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Os pioneiros
A parte mais baixa da colônia fi cava entre 600 a 700 metros acima do nível do mar e, nos lugares mais elevados, a altitude oscilava de 900 a 1.000 metros. O terreno era constituído, predominantemente, de terra argilosa e pouco arenosa, e nos lugares mais baixos, havia brejos onde se encontravam as nascentes dos riachos que atravessavam o terreno. No seu todo, o solo era, portanto, fraco e pouco apropriado para lavoura. Para tornar-se produtiva, a terra precisaria ser cultivada e fertilizada. Era montanhosa com pequenas áreas onduladas e outras bem escarpadas, não se prestando, portando, para uso de arado, o que difi cultava a exploração agrícola. O terreno era atravessado, em parte, pelo rio Lima, cujos afl uentes irrigavam bem a terra. Na maior parte do terreno encontravam-se as nascentes do rio Forcação cujos riachos formavam estreitos e escapados vales. Todo o terreno encontrava-se coberto de densa mata mista. Havia, na região, pouca madeira de valor comercial. Entre as madeiras existentes, encontrava-se a canela preta, a canela sassafrás, a canjerana e o cedro. Na extremidade mais elevada do terreno e de difícil acesso, havia também imbuia, madeira muito valorizada para móveis. Embora a região ainda não tivesse sido ocupada legalmente por colonos, antes da implantação da colônia Heimat, madeireiros da redondeza já haviam extraído grande parte da madeira aproveitável para fi ns comerciais.
Os pioneiros
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Enquanto Beil providenciava os preparativos aqui no Brasil, Konrad Theiss realizava em Ebersteinburg, na Alemanha, o estágio preparatório do primeiro grupo, durante o mês de abril e maio de 1932. Participaram do encontro 24 jovens, dos quais
profi ssão, tornou-se, com o passar dos anos, um profundo conhecedor das terras e da colonização do Médio Vale do Itajaí e planalto norte de Santa Catarina.
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17 foram aprovados. Embarcaram em Hamburgo no dia 25 de junho e desembarcaram em São Francisco do Sul no dia 14 de julho. Preenchidas as formalidades burocráticas do desembarque e da entrada no país, seguiram viagem de trem até Jaraguá do Sul, onde se encontraram com Padre Beil e de lá, de caminhão, até Benedito Timbó. Percorreram o trecho restante, até Heimat, a pé.
Beil escreveu em seu diário: “Chegamos por volta das 9 horas da noite do dia 17 de julho de 1932. E como fomos recebidos! O sr. Frank tinha preparado tudo maravilhosamente. A comida estava na mesa, precisávamos apenas nos assentar. Ainda hoje, apesar de tudo, posso dizer ainda o que então eu vivenciei: pouquíssimos imigrantes encontraram uma acolhida como a dos nossos colonos. Tudo estava preparado nos mínimos detalhes. Como a noite era muito fria, e como nossa mudança ainda não havia chegado, sentamonos em volta de uma fogueira e conversamos. Outro dia, de manhã bem cedo, começamos o trabalho. Rachamos tabuinhas, pois uma parte de nosso casarão ainda não tinha cobertura. O sr. Frank havia providenciado também diversos trabalhadores teuto-brasileiros, homens experientes em trabalhar no mato e, em pouco tempo, tudo estava em atividade.”15
15 BEIL, Johannes. Op. cit. p. 21-22.
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