RROnline - Edição 1.019

www.rronline.com.br editorial@metodista.br

Rudge Ramos JORNAL

São Bernardo do Campo 4

DA CIDADE

de

9 a 22 de Maio de 2014 4 Ano 334 Nº 1.019

ARIANE MOREIRA/RRJ

4MULHERES

LUCAS ALENCAR/RRJ

4PARQUE

Planejamento de metas é essencial para empreender

Raphael Lazzuri passa por obras de revitalização

Págs. 4 e 5

Pág. 12

CAIO DOS REIS/RRJ

THAÍS SOUZA/RRJ

Reforma atrasada

População do Jardim Esmeralda espera por melhorias no complexo esportivo Corintinhas e por construção de um centro comercial; gramado do campo está concluído. Pág. 3

3HANDEBOL

Metodista/São Bernardo busca segunda vitória consecutiva no estadual Pág. 15

2

POLÍTICA

- Rudge Ramos Jornal

De 9 a 22 de Maio de 2014

6DE OLHO NA CÂMARA

Mudança de nome de rua causa discussão entre os vereadores FOTOS: LEONARDO VANTINI/RRJ

LEONARDO VANTINI LUCAS ALENCAR

q O projeto de lei aprovado na última sessão da Câmara Municipal, no dia 30 de abril, para mudar o nome da rua Amazonas, no bairro Vila São Pedro, para avenida Nelson Mandela, voltou a ser discutido pelos vereadores no plenário nesta quarta (7). O assunto voltou à pauta para que outro trecho da rua, não contemplado pela proposta aprovada anteriormente, recebesse também a alteração.

O líder da bancada de oposição, Júlio Fuzari (PPS), disse

Câmara Municipal adia novo projeto de moradias populares

que foi procurado por moradores da rua que se mostraram insatisfeitos com a mudança.

“O pedido de alteração não partiu da população, não fizeram abaixo assinado. Não foram ao menos consultados se aprovam ou não o novo nome”, disse.

Os vereadores da oposição se abstiveram de votar o projeto, que foi aprovado e segue para sanção do prefeito Luiz Marinho (PT). “A bancada de situação disse que a população estava interessada na mudança. Portanto alguém está mentindo”, afirmou Pery Cartola (SDD).

O autor da proposta, Luiz

Francisco (PT), defendeu que a aprovação da medida resolveria um problema de serviços na região, já que há uma rua com o mesmo nome no bairro Riacho Grande, fazendo com que cartas e cobranças, por exemplo, sejam entregues no endereço errado.

MORADIAS POPULARES A votação da proposta que disponibiliza áreas com imóveis abandonados, degradados ou que precisem de reforma urbanística para a construção de moradias e comércio para a população de baixa renda, foi adiada para a próxima sessão da Câmara Municipal.

Os vereadores decidiram, por unanimidade, que faltavam detalhes vindos da Secretaria de Habitação para que o projeto fosse apreciado pelos parlamentares. g

Soares relata ter visto presos mortos durante período da ditadura LEONARDO VANTINI

q “Vi pessoas sendo mortas, amputadas e tendo membros da família expulsos do país.” Foi com essa declaração que o ex-prefeito de São Bernardo Maurício Soares iniciou seu depoimento na Comissão da Verdade, instituída no município para ouvir os relatos de perseguidos na época da ditadura militar (1964-1985).

No depoimento, que ocorreu na tarde da quarta-feira (30), na Câmara Municipal da cidade, Soares contou sobre a repressão ao movimento sindical da época e disse que presenciou cenas de tortura no Dops (Departamento de Ordem Política e Social).

Naquele período, o ex-prefeito

foi advogado do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo.

O ex-prefeito afirmou que as ações realizadas pela Oban (Operação Bandeirante) eram piores do que as realizadas nos porões do Dops. A Oban era um centro de investigações que coordenava e integrava as ações das instituições de combate às organizações armadas de esquerda durante o regime autoritário. “Ali, muitos perderam a vida. Conheço casos de pessoas que nem saíram de lá.”

Soares também lembrou como foi a participação da Igreja Católica em defesa dos militantes na gestão do então prefeito Tito Costa (1977-1983).

“A Igreja foi nossa principal aliada durante toda a greve.

4 CONSELHO DIRETOR - Stanley da Silva Moraes - Presidente, Nelson Custódio Fér – Vice - Presidente, Rev. Osvaldo Elias de Almeida - Secretário, Jonas Adolfo Sala, Aureo Lidio Moreira Ribeiro, Kátia de Mello Santos, Augusto Campos de Rezende, Marcos Vinicius Sptizer, Aires Ademir Leal Clavel, Oscar Francisco Alves Junior, Regina Magna Bonifácio de Araújo - Suplente, Valdecir Barreros - Suplente.

4REITORIA - Reitor - Marcio de Moraes, Pró-Reitora de Graduação - Vera Lúcia G. Stivaletti, Pró-Reitor de Pós-Grad. e Pesquisa - Fábio Botelho Josgrilberg 4DIRETORES - Sérgio Roschel (Diretor de

Quando os dirigentes sindicais estavam presos, dom Claudio Hummes chegou a participar da comissão negociadora pelo fato dos operários confiarem nele.”

Soares entrou para o sindicato em 1965 e permaneceu lá até 1988, quando se elegeu pela primeira vez prefeito de São Bernardo, pelo PT (Partido dos Trabalhadores), e ficou no cargo até 1992. Em 1993, filiou-se ao PSDB e, em 1996, foi eleito pela segunda vez.

Em 2000, se reelegeu por outro partido, o PPS. Pediu afastamento do cargo em 2003, alegando problemas de saúde.

Assumiu então o vice-prefeito, William Dib (PSDB). Anos depois filiou-se ao PSB, rompendo em 2008 com o governo de Dib

Finanças e Controladoria), Daví Nelson Betts (Diretor de Tecnologia e Informação), Paulo Roberto Salles Garcia (Diretor de Comunicação e Marketing), Débora Castanha (Diretora do Ensino Básico), Carlos Eduardo Santi (Faculdade de Exatas e Tecnologia), Jung Mo Sung (Faculdade de Humanidades e Direito), Fulvio Cristofoli (Faculdade de Gestão e Serviços), Luiz Silvério Silva (Faculdade de Administração e Economia), Paulo Rogério Tarsitano (Faculdade de Comunicação), Rogério Gentil Bellot (Faculdade de Saúde) e Paulo Roberto Garcia (Faculdade de Teologia).

4COMUNICAÇÃO - Paulo Salles (Diretor).

Maurício Soares (à dir.) falou sobre a luta sindical em SBC para apoiar a candidatura do atual prefeito da cidade, Luiz Marinho (PT).

NOVOS DEPOIMENTOS O presidente da Comissão da Verdade de São Bernardo e líder da bancada governista na Câmara, vereador José Ferreira (PT), disse que novos depoimentos deverão ser agendados para as próximas semanas. “Nós pretendemos convidar o ex-pre-

JORNAL

Rudge Ramos

editorial@metodista.br

Rua do Sacramento, 230 Ed. Delta - Sala 141 Tel.: 4366-5871 - Rudge Ramos São Bernardo - CEP: 09640-000

RUDGE RAMOS JORNAL - PUBLICAÇÃO DO CURSO DE JORNALISMO DA FAC

DIRETOR - Paulo Rogério Tarsitano COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO - Rodolfo Carlos Martino.

REDAÇÃO MULTIMÍDIA - Editor-chefe - Júlio Veríssimo (MTb 16.706); EDITORA-EXECUTIVA E EDITORA DO RRJ - Margarete Vieira (MTb16.707); EDITOR DE ARTE - José Reis Filho (MTb 12.357); Assistente de Fotografia - Maristela Caretta (MTb 64.183)

sidente Lula e Jair Meneguelli, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da cidade.”

