RROnline - Edição 1.035

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Produzido pelos alunos do Curso de Jornalismo ANO 34 - Nº 1035

De 30 de abril a 13 de maio de 2015

Cibele Garcia/RRJ

Água suja ou cheiro de cloro Moradores da Vila Vivaldi reclamam da qualidade da água que sai das torneiras Pág. 3

» EMPREENDEDORES

Alysson Rodrigues/RRJ

Jovens investem em negócios próprios a partir dos 18 anos Págs. 8 e 9

» REVITALIZAÇÃO Término de obras do Largo São João Batista deve ser em novembro Págs. 4 e 5 Guilherme Pimenta/RRJ

» TERCEIRIZAÇÃO Manifestantes cobram debate e câmara aprova requerimento para discutir PL 4330/04 Pág. 2


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POLÍTICA

RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

De 30 de abril a 13 de maio de 2015

DE OLHO NA CÂMARA

Após protesto, vereadores decidem debater projeto de terceirização Câmara aprova requerimento para discutir o tema em audiência pública no dia 15 de maio, às 19 horas Guilherme Pimenta/RRJ

Guilherme Pimenta

SÃO BERNARDO vai dar espaço para discutir um dos projetos mais polêmicos dos últimos anos: a PL 4330/04, que pode terceirizar as chamadas atividades-fim nas empresas, recebendo crítica de diversos movimentos sociais. A Câmara Municipal aprovou na última quarta-feira (29) um requerimento do vereador Marcelo Lima (PPS) para que o debate ocorra no dia 15 de maio, às 19h, no casa legislativa, após manifestantes terem ido à sessão cobrar um posicionamento dos vereadores sobre o tema. Aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 22 de abril, o projeto regulamenta a terceirização no país, e isso anula a Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho, que permite a prática apenas em serviços que não sejam o objetivo principal da empresa. Ainda falta passar pelo Senado e, se aprovado, da sanção ou não da presidente Dilma Rousseff (PT). Os vereadores divergem sobre a proposta. “Apesar de alguns integrantes do meu partido serem favoráveis, sou contra, pois, da forma que está denominado o projeto, é uma precarização das causas trabalhistas”, afirmou Gilberto França (PMDB). Na Câmara Federal, apenas 13 deputados de 62 de seu partido foram contrários ao projeto. O oposicionista Juarez Tudo Azul (PSDB) é favorável ao projeto. “A tercei-

Rudge Ramos JORNAL DA CIDADE

editorial@metodista.br Rua do Sacramento, 230 Ed. Delta - Sala 141 Tel.: 4366-5871 - Rudge Ramos São Bernardo - CEP: 09640-000 

Produzido pelos alunos do curso de Jornalismo da Faculdade de Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo

Manifestantes queriam votação simbólica, mas não discursaram na tribuna livre; três municipes estavam inscritos para falar

rização já existe há muito tempo. Falam que os trabalhadores perderam direitos, mas quais? Ninguém perde nenhum direito. O projeto só formaliza”, afirmou. Hiroyuki Minami, do mes-

mo partido, desconversou. “Não sou deputado, não conheço o projeto.” Já Júlio Fuzari (PPS), do mesmo partido do deputado federal Alex Manente, que votou a favor do projeto,

Sindicato vai se reunir com Executivo para debater reivindicações O Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais e Autárquicos de São Bernardo) vai debater com o Executivo a pauta de reivindicações salariais no dia 7 de maio, às 10h. A articulação foi feita pelo líder do PT na Câmara, Zé Fer-

reira, que enviou mensagem ao prefeito Luiz Marinho (PT) durante a sessão. “Se por meio do diálogo nós não conseguimos resolver, vamos fazer o que estamos fazendo, atividades e paralisações. Cabe ao sindicato utilizar esse direito

DIRETOR - Paulo Rogério Tarsitano COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO - Rodolfo Carlos Martino. REDAÇÃO MULTIMÍDIA - Editor-chefe - Júlio Veríssimo (MTb 16.706); EDITORA-EXECUTIVA E EDITORA DO RRJ - Margarete Vieira (MTb16.707); EDITOR DE ARTE - José Reis Filho (MTb 12.357); ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA - Maristela Caretta (MTb 64.183) EQUIPE DE REDAÇÃO: Alysson Rodrigues, Amanda Goulart, Amanda Guilhen, Bianca Santos, Cibele Garcia, Fernanda Cordeiro, Felipe Siqueira, Gabrielli Salviano, Girrana Rodrigues, Guilherme Pimenta, Larissa Pereira, Letícia Gomes, Marcelo Argachoy, Natália Scarabotto, Renan Muniz, Thaís Valverde, Vinícius Claro e alunos do 5º semestre de Jornalismo. TIRAGEM: 15 mil exemplares. Produção de Fotolito e Impressão: Gráfica Mar-Mar

se esquivou e disse que precisa conhecer mais a proposta. “Pelo o que conheço, há pontos no projeto que são positivos, e outros, discutíveis. É preciso que seja mais bem apreciado e discutido

de greve para dar força às reivindicações”, declarou Giovani Chagas, presidente do Sindserv. A data base da categoria era março deste ano, mas, segundo representantes do sindicato, não houve convocação anterior. Dentre os pontos da pauta, o grupo quer um aumento real de 4,5%, “baseado no índice de crescimento da cidade”.

