RROnline - Edição 1039

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www.rronline.com.br Produzido editorial@metodista.br facebook.com/rudgeramosonline

ANOS

pelos alunos do Curso de Jornalismo ANO 35 - Nº 1039

De 19 de agosto a 2 de setembro de 2015

» ENTREVISTA - Luiz Marinho fala sobre desafios com habitação enfrentados pela cidade. Pág. 3 Arquivo Pessoal

» APÓS UM ANO

Faixa de ônibus exclusiva divide opiniões entre passageiros e comerciantes

» AVENTURA

Larissa Pereira/ RRJ

Idosos transformam prática esportiva em estilo de vida radical Págs. 10 e 11 Divulgação

» FELINOS Aumenta a procura por gatos como animais domésticos na região Págs. 8 e 9

Pág. 5 Maristela Caretta/RRJ

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Aniversário é comemorado com shows de diversos estilos musicais espalhados em palcos pela cidade. Págs. 6 e 7

» TRADIÇÃO Bairro abriga único mercado municipal de São Bernardo Pág. 4


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RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

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No aniversário da cidade, 462 Rudge Ramos Jornal faz 35 anos

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Veículo feito por alunos do curso de Jornalismo da Universidade Metodista presta serviço para a comunidade Fotos: Maristela Caretta

Guilherme Pimenta

NO MÊS de aniversário de São Bernardo, que faz 462 anos no dia 20 de agosto, o Rudge Ramos Jornal também está em festa. O jornal, projeto pedagógico pioneiro no país do curso de Jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo, completa 35 anos nesta edição. A publicação virou referência para moradores da cidade. A cada 15 dias discute o dia a dia do Rudge e do município. Distribuído gratuitamente aos moradores do bairro e também em pontos importantes da cidade, como a Câmara Municipal, o veículo é totalmente produzido por universitários de Jornalismo da universidade, com a supervisão de professores-editores. Ao longo de 35 anos, o RRJ passou por diversas reformas gráficas. No início, em 1980, seu formato era A4, tamanho de uma folha sulfite. Em 2005, o modelo standard, igual ao dos grandes jornais, foi adotado pela Redação. Já em 2007, passou a ser tabloide. Hoje, o padrão é o chamado germânico. Apesar das mudanças, a linha editorial sempre foi a mesma: prestar serviço e falar da comunidade. O reitor da Universidade Metodista, professor doutor Marcio de Moraes, destaca a repercussão do RRJ além do município. “Foi abraçado pela comunidade e também pelos próprios alunos da Universidade. A gente ouve falar do

Rudge Ramos JORNAL DA CIDADE

editorial@metodista.br Rua do Sacramento, 230 Ed. Delta - Sala 141 Tel.: 4366-5871 - Rudge Ramos São Bernardo - CEP: 09640-000 

Produzido pelos alunos do curso de Jornalismo da Escola de Comunicação, Educação e Humanidades da Universidade Metodista de São Paulo

Em 2007 foi criado um portal de notícias que amplia a produção jornalística dos alunos e estagiários de Jornalismo

jornal não só no bairro como também em São Bernardo e no ABC”, disse Moraes. A integração com a comunidade local, fundamental para a formação profissional dos alunos de

jornalismo, foi ressaltada pelo diretor da Escola de Comunicação, Educação e Humanidades da universidade, o professor doutor Nicanor Lopes. “Estagiários e alunos que passam pelo jornal se formam jornalistas com visão de mundo e conhecem todos os processos, desde a hora que se monta uma pauta até o momento em que o jornal está nas mãos do leitor.”

Já para o professor Rodolfo Carlos Martino, jornalista e coordenador do curso de Jornalismo da Metodista, a principal função do jornal regional é defender os anseios da sociedade. “A proximidade com o leitor é uma característica vital dos jornais e do RRJ. Uma notícia que sai no jornal acaba impactando a comunidade”, disse. RROnline Para integrar o projeto impresso, o curso de Jornalismo também foi pioneiro em criar, no ano de 2007, o portal 24 horas de notícias Rudge Ramos Online (www. rronline.com.br). Com as reportagens publicadas no jornal e também sobre as outras seis cidades do ABC, o site atingiu mais de meio milhão de acessos no primeiro semestre de 2015. “No momento da criação do RROnline, a Redação passou a receber demandas da população pela internet sobre pautas e também assuntos para serem discutidos no jornal”, disse o reitor Marcio de Moraes. Além de reportagens em texto, o portal oferece áudios e vídeos aos internautas, também produzidos por alunos e estagiários. “Serve como aprendizado de como as redações dos principais veículos de comunicação do país atuam hoje de forma integrada na divulgação de notícias”, afirmou a professora doutora Margarete Vieira, editora executiva do RROnline e editora responsável pelo Rudge Ramos Jornal. 

