RROnline - Edição 1.033

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Produzido pelos alunos do Curso de Jornalismo ANO 34 - Nº 1033

De 26 de março a 8 de abril de 2015 Maristela Caretta /RRJ

Divulgação

» RÚGBI Mulheres encaram preconceito e formam quatro times no ABC Pág. 10 Guilherme Pimenta/RRJ

» TÉCNICO Tigre contrata Fonseca para escapar do rebaixamento

Proibido estacionar Motoristas desrespeitam faixa exclusiva de ônibus em trecho da avenida Dr. Rudge Ramos. Pág. 5

Pág. 11

» CRISE Comerciantes do Rudge sofrem com multa e falta d’água. Pág. 3

» COMBUSTÍVEIS Consumidores usam aplicativos para comparar preços. Págs. 8 e 9


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POLÍTICA

RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

De 26 de março a 8 de abril de 2015

DE OLHO NA CÂMARA

Defesa dos animais é pauta em sessão da Câmara Municipal

Só os funcionários vão ser beneficiados, já que os animais permanecerão em ‘lugares pequenos’. “

Aparecida Donize Militão, Dona de casa

Projeto do Executivo causou dúvidas entre vereadores da oposição e da base aliada

Guilherme Pimenta/RRJ

Guilherme Pimenta

CASTRAÇÃO, vacina, rodeios, centro de zoonoses e animais nos circos foi a pauta da sessão plenária da Câmara Municipal de São Bernardo na quarta-feira (25). Nenhuma outra pauta relevante foi discutida. Um grupo foi à sessão pedir mais transparência no CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e também a saída do diretor Marcos Trench e de outros funcionários. Segundo os manifestantes, desde de 16 de dezembro a prefeitura exige que as visitas aos animais ocorram com horário marcado e com um número limitado de pessoas. Os manifestantes foram informados pelo vereador Pery Cartola (SD) de que a base aliada do prefeito Luiz Marinho (PT) colocaria em pauta projeto de lei do Executivo relacionado à defesa dos animais. Mas não foram recebidos pelos parlamentares. A dona de casa Aparecida Donize Militão, 47, afirmou que, antes, 50 fichas de castração eram dadas no CCZ, e, agora, apenas 30. Ela também critica a reforma que está sendo feita no local. Segundo Aparecida, só os funcionários vão ser beneficiados, já que os animais permanecerão em “lugares pequenos”. O que agitou o parlamento foi a discussão do projeto de Marinho, que revoga leis municipais que, entre outros assuntos, vedam a participação de animais em circos e rodeios, fazem o controle e preven-

Rudge Ramos JORNAL DA CIDADE

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Produzido pelos alunos do curso de Jornalismo da Faculdade de Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo

Manifestantes foram ao plenário pedir transparência da direção do Centro de Controle de Zoonoses e mudanças nas visitas ao local

ção de zoonoses, fiscalizam o controle da reprodução de cães e gatos. A justificativa é a de que essas legislações já estão contempladas pela Lei de Proteção Ambiental do Município (2011 / Nº 6163, Art. 48). Mas até chegar a essa compreensão vereadores da oposição e situação trabalhavam com a hipótese de que o prefeito Marinho estava autorizando que animais participassem de atividades em circos e os rodeios pudessem voltar à cidade. “Houve falta de entendimento, o que a prefeitura quer é organizar as leis existentes”, afirmou o vereador José Cloves (PT), presidente da Comissão de Defesa e Proteção dos Animais da Câmara. “Quando cheguei à reunião, já estavam até dis-

cutindo uma emenda para retirar a revogação.” Tião Mateus (PT), por exemplo, chegou a dizer ser “contra o projeto” do Executivo. “Não fomos avisados. Eu voto o projeto, mas sem essa revogação. Com isso, não tem acordo.” A pauta ficou para votação na próxima sessão, dia 1º de abril. A reportagem procurou a Assessoria de Imprensa da Prefeitura de São Bernardo para falar sobre a falta de transparência no CCZ, mas não obteve resposta. Reunião Nesta quinta-feira (26), os 29 vereadores do PT na região vão se reunir às 9h para discutir questões internas, situação do partido no ABC e também no âmbito nacional. 

DIRETOR - Paulo Rogério Tarsitano COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO - Rodolfo Carlos Martino. REDAÇÃO MULTIMÍDIA - Editor-chefe - Júlio Veríssimo (MTb 16.706); EDITORA-EXECUTIVA E EDITORA DO RRJ - Margarete Vieira (MTb16.707); EDITOR DE ARTE - José Reis Filho (MTb 12.357); ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA - Maristela Caretta (MTb 64.183) EQUIPE DE REDAÇÃO: Alysson Rodrigues, Amanda Goulart, Amanda Guilhen, Bianca Santos, Cibele Garcia, Fernanda Cordeiro, Felipe Siqueira, Gabrielli Salviano, Girrana Rodrigues, Guilherme Pimenta, Larissa Pereira, Letícia Gomes, Marcelo Argachoy, Natália Scarabotto, Renan Muniz, Thaís Valverde, Vinícius Claro e alunos do 5º semestre de Jornalismo. TIRAGEM: 15 mil exemplares. Produção de Fotolito e Impressão: Diário do Grande ABC

Correção

A foto acima, que foi publicada na capa da edição 1.032, é de autoria de Maike Dantas.

