RROnline - Edição 1.031

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» CULTURA

Produzido pelos alunos do Curso de Jornalismo De 26 de Fevereiro a 11 de Março de 2015 Divulgação

ANO 34 - Nº 1031

» MERENDA ESCOLAR

Promotor pede volta de duas refeições para alunos do município

Lauro Gomes recebe peça “A Culpa é das Estrelas”. Pág. 9 Câmara Municipal recebe documento do Ministério Público.

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Fotos: Leticia Gomes/RRJ

» SEM DIREÇÃO

Motoristas sofrem com falta de sinalização no novo trecho da rua Kara.

Pág. 3

» GERAÇÃO CANGURU Jovens adultos demoram para sair de casa. Págs. 6 e 7

» REPRESA BILLINGS Captação no sistema piora qualidade da água. Págs. 4 e 5


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POLÍTICA

RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

De 26 de Fevereiro a 11 de Março de 2015

DE OLHO NA CÂMARA

Ministério Público quer a volta das duas refeições na merenda Base aliada do PT na Câmara Municipal se reúne hoje com o prefeito Marinho para discutir a questão Guilherme Pimenta/RRJ

Guilherme Pimenta

O CORTE da merenda escolar em São Bernardo entrou na mira do Ministério Público (MP) paulista. Em reação à mobilização de entidades sindicais, educadores, pais e responsáveis, e políticos da oposição, o promotor de Justiça Jairo Edward de Luca esclareceu, em documento entregue no dia 25 na Câmara, que já enviou solicitação à Secretaria de Educação para que a prefeitura volte atrás da decisão de suspender a entrega normal do lanche dos estudantes. Desde o início das aulas, o cardápio da merenda mudou. Em vez de duas refeições, cada turno passou a ter apenas uma (os alunos da manhã perderam o café e os da tarde, o almoço). A medida revoltou os pais e responsáveis, que desde 11 de fevereiro, têm comparecido às sessões da Câmara Municipal para protestar. A alegação da prefeitura é a de que realizou estudos que atestam que há alunos com sobrepeso ou obesidade, desperdício de alimentos e o intervalo entre as refeições era inadequado. A mudança teria sido promovida em 80 das 200 escolas da rede municipal. Mas, segundo o MP, é preciso “mais tempo, mais estudo e mais discussões” para realizar a “adequação da merenda” e que esta foi feita de “forma aparente-

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Produzido pelos alunos do curso de Jornalismo da Faculdade de Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo

mente abrupta”. Equipes do MP passaram a visitar escolas para verificar o caso. Por isso, De Luca solicitou que a merenda retorne a todas as escolas municipais onde se têm verificado “impactos negativos”. Ontem (25), o promotor De Luca esteve na Câmara Municipal, onde entregou para o vereador da oposição, Júlio Fuzari (PPS), um documento em que esclarece sua visita ao prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), realizado na sexta-feira (20). “O procedimento adotado está trazendo consequências às crianças, pois está tirando o alimento delas”, falou Fuzari. Um grupo de pais esteve presente na sessão, porque

esperavam que a secretária da Educação, Cleuza Rodrigues Repulho, estivesse presente. Ela foi convocada pela Câmara no dia 11. Aos gritos de “meu lanchinho, vou comer”, defendiam o comparecimento imediato da secretária. Mas Cleuza não compareceu à casa para prestar explicações. A prefeitura tem até o dia 11 de março para informar a data desse comparecimento. Pelo artigo 192 do regimento interno da Câmara, caso não seja atendida a convocação, o presidente da Casa deve procurar obter esclarecimentos pela omissão, e, se necessário, consultar a Assessoria e a Comissão de Constituição, Justiça e Redação para que “se manifeste sobre o enca-

DIRETOR - Paulo Rogério Tarsitano COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO - Rodolfo Carlos Martino. REDAÇÃO MULTIMÍDIA - Editor-chefe - Júlio Veríssimo (MTb 16.706); EDITORA-EXECUTIVA E EDITORA DO RRJ - Margarete Vieira (MTb16.707); EDITOR DE ARTE - José Reis Filho (MTb 12.357); ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA - Maristela Caretta (MTb 64.183) EQUIPE DE REDAÇÃO: Alysson Rodrigues, Amanda Goulart, Amanda Guilhen, Bianca Santos, Cibele Garcia, Fernanda Cordeiro, Felipe Siqueira, Gabrielli Salviano, Girrana Rodrigues, Guilherme Pimenta, Larissa Pereira, Letícia Gomes, Marcelo Argachoy, Natália Scarabotto, Renan Muniz, Thaís Valverde, Vinícius Claro e alunos do 5º semestre de Jornalismo. TIRAGEM: 15 mil exemplares. Produção de Fotolito e Impressão: Diário do Grande ABC

Pais e responsáveis protestam na Cãmara Municipal pedindo o retorno de duas refeições por turno

minhamento e providências a serem adotadas”. Apresentada na sessão do dia 19, a Câmara ainda não conseguiu colocar em votação o requerimento de “moção de repúdio” à secretária, pedida por alguns vereadores. Líder do PT na Câmara, Luizinho não assinou o requerimento. “É devido ao fato de a oposição estar aproveitando o momento para fazer ‘politicagem’, e aqui é uma casa de lei”, afirmou o vereador. A base governista da

