Maceió

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Este livro faz parte da Coleção Capitais do Brasil. Contém 96 páginas, mas aqui neste modelo estão apenas algumas delas. O livro está dividido em 4 capítulos. No primeiro, temos Geografia: a cidade em seu caráter natural, mostrada como era antes da chegada de seus primeiros desbravadores. Aqui falamos da terra, águas, flora, fauna e clima. Depois vem o capítulo sobre História, que trata da transformação do meio natural e da evolução urbana. No capítulo A Cidade Hoje, são abordadas as características gerais, mostrados seus pontos extremos e estudadas sua arquitetura, economia e estrutura. A viagem termina com o capítulo Cultura, onde o morador da cidade é apresentado, estudando as etnias que o formaram, seu artesanato, sua arte e sua gastronomia. 6


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Coleção Capitais do Brasil - Ensinando a Cidade MACEIÓ Eduardo Fenianos Edição: Editora Univer Cidade Criação, Texto, Pesquisa e Fotos: Eduardo Emílio Fenianos Pesquisa Histórica: Humberto Araújo Programação Visual: Tatiana Kropernicki Ferreira Estagiária: Gisele Martins Vaz Revisão e Tradução: Américas Internacional Ltda

Reservados todos os direitos. Proibida qualquer reprodução desta obra por qualquer meio ou forma, seja mecânica ou eletrônica, sem permissão expressa, sob pena de incidir nos termos previstos em lei.

SÃO PAULO / 2010 1ª edição EDITORA UNIVER CIDADE Rua Presidente Rodrigo Otávio, 813 Alto da XV - Curitiba - PR Fone: 41 3079-7879 / 41 3362 3307 Rua Alfredo Mendes da Silva, 395, apto 163, torre 2 Vila Sônia - São Paulo - SP Fone: 11 3751-8842 www.urbenauta.com.br editora@urbenauta.com.br

Dados internacionais de catalogação na publicação Bibliotecária responsável: Mara Rejane Vicente Teixeira

Fenianos, Eduardo Emílio, 1970Maceió / Eduardo Fenianos ; revisão e tradução: Américas Internacional Ltda - São Paulo : Univer Cidade, 2009. 96p. : il. ; 18 x 25 cm. -- (Capitais do Brasil - Ensinando a Cidade ; v. 8) ISBN 978-85-86861-25-3 Inclui bibliografia. 1. Maceió (AL) - Descrições e viagens . 2. Maceió (AL) - Obras ilustradas. I. Título. II. Série. CDD (22ª ed.) 918.1351

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FIQUE PARA SEMPRE NA MEMÓRIA DE SEUS PARCEIROS E CLIENTES Espaço de até 1700 caracteres em português, com tradução para o inglês para a mensagem do presidente ou representante da empresa aos seus colaboradores, parceiros e clientes. Cheguei a Maceió em um final de tarde frio, para os padrões do Nordeste brasileiro. Devia estar uns 20ºC. Temperatura de shopping. Dormi na casa da professora Jeane e no dia seguinte, bem cedo, comecei a buscar os extremos da cidade. Natureza, história, realidade e geografia seguiam conversando comigo. No seu extremo norte da cidade, conheci Ipióca, o bairro onde nasceu Floriano Peixoto.O bairro da praia dos coqueirais. De lá, parti para o oeste e vi uma Maceió rural, onde a pecuária e os canaviais convivem com o grande centro urbano. Por uma semana, mergulhei nela. Mergulhei na cidade dos engenhos, do Rio Novo, de Pajuçara, da Ponta Verde, das casas de pau a pique, dos prédios de arquitetura requintada, do reggae no Chã da Jaqueira, da Feira do Rato, movida a trocas e aos apitos do trem, das festas juninas, do suco de Cajá, da Lagoa Mundaú, que também poderia ser “Mundo Há”, das jangadas e dos jangadeiros que conversam com o vento, das águas que confundem o verde e o azul, dos desconhecidos que facilmente se tornam amigos de muito tempo, de outras gerações, de outras encarnações. E isso ainda é pouco, pois cada cidade é também o olhar de cada um. O que consegui ver está resumido aqui. A todos nós, uma boa viagem Eduardo Fenianos Urbenauta

I arrived in Maceió at the end of a chilly afternoon, that is, for northeastern Brazilians. It was around 68 °F. Shopping temperature. I slept at the house of Professor Jeane and very early the following day, I started to scour the extremities of the city. Nature, history, reality and geography started to commune with me. In the city’s northern extremities, lies the Ipióca District, where Marechal Floriano Peixoto was born .The coconut palm beach district. From there, I left for the west and saw a rural Maceió, where livestock and grass coexist with the great urban center. For a week, I was submerged in it. I plunged into the ‘City of the Mills’, the Novo, Pajuçara, Ponta Verde Rivers, the mud-walled houses, the exquisite architecture, the reggae of Chã da Jaqueira, the Rato Market, run by merchandise exchanges and train whistles, the ‘Festas Juninas’ (Catholic June Festivities), cajá juice, the Mundaú Lagoon, which could also be called “Mundo Há”, the rafts and the fishermen who converse with wind, the waters that confuse green with blue, the nameless ones who readily become long-standing friends, with other generations, other incarnations. This is only part of it, because each city can be described from the point of view of each individual. What I was able to see is related here. I wish us all a nice trip Eduardo Fenianos Urbinaut

