RROnline - Edição 1.041

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RRJ

ANOS

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Produzido pelos alunos do Curso de Jornalismo De 17 a 30 de setembro de 2015

Rony Marques/ RRJ

ANO 35 - Nº 1041

» NOVOS MORADORES

Lucas Laranjeira/ RRJ

Zoológico Municipal de São Bernardo ganha dois filhotes de onça parda, quatro gambás e um filhote de coruja do campo. Pág.5

Falta de água no Rudge Ramos Moradores chegam a ficar doze horas por dia sem abastecimento; em alguns casos a distribuição é suspensa por até 48 horas. Pág.3

Divulgação

» FOOD TRUCK Bairro promove o primeiro encontro de comida de rua Pág. 5

» MÊS DA DANÇA

Oito escolas fazem apresentações em teatros da cidade Pág. 10

Larissa Pereira/ RRJ


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POLÍTICA

RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

De 17 a 30 de setembro de 2015

DE OLHO NA CÂMARA

Guilherme Pimenta/RRJ

Em clima tenso, oposição e G-9 acusam bancada do PT de “boicotar” projetos que seriam aprovados por meio de acordo

vestimentos “durante muito tempo”. Ele disse que, quando assumiu a prefeitura, em 2009, foi realizado um estudo que verificou a falta de 38 mil moradias e quase 70 mil em situação regular. Até o dia 18 de agosto, quando a entrevista foi concedida, Marinho disse que a prefeitura havia entregado 4.046 unidades, com um investimento total de 8,3% do orçamento municipal. Procurada para comentar a situação do munícipe, a Prefeitura de São Bernardo não deu retorno até a publicação desta reportagem.

Questão habitacional é discutida no Legislativo Morador da cidade levou tema ao plenário na parte da sessão aberta ao público Guilherme Pimenta

A QUESTÃO habitacional foi discutida na sessão da Câmara Municipal de São Bernardo na última quarta-feira (16). O munícipe Bruno Gomes dos Santos Lira levou o assunto ao plenário na “Tribuna Livre”, momento da sessão em que os moradores da cidade têm cinco minutos para falar. Segundo o morador do bairro Jd. Silvina, a Secretaria de Habitação, coman-

Rudge Ramos

JORNAL DA CIDADE editorial@metodista.br

Rua do Sacramento, 230 Ed. Delta - Sala 141 Tel.: 4366-5871 - Rudge Ramos São Bernardo - CEP: 09640-000 

Produzido pelos alunos do curso de Jornalismo da Escola de Comunicação, Educação e Humanidades da Universidade Metodista de São Paulo

dada por Tássia de Menezes Regino, foi ao bairro, em 2010, para fazer o cadastramento de famílias que seriam removidas do local. No dia, afirmou Lira, ele e sua mãe não estavam em casa. Três anos depois, em 2013, ele disse que a secretaria foi a sua casa e pediu para que eles saíssem. Segundo o morador, a prefeitura pagou auxílio moradia apenas durante três meses. “Agora estou desempregado. Não sei mais o que fazer”, disse. De acordo

com o munícipe, havia duas residências registradas em seu nome, mas apenas uma foi garantida pela prefeitura, que será entregue à sua mãe em 2016. A oposição criticou a política habitacional da prefeitura. “O município não faz um bom serviço e não tem moradia. O Legislativo foi conivente com o valor de R$ 300 de auxílio aluguel e vetou emendas quando quisemos aumenta-lo”, afirmou Pery Cartola (SDD). Já o petista Tião Ma-

DIRETOR - Nicanor Lopes COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO - Rodolfo Carlos Martino. REDAÇÃO MULTIMÍDIA - Editor-chefe - Júlio Veríssimo (MTb 16.706); EDITORA-EXECUTIVA E EDITORA DO RRJ - Margarete Vieira (MTb16.707); EDITOR DE ARTE - José Reis Filho (MTb 12.357); ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA - Maristela Caretta (MTb 64.183) EQUIPE DE REDAÇÃO: Amanda Guilhen, Bianca Santos, Cibele Garcia, Erika Daykem, Felipe Siqueira, Gabrielli Salviano, Guilherme Pimenta, Larissa Pereira, Laura Reif, Letícia Ticianeli, Lucas Laranjeira, Marcelo Argachoy, Natália Scarabotto, Pedro Giordan, Rogério Nascimento, Thaís Valverde, Thais Souza, Thamiris Galhardo, Vinícius Claro e alunos do 5º semestre de Jornalismo. TIRAGEM: 15 mil exemplares. Produção de Fotolito e Impressão: Gráfica Mar-Mar

teus defendeu a prefeitura no plenário, mas admitiu que ainda “há muito a ser feito”. “Somos testemunhas que há alojamentos em São Bernardo. Antes, as pessoas moravam de forma desumana”, declarou. Em entrevista exclusiva ao Rudge Ramos Jornal em agosto deste ano, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), também admitiu que a habitação é o principal desafio da cidade. Segundo o prefeito, o setor tem demanda de in-

Discussão No final da sessão, houve discussão e o clima ficou tenso na Câmara. Vereadores da oposição e do G-9, grupo que se diz alinhado ao prefeito Marinho, acusaram a base do PT de “impugnar” um acordo de lideranças. Um projeto do Executivo, que se refere à alteração de um parágrafo de meio ambiente da Lei Municipal 6163, e outros dois requerimentos foram aprovados por acordo. No entanto, segundo vereadores, os petistas não cumpriram com a palavra e boicotaram requerimentos da oposição. “Fizeram acordo para aprovarmos um projeto do Executivo, mas eles saíram fora e deixaram a gente para trás”, criticou Osvaldo Camargo (PPS). O presidente da Câmara, Luis Ferrarezi (PT), disse que não compete ao presidente tratar de “assuntos de plenário”. “Os outros projetos estavam relacionados à vida de vereador. O último, me parece, tinha uma série de problemas, sem a assinatura de alguns líderes partidários”, falou. 