CONSELHO DIRETOR - Presidente: Dr. Paulo Borges Campos Jr. – Vice - Presidente: Aires Ademir Leal Clavel - Secretário: Dr. Oscar Francisco Alves Jr. - Titulares: Pr. Afrânio Gonçalves Castro, Augusto Campos Rezende, Esther Lopes, Jonas Adolfo Sala, Pr. Marcos Gomes Tôrres, Ronilson Carassini e Valdecir Barreros - Suplentes: Nelson Custódio Fér e Robson Ramos de Aguiar. REITORIA - Reitor - Marcio de Moraes, Pró-Reitora de Graduação - Vera Lúcia G. Stivaletti, Pró-Reitor de Pós-Grad. e Pesquisa - Fábio Botelho Josgrilberg DIRETORES - Sérgio Roschel (Diretor de Finanças e Controladoria), Daví Nelson Betts (Diretor de

casa se reúne hoje (26) com o prefeito Luiz Marinho (PT) para discutir a questão. “[A merenda] vai voltar sim, é o que nós queremos, mas não é decisão do Legislativo”, disse o petista. No início da sessão, o presidente da Câmara, Luiz Ferrarezi (PT), explicou que o documento de convocação de Cleuza já foi enviado ao Executivo. E disse que os vereadores estão sempre dialogando com o prefeito. “Nos próximos dias vamos ter uma solução sobre essa questão”, relatou. O vereador oposicionista Juarez Tudo Azul (PSDB) disse que essa situação não deveria nem ter começado, e defende a retomada da distribuição da merenda. “Foi uma infelicidade da secretária, com anuência do Executivo. Não representa quase nada no orçamento da educação.” Servidores públicos A sessão de ontem também foi marcada pela apresentação da pauta de reivindicações do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais e Autárquicos) para o ano de 2015. A categoria cobra aumento real do salário em 4,5%, “baseado no índice de crescimento da cidade”. Além disso, o Sindserv quer a reposição das perdas inflacionárias do período de março de 2014 a fevereiro de 2015 pelo índice de inflação. Os vereadores da base aliada demonstraram boa vontade com as reivindicações da categoria. 

Tecnologia e Informação), Paulo Roberto Salles Garcia (Diretor de Comunicação e Marketing), Débora Castanha (Diretora do Ensino Básico), Carlos Eduardo Santi (Faculdade de Exatas e Tecnologia), Vera Lúcia Gouvea Stivaletti (Faculdade de Humanidades e Direito), Fulvio Cristofoli (Faculdade de Gestão e Serviços), Luciano Venelli Costa (Faculdade de Administração e Economia), Paulo Rogério Tarsitano (Faculdade de Comunicação), Rogério Gentil Bellot (Faculdade de Saúde) e Paulo Roberto Garcia (Faculdade de Teologia). INOVAÇÃO E MARKETING: Luciano Sather (diretor)


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CIDADE

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DE OLHO NA CIDADE

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Letícia Gomes/RRJ

Falta sinalização em novo trecho da rua Kara Prefeitura diz que só após final das obras as indicações serão instaladas Girrana Rodrigues Letícia Gomes

O NOVO trecho de extensão da rua Kara, localizado entre as avenidas Senador Vergueiro e Aldino Pinotti, foi inaugurado no final de outubro do ano passado, mas muitos condutores que “trafegam” pela região ainda desconhecem o novo caminho por falta de sinalização nas proximidades. A duplicação da via possibilita que os motoristas que estão na avenida Kennedy acessem diretamente a avenida Aldino Pinotti, ou

sigam em direção à avenida Pereira Barreto. Mas não há nenhuma placa ou faixa que indique a existência da nova rota. Mesmo quem já está acostumado a dirigir pela cidade é afetado pela falta de sinalização. “Quando o novo trecho abriu, nenhuma placa indicava que poderia ser utilizado. Fui avisado por um amigo. Se as pessoas fossem informadas sobre o novo caminho, o trânsito diminuiria na av. Lucas Nogueira Garcez”, disse o taxista Raimundo de Souza, 58. O motorista Marcos Cruz, 52, que faz entregas

pela região, também relatou dificuldade na primeira vez em que passou pelo local. “Na primeira vez que fui fazer uma entrega, utilizando o novo trecho, me perdi.” Eduardo Azzone, 38, é morador do bairro desde que nasceu e aguardava para utilizar o novo caminho desde o início da obra. “Ele facilitou o acesso, mas as pessoas que não são daqui não sabem dessa nova opção.” Uma delas é a instrumentadora cirúrgica Vanessa Ribeiro, 33, que mora em Mauá e passava de carro pelo primeiro trecho da

rua Kara. “Estou fazendo uso do GPS, pois não há placa de sinalização. Ela ajudaria quem não conhece bem o local.” Mesmo sem suas obras finalizadas, o trecho da rua Kara já é preferência de muitos motoristas. É o caso de Endrigo Digory, 34, que diz acreditar que o trânsito na av. Lucas Nogueira Garcez já diminuiu. “Passo quase todos os dias aqui para acessar a Vergueiro.” Fim das obras Procurada pela reportagem por e-mail, a Prefeitura de São Bernardo, por meio da Secretaria de Transpor-

Novo trecho da rua Kara, inaugurado no final de outubro, ainda não possui placas que indiquem acesso às avenidas Aldino Pinotti e Vergueiro

tes, declarou em nota que, após o termino das obras que estão ocorrendo no local, o entorno das avenidas será sinalizado com placas de orientação. O projeto de duplicação da rua Kara foi iniciado em fevereiro de 2014 com a finalidade de criar uma ligação entre a av. Senador Vergueiro e a av. Pereira Barreto. O objetivo era diminuir o trânsito na região do Paço municipal e na av. Lucas Nogueira Garcez. A obra deveria ter sido entregue em maio. No entanto atrasou, sendo concluída no final de outubro de 2014. Os 600 metros de rua foram construídos no terreno que antigamente pertencia à fábrica Tognato e teve investimento de R$ 1,6 milhão. 