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Nome Name

Maceió é palavra proveniente do tupi-guarani. Maceió’s name is derived from the Tupi-Guarani language. A palavra que batiza a capital de Alagoas é de origem tupi-guarani. É fruto da observação e da ligação que os índios que habitavam nosso país, tinham com a natureza. Para descrever as novas paisagens ou situações que encontravam, uniam vocábulos de sua linguagem. Foi o que aconteceu com a criação da palavra Maceió. Eles a criaram para descrever a região alagada entre um rio de águas cristalinas e o mar. Estudiosos a escrevem de formas diferentes. Para uns é Maça-y-ok. Para outros Massayó. Já Orlando Bordoni, em seu dicionário “A Língua Tupi na Geografia do Brasil” escreve Macaio. Hoje todas estas formas se resumem a Maceió. Seus significados: alagadiço, terra alagadiça ou alagado que se forma com a maré alta. Além do nome da cidade, muitos de seus bairros ou praias, também têm nomes indígenas, revelando a relação dos seus primeiros habitantes com a natureza. Para a palavra Pajuçara há duas explicações: “Pa ou paba” = lugar, localidade, região + “juçara” = espinho, o que nos leva a concluir que além de suas belas águas e corais, o lugar era uma “região de espinhos”. Outra versão dá a palavra o significado de “muito grande de corpo e estatura”. Jacarecica, outro bairro e praia da cidade também vêm do tupi e significa, “resina de jacaré ou banha de jacaré”. O mesmo acontece com Jatiúca ou Yatiúca, onde o “Y” é = aquele que, o “ati” = finca e o “ucá” = tromba. Jatiúca, portanto, significa, “aquele que finca a tromba”, nome dado pelos índios a um carrapato.

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The word, that has baptized the capital of Alagoas, has its origin in Tupi-Guarani. It is, according to scholars, the result of observations and connections that the Indians, who live in our country, have with nature. In order to describe the new landscapes or situations encountered, words from this language had to be incorporated. This is what happened to the word Maceió. They created a new word to describe the waterlogged region between a river of crystalline waters and the sea. Scholars describe it in different ways. For some it’s Maça-y-ok. For others it’s Massayó. In his “Dictionary of the Tupi Language in the Geography of Brazil”, Orlando Bordoni has written the term Macaio. Today, all these forms have been summarized into the word Maceió. The meaning is: swampy or waterlogged land at high tide. As well as the city’s name, many of its districts and beaches also have indigenous names, revealing the relationship of the first inhabitants with the natural world. There are two explanations for the word Pajuçara: “Pa or paba” = place, locality, region + “juçara” = thorns. Which leads us to conclude that, besides its beautiful waters and coral, the place is also a “region of thorns”. Another version signifies the word to mean “very large in body and size”. Jacarecica, another city district and beach is also derived from Tupi and means, “resin from the Jacaré (tree) or fat from the Jacaré”. A similar thing happens with Jatiúca or Yatiúca, where the “Y” is = he who, the “ati” = protects and the “ucá” = tree trunk. So, Jatiúca means, “he who protects the tree trunks”, and is also the name given by the Indians for a tick.


Símbolos da Cidade Symbols of the City

Brasão Municipal O Brasão de armas de Maceió tem a forma de um escudo. A faixa central representa a restinga onde a cidade está situada. Sua cor prata retrata a constituição arenosa e a riqueza de suas praias. A faixa vermelha que se movimenta como uma onda representa o Riacho Maceió, onde se originou a cidade. A faixa verde em sua parte superior lembra o mar esverdeado que a banha. A faixa azul é uma referência às águas doces e lagoas do município. Ambas possuem embarcações utilizadas por moradores da região. A coroa sobre o brasão simboliza os municípios brasileiros. Suas cinco torres representam o fato de ser uma cidade e o ouro a sua posição de capital de Estado. O escudete, junto à coroa é símbolo da República e pretende recordar que no município nasceu o Marechal Floriano Peixoto. O brasão é ornado por folhas de coqueiro, indicando que a cidade está dentro de um vasto coqueiral e lembrando que ela é uma de suas riquezas agrícolas.

Municipal Coat of Arms Maceió’s coat of arms is in the form of a shield. The central band represents the salt marshes on which the city is built. Its silver color represents the sandy nature and riches of its beaches. The red band, that seems to move like a wave, depicts the Maceió Stream, where the city was founded. The green band at the top reminds one of the greenish seas that bathe the city. The blue band refers to the fresh waters and lagoons in the municipality. Both bands include the type of vessels used by the region’s locals. The crown on top of the coat of arms symbolizes the Brazilian municipalities. Its five towers represent the fact that it is a city and the gold signifies its status as the state capital. The escutcheon, together with the cron symbolize the Republic and seek to record the fact that Marechal Floriano Peixoto (the second Brazilian President) was born in the city. The coat of arms is embellished with coconut palm leaves, indicating that the city is within a vast coconut grove and reminding us of one of its rural riches.