Ferreira afirmou que a comissão não tem ainda um número definido de pessoas para serem ouvidas. Mas, segundo o relator, vereador Gilberto França (PMDB), devem ser ouvidas ainda de duas a três pessoas até a entrega do relatório final, daqui a três meses. g

4Equipe de Redação: Alysson Rodrigues, Amanda Goulart, Amanda Guilhen. Amanda Souza, Bruno Madrid, Bruno Yonezawa, Caio dos Reis, Fernanda Cordeiro, Gabrielli Salviano, Italo Campos, Leonardo Vantini, Letícia Gomes, Lucas Alencar, Oscar Bandtneris, Renan Muniz, Sergio Neto, Thaís Souza, Yago Delbuoni e alunos do 5º e 6º semestres de Jornalismo.

4Produção de Fotolito e Impressão: Diário do Grande ABC

Rudge Ramos Jornal - 3

CIDADE

De 9 a 22 de Maio de 2014

Moradores do Jardim Esmeralda reclamam de atraso em obras

THAÍS SOUZA/RRJ

THAÍS SOUZA

q Os moradores do Jardim Esmeralda, em São Bernardo, reclamam do atraso nas obras de reforma e ampliação do complexo esportivo Corintinhas e da construção de um centro comercial no bairro.

O projeto, financiado pelo governo federal, por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), em conjunto com a prefeitura, tem um valor estimado de mais de R$ 3 milhões. Em uma placa em frente ao campo de futebol, está escrito que o início da obra foi em setembro de 2012 e que o prazo previsto de entrega era de 12 meses.

Portanto, se fosse mantida a previsão, a conclusão dos trabalhos deveria acontecer em setembro do ano passado. Os moradores da região contam que os operários não aparecem com frequência na

Projeto é financiado pelo governo federal e tem valor estimado de mais de R$ 3 milhões

Coleta seletiva: saiba o que pode e o que não pode ser descartado MARISTELA CARETTA

q Moradores de São Bernardo ainda têm dúvidas sobre os materiais que podem ou não ser reciclados.

Em dias de coleta seletiva porta a porta, observa-se que resíduos que não são levados pelos coletores permanecem nas calçadas, deixando o ambiente sujo e prejudicando a passagem de pedestres.

A Prefeitura de São Bernardo, por meio de nota da Secretaria de Serviços Urbanos, informou que podem ser separados para a coleta seletiva porta a porta papéis,

papelões, jornais, revistas, cadernos, folhas soltas, caixas e embalagens em geral (desmontadas), embalagens longa vida, copos plásticos, potes, sacolas, garrafas PET e outros plásticos, latinha de alumínio, latas e outros metais (chapas).

Os vidros, inteiros ou quebrados, devem ser separados dos demais materiais e embalados de forma segura para a retirada por meio dos coletores.

Entre os materiais que não podem ser separados estão os restos de comida, cascas de frutas e de legumes, guardanapos e lenços de papel usados, papéis e papelões engordu-

obra. “Tem semana que ninguém está trabalhando [na obra]. Em outra, os operários aparecem um dia ou dois”, disse a operadora de caixa Daiane Machado, 32, uma das moradoras do bairro.

O gramado do campo está concluído e em boas condições, mas as arquibancadas ainda estão em construção.

Crianças que moram no entorno, entusiasmadas com o gramado, entram no campo para jogar.

Como é um convênio do governo federal com a prefeitura, a reportagem procurou a assessoria de imprensa da administração municipal. Por e-mail, foi orientada a acessar o site do SIHISB (Sistema de Informação de Habitação de Interesse Social de São Bernardo) para mais informações (http://sihisb.saobernardo. sp.gov.br/sihisb/index2.jsp).

No site, há uma foto da primeira fase do projeto, referente à construção de unidades habitacionais. Também especifica o que deve ser feito nas fases um e dois do projeto. Porém, não há informações sobre as razões para que a conclusão das obras esteja atrasada. g

DIVULGAÇÃO/SECOM

rados, fotografias, fita crepe e etiquetas adesivas, sujeira das vassouras, de cinzeiros, de animais e chiclete.

Os materiais coletados são

Confira no rronline.com.br

enviados para duas cooperativas da cidade, onde, segundo a prefeitura, cerca de 110 trabalhadores conseguem tirar seu sustento por meio da reciclagem

Recicláveis descartados são recolhidos e encaminhados para as Cooperativas de Catadores

desses materiais.

Além da coleta porta a porta, os tambores, que são chamados de PEVs (Pontos de entrega voluntária), servem como apoio para que a população possa descartar os materiais recicláveis.

Partes de móveis ou pedaços de madeira são recolhidas por meio da Operação Bota-Fora, e o calendário de retirada pode ser encontrado no site da prefeitura (www.saobernardo.sp.gov.br). g

Pinacoteca de São Bernardo é o maior espaço de arte moderna do ABC http://migre.me/j6KX9

4 - Rudge Ramos Jornal

ECONOMIA

De 9 a 22 de Maio de 2014 FOTOS: ARIANE MOREIRA/RRJ

ARIANE MOREIRA

Empreendedoras ganham destaque no mercado de trabalho

q Mulheres empreendedoras dão uma dica: quem quiser seguir nesse ramo, trabalhando por conta própria, precisa ter planejamento de metas. Tanto que esse é considerado o principal diferencial segundo um dado divulgado pela Revista Exame, que aponta o sexo feminino como responsável por 45% das administrações de pequenos negócios.

Nesse percentual encontra-se Joana Chisay Chirama Lopes Ribeiro, 68, que, depois de muito tempo sem trabalhar por conta dos cuidados que a formação de seus três filhos pequenos exigia, teve necessidade de ingressar no seu próprio negócio. Há 18 anos, sua história como revendedora de produtos para natação se iniciou.

Em meio à restruturação financeira que passava na época, por conta da recém- demissão de seu marido, Joana decidiu empreender. Através da sugestão do companheiro, ela começou a revender para os colegas de

treino de seus filhos artigos para natação, como maiôs, óculos, toucas, sungas.

O negócio cresceu. Hoje, Joana continua sua rotina. Porém não tem como principal fonte de renda essas mercadorias. “Como já sou conhecida nas competições e centros poliesportivos, faço meu período de trabalho de acordo com os treinos dos alunos, em torno de quatro vezes por semana. Faço minha vendas no meu próprio carro. E retiro um dia na semana para repor o meu estoque de produtos.”

Nesse meio, a principal vantagem apontada é a qualidade de vida, pois se pode fazer um roteiro semanal de acordo com o que deseja. Raquel Borges Silva, 34, artesã de essências e

sabonetes artesanais, após 13 anos de trabalho se via cansada da sua rotina como supervisora geral no meio corporativo. Decidiu transformar o hobby em profissão.

Em 2011, saiu de uma empresa, montou um site, “O Mundo de Sofia”, uma “fábrica” na casa do pai, de onde passou a comercializar sua produção artesanal. O único senão, disse Raquel, é a incerteza da renda mensal, tanto que há sete meses, ela divide sua rotina trabalhando com faturamento em uma cooperativa odontológica, para ajudar a pagar despesas de casa, declarou Raquel por meio de entrevista via e-mail.

Alcione Castro, 40, revendedora de diversas marcas como

“Avon”, “Natura”, “O Boticário” e “Tupperware Rare”, seguiu o mesmo caminho que Raquel.

Quando notou que seu hobby, a classificou como uma das 30 melhores revendedoras do seu setor no ABC, ela resolveu largar o seu emprego como auxiliar administrativa e seguir em frente (leia o texto na página ao lado).

Já Mara Regina Massaiolli Chacon, 48, consultora de beleza na Mary Kay, decidiu se tornar uma empreendedora para passar mais tempo com a sua família. “Por trabalhar durante 22 anos área da minha formação acadêmica como enfermeira obstetra, perdia feriados, finais de semana e datas importantes como o Natal. E de alguma forma perdia toda a convivência

Joana Lopes exibe a clientes produtos de natação que revende e usa seu carro como uma espécie de loja ambulante familiar, inclusive a infância de meus filhos.”

Há oito meses no ramo, Mara afirma que o retorno financeiro é bem rápido. “Em quatro meses consegui ver o lucro.”