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REGIÃO

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Alysson RodriguesRRJ

Sistema Rio Grande, braço principal da represa Billings, abastece cerca de 1 milhão de pessoas em São Bernardo, Diadema e parte de Santo André

Maior captação da Billings pode piorar qualidade da água Especialistas afirmam que a concentração de poluentes deve aumentar e trazer riscos à saúde Amanda Goulart Thaís Valverde

COM 83,4% de volume armazenado, segundo consta no site da Sabesp do dia 25, o sistema Rio Grande, braço principal da represa Billings, é cogitado pelo governo do Estado de São Paulo como uma das soluções para a crise hídrica. No entanto, para especialistas, a água do reservatório está poluída e, ao captar mais, a qualidade da água pode ficar ainda mais comprometida. Para o professor de engenharia química da Unifesp do campus de Diadema, Werner Hanisch, há perigos em captar mais água do reservatório. “A qualidade vai piorar. Imagine que tem uma quantidade de

poluentes sendo jogados na represa. Se você diminui o volume de água, a concentração desses poluentes acaba ficando maior. Existe, sim, a possibilidade de uma piora na qualidade da Billings”, disse. Hanisch disse também estar preocupado em relação ao monitoramento da qualidade da água. “Com aumento da demanda de água, a Sabesp precisa aumentar o monitoramento de pH, cor, coliformes, pois a condição da água já está ruim”, falou o professor. A Sabesp informa no site que realiza monitoramentos por meio de amostragem por equipes da própria empresa, com frequências que variam de duas vezes por semana a mensal. Por meio de nota, a empresa também informou que

um dos projetos apresentados pelo governo de São Paulo ao governo federal para ampliar o abastecimento na Billings é a interligação do rio Pequeno (outro braço da Billings) ao rio Grande. Ainda segundo a nota, a medida acrescenta mais 2,2 metros cúbicos por segundo (m³/s) à produção do Sistema Rio Grande para enviar para o Sistema Alto Tietê, que atualmente é o segundo reservatório com menor capacidade de armazenamento depois do Cantareira. A companhia não informou qual o custo da obra e o prazo para que fique pronta. Atualmente, são captados 7,7 m³/s de água da represa Billings para consumo humano, sendo 5,5 m³/s do

braço Rio Grande e 2,19 m³/s do braço Taquacetuba, que são transferidos para o Guarapiranga. Mais de 1 milhão de pessoas de três cidades do ABC (São Bernardo, Diadema e parte de Santo André) são abastecidas pelo sistema Rio Grande. A bióloga e professora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Marta Marcondes, fez uma análise recente na área mais comprometida da represa Billings, na região da Usina da Pedreira, em Pinheiros, São Paulo. Foi detectada uma concentração de coliformes fecais 100 vezes maior do que o estabelecido pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), com bactérias que causam gastroenterite, infecção urinária, diarreias

com sangue e até perfuração do intestino. Já no braço do Rio Grande, estão presentes em altas quantidades as cianobactérias – que provocam coloração verde e odor - provenientes da decomposição de materiais orgânicos. “No esgoto, também estão presentes hormônios, antibióticos e metais pesados. Desconheço tratamento que consiga eliminar estas substâncias”, disse Marta. A reportagem solicitou entrevista com a Sabesp, mas a companhia respondeu por e-mail que não estava disponível para esclarecimento. E em nota divulgou que possui tecnologia que permite a transformação de água poluída em água potável por meio de tratamento. 


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REGIÃO

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Moro aqui há 21 anos e é a primeira vez que está com esse cheiro tão forte. Acredito que seja pelo nível baixo dos reservatórios.” Ironildo Botton

Precisamos recuperar os mananciais, coletar e tratar os esgotos e investir em educação ambiental nas escolas e para a sociedade.” Virgílio Farias

advogado

morador

Foto: Letícia Gomes/RRJ

Leia a íntegra da nota da Sabesp

   Volume dos sistemas - dia 25/02

Cantareira:

Alto Tietê:

10,8% 18,3%

Guarapiranga:

Mau cheiro Os mananciais ocupados, o desmatamento, e a falta de coleta e tratamento de esgoto alteraram a paisagem da represa. O mecânico e presidente da Associação de Moradores Amigos do Bairro Jardim Pinheirinho, em São Bernardo, Ironildo Botton, reclama do mau cheiro. “Moro aqui há 21 anos e é a primeira vez que está com esse cheiro tão forte. Acredito que seja pelo nível baixo dos reservatórios.” O advogado ambientalista e membro do MDV (Movimento em Defesa da Vida), Virgílio Farias, disse que há 30 anos vem alertan-

Alto Cotia:

58,7% 36,4 %

Rio Grande:

Rio Claro:

83,4% 35,5%

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do o governo. “O Estado, por meio da Cetesb e da Sabesp, sempre olhou a represa como um ‘pinicão’. Desde 1984, dissemos que a Grande São Paulo não poderia sobreviver sem a represa Billings do ponto de vista social e econômico”. Para o advogado ambientalista é preciso olhar a Billings não como um depósito de esgoto, que vai apenas tratar e dar a população. “Precisamos recuperar os mananciais, coletar e tratar os esgotos e investir em educação ambiental nas escolas e para a sociedade”. 

“HÁ MUITOS anos, a tecnologia permite a transformação de água poluída em água potável através de tratamento. Por essa razão, há quase 60 anos a Sabesp utiliza água da Represa Billings por meio do rio Grande e do Taquacetuba, dois dos seus braços. O Sistema Rio Grande é de 1958 e a água do Taquacetuba é retirada desde o ano 2000. Do rio Grande são captados 5,5 m3/s e do braço do Taquacetuba (também contribuinte da Billings e cuja água vai para o Guarapiranga) são 2,19 m3/s. A capacidade do Sistema Rio Grande é de 112 milhões de metros cúbicos. Somando-se Sistema Rio Grande e Taquacetuba, a água fornecida pela Billings é de 7,69 m3/s, o que dá para atender cerca de 2,3 milhões de pessoas, equivalendo a mais de um terço do Cantareira ou metade do Sistema Alto Tietê. Além disso, a Billings contribui com o rio Cubatão, cujas águas são utilizadas para o abastecimento do litoral paulista. Essa contribuição ao rio Cubatão representa água para abastecer cerca de 250 mil pessoas. Um dos projetos apresentados pelo Governo de São Paulo ao Governo Federal no final do ano passado e aprovado para entrar no PAC é a interligação do rio Pequeno (outro braço da Billings) ao rio Grande, que acrescenta mais 2,2 m3/s à produção do Sistema Rio Grande. É importante salientar que isso aumentará a contribuição do Rio Grande, que através da interligação de sistemas já tem ajudado a diminuir a demanda do Cantareira.” 


