernardo do Campo/SP CEP: 09641-000 Telefone: 11 4366-5928 E-mail: imprensa@metodista.br Site: www.metodista.br A Universidade Metodista de São Paulo é filiada à:


jornal da Metodista

3

DEZ.JAN

acontece na Metô

Resolução de conflitos: confira alternativas para evitar processos judiciais [ INICIATIVA

TEM PARCERIA DA

METODISTA

E BUSCA FORTALECER A PACIFICAÇÃO SOCIAL E PROPOR FORMAS MAIS SIMPLES DE SOLUCIONAR

É comum ouvir falar de pessoas que tiveram problemas, abriram processos e estão há anos esperando soluções. Muitas vezes as partes envolvidas não concordam com os resultados obtidos e isso gera desentendimentos e mais ‘dor de cabeça’, não só para as pessoas, mas também para os Tribunais de Justiça, que acumulam milhares de processos. Uma solução rápida e simples encontrada pelo Conselho Nacional de Justiça para resolver conflitos foi a implantação, nos fóruns e comarcas do Estado, do Centro Judiciário de Soluções de Conflitos e Cidadania (CEJUSC), que realiza ações voltadas à conciliação e mediação de conflitos, evitando a abertura de processos judiciais. O principal objetivo é construir uma cultura de pacificação social e ampliar os meios de acesso à Justiça. “No CEJUSC, com a intervenção do conciliador, as próprias partes fazem concessões recíprocas até encontrar a solução mais viável para cada situação. Isso tira o enfrentamento gerado por um processo”, revela a coordenadora do curso de Direito da Metodista, professora Alessandra Zambone. A Metodista, por meio dos seus cursos de Direito, Psicologia e Pós-Graduação em Psicologia da Saúde, participa no CEJUSC da Comarca de São Bernardo do Campo. Alunos, acompanhados por professores, realizam estágio no Fórum e participam de todo o processo de conciliação, desde o atendimento às pessoas, da triagem e da fase pré-processual e processual. No caso da Psicologia, a atuação é por meio das práticas restaurativas, uma forma de pensar o conflito como possibilidade de superação, retirando

a ideia de ganhador e perdedor. “Os alunos têm a possibilidade de colocar ‘a mão na massa’, aliar a teoria com a prática e atuar com essa nova tendência de mediação de conflitos”, explica Alessandra. Os estudantes de Direito participam do curso de capacitação em conciliação e mediação, oferecido pela Escola de Magistratura de São Paulo, e a partir daí estão habilitados a atuar como conciliadores. “É algo que não é importante só durante a vida acadêmica, mas com a capacitação eles podem, depois de formados, realizar ações de conciliação em seus escritórios particulares, por exemplo”, revela a coordenadora do curso. O curso de Direito da Metodista possui em seu projeto pedagógico a disciplina de mediação e arbitragem, buscando que cada vez mais criar formas alternativas de solução dos conflitos. Cristiane Ignácio Chagas, que está no 8º semestre de Direito e participa do CEJUSC, conta como funciona. “No início atendemos o público, no balcão, para identificar qual a necessidade da pessoa. Caso não seja possível solucionar o conflito pelo CEJUSC, encaminhamos para os órgãos competentes. Um exemplo é que não temos condições de ajudar na solução de conflitos junto à órgãos federais, como é o caso da Caixa Econômica.” Após realizar o curso de capacitação, a aluna atua como conciliadora. “Temos que concluir os módulos, cumprir o processo com estágio, como ouvinte na sala de conciliação, para depois nos tornamos conciliadores e poder atuar”, explica. Para Cristiane, esse conhecimento e

Vanira Costa

PROBLEMAS

Atendimentos são realizados no Fórum por alunos do curso de direito

vivência são de suma importância. “É imensurável a visão que tenho hoje, tanto do curso, quanto da realidade. É muito bom ajudar pessoas a solucionar conflitos, não como é feito pelo judiciário, e sim desde o início, ambos cedendo até chegar a uma solução onde não há perdedor, nem ganhador, mas sim solucionam seus conflitos sociais, familiares, trazendo uma convivência harmoniosa.” Paula Lima paula.come@metodista.br

Quem pode optar pelo CEJUSC? Qualquer pessoa que busca resolver conflitos de forma consensual pode procurar o CEJUSC. Segundo o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, o cidadão que optar pelo serviço consegue agendar a sessão conciliatória em menos de um mês. Em São Bernardo do Campo, o CEJUSC está localizado na Rua 23 de Maio, 107. Telefone: (11) 4330-3281.


jornal da Metodista DEZ.JAN

acontece na Metô

Dono do próprio negócio [ NUNCA

SE FALOU TANTO SOBRE EMPREENDEDORISMO.

O ASSUNTO É O DESEJO DE EMPREENDER.

OS

PARA

SE TER UMA IDEIA, O

ESTUDANTES DA FACULDADE DE

BRASIL

GESTÃO

E

SÓ PERDE PARA A

SERVIÇOS

TURQUIA

QUANDO

TAMBÉM ENTRARAM NA DISCUSSÃO

Mônica Rodrigues

4

Ficou inquieto e quer ver o seu negócio acontecer? Veja quem pode ajudá-lo: Endeavor Organização internacional sem fins lucrativos que visa impulsionar o empreendedorismo de alto crescimento em países em desenvolvimento. www.endeavor.org.br Empreendedores Criativos Programa que reúne pesquisa, informação, qualificação profissional e uma rede nacional de empresários e gestores em busca de inovação, novas referências e ferramentas adequadas ao desenvolvimento de negócios criativos. www.empreendedorescriativos.com.br

> Edson Cabezaolias destacou que aquele que quer empreender deve acreditar na sua ideia e ser persistente

Em uma rápida pesquisa no Google sobre empreendedorismo dá para se ter uma dimensão do quanto o assunto vem sendo explorado, seja em matérias de jornais e revistas, em blogs ou sites especializados. Ou seja, não é difícil compreender o que motivou a escolha do tema da 10ª edição do Encontro dos Tecnólogos (Encotec), organizado pela Faculdade de Gestão e Serviços. Uma pesquisa realizada pela Endeavor aponta que “é notável a aspiração do brasileiro pelo empreendedorismo: 76% preferiria ter um negócio próprio a ser empregado ou funcionário de terceiros. É a segunda maior taxa do mundo, somente atrás da Turquia”. Outro dado importante é que “empreendedores com funcionários – 4% da população brasileira – são aqueles com maior sucesso profissional e também mais escolarizados. Além de terem iniciado negócios por oportunidade e sonharem grande, apresentam maiores rendas e acesso a bens de consumo e informação. Entre eles, 24% completou o ensino superior, enquanto a média dos empreendedores em geral é de 16%”. Já um estudo do Sebrae mostra que, em 2011, cerca de 700 mil jovens com graduação universitária eram donos de seu próprio negócio. Um número que representa quase o dobro do registrado em 2001. No entanto, alguns fatores são essenciais para quem deseja empreender. O primeiro deles diz respeito à persistência em

ver uma ideia, um sonho, concretizados. Neste caso, tanto Luiz Candreva, da Collaborative Laboratories, empresa de desenvolvimento de aplicativos mobile, quanto Edson Cabezaolias, da Datamace, que produz softwares para gestão de Recursos Humanos, concordam. Quando começou, Edson Cabezaolias tinha uma grande ideia na cabeça e nenhum tostão no bolso, como ele gosta de dizer. “Mas você tem que ser perseverante, acreditar na sua ideia. E isso é extremamente importante: acreditar que você tem potencial para fazer aquilo a que se propõe.” Num ritmo acelerado e assertivo, Luiz Candreva, de 27 anos, destaca dois aspectos. “O maior problema que um empreendedor enfrenta é fugir de você mesmo. Você acaba sendo o ‘cara’ que procrastina, o ‘cara’ que te atrapalha... Uma hora você tem preguiça, na outra você não leva [a ideia] para frente...”. O segundo ponto diz respeito a sair do plano das ideias e colocá-las em prática. “Vocês têm que executar. Porque todo mundo tem ideia. O ‘cara’ que executa, o ‘cara’ que muda, é o ‘cara’ que vai lá e faz. Se você tem vontade, vai lá e faça, se não alguém vai fazer.”