CONSAD – Conselho Superior de Administração do COGEIME Conselho Diretor das Instituições Metodistas de Educação Presidente - Dr. Paulo Borges Campos Jr. (5ª RE) Vice-Presidente - Aires Ademir Leal Clavel (REMNE) Secretária - Esther Lopes (6ª RE) Titulares: Rev. Afranio Gonçalves Castro (5ª RE), Augusto Campos de Rezende (4ª RE), Jonas Adolfo Sala (2ª RE), Rev. Marcos Gomes Tôrres (1ª RE), Dr. Oscar Francisco Alves Jr. (REMA), Ronilson Carassini (3ª RE), Valdecir Barreros (3a RE) Suplentes: Nelson Custódio Fér (3 RE) ª

Membros Ex-officio: Revda. Joana D’Arc Meireles Secretária Nacional de Vida e Missão da Igreja Metodista: Robson Ramos de Aguiar Diretor Superintendente do Cogeime / Diretor Geral das IMEs Gustavo Jacques Dias Alvim Vice-Diretor Geral das IMEs Bispo Assistente:. Bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa


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CIDADE

De 17 a 30 de setembro de 2015

DE OLHO NA CIDADE

Moradores do Rudge Ramos enfrentam falta de água

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Eles falaram de alguma obra da região, mas nunca especificam realmente o que está acontecendo e essas faltas se tornaram mais comum.” Ellen Gouvêa

Recepcionista de escola infantil

Salões de beleza, escolas e restaurantes também têm que se adaptar à nova rotina de redução de fluxo Cibele Garcia/RRJ

Cibele Garcia

OS MORADORES do Rudge Ramos enfrentam problemas com a distribuição de água. Algumas ruas do bairro passam pelo racionamento diariamente, ficando cerca de 12 horas sem água, enquanto algumas áreas chegam a ficar sem abastecimento por dois dias consecutivos. O aposentado Benedito Francisco Lopes, morador da Vila Vivaldi, afirma que o problema na região não é recente, e que foi obrigado a adaptar a rotina para conseguir usar a água. “Às 19h cortam a água e só volta no outro dia, às 7h da manhã. Tem dia que volta só à tarde. O mais difícil é meu chuveiro, que pega a água direto da rua. Quando trabalho, chego às 21h, não tem como tomar banho. Tenho que esquentar água na panela”, contou. Um salão de cabeleireiro também teve que se adaptar para conseguir manter o funcionamento. Um dos sócios do Trio Cabelereiro, Celso Garcia, explicou que a falta de água tem prejudicado o comércio. “Costuma faltar água às 18h e, como já está no final do expediente e temos duas caixas d’água, damos um jeito, mas no sábado de manhã é complicado. Quando falta totalmente, a gente não lava os cabelos dos clientes, conversa com eles, vê se aceitam, e só dá uma molhadinha no cabelo”, afirmou Garcia. A recepcionista Ellen Gouvêa, da escola infantil Colméia, contou que o espaço já chegou a passar por dois dias consecutivos sem fornecimento e que a coordenação foi obrigada a comprar água para conseguir manter o funcionamento. “A higiene dos alunos ficava bem comprometida. A gente dispensava aqueles que faziam meio período e ficava com os alunos que os pais realmente não podiam vir

Residências e comércios do bairro chegam a ficar mais de 12 horas impossibilitados de usar água para atividades simples como lavar a louça

buscar. Utilizávamos a água de galão para lavar a mão e usar na banheira.” Ellen afirmou que chegou a ligar para a Sabesp, mas não obteve uma resposta concreta. “Eles falaram de alguma obra da região, nunca especificam realmen-

te o que está acontecendo e essas faltas se tornaram mais comuns”, disse. O dono da pizzaria Giradino, Isaias dos Santos Brandão, contou que se previne para não sofrer com a falta de água no bairro. “Tem vezes que falta, já Maristela Caretta/RRJ

chegou a ficar dois dias sem água. O problema é só se faltar de final de semana. Eu tenho caixa d’água de 8 mil litros, tenho reserva para até três dias sem água. A gente economiza muito também, em vez de jogar água no chão, a gente

passa pano, por exemplo”, explicou Brandão. A reportagem entrou em contato com a Sabesp, que informou, por meio de nota, que a região do Rudge Ramos passa pelo processo de redução da pressão das 19h às 7h. 

Faixa e sinalização na Afonsina NA EDIÇÃO 1.038 do Rudge Ramos Jornal, em junho deste ano, foi publicado que obras do Programa Drenar haviam retirado a sinalização de trânsito do asfalto da rua Afonsina, prejudicando a travessia de pedestres e deixando motoristas desorientados. No final de agosto, a prefeitura refez a pintura das faixas de pedestres e sinalizações. Segundo o analista programador Jeferson Marques Cavalheiro, que é morador do Rudge há 20 anos e solicitou a manutenção da via para a prefeitura, a pintura é apenas uma medida provisória, pois a administração informou ao munícipe que está aguardando o fim das obras do Drenar para recapear as vias da região e fazer as sinalizações definitivas. 


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Zoológico do Parque Estoril acolhe novos animais silvestres

CIDADE Fotos: Lucas Laranjeira/RRJ

cerca de 500 aves ficaram temporariamente no local, depois foram levadas para o Parque Ecológico do Tietê e devolvidas à natureza. Mesmo o zoo funcionando há 60 anos na cidade, existem moradores que visitam o espaço agora pela primeira vez. É o caso do aposentado Nilson de Freitas Teotônio, 63. “Eu moro aqui há muito tempo, mas não sabia que existia o zoológico. Como meu neto está fazendo tratamento, eu vim acompanhá-lo”, declarou. A terapeuta Lígia Danielius Passos, 27, contou que, quando era pequena, o zoo era localizado próximo ao parque Rafael Lazzuri, na av. Kennedy, em São Bernardo. “ O ambiente era precário e não havia uma grande quantidade de animais”, disse. Para quem vai de carro até o local a taxa de entrada do veículo é de R$ 10. O valor varia de acordo com o tamanho do veículo (ônibus, vans, carros).

Local, que completa 60 anos em 2015, recebe bichos apreendidos pela polícia e vítimas de atropelamento Lucas Laranjeira Thamiris Galhardo

O ZOOLÓGICO Municipal de São Bernardo, localizado no Parque Estoril, ganhou, em agosto deste ano, dois filhotes de onça parda, quatro gambás e um filhote de coruja do campo. Além dos novos animais, o local recebeu também outras espécies que o zoo já tem à disposição para serem vistos pelos visitantes. A bióloga do parque, Andréa Moraes Prado, afirmou que os animais estão em quarentena para receber os cuidados necessários. Após esse período, podem ser encaminhados para serem vistos pelo público. “Nós temos que tomar cuidado, ainda mais porque são filhotes. Depois podemos encaminhá-los para exposição”, disse Andréa, que também falou sobre a possibilidade de uma ou outra espécie ser devolvida para a mata.