Mas ela ressaltou que, para ter um bom desempenho, no início é importante reinvestir na compra dos produtos e nunca usar o dinheiro da empresa até que comece a perceber que ela vai gerar o lucro. g

Vendedora de cosméstico faz de hobby uma profissão BRUNA PRAZERES

q À primeira vista, bater de porta em porta oferecendo cosméticos pode não parecer um emprego fixo e estável. Mas é para muitas mulheres. Revender para fortes empresas do ramo pode garantir às vendedoras cerca de 30% do valor dos produtos.

Em muitos casos, é suficiente para sustentar uma família. É o caso de Alcione Castro, 40, de Mauá. Há sete anos, ela deixou a função de auxiliar administrativa quando recebeu o convite de uma amiga e coordenadora de vendas Avon de sua região.

Na época, casada e com um emprego fixo em um escritório de contabilidade na cidade, ela não dependia das futuras vendas para sustentar sua casa.

Por isso achou melhor não aceitar. “No início eu tive receio, imaginava que esse tipo de venda dava muita dor de cabeça.”

Alguns meses depois, sua

Rudge Ramos Jornal - 5

ECONOMIA

De 9 a 22 de Maio de 2014

amiga voltou a convidá-la para fazer parte do time de revenda da Avon. Coincidentemente, no exato momento em que Alcione já estava desmotivada e cansada de sua função, apesar de sua estabilidade financeira.

Na tentativa de mudar um pouco sua rotina e diversificar seu trabalho, a ex-auxiliar aceitou o convite e, durante dois anos, realizou a venda de cosméticos, despretensiosamente, buscando apenas uma distração e um complemento no orçamento mensal.

Ela conta que aceitou o convite e começou a revender apenas para amigas, vizinhas e colegas de trabalho e gostou.

Quando completou dois anos e um mês de revendas na Avon, Alcione foi classificada entre as 30 melhores revendedoras do seu setor, no ABC. “Foi uma surpresa, eu levava aquilo como uma diversão, não acreditei quando percebi meu sucesso na área. Comecei por

BRUNA PRAZERES/RRJ

hobby e virei profissional.”

Segundo o site da empresa de cosméticos, atualmente, mais de 800 mil mulheres revendem Avon em todo país.

Desde sua fundação há 115

anos, cerca de 40 milhões de mulheres já revenderam os produtos da marca.

O sucesso foi a gota d’água para ela tomar coragem e dar um grande passo em direção à

Mulheres montam o próprio empreendimento em casa CAMILA MIRANDA

q As mulheres estão cada vez mais buscando a sua independência financeira e conquistando seu espaço no mundo dos negócios. Mas não é uma tarefa fácil, já que elas precisam conciliar as tarefas de casa, o trabalho e ainda conseguir cuidar de seus filhos e marido.

Para ter horários flexíveis e obter um retorno financeiro, as mulheres estão abrindo o seu próprio negócio em casa.

Há quatro anos, Ruth Souza, 67, montou uma lavanderia em casa, pois estava cansada de trabalhar como funcionária nessa atividade. No início, ela montou o estabelecimento só para passar as roupas, mas o empreendimento começou a crescer. Hoje, ela trabalha 8 horas por dia, tem uma média de 60 clientes fixos e realiza todas as atividades de uma lavanderia.

Ruth afirmou que é necessária muita força de vontade para ter o próprio negócio em casa, mas acredita que essa é a melhor opção. “Quando se

trabalha em casa a gente fica mais tranquila, produz do jeito que a gente quer e ainda acaba obtendo um maior retorno financeiro”, disse Ruth, que fatura de R$ 5.000 a R$ 8.000 mensalmente.

Ela ressalta que no início investiu bastante na divulgação da sua microempresa. “Eu fiz os panfletos em uma gráfica e distribuía de porta em porta. A partir disso, muita gente começou a ligar.”

Assim como Ruth, a podóloga Irvani Romeira, 64, cansou de ser funcionária e resolveu criar o seu consultório em casa.

“Eu trabalhava fora e também atendia alguns clientes em casa. Então, quando eu resolvi montar o consultório, já possuía uma clientela.”

Irvani contou que tem cerca de 120 clientes, trabalha 12 horas por dia, de segunda a sábado, e fatura R$ 3.000 por mês. “Não faturo muito porque conciliar a casa e o trabalho não é fácil, mas ganho mais do que se trabalhasse como funcionária em outro lugar.”

Alcione Castro deixou de ser auxiliar administrativa para trabalhar com cosméticos sua autonomia. Alcione pediu demissão na empresa em que trabalhava e aderiu à revenda de outras marcas, entre elas “Natura”, “O Boticário” e “Tupperware Rare”.

“Há cinco anos vivo com o que ganho, até reformei minha casa com o dinheiro.” Segundo Alcione, o segredo está em investir uma parte do lucro na compra de produtos para pronta-entrega. Assim, quando a cliente pedir, você tem o produto ali na hora para vender. “Desse jeito sempre tenho dinheiro na carteira.”

Ela conta que já levou alguns calotes, mas nunca pensou em desistir. Afirmou também que hoje em dia não se vê trabalhando em outro tipo de ramo, com horário e local fixo. “A gente não pode desistir na primeira dificuldade, tem que ter garra e não pode ser tímida! Eu vendo no mercado, lanchonete, passeando. Em qualquer lugar”. g CAMILA MIRANDA/RRJ

Ruth Souza trabalha passando roupas na lavanderia que montou em sua própria casa Outro fato que leva as mulheres a trabalhar em casa é a maternidade. Como aconteceu com a contadora Rita de Melo, 42, que para deixar os horários mais flexíveis, resolveu abrir seu escritório em casa, após o nascimento do seu filho. “A

vantagem é que eu mesma faço os meus horários. Mas isso também acaba sendo uma desvantagem, porque quando meu filho não tem aula atrapalha muito o meu trabalho.”

Ela tem cerca de 15 clientes fixos e nem precisou de

divulgação, pois seus fregueses são os mesmos da sua antiga empresa. Rita ainda ressaltou que para trabalhar em casa é preciso ser bem organizada.

“Você sabe que está em casa, mas precisa agir como se estivesse na empresa.” g

6 - Rudge Ramos Jornal

SAÚDE

Doenças silenciosas atingem mais de 6 mi de brasileiros

ERIKA PESELLI q Você sabia que por meio de um simples exame de sangue é possível descobrir uma doença escondida e sem sintomas? É o caso das hepatites A, B e C, que podem estar evoluindo há anos no organismo sem demonstrar qualquer sinal.

O radialista da Rede Record José Thomaz Neto, 52, descobriu que tinha hepatite B aos 28 anos, quando foi fazer uma doação de sangue.

“Logo na sequência eu me casei. Minha mulher teve que tomar vacina. Então, ela ficou imune e meus filhos nasceram sem problemas. Foi bem barra pesada quando eu descobri.

Acredito que peguei de outra pessoa.”

Thomaz não está sozinho.

Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), a hepatite C atinge cerca de 3% da população brasileira, quase seis milhões de habitantes. E a maioria não sabe que tem a doença nem procura orientação médica.

O principal problema do “silêncio” da doença é que a falta de tratamento pode evoluir para casos mais graves como insuficiência hepática, cirrose e câncer no fígado. Foi o que aconteceu com Thomaz

20 anos depois. “Eu acho que com o tempo, tive um tumor no fígado em decorrência da doença.”

Assim como a hepatite, outras enfermidades (diabetes, osteoporose, tireoidites, pressão alta e alguns cânceres) são consideradas silenciosas.

Porém todas elas podem ser detectadas com exames periódicos e o famoso check-up.

O médico Roberto Wagner Trindade alerta para prestar atenção nos pequenos sintomas. “O indivíduo começa a ter dores abdominais horríveis além de muita dor de cabeça, DENISE DUARTE/RRJ

Ferreira, 64, que descobriu ser diabética ao fazer exames pré-operatórios para uma cirurgia no joelho. “O médico chegou para mim e perguntou se minha diabetes estava controlada. No fundo esperava por isso, já que minha mãe e irmã tinham esse problema.”