The Municipal Flag

Bandeira Municipal A bandeira do município de Maceió foi instituída pela Lei nº 868, de 29 de maio de 1962. É terçada em faixa, de verde, branco e azul. Na faixa branca há uma divisa ondulada de vermelho. No centro, um círculo branco contém o brasão de armas oficiais do município, sem o listel de azul.

The municipal flag of Maceió was instituted by the Law No. 868, of 29 May 1962. It is divided into three bands of green, white and blue. The white band has an undulating stripe in red. In the center, there is a white circle containing the official municipal coat of arms.

The Symbolic Tree alm The Coconut PPalm (Chloroceryle amazona) is the city’s emblematic tree.

Árvore Símbolo O Coqueiro (Chloroceryle amazona) é a árvore-símbolo da cidade. 9


As Águas The Waters

Maceió tem um dos maiores complexos estuarinos do Brasil. Maceió has one of the most complex estuaries in Brazil.

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Cercada pelas águas de tom esverdeado do Oceano Atlântico, Maceió também se destaca por seus rios e lagos. As principais cabeceiras dos rios do município se formam junto a Serra da Saudinha e são formadas pelos rios Meirim, Saúde e Prataji. Em seus tabuleiros costeiros destacam-se, o rio Sauaçuí e os riachos Jacarecica, Doce e Reginaldo. Por centenas de anos, a ação do tempo, do mar e o acúmulo de sedimentos que vinham de rios, principalmente o Mundaú e o Paraíba do Meio, formaram junto à região onde hoje se localiza o atual município, um dos maiores complexos estuarinos do Brasil. Suas principais representantes são, as Lagoas Mundaú e Manguaba. Situada no sul de Maceió, a Lagoa Mundaú tem uma área aproximada de 23 km². Sua ligação com o mar é feita por uma grande rede de canais. No caminho formam-se dezenas de ilhas e um extenso manguezal, onde, apesar da ação destrutiva do ser humano, ainda proliferam-se crustáceos, peixes e moluscos. Também na porção sul fica a Lagoa Manguaba, maior do Estado de Alagoas com 34 km².

Enclosed by the greenish-blue waters of the Atlantic Ocean, Maceió is also renowned for its rivers and lakes. The principal river headwaters in the municipality are formed in the Serra da Saudinha and are shaped by the Meirim, Saúde and Prataji Rivers. The Sauaçuí River and the Jacarecica, Doce and Reginaldo streams stand out as features of the coastal seaboard. For hundreds of years, the action of time, sea and the accumulation of sediment that arrives with the rivers, principally the Mundaú and Paraíba do Meio, joined together in the region where, today, the present municipality is situated, to form one of the most complex estuaries in Brazil. Its principal representatives are the Mundaú and Manguaba Lagoons. Situated in the south of Maceió, the Mundaú Lagoon covers almost 23 km². A large network of canals links it to the sea. On the way, dozens of islands and an extensive mangrove have been formed, where, despite destructive human activities, there is still a proliferation of crustaceans, fish and mollusks. Also to be found in the southern part, is the Manguaba Lagoon, the largest in the state, covering 34 km².

Lagoa Mundaú vista da cidade de Marechal Deodoro.

A view of the Mundaú Lagoon from Marechal Deodoro City.


ร guas de Pajuรงara.

The Waters of the Pajuรงara. 13


A Fauna Fauna

Uma das características mais marcantes de Maceió é a facilidade que se tem para admirar, e ter contato com sua fauna marinha. Suas águas claras, suas piscinas naturais e recifes, com fácil acesso na região de Pajuçara, é o hábitat para peixes, estrelas do mar, ouriços do mar, celenterados e outras espécies marinhas. Com vegetação predominantemente formada pela Mata atlântica, restingas e manguezais, sua fauna é justamente aquela que habita estes ecossistemas. A Lagoa Mundaú e seus arredores são um excelente local para se ter contato com aves migratórias como as garças e o gavião- carijó também conhecido como Carcará. Entre as espécies nativas são facilmente encontrados vários crustáceos, como o guaiamum, o caranguejo-uça,o siri-azul, o siri-grajaú, o camarão branco e o camarão de água-doce. Entre os peixes mais comuns estão o bagre, a pescada, a carapeba, o curimã, a tainha e a arraia pintada. Entre os marsupiais, os guaxinins são os mais comuns. Já entre os moluscos destacam-se o sururu, a taioba e o maçunim.

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One of the most striking characteristics about Maceió is the ease by which one is able to see, and to be in contact with, its marine animals. Its crystal-clear waters, natural pools and reefs; the easy access to the Pajuçara Region, which is the habitat of many fish, starfish, sea urchins, coelenterates (jellyfish, corals etc.) and other marine species. The predominant vegetation formed by the Atlantic Rainforest is salt marshes and mangroves, and its animals are just those that inhabit these ecosystems. The Mundaú Lagoon and its surroundings are an excellent location to spot migratory birds such as herons and falcons. Among the native species easily found are various crustaceans, i.e. the guaiamum, the caranguejo-uça, the siri-azul, the siri-grajaú, the white and freshwater shrimp. Among the most common fish observed are catfish, whitefish, carapeba, curimã, mullet and paintedrays. Among the marsupials, raccoons are the most prevalent. There are also sururu, taioba and maçunim mollusks.