Gabriela Rodrigues gabriela.rodrigues@metodista.br

Sebrae O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas é uma entidade privada sem fins lucrativos que atua como agente de capacitação e de promoção do desenvolvimento, criado para dar apoio aos pequenos negócios de todo o País. Trabalha para estimular o empreendedorismo e possibilitar a competitividade e a sustentabilidade dos empreendimentos de micro e pequeno porte. www.sebrae.com.br

No Encotec, Luiz Candreva, da Collaborative Laboratories, contou um pouco da sua experiência como empreendedor. Você também pode conferir o áudio. Ele está disponível no Portal da Metodista.


jornal da Metodista DEZ.JAN

acontece na Metô

Metodista é a melhor universidade privada do País em Comunicação e Informação [ PELA 5ª VEZ CONSECUTIVA, METODISTA DA EDITORA ABRIL Reconhecimento, dedicação, qualidade, excelência, aprimoramento, gratidão. Estes foram alguns dos termos citados por professores e coordenadores de curso ao saberem que a Universidade Metodista de São Paulo foi eleita pela 5ª vez consecutiva a melhor universidade privada do segmento Comunicação e Informação no Prêmio Melhores Universidades Guia do Estudante – 2013, da Editora Abril. Na área, foram avaliados os cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Rádio e TV e Internet, Relações Públicas, Secretariado Executivo

CONQUISTA O

PRÊMIO MELHORES UNIVERSIDADES

e Letras – Tradutor e Intérprete. O diretor da Faculdade de Comunicação, professor Paulo Rogério Tarsitano, relatou a satisfação pela conquista. “Não é fácil ganhar um prêmio como esse, mas mais difícil é se manter no topo. E isto devemos valorizar, conquistar pela quinta vez consecutiva o prêmio em um área que vem se proliferando, em um mercado que só cresce, que é o da comunicação, é muito gratificante. Por isso, continuamos no trabalho de qualificação, de melhoria, reconhecendo a qualidade de nosso corpo docente e de nossos alunos, que

DO

GUIA

DO

são os responsáveis por tudo isso.” Para o professor Jung Mo Sung, diretor da Faculdade de Humanidades e Direito, “além do prêmio trazer um importante reconhecimento de mercado, reforça o valor de áreas do conhecimento que muitas vezes não se destacam, mas que são essenciais. A área de humanidades nos possibilita, além de pensar, a nos expressar nas mais diversas formas de linguagem, o que é essencial”. A capacidade de manter a qualidade dos cursos foi citada pelo diretor da Faculdade de Administração e Eco-

ESTUDANTE, nomia, professor Luciano Venelli. “A premiação representa que conseguimos manter a excelência. É algo que mostra uma manutenção da qualidade avançada do ensino. Além de ser motivo de orgulho, é exemplo para continuarmos aperfeiçoando.” Ainda neste ano, a Metodista conquistou 84 estrelas no Guia do Estudante, com 23 cursos contemplados. A lista completa pode ser acessada no Portal da Metodista. Paula Lima paula.come@metodista.br

Sempre Metô

Atualize-se: especialização ajuda a acompanhar tendências do mercado [ CURSOS

DE

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Os profissionais mais bem preparados são os que saem na frente. A velocidade com que as informações chegam cresce cada vez mais e é necessário qualificação para acompanhar essa realidade. A capacitação por meio dos estudos é o principal meio para se atualizar e aprofundar conhecimentos em diversas áreas. Diante deste cenário, a Metodista oferece cursos de Especialização, também conhecidos como Lato Sensu. Os cursos têm duração média de 18 meses e são voltados para aqueles que já possuem o ensino superior. São diversos cursos nas áreas de Comunicação, Gestão e Negócios, Humanidades, Saúde e Tecnologia.

SÃO OPORTUNIDADE DE APERFEIÇOAMENTO EM DIVERSAS ÁREAS DO CONHECIMENTO

Nesta edição do Jornal da Metodista você conhece um pouco mais sobre dois novos cursos de Especialização:

Língua Inglesa O curso é único na região do grande ABC e traz a oportunidade de entrar em contato com as correntes teóricas mais recentes da área, além do aprimoramento e refinamento linguístico e do aperfeiçoamento profissional pela troca de experiências. “Trabalhamos com a questão da inovação, das novas tecnologias para o ensino, das mídias além, claro, da parte cultural, já que língua, mais que instrumento de comunicação, é cultura”, afirma Marcelo Furlin, coordena-

dor do curso. Anualmente é realizada uma conferência para profissionais de língua inglesa da Metodista e também convidados externos, o que gera um compartilhamento de conhecimentos. “Ao professor de língua inglesa não cabe apenas saber a língua, ele precisa estar atualizado, bem informado, saber como a língua deve ser inserida no cenário atual. Trabalhamos com a renovação de conhecimentos”, aponta Marcelo.

Mercadologia aplicada a novas tecnologias e telecomunicações Quem não busca ser reconhecido e trazer benefícios para sua empresa ou

negócio? Auxiliar todos os profissionais a entenderem as transformações aplicadas à tecnologia e conhecer ações de gestão e inovação que existem no mercado, assim como as diversas formas para lidar com o assunto são alguns dos objetivos deste curso. Atualmente, é fundamental para todas as corporações ter pessoas com alto nível de conhecimento tecnológico não somente na área técnica, mas em todas as áreas. Confira a lista completa de cursos e as datas de inscrições em: www.metodista.br/lato. Paula Lima paula.come@metodista.br

5


6

jornal da Metodista DEZ.JAN

Metô Sustentável

Parceria com universidade americana para atividades na área ambiental [ POSSIBILIDADES

DE ELABORAÇÃO DE PROJETOS EM CONJUNTO, DE COMPARTILHAMENTO DE AULAS E DE CURSOS, DE ATUAÇÃO NAS

ÁREAS DE BIOTECNOLOGIA E BIOMIMÉTICA.

METODISTA

E A

CLAFIN UNIVERSITY,

A professora Waverly Neuberger, coordenadora do Centro de Sustentabilidade e do curso de Gestão Ambiental, explica que foi procurada pelo diretor do Instituto de Liderança Visionária, Kenneth Stokes, da universidade norte-americana, com a proposta de trabalho integrado. “No momento, estamos trabalhando na concepção de uma estrutura que permita aulas deles conosco e vice-versa.” Se-

DOS

ESTES SÃO ALGUNS ESTADOS UNIDOS

DOS PONTOS VISLUMBRADOS PELA PARCERIA FIRMADA ENTRE A

gundo a docente, estão sendo feitos um mapeamento das linhas de pesquisa comuns e sendo estudadas as formas de intercâmbios de alunos. “Mais do que um simples intercâmbio, a proposta é desenvolver pesquisas que possam ser exploradas de forma comum.” Waverly enfatiza que, além de a Clafin ter sido fundada por metodistas, trata-se da primeira universidade

negra dos Estados Unidos. “Um dos projetos que eles têm interesse são os quilombolas da cidade de Barra do Turvo (SP).” Outro aspecto importante é a realização de palestras com transmissão e participação dos alunos da modalidade a distância. Gabriela Rodrigues gabriela.rodrigues@metodista.br