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COMPORTAMENTO

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Pais embalam geração canguru Demora de jovens para sair de casa aumenta nos últimos 12 anos, aponta levantamento do IBGE Natasha David/RRJ

Natasha David

SÃO CONHECIDOS como “Geração Canguru” os filhos entre 25 e 34 anos de idade que ainda moram com os pais. Em 2002, um a cada cinco jovens nessa faixa etária viviam com a família, até o final de 2012, esse número mudou para um em cada quatro, segundo o estudo “Síntese dos Indicadores Sociais – Uma análise das condições de vida da população brasileira”, feito pelo IBGE. Essa pesquisa mostra que dentro de dez anos houve mudanças no comportamento das famílias brasileiras. O levantamento aponta que as exigências do mercado de trabalho são a principal razão para que pessoas dentro dessa faixa etária permanecem morando com os seus familiares. São 14% desses jovens que continuam estudando, contra 9% que não têm nenhuma ocupação. Segundo a doutora em Sociologia pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Luci Praun, as diferenças encontradas pelo IBGE dentro desses dez anos se devem principalmente à situação econômica do país e não somente ao comportamento das famílias brasileiras. “Na maioria dos casos, eles trabalham, estão estudando ou estão buscando se inserir no mercado de trabalho. O problema é que esse mercado mudou e os salários não conseguem mais fazer com que eles se mantenham pagando aluguel ou uma casa própria e também uma universidade, que já virou uma exigência”, disse. O consultor tributário William Santos Cavalheri, 25, faz parte dessa geração. Formado em direito e pós graduado em planejamento tributário, Cavalheri acredita que planejar e estipular metas são as principais soluções para conseguir sair de casa. Ele prevê que, em dois ou três anos já consiga morar com a sua noiva e manter o mesmo padrão de vida que tem hoje em dia. “No meu trabalho de consultoria, quanto mais bem capacitado eu estiver

Vilma espera que os filhos só saiam de casa quando estiverem preparados para enfrentar os gastos de construir uma vida sozinhos

Aqui em casa eles têm casa, comida e roupa lavada todos os dias.” Vilma Cardoso Dentista

em diversas áreas, é melhor. Então, os cursos que eu tenho feito, inclusive de idiomas, são muito importantes”, disse William, morador de Santo André. Pais Já os pais não se importam em continuar arcando com as despesas dos seus filhos e até preferem que eles só saiam de casa quando se sentirem preparados para enfrentar as suas próprias responsabilidades. A dentista Vilma Mattos de Oliveira Cardoso, moradora de São Caetano, tem três filhos. Desses, dois deles, Bruno, 29, e André, 27, são “cangurus”. Já a filha, Giovana, 23, ainda não integra essa geração. Para Vilma, deixando

de ter gastos, eles poderão investir no futuro. “Acredito que eles estejam trabalhando e estudando para conseguir alguma coisa só deles. Aqui eles têm casa, comida e roupa lavada”. Dos três, dois continuam estudando. Mas todos trabalham desde os 18 anos. Só para casar. É o que diz o pai do Lucas Vinícius da Silva, 25, sobre os filhos saírem de casa. Ele e a mulher sabem que os filhos já possuem condições suficientes para se sustentarem, mas preferem que os dois não saiam de casa para morar sozinhos. E acrescenta ainda que estarão presentes para ajudar sempre que precisarem. “Vamos continuar ajudando quando eles decidirem sair de casa. Eles estão dentro dos nossos planos para o futuro”, afirmou Mario Luiz da Silva, pai de Lucas. Formado em Sistemas da Informação, Lucas nunca se sentiu confortável em depender dos pais depois que completou a maioridade. Entende a preocupação

No Brasil

60% é o percentual de homens na faixa de 25 à 34 anos que ainda moram com os pais e

40% são mulheres

deles e acredita que só sairá de casa se for mesmo para casar, mas isso não elimina algumas responsabilidades que é ajudar com as despesas mensais e sustentar os seus próprios gastos. Ele conta também que mesmo com a primeira graduação, o MBA em gerenciamento de projetos e o curso de línguas, o mercado de trabalho continua exigindo a atualização constante do profissional e por isso, uma

nova pós graduação já está dentro dos seus planos para o futuro e ele sabe que pode contar com os seus pais. Os valores dentro de casa e na sociedade como um todo mudou após esses 12 anos e isso se deve a diversos fatores, como a crise econômica, a maleabilidade dos pais diante da educação dos seus filhos e também as exigências encontradas no mercado de trabalho, o que torna essa tendência cada vez mais comum e com probabilidade de crescimento para os próximos anos. A socióloga Luci não vê problemas nessa mudança e diz que a adaptação das famílias brasileiras foi muito boa em relação a ter seus filhos mais tempo dentro de casa. No passado, a saída “cedo” era mais um desejo da juventude para ter sua liberdade do que uma imposição dos pais e isso se deve a um contexto histórico, social e econômico, mas que no geral não traz grandes problemas para o crescimento e amadurecimento desses jovens “cangurus”. 


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COMPORTAMENTO

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Efeito bumerangue pode ser bom Victória Rodrigues

MUDAR da casa dos pais é um passo importante na vida de qualquer adulto. E por mais que essa geração venha adiando tal decisão, ela ainda acontece. Porém, hoje o retorno para o velho lar, quando a mudança não dá certo, é bem mais aceitável e pode até fazer bem para o relacionamento familiar. Na maioria dos casos, são jovens que saíram cedo demais para estudar ou trabalhar e que por um motivo ou outro fizeram o caminho de volta. É a chamada “geração bumerangue”. É o caso da coordenadora de marketing Fernanda Ferrão, que aos 23 anos saiu de casa para trabalhar fora do Brasil. Hoje, aos 30, ela afirma que está feliz morando com seus pais, mas pretende sair novamente. “O bom de morar com os pais é o conforto. E o bom de não morar é ganhar um pouco mais de