Andréa ainda disse que muitas vezes os animais são trazidos por conta de atropelamento ou apreensões de contrabando. “Na maioria

das vezes, são achados por moradores que ligam para a polícia ambiental que os traz para cá ou mesmo a guarda municipal”, afirmou.

Thamiris Galhardo

OS FOOD trucks, veículos adaptados que funcionam como restaurantes móveis pelas cidades, estão cada vez mais populares, inclusive no ABC. Originários dos Estados Unidos e Canadá, esses caminhões, vans ou bicicletas inovaram o modo de comer nas ruas. Nos próximos dias 19 e 20, São Bernardo vai abrigar o Encontro Food Truck, que acontecerá no estacionamento que fica na rua Alfeu Tavares, 78, e que funcionará das 12h às 22h, ao lado do Colégio Metodista. Os realizadores do encon-

tro, Isabelle do Nascimento e Felipe do Nascimento, contam que essa atividade é uma tendência que só deve crescer e se estabelecer. “As pessoas querem coisas novas, além do shopping e dos restaurantes, querem sair das quatro paredes e estão buscando coisas novas, como o lazer e área aberta”, afirmou Isabelle. Nascimento afirmou que o evento também já está com previsão de acontecer de novo nos dias 17 e 18 de outubro, no mesmo espaço. “Queremos fazer um encontro por mês, variando entre food trucks com o mesmo segmento e também de diferentes tipos de comida.”

O zoológico recebeu, em 2014, cerca de 150 animais vindos de apreensões feitas pela fiscalização ambiental. No mesmo período, Divulgação

Rudge Ramos recebe primeiro encontro de food trucks neste sábado

A estimativa é que 20 food trucks e três food bikes estejam presentes no evento que acontece pela primeira vez no bairro Rudge Ramos. Para a realização da feira, os irmãos contaram que estiveram presentes em muitas reuniões de food trucks que aconteceram no ABC e em São Paulo para conhecer as comidas e os donos dos restaurantes móveis.

Zoo passou por reformas e expandiu o espaço para os bichos e para o lazer dos visitantes que aprovaram o novo visual

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Renato Soares, 33, um dos donos do food truck Andarilho’s, contou que a ideia de montar o restaurante móvel surgiu após uma reunião em que os membros da família decidiram abrir algo para que pudessem trabalhar juntos. “Fizemos um estudo de seis meses e vimos que a procura maior era por hambúrgueres, então decidimos abrir algo no ramo.”

Serviço Zoológico Municipal de São Bernardo Rua Portugal, 1.100, Riacho Grande, em São Bernardo De quarta a domingo, das 9h às 17h.  No mercado há menos de um mês, proprietários do food truck Andarilho’s comemoram o sucesso dos hambúrgueres

Soares afirmou também que a família foi a diversos eventos em que havia restaurantes móveis e percebeu que os hambúrgueres servidos não tinham sabor. “Não poderíamos apenas abrir mais um lugar de venda desse produto. Então, fizemos um molho especial para diferenciar nosso hambúrguer dos outros “, ressaltou. Para quem quiser abrir um food truck, Donizete de Oliveira, também dono do Andarilho’s, afirmou que os interessados devem procurar os chamados ‘food parques’, espécie de espaço fixo para esses veículos, fazer pesquisas e participar de palestras que falem sobre o assunto.  (Colaborou Lucas Laranjeira)


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COMPORTAMENTO

De 17 a 30 de setembro de 2015

Exagerar na hora das compras é uma doença Pessoas compulsivas têm sinal de depressão ou transtorno de ansiedade

Kaique Barion

COMPRAR compulsivamente, entrar em financiamentos e gastar mais do que ganha, pode ser considerado uma doença: a oniomania. Segundo o site da Sociedade Brasileira de Psiquiatria, comprar com exagero é mais um dos muitos transtornos que atingem a população. Isso não significa que todas as pessoas que gastam exageradamente precisam de tratamento. De acordo com a psicóloga comportamental e professora do curso de psicologia da Universidade Metodista de São Paulo, Angélica Capelari, a compra compulsiva pode fazer parte de um quadro de depressão ou de um transtorno de ansiedade. Assim, comprar torna-se

um impulso e alivia algum pensamento negativo. Angélica afirma também que quem tem a doença, compra itens sem muita necessidade ou nenhuma utilidade. “Eles sabem que vão se arrepender, mas é algo que não conseguem controlar”, explicou. O psiquiatra Pedro de Azevedo explica que, como a doença é causada pela ansiedade, pode ser migratória. “A compulsão pode passar de compras para outros vícios, como comida, bebida, internet ou sexo”, disse. Ele conta que o portador da doença, de modo geral, apresenta remorso logo após a compra e deseja encobrir os gastos realizados, mas não percebe o problema. “Para amenizar o arrependimento, esconde os produtos que adquiriu e sente inquie-

tação quando algo o proíbe de gastar”, completou o psiquiatria. Além disso, quem tem o transtorno, reflete em prejuízos nos âmbitos social, profissional e familiar, além dos financeiros, causados pelas compras. Vitor Ugo Silva é representante autônomo e já gastou 80% do salário em baladas. Ele afirma que não vê problema no modo de vida que leva. “Trabalho para manter o padrão que gosto. Eu precisaria de um tratamento se perdesse o controle dos meus gastos e me enforcasse em dívidas”, explicou. A professora Patricia Leite conta que não podia ver uma faixa de liquidação na adolescência, que a tentação falava mais alto para visitar a loja. Ela era apaixonada por bolsas e

sapatos, mas qualquer produto com desconto chamava sua atenção. E tudo isso parou depois do casamento. “O aumento das responsabilidades nos amadurece. Minha família me mostrou que precisava ter outras prioridades e acabou com o meu problema”, afirmou. Tratamentos Apesar de muitas pessoas não darem importância a este assunto, Azevedo recomenda que os pacientes busquem ajuda psiquiátrica ou terapêutica, mas alerta que nenhum tratamento adiantará se a pessoa não reconhecer o problema. Ele afirma que o primeiro passo é fazer o diagnóstico do nível da doença e que, para isso, o apoio da família é fundamental. “Há casos mais simples que um choque