CONSELHO DIRETOR - Presidente: Dr. Paulo Borges Campos Jr. – Vice - Presidente: Aires Ademir Leal Clavel - Secretário: Dr. Oscar Francisco Alves Jr. - Titulares: Pr. Afrânio Gonçalves Castro, Augusto Campos Rezende, Esther Lopes, Jonas Adolfo Sala, Pr. Marcos Gomes Tôrres, Ronilson Carassini e Valdecir Barreros - Suplentes: Nelson Custódio Fér e Robson Ramos de Aguiar. REITORIA - Reitor - Marcio de Moraes, Pró-Reitora de Graduação - Vera Lúcia G. Stivaletti, Pró-Reitor de Pós-Grad. e Pesquisa - Fábio Botelho Josgrilberg DIRETORES - Sérgio Roschel (Diretor de Finanças e Controladoria), Daví Nelson Betts (Diretor de

Tecnologia e Informação), Paulo Roberto Salles Garcia (Diretor de Comunicação e Marketing), Débora Castanha (Diretora do Ensino Básico), Carlos Eduardo Santi (Faculdade de Exatas e Tecnologia), Vera Lúcia Gouvea Stivaletti (Faculdade de Humanidades e Direito), Fulvio Cristofoli (Faculdade de Gestão e Serviços), Luciano Venelli Costa (Faculdade de Administração e Economia), Paulo Rogério Tarsitano (Faculdade de Comunicação), Rogério Gentil Bellot (Faculdade de Saúde) e Paulo Roberto Garcia (Faculdade de Teologia). INOVAÇÃO E MARKETING: Luciano Sather (diretor)


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CIDADE

De 26 de março a 8 de abril de 2015

Falta d’água e multa afetam comércio do Rudge Salão de beleza compra galões de água; restaurante recebe multa de 100% Thaís Valverde/RRJ

Amanda Goulart Thaís Valverde

ÁGUA DIA sim, dia não. Esta é a realidade do comércio do Rudge Ramos, principalmente de salões de beleza, academias, restaurantes e padarias. Como medida de controle para a atual seca, a Sabesp passou a multar consumidores que utilizam água acima do limite estabelecido pela empresa. Por isso empresários usam a criatividade e contam com o bom senso dos clientes. A Sabesp aplica desde janeiro uma multa para qualquer consumidor que gastar mais água do que a média de consumo entre fevereiro de 2013 a janeiro de 2014. São 40% de multa para quem consumir até 20% a mais do que a média do período anterior e a taxa de 100% para quem utilizar mais que 20%. No salão Trio Cabeleireiros, falta água pelo menos duas vezes por semana, por em média três horas. Segundo Daniela Gomes, uma das sócias, a solução foi comprar galões de água. “Mas já percebi que o valor do galão de água mineral aumentou de R$ 6,50 para R$ 9.” “Em alguns casos, pedimos que os clientes venham com os cabelos lavados. Até dispensamos serviços que exigem química, como coloração, progressiva e relaxamento, que precisam de mais água para o enxague”, disse Daniela. O salão atende cerca de 50 clientes diariamente. A escassez de água também afeta Gospel Gym, academia que fica na avenida Senador Vergueiro. Quando falta água nos chuveiros, o proprietário da academia, Carlos Izidio, disse que precisa contornar a situação com os alunos. “Eles ficam descontentes e ameaçam até a sair. Janeiro foi o mês mais difícil. Às vezes, falta

São

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40% de multa para quem consumir até

20%

a mais do que a média do período anterior e a taxa de

100%

para quem utilizar mais que

20%

Carlos Izidio, dono da academia Gospel Gym, disse que falta água nos chuveiros durante a manhã

água no período da manhã e da tarde”, afirmou. Para Izidio, a empresa de abastecimento falha principalmente na comunicação. “Antigamente, a Sabesp informava quando iria cortar a água para fazer alguma obra de manutenção. Agora, desliga quando quer e não avisa ninguém, e ficamos a ver navios.” Já na Mak Fitness, os bebedouros, que filtram a água, ficam secos praticamente todos os dias. Segundo a coordenadora da academia, Kátia Bonucci, isso acontece durante o período da manhã e da tarde. “Recebemos mais alunos em janeiro e fevereiro. Com a crise de água, tivemos que intensificar os informativos

Antigamente, a Sabesp informava quando iria cortar a água para fazer alguma obra de manutenção. Agora, desliga quando quer e não avisa ninguém, e ficamos a ver navios.” Carlos Izidio Empresário

para que os banhos sejam mais rápidos. Também estamos tentando usar menos água na limpeza”, disse Kátia. A academia é abastecida por quatro caixas de água. Pressão reduzida Segundo informações do site da Sabesp, a companhia reduz a pressão das tubulações da região do Rudge Ramos diariamente, das 23h até as 6h. A empresa recomenda que os imóveis

tenham reservatórios de água adequados ao consumo dos usuários por 24 horas e verifiquem se as instalações internas estão ligadas à caixa de água, e não diretamente à rede da rua. Com um reservatório de 20 mil litros, o restaurante e buffet Teframce consegue contornar os períodos de falta de água. Mas, segundo o proprietário, Daniel Fukuma, o estabelecimento foi “premiado” com a multa

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do valor de 100% emitida pela Sabesp. “Em média, consumimos 100 metros cúbicos, mas esta conta de fevereiro foi baseada no consumo de janeiro, período em que realizamos muitos eventos. Portanto é um valor atípico.” Ele não quis divulgar quanto pagou. Segundo Fukuma, após a multa, ele começou a orientar os funcionários sobre economizar água e instalou redutores de torneiras. “Estamos estudando também captar água da chuva para a parte da limpeza.” Outro estabelecimento multado pela Sabesp foi a Inca Pães e Doces. De acordo com sócia proprietária, Maria Dolores Alves, fevereiro foi o primeiro mês em que o estabelecimento recebeu uma multa de 50%. “A média do consumo hoje é 100 metros cúbicos. No total, a conta foi de R$ 1.600.” Maria Dolores explicou que a padaria foi inaugurada na avenida São João Batista em março de 2013. Por isso, disse ela, naquele ano a média foi baixa, e não corresponde ao real uso se comparado com o ano passado. “Nossa média para cálculo teria que ser 2014, quando funcionamos o ano todo.” De acordo com Maria Dolores, os funcionários são orientados a reduzir o desperdício de água. “Como fornecemos alimentação, a limpeza de toda a área da padaria tem que ser constante. Não podemos descuidar da segurança alimentar e higiene.” 