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Século XVII

Seventeenth Century Until the Portuguese arrived to colonize the local, there had been Frenchmen who had landed in search of the lucrative trade in Ibirapitanga, (in Tupi-Guarani: redwooded), later called Brazil-wood. In 1640, the Dutch sent a caravan of invaders to survey the region. It wandered along the Alagoan coast, collecting information for possible future military operations. They followed the Santo Antonio do Mirim and Pratagy Rivers by canoe, and then marched until Carrapato, today called Jatiúca. After the Portuguese had suffered several defeats before the might of Holland, the incumbent Governor of the Captaincy, Mathias de Albuquerque, preferred to stay in the south of Alagoas (presently, Marechal Deodoro), alleging the need to be close to the ports of the French and that of Jaraguá, where Mauricio de Nassau disembarked, in Brazil, in 1637. It is from this époque that the region began to be known and keenly sought after. After the expulsion of the Dutch, in 1654, the Portuguese Crown decided to invest in raising fortifications along the coastline against future possible foreign incursions. In 1673, the Crown ordered the construction of a fortification in the Port of Jaraguá. However, the resources were not forthcoming and the works remained unfinished. Thus, Alagoas never had a fort, like the Cinco Pontas in Recife and the Orange in Itamaracá, both in the neighboring state of Pernambuco.

Vista da Vila de Santa Maria Madalena, atual cidade de Marechal Deodoro, por volta de 1640.

A view of the Town of Santa Maria Madalena, present day, Marechal Deodoro City, circa 1640.

Acervo: Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro

Até a chegada dos portugueses para a colonização do local, eram os franceses que aqui aportavam, em busca do lucrativo comércio da Ibirapitanga, (do tupi-guarani: madeira vermelha) depois chamada de Pau-Brasil. No ano de 1640, foi enviada uma caravana dos invasores holandeses para reconhecimento da região. Ela percorreu a costa alagoana, fazendo anotações que servissem para operações de guerra. Seguiram de canoa os rios Santo Antonio do Mirim e Pratagy, e logo após em marcha até o Carrapato, hoje Jatiúca. Depois de algumas derrotas sofridas pelos portugueses, ante o poderio holandês, o então Governador da Capitania Mathias de Albuquerque, prefere ficar em Alagoas do Sul (atual Marechal Deodoro), alegando a proximidade com os portos do Francês e Jaraguá, onde desembarcou Mauricio de Nassau, no Brasil, em 1637. É a partir desta época que a região começa a ser conhecida e procurada. Após a expulsão dos holandeses, em 1654, a coroa portuguesa decidiu investir contra os estrangeiros, levantando fortificações ao longo do litoral. Em 1673, a coroa ordenou a construção de uma fortificação no Porto de Jaraguá. Mas os recursos não vieram e a obra ficou inacabada. Com isso, Alagoas não teve um forte, como o das Cinco Pontas em Recife e o de Orange em Itamaracá, ambos em Pernambuco.

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Século XVIII Acervo: Museu da Imagem e do Som de Alagoas

Eighteenth Century

É de 1708, o primeiro núcleo de povoamento de Maceió. Nasceu com a fundação do engenho de açúcar de nome Maçaió, em homenagem ao riacho que em suas proximidades passava cristalino, e que fora batizado pelos Caetés. Ali, foi constituído o centro industrial canavieiro, com o engenho propriamente dito, a casa de purgar, a senzala, a casa grande e a capelinha, em louvor a São Gonçalo do Amarante, que fica no meio do morro da Jacutinga, atual ladeira da Catedral. Não durou muito, apenas dois anos, pois o terreno onde estava era impróprio para o cultivo da cana, conforme o testamento de seu fundador Apolinário Fernandes Padilha, em 15 de dezembro de 1724. Até os meados do século XVIII, Maceió permaneceu uma modesta povoação em torno do engenho. A restinga que os índios Caetés admiravam por sua beleza natural e abundância em viveres, já começava a ter ar de pequeno burgo, com potencial para a expansão. O comércio aumentava, devido ao Porto de Jaraguá e ao depósito de mercadorias vindas das áreas agrícolas do interior da então província de Alagoas. Conforme o comércio de mercadorias ia aumentando, a vila por conseqüência crescia e o conjunto de ruelas de habitações simples ia expandindo. Com o crescimento do povoado e sua competição com outras vilas, era inevitável seu desmembramento da vila de Alagoas, pois sua importância já ultrapassava o da antiga capital. A vila de Maceió, não se restringia apenas ao agrupamento de casas no povoado, mas também aos limites territoriais determinados por um FORAL. Esse agrupamento de casas, era a sede da vila onde ficavam as autoridades, as repartições e o comércio. A expressão vila corresponde mais ou menos a o que é uma cidade hoje. Os limites da vila de Maceió iam do atual bairro da Pajuçara, até a atual cidade de Murici e já contava com cerca de cinco mil habitantes espalhados por toda sua extensão.