CONSELHO DIRETOR - Presidente: Dr. Paulo Borges Campos Jr. – Vice - Presidente: Aires Ademir Leal Clavel - Secretário: Dr. Oscar Francisco Alves Jr. - Titulares: Pr. Afrânio Gonçalves Castro, Augusto Campos Rezende, Esther Lopes, Jonas Adolfo Sala, Pr. Marcos Gomes Tôrres, Ronilson Carassini e Valdecir Barreros - Suplentes: Nelson Custódio Fér e Robson Ramos de Aguiar. REITORIA - Reitor - Marcio de Moraes, Pró-Reitora de Graduação - Vera Lúcia G. Stivaletti, Pró-Reitor de Pós-Grad. e Pesquisa - Fábio Botelho Josgrilberg DIRETORES - Sérgio Roschel (Diretor de Finanças e Controladoria), Daví Nelson Betts (Diretor de

com a população”, declarou. Estevão Camolesi, do mesmo partido, manteve o discurso do colega. Lula Em evento de comemoração do dia 1º de Maio, realizado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, na noite da terça-feira (28), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o projeto “é um retrocesso para antes do governo Getúlio Vargas”. O vereador José Cloves (PT) espera que a presidente Dilma vete o projeto, caso passe nas votações. Na Câmara, é unânime a posição dos vereadores do PT contra a terceirização. Colaborou Renan Muniz. 

Tecnologia e Informação), Paulo Roberto Salles Garcia (Diretor de Comunicação e Marketing), Débora Castanha (Diretora do Ensino Básico), Carlos Eduardo Santi (Faculdade de Exatas e Tecnologia), Vera Lúcia Gouvea Stivaletti (Faculdade de Humanidades e Direito), Fulvio Cristofoli (Faculdade de Gestão e Serviços), Luciano Venelli Costa (Faculdade de Administração e Economia), Paulo Rogério Tarsitano (Faculdade de Comunicação), Rogério Gentil Bellot (Faculdade de Saúde) e Paulo Roberto Garcia (Faculdade de Teologia). INOVAÇÃO E MARKETING: Luciano Sather (diretor)


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CIDADE

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DE OLHO NA CIDADE

Vila Vivaldi sofre com falta de qualidade da água Sujeira ou forte cheiro de cloro são as principais reclamações dos moradores

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Uma vez a Sabesp me disse que era problema de sujeira na tubulação, deram descarga no cavalete, mas continua a mesma coisa.”

Françuar Rodrigues da Silva Aposentado

Cibele Garcia/RRJ

Cibele Garcia Renan Muniz

MORADORES DA Vila Vivaldi sofrem há mais de dois meses com a água suja que sai da torneira. Para alguns, a água chega com barro. Para outros, o líquido tem coloração branca com forte cheiro de cloro. Os problemas têm aparecido após a falta de água que ocorre diariamente, das 21h às 7h, devido à diminuição da pressão nas tubulações que a Sabesp tem feito, fazendo com que a água não tenha força para chegar até as casas. Segundo o aposentado e morador do bairro Françuar Rodrigues da Silva, esse problema é recorrente. “Uma vez a Sabesp me disse que era problema de sujeira na tubulação, deram descarga no cavalete, mas continua a mesma coisa.” O morador relata que, no entanto, a Sabesp diz já ter resolvido o problema. “Eu sempre reclamo quanto à qualidade da água com a Sabesp, mas eles falam que já resolveram”, disse o aposentado. A solução encontrada pelos moradores para lidar com a água suja é, quando possível, a reutilização. A dona de casa e moradora do bairro Valeria Cristina Garcia Carvalho utiliza a água apenas para lavagens. “A gente não usa para fazer comida nem para beber porque temos filtro”, explicou Valéria. Silva também não consome a água logo de início, só a utiliza em outros serviços ao perceber que a sujeira diminuiu. “Eu dou descarga na caixa d’agua e uso para lavar o quintal e regar as plantas, só depois disso a água vem limpa e nós consumimos”, afirmou Silva. Para o aposentado Paulo Roberto General, morador do local, é inviável lavar a roupa com a água que vem da rua. “Se você pega uma roupa branca e utiliza essa água, vai sujar tudo. Para isso temos tambores

onde depositamos a água, quando a sujeira desce, utilizo em lavagens”, relatou General. Já a dona de casa Ana Maria Gomes Macedo repara na má qualidade da água quando lava a louça. “Na hora de enxaguar percebo a água suja no prato branco.” Segundo a moradora, ela não tem outra opção a não ser utilizar essa água para o próprio consumo. “Para fazer arroz, antes, deixo ferver bastante”, contou Ana Maria. Preço alto Outro motivo que gera reclamações dos moradores da Vila Vivaldi é o preço nas contas de água após o racionamento com a crise hídrica. Eles alegam que está sendo cobrado pelo ar parado na

tubulação, e não apenas pela água consumida. A auxiliar administrativa e moradora do bairro Cibele de Lima Pereira reclama do preço pago pela água. “Não tenho caixa d’água grande, então dependo mais da água que vem da rua, mas agora nem isso tenho e ainda pago um absurdo. Pagava R$ 38 e agora estou pagando R$ 140”, relatou Cibele. Segundo a aposentada Maria Vineide da Silva, a conta chegou a vir até quatro vezes mais cara do que as anteriores. “Eu costumava pagar cerca de R$ 25 e agora pago mais ou menos R$ 110. É um absurdo.” Sabesp A Sabesp informou por meio de nota que amostras

de água foram recolhidas na quinta-feira (23) em imóveis da Vila Vivaldi e que todas estavam dentro do parâmetro de qualidade para consumo estabelecido pelo Ministério da Saúde. A empresa relatou também que a diminuição da pressão de água na rede está sendo adotada em toda a Região Metropolitana de São Paulo, com o intuito de diminuir as perdas de água durante a crise hídrica. Recomenda ainda que os clientes verifiquem se a capacidade de reserva de suas caixas d’água está de acordo com o número de pessoas que frequentam ou moram nos imóveis. Em relação ao valor da conta, a Sabesp informou também por meio de nota que técnicos foram manda-