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De 26 de marรงo a 8 de abril de 2015

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CIDADE

De 26 de março a 8 de abril de 2015

DE OLHO NA CIDADE

Fotos: Maristela Caretta/RRJ

Cibele Garcia Maristela Caretta

A FAIXA exclusiva para ônibus não é respeitada em um trecho da avenida Doutor Rudge Ramos. Próximo ao número 1.501, quase na via Anchieta, divisa com São Paulo, carros particulares têm sido estacionados nessa parte da avenida, que é liberada apenas para o transporte coletivo em dois horários distintos. A faixa exclusiva para o transporte coletivo funciona desde o dia 11 de agosto de 2014, de segunda a sexta-feira, das 6h às 9h e das 16h às 19h30. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, estacionar e parar o carro nesse trecho nesses horários pode acarretar em multa grave, de R$ 127,69, cinco pontos na carteira de habilitação e remoção do veículo. A maioria dos motoristas que estaciona no local é estudante e alega não ter vaga disponível na região, tanto na rua, quanto em estacionamentos. As aulas na faculdade próxima ao local começam às 19h. “Não sou só eu. Um monte de gente também estaciona na faixa, porque já está perto do horário permitido e nunca tomei multa aqui”, falou a estudante Cirlane Souza Martins, 28. O conferente de materiais Carlos Henrique Nicolau Santos, 19, assume que já levou multa no local. “No ano passado, minha mãe parou dois minutos para me deixar na faculdade e foi suficiente. Por isso, quando venho de carro, paro bem longe, onde já é permitido”, afirmou. O auxiliar de manutenção André Lima de Albuquerque falou que depende do transporte coletivo e que os carros estacionados atrapalham bastante. “O ônibus é obrigado a parar na faixa da esquerda e quando a gente vai subir ainda corre o risco de ser atropelado pelas motos que utilizam o corredor.” Enquanto esperava o ônibus, Albuquerque disse já ter presenciado um

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Eles não costumam dar multa pelas motos, mas ano passado multaram os carros que estacionaram na faixa de ônibus.” Alexandre da Silva Farmacêutico

Motoristas estacionam em faixa exclusiva de ônibus no Rudge Ramos

Ônibus não consegue trafegar na faixa exclusiva, devido ao estacionamento irregular de veículos (acima); motos impedem a passagem de pedestres na calçada (abaixo). Fotos foram tiradas às 19h do dia 16

Trecho fica na avenida Doutor Rudge Ramos, próximo a divisa com São Paulo acidente. “A moto estava estacionada entre dois veí­ culos e saiu de uma vez, sem perceber que vinha um ônibus, que passou por cima dela”, contou. Além dos carros estacionados em horário proibido, os pedestres convivem com outra irregularidade, desta vez, por parte dos motociclistas. Quem precisa caminhar pela região é obrigado a desviar das motos estacionadas na calçada. “Eles não costumam dar multa pelas motos, mas ano passado multaram os carros que estacionaram na faixa de ônibus. Este ano ainda não vi nada”, afirmou o farmacêutico Alexandre da Silva, 40. A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de São Bernardo nos dias 18, 20 e 24, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. 


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AMBIENTE

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RUDGE RAMOS Jornal da Cidade Fotos: Thayná Franco/ RRJ

Produtores reduzem plantações no ABC Mudanças climáticas causam prejuízos como diminuição na colheita e queda nas contratações de agricultores Thayná Franco

AS CRESCENTES mudanças climáticas que acontecem no Brasil fazem com que os produtores reduzam as plantações para evitar prejuízos. Essa situação não é diferente para os lavradores do ABC. A equipe do Rudge Ramos Jornal visitou alguns produtores para saber sobre os reflexos das mudanças de clima na plantação. O agricultor João Batista Neves, 63, tem uma horta no bairro Cooperativa, em São Bernardo. Segundo ele, em épocas de boas colheitas já chegou a ter até sete funcionários, mas com a redução na plantação, bastam dois para ajudá-lo.

Neves planta alface, couve, e outras verduras e afirma que usa o método de reduzir a plantação de acordo com o clima. “Uma chuva de granizo que aconteceu repentinamente, por exemplo, estragou toda a couve que já estava próxima da colheita, então, na dúvida, é melhor reduzir”. De acordo com o RAN1 (Primeiro Relatório de Avaliação Nacional), do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, que envolve 360 pesquisadores de diversas universidades e centros de pesquisa brasileiros, os extremos climáticos de temperatura, chuvas e ventos estão cada vez mais frequentes no cotiadiano dos brasileiros.

O engenheiro agrônomo e especialista em agrometeorologia da ESALQ (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo), Daniel Nassif, diz que é possível amenizar o reflexo do clima na safra. “A mudança na época de plantio de determinados alimentos seria uma alternativa para minimizar os efeitos do clima, mas com a dificuldade de se prever com grande antecedência o regime de chuvas, a melhor alternativa seria a utilização de sistemas de irrigação”, afirmou o especialista. Nassif disse que qualquer alimento precisa da água da chuva, alguns mais e outros menos. “Soja e milho devem ser plantados

Acima, o lavrador João Batista Neves que usa o método de redução de plantação quando o clima está ruim para a agricultura. Ao lado, couve estragada pela forte chuva de granizo

em época quente e chuvosa. Por outro lado, trigo e aveia devem ser plantados em épocas mais frias e de chuva amena”, explicou.

O lavrador de São Bernardo, do bairro Alvarenga, Édio Rodrigo do Carmo, 58, também garantiu que as dificuldades com a chuva fizeram diminuir a colheita. “Um pé de alface tem 70% de água. Se não chove na frequência certa não temos muito que fazer. O ruim é que quando a chuva vem, ela chega pesada demais e isso também atrapalha”, falou Carmo. 