DIRETOR - Nicanor Lopes COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO - Rodolfo Carlos Martino. REDAÇÃO MULTIMÍDIA - Editor-chefe - Júlio Veríssimo (MTb 16.706); EDITORA-EXECUTIVA E EDITORA DO RRJ - Margarete Vieira (MTb16.707); EDITOR DE ARTE - José Reis Filho (MTb 12.357); ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA - Maristela Caretta (MTb 64.183) EQUIPE DE REDAÇÃO: Amanda Guilhen, Bianca Santos, Cibele Garcia, Felipe Siqueira, Gabrielli Salviano, Guilherme Pimenta, Larissa Pereira, Laura Reif, Lucas Laranjeira, Marcelo Argachoy, Natália Scarabotto, Pedro Giordan, Renan Muniz, Thaís Valverde, Thamiris Galhardo, Vinícius Claro e alunos do 5º semestre de Jornalismo.

CONSELHO SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO - Paulo Borges Campos Jr. (presidente); Aires Ademir Leal Clavel (vice-presidente); Esther Lopes (secretária); Rev. Afranio Gonçalves Castro; Augusto Campos de Rezende; Jonas Adolfo Sala; Rev. Marcos Gomes Tôrres; Dr. Oscar Francisco Alves Jr.; Ronilson Carassini; Valdecir Barreros; Nelson Custódio Fér (suplente); Robson Ramos de Aguiar (suplente)

TIRAGEM: 15 mil exemplares. Produção de Fotolito e Impressão: Gráfica Mar-Mar

DIRETOR GERAL EM EXERCÍCIO - Gustavo Jacques Dias Alvim VICE-DIRETOR GERAL - Gustavo Jacques Dias Alvim

O jornal foi abraçado pela comunidade e também pelos próprios alunos da Universidade.” Marcio de Moraes, Reitor da Universidade

Estagiários e alunos que passam pelo jornal se formam jornalistas com visão de mundo e conhecem todos os processos, desde a hora que se monta uma pauta até o momento em que o jornal está nas mãos do leitor.” Nicanor Lopes, Diretor da Escola de Comunicação, Educação e Humanidades

DIRETOR DE FINANÇAS E CONTROLADORIA - Sérgio Roschel DIRETOR DE INOVAÇÃO, COMUNICAÇÃO E MARKETING - Luciano Sathler REITOR: Marcio de Moraes, Pró-Reitora de Graduação - Vera Lúcia G. Stivaletti, Pró-Reitor de Pós-Grad. e Pesquisa - Fábio Botelho Josgrilberg DIRETORES - Carlos Eduardo Santi (Escola de Engenharias, Tecnologia e Informação), Nicanor Lopes (Escola de Comunicação, Educação e Humanidades), Fulvio Cristofoli (Escola de Gestão e Direito), Rogério Gentil Bellot (Escola de Ciências Médicas e da Saúde) e Paulo Roberto Garcia (Escola de Teologia)


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CIDADE

De 19 de agosto a 2 de setembro de 2015

A promoção da cultura cidadã entre os moradores seria um belo presente para a cidade de São Bernardo, principalmente para as futuras gerações.” Luiz Marinho

Prefeito

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Fernanda Ferrari/RRJ

Guilherme Pimenta

O PREFEITO de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), admitiu que o déficit habitacional continua sendo um dos principais desafios no município, que, no dia 20 de agosto, completa 462 anos. O petista afirmou que, quando assumiu a prefeitura, em 2009, a administração realizou um estudo em que apontava uma carência de 38 mil novas moradias e 69,6 mil já existentes em situação irregular ou com problemas estruturais. Marinho disse que, sob sua gestão, a administração municipal entregou 4.046 unidades em 10 empreendimentos, com um investimento no setor de 8,3% do orçamento municipal. O prefeito avalia que esse será o principal desafio para o próximo prefeito de São Bernardo. “[Déficit habitacional] demanda investimento vultoso e durante longo período de tempo”, afirmou. Em entrevista ao RRJ por e-mail, o prefeito declarou que o município está sendo afetado pela crise econômica, principalmente pela região ter características industriais. “É a primeira a sofrer com esse tipo de crise e a primeira a sair se a economia for retomada. Se o setor automotivo voltar a vender, vai haver um efeito positivo em toda cadeia produtiva”, disse. Marinho acredita que o cenário nacional, no qual a presidente Dilma Rousseff (PT) está com a popularidade em baixa, segundo recentes pesquisas de avaliação, não vai influenciar a disputa municipal em 2016. “As pessoas vivem na cidade, não no Estado ou na União. Essa eleição dependerá do trabalho das lideranças locais”, disse. Sobre o candidato do PT para a eleição, Marinho afirmou que o nome será anunciado quando estiver “maduro dentro

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Marinho diz que falta de moradia é principal desafio do município Prefeito de São Bernardo afirma que setor tem demanda de investimentos ‘durante muito tempo’

Se o setor automotivo voltar a vender, vai haver um efeito positivo em toda a cadeia produtiva.” Luiz Marinho

Prefeito

das forças sociais e políticas que apoiam o projeto”. “Não temos pressa”, disse. Ex-ministro do governo