Françuar armazena água suja em baldes para lavar o quintal e regar as plantas da casa

dos aos endereço dos moradores e não foi registrada nenhuma irregularidade na rede de água, que os consumos permanecem estáveis havendo, inclusive, redução moderada no gasto de água nos últimos três meses, e nenhum dos moradores foram taxados com tarifas incontingentes. A empresa informou que os clientes que não concordarem com os valores apresentados nas contas devem se dirigir ao Poupatempo ou a uma agência de atendimento da Sabesp para que seja feita análise individual dos casos. 


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CIDADE

RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

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Participei da organização da primeira quermesse no estacionamento da igreja, há mais de 20 anos.”

Resolvi vir trabalhar nessa parte [praça] por ter muito movimento. Já estou no ramo há 20 anos.”

Maria Jesus Batista Teixeira

Ambulante

Jorge Teixeira dos Santos

Ambulante Alysson Rodrigues/RRJ

Alysson Rodrigues

MARIA JESUS Batista Moreira, 55, Paulo Olimpo, 60, Paola Cruz, 25, e Jorge Teixeira, 53, juntos, somam mais de 60 anos trabalhando como comerciantes no Largo São João Batista. Nesse tempo, em períodos distintos, cada um deles viu muita gente passar pelo local e tem muitas histórias para contar. Agora, com a revitalização do largo decidida pela prefeitura da cidade, eles ficarão baseados em ruas no entorno do Rudge Ramos, em comum acordo com a administração, para seguir vendendo doces, acessórios eletrônicos e roupas. A reportagem foi ouvir sobre o dia a dia desses ambulantes que fazem parte da história do Largo São João Batista. “Sou da época que tinha um cinema do lado da praça e um McDonald’s no lugar do que é hoje o hipermercado Extra.” Essa é só uma das lembranças da ambulante Maria Jesus Batista Moreira, 55, que trabalha no Largo São João Batista desde jovem, pois o ponto era do seu pai, Francisco Batista de Mouro, que exerceu a atividade no local durante 30 anos. “Participei da organização da primeira quermesse no estacionamento da igreja, há mais de 20 anos.” Ela ainda comentou que na praça existia banheiros públicos subterrâneos e, por isso tem aquelas caixinhas de luz no chão. Como comerciante do largo, ela vende acessórios e peças de roupa de acordo com o clima, mas cita que “no inverno vendo mais que no verão”. A vendedora também confirmou que antigamente podiam até participar da festa junina da igreja, após pagar uma taxa de serviço à prefeitura. Outro ambulante que tem história na praça é Paulo Olimpo de Oliveira, 60, nascido no interior de São Paulo, em Fernandópolis, e que monta a barraca dele de segunda a sábado, às 6h da manhã e fecha por volta das 17h, nos últimos 20 anos. Decidiu vir para a capital em busca de trabalho. Pri-

Ambulantes fazem parte da história do Largo São João Batista

Jorge Teixeira dos Santos trabalha como ambulante há mais de 20 anos e sempre vendeu guloseimas na sua barraca para sustentar os três filhos que dependem dele

Vendedores concordam com troca de ‘endereço’ no bairro Rudge Ramos meiramente, foi metalúrgico e tendo passagem pela Volkswagen. De início morou em São Caetano, antes de se mudar para Vila Vivaldi, no Rudge Ramos, em 1990. Ele resolveu apostar nessa vida pois “não consegui arrumar emprego e resolvi investir em outras coisas”. E, quando chegou no local para trabalhar, ainda não existia ‘Casas Bahia’ e ‘Pernambucanas’, eram somente terrenos. Atualmente, o comerciante traz todas as suas mercadorias de venda dentro de um carro, que comprou recentemente. Anteriormente, deixava seus produtos guar-

dados no estacionamento próximo à praça. Oliveira que é pai de uma menina, Caroline Olimpo Batista de Oliveira, 22, que trabalha com ele neste momento, comentou que tem outros cinco irmãos, uma irmã mora no próprio Rudge, enquanto os outros quatro moram em Goiânia. “Como sou do interior de São Paulo, sempre visito familiares. Nesse último Carnaval, por exemplo, fiquei alguns dias para matar a saudade.” O comerciante conta que sempre que além de torcer para o Santos é fã de rock antigo e escuta sempre a

‘Kiss FM durante o trabalho. “Led Zeppelin, Raul Seixas e Legião Urbana, fazem parte da minha infância e da minha vida até hoje.” Ele ainda comentou que chegou a tirar licença para vender cachorro-quente próximo a sua barraca, mas que pesquisando os valores que teria de investir, não valia pena e decidiu “aposentá-la”. A ambulante Paola Cruz da Silva, 25, trabalha na praça São João Batista junto da mãe Maria Cruz da Silva, desde os 13 anos de idade. Paola afirmou que vende mais os utensílios unissex, como boné, bolsa e carteira. Com a mudança

de local especificada pela Prefeitura de São Bernardo, a barraca deve se instalar na frente do banco Bradesco, na avenida Dr. Rudge Ramos. Já Jorge Teixeira dos Santos, 53, que é portador de necessidade especial, apesar de ser um dos mais novos a trabalhar no local, conhece as histórias no entorno. “Resolvi vir trabalhar nessa parte [praça] por ter muito movimento. Já estou no ramo há vinte anos.” Ele vende chocolate, chicletes, balas entre outras coisas. Santos afirmou que é casado, pai de três filhos que dependem dele. 