liberdade”, afirmou. Os pais de Fernanda sempre apoiaram a decisão da filha sair de casa, mas a mãe, Tânia Ferrão, 56, conta que é difícil quando isso acontece. “A gente não conseguia dormir em paz, ficava sempre na frente do computador para falar com ela. Muda emocionalmente na vida de gente.” A família mora em São Caetano. Com o designer Wesley Vargas, 23, não foi diferente. Ele saiu de casa para estudar e não tinha a menor intenção de voltar. Porém a bolsa de estudos que ganhou para estudar em Portugal tinha data de validade e ele não conseguiu permanecer no país. “Não queria voltar, percebi mais isso quando cheguei lá fora, mas acabei não tendo outra escolha.” Segundo ele, a mãe é muito “coruja” e sempre preferiu que o filho morasse com ela mesmo sabendo da enorme vontade dele de continuar morando no exterior. Wesley

afirma que pretende voltar para fora do país, mas assume que o retorno teve muitos benefícios para a relação com os pais. “Hoje, eu já ajudo e pago algumas coisas. Então, essa volta me fez participar bem mais de casa.” Relacionamento Há quem afirme que o relacionamento com os pais muda quando os filhos saem de casa e, principalmente, se voltam. Para a psicóloga Paula Carvalhaes, quando os filhos saem, os pais acabam se vendo frente a frente com sua própria vida. Se o relacionamento do casal for bom, fica mais fácil superar essa saída. Porém, segundo a especialista, se um filho volta, há um grande conflito porque ele se entende como um adulto mesmo tendo voltado para a casa dos pais, mas o casal tem dificuldade de aceitar que o filho cresceu. “Quando ele volta ele acha que vai continuar tendo a mesma liberdade, porém

Estudantes migram em busca de crescimento Renan Sukevicius

ENQUANTO uns preferem morar com os pais por muitos anos, outros optam por deixar o conforto da comida pronta e das roupas lavadas para estudar em outra cidade. Sozinhos ou em repúblicas, se virar sem a presença dos familiares pode ser desafiador para quem acabou de fazer 18 anos. O estudante de ciência e tecnologia Pedro Leite Oliveira sentiu na pele a mudança na rotina quando passou no vestibular da Universidade Federal do ABC e se mudou de Santos para Santo André. “Há uns dois anos eu tive depressão, não só pela saudade dos pais, mas por dificuldade de adaptação. Por seis meses minha mãe morou comigo aqui”, disse o estudante, hoje com 22 anos. Atualmente, Pedro divide um sobrado no bairro Bangu, em Santo André, com mais cinco colegas, todos santistas. A sala com dois sofás e uma televisão sobre uma mesa improvi-

sada é o ambiente em que eles ouvem música, fazem refeições e resolvem os problemas do dia a dia de uma casa. Durante a reportagem, feita por volta do meio-dia, na cozinha da república algumas linguiças iam sendo cozidas e em outra panela era preparado o arroz. Os rapazes admitiram não fazer aquela comida de mãe, mas afirmam que se viram bem no fogão e conseguem ter uma outra alternativa além do “bandejão” da universidade. Perto da escada que dá acesso ao andar superior fica pregado na parede um quadro com todos os gastos mensais. Na relação está o nome de todos os moradores e quanto cada um tem que pagar de água, luz e aluguel. Segundo eles, as despesas são quitadas em dia e um cobre o outro, quando necessário. Os jovens afirmam que o relacionamento é tranquilo e que tudo acontece sem problemas, porém o estudante de física Marcos Marques, 20, admite: “Tem uns desacordos, mas é nor-

para os pais ele ainda é o filhinho deles e querem que ele dê satisfações.” De acordo com Paula, esse é um “luto” que os pais têm que superar e que acaba ficando mais fácil quando o casal tem outro filho. Ela acredita que é necessário ser feito um corte simbólico e que essa saída é um dos “partos” da vida. “Os pais têm que fazer o luto do filho que se vai e do filho que cresceu e não é mais pequenininho.” A psicóloga Dorian Rojas, 55, já passou por essa experiência três vezes. Na primeira vez, a filha, Lara Finochio, 27, saiu de casa com apenas 17 para morar com o pai que na época estava doente. Na segunda vez, ela casou e foi morar com o companheiro. Porém o casamento não deu certo e ela voltou para a casa da mãe. A última tentativa de sair de casa foi no ano passado, quando ela conseguiu um emprego

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Não queria voltar, percebi mais isso quando cheguei lá fora, mas acabei não tendo outra escolha.”

Wesley Vargas Designer

em São Paulo e foi morar sozinha, mas as oportunidades de trabalho na cidade não foram muito promissoras e ela voltou novamente a morar com a mãe. Para Dorian, ter a filha com ela nunca foi um problema. “Todas às vezes eu a recebi de braços abertos como se nada tivesse acontecido, e ela sabe que todas as vezes que ela for embora ela pode voltar.” Lara disse que todas as vezes que saiu não pretendia retornar, principalmente quando casou. “Eu pretendo sair de casa de novo agora só se for para trabalhar em São Paulo novamente, porque ainda pretendo voltar pra lá. Ou então casar de novo, mas não estou pensando nisso agora. Estou mais focada no meu emprego.” 

Renan Sukevicius/RRJ

Eu não vou voltar para casa dos meus pais, mas isso tem um preço a ser pago.” Pedro Leite Oliveira Estudante

Alunos afirmam que têm boa convivência morando juntos

mal”, respondeu em meio às risadas dos demais. Nesses quase três anos de convivência, os estudantes também vivenciaram situações inusitadas, como quando um médico morou com eles por um mês. “Ele tinha 50 anos. A cama dele era no sofá. Ele havia se separado da mulher e veio morar com a gente.”, lembrou Marcos. Quando questionados se pensam em voltar para casa, todos dizem que retornariam para Santos, mas não para o apartamento dos pais. “Eu não vou voltar para casa dos meus pais, mas isso tem um preço a ser pago”, disse Pedro, que pretende conseguir um em-

prego em São Paulo quando se formar. Oportunidades A ideia de que as grandes cidades podem oferecer mais chances de trabalho ainda influencia na decisão de migrar. A estudante de turismo Isabella Nora, 20, saiu de Santa Bárbara d’Oeste, na região de Campinas, para fazer faculdade em São Paulo. Deixar uma cidade de quase 200 mil habitantes para viver na rotina frenética dos 20 milhões da grande São Paulo assustou Isabella. “Eu era uma menina do interior que não andava de ônibus, e quando comecei a estagiar, a empresa ficava