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Dicas para reduzir gastos 4 Comprar apenas com dinheiro ou débito 4 Guardar o cartão de crédito apenas para emergências 4 Fazer uma lista com o que é necessário 4 Comprar apenas aquilo que precisa 4 Praticar exercícios físicos reduz a ansiedade

de realidade e as contas no fim do mês, resolvem, outros que precisam de um grupo de apoio cognitivo comportamental ou terapias e, em casos mais graves, a prescrição de medicamentos”, explicou. Também existem atitudes diárias que podem ser modificadas para tentar reduzir os gastos. Comprar apenas com dinheiro ou débito, guardar o cartão de crédito apenas para emergências, fazer uma lista com o que é necessário, comprar apenas aquilo que precisa e praticar exercícios físicos podem reduzir os vícios e ansiedades de quem adora um motivo para gastar. 


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Sneakerheads gastam salários em tênis Luis Jourdain

COLECIONADORES e admiradores de tênis de tiragem limitada têm tido motivos para comemorar nos últimos anos. Nascida nos Estados Unidos em meados dos anos 1980, a cultura sneakerhead se espalhou para o mundo nas décadas seguintes e vem ganhando força no Brasil onde a demanda por esses modelos cresce cada vez mais. Com a expansão do mercado, diversas lojas voltadas para o público sneakerhead surgiram no país nos últimos anos. É o caso da Artwalk, que atualmente conta com 34 lojas físicas espalhadas pelo Brasil. Subgerente de uma unidade, Igor Esposito Murlo, 25, afirma que as marcas mais procuradas pelos aficionados são Nike e Air Jordan, principalmente os modelos retrô utilizados

COMPORTAMENTO

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pelo camisa 23 do Chicago Bulls, Michael Jordan, em seus tempos de jogador de basquete. “Um tênis não é só algo para você calçar, tem uma história por trás de cada modelo”, relatou. Ele conta que alguns modelos chegam a esgotar em um único dia. “Tivemos o lançamento do Air Jordan 4 Laser que deu até briga”, disse. “Ao meio-dia, todos os pares tinham esgotado”. O preço para se levar um par para casa é de R$699. Ainda assim, Murlo relata que a loja atende diversos públicos, que utilizam predominantemente o cartão de crédito como forma de pagamento. A loja permite parcelar as compras em até 10 vezes sem juros. O estudante de Design Gráfico Vitor Corghi Hernandez chegou a ter cerca de 45 pares no armário, em sua maioria modelos de skate e basquete. Após anos de coleção, ele resol-

Luis Jourdain/RRJ

Estudante de arquitetura, Fernanda Cervelini estima ter entre 20 e 25 pares de tênis em seu armário

veu se desfazer de alguns. “Nem compro mais nada, desencanei. Tinha muitos tênis parados, os que sobra-

O TRANSTORNO, oniomania, de comprar com exagero atinge, principalmente, mulheres de 30 a 50 anos. Em muitas, a doença se desenvolveu por conta de problemas alimentares, humor, ansiedade, sensação de vazio interior, perfeccionismo e uso de substâncias como álcool ou medicamentos. Segundo a pesquisa de 2008 sobre compras compulsivas de Hermano Tavares, Daniela Sabbatini S. Lobo, Daniel Fuentes e Donald W Black, o transtorno do comprar compulsivo é uma condição crônica, que divide características comuns com transtornos do controle do impulso. Conforme as amostras clínicas, mulheres perfazem mais de 80% dos casos. Sua origem é desconhecida, mas mecanismos neurobiológicos e genéticos têm sido sugeridos. A pesquisa clínica demonstra que entre 80% e 94% dos compradores compulsivos são mulheres.

O psicólogo e professor da Universidade Metodista Antônio de Pádua Serafim esclarece que cada pessoa reage de forma específica. “As pessoas com este quadro apresentam pensamentos invasivos e repetitivos que tendem a aumentar a vontade em obter algo, induzindo o sujeito a fazer gastos desnecessários’’, relatou. A dona de casa, Julieta Cristina de Holanda, conta que é muito difícil se controlar com tantas promoções e facilidades de comprar sem sair de casa, além dos parcelamentos e descontos. Julieta fala que já comprou desde roupas até lápis para seus filhos e gastou em torno de R$ 800 por dia. “Este valor varia muito, pois depende do meu humor. Se estou bem, isso também influencia’’, disse. Para evitar essas compras compulsivas, ela tenta não sair de casa e se controla pensando nas consequências de seus gastos. Julieta admite que já realizou compras sem necessidades e adquiriu uma

ram uso para sair ou andar de skate”, explicou. Ainda assim, ele acredita ter gasto aproximadamente R$ 10 mil com sua coleção. Público diverso Não são só os homens que se interessam pelos sneakers. A estudante de arquitetura Fernanda Cervelini, 20, estima ter entre 20 e 25 tênis. Ela conta que já chegou a gastar aproximadamente R$900 de uma vez em três cores do Janoski, modelo da linha de skate da Nike. Apesar do crescimento do mercado de sneakers no Brasil, Fernanda ainda enfrenta dificuldades para adquirir seus pares. “A numeração dos tênis que vêm para cá é sempre masculinas”, afirmou. “Não penso duas vezes, se gostei do modelo e tiver meu número, tendo dinheiro ou não, compro”, falou. Fernanda costuma parcelar suas compras no cartão de crédito, já que o valor alto não permite que ela pague os tênis à vista. Ela conta já ter estourado o limite algumas vezes para poder adquirir seus sneakers.” Letícia Albuquerque/RRJ

Transtorno afeta mais mulheres do que homens Letícia Albuquerque

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Sexo feminino representa até 94% dos compradores compulsivos; faixa etária vai de 30 até 50 anos

calça há seis meses que ainda está na sacola. “Já tive problemas financeiros devido a comprar compulsivamente e, atualmente, estou sem cartão porque ultrapassei limites”. A estudante, Jasmine Mamede Salem, não se

considera uma compradora compulsiva, mas fala que, pelo menos uma vez, já fez isso para satisfazer o desejo de frustação ou tristeza. “Sinto culpa quando compro algo e depois ao chegar em casa vejo que não vou usar, me sinto mal por ter comprado”, explicou. Segundo especialistas, o desenvolvimento da oniomania é gerado por questões psicológicas, sociais e hormonais. 