Atualmente, ela toma mais ERIKA PESELLI/RRJ de seis tipos de remédios, pois também O médico perguntou se tem hipotireoiminha diabetes estava dismo, pressão alta, outras controlada. No fundo moléstias sieu esperava por isso, já lenciosas. que minha mãe e irmã Quem se surpreendeu tinham esse problema. também com MARIA HELENA a n o t íc i a d e que portava alguns males foi a jornalista Ida Nuñez, 58, ao abrir os resultados de um exame que o médico havia Maria Helena recomendado. Isso foi há um mês. “Eu sempre achei que exibe reménão fosse acontecer comigo. dios para Estou com osteoporose, tridiabetes, glicérides altas, tireoide quase pressão alta parada e colesterol altíssimo”, e hipotireoicontou a profissional, em endismo trevista por e-mail.

Ida sempre associou o desconhecimento dessas doenças ao fato de ter uma cabeça jovem. Então, nesse caso, ela corre atrás de um médico, que não fica pensando nessa ou através de um exame simples naquela moléstia. “Na hora e rápido, para saber a taxa de fiquei deprimida pensando na glicose, descobre que a pessoa vida. Além dos remédios, estou está com diabetes”, disse Trin- tentando por meios naturais. dade, que atua há mais de 30 Psicologicamente percebo que é preciso ir em frente. A minha anos como clínico geral.

Um caso interessante é o cabeça tem 32, mas o meu corda dona de casa Maria Helena po não sabe.” g

Exercícios e dieta são aliados na prevenção DENISE DUARTE

Atividades aeróbicas, como correr em um parque, ajudam a combater a hipertensão

De 9 a 22 de Maio de 2014

q Exercícios físicos e uma dieta balanceada trazem diversos benefícios à saúde. Mas como essa união pode ajudar na prevenção e no tratamento das chamadas “doenças silenciosas”?

De acordo com a professora de educação física Inês Iglesias, a atividade física é importante porque promove uma melhora na circulação, no aparelho cardiorrespiratório, e traz benefícios em nível mental e físico.

“Para cada doença tem uma atividade. No caso da osteoporose, teria que ser musculação para manter a massa óssea que você ainda tem. No caso de hipertensão, um exercício que dê mais vigor, como andar de bicicleta, um exercício mais aeróbico pra ativar a circulação”, disse a professora.

A ajudante operacional Ivanilda Honório Bueno, 47, não é portadora de doenças silenciosas. Mas, por precaução, faz exercícios físicos há 25 anos. Até pelo fato de a mãe ter

Rudge Ramos Jornal - 7

SAÚDE

De 9 a 22 de Maio de 2014

Sedentarismo infantil cresce no Brasil CHRISTINA VOLPE/RRJ

CHRISTINA VOLPE q A menina Bianca Garcia, 13, sempre gostou de comer besteiras, doces e lanches de redes de fast food estavam sempre em seu cardápio. Quando começou a mexer no fogão, a primeira coisa que aprendeu foi a fritar. Com tantos alimentos ricos em calorias, Bianca engordou e em uma consulta ao pediatra ela e sua mãe foram avisadas que precisariam entrar em uma dieta.

Segundo a mãe de Bianca, a dona de casa Kátia Marques, a alimentação da família mudou e os alimentos fritos foram abolidos da casa. A restrição chegou a todos da família, assim Bianca perdeu quatro quilos em nove meses e passou a ter uma vida mais saudável.

A pediatra Renata Dubra conta que atender este tipo de caso é comum nos consultórios. “As crianças têm em suas mãos cada vez mais cedo os tablets, celulares e computadores. Nesse tipo de brincadeira não há gasto calórico e com a ingestão de mais calorias do que se deve, não há outro resultado, as crianças ficam com sobrepeso ou até obesas”.

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), não é recomendado que crianças fiquem mais de duas horas em frente à

osteoporose e fazer hidroginástica. “Nado duas vezes por semana, e o resto é ginástica, pilates e jump. Não tenho aumento no meu peso, nenhum tipo de dor no corpo. Da família, só eu pratico esporte, sou a mais saudável. De resto, todos têm problema de doença.”

Além da atividade física, é importante ter uma alimentação equilibrada. De acordo com a nutricionista Luana Andrade, para ter um estilo de vida saudável, é necessário se alimentar de três em três horas, não exagerar no sal, comer as porções de frutas e a porção de tubérculos adequada no dia.

“Se a pessoa tem a pressão muito alta, que não é controlável, a gente acaba tirando

240%

É o aumento da obesidade

6,7 milhões De crianças são obesas

Bianca Garcia, 13, que adotou uma dieta saudável depois que foi constatado sobrepeso TV, videogame e outros brinquedos eletrônicos. Outro dado também aponta que somente no Brasil a obesidade avançou cerca de 240% nas últimas

duas décadas. A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia indica que no país 6,7 milhões de crianças apresentam esse problema.

O professor de educação física Fábio Brichesi, explica que a atividade que a criança deve fazer para perder peso é na realidade a própria brincadeira.

DENISE DUARTE/RRJ

Para cada doença tem uma atividade. No caso da osteoporose, teria que ser musculação pra manter a massa óssea que você ainda tem.

INÊS IGLESIAS

até, por exemplo, o leite, que é riquíssimo em sódio. Porém quem toma remédio e é controlado pode tomar leite. Cada paciente é um caso”, afirmou a nutricionista. g

“O pega-pega e a corrida são os tipos de atividade que fazem as crianças se movimentarem e ao mesmo tempo se divertirem. Os exercícios na academia não atraem essa faixa etária, então o ideal é deixar a criança ter este contato com os jogos tradicionais”.

No caso da alimentação a criança deve ter o equilíbrio entre os alimentos. “Não é que todas as comidas menos saudáveis devem ser proibidas, porque se ela crescer com este tipo de barreira em relação aos alimentos, comer sempre será uma tarefa difícil. O certo é manter o equilíbrio e sempre gastar as calorias em excesso”, afirmou a nutricionista Mariana de Moraes.

Kátia, mãe de Bianca, conta que agora ela faz 60 minutos de exercícios aeróbios duas vezes por semana, sempre orientada por um professor. “A criança faz porque gosta, não da pra forçar então deixo ela livre para fazer o quanto quer”, conta a mãe. g

Comer as porções de frutas adequadas no dia a dia é essencial para a saúde e para manter uma alimentação equilibrada

Acesse o rronline.com.br e assista o vídeo sobre o Banco de Alimentos: migre.me/j6FCb

8 - Rudge Ramos Jornal ISABELLA SALA q A escola se tornou a segunda casa de muitas crianças e adolescentes. E, para que os alunos se sintam motivados a realizar as atividades às quais são submetidos diariamente, as escolas têm investido na realização de atividades extraclasse como método para a melhoria da relação ensino-aprendizagem.

A psicopedagoga Jandira Paes, 52, sugere que as escolas invistam não só na formação educacional dos alunos, mas também na formação cidadã e na melhoria da qualidade de vida.

“A proposta atual da educação é focada na formação de um aluno que consiga, além de adquirir conhecimentos científicos, exercer cidadania, ou seja, viver em sociedade de modo responsável. Assim, a prática pedagógica representa uma ferramenta essencial nesse processo”, disse.

Esse método não formal de ensino permite ao aluno vivenciar o aprendizado científico de sala de aula e aprimorar relacionamentos sociais, além de relacionar a teoria com a prática. “A integração de diferentes linguagens e saberes, ampliação de repertório, compreensão de seu papel social de respeito a todos os seres da natureza, compreensão de uma alimentação mais saudável, entre outros”, afirmou a psicopedagoga.

A psicóloga e pedagoga Denise D’Aurea Tardeli, 55, ressalta que se deve lembrar, porém, a importância de aliar essas atividades ao projeto pedagógico

EDUCAÇÃO

De 9 a 22 de Maio de 2014

Atividade extraclasse é tendência na educação DIVULGAÇÃO/PARQUE ESCOLA PRIMEIRA INFÂNCIA

escolar. “Para que esse método se concretize de maneira eficiente, este deve ser bem planejado, com metas claras e integrado ao projeto escolar e às necessidades do público a ser atingido”, falou.

GRUPO DE ESTUDOS As atividades não formais englobam assuntos tão importantes que existe um grupo criado pela USP (Universidade de São Paulo) que foca seus estudos no tema

Crianças fazem aula de capoeira como uma das atividades extraclasse, em São Bernardo

em questão, o Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Não Formal e Divulgação em Ciência (GEENF).