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CIDADE Alysson Rodrigues/RRJ

Previsão de término das obras é em novembro deste ano com custo de R$ 6,1 milhões; ambulantes e a banca de jornal não voltarão mais ao local após a reforma

Reforma da praça teve início em abril e deve terminar em novembro Alysson Rodrigues

A REFORMA foi informada na edição 1.820 do Diário Oficial do município. Segundo o texto, a

praça do Largo São João Batista é apenas uma das cinco praças que serão revitalizadas neste ano. As reformas na praça São João Batista começaram no último dia 13 de abril. De acordo com o Secretário de Serviços Urbanos, Tarcisio Secoli, a obra tem previsão de término para novembro deste ano. Após reformada, o local não contará

mais com a banca de jornal e nem com as barracas. A base policial e o ponto de táxi presentes no entorno da igreja São João Batista serão instaladas na praça revitalizada. Segundo os ambulantes, a mudança será benéfica, já que o local estava ficando muito cheio, devido ao alto movimento de pes-

soas, envolvidas em oito barracas e uma banca de jornal. Como serão realocados, deverá ter mais movimento para todos. Como as tradicionais quermesses de 2015 já estão programadas para ocorrer no estacionamento da igreja, a partir de julho que vão começar as obras para a construção de uma nova praça no local.

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COMPORTAMENTO

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Exposição animal exige cuidados Ambiente higienizado e não permissão de contato físico com o público são algumas das normas Fotos: Marcella Blass/RRJ

Marcella Blass

DESDE O DIA 15 de janeiro de 2015, novas regras entraram em vigor para garantir a segurança e o bem-estar dos animais em pet shops e feiras de adoção. As normas são uma resolução do CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária) que visa melhores condições de saúde e qualidade de vida para bichos de estimação expostos em vitrines e gaiolas. Uma das principais mudanças é que não é mais permitido o contato físico do público com os animais à venda. O comprador ou adotante só poderá tocar no mascote após finalizar o procedimento de compra ou adoção. A regra faz parte da resolução número 1.069 do CFMV. “A resolução veio para assegurar que a loja exponha dentro de condições favoráveis e que propiciem o bem-estar para as espécies em exposição”, disse a médica veterinária Vivian Massarotto. A resolução determina também que o animal seja mantido em um espaço adequado, limpo, sem excesso de barulho e com luminosidade, temperatura e umidade adequadas. De acordo com a Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação), o setor pet movimentou R$ 16 bilhões em 2014. “A partir do momento em que a exposição se faz necessária, há uma preocupação grande no que tange a proteção”, comentou a veterinária. Segundo a especialista, é fundamental que a legislação norteie e esclareça o que ela acha adequado para os animais. A veterinária ainda afirma que os primeiros cuidados devem ser relacionados as condições de sanidade dos animais, controle de parasitas internos, esquema de vacinação e higienização corporal. “A legislação também fala da importância da imunização dos funcionários que entrarão em contato com os bichos do pet shop”, contou. Segundo ela, quem tem cães e gatos de estimação

Animais em exposição devem ter entretenimento, conforto, água, alimentação e espaço adequado para se movimentar

A resolução veio para assegurar que a loja exponha animais dentro de condições favoráveis para os animais expostos.” Vivian Massarotto Veterinária

podem acabar trazendo pulgas para a loja. A higienização da vitrine é outro ponto citado na resolução 1.069 do CFMV. A veterinária destaca a importância de evitar que os animais expostos entrem em contato com seus dejetos. “Além disso, é preciso fiscalizar para que eles não urinem nos comedouros e fazer uma limpeza frequente nesses recipientes”, disse. Débora Brogoni luta pela causa animal há mais

de 10 anos e é contra a comercialização de bichos em pet shops. “À venda, eles ficam expostos, se alimentam e se hidratam muito mal com receio de sujarem o local em que estão expostos”, comentou. Mesmo não sendo a favor, ela acredita que dificilmente será possível o fim das vendas, então crê na importância da lei para garantir um ambiente limpo que diminua a disseminação de doenças e situações maus tratos. Psicológico A veterinária comenta que a melhor forma de evitar que o animal em exposição fique estressado é mantê-lo dentro de sua zona de conforto. “Aspectos como alimentação, iluminação, controle parasitário, ventilação e higienização devem ser adaptados para cada tipo de espécie”, disse. De

acordo com a especialista, há algumas raças que são mais sensíveis a luminosidade ou tem dificuldade em manter a temperatura corporal e o estabelecimento deve estar preparado para mantê-lo confortável. “O psicológico dos animais em exposição será afetado ou não de acordo com o que o pet shop oferecer para ele”, afirmou Vivian. Na prática A clínica Villa Pet Shop, no Taboão, em São Bernardo, expõe cachorros em vitrines há aproximadamente seis anos. A veterinária Amanda Gomes, responsável técnica pelo estabelecimento, afirma que a loja já está adaptada às novas normas desde que entraram em vigor. Ela conta que os animais ficam expostos em uma vitrine de vidro sem qualquer contato com o público, tem três trocas periódicas de comida e água a vontade. “Além disso, nossos filhotes não saem sem a primeira vacina e o pet orienta que o dono continue a acompanhar a carteira de vacinação do animal”, disse. A loja se esforça para manter a qualidade de vida