perto do metrô Tietê. Eu atravessava a cidade. Tive que meter a cara, mesmo.” Ela divide um apartamento com o irmão em São Bernardo, que também saiu cedo da casa dos pais para estudar. Hoje, ele está formado e os dois equilibram as contas do mês com o apoio financeiro dos pais. A estudante conta que agora já se adaptou, mas que sente uma grande diferença no relacionamento com as pessoas. “Em São Bernardo eu levei quase três anos para entrar na casa do meu melhor amigo. No interior, se você conhece alguém em um churrasco ou na padaria, a pessoa te convida para ir à casa dela e você vai”, lembrou. Agora, Isabella se prepara para dar um salto maior. Ela pretende aprender inglês na Ilha de Malta, na Europa. E, quando voltar para o Brasil, a capital paulista será seu destino. “Não me vejo mais em Santa Bárbara.” 


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CULTURA

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De 26 de Fevereiro a 11 de Março de 2015

Leitura deve ser estimulada desde a infância

Maristela Caretta/RRJ

Biblioteca Monteiro Lobato disponibiliza Clubinho Amigos da Leitura para crianças e busca incentivar o gosto pela literatura Amanda Guilhen Gabrielli Salviano

LER É UMA prática benéfica desde a infância. A leitura ajuda a desenvolver outras habilidades, enriquecendo o vocabulário e estimulando a imaginação e estabelecendo novas amizades. Mas é preciso seguir critérios para que esse hábito auxilie no desenvolvimento cultural. Para a coordenadora do curso de Pedagogia da Universidade Metodista, Silvia Perrone, bons livros para crianças são os que têm texto instigante e boas ilustrações. “Também é preciso evitar estereótipos, como histórias em que o negro é empregado e o rico é o loiro de olhos azuis”. Ana Silvia Moço Aparicio, docente de Pedagogia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), acredita que a criança não precisa saber ler para ser incentivada. “Desde pequenos, podemos usar livros com imagens, por exemplo. O importante é inserir essa criança no mundo da leitura. Até que ela chegue ao ensino médio e crie gosto por grandes autores”, disse. Pensando nisso, a Biblioteca Monteiro Lobato, em São Bernardo, realiza encontros mensalmente com os pequenos no Espaço Criança, para estimular o hábito desde cedo. O Clubinho Amigos da Leitura, que teve o nome escolhido pelos leitores mirins, determina um título para que eles possam desenvolver as atividades, como brincadeiras e debates. A agente literária Regina Cezário explica que os pequenos retiram os livros com os pais e depois voltam à biblioteca uma vez por mês, para discutir o conteúdo com outras crianças. “Este

programa existe para abrir o horizonte, mostrar o universo literário que existe. Mas é preciso incorporar a parte lúdica, a brincadeira”, explicou. Antes, os pais também participavam das reuniões, mas foi criado um clube de leitura para os adultos que acontece paralelamente na biblioteca. Regina explica que a separação aconteceu para deixar as crianças mais autônomas. “Quando eles ficavam juntos, só os pais falavam, e nós pensamos que elas não teriam livre expressão”. A pedagoga Silvia Perrone fala que toda iniciativa que busca incentivar a leitura é bem vinda, mas há o risco de burocratizar essa prática, tornando algo metódico ou obrigatório. A pedagoga defende que as crianças devem ter os mesmos direitos de qualquer leitor. “A criança tem o direito de não gostar de

Clube de leitura seleciona uma obra mensalmente para ser discutida pelas crianças; leitores mirins podem escolher outros títulos e gêneros pelos quais se interessem

uma história e trocar o livro. Acredito que temos que oferecer diferentes temas, autores, culturas, para que as crianças possam escolher”, afirmou. O objetivo inicial do clubinho era propor um gênero literário para que as crianças escolhessem uma história. Agora, elas retiram livros específicos, mas não precisam se limitar apenas a essa obra. “Tinha um me-

nino que só lia gibis, mas ele disse que queria ler coisas mais difíceis”, contou. A especialista Silvia Perrone acredita que as escolas também precisam se engajar na concepção de leitura, porque às vezes elas mesmas burocratizam, fazendo a criança ler só porque tem prova ou o professor mandou. “Um bom projeto seria as escolas terem bibliotecas

itinerantes para as crianças levarem livros, mas não para fazer ficha-técnica, mas sim pelo prazer de levar e escolher aquilo que quer ler”, disse Silvia, que defende a criação de espaços de leitura mais livres. Serviço:

Clubinho Amigos da Leitura Biblioteca Monteiro Lobato Rua Jurubatuba, 1415, Centro. Gratuito. 


RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

CULTURA

De 26 de Fevereiro a 11 de Março de 2015

ROTEIRO

INFANTIL

9

“A Revolução dos Vira-latas” Fotos: Divulgação

Fernanda Cordeiro

TEATRO

A PEÇA fala de um porco, um gato e um cachorro que moram nas ruas e se alimentam das sobras de comidas encontradas no lixo da cidade, mas um dia percebem que seu alimento está sumindo e elaboram um plano para descobrir quem está roubando

sua comida. Sábado (28) e domingo (1/03), às 16h. Livre. Teatro Santos Dumont – avenida Goiás, 1.111 – Bairro Santo Antônio – São Caetano. Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia entrada para estudantes e idosos com mais de 60 anos).“

“A Festa de Aniversário da PeppaPig”

“A Culpa é das Estrelas, ok?” INSPIRADO no livro do escritor americano John Green, a peça conta a história de dois jovens que se amam e lutam contra o câncer. Sábado (28), às 21h. Teatro Paulo Machado

– alameda Conde de Porto Alegre, 840 – Santa Maria – São Caetano. Domingo (1º), às 19h, Teatro Lauro Gomes, rua Helena Jacquey, 171 – Rudge Ramos – São Bernardo. Ingressos: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia entrada para estudantes e idosos com amis de 60 anos). Livre

PEPPA lembra para a família que é seu aniversário, no entanto sua mãe diz que não vai ter festa porque ela precisa se concentrar na feira de ciências da escola. Mas o que Peppa não sabe é que a mãe está preparando uma surpresa para ela. Sábado (28), às 16h. Livre. Teatro

Elis Regina - avenida João Firmino, 900 – Assunção São Bernardo. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia entrada para estudantes, professores da rede pública, crianças de até 12 anos, idosos com mais de 60 anos e com a apresentação da filipeta promocional).

