Janeiro 2011 • Ano 1 • Número 10 R$ 7,80
DESAPARECIDOS A cada dois dias, três pessoas somem em São José, deixando famílias desesperadas por notícias
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Opinião
Palavra do editor
DIRETOR RESPONSÁVEL Ferdinando Salerno
Desaparecidos: problema social
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ifícil acreditar, mas a cada dois dias, em média, três pessoas desaparecem em São José dos Campos. E essa dura realidade afeta muitas famílias joseenses, que sofrem com a incerteza de um dia ter a chance de reencontrar o ente querido. São pais que, de uma hora para outra, ficam sem seus filhos. E filhos que perdem o contato com seus pais, sem poder se despedir. Os motivos? Podem ser muitos. Desde o sumiço involuntário, provocado por terceiros, até uma fuga de problemas de relacionamento familiar, depressão ou o desejo de uma nova vida, longe de tudo e de todos. O fato é que de janeiro a novembro de 2010, foram registrados 226 boletins de ocorrência por desaparecimento em São José, cuja taxa de incidência por 100 mil habitantes supera a de outras cidades do interior paulista. São poucos os municípios brasileiros que detém o controle sobre as ocorrências de desaparecimento. E não ter a dimensão exata do problema pode alimentar o desinteresse da sociedade e do próprio Estado pelo drama das famílias. No Brasil, não existe um serviço exclusivo no campo da assistência social ou psicológica voltado às famílias. O Ministério da Justiça lançou somente há um ano o Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas (www.desaparecidos.mj.gov.br). Diante de tantas dificuldades, não é difícil compreender uma mãe ou um pai dizer que preferiria encontrar o filho morto que conviver com a dúvida se ele está vivo. Passar todos os dias de sua vida em busca de notícias, um telefonema ou uma simples carta é desesperador, e sepultar o filho seria enterrar com ele todo o sofrimento das incertezas. Hoje em dia várias ONGs trabalham no cadastramento, pesquisa e divulgação de informações sobre desaparecidos. Dessa forma, quando receber um e-mail pedindo sua ajuda para localizar uma pessoa em sua cidade, leia e repasse a informação. Dedicar dois minutos do seu tempo pode ajudar a acabar com a tristeza de uma família. Vamos fazer nossa parte? Marcelo Claret editor-chefe
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DIRETORA ADMINISTRATIVA Sandra Nunes EDITOR-CHEFE Marcelo Claret mclaret@valeparaibano.com.br EDITOR-ASSISTENTE Adriano Pereira adriano@valeparaibano.com.br EDITOR DE FOTOGRAFIA Flávio Pereira flavio@valeparaibano.com.br REPÓRTERES Yann Walter (yann@valeparaibano.com.br), Hernane Lélis (hernane@valeparaibano.com.br), Elaine Santos (elainesantos@valeparaibano.com.br) DIAGRAMAÇÃO Daniel Fernandes daniel@valeparaibano.com.br COLABORADORES Cláudio César de Souza, Cristina Bedendo e Franthiesco Ballerini COLUNISTAS Alice Lobo, Carlos Carrasco, Fabíola de Oliveira, Marco Antonio Vitti, Marcos Meirelles, Ozires Silva e Roberto Wagner de Almeida CARTAS À REDAÇÃO cartadoleitor@valeparaibano.com.br As cartas devem ser encaminhadas com assinatura, endereço e telefone do remetente. O valeparaibano reserva-se ao direito de selecioná-las e resumi-las.