dos cachorros em exposição. Amanda afirma que o local se preocupa em oferecer entretenimento e espaço para que os cães se movimentem a vontade. “Também higienizamos diariamente o ambiente para garantir a saúde dos animais, tanto as vitrines em que eles passam o dia, quanto as gaiolas em que dormem durante a noite”, afirmou Amanda. A resolução diz que todo responsável técnico tem a função de fiscalizar o ambiente, condições de limpeza e treinamento dos funcionários. Se o local não seguir a nova resolução e as outras já implementadas para garantir o bem-estar animal, o veterinário responsável deve orientar o dono do estabelecimento. Segundo a resolução 1.069 do CFMV, tanto a loja quanto o veterinário podem ser punidos se não cumprirem as regras. Os próprios consumidores também podem denunciar se presenciarem uma situação que não pareça correta de acordo com a resolução 1.069 do Conselho Federal de Medicina Veterinária. No Estado de São Paulo, por exemplo, é possível enviar um e-mail para fiscalização@crmvsp.gov.br contando o caso. É preciso informar o endereço completo do local, com rua, número e cidade. 


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COMPORTAMENTO

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Mascotes também ficam idosos Thaís Duran

ANIMAIS COMO gatos e cachorros também ficam idosos. Nessa fase da vida os bichos de estimação precisam de cuidados especiais. É necessário acompanhamento médico e adaptações na casa para manter a qualidade de vida. A rotina em idade avançada é determinada pelo cansaço. Mesmo o interesse com relação às brincadeiras e atividade física seja particular de cada indivíduo, nessa fase o animal se sente mais indisposto, solitário e carente de carinho. “A média de vida de um animal é em torno de 15 anos de idade, podendo se entender a mais”, contou a veterinária Karina Tarozzi. Os primeiros sinais de envelhecimento são o sedentarismo e a intolerância para exercícios físicos diários. A senilidade de bichos domésticos se dá também pelas características físicas, como o aparecimento de pelos brancos, e o diagnóstico de algumas doenças características da idade avançada.

Ao notar que os olhos de seu cão começaram a clarear, Kallil Augusto Ruiz levou o animal até uma clínica veterinária. “Além da catarata, comecei a perceber também a diminuição da capacidade auditiva, mas não há o que fazer, já que são problemas comuns à idade”, disse. A veterinária comenta que os animais que chegam à idade avançada também têm mais problemas nas articulações devido ao desgaste, além de estarem mais propensos a perda de audição e cegueira. “A indisposição da fase faz com que eles fiquem mais tempo em repouso do que ativos fisicamente e isso também pode fazer com que os animais fiquem acima do peso”, contou Karina. De acordo com ela, se isso acontecer, será necessário aumentar as visitas à clínica. Adaptação Da mesma forma que as pessoas adaptam a casa para maior conforto e segurança quando chegam a melhor idade, eles também precisam que seu lar seja adaptado quando se tornam idosos. Ca-

mas almofadadas para evitar desgaste das articulações e pisos emborrachados para evitar quedas e escorregões são algumas das recomendações da especialista. “Minha cachorra chegou aos 17 anos de idade e já estava muito debilitada. Andava devagar, só tinha 10% da visão, enxergando somente sombras. Fiz algumas mudanças na minha casa, como bloquear as escadas e fechar portas para que ela ficasse limitada ao espaço seguro”, contou Fátima Cristina Padilha, dona de uma cadela da raça poodle. Ruiz conta que, apesar da diminuição da visão e capacidade auditiva de sua cadela, o animal ainda está ativo, mesmo com dificuldade para subir em camas e sofá. “Na casa não fizemos muitas mudanças, mas ela é alimentada com ração específica para animais idosos”, disse. Quando chegam à idade avançada, os bichos ficam mais carentes de seus donos, procuram frequentemente por carinho e necessitam de mais atenção. A especialista conta que nessa fase, os pets se sentem mais fragilizados

Thaís Duran/RRJ

Animais idosos precisam de cuidados especiais nessa fase da vida

com as características da velhice e as doenças que podem surgir com o passar dos anos. “Quando a Nick

TER COBRAS, tartarugas, mini porcos, aranhas, iguanas em casa como bichos de estimação pode parecer bastante estranho para grande parte das pessoas. Mas o fato é que com cada vez mais frequência eles têm encantado famílias que procuram uma companhia diferenciada. Para mantê-los em ambiente fechado, como uma casa, porém, é preciso tomar alguns cuidados com relação a saúde e higiene. Além disso, é importante ter consciência de que esses animais não estão acostumados ao convívio doméstico. A moradora do Jardim Hollywood, Camila Zinatto, 22, sempre quis ter uma cobra, mas sua mãe não autorizou. Aos 19 anos, encantou-se por uma igua-

na quando viu o animal pela televisão. Foi então que comprou Catarina. “Achei um bicho diferente”, contou. Camila lembra que há três anos, quando comprou o iguana em um pet, não sabia quase nada sobre os cuidados que deveria ter com o animal. “O rapaz da loja me explicou como cuidar de Catarina. Nas primeiras semanas tivemos muitas dificuldades”, disse. Hoje, a única dúvida que a família tem a respeito da companheira, de aproximadamente um metro e vinte de comprimento, é com relação a sua idade. De resto, Catarina já é membro da família. O veterinário Eduardo Silis salienta que há uma instrução normativa no Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) que explica quais são

ficou cega, percebi que ela sentia mais necessidade de mim, chorava mais, algumas vezes ficava parada latindo para me chamar. Fiz de tudo para que ela se sentisse segura perto de mim, cuidei dela como se fosse um bebe”, falou Fátima.  Arquivo pessoal