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AMBIENTE

De 26 de março a 8 de abril de 2015

Clima impacta preço dos alimentos “ Osvaldo de Brito/ RRJ

Osvaldo de Brito

FATORES climáticos como o período de seca ou muitas chuvas atrapalham a produção de alimentos e o abastecimento dos supermercados, feiras e o preço para o consumidor. Segundo o engenheiro agrônomo Lucas Peranovichi, cebola e alho, por exemplo, se desenvolvem com o frio. Abóboras, melancias e pepinos crescem no verão, enquanto o milho e feijão dependem das chuvas para crescer. Assim, cada produto tem sua época, é o que chamamos de safra. Já a entressafra é o fim da colheita e o início de uma nova plantação. Para fugir dos preços altos o consumidor precisa se adaptar ao período de safra. “As pessoas não possuem o costume de adequarem suas receitas ao calendário agrícola e para assegurar a boa alimentação”, afirmou o agrônomo. Para a consumidora Uiara Santos os alimentos tiveram alta. “Na hora de fazer a feira e o supermercado é preciso ter cautela, saber o melhor dia e lugar para fazer as compras.” Ela diz que pesquisa os preços antes de sair de casa, os folhetos e propagandas. “Com pouco dinheiro, ainda tenho que ter criatividade

A CRAISA (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) apontou que o público mensal da feira 100% orgânica da cidade recebeu duas mil pessoas até novembro do ano passado, uma média de 500 por semana. Segundo a companhia, foram vendidas em média quatro mil toneladas por mês, representando no ano um total de 32 toneladas em alimentos comercializados. Para o encarregado de feiras livre da Craisa, Rogério Aparecido Carlos, 49, devido a aceitação do público, o município pensa em expan-

As pessoas não possuem o costume de adequarem suas receitas ao calendário agrícola e outros produtos considerados básicos para assegurar a boa alimentação.” Lucas Peranovichi Engenheiro agrônomo

Arroz, feijão, verduras e legumes tiveram alta no preço. Especialista e consumidores buscam opções para economizar. A substituição de produtos por alimentos da época tem sido uma alternativa

para levar para casa sempre as mesmas opções.” Sueli Gabionette é dona de restaurante em São Caetano e serve uma média de 60 a 80 refeições por dia. Ao se deparar com a alta

nos preços dos alimentos, a consumidora afirma que a solução é substituir por produtos da época.“Se o preço da cebola, batata e tomate é alto, a saída é usar em menor quantidade. Se o pimentão verde está mais caro, troco pelo vermelho ou amarelo.” As hortaliças e os legumes não são os únicos. O arroz e o feijão também estão caros, mas são produtos que, segundo a proprietária do restaurante, não tem como substituir. “O máximo que se pode fazer é mudar de

Feira orgânica concentra 500 pessoas por semana Thamy Hirata

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dir a feira. “Nós estudamos cerca de um ano para criar a feira e pretendemos começar a pensar no projeto de expansão a partir de maio”. O encarregado ainda diz que o local é estratégico (em frente ao espelho d’água do Paço Municipal de Santo André) devido ao público que reside no local, e ainda por ficar próximo à Receita Federal, OAB e Câmara Municipal. Os produtos mais vendidos são alface, couve, cenoura, brócolis e tomate. “São cerca de 150 pés de alface vendidos por feira”, contou o produtor Jair Flesch, 36, de Mogi das Cruzes. Quando questionado sobre o porquê de ter optado em

marca para economizar um pouco. Mas o mais caro de tudo é a carne”, contou. Sueli garante que não houve aumento no custo da comida no estabelecimento, atualmente R$ 26,90 o quilo. Mudança de hábitos A arte-educadora Rosana Oliveira Soares também notou a alta nos produtos mais básicos: arroz,, feijão, frutas, verduras e carne. Há 12 anos, ela foi morar em Portugal para cursar o mestrado na Universidade de

Lisboa. Casou-se com um português e teve dois filhos. “A mudança de país me forçou à adaptação alimentar. Lá eu não tinha arroz com feijão todo dia, mesmo porque não se encontra o feijão carioquinha.” A crise na Europa a trouxe de volta ao Brasil, com o marido e os dois meninos. A família não come carboidrato todos os dias e conserva os costumes da cozinha mediterrânea, se alimentando com os produtos de cada estação. “Nem sempre comemos feijão, trocamos por lentilha, grão-de-bico, ervilha. A variação depende do que estiver mais barato na semana”, afirmou Rosana. No ABC há 4 anos, ela notou a dificuldade de familiares e amigos em substituir determinados alimentos, sobretudo carne. “Como na Europa a carne bovina é muito mais cara, já tinha eliminado da minha rotina. Mais do que uma questão de mudança de hábitos, é uma necessidade, que também estamos vivendo no Brasil”, disse. 

Thamy Hirata/ RRJ

Produtos vendidos são produzidos de acordo com a época e chegam a custar R$ 10 o quilo

produzir produtos orgânicos, Flesch afirma que um dos principais fatores para a adesão foi a questão ambiental, melhorar renda do sítio e a própria saúde. Antes de comercializar orgânicos, o produtor fazia o plantio utilizando agrotóxicos, e não rendia tanto quanto o orgânico.

A comerciante Feng Mei, 62, de Santo André, comenta que por ficar no caminho de casa, compra produtos orgânicos todas as quintas e alega que o preço não faz diferença para ela. “Os produtos são mais saudáveis e o preço está quase o mesmo”. O preço varia de acordo com a época, o alho poró,

inhame e mandioquinha chegam a custar até R$ 10 o quilo, pois demoram de seis a nove meses para ficarem prontos para colheita. Alguns produtos faltam quando estão fora de época, pois os alimentos orgânicos são vendidos de acordo com seu ciclo natural. “Agora que começou a chover, as folhas são mais propícias ao plantio”, disse a produtora Vivian Pires, 32, de Ibiúna. Serviço: Em frente ao espelho d’água do Paço Municipal de Santo André, quinta-feira, das 16h30 às 20h30. O estacionamento do Paço fica aberto e é gratuito. 