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ECONOMIA

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Santo André é sede de rua voltada para noivas Lojistas da cidade decidem montar polo especializado em razão da demanda Fotos: Gabrielli Salviano/RRJ

Gabrielli Salviano

O ABC oferece muitas opções de lojas de roupa, especializadas em fazer fotos, festas, convites e serviços em geral para quem pretende se casar da maneira tradicional. Mas, das sete cidades, Santo André se destaca no segmento. No município, os casais encontram a Rua das Noivas, que é a Campos Sales, no centro da cidade, e também um shopping especializado, localizado na avenida Pereira Barreto. Segundo o presidente da Associação da Rua das Noivas, Marcio Casablanca, a região tem ao seu favor uma população que ainda carrega gostos por cerimônias tradicionais. “A demanda expressiva fez os lojistas se organizarem para a criação de um polo. As pessoas marcam esses tipos de pontos.” As estatísticas corroboram a avaliação de Casablanca. De acordo com a última pesquisa do IBGE, o número de casamentos civis no Brasil cresceu 1,1% em 2013. Na região, foi de 10%. São Bernardo lidera o número de uniões, com 5.954 registros, seguida de Santo André, com 4.075, e São Caetano, com 1.253 uniões. O presidente da associação, que também é o empreendedor do shopping, conta que há dez anos os lojistas perceberam o potencial da região, mas que há apenas seis anos houve um estudo do mercado. Casablanca afirma que as cidades movimentam cerca de R$ 35 milhões no setor. A Associação da Rua das Noivas fez um levan-

Além da rua temática, município também oferece um shopping do segmento

tamento com seus estabelecimentos, cruzou com os dados do IBGE, e concluiu que os noivos da região promoveram 11 mil festas. Portanto, havia demanda para a iniciativa. Mas nem todos os comerciantes acreditam que o ramo esteja aquecido. José Edmar Jota Lima, 64, e sua família estão nessa atividade há 20 anos. Desde 2008, ele tem uma loja de vestidos na Rua das Noivas, a Noiva Imperial. Porém, segundo o empresário, as vendas não

atingem mais os R$ 50 mil mensais. “Tenho a impressão de que as pessoas deixaram de fazer cerimônias de casamento”, disse Jota Lima, que agora fatura

R$ 30 mil mensalmente. Para a estilista da Maison Vitória, em Santo André, Norma Pinheiro, 55, o segmento de casamentos também está competitivo,

Quanto custa o seu casamento? 4Sapatos - o preço dos pares é de R$ 179 a R$ 300 4Trajes para noivo - a locação custa de R$ 600 a R$ 880, já a venda sai de R$ 850 a R$ 1.300 4 Vestidos - a locação vai de R$ 3.500 a R$ 8.000, já a venda custa 60% a mais do valor do aluguel 4Alianças - a grama do ouro vale de R$ 300 a R$ 8.000

Região movimenta cerca de

35

milhões de reais e realiza

11

mil cerimônias de casamento por ano

devido ao grande número de lojas que oferecem os mesmos serviços. “Mas, muitos lojistas nem tem o conhecimento técnico daquilo que estão comercializando.” A maneira que Norma achou para se destacar diante uma grande oferta de lojas foi criar e adaptar vestidos de acordo com os gostos e personalidade da noiva. “É necessário saber que reação a noiva quer causar nos convidados. Preciso conhecer muito bem a mulher para reproduzir tantos detalhes em um vestido.” Marcio Casablanca explica que a criação da associação dos lojistas é uma forma de atrair divulgação para os 500 comerciantes e de desenhar um nicho de mercado, mas que o segmento não é garantia de sucesso. “Investir nessa área requer conhecimento e estudo. É preciso oferecer serviços de qualidade para impressionar o público final, que é bem seletivo.” Se depender do sonho de casamento, a rua especializada terá longa vida. O técnico de raio X William Cintra, 28, por exemplo, já começou a planejar o casamento com um ano de antecedência. Para organizar a cerimônia que acontece em outubro, o casal optou por fazer as compras na Rua das Noivas. Ao todo, os gastos somam R$ 14 mil reais no vestido da noiva, no terno dele, dos padrinhos e com os serviços. 

Fotos: Amanda Guilhen/RRJ


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ECONOMIA

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Assessorar cerimônia vira profissão Amanda Guilhen

CERIMÔNIA, festa e recepção dos convidados. Esses são alguns detalhes aos quais é preciso pensar com cuidado para a realização de um casamento. Alguns empreendedores viram nisso uma oportunidade de negócio. Assim, surgiu no mercado um novo tipo de profissional que cuida da organização do grande dia: o assessor de casamentos. No caso do estudante de direito Leonardo Salles, 22, a iniciação nessa carreira de organizar matrimônios teve o impulso da mãe, que trabalha com decoração. Salles, afirma que, quando tinha cerca de 13 anos, começou a perceber essa necessidade por parte dos noivos. “Os que recorriam a minha mãe pela decoração se sentiam perdidos no resto da festa, como procurar o melhor buffet, cardápio ou local para fazer o evento.” Salles afirma que antes eram as famílias que cuidavam de tudo. Era preciso ficar atento a vários detalhes no dia. Com a assessoria, isso não acontece. “Antes da festa, vamos trabalhar todos juntos. No dia da festa, a família vai só curtir.” Outro exemplo de quem atua na área é o casal Elaine e Adilson Melo. Ela fazia trabalho voluntário na organização de casamentos na

Gabrielli Salviano/RRJ

Profissionais monitoram todos os detalhes da cerimônia e da festa, como buffet e decoração