Animais exóticos precisam de atenção Rafael Barelli

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Camila Zinatto em ensaio fotográfico com sua iguana de estimação que tem um metro e vinte

os animais domésticos, os exóticos e os silvestres. Segundo ele, “os silvestres são todos aqueles que pertencem ao território brasileiro, enquanto que os exóticos são os que não são comuns ao território nacional”. O veterinário destaca ainda que existem animais exóticos que são domésticos. “A calopsita, apesar

de ser um animal exótico [ela vem da Oceania], é considerada um animal doméstico pela legislação”, afirmou o professor. Ibama O Ibama ressalta que animais retirados da natureza podem causar danos à fauna silvestre e aos ecossistemas aos quais fazem

parte, por isso a posse desses bichos é controlada por meio de licença. O controle da situação é feito pelas Secretarias e Delegacias vinculadas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Gerências de Zoonoses, vinculadas ao Ministério da Saúde ou às Secretarias Estaduais da Saúde. 


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ECONOMIA

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No Brasil, jovens viram empreendedores aos 18 Mudança no perfil de empreendedor traz jovens para o mundo das empresas

NOS ÚLTIMOS dez anos, mudou o perfil dos empreendedores brasileiros. Hoje, a maioria é jovem, de faixa etária até 34 anos. É o que mostra uma pesquisa feita pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM), em parceria com o Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBPQ) e o Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV), com o apoio do Sebrae. De acordo com o levantamento, 50% dos chamados empreendedores iniciais têm de 18 a 34 anos, e 25% já empreendiam. Em uma lista de 67 países, o Brasil aparece em quarto lugar em termos de número de pessoas que tem negócio próprio. São 37 milhões de pessoas que já possuem um negócio ou estão visando abrir um. A socióloga Samara Carvalho explica que essa mudança no perfil do empresário se dá por conta das particularidades da nova geração. Porém, o alto índice de jovens empreendedores no Brasil não está diretamente relacionado a avanços econômicos. Pelo contrário, os jovens estão encontrando uma maior dificuldade em entrar no mercado de trabalho. O empreendedorismo é visto como uma possibilidade de superar esta dificuldade. “Os jovens desta faixa etária são dinâmicos, criativos e impulsivos. Não têm paciência para galgar o sucesso profissional degrau por degrau. Se não consegue êxito imediatamente se frustra”, disse Samara. A nova geração de empresários acredita que alcançar sucesso com um negócio próprio dá status e respeito. Porém Samara acredita que a questão do empreendedorismo entre os jovens no Brasil não pode ser caracterizada apenas como um fenômeno positivo, pois a sua origem está

dos pequenos negócios no Brasil foram abertos por oportunidades em

2013

PERFIL JOVEM: METADE DOS NOVOS EMPREENDEDORES TEM ATÉ 34 ANOS

Fonte: Sebrae, a partir da GEM

Victória Rodrigues

71%

Divulgação/Agência Insane

diretamente relacionada a problemas sociais mais densos que remetem a questões estruturais maiores, principalmente a educação e formação profissional. Outra questão apontada pela socióloga é que, para esses jovens, a felicidade está atrelada a sucesso profissional. “Mudar de emprego a todo o momento não é visto de forma negativa, como era

caracterizado pela geração de seus pais”, afirmou. A experiência, embora seja de extrema importância, não é um fator considerado pelos jovens como primordial para que se abra uma empresa. “A necessidade, aliada à criatividade e ousadia, deve ser mais valorizada do que a experiência”. Samara explicou também que a própria formação espe-

cífica é algo que não é caracterizada como determinante para esses jovens. Dificuldades Ter seu próprio negócio é o terceiro maior sonho do brasileiro, seguido de comprar uma casa própria e viajar pelo país. Mas ainda não é fácil montar uma empresa. O processo é lento e normalmente demora mais

Empresa de marketing e comunicação, em São Caetano, tem jovens como maioria no quadro de funcionários

do que o esperado. O empresário Cláudio Cannatá, 42, levou um mês e meio para conseguir legalizar sua empresa que ainda está fase de crescimento. “Dependendo do que você for abrir pode demorar muito mais, você tem que entender o tipo de serviço que você vai fazer”, afirmou. A falta de conhecimento contribui para a demora no processo. É necessário ter o auxílio de um profissional para garantir que tudo ocorra de maneira correta. “Para abrir já é um parto, depois você ainda tem que ver se abriu da maneira correta”, contou Cláudio. Segundo pesquisa do Sebrae feita em 2013, mais de 70% dos pequenos negócios que são abertos no Brasil são por oportunidades. Sendo que, desta porcentagem, cerca de 40% têm até o segundo grau completo de escolaridade. 