Lula e homem influente dentro do PT, ele acredita que, para enfrentar a crise política, o partido está no caminho certo, conversando com os movimentos sociais e sociedade. Mas, segundo o petista, “é preciso denunciar certa seletividade nas denúncias e perseguição incompreensível contra o PT e as forças progressistas do país por parte de setores da Justiça, PF, Mi-

nistério Público e imprensa”. Ao comentar a Operação Lava Jato, que investiga irregularidades na Petrobras, Marinho falou que “a palavra de corruptos confessos não deveria bastar para prender e condenar pessoas, independentemente do partido”, em alusão ao instrumento judicial da delação premiada. “Dois dos corruptos confessos, o [Pedro] Barusco [ex-

Para Marinho, o cenário político nacional não vai influenciar a eleição municipal em 2016

-gerente da Petrobras] e o Paulo Roberto [Costa, ex-diretor de abastecimento] nunca foram filiados ao PT, nunca tiveram nenhuma ligação com o PT”, concluiu. SBC 462 anos Na entrevista, Marinho disse que a promoção da cultura cidadã entre os moradores seria um belo presente para a cidade de São Bernardo, principalmente para as futuras gerações. O prefeito deu destaque às políticas de participação do munícipe em programas como o Orçamento Participativo e Planos Plurianuais Participativos. 

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Cibele Garcia Maristela Caretta Renan Muniz

NA SEMANA de aniversário de São Bernardo, nada mais justo do que falar sobre o único mercado municipal da cidade. Localizado no Rudge Ramos, o Mercado Municipal Hélio Masini abastece a região desde 10 de novembro de 1968. O estabelecimento é administrado pela prefeitura e se tornou um dos pontos comerciais mais tradicionais da região. Com cerca de 60 lojas, em sua maioria do ramo alimentício, oferece grande variedade de produtos de diferentes setores, como artesanato, perfumaria e vestuário. Por dia, cerca de mil pessoas aproveitam o que o mercado municipal tem de melhor. Aos sábados, esse número se aproxima de 4.000 visitantes. O local conta com 60 vagas de estacionamento, operadas pelo Sistema Rotativo Cidadão, de segunda a sexta, das 8h às 18h, e aos sábados, das 8h às 14h. Nos últimos 10 anos, o estabelecimento passou por reformas e melhorias, como a inauguração da praça de alimentação, no mezanino, e o elevador. O comerciante Bruno César Ribeiro Barbosa conta que cresceu no mercado municipal. “Meu pai comprou essa loja quando eu tinha 12 anos e foi muito legal crescer aqui. Tem de tudo, está tudo centralizado. Se você precisa de carne, de fruta, do que for, tem tudo aqui. Isso sem contar o atendimento, que é um diferencial”, disse. A aposentada Alice Antonieta Ponsoni Frangiotti mora no Rudge Ramos há cinco anos e afirma que frequenta o mercado municipal de três a quatro vezes por semana. “Eu compro de tudo, principalmente comida. Sem contar que é bem pertinho de casa. A única coisa que poderia melhorar é a estrutura do prédio, porque os produtos são bons, mas a aparência deixa a desejar.” A depiladora Valéria Panarello não mora na região, mas quando volta do

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Rudge Ramos abriga 462 mercado municipal, o único de São Bernardo

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Tradicional ponto comercial do bairro traz aos consumidores diversas opções de compras Fotos: Maristela Caretta/RRJ

Mercado foi fundado em

1968 60 1.000 e conta com

lojas.

consumidores frequentam o local diariamente.

Há mais de 40 anos no bairro, o estabelecimento recebe cerca de 4 mil consumidores no final de semana

trabalho faz questão de parar para fazer compras no mercado municipal. “Eu trabalho em São Caetano, mas pego ônibus bem na

frente do mercado. Toda semana dou uma paradinha para comprar algumas coisinhas antes de ir para casa. Aqui tem de tudo, mas o que me faz parar mesmo é o açougue, por causa da qualidade”, falou. Em julho de 2005, o então Mercado Municipal de Rudge Ramos foi denominado Hélio Masi-

ni, em homenagem a um comerciante tradicional da cidade. Antes disso, o mercado municipal que recebia este nome era o Central, localizado próximo ao Paço Municipal, onde hoje está sendo construído o Museu do Trabalho e do Trabalhador. O dono de uma das lojas do atual mercado conta que

conhecia Hélio Masini desde quando seus pais ainda tinham uma loja no antigo Mercado Municipal Central. “Eu sentava no colo dele direto, ele era quase um tio para mim e todo dia ele me dava um Yakult. Em uma ocasião tentaram roubar a bolsa de dinheiro que ele ia levar ao banco. Hélio reagiu, segurou o bandido até a polícia chegar e acabou baleado dentro do mercado”, contou Leandro Cordon Fernandes. 