In 1708, the first settlement took place in Maceió. This grew from the establishment of a sugar mill named Maçaió, in homage to the crystalline stream that passed close by and was baptized by the local Caeté Indians. There, the center of the sugar industry was founded, with the mill, previously mentioned, the purifying house, the slave quarters, the mansion and chapel, in praise of Saint Gonçalo do Amarante, which was half-way up the slope of the Jacutinga, the present hill of the Cathedral. However, it did not last long - only two years - due to the unsuitability of the terrain for sugar cultivation, according to the testament of its founder, Apolináriver Fernandes Padilha, on the 15 December 1724. Until the middle of the XVIII Century, Maceió remained a modest settlement centered on the mill. The salt marshes, which the Caeté Indians had admired for its natural beauty and abundance, had already begun to give shape to the small town, with a great potential for expansion. Commerce grew, owing to the Port of Jaraguá and the storage of merchandise coming from the agricultural areas in the interior of the then province of Alagoas. The growth in trade led to a similar expansion of the town and its alleyways of simple dwellings. With the growth in population and its competitiveness with other towns, the dismemberment of the town of Alagoas became inevitable, when its importance superseded that of the old capital. The town of Maceió, was not only confined by the colony of settlement houses, but was also at the limits of territorial expansion as determined by a CHARTER. This colony of houses became the headquarters of the town, where the authorities, departments and commerce were established. The expression ‘vila’ corresponds, more or less, to a town today. The town limits of Maceió ran through the present district of Pajuçara, until the present day city of Murici and had around five thousand inhabitants spread over the entire area. 25


Anos 60 The Sixties

Trecho já urbanizado da Avenida Duque de Caxias, em 1963. An urbanized stretch of Duque de Caxias Avenue, in 1963.

O Censo de 1960 indica que a cidade já possui 242 mil habitantes, o que representa um quinto da população de Alagoas. Com esse aumento populacional, a rede de educação exige mais espaço para a ampliação do ensino médio e superior, para aqueles que não tinham acesso às escolas públicas já existentes. Fruto dessa necessidade surge em 1961, a Universidade Federal de Alagoas, como resposta ao apelo da sociedade, por mais oportunidades de cursos e vagas no ensino superior. A fundação ocorre no dia 26 de janeiro, através da Lei nº 3867. Já no ensino médio, o CEPA (Centro Educacional de Pesquisa Aplicada), surge como inovação para os que pediam mais vagas na escola pública. Fundado em 1957, o CEPA tinha uma proposta pedagógica inovadora. Foi também nessa década, que o centro da cidade se modernizou, com a construção de edifícios de escritórios. O primeiro deles, o edifício Brêda e a transformação da Avenida da Paz, antes residencial, em área comercial.

The 1960 census indicated that the city’s population had grown to 242 thousand inhabitants, which represented 20% of the population of Alagoas. As a result of this population explosion, the educational network demanded more places for the extension of secondary and tertiary education to those who had previously been denied access to public education. The consequence of this demand emerged in 1961, when the Federal University of Alagoas was founded, as a response to the call by society for more opportunities for courses and places in higher education. The foundation took place on 26 January 1961, by Law No. 3867. Already, in high school education, the CEPA (The Educational Center for Applied Research), arose as an innovation for those who demanded more places in public schooling. Founded in 1957, the CEPA has an innovative pedagogical program. It was also during this decade that city center underwent modernization, with the construction of buildings and offices. The first of these, the Brêda Building transformed the previously residential Paz Avenue, into a commercial area.

Região do cais do porto nos anos 60.

The port pier region in the 1960s.

Acervo das fotos: Museu da Imagem e do Som de Alagoas

Vista parcial de Maceió, em 1960. A partial view of Maceió, in 1960.

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Anos 70

The Seventies The Alagoan capital in 1970, achieved significant economic growth with federal government support and with the installation of Braskem (a company producing PVC – polypropylene – a product in which the company is a leader on the American continent); the inauguration of several factories; the modernization of the port; and the construction of several public housing projects. Between 1976 and 1977 several luxury hotels were built, increasing the tourism and business potential. On the other hand, some historic buildings were demolished. In parallel, private companies and public money started to invest in the modernization of airports and highways with access to the coast; the restoration of the city’s heritage; and preservation of the environment. The city became a magnet for migration from the interior, as the result of a rural exodus and the lack of suitable conditions and opportunities in the countryside. Consequently, there was a huge expansion of the peripheral neighborhoods, i.e. Jacintinho, Bebedouro, Vergel and Tabuleiro; at the same time, the rate of unemployment and the level of poverty increased in concert. There were far too few schools to educate so many children. The hospitals were overwhelmed. Maceió began to encounter the problems of being a large metropolis.

Arredores da Praia do Sobral nos anos 70.