Igreja Santíssima Virgem, em São Bernardo. Ao colaborar na cerimônia de uma conhecida, percebeu que seria um bom negócio. Em uma outra festa, Elaine precisou da ajuda de Adilson, que se apaixonou pela profissão. “Inicialmente, só ela iria seguir na área, mas eu gostei e aí direcionamos nossas vidas para trabalhar com isso”, contou. O primeiro casamento

que fizeram juntos profissionalmente aconteceu em 2012. Desde então, eles criaram a Melo e Melo Assessoria. Adilson é formado em educação física e também atua como professor de judô. Mas, no próximo semestre, deve parar. “Organizar casamentos exige muito tempo e dedicação.” Custo Existem diferentes pacotes. No mais completo, a empresa é contatada pelo menos um ano antes. Auxilia não só na organização da cerimonia, mas também na busca pelos melhores profissionais dos diferen-

Bianca Santos/RRJ

Casamento coletivo completa 10 anos Bianca Santos

O CASAMENTO coletivo pode ser uma opção para aqueles que desejam fugir da cerimônia tradicional ou até mesmo baratear os custos do evento. Foi o que levou, há 10 anos, cerca de 1.100 casais a participarem do maior matrimônio realizado no município de São Bernardo. Idealizado pela prefeitura, o evento aconteceu no Ginásio Poliesportivo da cidade e contou com o patrocínio de algumas lojas da região. Dentre as centenas de pessoas que se casaram naquele dia, estava o soldador Mauricio Paxeco Rodrigues, 37, e a assistente de administração Claudene

Mendes Paxeco, 34. Quando oficializaram a união, Mauricio e Claudene já moravam juntos há 7 anos e já tinham uma filha de 4 anos de idade. Os dois vinham de um relacionamento estável, pois, além de já morarem juntos, chegaram a partir para Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, após Claudene descobrir que seu marido estava com problemas na Justiça. Resolvida a questão judicial, Mauricio conta que, na época, soube, por meio da mãe dele, que seria realizada a cerimônia na cidade. Após 10 dias, Mauricio e Claudene estavam finalmente se casando. Segundo o soldador, eles procuraram o casamento coletivo porque o dinheiro

tes detalhes necessários para um bom casamento. A reportagem encontrou esse serviço entre R$ 3.500 e R$ 6.000. O tipo mais simples de assessoria é o qual a empresa é contratada para a organização apenas no dia da cerimônia, fazendo reuniões para definir como vai ser cerca de três meses antes. Nesse caso, o preço fica entre R$ 500 e R$ 1.500. A gerente de licitações Rebeca Makovits, casou-se com Guilherme Henrique da Silva em dezembro de 2014. Ela planejou a festa com ajuda de familiares e amigos. Contou com a as-

que haviam guardado para a cerimônia tinha sido usado para pagar os custos de um advogado. “Já tínhamos muitos engradados de cerveja armazenados.” De diferente de um casamento tradicional, o soldador disse que viu apenas o fato de que, na cerimônia, no Ginásio Poliesportivo, haviam muitos outros casais com trajes típicos usados na igreja, mas, ali,

estavam apenas oficializando a união civil. Em tempo: Claudene disse que não estava vestida de noiva. Próximo de completar uma década da união civil, o casal permanece morando no bairro Imigrantes, em São Bernardo. Hoje, eles têm dois filhos. Nicolas é o nome do caçula, de apenas 4 anos de idade. Eles contam que Núbia, a filha mais ve-

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sessoria no dia do evento, que foi um presente da mãe da noiva. “Ela achou que seria essencial para o meu grande dia, mas eu achava que seria um gasto à toa.” Rebeca mudou de opinião. Hoje, considera a assessoria uma peça chave para que tudo ocorra tranquilamente. “Eu tentei imaginar como seria sem ajuda e acho que seria uma catástrofe.” O casamento da jovem de Santo André aconteceu na data em que os pais dela comemoravam 33 anos de casados. A mãe da noiva, que ajudou em todos os detalhes da festa, não podia ficar sabendo da homenagem que iria acontecer. “Eu precisava de uma assessoria para cuidar disso comigo. Tudo o que eu pedi foi feito como eu queria”. Além disso, a assessoria ajudou até mesmo na troca de vestidos e na hora de lembrar de tirar fotos com todos os convidados. Segundo Rebeca, os detalhes ficariam como responsabilidade de conhecidos. “Eles querem viver esse momento com você, não uma responsabilidade no dia de uma festa.” A noiva destaca a importância de pedir indicação. Para Rebeca, ela encontrou empresas com preços mais baratos, mas não abriu mão da assessoria que indicaram para ela, que custou cerca de R$ 1.200. “Para tudo no meu casamento eu pedi indicações. Desde assessoria, até outros serviços, como filmagem.”  Casal optou por matrimônio comunitário por falta de dinheiro

lha, orgulhosa da trajetória dos pais, se diverte com a história do casamento coletivo. Maurício também não fica atrás. “Eu costumo dizer para as pessoas que o meu casamento tinha mais de 5.000 pessoas.” Os dois falam que permitiriam que os filhos se casassem em uma cerimônia coletiva. Mas isso não deve ocorrer mais. É que agora, por lei, o casal que tiver interesse em se casar e atestar que não tem condições para bancar o custo pode fazer a cerimônia em um cartório, segundo a funcionária do 1º cartório de São Bernardo Ana Amélia Tonin, que, inclusive, participou da organização do evento de 2005. 


10 CULTURA

São Bernardo abriga mês da Dança do ABC

RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

De 17 a 30 de setembro de 2015

Larissa Pereira/ RRJ

Evento de dança traz espetáculos e workshops de diferentes estilos Companhia de Dança Arkadah é um dos grupos que vai se apresentar no evento que ocorre em setembro Amanda Guilhen