Por uma melhora na produção de alimentos [ PROFESSORA

DA

METODISTA

É CONVIDADA A INTEGRAR EQUIPE QUE PARTICIPA DE PROJETO REALIZADO EM COLABORAÇÃO COM A

A atuação e o engajamento em questões relacionadas à área ambiental e a coordenação do Programa Metodista Sustentável foram pontos que contribuíram para que a professora Waverly Neuberger fosse convidada para integrar uma equipe que discutirá um projeto cujo objetivo é melhorar o manejo da agricultura e a produção de alimentos de modo colaborativo. O “Pathways to collaborative action: transforming agricultural and food systems” (Caminhos para a ação colaborativa: Transformando sistemas agrícolas e alimentares, em tradução livre) está sendo realizado em colaboração com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Entre os dias 4 e 6 de dezembro, representantes de diversos países se reunirão no Smithsonian Conservation Biology Institute, em Washington, para pensar a plataforma do projeto. Waverly Neuberger menciona que na pauta de discussão está a reforma do modelo de agricultura e segurança alimentar. Também representando o Brasil estará a Fazenda da Toca, “que tem produtos orgânicos e agrofloresta como foco e já produz dentro de um novo modelo”. Gabriela Rodrigues gabriela.rodrigues@metodista.br

ONU

Meu Mundo 2015 Com o objetivo de saber quais são as prioridades das pessoas, entidades da sociedade civil, do setor privado, do governo e da comunidade científica na construção de um mundo melhor, as Nações Unidas, em parceria com Fundação World Wide Web e o Instituto de Desenvolvimento Internacional, estão promovendo a pesquisa “Meu Mundo”. A ideia é compartilhar os resultados com os líderes mundiais que definirão a agenda de desenvolvimento global pós-2015. No entanto, a ONU quer que esta agenda seja fruto de um processo em que as pessoas de todas as partes do mundo e grupos sociais possam participar. Para indicar quais são as prioridades para que todos tenham uma vida melhor, acesse www.myworld2015.org/?lang=pr e deixe a sua opinião.


jornal da Metodista

7

DEZ.JAN

Mais Cidadania

o lugar das práticas cidadãs e sustentáveis da Metodista

Desenhando as cidades do futuro DEZ ANOS A

CÁTEDRA GESTÃO

Construir uma cidade mais humana e cidadã, debater assuntos de interesse da sociedade, interagir com o conhecimento produzido na Universidade e ainda fazer com que isso resulte em programas de políticas públicas integradas. Na Cátedra Celso Daniel de Gestão de Cidades da Universidade Metodista de São Paulo tudo isso não é só possível, é realizado. Criada em 2003, a Cátedra surge da integração da Universidade com a região do ABC, constituída por um cenário urbano, industrializado, desigual, rico em experiências sociais e com patrimônio histórico e ambiental a se preservar.

“EXALTO

A IMPORTÂNCIA DE SE

VALORIZAR A CIDADE COMO OBJETO DE REFLEXÃO E ESTUDO E ASSOCIAR A INICIATIVA AO COMPANHEIRO

CELSO DANIEL,

POIS ELE COMPARTILHAVA DESSA NECESSIDADE.

CÁTEDRA

[...] QUE A CELSO DANIEL

PRE-

SERVE SUA MEMÓRIA POLÍTICA E ADMINISTRATIVA E ABRA NOVOS CAMINHOS PARA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA.”

CARTA ENVIADA EM NOVEMBRO DE 2003, PELO EX-PRESIDENTE LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA. “Queríamos pensar a região e a gestão das cidades em um espaço com

DE

CIDADES

TRABALHA EM PROL DE CIDADES MELHORES PARA SE VIVER

múltiplas ‘cabeças’, ter alunos, professores e pesquisadores que trouxessem visões de várias áreas do saber”, revela o coordenador da Cátedra, professor Luiz Silvério Silva. Em uma conversa de proponentes da Cátedra com o ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, ele apontou que “falta massa crítica para sustentar os projetos e políticas de nossas cidades”. Esta foi uma grande provocação e um forte argumento para pensar a formação de um espaço universitário como a Cátedra. Assim, a Metodista, reconhecendo as dimensões de atuação de Celso Daniel nas áreas científica, profissional e acadêmica homenageou-o como patrono da Cátedra Gestão de Cidades. Mais do que isso, a Cátedra nasceu para ser um espaço de referência interna e externa da Universidade com relação ao ensino, pesquisa e extensão que visem o desenvolvimento de uma região melhor para se viver. “Discutimos educação, cultura, saúde, gestão pública, escolas, meio ambiente, pensando sempre na cidade como um todo”, aponta Luiz Silvério.

Dez anos de Cátedra Neste ano, a Cátedra Prefeito Celso Daniel de Gestão de Cidades comemora 10 anos. Publicações, seminários, colóquios, debates e consultorias fazem parte dessa jornada que se intensifica cada vez mais, trabalhando com duas linhas de pesquisa: culturas da cidadania e qualidade e sustentação da cidade/região. Um dos destaques são os Seminários de Políticas Públicas Integradas. Já foram realizados onze seminários nacionais e cinco internacionais. “Articulamos o diálogo entre diferentes grupos, já que ninguém irá ‘salvar’ a cidade sozinho. Nos seminários usa-

Mônica Rodrigues

[ HÁ

> Debate sobre resíduos sólidos, em parceria com o movimento Billings Que Te Quero Viva, foi um dos eventos promovidos pela Cátedra em 2013

mos exemplos positivos do que as cidades estão fazendo em relação a cultura, qualidade de vida e cidadania”, explica o professor Roberto Joaquim, membro do comitê executivo da Cátedra. Muitos dos trabalhos apresentados se tornam publicações. O mais recente, lançado no mês de novembro é o livro: “Políticas Públicas Integradas: conceitos, metodologias participativas e casos”. “Debatemos o que são essas políticas, pra que servem, trazendo exemplos concretos”, conta Roberto Joaquim. Também no início de novembro foi realizada uma solenidade de comemoração, com homenagens e exibição de um documentário com resgate da memória nestes dez anos. Para Luiz Silvério, a principal conquista da Cátedra é “reunir diferentes agentes públicos que não se conversam – policial, educador, conselheiro tute-

lar. A academia propicia estes encontros que a sociedade precisa fazer.”

Pensando no futuro Fazer um projeto integrado com uma comunidade quilombola que se transforme em referencial de trabalho, resgatando a autoestima das pessoas, com auxílio na economia, comunicação e tecnologia é um dos projetos que já está em andamento. Outro plano é implementar o Prêmio Prefeito Celso Daniel, em parceria com instituições parceiras. “Vamos olhar o que as cidades estão fazendo, ver quais os modelos interessantes de políticas públicas integradas e dar o devido reconhecimento”, explica Luiz Silvério. Saiba mais: www.metodista.br/gestaodecidade Paula Lima paula.come@metodista.br


8

jornal da Metodista DEZ.JAN

Exemplos de como arte, cultura e educação podem ser usados como combustíveis para a superação dos desafios vividos pelas comunidades menos favorecidas

Estados Unidos, década de 1960. Um período turbulento, marcado por guerras, como a do Vietnã e a Guerra Fria. Mas também por diversos movimentos e lutas pelos direitos civis. Época em que surgiram nomes como Martin Luther King e Malcom X em defesa dos negros e na qual o racismo gerava violência, prisões e mortes. Um tempo em que as pessoas não apenas ansiavam por mudanças, mas se dispunham a fazer algo para que ela realmente acontecesse. Foi neste contexto que surgiu o Partido dos Panteras Negras, que teve entre os seus líderes Ericka Huggins, recebida na Metodista para ministrar uma palestra na IV Semana de Educação em Direitos Humanos, em setembro. No documentário “Todo poder para o povo” (All Power to the People), do diretor Lee Lew-Lee, Ron Wilkins, do SNCC (Student Nonviolent Coordinating Committee – Comitê de Coordenação Estudantil Não-violento, tradução livre), afirma que “o partido veio quando o povo negro estava muito frustrado com as condições de vida”. Bobby Seale, co-fundador e presidente dos Panteras, deixa clara qual era a intenção daquela iniciativa: “Queríamos organizar o poder da comunidade”. Para Kathleen Cleaver, que fez parte do Comitê Central, “a questão não é mostrar o que o go-

verno não faz, mas sim mostrar como a comunidade poderia ganhar poder e se organizar”. E assim, a comunidade, por meio do Partido, se organizou e tomou à frente, promovendo diversas ações em benefício não apenas da comunidade negra, mas dos latinos, asiáticos, índios e dos brancos que eram pobres.