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Faixa exclusiva de ônibus do Rudge completa um ano

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Comerciantes do bairro criticam; passageiros aprovam e apontam redução no tempo de viagem Larissa Pereira/RRJ

Em torno de 32 mil multas foram aplicadas aos motoristas que trafegaram na faixa exclusiva de ônibus durante o período de 11 de agosto de 2014 até 4 de agosto de 2015 Guilherme Pimenta Thaís Valverde Thamires Galhardo

UM ANO DEPOIS de ser instalada na av. Dr. Rudge Ramos, a faixa exclusiva de ônibus divide opiniões entre comerciantes e usuários dos ônibus que circulam pela via. Desde o dia 11 de agosto de 2015, quando a faixa foi implantada, os lojistas reclamam de prejuízo em seus negócios. Segundo eles, as vendas caíram entre 30% a 40%. A faixa se estende por 2.900 metros. Ela tem início

na Praça São João Batista até a divisa da cidade com São Paulo. Pela regra, somente circulam ônibus na faixa, das 6h às 9h e das 17h às 19h30. Os carros só podem passar por ela quando precisam fazer alguma conversão ou entrar em alguma rua. Um dos críticos do sistema é o farmacêutico Leandro Aparecido Dantas, 34. Para ele a faixa afetou a visibilidade do comércio. “Principalmente no horário estipulado. Os clientes não conseguem mais estacionar para comprar remédios e medicações.” O proprietário da loja

de roupas infantis Gustavo Romão da Mota, 31, chegou a organizar um abaixo assinado, enviado para a prefeitura, com mais de 2.000 assinaturas, e também criou um movimento, no Facebook, intitulado “Não ao corredor”. Ele e outros comerciantes espalharam cartazes pela avenida contra o sistema. Mas se os comerciantes reclamam, os usuários de ônibus aprovam a faixa que, para eles, facilitou o transporte e diminuiu o tempo de viagem. Um deles é a assistente de atendimento Isis Priscila Rubbo, 31, que utiliza ônibus entre 8h e

Confira no rronline.com.br as notícias de São Bernardo e do ABC

19h. “À noite, quando volto de São Caetano, percebo que o ônibus anda mais rápido, mesmo sendo horário de pico”, afirmou. A publicitária Nathalia Cairo, 22, que faz o trajeto em direção a Diadema de coletivo, durante a manhã, também percebeu melhora no trânsito. “Com a faixa, o acesso à av. Caminho do Mar ficou mais rápido”, disse. Outro ponto questionado por lojistas e motoristas é o fato de os ônibus deixarem a faixa para ultrapassar os carros. A reportagem questionou a Prefeitura de São Bernardo, na sexta-feira (14), sobre quais as

consequências quando isso ocorre, mas não obteve resposta. No último dia 6 de agosto, a prefeitura informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que, com a implantação da faixa, os ônibus passaram a cumprir os horários programados e o tempo das viagens foi reduzido em oito minutos. Multas Após um ano de faixa exclusiva, foram aplicadas 32.803 mil multas, por meio de radar, a motoristas que circularam na faixa em horário irregular (6h-9h/17h-19h30).

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Bianca Santos Laura Reif

ganha mascote “batateiro”

A FESTA DE aniversário de São Bernardo contará com a participação de um ilustre convidado: o Personagem será usado como ferramenta de mais novo mascote do município é uma comunicação e resgate da história da cidade batata animada, que tem marcado presença nas redes sociais e nas histórica”, disse Gabriela Rocha, havia entre a pocampanhas publicitárias da pre- secretária adjunta da Secretaria pulação da cidade feitura. O mascote também foi de Comunicação de São Bernardo. uma discriminação pensado como uma ferramenta O executivo da agência respon- entre moradores do centro e das de comunicação e de resgate da sável pela criação do mascote, Mi- colônias. Quem morava no centro história do município. chel Haibi, falou sobre o resultado usava o termo “batateiro” ao se reAntes de se chegar à batata final do projeto que durou cerca de ferir a quem habitava as colônias, como símbolo, outros personagens quatro meses. “O batata acabou compostas, principalmente, por imitambém foram avaliados, como surpreendendo a agência, o cliente grantes italianos que trabalhavam um cão da raça São Bernardo e o e também os moradores de São nas lavouras. santo padroeiro da cidade. Mas a Bernardo, porque a gente conseguiu Após algum tempo, o termo foi opção acabou sendo o tubérculo, resgatar a história da cidade de uma adotado também pelos moradores pois faz referência aos “batatei- maneira simpática.” de Santo André para falar de quem ros”, nome dado aos moradores O historiador Attílio Pessotti, vivia em São Bernardo. Essa rivalida cidade na década de 20. “O em seu livro “Vila de São Bernar- dade estava presente, principalmenbatata se justifica pela questão do”, editado em 1981, conta que te, nos campos de futebol. Como res-

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Reprodução

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posta, os andreenses foram apelidados de “ceboleiros”. Apesar de “o batata” ter sido criado em comemoração ao aniversário do município, o principal objetivo é torná-lo uma ferramenta de comunicação entre o Executivo e a população. “Ele irá comunicar ações institucionais, como a programação cultural e esportiva, campanhas de vacinação infantil, entre outras informações de interesse social”, disse Gabriela. Sua primeira aparição física foi durante a 13ª Maratona, que aconteceu no início de agosto. Seu retorno está programado para o dia do aniversário da cidade (20), durante o desfile cívico.  Fotos: Divulgação