The outskirts of Sobral Beach in the 1970s.

Acervo: Museu da Imagem e do Som de Alagoas

A capital alagoana em 1970, com o apoio do governo federal, alcançou um significativo crescimento econômico, com a instalação da Braskem (empresa de produção de PVC – polipropileno -, produto da qual a empresa é líder no continente americano), a inauguração de algumas fábricas, a modernização do porto e a construção de vários conjuntos habitacionais populares. Entre os anos de 1976 e 1977 surgem vários hotéis de luxo, incrementando seu potencial turístico e de negócios. Por outro lado, algumas construções históricas são demolidas. Em paralelo, empresas privadas e o poder público começam a investir na modernização de aeroportos e construção de estradas de acesso ao litoral, restauração do patrimônio e preservação do meio ambiente. Com o êxodo rural, a falta de condições no campo e a busca de novas oportunidades, a cidade se transforma num pólo de migração do interior. Com isso há um grande crescimento de bairros periféricos como Jacintinho, Bebedouro, Vergel e Tabuleiro, aumentando assim o índice de desemprego e miserabilidade. As escolas são poucas para educar tantas crianças. Os hospitais enchem. Maceió começa a se deparar com os problemas das grandes cidades.

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A Cidade Hoje City Today

Com 511 km², Maceió surpreende, admira e às vezes choca pela variedade de ambientes, paisagens e realidades culturais, sociais, ambientais e geográficas que abriga em seu território. Em seu centro geográfico ou em seus pontos cardeais vemos extremos. A cidade que foi fundada e cresceu sobre uma região de alagadiços e restingas, possui cerca de 210 km², dominados por sua área urbana. O restante, mais da metade do território total do município, é formado por áreas rurais. É “nessas Maceiós”, que existem e flutuam dentro de Maceió, que começamos a viajar a partir de agora. Começamos este capítulo buscando o Marco Zero da cidade. Depois percorreremos seus pontos cardeais; Norte, Sul, Leste e Oeste, mostrando em fotos e breves textos, as realidades encontradas em cada um deles. Em seguida, estudamos sua arquitetura e sua economia. Como se pegássemos um submarino urbano, partimos destes temos e nos aprofundamos na história, na identidade ou na modernidade da cidade, viajando por sua região central. O capítulo termina percorrendo praias, monumentos, construções antigas e outros lugares e situações que só Maceió tem.

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In covering 511 km², Maceió surprises, astounds and sometimes shocks visitors when confronted with the sheer variety of environments, landscapes and the cultural, social, environmental and geographical realities that are harbored in its territory. You will find extremes, from its geographical center to its compass points. The city was founded and developed in a swampy and sand banked region, covering almost 210 km², dominated by its urban area. The rest, more than half the total municipal territory, is made up of rural land. It is “in these Maceiós” that live and float around Maceió, that we are about to start visiting, from this point on. We will begin this chapter by looking for the city’s Zero Point. After wandering around the compass points; North, South, East and West we will illustrate with photos and short texts, the reality encountered at each of these points. Next, we will study its architecture and economy. Like an urban submarine, we will plunge the depths of the history, identity and modernity of the city, travelling around its central region. The chapter will finish strolling along the beaches, around monuments, old buildings and other places and situations unique to Maceió.


O Marco Zero

Zero Point

Não há um consenso sobre o Marco Zero de Maceió. Os estudiosos da história da cidade apontam dois lugares. Uns afirmam que este seria na Praça Dom Pedro II, onde havia o engenho, que para a maioria, dera início à cidade, uma pequena capela hoje substituída pela catedral e algumas moradias ao redor. Outros, no entanto defendem a existência de uma povoação anterior a esta, onde hoje se encontra a Praça Centenário, com detalhes de um de seus monumentos ao lado. There is no consensus as to the exact Zero Point for Maceió. Historical studies of the city seem to point to two distinct places. Some affirm that it is to be found on D. Pedro II Square, where there had been the mill, which for the majority, was the starting-place of the city. Today, the original small chapel has been replaced by the cathedral and other dwellings roundabout. Other studies, nevertheless, defend the existence of a previous settlement, where today, stands the Centenário Square, with details of one of its monuments beside it.

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Viagem ao Centro Trip to the Center

Um centro histórico é aquele que pode nos ensinar sobre a história de algum lugar. É formado pelo conjunto de construções, praças, ruas, monumentos que guardam a história e a memória da nossa cidade, tendo o poder de transformá-la em uma sala de aula. Para conhecer o centro histórico de Maceió ou de qualquer outra cidade, o ideal é desbravá-lo a pé. Assim podemos olhar com calma os detalhes das construções, conversar com as pessoas, olhar para cima, para os lados. Apesar de o centro de Maceió já ter perdido muitas de suas antigas construções, ainda é possível encontrar bons exemplos que nos ajudam a contar e aprender sua história. Para facilitar sua movimentação, o mapa abaixo indica os locais sugeridos. Nas páginas seguintes, nós conhecemos, desbravamos, viajamos por alguns destes espaços.