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ECONOMIA

RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

De 26 de março a 8 de abril de 2015

Aplicativos comparam preços de combustíveis De forma colaborativa, ferramentas precisam de maior participação dos usuários Victor Hugo Storti/RRJ

Victor Hugo Storti

COM O aumento nos preços dos combustíveis em todo o país, qualquer ajuda ao motorista para economizar na hora do abastecimento é bem-vinda. E é isso que alguns aplicativos para dispositivos móveis estão tentando fazer. Com caráter colaborativo, essas ferramentas buscam os postos de combustíveis mais próximos ao usuário e indicam qual estabelecimento tem os menores preços. Um deles é muito conhecido dos motoristas para fugir do trânsito caótico das cidades brasileiras. O Waze funciona como um GPS social e está disponível na plataforma iOS e Android. No Brasil desde junho de 2012, o aplicativo possui uma função que filtra os postos de combustíveis de acordo com a localização atual do usuário e pelo preço. A porta-voz para o Brasil, Sandra Sinicco, disse que a colaboração no aplicativo é fundamental para que as informações estejam cada vez mais atualizadas. “Essa é a base de funciona-

Waze é um dos aplicativos que permitem verificar os valores e serviços dos postos de combustíveis que estão perto da localização

mento do Waze. Todas as informações são inseridas pelos usuários.” Além disso, a ferramenta possui uma base de dados inteligente, que cria um ranking para os usuários que mais colaboram com o aplicativo. Informações erradas de preços acabam sendo evitadas pelos próprios utilizadores. “Mesmo que alguém coloque um dado falso, outra pessoa vai passar pelo local e rejeitar essa informação”, disse Sandra.

No entanto, o aplicativo ainda peca por não oferecer esse comparativo ao Gás Natural, já que só estão disponíveis para gasolina, etanol e diesel. Usuários O engenheiro civil Antônio Chalu, 25, usa o aplicativo todos os dias por conta da rotina de deslocamento que o trabalho exige. Ele diz que procura abastecer o veículo no posto que apresente o melhor custo benefício informado pela ferramenta. “Geralmente, abasteço perto da minha empresa e consigo encontrar, em um raio de dois quilômetros, cerca de sete postos de combustíveis”, afirmou. Já o estudante de arqui-

Aplicativo Gazo

tetura Fernando Chinem, 30, já utilizou um aplicativo no celular para comparar postos de combustíveis, mas que se desanimou pela falta de atualização. “Os preços não estavam sempre corretos. Hoje em dia uso somente o GPS, que é o básico.” Opções Para os usuários do sistema iOS, outra alternativa é o Postos Brasil. Com cerca de 200 mil cadastrados e uma base de dados com aproximadamente 27 mil postos cadastrados, a ferramenta atualiza cerca de 25% dos estabelecimentos semanalmente. Além da gasolina, do etanol e do diesel, o gás natural também está disponível para atualização

Aplicativo Postos Brasil

35 mil

200 mil

usuários cadastrados

usuários cadastrados

70 mil

27 mil

postos na base de dados

postos na base de dados

A cultura colaborativa aqui no país ainda não funciona muito bem.” Franco Pieragnoli Desenvolvedor

e comparação dos preços. No entanto, de acordo com o desenvolvedor do aplicativo, Franco Pieragnoli, somente cerca de mil usuários colaboram constantemente. O próximo objetivo do aplicativo é aumentar a participação dos usuários. “A cultura colaborativa aqui no país ainda não funciona muito bem. Vamos incentivar isso por meio de pontos e promoções com alguns parceiros”, afirmou. Para evitar que pessoas com más intenções alterem os preços de forma errada, o aplicativo possui uma trava de segurança em que só é permitida a atualização dos valores quando o usuário está localizado no estabelecimento. “Já identificamos donos de postos alterando o preço dos concorrentes”, contou Pieragnoli. Segundo o desenvolvedor, ainda este ano o aplicativo também estará disponível para o sistema Android. Outro aplicativo, disponível nas duas plataformas móveis, é o Gazo. Em funcionamento no Brasil desde 2014, a ferramenta trabalha com dados públicos da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) para o cadastramento dos postos. Atualmente, são cerca de 70 mil estabelecimentos e 35 mil usuários registrados. Além de comparar os preços dos combustíveis de forma 100% colaborativa, entre eles o Gás Natural, o aplicativo também permite que o usuário avalie o atendimento que recebeu no estabelecimento, também gera outras informações importantes ao motorista como o horário de funcionamento, a presença de loja de conveniência e de banheiros, por exemplo. Para evitar que alguns postos fiquem com os preços desatualizados por um longo período, a empresa busca alternativas para incentivar os usuários a colaborarem cada vez mais. Segundo a responsável pelo aplicativo, Mariana de Paula, são cerca de 60 mil preços atualizados por mês. “A ANP também fornece preços atualizados semanalmente. Estamos buscando colocar esses valores na base de dados do Gazo”, contou. 


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ECONOMIA

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Samuel Rodrigues/RRJ

Gás não atrai motoristas Samuel Rodrigues

Combustível só pode ser encontrado em 16 postos de São Bernardo

CRIADO COM o intuito de ser o “combustível do futuro”, por ser uma energia limpa e menos poluente, o Gás Natural Veicular não se popularizou entre os motoristas de São Bernardo. Na cidade, existem 168 postos de gasolina, mas em apenas 16 é possível encontrar bombas de abastecimento de GNV, segundo dados que constam do site da Agência Nacional do Petróleo (www.anp.gov. br/postos/consulta.asp). O principal motivo para a desvalorização desse combustível, na opinião de frentistas e motoristas, são os problemas gerados no carro após a instalação do cilindro. “A mangueira fica ressecada e o motor do automóvel perde a potência”, disse o motorista Isaac da Silva, de São Bernardo, que utilizava o gás natural, mas desistiu por causa de falhas apresentadas pelo veículo após a instalação do GNV. O preço para realizar a conversão para o GNV custa, em média, R$ 2.900.