MÚSICA

“Rita Lee Mora ao Lado – O Musical” O MUSICAL é uma adaptação do livro “Rita Lee Mora ao Lado – Uma Biografia Alucinada da Rainha do Rock” escrito por Henrique Bartsch, assim como na obra o espetáculo mistura ficção com realidade para contar a história da cantora desde os anos 60 até os dias de hoje. Sexta (6), às 21h30, sábado (7), às 21h30, e domingo (8), às 18h. Recomendação 14 anos. Teatro Municipal de Santo André – Praça IV Centenário, 1 – Centro – Santo André. Ingressos: R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia entrada para estudantes e idosos com mais de 60 anos).

Selvagens à Procura da Lei

A BANDA Selvagens à Procura da Lei começou em 2009 em Fortaleza. O grupo tem influências de bandas como Legião Urbana e The Strokes. No show a banda apresentará músicas do último álbum homônimo lançado em 2013, além de canções inéditas do novo CD que

Confira no rronline.com.br Livros viram inspiração para o cinema 

será lançando no segundo semestre. Sábado (14), às 20h. Recomendado para maiores de 14 anos. Sesc Santo André – rua Tamarutaca – Vila Guiomar, 302 – Santo André. Ingressos: R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia entrada). 

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10 ESPORTES

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De 26 de Fevereiro a 11 de Março de 2015

São Bernardo investe em “veteranos” no 1º semestre Atletas como Alex Silva e Cañete estão no elenco para a disputa da Série A-1 do Campeonato Paulista Divulgação

Alysson Rodrigues Guilherme Pimenta

PARA O primeiro semestre deste ano, o São Bernardo investiu em jogadores renomados para disputar o Campeonato Paulista da divisão principal. Atletas como Alex Silva, Vicente, Cañete e Magal chegaram ao Tigre no começo deste ano. Uma das metas é obter uma vaga na Série D do Brasileiro deste ano. Para isso, é preciso ser uma das duas equipes que mais somem pontos no torneio paulista, na somatória geral. O zagueiro Alex Silva, 29, com passagens por São Paulo, Flamengo, Cruzeiro e Hamburgo da Alemanha, foi o principal reforço para a temporada. Apesar disso, o defensor ainda não atingiu uma sequência de jogos.

Em seis partidas, o jogador só participou de duas. Na segunda rodada, contra o XV de Piracicaba, atuou como titular, que terminou com a vitória do Tigre (2x1). Depois, contra o Capivariano, estava na reserva e atuou pouco mais de cinco minutos, no empate por 1 a 1. No meio-campo, para ser responsável pela criação das jogadas do Tigre, chegou o argentino Marcelo Cañete, 24, que já foi designado para ser o camisa 10. Ele foi contratado por empréstimo via São Paulo Futebol Clube, com contrato válido até o fim do Estadual, em maio. Diferentemente de Alex Silva, Cañete só não atuou nas duas primeiras rodadas do campeonato. Para compor a linha defensiva, também foram contratados dois laterais esquerdos: Magal e Vicente. Mas, devido ao estilo de

jogo adotado por Edson Boaro, ambos estão sendo titulares. Enquanto Vicente atua na sua posição de origem, Magal está jogando mais avançado pelo lado esquerdo do meio-campo. Por estar atuando nessa nova função, o jogador já anotou um gol no estadual. Vicente, 31, tem passagens por diversos clubes do Brasil, como Atlético Mineiro, Coritiba, Ponte Preta, além de já ter atuado no ABC, pelo São Caetano, em 2012. “Procuro sempre passar minha experiência para os garotos buscarem seu espaço dentro do clube. Diferença técnica entre os outros estaduais e o de São Paulo é nítida.” O atleta também disse que não descarta estender o contrato até o fim do ano. Já Magal, 27, após se destacar pelo Campeonato Paulista de 2011 pelo Guaratinguetá, foi

comprado pelo Flamengo, onde ficou até 2013, saindo para o Bahia. Na última temporada, o jogador disputou o Paulistão pelo Bragantino. “Sempre procuro deixar os jogadores mais novos à vontade. Já fui jovem. Para eles (garotos), se sentirem por dentro das nossas conquistas”, afirmou o agora meia-esquerda. A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do São Bernardo FC três vezes para conversar com os jogadores Alex Silva, Cañete e o técnico Edson Boaro. No dia 13 de fevereiro, a reportagem foi ao treino do clube, entre 16h e 18h, e não conseguiu falar com os atletas citados, mas foi dito que seria possível conseguir as respostas posteriormente. Na quinta-feira (19), foi enviado um e-mail para a assessoria com as perguntas. Mas não houve retorno. 

Zagueiro Alex Silva (à esquerda) treina na caixa de areia para se recondicionar fisicamente