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ECONOMIA Divulgação/Paula Ribeiro Bolsas

Empreender começa em casa Natasha David

PAULA RIBEIRO tem 26 anos. Em 2007, aos 18, confeccionou em sua casa bolsas de tecido. O motivo era simples: queria ter mais opções para usar. No ano seguinte, as amigas viram as criações e fizeram encomendas. Paula passou a vender sua produção e naquele momento, a então estudante de ensino médio, passou a empreender. Hoje, ela tem um ateliê com a sua mãe, que é sua sócia. Continua produzindo

bolsas, mas agregou mochilas, carteiras e até mudou o material utilizado na produção. Paula faz parte de um grupo que cresce no país: são os jovens empreendedores entre 24 e 35 anos que investiram no seu próprio negócio, segundo pesquisa do Sebrae. Em 2001, eram cerca de 370 mil dentro dessa faixa etária. Em dez anos, esse número saltou para 700 mil. Em 2013, o estudo já apontava 21,9% de jovens empreendedores, contra 19,9% na faixa de 35 a 44 anos, que é considerada a

idade de maior estabilidade financeira do empresário brasileiro. O cenário de insegurança no início de um novo negócio não vem sendo uma barreira para os jovens, que dedicam toda força de vontade e conhecimento para que a empresa cresça e seja a sua única fonte de renda. Atualmente, com cerca de oito anos de empresa e o ateliê em São Bernardo, Paula afirma que já tem um público fixo, principalmente no ABC, mas que o caminho não foi fácil e houve muitas instabilidades.

Mulheres aderem ao microempresariado Renan Sukevicius

FAZER A PRÓPRIA rotina, não ter chefe e dar um fim ao horário comercial levam profissionais a abdicar de sua carreira para iniciar uma vida de empreendedor. Além disso, dependendo da área de atuação, colocar em prática as próprias ideias faz com que os funcionários peçam demissão e passem a ser chefes. As mulheres têm dominado essa tendência, como indica um estudo do Sebrae realizado entre 2002 e 2012 que identificou um aumento de 18% no número de microempresárias, passando de 6,1 milhões para 7,2 milhões.

É o caso de Larissa Montilha, 28, que, antes de largar o escritório e partir para o negócio próprio, trabalhou em várias empresas de moda até ter sua própria marca. O começo do empreendimento, em 2012, foi tímido. Larissa, que mora em São Caetano, fazia apenas bolsas ecológicas e as vendia na internet. Mas a clientela foi aumentando e, em pareceria com a mãe, Neide Ribeiro, 52, a oferta de produtos da “Quase Nada Fútil” cresceu. Hoje, as duas vendem diversas peças do vestuário feminino em um espaço fixo, que funciona aos sábados na praça Benedito Calixto, em São Paulo, e contam com o

Para ela, a maior dificuldade foi conquistar a credibilidade dos fornecedores e dos clientes. “Fidelizar uma parceria requer muita força de vontade, e não apenas esforço manual”, afirmou. Planejamento Para enfrentar possíveis problemas de instabilidade do negócio o importante é planejar. Isso sempre fez parte da vida do empresário Carlos Eduardo Capella Dias Reis, o Cadu, 24. Ele contou que sonhava em ser empregado de uma multinacional quando iniciou o Divulgação/Quase Nada Fútil

auxílio motorizado de um Kombi ano 1975. A ideia de ter uma loja sobre rodas era para a Copa do Mundo de 2014, mas não deu tempo. Mesmo assim, Larissa e Neide adesivaram o carro e

transformaram a perua em loja e vendem as roupas por diversas cidades do Estado. Dificuldades Larissa contou que tem firma aberta em cartório.

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Paula Ribeiro conta com a sua mãe, Fátima, que também é sua sócia, para crescer no mercado e expandir o ateliê de bolsas em São Bernardo

curso de publicidade e propaganda, em 2008. Mas como nem todo planejamento sai como o esperado, no início de 2009 o jovem entrou em um projeto com um amigo. O resultado foi o surgimento de sua própria empresa de marketing e comunicação. Hoje, o negócio expandiu ainda mais: são três empresas que se juntaram e atendem a mais de 50 clientes. Isso ocorreu em um espaço de apenas seis anos. Além do crescimento da empresa, o desenvolvimento pessoal foi ainda maior. Cadu, que nunca foi estagiário ou empregado de nenhuma empresa, já dá palestras em universidades sobre planejamento e marketing e está escrevendo um livro que conta um pouco do seu aprendizado até aqui. De acordo com jovem, o importante nessa trajetória não é apenas ganhar dinheiro. “É criar um negócio que promova algo importante para outras pessoas”. Para ele e os outros seis sócios não é apenas uma questão de entregar um simples produto, mas sim atender ao cliente da melhor maneira possível montando um planejamento de marketing e comunicação que possa atendê-lo em todas as situações que forem possíveis.  Além de vendas na loja fixa e pela internet, Larissa Montilha conta com o apoio de uma loja sobre rodas para vender roupas

Para ela o maior problema não foi a burocracia para iniciar a microempresa, mas sim a parte administrativa. “É difícil gerir um negócio. Como cursei moda, não tenho noção de administração. Isso é muito difícil. Eu tento entender um pouquinho de tudo”, contou. Mesmo com as dificuldades e a responsabilidade de cuidar da própria marca, Larissa diz que vale o prazer de pôr em prática seus projetos. “Quando eu trabalhava para outras pessoas eu fazia as criações, acreditava que dariam certo, mas não vendiam. Isso era muito frustrante.” 