Samba, reggae, hip hop e rock são opções no aniversário da cidade Nesta edição, cidade optou por realizar shows em locais distintos para diversos públicos; palco rock contará com a banda Ratos de Porão, enquanto os fãs de reggae vão conferir o Planta e Raiz

Gabrielli Salviano

NO ANIVERSÁRIO de 462 anos, São Bernardo terá uma programação especial com atrações gratuitas para a população. Os shows foram pensados para atender a todos os tipos de público, em diferentes pontos, como a Chácara Silvestre e o Parque da Juventude Cittá Di Maróstica. Samba de roda Chácara Silvestre Senhoras negras vestidas como baianas do candomblé mostram o tradicional samba de roda. O grupo Raízes de Santo Amaro traz no repertório sambas-corridos, de viola, chulas, barraventos, ladainhas de capoeira e toques de maculelê e apresentam

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a diversidade cultural na qual estão envolvidas. Sábado e domingo (22 e 23/08), das 10h às 17h. Parque Chácara Silvestre – avenida Wallace Simonsen - Jardim Palermo. Gratuito. Palco Rock e Metal A partir do meio-dia o Parque da Juventude Cittá Di Maróstica, no Centro, recebe diversas bandas de rock, entre artistas da região e nomes já consagrados no cenário musical. As apresentações ficam por conta de Ratos de Porão, Esdrelon, Social Chaos, Ação Direta, Necromancia, Rhegency e Eyes

of Beholder. Domingo (23/08), às 12h. Parque da Juventude Cittá Di Maróstica - avenida Armando Ítalo Setti, 65 – Centro. Gratuito. Palco Reggae Quem gosta de reggae pode conferir diversos artistas no Parque Chácara Silvestre. Os shows serão de bandas como Planta & Raiz, INI Sounds, Tempo de Revolução, Guerreiros de Judá e Ras Mocambo. Sexta-feira (21/08), às 12h. Parque Chácara Silvestre – avenida Wallace Simonsen - Jardim Palermo. Gratuito.

Palco Samba No feriado é dia de ouvir samba. Os shows acontecerão no Parque Chácara Silvestre, com a presença dos grupos Chrigor & Katinguelê, Superliga das Escolas de Samba de São Bernardo, Robson Capella, Jeito de Ser, Notícias Populares e Akonteceu. Quinta-feira (20/08), às 11h. Parque Chácara Silvestre – avenida Wallace Simonsen - Jardim Palermo. Gratuito.


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No domingo, Parque Raphael Lazurri vira palco da Cia. Circo do Asfalto

Rapper Thaíde é um dos principais destaques no palco de hip hop

Palco Hip Hop Sábado tem show de artistas de hip hop como Thaíde, Walter Limonada, Alquimistas, Essência Black, Conexão SBC, Cadáver, Dignos, Ba Kimbuta, Calunga, Mascote e Snipes. Sábado (22/08), às 13h. Parque da Juventude Cittá Di Maróstica - avenida Armando Ítalo Setti, 65 – Centro. Gratuito. Cia. Circo do Asfalto A Cia. Circo do Asfalto veio do Paraná e trouxe as técnicas circenses a São Bernardo. O intuito do grupo é promover a

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transformação sociocultural por meio da arte. Domingo (30/08), das 11h às 17h. Parque Raphael Lazzuri – avenida Kennedy, 1111 - Jardim do Mar. Gratuito. Muitos povos, uma cidade Este evento reúne diversas culturas e comunidades. Os visitantes verão exposições e vendas de produtos artesanais, culinária, apresentações de música, dança e exibição de documentários, entre outras atrações. Sábado, domingo e segunda (5, 6 e 7/09), às 11h. Parque Chácara Silvestre – avenida Wallace Simonsen - Jardim Palermo. Gratuito.

Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem e Procissão dos Carroceiros Os festejos da cidade serão encerrados com os eventos. A padroeira do município será honrada com uma missa, além do traslado da imagem. Haverá também uma confraternização com comidas típicas e bandas católicas. Por fim, a procissão. TRASLADO Domingo (30), às 9h. Paróquia Santa Maria – rua Albino Demarchi, 1.233, Demarchi. CONFRATERNIZAÇÃO Sábado (5/09), às 17h. Praça da Matriz – rua Marechal Deodoro – Centro. PROCISSÃO Domingo (6/09), das 9h às 17h. Saída da Paróquia Santa Maria.