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An historic center is one, which can relate something of the history of a particular place. It is formed by the cluster of constructions, public squares, streets, monuments, which preserve the history and the memory of our city, having the power to transform it into a classroom. In order to get to know the historic center of Maceió or any other city, for that matter, it should ideally be explored on foot; we can calmly study the details of buildings, chat to the locals, and look above eyelevel and on all sides. Despite the center of Maceió having already lost many of its old buildings, it is still possible to find good examples that can help us relate to and learn about its history. To help our perambulations, the map provided below indicates many of the suggested locations. In the following pages, we will get to know, travel to and root around some of these spaces.


Macei贸 vista da Avenida Duque de Caxias.

Macei贸 seen from Duque de Caxias Avenue. 51


Praça Dom Pedro II e arredores Dom Pedro II Square and its Environs Nossa viagem histórica começa edro IIII. O pela Praça Dom PPedro local marca o surgimento de Maceió. Foi nesta região que, segundo a maioria dos pesquisadores, se ergueu o engenho de propriedade do Coronel Apolinário Fernandes Padilha, que deu origem à cidade. Ornada por palmeiras imperiais, chamam atenção ao seu redor, além da Catedral Catedral, o Prédio do Ministério da Fazenda Fazenda, construído em estilo neoclássico e o sobrado que hoje abriga a Biblioteca Pública Pública, construído pelo Barão de Jaraguá. Our historical voyage commences edro II Square in Dom PPedro Square. The location marks the first appearance of Maceió. According to the majority of researchers, it was in this region the mill owned by Colonel Apolináriver Fernandes Padilha was erected, and originated the city. Adorned with imperial palm trees, please pay attention to the surroundings. Across from the Cathedral Cathedral, the Treasury Ministry building was constructed in the Neo-classical style, together with the hayloft that presently houses the Public Library Library, built by the Baron of Jaraguá.

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Catedral de Maceió

The Cathedral of Maceió

Também é chamada pelo nome da padroeira de Maceió: Nossa Senhora dos Prazeres. Teve sua pedra fundamental lançada em 22 de julho de 1840. Foi inaugurada com uma grande solenidade que durou vários dias. No dia 20 de dezembro de 1859 foi abençoada pelo Cônego Afonso de Albuquerque. No dia 31, o mesmo cônego benzeu a imagem da padroeira e à tarde o Imperador Dom Pedro II visitou a catedral, enquanto era entoado o hino de ação de graças, encerrando a inauguração.

The Cathedral is named after the name of the benefactress of Maceió: Nossa Senhora dos Prazeres. Its cornerstone was laid on the 2 July 1840. It was inaugurated by a service of great solemnity, which lasted for several days. On the 20 December 1859, the Cathedral was blessed by Canon Afonso de Albuquerque. On the morning of the 31st, the same Canon blessed the image of the benefactress, and in the afternoon the Emperor Dom Pedro II visited the Cathedral whilst the thanksgiving hymn was intoned and brought the inauguration to a close.

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Pajuçara Pajuçara

É o grande sinônimo do belo tom das águas de Maceió. Não há como apenas vê-la ou enxergá-la, pois Pajuçara será sempre admirada. Entre vários tons de verde e azul suas águas se misturam, criando cores difíceis de serem definidas, entendidas ou imitadas pela percepção humana. Além de admirada, Pajuçara também pode ser sentida, vivida. Jangadas levam quem quiser conhecer, suas famosas piscinas naturais que se formam durante a maré baixa, a cerca de 2 km da praia. Muitos se divertem com os bares montados sobre jangadas e com seus garçons flutuantes. Outros preferem aprender com a flora e a fauna e a beleza que a natureza serve.

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It is synonymous with the beautiful colors of the waters around Maceió. If one can just see or view it, then Pajuçara has simply always to be admired. Among the variety of green and blue hues mixed in its waters, creating colors difficult to define, grasped or imitated by human perception. Besides being astonishing, Pajuçara can also be cordial and - wild. Rafts carry whoever wants to get to know its famous natural pools, which are formed at low tide, along a 2 km stretch of beach. Many people enjoy the bars mounted on rafts and their floating waiters. Others prefer to learn about the flora and fauna and the beauty that nature serves up.


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Lagoa Mundaú The Mundaú Lagoon

O nome do Estado do qual Maceió é capital, é derivado de uma imensa quantidade de rios e lagoas que fazem parte do seu litoral. Alagoas vem de “Há lagoas”, no sentido de haver, de existirem várias lagoas, principalmente em seu litoral. E Maceió abriga várias delas. As duas maiores são as Lagoas Mundaú e Manguaba Manguaba. A Lagoa Mundaú Mundaú, formada pelo rio com o mesmo nome, possui uma área de 23 km² e faz sua ligação com o mar por uma grande rede de canais, onde se formam várias ilhas e um extenso manguezal. Já a Lagoa Manguaba Manguaba, a maior do Estado de Alagoas, é oriunda do Rio Paraíba e possui uma área de 34 km². The name of the state of which Maceió is the capital, is derived from the immense number of rivers and lagoons that make up part of its seacoast. Alagoas comes from “Há Lagoons”, in the sense of having various lagoons, principally on its seacoast. And Maceió harbors several. The two largest are the Mundaú and Manguaba Lagoons Lagoons. The Mundaú Lagoon Lagoon, formed by the river with the same name, covers an area of 23 km² and is connected with the sea by a large network of canals where islands and an extensive mangrove have been formed. The Manguaba Lagoon Lagoon, the largest in Alagoas State, originates from the Paraíba River and covers an area of 34 km².