O grupo de estudos foi criado em 2002 e se dedica à pesquisa, à produção e avaliação de ações e materiais no campo de educação não formal e da divulgação em ciência.

A educadora em museus e membro do GEENF, Luciana Magalhães Monaco, 44, disse que “a educação sob essa ótica (não formal) se volta para a relação de comunicação que se estabelece entre o visitante, seja ele um grupo escolar ou não, e à exposição ou conteúdo a ser apresentado nesses espaços, onde a presença de objetos torna essa visita um acontecimento muitas vezes impactante, favorável à reflexão, à contemplação e à aprendizagem.”.

A participação dos pais na formação

extracurricular também é essencial para que os filhos se sintam motivados e se interessem pelas atividades não formais e fora do ambiente escolar.

Muitos pais têm a oportunidade de levar seus filhos a passeios culturais e com uma infinidade de temas, como cinemas, teatros, museus e parques.

Já as famílias que trabalham fora e não têm tempo para desenvolver atividades com seus filhos, costumam incentivar a participação nos projetos extracurriculares e até preferem escolas que proporcionam a dinâmica na grade curricular.

Como mãe, Jandira Paes cita o caso de seus filhos, Bruno Melo, 25, e Beatriz Melo, 19. “Ambos estudaram em escolas que ofereciam projetos extraclasse. Hoje, os dois são universitários e pude observar práticas que aprenderam na escola e que eles praticam hoje, como precisão na escrita por conta das oficinas de texto, aprimoramento nas técnicas de estudo, gosto por esportes, participação em projetos sociais, entre outros”, contou.

No ABC há opções de escolas ou locais que oferecem esse tipo de aprendizagem não formal: a Sabina Escola Parque do Conhecimento, em Santo André, a EMEF Leandro Klein, em São Caetano, e o Parque Escola Primeira Infância, em São Bernardo, são alguns dos exemplos. g

Rudge Ramos Jornal - 9

EDUCAÇÃO

De 9 a 22 de Maio de 2014

CAROLINA GERMOLIATO/RRJ

Ensino fora da sala de aula JULIANA REGUEIRA q Passeios sempre fizeram parte da grade curricular das escolas, mas agora a função pedagógica tem sido prioridade na escolha das atividades praticadas fora do ambiente escolar.

Na EMEF Leandro Klein, de São Caetano, as saídas pedagógicas são organizadas de acordo com o currículo escolar anual de cada série, segundo a coordenadora pedagógica, Erica Loureiro Garrido,40.

“Além de novas experiências, o principal benefício é a disciplina que os alunos ganham”, explicou.

No ABC, segundo o Censo Escolar de 2011, existe cerca de 1.332 escolas públicas. O PNE (Plano Nacional de Educação) no Artigo 3º inciso 10 destaca a importância da experiência extrasala na educação escolar e orienta que faça parte da grade curricular das escolas.

Para Márcia Sgarlata, 44, mãe de Caroline, 6, estudante do fundamental 1 de uma escola pública de São Caetano, os novos conhecimentos agregam valores únicos à vida da filha.

“Ela explora a própria capacidade diante das atividades propostas e ganha mais autonomia”, falou Márcia.

A coordenadora pedagógica do Colégio Objetivo, unidade Santo André, Ana

Paula Freitas, 41, acredita que todas as atividades fora da sala de aula, sejam elas culturais, cientificas ou esportivas, são fundamentais, pois “sempre vão enriquecer o que foi dado em sala de aula”. g

Sabina é destino para educação não-formal ISADORA CAMPOS q A Sabina Escola Parque do Conhecimento é um local dedicado à educação fora da sala de aula. Segundo informações da Prefeitura de Santo André, aproximadamente 137 mil pessoas visitaram o parque em 2013, sendo 65 mil deles estudantes.

Estima-se que oito horas sejam necessárias para conferir todas as atrações. O parque, inaugurado em 2007, é uma iniciativa da Secretaria de Educação de Santo André

Pinguins de Magalhães são atrações do parque que as crianças conhecem

para o aprendizado de crianças a partir dos 4 anos, atendendo de terça a sexta-feira escolas com visitas pré-agendadas.

Para atingir o objetivo, a Sabina manteve o foco em ciências, artes e tecnologia, na ampliação dos conhecimentos transmitidos na escola, no estímulo à cultura científica e artística, no despertar da curiosidade e do questionamento e na reciclagem dos educadores.

Os visitantes podem conhecer mais sobre os dinossauros, ver os Pinguins de Magalhães, explorar o interior do corpo humano em uma boneca chamada Nina e até admirar um céu cheio de estrelas no Planetário Johaness Kepler.

A fisioterapeuta Karina Pfefferkorn, 30, mãe de Eduardo, 10, que foi à Sabina com a escola e afirmou que a experiência para ele foi muito interessante. “Ele veio bastante empolgado, contando sobre as estações e o que tinha feito lá”. Eduardo falou o que mais gostou sobre a experiência, “têm umas bicicletas que, quando você pedala, funciona rádio, ventilador e luz.”

A redatora Barbara Oliveira, 27, disse que sua filha Mariana, 7, adorou o passeio.

“Ela ficou animada querendo ver e tocar em tudo e compartilhava a visão dela sobre as atividades”, afirmou. g

10 - Rudge Ramos Jornal

Pais projetam sonhos nos

ESPECIAL

ARQUIVO PESSOAL

MICHELLE ALESSIO

q Obter êxito na vida pessoal e alcançar o sucesso profissional. Esse é um, entre tantos fatores desejados pelos pais no que diz respeito aos filhos. Nem sempre é uma tarefa fácil. Especialmente quando os pais criam expectativas quanto ao futuro das crianças com base em sonhos não realizados do passado.

Segundo o professor e psicólogo do Departamento de Fundamentos da Educação na UEM (Universidade Estadual de Maringá), Raymundo de Lima, em virtude da condição financeira, ou de planos que não se concretizaram por imprevistos da vida, os filhos são considerados como “a última chance de realizar um sonho ou desejo” idealizado quando criança ou jovem.

Para o especialista, essa prática deve ser avaliada com algumas restrições.

“Os pais sonham um grande futuro para os filhos, porque desejam o melhor para eles. No entanto, determinar a carreira que o filho deverá seguir, ou até mesmo incentivar a realizar um sonho que é seu, pode trazer problemas na fase adulta”, explicou Lima.

Bruno de Oliveira, estudante de engenharia em petróleo na USP, 20, conta que a mãe ex-jogadora de vôlei profissional, desde cedo o incentivou a praticar esportes sempre sonhou em ver o filho jogando nas quadras de vôlei.

“Comecei a jogar futebol e basquete, mas não tinha talento algum. Como minha mãe jogava e eu sempre assistia aos treinos, um dia resolvi fazer uma aula”, afirmou o estudante.

A falta de aptidão de Bruno, fez com que a mãe o colocasse no vôlei, uma de suas paixões. “Desde que comecei no vôlei, o incentivo foi total.

Nós víamos que eu tinha talento. Ela sempre me levava às peneiras, comprava tênis especializado, ia me assistir em jogos. Era perceptível o orgulho que sentia. O amor e a dedicação me mantinham

De 9 a 22 de Maio de 2014

Giuliana Menegoli ensina o ballet clássico para as alunas Maria Luiza, 6, e Ana Julia, 4 mais ligado ao esporte e a ela, minha maior incentivadora”, destacou.

As inúmeras contusões e o desgaste físico fizeram com que o estudante abandonasse as quadras e seguisse uma profissão, completamente diferente: engenheiro de petróleo.

“Hoje não tenho mais o sonho de seguir carreira, mas continuo jogando pela universidade. Vejo o quanto minha mãe fica feliz com isso”, falou.

Para o psicólogo, é necessário que haja uma conversa aberta de modo a evitar confronto dentro de casa. “Se não houve ‘negociação’ entre o desejo do pai e o desejo do filho, certamente ele será uma pessoa frustrada, ressentida, revoltada, pronta para a emergência de sintomas ou transtornos de expressão. Mas se houve uma boa negociação entre ambos, é possível que sejam pessoas realizadas e

felizes com suas escolhas”, comentou.