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Número de felinos aumentou

16,3%

quando comparado a 2010, com uma população de

18,3 milhões

Cresce a preferência por gatos de estimação

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Segundo a Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da OAB, em torno de 80% não são castrados Divulgação

São Bernardo possui cerca de 250 mil gatos domésticos, segundo a Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da OAB da cidade; para a veterinária Thais Santana, o gato é um animal que se adapta facilmente aos lugares pequenos e apartamentos

Leonardo Vantini

É CADA vez maior a preferência por gatos como animais de estimação no Brasil. O país possui, atualmente, uma população de aproximadamente 21,3 milhões de gatos, de acordo com o último levantamento realizado em 2012 pela Abinpet (Associação Brasileira de Indústria de Produtos para Animais de Estimação). O número de felinos aumentou 16,3% quando comparado a 2010, com uma população de 18,3 milhões. Já os cães cresceram apenas 8,5% no mesmo período, de 34,3 milhões, para 37,1 milhões. Somos o segundo país com a maior população de cães e gatos do planeta, e só perdemos para os Es-

tados Unidos, que contabiliza 80 milhões de gatos e 66 milhões de cachorros. O Brasil é um dos poucos países no mundo em que o cão ainda é o companheiro preferido, mas segundo a Abinpet a verticalização dos grandes centros e a mudança no estilo de vida das pessoas são fatores que fazem com que os brasileiros optem por um animal de estimação mais independente e de fácil adaptação aos ambientes menores. Por email a associação informou que isso facilitou o aumento da população de gatos e consequentemente a sua presença nos lares e nas cidades. Os felinos também dão menos despesas e estão mais adaptados à vida moderna. Segundo Antília Reis, presidente da Comissão

de Defesa e Proteção dos Animais da OAB de São Bernardo, o maior problema no aumento da população de gatos é a falta de castração, já que cerca de 80% dos gatos domésticos de São Bernardo não são castrados. “Na cidade temos cerca de 200 mil gatos domésticos não castrados, e quanto mais pobre o bairro, maior é a quantidade de felinos, porque é um animal extremamente barato quando comparado ao cachorro”, afirmou. Adaptação Para a veterinária Thais Santana, o gato é um animal que se adapta facilmente a apartamentos e lugares pequenos, além de não precisar passear e tomar banho quinzenalmente. “Se o gato aceita o banho, pode-se dar um a cada dois

ou três meses. Se ele não gosta, não há necessidade de ser lavado, porque banho em excesso pode acarretar em alguma predisposição a problemas de pele. Já que o comportamento do gato é de não tomar muitos banhos, até porque ele se lambe e se limpa muito”, afirmou. Segundo Thais, o principal erro cometido por quem é dono pela primeira vez do animal é na alimentação. “Normalmente o dono peca na qualidade da ração que oferece, comprando alimentos que têm forte divulgação na televisão. Muitos gatos que atendo têm problemas de saúde devido a uma alimentação ruim, como por exemplo a obstrução uretral, em que o bichano acumula cristais na bexiga e não consegue urinar, por isso recomenda-

mos que só comprem ração em Pet Shop e com qualidade superior”, contou. A veterinária diz que existe um mito de que os felinos transmitem doenças ao ser humano. “Só transmitiria doença se ele se alimentasse de caça, e mesmo assim o homem teria que ter contato com as fezes do animal para se contagiar. O gato não transmite asma, bronquite e toxoplasmose. Tudo isso é lenda”, disse. Thais ainda afirma que com o crescimento do interesse por gatos, aumentou a preocupação dos donos com a saúde. “Hoje em dia nós vemos que os gatos estão sendo mais domesticados, isso aumentou muito a expectativa de vida deles. Já fiz consultas em felinos com mais de 20 anos, a média de idade hoje está crescendo muito”, afirmou. Resgate A professora Rosemary Martines resgata gatos em situação de perigo há 14 anos. Rosemary conta que a principal dificuldade que os donos enfrentam é ter um espaço em que o animal não fuja. “A rua é um lugar muito perigoso para o felino. Existem muitas residências que há cachorros e pessoas que não simpatizam com o animal”, afirmou. A professora cuida de um abrigo de 104 gatos e recomenda que a casa tenha que ser fechada ao máximo para que o gato não fuja. “Temos que ensinar desde pequeno que não existe essa voltinha na rua, porque muitas vezes este passeio pode não acabar bem, por isso as telas são necessárias”, contou 


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Adoção de pets combate o abandono

Fotos: Divulgação

ADOTADORES e ativistas dos direitos dos animais valorizam a adoção de gatos e dizem que o ato

pode colaborar no combate ao abandono. Enquanto a lei que regulamenta a comercialização dos pets foi alterada para zelar pelo bem-estar dos animais, os gatos deixados em vias

públicas dependem dos cuidados de moradores dos arredores. Os gatos vira-latas, diferente dos de raça, estão mais propícios a serem abandonados, diz o autônomo Bru-

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Morador que resgatou gatos na Vila Marlene diz que os vira-latas são mais propícios à rejeição