“Nós fizemos vários programas dentro dessas comunidades porque não queríamos esperar o governo para fazer. Nós dávamos café da manhã para as crianças porque nenhuma criança tinha que ir para a escola com fome. O governo não fazia isso, então nós fazíamos”, afirmou Ericka Huggins. Segundo ela, algum tempo depois o governo, vendo esta iniciativa, criou um programa em nível nacional com o mesmo objetivo. Ericka comentou ainda que a saúde e a educação nos Estados Unidos não são gratuitas. “Então criamos clínicas de saúde gratuitas para todos. Os mé-

dicos, as enfermeiras, todos os especialistas eram voluntários”. Embora a história no Brasil tenha sido diferente da dos Estados Unidos, ambos se assemelham na questão da inserção do negro em diversos aspectos – mercado de trabalho, estudos.

Assim como lá, aqui existem iniciativas em várias frentes para reverter o quadro de desigualdade, com ações relacionadas à cultura ou à educação, de forma a promover uma mudança de pensamento e, consequentemente, de comportamento.

Saiba mais sobre os Panteras Negras Quando criado em 1966 por Huey Newton e Bobby Seale, o Partido dos Panteras Negras tinha como um dos objetivos a organização da comunidade negra para defesa pessoal, uma vez que, num período de racismo e luta pelos direitos civis, viviam sob constantes ataques e agressões. De acordo com Ericka Huggins, “não apenas físico, mas porque não tinha abrigo, comida, coisas básicas”. Eles chegaram a ter 2 mil membros e escritórios nas principais cidades dos Estados Unidos. No entanto, os crescentes envolvimentos em confrontos com a polícia e a repressão ao partido fez com que muitos de seus integrantes acabassem mortos ou presos. Na década de 70, as atividades sociais estavam no foco de suas ações, sendo que já não possuíam o mesmo apoio como antes. O partido foi extinto em 1982. O documentário do diretor Lee Lew-Lee sobre os Panteras Negras pode ser visto no endereço: http://bit.ly/1fiGRCK.


jornal da Metodista

9

DEZ.JAN

“Eu propus a leitura deste livro: ‘Nem preto, nem branco. Muito pelo contrário’, de uma pesquisadora, a Lilia Schwarcz. Uma aluna do curso de Pedagogia, depois de ter lido, disse: ‘Professor, foi a primeira vez na minha vida que eu li um livro inteiro. Eu tentei várias vezes ler a Bíblia e nunca consegui. Chorei praticamente durante a leitura inteira, porque abriu em mim uma perspectiva que eu jamais tinha imaginado”. Este depoimento foi dado pelo professor Oswaldo de Oliveira, coordenador do Núcleo de Formação Cidadã (NFC), num bate-papo com a Ericka Huggins antes da palestra que ela ministrou na Metodista e que reuniu professores da Universidade e representantes de organizações ligadas ao movimento negro, como a Educafro e a Zulu Nation. “O trabalho que realizamos é para também ter, futuramente, professores minimamente sensibilizados com a questão da cultura e história afrobrasileira”. Oswaldo de Oliveira explica que, desde o início de 2012, quando foi implantado o Programa Metodista de Licenciaturas, que tem por objetivo incentivar a formação de docentes, há um módulo chamado Olhares sobre a Educação e a Diversidade Cultural, em que é feita uma discussão do tema sociologia e cultura afrobrasileira e suas relações étnico-raciais. “Um dos objetivos é contribuir para a formação de professores capazes de abordar o tema com profundidade e também em atendimento à lei 11.645/2008, que instituiu a obrigatoriedade do estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena no Ensino Fundamental e no Ensino Médio da rede pública e de estabelecimentos privados”. Na visão do professor, esta lei deve ser entendida dentro de um marco histórico e social das lutas dos movimentos sociais na direção da expansão da cidadania. “É preciso compreender que uma legislação que estabelece o ensino de história e cultura afro-brasileira tende a colaborar para a superação dos elementos que transformaram a discussão sobre o racismo em um tabu e as formas de branqueamento em medida de superação da questão. Assim, supostamente, ‘embranquecer’

Mônica Rodrigues

Sensibilização

os negros tornou-se o modo de integrá-los à sociedade e assim ‘eliminar’ o preconceito. De acordo com o coordenador do NFC, “o que se deseja, com uma educação que valoriza a história e a cultura afrobrasileira e indígena, é revelar a existência de povos herdeiros de uma diversidade de culturas e que possuem o direito de manifestar sua visão de mundo, seu modo de vida e seus gestos”. O professor comenta que os alunos dos demais cursos da Universidade também têm a oportunidade de discutir o assunto durante as disciplinas eletivas oferecidas pelo NFC, inclusive aqueles que estudam na modalidade a distância e que ainda há cursos livres oferecidos ao longo do ano e eventos como o Sou Show Afro e o Fórum de Capoeira. Além disso, A Metodista investe em parcerias com entidades sociais para proporcionar a pessoas carentes o acesso à Universidade. Na prática, isso se reflete no oferecimento de bolsas de estudo para afrodescendentes e funcionários de instituições conveniadas, dentre as quais a Educafro.

> O Sou Show Afro é um dos eventos promovidos pela Metodista para estimular o debate sobre o tema da consciência negra e resgatar a cultura afro

Ampliando o conhecimento Em Nem preto nem branco, muito pelo contrário, a antropóloga Lilia Moritz Schwarcz revela um país marcado por um tipo de racismo muito peculiar - negado publicamente, praticado na intimidade. Para isso, volta às origens de um Brasil recémdescoberto, passando pelos modelos deterministas raciais, pelas teorias de branqueamento, pelas ideias da mestiçagem ou de estudos que datam da década de 1950, que queriam usar o “caso brasileiro” como propaganda, pois acreditava-se que o Brasil seria um exemplo de democracia racial. A autora mostra que, por trás do mito da convivência pacífica e da exaltação da miscigenação como fator determinante para a construção da identidade nacional, na prática, a velha máxima do “quanto mais branco melhor” nunca foi totalmente deixada de lado. Este ensaio, mais do que propor análises conclusivas, convida o leitor para uma grande reflexão sobre a questão racial no país. Autora: Lilia Moritz Schwarcz Editora: Companhia das Letras Preço: R$ 29,50 Págs.: 152


jornal da Metodista DEZ.JAN

“Não é arte pela arte” “A dança de rua é só uma forma de trabalhar outras coisas. O foco mesmo é cidadania, ética”, conta Thaís Cristina de Souza Melo, a Thaisinha, professora de breaking – estilo de dança de rua, parte da cultura Hip Hop, na ONG Fazendo o Bem onde também funciona a Casa do Hip Hop de São Bernardo (Zulu Nation). Além desta, também há oficinas de DJs e de capoeira e são oferecidos cursos de formatação de projetos para interessados em partici-

par de editais abertos pela prefeitura. Wellington Ferreira, 24, o “Blindado”, conta que encontrou na dança uma forma de expressar seus sentimentos. Ele utiliza o local para dançar e atribui “uma importância indescritível” ao lugar. “Este espaço faz com que a gente lembre que precisamos fazer o que o breaking é: arte, ou seja, comunicação; cultura, respeito e amor; e educação – ele ensina a sermos pessoas educadas, a respeitar o próximo e a nós mesmos.” Um dos fundadores do espaço, King