Bailarina profissional, Giuliana Menegoli, professora de ballet clássico e jazz dance na academia Claudia’s Ballet, em Diadema, 20, foi influenciada pela mãe. “Comecei a dançar com 4 anos de idade, com a mesma professora e na mesma academia da minha mãe”, contou.

Apesar da desenvoltura já nas primeiras aulas, a bailarina

explica que em várias ocasiões pensou em desistir por estar seguindo um sonho da mãe.

“Sempre havia uma comparação sobre a forma como minha mãe dançava e se expressava no palco, e como eu me saía na dança. Algumas vezes aquilo me irritava muito, em outras eu tentava me superar para ser melhor do que ela e evitar aquela situação”, afirmou.

Em virtude de uma gravidez não planejada e das eventuais transformações no corpo, a mãe de Giuliana, Cilene Menegoli, desistiu do sonho de seguir carreira profissional, e optou por dedicar sua vida às duas filhas. “Ela sempre comenta que em cada apresentação que me vê dançando imagina que é ela que está lá no palco. Eu e minha irmã incentivamos para que ela volte a fazer aula com pessoas da idade dela, mas ela fala que o tempo dela já foi”, explicou.

A moradora de Santo André Mayara Grassi, e estudante do ensino médio, 16, é a aposta dos pais, para um futuro promissor. De família humilde, Mayara revela que o sonho do pai é ver a filha formada na faculdade, já que ninguém da família conseguiu concluir os estudos, para ajudar com as despesas da casa.

“Minha mãe estudou até o ensino fundamental, meus irmãos pararam no ensino médio, tenho o sonho de me formar em enfermagem para que eu possa cuidar das pessoas da melhor forma possível”, afirmou.

Para não decepcionar a família, Mayara se dedica aos estudos três horas diárias e projeta dar uma condição de vida melhor para a família, no futuro. “Acredito que quando a gente tem um sonho, devemos batalhar por ele até o fim, meu objetivo é estudar bastante, passar em uma faculdade federal e dar estabilidade financeira para minha família, para garantir que minha família não passe por necessidade”, disse a estudante. g

De 9 a 22 de Maio de 2014

Seguir a mesma carreira pode ser uma alternativa MARIANA VIEIRA

q Ser bem-sucedido é o sonho de todo profissional.

Para muita gente, a escolha da carreira começa bem cedo, com o exemplo dos pais. É preciso cautela para não acabar pressionando os filhos, mas muitas vezes a própria criança demonstra interesse pelo ofício do pai ou da mãe e mais tarde opta por essa profissão.

A moradora de São Caetano, Lívia Maria Avena Ferreira, 27, seguiu o exemplo dos pais e não se arrependeu. Ela leciona história há dois anos em uma escola municipal na capital paulista. Sua mãe deu aulas de Administração para Ensino Médio Técnico durante 20 anos e seu pai é professor universitário de Lógica de Programação há 15.

Lívia contou que desde pequena já se interessava pela “arte de ensinar”. “Eu costumava brincar de escolinha quando era criança. Tinha lousa, giz,

apagador, já preparava prova, tudo de brincadeirinha”.

Ela lembrou que a rotina dos pais contribuiu para despertar sua curiosidade pela carreira. “Eu ia com eles às festas juninas, feiras de ciências, eventos do colégio. Minha mãe trazia prova para corrigir em casa, e enquanto ela corrigia, eu brincava com as fichas de identificação das turmas. E meus pais também costumavam conversar sobre coisas da escola nos almoços em família”.

A professora disse que, ao ver seu interesse, os pais não a incentivavam muito, por causa das dificuldades e do estresse que, inevitavelmente, a área da educação traz. “Mas hoje eles têm orgulho”, contou.

A moradora de São Bernardo Paulina Noal Maekawa, 38, é dentista há 16 anos e atende em consultório próprio na cidade de Diadema. Ela contou que se inspirou na carreira da mãe, que também era dentista, para escolher a profissão. Segundo

ARQUIVO PESSOAL

Paulina, a mãe procurou não influenciá-la: “Apenas quando entrei na faculdade, ela passou a me acompanhar mais de perto”.

A profissional se considera realizada, apesar da rotina estressante e da intensa concorrência que os dentistas enfrentam, segundo ela. Paulina disse que se espelha na mãe, falecida há 14 anos, em muitas

Benefícios e desvantagens em optar pela profissão dos pais JENNIFER SILVA

q Escolher uma carreira já conhecida, com facilidades para ingressar no mercado de trabalho e experiências trocadas diariamente são os benefícios daqueles que decidem seguir a mesma profissão dos pais.

De acordo com a psicopedagoga Maria Cubertino, 45, os pais criam expectativas em relação as profissões dos filhos.

"Seguir uma carreira só para fazer a vontade dos familiares gera estresse e

angustia. A influência e pressão que os pais exercem sob os filhos desde a infância refletem em toda a vida acadêmica do jovem, que dependendo da profissão, pode ir desde a bitolação no ensino fundamental, até a apatia e desprazer no ensino acadêmico", contou a psicopedagoga.

Segundo Maria, a escolha de seguir a profissão dos pais pode gerar cobranças e comparações e, o motivo é justamente a exigência que os jovens sofrem para que o trabalho seja realizado de forma que obtenha êxito.

Rudge Ramos Jornal - 11

ESPECIAL

"Para os pais, os filhos que optam pela mesma carreira familiar, têm a obrigação de ser bons e até melhores do que qualquer pessoa da família. A responsabilidade é maior, a crítica maior e até mesmo, os colegas são mais exigentes", relatou.

Filhos que têm pais na carreira que escolheram aproveitam as dicas e sabedoria que eles têm para compartilhar, além de herdar bens conquistados, como por exemplo, escritórios, comércios, contatos e equipamentos.

A psicopedagoga conta que

Confira no rronline.com.br

Lívia Avena (centro) se tornou professora como os pais e se considera bem sucedida na profissão que escolheu

situações do dia a dia. “Muitas vezes me pego falando como ela. Às vezes, dando conselhos para algum paciente, penso no que ela faria no meu lugar”.

A psicopedagoga Cláudia Santos Rosa Nascimento, 43, dá aulas há 25 anos para crianças de 7 a 10 anos em colégios do ABC. Para ela, quando o pai percebe que a criança tem curiosidade pela sua carreira,

deve incentivá-la sem ‘forçar a barra’. “Mostrar os prós e contras, o dia a dia e o ambiente de trabalho para a criança já é um ótimo começo”.

Segundo a especialista, apresentar ao filho os pontos positivos da própria carreira sem interferir nas suas aptidões e habilidades não é nada fácil. “Os pais acabam ‘puxando a sardinha para o seu lado’.

Porém se o filho já acompanha as dificuldades do dia a dia e mesmo assim se interessa pela profissão, qual é o pai que não vai incentivar?”.

Cláudia deu algumas dicas para que os pais orientem e ajudem seus filhos na escolha profissional. Na infância, recomenda que incentivem as crianças e favoreçam o contato do filho com a profissão pela qual demonstra interesse. Já na adolescência, sugere que estimulem o conhecimento pelas carreiras.

Pesquisar com os filhos, procurar diferentes cursos, ir conduzindo nesse momento crucial é fundamental. g

é difícil para as crianças e para os jovens assimilar tantas expectativas dos pais e saber o que de fato é desejo deles.

"Alguns filhos ficam confusos e não conseguem decidir entre fazer o que querem ou realizar a vontade dos pais, outros começam a rejeitar suas próprias escolhas e, também existem aqueles que ficam aborrecidos e chateados por gostar de coisas diferentes e ficam com medo de magoar os pais", falou a psicopedagoga.

A orientadora vocacional, Juliana Souza, 35, diz que as habilidades e desejos de uma pessoa são desenvolvidos ao longo da vida e é comum os jovens terem em mente uma profissão e quando percebem, não possuem vocação para aquela carreira. Nesse caso, o

melhor a fazer é pesquisar e procurar informações para esclarecer dúvidas.