Lucas Alves

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no Passos. Morador da Vila Marlene, em São Bernardo, Passos está cuidando com a vizinhança de cinco gatos que foram abandonados em uma caixa em sua rua. “Todo mundo ajuda levando ração para eles. Não foram os primeiros animais deixados aqui”, contou. Em janeiro deste ano, o Conselho Federal de Medicina Veterinária determinou que os animais à venda não poderiam mais ter contato físico com o público. O espaço reservado ao bicho

também deve ser limpo e adequado. A ativista vegana Vanessa Grenci possui quatro gatos resgatados de rua e é contra a compra e venda. “Existem milhares de animais de rua precisando de um lar. Financiar o comércio de gatos é financiar alguém que vive como gigolô de animais”, declarou Vanessa. A ONG Adote Um Gatinho atua em São Paulo e no ABC desde 2003 e já resgatou e doou 7 mil gatos. A representante da entidade Aline Munhai defende a adoção como ato de amor ao animal e alerta para casos de maus tratos em pet shops. “A pessoa interessada em comprar o animal deve buscar conhecer o estabelecimento e se certificar de que não há cruzamento entre mãe e filhotes para não ter nenhum problema genético”, relatou. 


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Janine Viana

ESQUEÇA a cadeira de balanço e o dominó: a terceira idade pode ser muito ativa. Para alguns, a idade e suas limitações não são empecilho para praticar esportes radicais como surfar, andar de moto e saltar de paraquedas, quebrando um paradigma da sociedade de que depois dos 60, a vida se resume apenas em ser vovô ou vovó e descansar com a aposentadoria. O empresário João Bessa,75, de São Bernardo, já foi adepto do paraquedismo e é motociclista há 15 anos. Com sua Harley Davidson 1600 cilindradas, João faz parte de um grupo de motociclistas, os Hogssauros e já se aventurou nas estradas da Espanha, Canadá, França e EUA, além dos destinos nacionais. Ele conta que, quando completou 60 anos, a mulher e os filhos achavam que agora ficaria sossegado. Mas, comprou uma moto e avisou que iria realizar o desejo de andar no veículo.“Eu comecei a fazer coisas de jovem. Quando você pratica esporte, você se torna mais ativo”, declarou. Nos passeios internacionais, que são coordenados por uma empresa especializada em viagens de moto, a jornada começa pela manhã quando todos os participantes se encontram para o café e recebem as orientações do caminho que irão percorrer e as paradas para conhecer melhor o destino que escolheram. São cerca de 25 pessoas, a maioria casais, na faixa dos 60 anos. Em junho do ano passado, foram 12 dias de viagem com o itinerário da Espanha, parte da França e com fim em Barcelona. A viagem deste ano, para o norte de Portugal, está programada para o próximo semestre. Bessa explica que a questão da idade não traz muitas limitações, já que os passeios são tranquilos e organizados. Para ele a sensação de liberdade é a melhor parte do esporte. “A moto dá bastante liberdade pra gente. Você sente o vento na cara, viaja”, contou. Além disso, a cultura e o conhecimento adquiridos

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Idosos se aventuram 462 nos esportes radicais

SÃO BERNARDO

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Terceira idade não poupa energia para praticar atividades ousadas para eles Fotos: Arquivo Pessoal

João Bessa em viagem aos EUA em 2009. De moto, ele já passou por destinos como França, Canadá, Espanha e o próximo será Portugal

Saltar de paraquedas era uma vontade antiga de Aparecido, que tomou coragem por influência das filhas

nas viagens são pontos que atraem o empresário. “São histórias para contar para os netos, quem sabe um dia eles não me acompanham?”, relatou. Já o aposentado Aparecido DelPasso, 62, praticante do paraquedismo há 16 anos, começou a saltar por influência das filhas. Com

368 saltos no currículo, ele costuma praticar o esporte em Araraquara, interior de São Paulo. DelPasso diz que não sofre nenhum tipo de preconceito no ramo por conta da idade e sente que as pessoas o admiram. “Infelizmente o tempo é cruel com as pessoas mas sempre se dá

um jeito quando realmente temos vontade” explicou. E o surf também marca presença entre o pessoal acima de 60 anos. O aposentado Chico Paioli, 64, é uma referência no esporte do país. Campeão várias vezes em campeonatos nacionais profissionais e amadores, coleciona prêmios

também como técnico de surfe de nomes importantes do esporte brasileiro. Paioli teve o primeiro contato com o esporte no começo da década de 60, em São Vicente quando tinha apenas 11 anos. Junto ao irmão, desbravou as primeiras ondas e acompanhou o desenvolvimento das pranchas. Desde então, ele nunca mais parou. O surfista, formado em Educação Física, surfa pelo menos uma vez por semana e não pretende parar. Para isso, ele conta que se preocupa muito com a saúde. “Faço corrida, trabalho localizado e agachamento. A idade, ela chega e tem sua força sobre nós. E uma das coisas importantes é o trabalho de condicionamento físico.” explicou. 