Nino Brown, como é conhecido, explica que o intuito “não é a arte pela arte. É usar a arte para educar” e, para isso, utilizam a cultura Hip Hop. Neste meio desde os 15 anos – e já se vão 51 – ele enfatiza que as pessoas devem ser conscientes de seu papel na sociedade e reivindicar aquilo que lhe é de direito. Neste sentido, ele destaca a importância dos estudos. Apesar de se mostrar descontente com o sistema de cotas adotado pelo governo, acredita que “é alguma coisa, pelo menos”. E enfatiza: “Como falar de igual-

dade se existem ricos e pobres? E como se muda esta situação se não pelos estudos?”. Com um brilho no olhar, Nino faz questão de mostrar o espaço da Casa onde está sendo organizada uma biblioteca com livros, filmes e documentários sobre a história dos afro-descendentes e do Hip Hop. “Falta arrumar o espaço, mas é aqui que as pessoas poderão consultar os materiais”. Além da biblioteca, também haverá um estúdio, que poderá ser utilizado pela comunidade.

fotos: Mônica Rodrigues

10

> Oficina de DJs e de breaking são algumas das atividades desenvolvidas na Casa do Hip Hop, em São Bernardo

> King Nino Brown na Casa do Hip Hop de SBC, onde haverá uma biblioteca comum acervo sobre Hip Hop e a história afro-brasileira


jornal da Metodista

11 Divulgação

DEZ.JAN

Exercício da cidadania Apesar da alta rotatividade e das dificuldades impostas pelo dia a dia que faz com que muitos comecem os estudos, mas acabem desistindo, a Educafro – instituição que tem por objetivo promover a inclusão da população negra e de baixa renda no Ensino Superior – possui atualmente 3 mil bolsistas. Frei David, idealizador e coordenador geral, afirma que “o aluno beneficiado deve se associar e tem os compromissos a cumprir, voltados à participação cidadã”. As bolsas são concedidas para cursos de graduação, pósgraduação e preparatórios para concursos públicos e o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). A Educafro atua ainda de maneira que o Estado crie políticas públicas e ações afirmativas para a educação, promova a diversidade étnica no mercado de trabalho, além de buscar a defesa dos direitos humanos e de combater o racismo e a todas as formas de discriminação. O frei considera que a Educafro teve três fases de nascimento. “A fase um foi a fase intuitiva, em 1976, quando sofri discriminação no Seminário, ao me preparar para ser padre. A fase dois foi quando fizemos surgir um movimento de pré-vestibular só para negros, o que causou grandes tensões.

Juventude Viva O governo, nas diferentes esferas – municipal, estadual e federal – procura desenvolver ações que venham ao en-

E a terceira, quando as universidades parceiras exigiram que tivéssemos CNPJ para continuar a nos conceder bolsas de estudo para pobres”. De acordo com o coordenador da instituição, a divulgação do trabalho que fazem é feita “cem por cento pelos beneficiados. Eles ficam tão agradecidos a Deus que repassam com alegria as informações aos seus amigos e parentes”. Elizângela Marques, aluna do curso de Direito e uma das professoras voluntárias da Educafro, conta que, ainda bem jovem, ela e um grupo de amigos de uma comunidade na Vila Areião, em São Bernardo, não estavam satisfeitos com a diretoria da associação que não possuía as perspectivas culturais que almejavam na época. Ao serem eleitos, perceberam que precisavam de formação política e buscaram o conhecimento em livros, filmes e documentários. Desta maneira, Elizângela pôde compreender que algumas situações vividas eram por não conhecerem as leis e não saberem quais eram seus direitos. “Interessante ressaltar que, por se tratar de uma comunidade carente, muitas vezes nos deparávamos com o abuso de autoridade policial.” Foi neste momento que ela buscou uma faculdade e recebeu a indicação da Educafro.

Atualmente, Elizângela é coordenadora geral do núcleo de São Bernardo. “É uma satisfação ser uma das coordenadoras e fazer por muitos anos este trabalho voluntário, ajudando aqueles que precisam na inclusão ao mercado de trabalho e acadêmico”. Ela destaca ainda que “nas aulas de cidadania são

abordadas temáticas direcionadas ao documentário [sobre os Panteras Negras], gerando debates sobre o pleno exercício da cidadania e para a organização e fortalecimento deles como formadores de opinião para ajudar suas comunidades no cotidiano”.

contro das necessidades e demandas da comunidade afrodescendente, bem como das classes menos favorecidas. Como exemplos, destacam-se as secretarias de Promoção da Igualdade Racial da prefeitura de São Paulo e da Presidência da República e a Coordenação de Políticas para a População Negra e Indígena da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo. Uma das iniciativas do governo federal que vem sendo realizada desde 2012 é o Plano Juventude Viva. No informativo divulgado no site do projeto (www.juventude.gov.br/juven-

tudeviva), a coordenadora Fernanda Papa explica que “o Plano reúne pelo menos 30 ações, de dez Ministérios e tem como principal objetivo reduzir a vulnerabilidade dos jovens, principalmente dos jovens negros, à mortalidade por homicídios. É um plano de prevenção, que articula ações, que chamamos de pacote de políticas sociais. Temos ações na educação, no trabalho, saúde, cultura, esporte, no acesso a justiça, na promoção dos direitos da juventude, entre outros, para atender jovens que estão em territórios mais afetados, com altos índices de homicídio, por meio da inclusão e

garantia de direitos, transformação de territórios, desconstrução da cultura de violência e enfrentamento ao racismo institucional”. O Juventude Viva iniciou em 2012 em Alagoas e atualmente está sendo expandido para o Distrito Federal. As ações serão implementadas nos demais estados de acordo com os municípios que possuem os índices mais elevados de homicídios entre os jovens negros do sexo masculino.

> Educafro, uma das entidades parceiras no oferecimento de bolsas da Metodista

Gabriela Rodrigues gabriela.rodrigues@metodista.br


12

jornal da Metodista DEZ.JAN

Internacional Metô

Alunos da Metodista participam do programa Ciência sem Fronteiras [ OPORTUNIDADE

DE OBTER FORMAÇÃO DUPLA E DIPLOMA INTERNACIONAL SÃO APENAS ALGUNS DOS BENEFÍCIOS DO PROGRAMA

Coreia do Sul, Canadá, Estados Unidos, França, Irlanda, Itália e Reino Unido. Estes são os destinos de treze alunos da Metodista que foram aprovados para participar do programa Ciência sem Fronteiras (confira abaixo). O programa é fruto de esforço dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC), por meio de suas respectivas instituições de fomento – CNPq e Capes –, e Secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC. O objetivo é promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio. A assessora de Relações Internacionais da Metodista, Vanessa Martins, explica como a vivência no exterior pode contribuir para a formação. “É uma forma de aprendizagem intensiva. Em um período em outro país é possível quebrar padrões, melhorar a qualidade da formação dos estudantes e proporcionar o conhecimento em vários âmbitos, desde o social, ao ambiental, acadêmico, industrial e principalmente cultural, o que incentiva a criatividade e a inovação.” Segundo o professor Fabio Botelho

Josgrilberg, pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa, o programa traz benefícios também para a Universidade. “Participar do programa é de especial interesse para a Metodista. Trata-se de uma oportunidade única para aumentar os intercâmbios com universidades de ponta, o que com certeza qualificará ainda mais os nossos processos educativos e de pesquisa científica, tanto para docentes quanto para os alunos.”

Expectativas dos aprovados Ter a oportunidade de escolher a área de atuação e conquistar uma formação dupla em outro país são alguns dos atrativos citados pelos aprovados. Monica Martins, aluna de Fisioterapia, conta que sempre quis fazer intercâmbio. “Estudar fora sempre esteve em meus planos, é um conhecimento único não somente no âmbito educacional, mas também no cultural. Participar do programa é uma oportunidade única.” A aluna, que irá para a Coreia do Sul, revela suas expectativas. “É um país que possui um desenvolvimento tecnológico surpreendente. Espero conseguir aprender mais sobre biotecnologia e aplicá-la na fisioterapia e

também ver uma forma diferenciada de dinâmica educacional.” Juliana Vieira, do curso de Farmácia, considera o programa uma oportunidade ímpar e pretende aproveitar ao máximo sua passagem pela Irlanda. “Espero aprender muito, tanto o idioma, quanto as matérias que são relacionadas ao meu curso. Tenho consciência que uma oportunidade dessas nos proporciona um enriquecimento acadêmico, cultural e profissional.” Douglas Dourado dos Santos, aluno de Ciências Biológicas, irá para o Reino Unido. Ele conta que premiações acadêmicas e estágios do PIBIC/PIBID são diferenciais para a seleção. “Além do histórico da faculdade também é necessário realizar um teste de fluência no idioma caso o país escolhido não fale português.”