Já o kit para instalação está avaliado em R$ 2.300. Porém, apesar do alto valor para deixar o carro apto a receber esse tipo de combustível, o preço do abastecimento é muito inferior aos outros. Enquanto o valor da gasolina custa em torno de R$/Km 0,305 e do etanol R$/ Km 0,297, o gás natural tem o preço de R$/Km 0,140. No centro de São Bernardo, a reclamação é que os postos até possuem a bomba para abastecer com gás natural, porém se encontra vazia, pois não gera lucro ao dono do posto. “Moro no centro, mas venho para o Rudge Ramos, pois os postos perto da minha casa não abastecem mais as bombas”, afirmou o motorista de empresa José Eraldo. Mesmo com a dificuldade, ele disse que pretende instalar o GNV no carro particular, pois consegue completar o cilindro gastando cerca de R$ 30,00. Mais um problema diagnosticado pelos motoristas é que a aparelhagem do gás ocupa quase todo o porta-malas do carro, dificultando para colocar as

EM SÃO BERNARDO, são 168 postos de combustíveis, segundo consta no site da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível). Essa quantidade atende a uma frota de aproximadamente 500 mil veículos, de acordo com o IBGE, segundo dados de 2013. Mesmo todos sendo registrados pela ANP, podem existir anormalidades na hora da comercialização do combustível. Ao duvidar da qualidade do estabelecimento, o coordenador do escritório regional da ANP, Francisco Nelson, explica que cabe ao cliente reparar nas estruturas do posto, assim como nas informações necessárias dos agentes reguladores. “A placa de autorização da agência e o adesivo com o telefone de centro de denúncias são indícios de que o posto se

interessa em demonstrar que funciona de acordo com as normas”. Para tentar acabar com essa possível desconfiança na hora de abastecer, foram criadas algumas medidas que auxiliam e protegem o consumidor. Uma delas é o “teste da proveta”, instituída por meio de uma resolução da ANP aprovada por lei desde 2007. O posto é obrigado a verificar o teor de etanol na gasolina e demonstrar ao cliente. Outra alternativa caso o consumidor desconfie da qualidade do produto comercializado é utilizar o chamado canal de denúncias da ANP, que pode ser encontrado no site da agência (www.anp.gov.br), ou então por contato telefônico, no número 0800-9700267, que também consta do site. Por intermédio desses instrumentos, são encaminhadas as reclamações sobre possíveis irregularidades dos reven-

bagagens quando o veículo é utilizado para viajar. Os proprietários dos postos de gasolina também não vêem no GNV uma fonte de lucro, pois a demanda pelo combustível é pequena. “O custo benefício é muito baixo. Só o bico utilizado para abastecer custa cerca de R$ 1.000 e a manutenção é muito cara”, explicou Armando Arinela, dono de um posto localizado no centro de São Bernardo. Além disso, a reclamação dos proprietários é que o investimento inicial é muito alto e as exigências de segurança e ambientais são complicadas seguir 100%. Quem também sente falta de clientes e a baixa demanda pelo gás natural são as empresas que instalam e realizam manutenção no equipamento. Rogério Guerreiro, funcionário responsável pelo trabalho de manutenção do GNV nos veículos em uma oficina próxima ao Centro, lamenta a falta de interesse dos motoristas pelo gás. “Quem já possui não tira, mas quem não tem, não se interessa”, falou Guerreiro.  Raphael Silva/RRJ

Monitoramento é a chave da fiscalização Raphael Silva

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dedores, direcionando as ações da fiscalização. Responsável por grande parte das medidas, a ANP funciona como órgão regulador nesta área, e possui dois tipos de ações para monitorar os estabelecimentos: uma institucional e outra coercitiva. A primeira é educativa, buscando uma interface de diálogo com as empresas para tentar convencê-las a seguir as normas estabeleci-

Teste da proveta é uma das possibilidades de verificar a qualidade dos combustíveis nos postos

das por lei. O trabalho coercitivo age de forma mais incisiva, tratando diretamente da fiscalização da qualidade dos combustíveis, com o Programa de Monitoramento da Qualidade de Combustíveis Líquidos (PMQC).

Este programa recolhe cerca de 21 mil amostras por mês, em todo o país, e leva para laboratórios, onde serão analisadas pelos Centros de Pesquisas e Análises Tecnológicas da ANP. Se após o trabalho de inteligência, for encontrada alguma irregularidade, seja na qualidade do combustível ou até mesmo um problema na bomba de abastecimento, o posto poderá ser multado ou então fechado pela ANP.


10 ESPORTES/CULTURA

Alysson Rodrigues Girrana Rodrigues Guilherme Pimenta

“ESTE NÃO é um esporte para mulher.” A assistente de eventos e também jogadora de rúgbi Thamara Duvivier, 22, já ouviu esta frase do primo por praticar a modalidade. “Infelizmente, existe um preconceito entre amigos e familiares”, afirmou. Apesar de o rúgbi ter se popularizado no Brasil nos últimos anos, as mulheres ainda enfrentam resistência por ser um esporte de maior contato e, na maioria das vezes, praticado por homens. A região conta com quatro times femininos da modalidade: UFABC Leprechauns Rugby, de São Bernardo, ABC Rugby e Valentina Rugby, de Santo André, e o Tyrannus Rugby, de São Caetano. A fotógrafa Ana Carolina Santos, 22, joga rúgbi pelo Valentina desde que o time foi fundado, em 2014. Ela acredita que o preconceito existe porque as pessoas acham que o esporte é violento. “Quem vê as jogadoras se empurrando acha aquilo uma atrocidade. Minha avó, por exemplo, tem dificuldade para aceitar o fato de eu ser jogadora.” Ana enfatiza que é só uma disputa de bola, uma maneira de defender o time. “Eu nunca sofri uma contusão grave.” A contadora Midiã Laís Gomes, 23, pratica o esporte pelo ABC Rugby e já ouviu expressões pejorativas sobre seu porte físico. “Por eu ser magra, amigos e conhecidos comentavam que eu não deveria jogar, que deveria ser ‘grande’ para praticar o esporte, o que é uma visão errada, já que isso não interfere”, disse Midiã, que mede 1,65 m e pesa 59 quilos.

RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

De 26 de março a 8 de abril de 2015

No ABC, mulheres entram em campo para jogar rúgbi Região possui quatro equipes profissionais femininos que praticam a modalidade Divulgação

Time ABC Rugby mostra que o jogo não é apenas força física, também é necessário ter estratégia

No caso de Juciane Doirado Alves, 21, a família sempre apoiou seus treinos, apesar de não gostar do esporte. “Na primeira vez que minha mãe foi assistir meu treino, desloquei o ombro por duas semanas. Mas nunca reprovou a prática do esporte.” Até os homens que praticam a modalidade defendem a participação das mulheres nas partidas de rúgbi. O estudante de engenharia civil Thomás Magagnin, 21, joga pela Universidade Federal do ABC e pelo Templários, de São Bernardo. Para ele, “o rúgbi feminino tem desempenho melhor que o masculino no país e no exterior”.

INFANTIL

“A Magia das Fadas, Príncipes e Princesas” A RAINHA das Neves fere sua irmã acidentalmente em uma comemoração no Reino de Arendelle. Para salvar a irmã, ela terá de contar com a ajuda de verdadeiros amigos como a Branca de Neve, Bela, Aurora, Cinderela e outras quatro princesinhas.28 e 29 de março (sábado, às 16h e às 19h / Domingo, às 16h). Livre. Teatro Municipal de Santo André - Praça IV Centenário, 01 – Centro – Santo André. Setor Azul de R$ 70 a R$ 140; setor Rosa de R$ 60 a R$ 120; setor Verde de R$ 50 a R$ 100. 

O diretor administrativo Rômulo Pontes Fernandes, 36, do S.B Templários Rugby, conta que em breve será montado um time feminino. “As meninas que eu conheço são apaixonadas pelo esporte, iniciamos uma parceria com o time feminino da UFABC e elas vão disputar os campeonatos pelo Templários.” Crescimento Pesquisa divulgada pela consultoria Deloitte, em 2014, mostrou que a modalidade é uma das que mais cresceu no Brasil. Uma das possíveis explicações é que o esporte voltará a ser olímpico, em 2016, o que não acontecia desde 1924.

Hoje, a atividade tem a CBRu (Confederação Brasileira de Rugby), responsável pelo esporte no Brasil. A entidade é filiada à World Rugby (Federação Internacional) e ao COB (Comitê Olímpico Brasileiro). A federação brasileira foi fundada em 2010, sucedendo a ABR (Associação Brasileira de Rugby - 1972) (1972) e a URB (União de Rugby do Brasil - 1963). Atualmente, a CBRu coordena seis federações estaduais (SP, RJ, MG, RS, SC e PR). Ao todo, são 7 mil atletas federados. O país conta com cerca de 300 equipes, entre amadoras e profissionais, por todos os Estados brasileiros. A

seleção brasileira neste momento ocupa a 35ª colocação do ranking mundial de rúgbi. No Estado de São Paulo, existem duas competições oficiais que os times da região participam: Copa ABC e Campeonato Paulista. Jogo O rúgbi é um esporte coletivo praticado com 15 jogadores titulares e 6 reservas. Na partida, ao contrário do futebol americano, é possível dar quantos passes quiser, desde que seja para trás. O campo é de formato retangular, com comprimento máximo de 144 m e largura de 70 m. As duas traves são semelhantes às do futebol americano, no formato em “Y”. Com relação à pontuação, quando o jogador consegue levar a bola até a “zona de validação”, nos dois extremos do campo, acontece a principal jogada, o chamado “Try”, que é equivalente ao gol no futebol, que vale cinco pontos. Após levar a bola até a zona, a equipe tem o direito do chute, no valor de dois pontos. Ao sofrer uma falta, a equipe pode chutar, e, caso acerte, valerá três pontos. Além disso, a qualquer momento da partida, se o jogador tiver um chute muito potente, pode tentar o “Drop Goal”, e, se passar a bola entre os dois postes, conquista três pontos. 

ROTEIRO

Gabrielli Salviano

Fotos: Divulgação

“Playground – Uma pequena comédia humana”

TÉCNICAS DO circo, como acrobacias e equilíbrio, são usadas na peça que mostra o cotidiano das crianças, apresentando situações de amizade, desentendimentos e reflexões sobre questões existenciais. Sábado (28), às 16h. Livre. Teatro Santos Dumont – avenida Goiás, 1.111 – Bairro Santo Antônio – São Caetano. Ingressos:R$ 17 (inteira), R$ 8,50 (estudante e professor da rede pública com comprovante; idosos com mais de 60 anos; usuário matriculado no Sesc e dependentes) e R$ 5 (comerciário matriculado no Sesc e dependentes). 


RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

ESPORTES/CULTURA

De 26 de março a 8 de abril de 2015

Roberto Fonseca chega para tentar salvar o Tigre do rebaixamento Treinador passou por São Caetano e Santo André entre 2010 e 2014 Alysson Rodrigues Guilherme Pimenta

O TÉCNICO Roberto Teixeira Fonseca, que chegou ao São Bernardo com a missão de salvar o time de um possível rebaixamento para a Série A-2 do Paulista, já começou com uma derrota no último domingo (22), em casa, diante do Palmeiras (0x1). Agora, o treinador, que substituiu Edson Boaro, tem mais quatro partidas da fase de classificação para tentar manter a equipe na série principal do Campeonato Paulista. Os próximos jogos do São Bernardo são contra o Botafogo-SP, em casa, no sábado e, depois, na sequência, enfrenta a Portuguesa e o Linense, ambos fora de casa. A última partida é contra o Marília, no Estádio Primeiro de Maio. Na última sexta-feira (20), antes de estrear com derrota pelo clube, Fonseca disse que viu “ansiedade” na equipe diante da situação na tabela e também falou sobre a falta de jogadores para algumas posições. “É complicado ter um elenco em que não disponho de três atletas por posição.

Se machucar um, não terei reserva para o que entrar”, afirmou Fonseca. Para ele, outra coisa que atrapalhou muito o desempenho do clube foram as contusões e o limite de 28 inscritos. Fonseca é o 16° técnico da história do São Bernardo FC, que, atualmente, está em último lugar do Grupo 1 do Paulista. Ele estava treinando o ABC de Natal. O contrato do comandante com o São Bernardo vai até o final da competição, com possibilidade de prorrogação dependendo dos resultados nessa parte final do Estadual. “Tenho experiência com o Paulistão desde 2008, quando comecei a trabalhar aqui. Nestes anos, sempre tirei equipes do rebaixamento, como o Botafogo-SP em 2009 e o Ituano em 2012. Nosso objetivo é difícil, mas perfeitamente alcançável”, afirmou o treinador. 3ª vez na região O novo técnico nasceu no dia 3 de junho de 1962, na cidade de Mandaguari, no Paraná. Sua chegada ao São Bernardo faz com que complete o número de 36 equipes treinadas na carreira. Como treinador conquistou três títulos. Sendo que, o

destaque fica para o Paulistão da Série A-2, com o Oeste de Itápolis, em 2003. Quando foi jogador de futebol atuou como zagueiro e teve passagens por Atlético-PR, Corinthians e São Paulo. Fonseca treinar uma equipe no ABC não é novidade. Em 2010, assumiu o São Caetano e quase levou o Azulão ao título inédito do Paulistão do interior, depois de vencer a primeira partida contra o Botafogo-SP por 2 a 1. Na partida da volta, os botafoguenses igualaram o placar foram campeões por terem a melhor campanha. A saída do São Caetano se deu ainda naquele ano. Pouco mais de dois meses de trabalho culminou na demissão logo na 1ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B, com a derrota para o Figueirense. Enquanto que a segunda passagem pela região foi pelo Santo André. A experiência pelo Ramalhão também não foi longa. Após oito partidas, entre novembro de 2013 e fevereiro de 2014, acabou demitido do cargo, com duas vitórias, cinco empates e uma derrota. Na época de jogador, atuando como zagueiro, ganhou a taça do estadual da principal divisão do paulista, com a camisa do São Paulo, em 1985. Isso no início da famosa era dos “Menudos do Morumbi”,

Guilherme Pimenta/RRJ

Técnico é o 16º na história do São Bernardo Futebol Clube

que culminou no bicampeonato da Libertadores, nos anos 90. Mas já não fazia parte daquele elenco. Fim de uma era Edson Boaro foi demitido da equipe do São Bernardo após dois anos prestando serviço ao clube do ABC, porém continua no clube como diretor da base. Dirigiu o time por 72 jogos. Foram 28 vitórias, 22

derrotas e 22 empates, com 49,5% de aproveitamento. O ápice como treinador foi a quase classificação inédita no primeiro semestre do Tigre para a Série D de 2014 ficando sem a vaga por apenas um ponto. Ainda sim, conseguiu uma consagração um ano antes, vencendo a Copa Paulista contra o XV Piracicaba, dentro do Estádio Primeiro de Maio. 

Fotos: Divulgação

SHOWS

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“Beatles 4 ever” no Lauro Gomes

“Mônica Salmaso canta Vinicius

A PRIMEIRA banda cover dos Beatles no Brasil mostra no espetáculo todas as fases do grupo de Liverpool. Os figurinos são réplicas fiéis das roupas usadas pelos integrantes e os instrumentos são da mesma época em que a banda original usava. Sábado (28), às 21h. Livre. Teatro Lauro Gomes – rua Helena Jacquey, 171 - Rudge Ramos – São Bernardo. Ingressos: R$ 70 (inteira), R$ 60 (antecipado até dia 27) e R$ 35 (meia-entrada para aluno, professor da rede pública, pessoa com 60 anos oumais, anúncios de jornais da região, flyer promocional, funcionários públicos do município e clientes fidelidade da CA Produções. 

O PROJETO “Quintas Brasileiras” tem o objetivo de valorizar a música brasileira e promover novos talentos. Neste show, a cantora Mônica Salmaso interpreta as canções de Vinicius de Moraes. Ela começou a carreira com um disco de músicas do poeta. Quinta-feira (26), às 20h. Livre. Teatro Santos Dumont – avenida Goiás, 1.111 – Bairro Santo Antônio – São Caetano. Ingressos: R$30 (inteira), R$ 15 (estudante e professor da rede pública com comprovante; +60; usuário matriculado no Sesc e dependentes) e R$ 9 (comerciário matriculado no Sesc e dependentes). 

Banda Echões no Elis A BANDA Echoes Pink Floyd São Paulo traz para São Bernardo um espetáculo que não é apenas musical, mas também cênico. O clássico álbum The Wall será representado com um coral de crianças, o muro e explosões no palco. Sábado (28), às 19h30. Livre. Teatro Elis Regina - avenida João Firmino, 900 – Assunção – São Bernardo. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (estudantes, idosos e venda antecipada). 


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De 26 de marรงo a 8 de abril de 2015

RUDGE RAMOS Jornal da Cidade


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