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Luana Betti

BORA BORA, Rio de Janeiro, Goiânia e Caldas Novas. Se der tempo, Amazônia e Pantanal. Esse é o roteiro de viagens do casal Sidnei Sotto, 67, e Cleide Sotto, 66, para 2015. Mas, também é possível surgir outra cidade no caminho. Aposentado, o casal que mora no Rudge faz parte hoje de um grupo cada vez maior e que movimenta a economia: pessoas que chegaram à terceira idade e aproveitam para conhecer vários lugares pelo mundo. Público para isso não deve faltar, já que a população brasileira está envelhecendo. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, o número de pessoas acima de 60 anos no Brasil já chega a 26,1 milhões, o equivalente a 13%

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Casal adere viagens a rotina Arquivo Pessoal

da população. E a tendência é que esta parcela da população aumente a cada ano, chegando a 34% até 2060. Tanto que até o governo federal, em 2007, lançou um programa voltado para esse público. É o Viaja Mais Melhor Idade, que possui descontos a partir de 20%, as vantagens variam entre diárias extras, entradas e passeios gratuitos. Segundo o Ministério do Turismo, algumas características da terceira idade que as tornam público-alvo para agências de turismo são a disponibilidade e flexibilidade para viajar em períodos de baixa ocupação, estabilidade financeira, e a possibilidade de minimização da sazonalidade. Casal viajante Mas o casal Sidnei e Cleide afirmou desconhecer o programa. Porém isso não impediu que os dois

Sidnei e Cleide tentam viajar uma vez por ano. A cidade de Chiang-Saen, na Tailândia, foi um dos lugares favoritos do casal

mantivessem o ritmo das viagens, que começou há mais de 30 anos. Começaram acampando com as

filhas por vários lugares do Brasil. Hoje, depois de aposentados, possuem em seus currículos visitas a Boston, Nova York, Colorado, New Orleans, Canadá, Dubai, Bora Bora, Tailândia, Xangai, Alemanha, França, Holanda e Turquia. Para o casal viajar é essencial, e deveria ser con-

Marianna Oliveira/ RRJ

Grupo dos “60” opta pelo samba Marianna Oliveira

TER O TEMPO livre não significa mais ficar de bobeira em casa esperando dar o horário de tomar o remédio. A rotina de pessoas com mais de 60 anos está bem diferente do que estamos acostumados a ver. Isso porque os idosos estão deixando de lado o “cansaço” e pro-

curando atividades que sejam prazerosas de se fazer. Mas não é apenas pela ginástica ou corridas diárias no parque que eles estão se interessando. Capoeira e até desfiles em escolas de samba são exercícios que atraem a atenção dos mais velhos. Pensando nessa procura, projetos em São Bernardo foram desenvolvidos para oferecer essas atividades à terceira idade.

Pé na avenida Natalina Paronetti, 75, é fundadora da Terceira Idade Brilha São Bernardo, a escola de samba exclusiva para idosos. Ela conta que a ideia nasceu da paixão pelo samba e por desejos da adolescência. “Sempre gostei de samba, mas sabe como é família antiga… Eu não podia participar, era sempre escondido. Eu fiquei com aquela vontade

presa de estar na avenida, de desfilar”, relatou. Em 2000, a escola saiu pela primeira vez na avenida com o tema “Vera Cruz e seus filmes brasileiros” e foi campeã na categoria de pleiteante. Natalina relembra que depois da primeira vitória, a escola tornou-se a principal do carnaval da cidade. “Em 2005 nós conquistamos o lugar no primeiro grupo e

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siderado um hábito na vida das pessoas. “É um investimento que não tem preço, você guarda essa lembrança para o resto da sua vida” conta Cleide. Nenhum dos dois fala inglês, sabem apenas o básico, mas a comunicação nunca foi um problema para eles durante os passeios. Segundo Sidnei, tirar pelo menos 10 dias do ano para conhecer novos lugares e novas culturas deve fazer parte da rotina. “Um grande problema que eu vejo das pessoas, é que elas planejam viajar depois que aposentam. O erro está ai, porque normalmente você tem mais idade, ela é um fator preponderante na sua motivação, e no seu estado de saúde. Muita gente deixa esse sonho para muito tarde. Viajar deveria estar no nosso dia-a-dia”, explica. 

A roda de capoeira é formada por mulheres da terceira idade. As aulas acontecem toda semana em uma quadra em São Bernardo

vencemos também. Fomos fortes e chegamos no topo. Foi emocionante!”, lembrou. E o ritmo no grupo dos 60 não para! A aposentada Nizia Agulhares, 66, caiu no gosto pelas rodas de capoeira e já frequenta as aulas há dois meses. “Nunca passou pela minha cabeça fazer esse tipo atividade. Mas eu estou frequentando desde a primeira aula e já me sinto com mais disposição, com o corpo mais leve. É muito bom”, comemorou. Conquistando ideal Já para Maria Ivani Trindade, 58, estar nas aulas de capoeira é o caminho para a realização de um sonho. “Eu não posso ver um berimbau. Desde mais jovem, tudo o que eu mais queria na vida era aprender. Agora que eu tenho a oportunidade, estou na maior torcida para que as aulas continuem acontecendo e eu finalmente aprenda a gingar”, frisou. 


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