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ESPORTES 11

De 26 de Fevereiro a 11 de Março de 2015

Alysson Rodrigues RRJ

Metodista/São Bernardo treina sem data para estrear Renan Muniz

Elenco conta com

18

jogadores, sendo apenas quatro na categoria adulto

Clubes devem se reunir no próximo dia

7

de março para definir o calendário deste ano

ENQUANTO aguarda uma definição do calendário de 2015, a equipe de handebol masculino Metodista/São Bernardo mantém a filosofia adotada no ano passado, de trabalhar com atletas jovens, mesclando com alguns jogadores experientes, e inicia os preparativos para a temporada. Os clubes devem se reunir no dia 7 de março próximo para definir o calendário deste ano. O elenco conta com 18 jogadores, sendo apenas quatro na categoria adulto. Muitas mudanças marcam o início de preparação: cinco reforços se apresentaram à equipe, enquanto quatro jogadores deixaram o time, como o ponta Fabio Chiuffa, que teve sua transferência concretizada para o Guadalajara-ESP. Entre os contratados, estão o goleiro Leandro, o pivô Cauê, o ponta-direita Matheus, o cen-

tral Diogo Hubner e o ponta-esquerda Iago. “Neste ano, contratamos alguns jogadores para ter um número ideal para treinar, porque, como temos bastante jogadores indo para a seleção, ficamos desfalcados, mas agora estamos com um número maior de atletas”, disse o treinador José Ronaldo do Nascimento, o SB, que confirmou que a filosofia de jogo será a mesma do ano passado. Há oito anos no time da Metodista, Carlos Alberto Mirabal Castilo, o Carlito, afirma que os atletas costumam realizar atividades nas férias antes dos treinos. Então, quando se

reapresentaram não sentiram tanto impacto. “Sem treino você vai atrás com uma academia, corridinha nas férias, para incorporar com a preparação daqui e não ficar muito atrás. Agora estamos trabalhando mais corrida, mais academia, estamos fazendo tudo que é necessário para uma pré-temporada e ter um ano forte”, explicou o atleta cubano. Carlito também mantém confiança na melhora da equipe em relação à temporada passada. “Neste ano vamos melhorar. Ano passado foi um ano atípico com muitos atletas do juvenil e poucos do adulto. Agora, estamos com quatro

A estrutura da Metodista eu acho muito boa. A quadra eu acho que é a única no Brasil própria para handebol, sem nenhuma outra marcação”, Fernando Leite Atleta

Equipe inicia preparação para a temporada e mescla jogadores experientes e novas contratações

adultos, como o Diogo, que é da seleção, e o goleiro, que já passou por vários times bons. Continuamos com a mesma base mas incorporamos algumas posições.” No entanto, o técnico SB admite que a Metodista/São Bernardo não tem a mesma força que já teve, mas mesmo assim se manterá competitiva. “O importante é administrar com pé no chão, sabendo que, para chegarmos no nível que chegamos, já tivemos times mais fortes do que temos hoje, mas estamos seguindo a filosofia do ano passado e é legal esse desafio”, disse SB. Ponta-esquerda recém convocado para a seleção brasileira juvenil, Fernando Leite ressalta a qualidade da estrutura oferecida pela Metodista/São Bernardo, classificando-a como uma das melhores do país. “A estrutura da Metodista eu acho muito boa. A quadra eu acho que é a única no Brasil própria para handebol, sem nenhuma outra marcação”, afirmou Leite. 


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RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

De 26 de Fevereiro a 11 de Março de 2015

PÓS-GRADUAÇÃO

METODISTA

O diferencial

para a sua carreira

você encontra na

Com os cursos de pós-graduação da Metodista, você amplia o seu conhecimento com professores conceituados, tem contato com as inovações e tendências da sua área de atuação, além da oportunidade de realizar módulos internacionais em universidades parceiras.

Universidade Metodista de São Paulo.

Confira a lista completa de cursos: MBA

SAÚDE

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• Gestão Estratégica de Marketing [Presencial]

e Mercado [Presencial] – NOVO

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• Gestão Estratégica de Pessoas e Psicologia Organizacional [Presencial e EAD]

• MPA – Gestão Pública [EAD]

• Acupuntura [Presencial] – NOVO • Análises Clínicas [Presencial] – NOVO • Ciências Aplicadas ao Esporte [Presencial] –

NOVO

• Marketing [EAD]

• Cirurgia de Pequenos Animais [Presencial]

• Comunicação Empresarial [Presencial e EAD]

HUMANIDADES

• Cosmetologia com Ênfase em Produção, Qualidade

• Gestão de Conteúdo em Comunicação –

• Alfabetização e Letramento [Presencial] – NOVO

COMUNICAÇÃO

• Clínica Médica de Cães e Gatos [Presencial]

Jornalismo [EAD]

• Docência no Ensino de Matemática [EAD]

– NOVO

GESTÃO E NEGÓCIOS

• Docência no Ensino Superior [EAD]

• Administração Hospitalar [Presencial]

• Educação em Direitos Humanos e Cidadania [EAD] – NOVO

• Assessoria Executiva [Presencial]

e Registro [Presencial] – NOVO • Endodontia [Presencial] – NOVO • Garantia e Controle de Qualidade de Medicamentos e Cosméticos [Presencial] – NOVO • Implantodontia [Presencial] – NOVO • Ortodontia [Presencial]

• Controladoria e Finanças [Presencial e EAD]

• Educação Infantil [Presencial]

• Prótese Dentária [Presencial] – NOVO

• Gerenciamento de Projetos de TI

• Filosofia Contemporânea e História [Presencial]

• Psicopedagogia Clínica e Institucional [Presencial] ENSINO A

• Língua Inglesa [Presencial]

• Terapias Manuais [Presencial] – NOVO

com Práticas Alinhadas ao PMI

®

[EAD]

• Gestão da Qualidade [EAD]

• Português – Língua e Literatura [EAD]

• Gestão de Eventos [Presencial] – NOVO

• Prática de Ensino de Ciências

• Gestão de Projetos – Práticas Alinhadas ao PMI® [EAD]

ENSINO A DISTÂNCIA:

(Fundamental II) e Biologia [EAD] – NOVO

CREDENCIADA PELO

MEC DESDE 2005

Portaria MEC 244, 31/05/13

DISTÂNCIA: CREDENCIADA PELO

MEC DESDE 2005

Portaria MEC 244, 31/05/13

• Prática de Ensino de Ciências para Educação

– NOVO

• Gestão Empresarial [Presencial e EAD] • Gestão Escolar e Políticas Públicas

Infantil e Fundamental I [EAD] – NOVO

ENSINO A DISTÂNCIA:

• Psicopedagogia [EAD]

Educacionais [EAD]

ENSINO A DISTÂNCIA:

CREDENCIADA PELO

MEC DESDE 2005

Portaria MEC 244, 31/05/13

CREDENCIADA PELO

MEC DESDE 2005

Portaria MEC 244, 31/05/13

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