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De 30 de abril a 13 de maio de 2015

RUDGE RAMOS Jornal da Cidade


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Metodista/São Bernardo se prepara para clássico contra o Pinheiros Equipe do ABC disputa partida no dia 7 de maio após três vitórias seguidas Renan Muniz/RRJ

Renan Muniz

O TIME masculino de handebol do Metodista/São Bernardo terá mais um adversário pela frente no Super Paulistão 2015. A equipe, que vem de três vitórias seguidas, se prepara para enfrentar o tradicional time do E. C. Pinheiros no dia 7 de maio, às 20h, no Ginásio do Baetão, em São Bernardo. A equipe do ABC venceu até agora todos os jogos que disputou pelo Paulistão desta temporada. No total, foram três jogos e três vitórias contra o Taubaté, XV de Piracicaba e Franca. Essa condição coloca o Metodista/São Bernardo na vice-liderança da competição ao lado do São José e do próprio Pinheiros, que também venceram as três partidas disputadas até o momento. Para o central e capitão do Metodista/São Bernardo, Diogo Hubner, a vitória contra o Franca no último dia 25 foi essencial para

Jogadores apostam na força do elenco para continuar com o aproveitamento máximo na competição

mostrar a força do elenco. “Conseguimos uma boa vitória apesar dos desfalques que tínhamos por motivos de contusão e de seleção brasileira. No próximo jogo provavelmente teremos o time quase completo”, afirmou Hubner.

O time do Pinheiros terá pela frente, antes da equipe da Metodista/São Bernardo, outros dois jogos. O primeiro será no próximo dia 30, contra o XV de Piracicaba, em casa, e, no dia 2 de maio, contra o São José, no interior. Em seu último jogo, a

equipe venceu o São Caetano, no ABC, por 32 a 25. Para o técnico do Metodista/São Bernardo, José Ronaldo do Nascimento, o SB, a importância da próxima partida é manter a briga pela liderança. “Nós jogamos três partidas e ven-

QUEM PASSA pela esquina da rua do Túnel com a rua Vinte e Três de Maio, no entorno do Ginásio Poliesportivo de São Bernardo, nas manhãs de domingo, já deve ter visto barracas com alimentos, vários carros com rádios, antenas e equipamentos eletrônicos à mostra. Trata-se do Encontro Semanal de Radioamadores, evento que acontece desde a década de 80 e atrai entusiastas do hobby do ABC, da capital e até de cidades do interior, como Bauru e Sorocaba. A feira de São Bernardo já passou por diversos pontos da cidade até chegar à localização atual, no final do ano passado. As reuniões foram no antigo Rádio Clube, que ficava na rua Jurubatuba, e passa-

ram por lugares como rua Marechal Deodoro, Praça Giovanni Breda, Praça dos Expedicionários e no estacionamento da prefeitura, onde ficaram até o início das obras do piscinão. “No começo diminuiu o número de pessoas que compareciam por causa dessas mudanças, mas agora com a tecnologia dá para informar todo mundo sobre isso”, explicou um dos idealizadores da feira, Paulo Toshiyuki, conhecido como Brasinha O evento chegava a reunir cerca de 500 pessoas quando era no Paço Municipal, mas hoje em dia o movimento é de em torno de 100 participantes. A sugestão de marcar reuniões semanais entre os radioamadores da região surgiu no Riacho Grande, em 1980. “A ideia era juntar todo mundo, levar o equipamento sem a intenção de troca ou venda, só para fazer

cemos as três, tivemos uma boa vitória contra o Franca. O Pinheiros é uma equipe que também está na briga pelas primeiras posições”, disse o treinador. Segundo SB, ele e mais alguns atletas foram assistir ao jogo do Pinheiros no Ginásio Marlene, em São Caetano, para estudar o esquema tático do próximo adversário. “É uma equipe renovada, mas muito forte. Temos que analisar bem para não sermos surpreendidos na próxima partida”, afirmou SB. Apesar da defesa, com 79 gols sofridos, ser uma das mais vazadas entre as equipes que estão brigando pela liderança, o goleiro da Metodista/São Bernardo, Leandro Dias, afirma que o time tem se comportado melhor dentro de quadra, o que pode colaborar para conseguir a vitória. “A gente vem evoluindo treino a treino, os jogadores mais novos também estão melhorando bastante. O jogo será bem aberto para as duas equipes”, explicou o goleiro. Até o momento, o líder da competição é o Taubaté. Com sete partidas jogadas, a equipe venceu seis e soma 12 pontos ganhos. Na sequência da tabela vêm Pinheiros, São José e Metodista, com seis pontos em três partidas.  Marcelo Argachoy/RRJ

Encontro de radioamadores no município é o único do Estado Marcelo Argachoy

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demonstração”, disse Brasinha. Ele também contou que foi a partir dali que começaram a acontecer encontros de praticantes do hobby em outras cidades, mas que acabaram não vingando por causa da falta de apoio das prefeituras e da dificuldade de encontrar um local para se estabelecer. Hobby “O radioamadorismo é um hobby científico. Além de ser uma atividade de lazer, tem a parte científica, pois requer conhecimentos de informática e eletrônica e também pode servir como auxílio à defesa civil em caso de desastres naturais”, explicou o presidente da Liga de Amadores Brasileiros de Rádio Emissão (Labre-SP), Marcelo Motoyama. Para se tornar um radioamador, o indivíduo deve fazer uma prova sobre ética

e legislação, conseguindo uma licença de classe C. Para obter uma licença de classe B é necessário fazer outra prova, sobre código morse e eletrônica. Para a classe A, uma terceira prova, de radioeletrônica. As diferentes categorias influenciam a frequência na qual os radioamadores podem transmitir. Segundo informações da Labre, foram emitidas 13 mil licenças para transmissão na região metropolitana, sendo aproxi-

Praticantes do hobby se reúnem desde os anos 80 e reclamam das constantes mudanças de local

madamente 2.500 destas no ABC. Um radioamador pode possuir mais de uma licença. O número de praticantes do radioamadorismo não é divulgado pela Anatel. A Labre estima que possui cerca de 110 membros vindos da região, porém, desde 1988, a associação não é obrigatória. 


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