SÃO BERNARDO recebe o 1º mês de Dança do ABC. O evento é organizado pelo Núcleo Experimental de Dança - um grupo de produção, pesquisa e formação – e oferece entre os dias 18 e 27 deste mês espetáculos de diferentes grupos da região nos teatros Elis Regina e Lauro Gomes. O diretor do Núcleo Experimental de Dança, Zeca Araújo, já realizou seis edições da chamada Mostra Experimental de Dança, que reúne nos meses de maio grupos de diferentes estilos. Segundo o organizador, os diretores de várias escolas questionavam por que não havia outro evento desse tipo em outras épocas do ano. O coreógrafo convidou então oito escolas para realizarem apresentações e workshops, que conta com apoio da Secretaria de Cultura da prefeitura. De acordo com Araújo, o evento é importante para mostrar o que acontece na cidade em relação a dança. “As pessoas das escolas também saem

um pouco do seu mundo para conhecerem pessoas de outras escolas. Essa troca é muito importante”, disse. Diferentes estilos de dança serão apresentados, entre eles, balé, jazz e até dança cigana. Um dos grupos que irá participar é o Ballet Elisa, apresentando um Divertssiment. “É um espetáculo que não tem um enredo e apresenta diversas coreografias de diversas modalidades, de balé clássico a dança folclórica russa”, afirmou a professora de balé clássico da companhia, Juliana Marino. Para ela, essa iniciativa ajuda a formar público para uma arte que ainda não é muito acessível. “Isso faz com que a plateia crie interesse pela dança não só como praticante, mas também como quem gosta de assistir”, disse. Outra companhia que vai participar é a Arkadah, que levará ao palco apresentações de baby class, jazz, street dance, dança do ventre e balé preparatório, todas dentro da apresentação “Em frente à telinha”. “Nossos alunos vão dançar sucessos de programas, novelas e se-

Programação ZUMBILÊ - A companhia “Rhytmus in Corpus” apresenta um espetáculo cênico-musical sobre Zumbi, símbolo da resistência contra a escravidão. Sexta-feira (18), às 20h30, no Teatro Lauro Gomes. Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia). GALA CLÁSSICA - Coreografias premiadas em importantes festivais contam com a participação dos bailarinos Diego Siqueira e Bruna Athayde. Sábado (19), às 20h, no Teatro Lauro Gomes. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). DIVERTSSIMENT – BALLET ELISA - Coreografia de diferentes modalidades apresentadas por alunos da Academia Ballet Elisa. Domingo (20), às 16h30, no Teatro Lauro Gomes. Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia). EM FRENTE À TELINHA - Apresentação de coreografias da história da televisão. Domingo (20), às 19h, no Teatro Lauro Gomes. Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). BRASIL - REPÚBLICA - Espetáculo conta a história do Brasil,

riados da televisão”, contou a diretora da companhia, Gabriela Fustinoni. Para Gabriela, o mês de dança ajuda a população a ter acesso a cultura da dança. “Além disso, nossos alunos ficam empolgados de terem mais uma oportunidade de mostrar o trabalho deles”, contou. A coreógrafa da mesma companhia, Thais Armelin, também acredita na impor-

As Princesas da Neve ELSA É UMA princesa que tem o dom de criar neve. Ela é coroada rainha depois da morte de seus pais, mas acidentalmente congela todo o reino e foge. É aí que a irmã Ana tenta resolver a situação. Domingo (20), às 16h. Teatro Elis Regina - av. João Firmino, 900 - Assunção, São Bernardo. Livre. Ingressos: R$ 40 (inteira), R$ 20 (meia).

Sonhatório – cia. Trucks PROJETO da Sala ao Teatro - Objetos do cotidiano são transformados em criaturas animadas para contar a história de três amigos. Quarta-feira (23), às 10h e as 14h30. Teatro Santos Dumont - av. Goiás, 1.111 – Bairro Santa Paula, São Caetano. Livre. Entrada Franca.

TEATRO

Vinícius Campos/ Divulgação

Vânia Bastos canta Caetano A CANTORA paulista iniciou carreira artística nos anos 80 fazendo parte da banda Sabor de Veneno. Neste show, ela apresenta canções de Caetano Veloso. Sábado (26), às 20h. Sesc Santo André - rua Tamarutaca, 302 - Vila Guiomar, Santo André. Ingressos: R$20 (inteira) e R$10 (meia)

LEMBRANÇAS - Espetáculo traz reflexões sobre lembranças. Sábado (26), às 19h, no Teatro Elis Regina. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). DIVERTSSIMENT – BALLET INÊS AMARAL - Alunos dos cursos de balé clássico e jazz fazem apresentação de diferentes coreografias. Domingo (27), às 17h, no Teatro Elis Regina. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Endereços: Teatro Lauro Gomes - Rua Helena Jacquey, 171 - Rudge Ramos, São Bernardo. Teatro Elis Regina - av. João Firmino, 900 Assunção, São Bernardo.

Workshops Segundo o organizador, Zeca Araújo, todas as

Amanda Guilhen

MÚSICA

CULTURAS EM MOVIMENTO - Apresentação de dança cigana do grupo Gitanas Del Amor. Sábado (26), às 17h, no Teatro Elis Regina. Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia).

tância do evento. “É uma oportunidade para novas pessoas entrarem e se encantarem com esse mundo da dança”. Para Thais, a série de eventos também vira espaço para que os envolvidos dividam experiências, conheçam novas pessoas, e aprendam a conviver em grupo.

ROTEIRO INFANTIL

desde a proclamação da República até os dias atuais. Sexta-feira (25), às 20h30, no Teatro Elis Regina. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

Família Quase Perfeita MARIA organiza um jantar de família em que seu chefe vai comparecer. A história conta também com uma empregada atrapalhada, pais já caducos, e filhos irresponsáveis. Domingo (13), às 19h. Teatro Elis Regina - av. João Firmino, 900, Bairro Assunção, São Bernardo. Não indicado para menores de 10 anos. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (estudantes e idosos).

EXPOSIÇÃO

escolas convidadas, além das apresentações, estão oferecendo workshops. “Os diretores dessas escolas estão trazendo suas vivências para ensinar.” Araújo explicou que cerca de 300 pessoas se inscreveram e todas as vagas já foram preenchidas. “Mas a partir dos grupos desses workshops estamos pensando em criar futuras companhias de dança”, contou. 

Maristela Caretta/RRJ

Henrique Hammler – 30 anos de carreira A EXPOSIÇÃO, dividida em três módulos, reúne obras de diferentes etapas do artista e morador do Rugde. Henrique Hammler também vai oferecer oficinas de pintura. Abertura: Sábado (26), às 17h30. Visitação até dia 14 de novembro. De terças-feiras a sábados, das 10h às 18h, e de quintas-feiras, das 10h às 21h. Pinacoteca de São Bernardo - rua Kara, 105 - Jardim do Mar – São Bernardo. Entrada franca.