"Além de conversas com os familiares sobre a profissão deles, a melhor forma de conseguir conhecimento é falar com amigos, professores e profissionais. Os pais devem orientar e não influenciar, é necessário saber respeitar e apresentar aos filhos a realidade e as dificuldades que a profissão tem", contou Juliana.

A orientadora vocacional diz ainda que a partir do momento que os pais percebem que os filhos desejam seguir outra carreira, é preciso apoia-los e ajuda-los a realizar o sonho de trabalhar com algo que proporcione satisfação. g

Novos empreendimentos crescem com a ajuda do Sebrae http://migre.me/j6J9O

12 - Rudge Ramos Jornal LUCAS ALENCAR

q O Parque Raphael Lazzuri está de cara nova desde o começo de abril. O espaço passou por uma revitalização para amenizar os desgastes provocados pelo tempo e receber melhor os cerca de 15 mil frequentadores que visitam o lugar semanalmente.

De acordo com a Secretaria de Serviços Urbanos, os banheiros foram reformados, os bancos, consertados, houve pintura da fachada, dos prédios e das pontes. Foi restabelecido o sistema de cascatas e construído um sistema de filtragem, além da poda de raízes das árvores que danificavam a pista de corrida. O playground foi restaurado. O custo das obras foi de R$ 700 mil.

A reforma ainda não foi finalizada, pois falta a instalação de um novo chafariz com iluminação de led, restauração das placas informativas e substituição das catracas de entrada e saída do parque.

Os frequentadores aprovaram a reforma, mas pedem que a administração mantenha o espaço em boas condições. “A pintura ficou bonita, as pontes e o chafariz também, mas é preciso fazer a manutenção e não esperar mais dois ou três anos para reformar tudo de novo”, disse o webdesigner Júlio Freitas, 42.

A aposentada Irene Menezes, 73, elogiou a pintura do chão da Academia da Terceira Idade, espaço com aparelhos de exercício para idosos, que, segundo ela, estava escorregadio e perigoso, mas acha que a manutenção não é obrigação somente da prefeitura.

“Não se pode exigir nada do governo se os frequentadores do parque não cuidam do que foi feito.”

A dona de casa Ângela Gusmão, 36, afirmou que, antes das obras, tentou reunir frequentadores do parque para exigir reformas, mas poucos se dispuseram a entrar em contato com a prefeitura. “Até enviei uma carta diretamente ao prefeito”, disse.

“Não sei se nossas reclamações ajudaram ou não, mas o importante é que a revitalização foi feita”, contou a psicóloga Vanessa Villela, 32, outra frequentadora do parque.

Apesar dos ajustes, a es-

CIDADE

Parque Raphael Lazzuri recebe

De 9 a 22 de Maio de 2014

FOTOS: LUCAS ALENCAR/RRJ

tudante universitária Karen Andrade, 26, não acha que a pista de corrida ficará melhor, pois as raízes já acidentaram o percurso. “Participo de circuitos de corrida amadores e fui

obrigada a ficar seis meses sem competir porque me lesionei no parque”, contou.

A Secretaria de Serviços Urbanos esclareceu, por meio da assessoria de imprensa da

prefeitura, que essa é a segunda revitalização realizada no Parque Raphael Lazzuri.

A primeira foi feita em 2012, com o conserto de calçadas e pontes. g

Obras contaram com a pintura da fachada, pontes e prédios, além da reforma da fonte e dos bancos

De 9 a 22 de Maio de 2014

Rudge Ramos Jornal - 13

14 - Rudge Ramos Jornal

CULTURA

De 9 a 22 de Maio de 2014

ABC tem representantes no Prêmio da Música Brasileira BRUNO YONEZAWA

q A região tem representantes no Prêmio da Música Brasileira, que chega à sua 25ª edição. Entre eles destacam-se a cantora Márcia Cherubin, de Santo André, a banda Capela, de São Caetano, e o vice-prefeito de São Bernardo e também músico, Frank Aguiar.

O evento é dividido em 16 categorias, como MPB, pop rock e instrumental. O idealizador do Prêmio da Música Brasileira, José Maurício Machline, declarou por entrevista via e-mail que “a música é seguramente o nosso maior bem cultural, reconhecida e admirada no mundo inteiro. Nem mesmo o pouco alcance do idioma impediu que nossos artistas sejam prestigiados, gravados e reconhecidos em todos os lugares”.

Para Machline, a música brasileira é a melhor do mundo.

“Seguimos produzindo um som rico e de qualidade impressionante”, afirmou.

O júri do evento é composto por 26 personalidades, como jornalistas, críticos e músicos, que deverão selecionar três finalistas em cada categoria.

O vencedor será revelado na

festa de entrega, que ocorre no dia 14 de maio, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Tradicionalmente, a premiação homenageia um artista.

Mas, neste ano, pela primeira vez, a homenagem será para um gênero musical, o samba.

Para o vocalista da banda Capela, Gustavo Rosseb, “o prêmio tira a ‘invisibilidade’ de algum artista menos reconhecido. É uma possibilidade de difundirmos nossa arte para o Brasil inteiro”.

O grupo concorre na categoria “Independente”, com o disco Música de Cabeceira.

“Não temos gênero definido, mas nos categorizam como uma mistura de MPB e folk”, afirma Rosseb. A banda existe desde janeiro de 2011.

A cantora e compositora Márcia Cherubin, de Santo André, concorre ao prêmio com dois discos, seu primeiro, Pobre Chão e o segundo, Mundos. Para Cherubin, “ter duas indicações já é uma conquista.

Ganhar o prêmio seria melhor ainda, porque, para uma artista independente, é uma das poucas formas de se conseguir reconhecimento pela mídia”.

Sobre o ABC, a composi-

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Frank Aguiar (esq.), Márcia Cherubin (acima) e Banda Capela (dir.) têm suas raízes musicais originadas na região tora afirma que a região é um verdadeiro “polo cultural”, mas faltam espaços para que os artistas sejam vistos pelo público. “Apesar da efervescência musical, existem poucos locais para a divulgação da nossa arte. Os que mais acolhem os artistas independentes são os SESCs (Serviço Social do Comércio).”

Já o representante de São Bernardo, Frank Aguiar, vê

o prêmio como um “troféu de reconhecimento” para os bons trabalhadores da música. “Vencendo ou não, o fato de ser indicado e lembrado é um prestígio. Significa que você batalhou bastante e todo seu trabalho rendeu”, contou. Segundo ele, o ABC é culturalmente rico. “A região é um berço para os ‘filhos do Nordeste’, além dos próprios paulistanos. Eu mesmo, que

vim do Piauí há 22 anos, me revelei aqui, nos bares e casa noturnas onde se toca música ao vivo.”

Aguiar concorre ao Prêmio da Música Brasileira com o álbum “Safadin”, que, de acordo com o artista, é do gênero forró moderno. “Ele é genuinamente brasileiro, sem raízes de outros países. Atualmente, o sertanejo universitário tem como base esse tipo de forró.” g

6 ROTEIRO q MÚSICA

TEATRO DANÇA Espetáculo Nu.cio A apresentação baseia-se em uma mulher japonesa que, na dança, revela seus segredos mais íntimos. Os dançarinos dão vida às fantasias da mulher fazendo com que os espectadores descubram os segredos mais profundos da mulher oriental. Os fatos se confundem sem deixar claro o que é realidade e o que é delírio. Recomendado para maiores de 14 anos. Sábado (10), às 19h. Centro Cultural Bairro Baeta Neves/Centro Livre de Artes Cênicas (Clac). Praça São José, sem número, Baeta Neves – São Bernardo. Entrada gratuita.

Banda 14 Bis A Banda 14 Bis, que teve seu início no final dos anos 70 em Belo Horizonte, realiza espetáculo no Teatro Paulo Machado de Carvalho, com os músicos Flávio Venturini, Cláudio Venturini, Hely Rodrigues, Vermelho e Sérgio Magrão. O grupo tem influência do Clube da Esquina e do cantor Milton Nascimento. O grupo traz para o ABC sucessos como “Caçador de Mim”, “Todo Azul do Mar” e “Espanhola”. Livre. Sexta-feira (16), às 21h. Teatro Paulo Machado de Carvalho - Alameda Conde de Porto Alegre, 840. Santa Maria São Caetano. Ingressos: R$100 (inteira), R$70 (promocional) e R$50 (meia entrada para estudantes e pessoas com 60 anos ou mais).