Alunos aprovados Coréia do Sul Monica Martins: Fisioterapia Canadá Ana Claudia Monteiro: Biomedicina Carolina Silva de Abreu: Biomedicina Estados Unidos Amanda Broulle Matrai: Medicina Veterinária

Anderson Amaro Melo dos Santos: Medicina Veterinária

Felipe de Souza Candido: Biomedicina Flaviane Lopes Ferreira: Ciências Biológicas

Extensão, pesquisa e iniciação científica fazendo a diferença Dos 13 alunos aprovados no programa, 12 são da Faculdade de Saúde. O coordenador da Faculdade, professor Rogério Bellot, comentou com satisfação a aprovação e citou alguns dos motivos para que estes alunos se destacassem. “Desde os primeiros semestres do curso temos uma preocupação em dar estímulo aos alunos para que participem de projetos de pesquisa, iniciação científica e extensão. Esse contato forma não só o profissional, mas um indivíduo mais completo e preparado. Buscamos a formação para a produção do conhe-cimento.” Confira as chamadas abertas do Ciência sem Fronteiras: www.cienciasemfronteiras.gov.br Paula Lima paula.come@metodista.br

França Rildo Franclin Barbosa Sales: Ciências Biológicas

Irlanda Mariana Quintão Oliveira: Sistemas de Informação

Juliana Soares Vieira: Farmácia Itália Marina Poltronieri Vieira: Farmácia Reino Unido Camila Otani de Sousa: Educação Física

Douglas Dourado Santos: Ciências Biológicas


jornal da Metodista DEZ.JAN

13

Internacional Metô

Projetos de pesquisa em parceria com universidade espanhola Como parte do projeto de internacionalização da Metodista, a Universidade tem desenvolvido há três anos trabalhos em conjunto com a Universidade de Valência, na Espanha. A professora Mirlene Matias, que ministra aulas nos cursos de Administração e Psicologia, explica que as atividades têm sido realizadas por grupos de pesquisa, cujo foco é a atuação de equipes em educação a distância. “Já existe um banco de dados e trabalhos publicados sobre isso. Inclusive alguns capítulos do livro “Novas medidas do comportamento organizacional [ed. Artmed]” que foram escritos em parceria com os espanhóis.”

A partir das informações desse banco de dados também foram produzidas uma tese de doutorado na Universidade de Valência e uma dissertação de mestrado na Metodista. A convite da instituição espanhola, Mirlene Matias esteve na Espanha ministrando uma palestra sobre os aspectos psicossociais de equipe no ambiente organizacional, além de participar de discussões para o andamento de próximas pesquisas em conjunto. Gabriela Rodrigues gabriela.rodrigues@metodista.br

espaço Pastoral

É tempo de Advento! É tempo de Natal! É tempo de Novo Ano! NATUREZA DA ESPERANÇA É ESPERAR NO QUE A FÉ CRÊ”

O advento é o período de quatro semanas que antecede o Natal, é tempo de espera e de preparo espiritual para rememorar e celebrar a vinda do menino Jesus, a vinda do Deus criança, do Deus humilde e do Deus humano. É o tempo reservado em nossa vida para parar e refletir, meditar, cantar e recontar a história do nascimento do menino Jesus. É um tempo especial para pensar sobre o sentido da nossa vida, fé, e esperança. Neste tempo esperamos renovação pessoal, familiar, social, econômica..., porque acreditamos no poder e na promessa de Deus quando enviou seu filho ao mundo. Deus se humanizou, tornou-se criança pequena, humilde, para aproximar-se de maneira mais sublime de suas criaturas e para encontrar acolhida em meio ao seu povo. É um tempo em que muitas luzes são acesas nas casas e nas ruas das cidades, revelando o grande desejo humano de luz sobre toda a vida, acendendo a sensibilidade humana e o desejo de que esta luz se transforme em vida abundante. O período de Natal é um tempo em que as pessoas se sensibilizam, se alegram, se tornam aber-

tas à comunhão, ao amor e ao perdão. É também um tempo de balanço dos sonhos realizados ou não. É um tempo em que Deus nos convida a oferecer hospitalidade para acolher outras pessoas em nossa comunidade, em nossa casa; e hospitalidade para acolher em nossa vida novos valores, novos pensamentos, novos referenciais; é tempo de acolher Deus, de acolher a paz, tempo de anular todo e qualquer tipo de violência em nós, em nossa casa, em nossa comunidade, em nossa sociedade, tempo de Renascer na Esperança. A Esperança de que um novo ano chegue com páginas em branco, para que ali possamos colocar nossos novos sonhos em um novo ano que nos espera. Uma certeza nós já temos: a de que Deus continuará nos abençoando. Neste tempo de Advento, de Natal e de Ano Novo planeje sua vida colocando Deus em primeiro lugar, amplie seus bons valores, ouça mais e ame mais. Nilza Mary Rosário Pastoral Universitária e Escolar

© ¨geri-jean's

“A


jornal da Metodista DEZ.JAN

Mais Cidadania

o lugar das práticas cidadãs e sustentáveis da Metodista

Projeto Tigrinho descobre talentos e forma cidadãos [ AÇÃO

CONTA COM PARCERIA DA

POLICLÍNICA METODISTA,

QUE PRESTA ATENDIMENTOS DE SAÚDE GRATUITOS PARA ATLETAS Mônica Rodrigues

14

Cerca de 6.500 garotos têm a cada dia uma nova oportunidade. O Projeto Tigrinho, realizado por meio da Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo junto ao São Bernardo Futebol Clube, é um projeto sócio-esportivo que trabalha com crianças e adolescentes em escolinhas de futebol de São Bernardo do Campo. Mais do que futebol, cidadania é o princípio que norteia a ação. É um trabalho multidisciplinar que aborda temas como drogas, violência, álcool, sexualidade, meio ambiente e sustentabilidade. Assim, mais do que promover a prática do esporte, contribui com aprendizado, relacionamentos sociais e familiares e, em caráter mais amplo, com a redução da violência. “Não estamos preocupados só em descobrir talentos. É um trabalho social, de oferecer oportunidades para essas crianças que se não participassem seria provável que estariam nas ruas. Aqui, muitas vezes o professor se torna um membro da família deles”, revela Elvio Galdino de França, coordenador operacional do projeto. O São Bernardo Futebol Clube, conhecido como “Tigre”, razão do nome Projeto Tigrinho, cede os uniformes, contrata e capacita os professores das escolinhas. A Secretaria de Esportes da Prefeitura cede os campos para os treinos, dá suporte pedagógico e material esportivo.