Marta Longhi A ARTISTA Marta Longhi é moradora do Rudge Ramos e sua primeira mostra autoral vai estar exposta na pinacoteca. Ela participa de Oficinas Culturais oferecidas pela Secretaria de Cultura da Prefeitura de São Bernardo desde 1994 e foi assim que aprendeu a pintar. Visitação até dia 24 de outubro, de terças-feiras à sábados, das 10h às 18h, e de quintas-feiras, das 10h às 21h. Rua Kara, 105 - Jardim do Mar, São Bernardo. Entrada franca. 


RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

Marcelo Argachoy

A BOA campanha do São Caetano na Série D do Brasileirão surpreende. O time possui o melhor ataque da competição, com 22 gols marcados, e o melhor aproveitamento entre todos os times das quatro divisões do nacional. A equipe do ABC ainda possui o artilheiro do campeonato: o centroavante Jô, 23. Sem atuar desde 2012, o camisa 9 do Azulão marcou 11 vezes em sete jogos, com uma média de 1,57 gol por partida. Nascido em 16 de janeiro de 1992, Jônatas Figueira Fernandes, o Jô, foi revelado nas categorias de base do Corinthians. Apesar de hoje se destacar nos gramados, a carreira do atleta sempre esteve muito ligada ao futebol de salão. “Comecei no Corinthians aos 6 anos. Foi lá que aprendi os fundamentos principais, como bater com as duas pernas. Sempre gostei muito, mas o futebol de campo tem mais futuro”, contou o atacante. Jô conta que durante dois anos foi chamado pela equipe de futebol de campo do Corinthians. Aos 16 anos de idade, ele finalmente cedeu. “O técnico da equipe Sub-17, o Zé Augusto, assistiu a um jogo de futsal em que marquei oito gols e me chamou para fazer um teste.”

Jô retorna aos campos, após três anos sem jogar

Atacante do Azulão tem 11 gols em 7 jogos e é artilheiro da Série D do Brasileirão Marcelo Argachoy/ RRJ

No futebol de campo, o atacante foi um dos destaques do time corintiano que chegou às oitavas-de-final da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2011. Na ocasião, Jô foi o artilheiro do clube, marcando 4 gols em 4 partidas. No mesmo ano, o técnico Tite

ABC tem clássico no handebol pelo Super Paulistão Vinícius Claro

METODISTA/São Bernardo e São Caetano se enfrentam nesta quinta-feira (17) pelo Super Paulistão Masculino de handebol. A partida acontece às 17h30, no Ginásio Baetão. O confronto é marcado pelos momentos opostos das duas equipes no campeonato. Enquanto a Metodista está invicta e busca terminar a primeira fase na liderança, o São Caetano está na quinta colocação, sem chances de avançar para as finais do torneio. Mesmo sem perspectivas dentro da competição estadual, a equipe sul-

ESPORTES 11

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-caetanense, que entrou em quadra com o time de juniores contra o Pinheiros na derrota por 36 a 12, vai usar o que tem de melhor contra a Metodista. Como o São Caetano ainda tem mais duas competições durante o ano, o técnico do time, Washington Nunes, vê uma boa oportunidade de testar o elenco e saber como os jogadores se portam diante de determinadas situações. “Nosso trabalho para esse jogo é manter a qualificação da equipe para jogar a Liga Nacional. Também nos interessa observar o próprio comportamento do time contra a Metodista porque vai ser um confronto nos Jogos Abertos”, afirmou Nunes.

promoveu o centroavante ao elenco principal. Jô ficou apenas dois meses no time principal. Após problemas disciplinares, o jogador não foi aproveitado e acabou sendo emprestado para o Grêmio, onde também não jogou, devido a uma lesão no tornozelo.

Revelado no Corinthians, jogador é a principal arma do São Cateano em 2015

Em 2011, foi contratado pelo São Caetano, time de sua cidade natal. “Eu morava na rua de baixo do Estádio Anacleto Campanella, sempre acompanhava os jogos na grande fase do time, tenho muito amor por ele”, disse Jô. O início de sua carreira no Azulão foi discreto: o centroavante atuou em apenas quatro jogos da Série B de 2012, todos após sair do banco de reservas. A vitória por 2 a 1 sobre o Guarani, em Campinas, pela 38ª rodada da Série B daquele ano foi sua última partida como jogador profissional em quase três anos. O atacante de 23 anos vem de uma família com ligações no futebol. Além de seu pai, que é treinador de uma escola, seu irmão mais

Anderson Martins/Metodista

SB, técnico da Metodista vê equipe pronta para enfrentar qualquer time

velho, Mário Fernandes, é lateral-direito do CSKA Moscou, da Rússia, e já disputou um amistoso pela seleção brasileira em 2014. “Quando eu estava desanimado e não queria mais jogar, a minha família me apoiou muito”, falou o atleta. Em 2015, o centroavante foi reintegrado ao elenco principal do Azulão pesando 100 kg, mas não foi inscrito para a disputa da Série A-2 do Campeonato Paulista, já que a data limite para inscrições havia passado. Seu retorno aconteceu na estreia da equipe do ABC no Brasileirão da Série D. No dia 12 de julho, após quase três anos longe dos gramados, Jô marcou dois gols na goleada do São Caetano sobre o Lajeadense, por 5 a 0. Desde então, Jô foi responsável por 50% dos gols marcados pelo Azulão na Série D. “Foram apenas sete jogos, tenho muito a evoluir”, contou o atacante. 

A Metodista, que vem de uma vitória fora de casa por 27 a 25 contra o São José, também não pretende poupar atletas para ganhar ritmo de jogo. Segundo José Ronaldo do Nascimento, o SB, técnico da Metodista, a opção de São Caetano entrar com força máxima no jogo é até melhor. “Enfrentando jogadores adultos são mais dificuldades para o meu time jogar. É isso que precisamos porque logo começa o Final Four (fase final da competição) e vamos enfrentar equipes muito boas e jogadores com qualidades excelentes”, falou. SB também afirmou que apesar de ter alguns erros para acertar, não é necessário fazer muitos testes na equipe antes do Final Four. “O time já tem uma identidade, uma filosofia de jogo. Temos qualquer tipo de situação tanto ofensiva como defensiva para jogar contra qualquer equipe”, declarou. 


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RUDGE RAMOS Jornal da Cidade


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