São cobrados apenas ingressos de crianças a partir de 7 anos.

Capitães de Areia Uma adaptação do livro de Jorge Amado de 1937. A obra conta a história de crianças abandonadas em Salvador. Juntos, eles tentam sobreviver em meio às dificuldades do cotidiano. Apresentação realizada pela Cia Brittos Produções. Adaptação e direção: Nando Britto. Elenco: Cassia Andrade, Janaina Morelato, Lucaz Felipe, Nando Britto, Ramon Leonidas, Roberto Ribeiro e Shawlin Ritsu. Recomendado para maiores de 12 anos. Sexta-feira (23), às 10h e às 20h. Teatro Lauro Gomes - Rua Helena Jacquey, 171, Rudge Ramos – São Bernardo. Ingressos: R$30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada para estudantes, pessoas com 60 anos ou mais). SERGIO NETO. g

Rudge Ramos Jornal - 15

ESPORTES

De 9 a 22 de Maio de 2014

CAIO DOS REIS/RRJ

Santo André/Apaba volta para o ginásio do município em disputa de campeonato SERGIO NETO

q Depois de aproximadamente um mês treinando e jogando fora de casa, o Santo André/Apaba volta a mandar seus jogos no Parque Celso Daniel, que passou por reformas de modernização e de infraestrutura.

O time andreense, que disputa a Divisão Especial A-1 do Campeonato Paulista Masculino, treinava nas quadras do Complexo Esportivo Pedro Dell’Antonia e realizava seus jogos no Ginásio do Joana Motta, em São Caetano.

Rodrigo Ítalo, 20, armador da equipe andreense, comentou como foi passar um tempo jogando e treinando em quadras diferentes. “Era meio estranho, como se nós jogássemos fora de casa.

Ninguém está acostumado com o espaço da quadra, aro e tabelas. Foi complicado, mas foi menos ruim do que eu imaginava.”

O desempenho da equipe andreense na casa provisória não foi tão ruim. De três jogos disputados na cidade vizinha, o primeiro resultou em derrota, mas os outros dois foram positivos para o Santo André/ Apaba.

Agora, com o Parque Celso Daniel reaberto, a equipe volta a reencontrar sua torcida dia 17 (sábado), às 18h, e o adversário é o América/Unirp/Rodobens/Smel/3m. O time andreense ocupa a terceira posição na classificação geral, com três vitórias e duas derrotas em um total de oito pontos, enquanto que o rival está na quinta colocação, com duas vitórias e três derrotas, totalizando sete pontos.

No dia 21, o time de basquete volta a jogar em casa, mas desta vez contra a equipe C.C. Bragança, às 20h. O Parque Celso Daniel está localizado na Avenida Dom Pedro 2º, em Santo André. A entrada é franca. g SERGIO NETO/RRJ

Time do ABC retorna ao ginásio do Pq. Celso Daniel

Metodista enfrenta a equipe do São José pelo Paulista de Handebol

Grupo comandado por SB venceu três partidas e perdeu outras duas na competição

CAIO DOS REIS

q A equipe masculina de handebol da Metodista/São Bernardo tem mais um desafio difícil fora de casa pelo Campeonato Paulista. Após duas derrotas, a equipe do ABC voltou a vencer na última rodada e agora enfrenta a equipe do São José na casa do adversário.

Na última rodada, a Metodista/São Bernardo enfrentou a Hebraica fora de casa. Com a volta de Jeison e Vinicius à equipe, o técnico SB contou com mais opções e a vitória do ABC veio por cinco gols de vantagem (28 a 23).

A equipe do ABC começou vencendo, mas viu o time da capital encerrar o primeiro tempo à frente do placar, por 14 a 13. Liderada pelo ponta Fábio Chiuffa, jogador da seleção brasileira adulta, a equipe do técnico SB voltou

Confira no rronline.com.br

DIVULGAÇÃO/FPHB

HOMENAGEM Na sessão desta quarta (7), a Câmara Municipal de São Bernardo aprovou projeto de lei para homenagear o ex-supervisor da seleção masculina de handebol e das equipes Metodista/São Bernardo, José Maria Passos (1952-2009), dando seu nome ao Centro de Desenvolvimento de Handebol do município.

melhor e conseguiu impor um bom ritmo ao jogo. Chiuffa foi o artilheiro da partida, com nove gols marcados.

“Conseguimos entrar mais concentrados nessa partida, o que foi fundamental para a nossa vitória. Esse jogo nos dá uma motivação extra para

a próxima rodada”, disse o ponta Vitinho, da Metodista/ São Bernardo.

A campanha da equipe do ABC no Estadual até agora é de três vitórias – contra Ribeirão Preto, Piracicaba e Hebraica – e duas derrotas – contra Pinheiros e Taubaté. g

‘Torcida pode fazer diferença’, comenta jornalista, após convocação da Copa 2014 http://migre.me/j6CMz

16 - Rudge Ramos Jornal VICTOR HUGO STORTI

q Na Copa do Mundo deste ano, a cidade de São Paulo vai abrigar milhares de visitantes que chegam para acompanhar o Mundial. O ABC, que faz parte da região metropolitana de São Paulo, acaba se tornando uma alternativa de hospedagem durante o evento.

A demanda de hóspedes que a capital vai receber gera uma alta nos preços das diárias dos hotéis. Além disso, muitos desses estabelecimentos já estão com as vagas totalmente preenchidas.

O presidente da ABIH-SP (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo), Bruno Omori, ressaltou que a primeira partida do torneio, Brasil x Croácia, no dia 12 de junho, deve ter a maior demanda do Estado durante a competição. “Toda uma cadeia produtiva da imprensa mundial é movimentada, além de todas as associações de futebol que assistem à abertura do evento”, afirmou.

Omori ainda acredita que o valor das diárias dos hotéis da capital é outro motivo que coloca a região em destaque para suprir a demanda em momentos de maior abrangência, prin-

ESPORTES

De 9 a 22 de Maio de 2014

Hotéis da região disponibilizam opções de hospedagem durante o período da Copa do Mundo VICTOR HUGO STORTI/RRJ

cipalmente na abertura e na semifinal. No entanto, ele alerta que há a necessidade de serem realizadas medidas promocionais. “É preciso um trabalho profissional mercadológico para fortalecer o turismo na região e

atrair negócios futuros.”

A gerente geral do hotel Blue Tree Towers Santo André, Heloisa Marcon, também atribuiu a distância como um fator decisivo para o ABC ser uma alternativa de hospeda-

Pampas, em São Bernardo, deve reservar 40% dos apartamentos para turistas do Mundial

gem durante a Copa do Mundo. “Estamos a apenas 26 quilômetros do estádio, ou seja, bem mais próximos que muitos empreendimentos da capital. Além disso, o acesso à Arena (em Itaquera) é muito fácil”, disse. Ela ainda acredita que as tarifas mais em conta também pesam a favor da região. “Apesar de valores mais atrativos, o padrão de qualidade é mantido.”

Heloisa explicou que a demanda para quartos no hotel ainda não engrenou, mas que o ABC possui outros pontos, como boas opções de lazer e

gastronomia, para atrair clientes durante o evento. “É natural que a procura se concentre na capital. Acreditamos que o movimento aumente com a aproximação das datas dos jogos.”

Já o diretor presidente do Pampas Palace Hotel em São Bernardo, Nelson Dalligna, afirmou que o hotel vai reservar cerca de 40% das vagas para receber hospedes que irão acompanhar a Copa do Mundo em São Paulo. “Também vamos aumentar o quadro de funcionários de 5% a 10% para este período.”

Dalligna também considera o acesso facilitado à capital como principal fator atrativo da região para acomodar turistas durante o Mundial. “A expectativa é que os hotéis do ABC fiquem sem vagas nesse período”, falou. g

Acesse o rronline.com.br e assista ao vídeo sobre o campo de Paranapiacaba:

migre.me/j6JBJ