Parceria

> Atletas realizam avaliações de saúde com alunos dos cursos de Educação Física, Nutrição e Psicologia

O que já está dando certo pode melhorar. Nos mês de outubro, a Metodista se tornou parceira do Projeto, promovendo avaliações de 150 jovens atletas, da escolinha de futebol do Parque Seleta. O objetivo é identificar e orientar pais e alunos sobre os cuidados com a saúde. “É um projeto de extensão no qual podemos atender a comunidade, mas também fazer a orientação de alunos dos cursos de educação física, nutrição e psicologia”, explica o médico da área de esportes da Policlínica, doutor Marcelo Spínola. Ainda segundo ele, a ideia do projeto é simples e a grande contribuição é a oportunidade do acompanhamento gratuito por profissionais da saúde. “Trabalhamos com questionários, nos quais identificamos problemas que atrapalhem a prática de exercícios. Com as respostas, criamos orientações para os pais, coordenadores e professores do projeto.” Acompanhados por professores, os alunos da Universidade atendem os atletas. “É o que procuramos, que os alunos tenham essa vivência prática”, conta o professor de Educação Física Roberto Ramunno. Na área, é feita uma avaliação física de flexibilidade e resistência. “O incentivo ao esporte é importante em qualquer idade e na periferia existe essa carência. Com a avaliação é possível resolver falhas e ampliar o talento de cada um”, completa Roberto.


jornal da Metodista DEZ.JAN

Mais Cidadania

o lugar das práticas cidadãs e sustentáveis da Metodista

Na nutrição, é analisado consumo alimentar dos atletas para sugerir mudanças que contribuam com a manutenção e recuperação da saúde. Segundo a professora de Nutrição, Sueli Longo, “é uma experiência ímpar para os adolescentes que se mostram envolvidos com o processo por nunca terem recebido este tipo de atenção em saúde. Outro aspecto extremamente importante é a vivência do trabalho interdisciplinar que o projeto está propiciando aos alunos”. Já na área de psicologia é analisado como o esporte contribui no desenvolvimento emocional e nas questões atitudinais. “Observamos as experiências de cada um, trabalhando questões motivacionais, o que desperta o interesse pelo esporte, o que eles idealizam e a importância da equipe na conquista do sucesso”, explica a professora do curso, Suzana Contieri. O aluno Rafael Ribeiro está no segundo semestre de Educação Física e estagia na Policlínica. Ele conta que jogava na categoria de alto rendimento de uma escolinha e atender esses adolescentes contribui com a sua formação. “Além de aprender na prática, é algo próximo da minha realidade. Na minha época não existia o projeto, acho muito legal que hoje os atletas tenham essa oportunidade.”

sultados”, explica Elvio. “O respeito, a integração e o companheirismo entre eles também é notável”, completa o coordenador. Pedro Barbosa, professor da escolinha do Parque Seleta, concorda. “É importantíssimo. Vemos aqui a união do grupo. Além, claro, da parte da saúde, já que o acesso deles a fazer um exame é muito comprometido. Temos vários pais agradecendo e elogiando o projeto.” Guilherme Neves, 12 anos, joga há três anos e estava pela segunda vez na Policlínica. “Está ajudando muito, é muito legal vir aqui. A gente acha que ir ao médico é chato, mas aqui é diferente.”

Como participar As escolinhas recebem inscrições o ano todo. Para participar, é necessário estar matriculado em uma escola de São Bernardo do Campo, ser morador da cidade e ter autorização dos pais. A frequência escolar também é analisada e esse é o principal requisito para continuar participando. Para mais informações, consulte www.saobernardofc.com.br/tigrinho ou entre em contato pelo telefone (11) 4330-8155. A sede do projeto fica localizada na Av. Paula Afonso, 662 – Nova Petrópolis – SBC.

Resultados A contribuição dos atendimentos é imensa. “Muitos eventualmente tinham a chance de passar por uma consulta, realizar exames etc. Aqui já saem com os re-

Paula Lima paula.come@metodista.br

15


jornal da Metodista DEZ.JAN

jornalismo Científico

Valorização do conhecimento [ NO CONGRESSO CIENTÍFICO

ESTUDANTES TÊM A OPORTUNIDADE DE APRESENTAR SUAS IDEIAS, COMPARTILHAR DESCOBERTAS E APRENDER

DE FORMA CONJUNTA

Mõnica Rodrigues

16

alunos bolsistas de iniciação científica, com apoio do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), foi enfatizada a participação dos alunos do Colégio Metodista. O professor Luiz Ronaldo Picose, da Universidade de São Paulo e um dos convidados para o evento, ressaltou a importância do envolvimento dos jovens pois, nesta fase da vida, “eles ainda estão em formação científica, acadêmica e pessoal inclusive”.

Não tem idade para começar

> Professor Marco Aurélio Bernardes recebe premiação das melhores práticas extensionistas

A quantidade de informações e a amplitude de áreas do conhecimento presentes na Universidade, ao contrário do que ocorre em faculdades específicas, foi um dos pontos destacados pelo pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa, professor Fábio Josgrilberg, como benefício aos alunos, algo que fica ainda mais evidente em dias de Congresso Científico, como os que ocorreram no final de outubro. A relevância de um evento como este é destacada pela presidente do Congresso, professora Elizabeth Gonçalves. “Enquanto não tivermos entendimento de que um evento como este é uma oportunidade, nós não vamos avançar.

Enquanto as pessoas entenderem o Congresso como uma tarefa a ser cumprida, nós ficaremos estacionados. Por isso o nosso desafio de fazer mais e melhor a cada ano, de criarmos na Instituição uma cultura de valorização da pesquisa em todos os seus níveis”. A novidade é que a partir deste ano serão premiadas as melhores práticas da área de Extensão. Para a coordenadora de Extensão e Inclusão, professora Elizabete Renders “nós entendemos a Extensão como um compromisso da Universidade com a comunidade, especialmente na perspectiva de construção do conhecimento de forma conjunta com a comunidade”.

Assim, a partir deste ano, passaram a ser premiadas as melhores práticas extensionistas, como um reconhecimento público do trabalho realizado por todos os atores envolvidos com os projetos de Extensão. Os destaques ficaram para o blog Cidadania na Internet, desenvolvido pela voluntária virtual Irene da Rocha; o mural de Relações Públicas sobre o Projeto Biovia; e para a publicação “Economia Solidária e Desenvolvimento Social – o caso da rede de economia solidária na comunidade do Montanhão em São Bernardo do Campo”. No 10º Seminário Pibic de Iniciação Científica, dedicado aos trabalhos de

Iniciação científica não é só coisa de gente grande. Um trabalho apresentado no Congresso Metodista, além dos painéis dos alunos do 2º ano do Ensino Médio, foi o Projeto Mostra Cultural 2013 – O conhecimento científico e a matemática em benefício da vida. As professoras de artes do Colégio Metodista, Maria Inês Breccio e Maisi Garcia, compartilharam as experiências adquiridas com os alunos do 6º ao 9º ano. A Mostra trouxe um trabalho interdisciplinar em busca da construção de uma visão ampla e científica da realidade. Reconhecer o contexto sociocultural dos alunos, incentivar a cidadania, a criatividade e a criticidade, visando os benefícios da pesquisa científica na diminuição dos impactos ambientais, na qualidade de vida, nas relações econômicas e na tecnologia estiveram entre os objetivos. Neste ano, a Mostra foi apresentada como instalação, permitindo ao expectador experimentar sensações e se questionar sobre os significados das obras, rompendo com padrões estéticos estabelecidos. O mesmo valia para os alunos, desafiados a agregar conhecimento científico à arte e às experiências de vida de cada um.


jornal da Metodista DEZ.JAN

Gislene Madi

jornalismo Científico

“Foi uma experiência muito significativa ligada a arte e isso não está na formação de todos. Ter esses novos olhares é muito importante, em qualquer fase da vida”, conta Maisi. “É a descoberta de que a arte não serve apenas para decorar”, completa Maria Inês. Segundo Maisi, “o mais legal é perceber que mesmo se tratando de um trabalho científico, os conceitos foram ultrapassados e o lado humano, o trabalho em grupo, foi essencial para o sucesso. Os próprios alunos reconheceram isso.”