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Arte e Artesanato Art and Craftwork

Seja utilizando a palha, uma planta, a fibra ou o algodão, o artesanato em Maceió se manifesta em cores, formas e criatividade admiráveis. A partir de agora, vamos conhecer algumas destas manifestações.

Filé

É uma das manifestações mais conhecidas na cidade. Nela, o artesão ou artesã prende uma rede tecida em algodão, a uma peça de madeira, que pode ser quadrada ou retangular, onde são traçados os pontos com agulha de mão. Como resultado, se tem vestidos, saias, blusas, colchas, toalhas e outras peças. Os motivos dos bordados são na maioria das vezes, geométricos ou florais.

Embroidery

Embroidery is one of the most well known products of the city. The craftsperson takes a cloth in cotton, a piece of wood, which could be square or rectangular, where the points are traced out with a hand held needle. As a result, you have dresses, skirts, blouses, bedspreads, towels and other pieces. The embroidery motifs are usually geometric and floral.

Renda de Bilro

Cotton Lace

Por esta técnica, a linha de algodão é presa por alfinetes a uma almofada redonda e dura. Os desenhos e traçados são feitos pela troca de posição dos bilros, pequenos pedaços de madeira, onde a linha fica amarrada. Com ele são confeccionados vestidos, blusas, saias, colchas, fronhas e toalhas.

For this technique, the thread of cotton is pressed by needles into a round and hard cushion. The designs and tracings are made by changing the position of the bobbin, small pieces of wood, where the thread is tied. Garments, shirts, skirts, bedcovers, pillowcases and towels can be made using this technique.

Assim como a renda de bilro é um tipo de bordado, de origem portuguesa. Por esta técnica o artesão desfia a fazenda e depois realiza com agulha e linha seus desenhos.

Like cotton lace it is a type of needlework, originating from Portugal. For this technique the craftperson unravels the cloth and then uses a needle to trace the designs.

Labirinto

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By using straw, a plant, fiber or cotton, handicraft work in Maceió results in marvelous shapes and colors and creativity. Let us start to get to know some of these products.

Labyrinth


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A culinária Typical Dishes

Fartura é uma boa palavra para se resumir a culinária de Maceió, de Alagoas e do Nordeste em geral. Misturamse nos pratos temperos, sabores e influências indígenas, negras e européias. Em um bom almoço alagoano, feijão de corda, a carne de sol e a macaxeira, acompanhados com arroz. No café da manhã, na hora do lanche ou no jantar, a tapioca, também vendida em vários pontos da cidade. Influência da culinária indígena é feita com a goma da mandioca, coco ralado, sal e queijo e assada em uma chapa de ferro. Os sabores são variados. A fartura também vem do mar. A pata de uçá, caranguejo característico da região, ou o camarão ao molho de coco, são encontrados em bares e restaurantes. Já as lagostas, sejam in natura ou na manteiga de garrafa, são vendidas em barracas em alguns bairros da cidade ou servidas na moranga, em restaurantes requintados. Do mar, a fartura parte para os pomares ainda presentes em muitas casas. Ali podem ser encontrados, pés de acerola, sapoti, pitanga, mangaba, graviola, caju, jaca, manga e cajá. O delicioso cajá, que junto com as outras frutas é quase sempre transformado em um delicioso suco.

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Abundance is an appropriate word to use when talking about the culinary delights to be found in Maceió, Alagoas and the northeast in general. There is a mingling of spicy dishes, flavors and influences from the indigenous Indian, Afro-Brazilian and European traditions. A healthy Alagoan lunch will consist of black-eyed peas, sun-dried beef and cassava and this is always accompanied by rice. At breakfast, lunch or dinner, tapioca is also sold at various points throughout the city. The indigenous culinary influence is expressed in cassava starch, grated coconut, salt and cheese grilled on an iron sheet. The flavors are varied. This abundance also emanates from the sea. Crab claws, crayfish, typical of the region, or prawns in coconut sauce, are found in bars and restaurants. Lobsters, whether ‘au natural’ or smothered in butter, are sold from stalls in some city neighborhoods or served with moranga, in chic restaurants. This abundance is also present in the orchards still growing in many houses. There you can find trees such as, cashew, mango, acerola tree, sapoti, pitanga, mangaba, graviola, jaca, and cajá. The delicious cajá, together with the other exotic fruits are simply magically transformed into mouth-watering juices.


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ORÇAMENTO:

Para compras de 50, 100, 200, 500, 1000 ou outras quantidades, consulte-nos. Para mais informações e orçamentos: editora@urbenauta.com.br 41 3362 3307 0800 600 7879

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