Conhecimento para extinguir preconceitos

> Materiais foram produzidos pelos alunos com intuito de provocar reflexões no expectador

Uma das maiores expressões da cultura da periferia foi retratada no trabalho “A força da palavra – A vez da literatura de periferia”, dos alunos de jornalismo Felipe Martim Gonzalez, Marina Alves Maciel e Mirtes Anjos de Lima. A literatura da periferia, presente principalmente em saraus, foi debatida em um webdocumentário produzido durante o curso, divido em cinco capítulos, com cerca de 7 minutos cada um, que revelam a história de um menino que vem descobrindo a literatura. Os alunos visitaram vários saraus da região metropolitana de São Paulo e conversaram com importantes nomes deste cenário, como Sérgio Vaz, criador do Sarau da Cooperifa; o DJ KL Jay, do grupo Racionais MCs e Alessandro Buzo, escritor e cineasta. Pessoas de fora do movimento também trouxeram suas opiniões, como a escritora e pesquisadora Heloísa Buarque de Hollanda. Segundo Marina, a produção literária dos autores de saraus não visa uma divulgação. “Eles querem que as pessoas da periferia leiam, escrevam, tenham esse conhecimento.” O grupo ainda revela que sarau, atualmente, não é só poesia. Intervenções artísticas, grafiteiros, também fazem parte deste universo. “Cada vez mais crianças participam e só de poder

estar lá, ter contato com os autores, já é um grande incentivo para a leitura”, lembra Mirtes. Livros costurados, amarrados com barbante, são encontrados facilmente nas mochilas dos autores que participam dos saraus. O intuito é que sejam acessíveis a todos. “Produzimos o site e deixamos o documentário disponível para quem quiser acessar, do mesmo jeito que ocorre nos bares que recebem os saraus”, contam as alunas. Um dos intuitos do grupo é extinguir o preconceito que existe em torno da literatura de periferia por meio do conhecimento. “Ainda há um grande preconceito linguístico e isso foi bastante abordado por nós. As pessoas não aceitam essa literatura pelas suas palavras, pelo formato, mas é por desconhecerem essa cultura.” O webdocumentário completo pode ser acessado no site: www.aforcadapalavra.com.br Gabriela Rodrigues gabriela.rodrigues@metodista.br Paula Lima paula.come@metodista.br

17


jornal da Metodista DEZ.JAN

esportes Metô Há 20 anos formando cidadãos e atletas

Metodista recebe homenagem da Prefeitura pelos vinte anos de tradição esportiva em São Bernardo [ CONTRIBUIÇÃO

PARA A INSERÇÃO DE CRIANÇAS NO ESPORTE E DA CIDADE NO CENÁRIO ESPORTIVO NACIONAL FOI A MOTIVAÇÃO DA

SOLENIDADE

A Universidade Metodista de São Paulo recebeu, em outubro, uma homenagem da Prefeitura de São Bernardo do Campo, em razão dos vinte anos de tradição esportiva na Instituição e da parceria com o município, por meio da Associação Desportiva e Cultural Metodista. O evento foi proposto pelo vereador José Luiz Ferrarezi, que presidiu a sessão solene realizada na Câmara Municipal. O setor existe na Metodista desde 1993 e é responsável, junto com a Prefeitura, pelo projeto social Escola de Esportes, que atende crianças e adolescentes os direcionando para se tornarem atletas-cidadãos, e pelos times profissionais de handebol e basquete Metodista/São Bernardo. A contribuição da Instituição para o cenário esportivo da cidade por tantos anos foi a motivação da homenagem. Na abertura da solenidade, Ferrarezi afirmou que “São Bernardo agradece a contribuição da Metodista, pois a entidade é uma das responsáveis pela inserção do município no cenário esportivo não apenas pelas equipes esportivas, mas pelo compromisso social de unir o esporte e educação”. Os homenageados foram dirigentes, atletas e nomes importantes da história da Associação. Ex-atletas que participaram praticamente dos vinte anos do projeto jogando pela equipe de handebol e atuando como técnicos das categorias de base, como Agberto Matos e Daniel Suarez, o Cubano, os atuais técnicos José Ronaldo, o “SB”, e Eduardo Carlone, que iniciou a equipe feminina de handebol, a ex-jogadora Tayra Rodrigues, que foi um dos ícones do time pelo tempo que jogou, também receberam homenagens.

Mônica Rodrigues

18

> Alberto Rigolo, segundo da esquerda para a direita, um dos idealizadores do projeto da Escola de Esportes, junto com o vereador Ferrarezi, o secretário de Esportes José Alexandre e o professor Marcio de Moraes

Idealizador do projeto esportivo na Instituição, o gerente de Esportes da Metodista, Alberto Rigolo, também recebeu uma homenagem. Ele contou que já projetava um trabalho como este desde os tempos de faculdade. “Desde a minha formação em Educação Física em 1976, já pensava na ideia de associar crianças carentes ao esporte de alto rendimento, em um projeto que daria oportunidade para elas disputarem jogos internacionais e olímpicos. Este foi o ponto norteador do meu trabalho, um sonho da época da faculdade e tive carta branca aqui na Universidade para fazer isso. Foi uma realização muito grande”, disse o ex-téc-

nico da Seleção Brasileira, que dirigiu o time nas Olimpíadas de 1996 e 2004. O reitor da Metodista, professor Marcio de Moraes, foi um dos principais responsáveis pela idealização do Esporte na Universidade em 1993, ao iniciar o projeto esportivo e participar dos primeiros trâmites da parceria com a Prefeitura. Porta-voz da Instituição na solenidade, o professor Marcio agradeceu pelo reconhecimento, bem como a parceria com a cidade. Ele disse que “o motivo do projeto, desde 1993, é o de oferecer atividades para crianças e adolescentes. Não é apenas o esporte, mas o exercício da ética, cidadania e socialização, por meio da prática esportiva.

Estes valores levaram aos destaques de atletas, conquistas e ao crescimento do esporte não só na Metodista, mas também no que pôde contribuir na inserção de São Bernardo no cenário esportivo nacional”. Saiba mais sobre o Esporte na Metodista em www.metodista.br/esportes. Veja as fotos da solenidade em homenagem à A. D. C. Metodista e a lista completa dos homenageados, com o papel de cada um nesses 20 anos de parceria na versão digital desta matéria, no Portal da Metodista. Marcello Ferreira marcello.ferreira@metodista.br


jornal da Metodista

DEZEMBRO

drops de

Cultura

MÚSICA

LIVROS

Mais de 70 mil rádios do mundo todo no seu celular

O Menino que pintava sonhos

Para quem gosta de ficar ligado em tudo que acontece no mundo em questão de música, o Tuneln dá uma força. O site abriga rádios do mundo todo para as mais diversas sonoridades. São mais de 70 mil rádios que variam entre todos os estilos para todos os ouvidos. É possível ouvir apenas acessando o portal

(tunein.com), mas se preferir também pode baixar o aplicativo no smartphone iPhone/Android. Além de ser bem simples de usar, funciona muito bem mesmo em conexões mais lentas, tipo 2G. A qualidade sonora é ótima, isenta dos chiados característicos das rádios analógicas.

Uma história sobre ilusões e verdades. Ou verdades e mentiras, se nos apegarmos às duras lições da realidade. O menino que pintava sonhos é uma obra de Duca Leindecker, conhecida pelo talento em escrever para o público jovem, comovendo e emocionando com suas histórias, que são simples e ao mesmo tempo têm um emaranhado de significados. No livro, Jules vive uma vida pouco comum, num cotidiano difícil, se defendendo das tragédias e dramas familiares. E para sobreviver, tem que fazer sua opção. A história mostra que, se há um lado sombrio na vida, sempre haverá uma porta aberta para a esperança. Autor > Duca Leindecker Número de páginas > 152 Preço > R$ 28,50

10 Documentários que podem mudar sua vida O site Hypeness selecionou uma lista de 10 documentários que podem nos dar “cliques” sobre alguma realidade que até então desconhecíamos, despertando assim conhecimentos para que possamos enxergar coisas com mais clareza. Desigualdade social, esperança, política, obesidade, marketing e arte estão entre alguns dos temas tratados. Vale a pena conferir: http://www.hypeness.com.br/2013/09/selecao-hypeness-10-documentarios-que-podem-mudar-a-suavida-parte-2/

QUER VER SUA DICA PUBLICADA NO DROPS DE CULTURA? Então envie um e-mail para imprensa@metodista.br sugerindo um filme e fique de olho no Jornal da Metodista!

19



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.