DEPARTAMENTO DE PUBLICIDADE REGIONAL Tatiana Musto e Vanessa Carvalho
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Essencial Mídia Carla Amaral, Claudia Amaral e Cristiano Correâ (11) 3834 0349 sucursalsp@valeparaibano.com.br
A revista valeparaibano é uma publicação mensal da empresa Jornal O Valeparaibano Ltda. Av. São João, 1.925, Jardim Esplanada, São José dos Campos (SP) CEP: 12242-840 Tel.: (12) 3202 4000
ASSINATURA E VENDA AVULSA Carina Montoro 0800 728 1919 Segunda a sexta-feira, das 8h às 18h FAX: (12) 3909 4605 relacionamento@valeparaibano.com.br www.valeparaibano.com.br PARA FALAR COM A REDAÇÃO: (12) 3909 4600 EDIÇÕES ANTERIORES: 0800 728 1919 IMPRESSÃO GRÁFICA OCEANO
A tiragem é auditada pela BDO
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MODA
Sumário
OS CHAPÉUS VOLTAM COM FORÇA P76
ESPECIAL
Desaparecidos A cada dois dias, em média, três pessoas desaparecem em São José, deixando famílias desesperadas por notícias que possam levar ao paradeiro do ente querido
POLÍTICA PALÁCIO DOS BANDEIRANTES
TURISMO FÉRIAS
CULTURA REGIONAL
Problemas antigos desafiam o governo P18
Roteiro da diversão P60
A influência ambiental P82
Geraldo Alckmin enfrentará novamente o velho trio: Saúde, Educação e Segurança
Preparamos um roteiro completo num raio de 200 kms com diversas opções turísticas na região e na capital
ECONOMIA PET
Seu cachorro a peso de ouro P22 Mercado do luxo para animais de estimação é o setor que mais cresce no país ENTREVISTA INPE
Gilberto Câmara fala sobre o futuro da ciência P28
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DROGAS S/A
Crime importado PCC abriga no Vale do Paraíba traficantes fugitivos do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro P40
Pesquisa inédita mostra como o meio ambiente interfere na produção e nas manifestações culturais populares do Vale FILME CIMENA
‘Brasil Animado’: o 3D nacional P88 Ensaio Fotográfico p52 Curtas p80 Flashes & p94 Viva a Vida p98
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Palavradoleitor Sou econômico nos elogios, mas devo registrar minha alegria com a matéria sobre a descoberta de “Dexistência”, de Cassiano Ricardo. Inúmeras obras artísticas têm passado pela desventura dos arquivos mortos e insensíveis. Como demonstra o texto de Adriano Pereira, a persistência e dedicação do caçador Douglas Yoshida foram fundamentais na missão do jornalista Júlio Ottoboni para o resgate da memória e da obra de Cassiano. A revista não só identificou a trajetória da derradeira obra do poeta joseense, como permite reconhecer o mérito e o trabalho do estagiário -aliás, membro de uma “categoria” que, mesmo fazendo corretamente seu trabalho, costuma permanecer no campo dos socialmente invisíveis. Meus cumprimentos a ele, ao Júlio e ao Adriano. Eustáquio de Freitas, jornalista
ENQUETE Qual deve ser a prioridade do governo Alckmin?
Saúde Segurança Educação Foram computados 205 votos entre os dias 10 e 16 de dezembro
Enquete www.valeparaibano.com.br
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Domingo 2 Janeiro de 2011
Dezembro 2010 • Ano 1 • Número 9 R$ 7,80
Adoção
Pais do mesmo sexo Em decisão inédita na região, Vara da Infância e Juventude de São José autoriza a adoção de crianças por casais homossexuais
POLÍTICA
É viável ampliar o aeroporto de São José? P14
SAÚDE
Síndrome do pânico: o medo do medo P52
MODA
A revista valeparaibano publicou reportagem de capa na edição anterior sobre a decisão da Justiça de São José de permitir que casais homossexuais adotem crianças
Pedras e paetês iluminam looks de verão P82
PÂNICO Qualidade
ECONOMIA Compras Parabéns a toda a equipe por mais uma edição da revista valeparaibano. Cada vez mais a revista vem demonstrando sua relevância editorial, trazendo sempre matérias interessantes e muito bem fundamentadas. O setor do varejo também vem sendo contemplado, como demonstra a matéria “Disciplina na hora das compras”, publicada na última edição. Sabemos que o crescimento da economia depende não só do aumento indiscriminado do consumo. Ao contrário, somente o consumo responsável pode torna-se sustentável a longo prazo.
Sobre a Síndrome do Pânico: @gabirmaciel relatos corajosos na matéria sobre Transtorno do pânico na @ revistavale
Sobre a regulamentação da profissão de DJ publicada no blog Solta o Pause: @milerio Pra mim, DJ não é músico!
Valéria Israel Gerente de Marketing do Shopping Colinas Sobre o ensaio fotográfico:
Em nome da Unimed-SJC, venho parabenizar a revista pelo sucesso alcançado e aproveitar para desejar boas festas para toda a equipe. Aproveito ainda para destacar a qualidade da matéria “A soma de todos os medos”, do jornalista Yann Walter, publicada na edição de dezembro. Demonstra que a revista vem se pautando por abordagens sérias, principalmente nos temas concernentes à saúde. Margarete Sato Gerente de Comunicação e Marketing da Unimed-SJC
HOMOSSEXUALISMO Bíblia Quero deixar claro que não sou homofóbico. Simplesmente, à luz da Bíblia Sagrada não bate esta “filosofia de vida”. Como podem duas mulheres ou dois homens formarem um casal e até adotarem filhos? Como fica essas criança vivendo no meio de toda essa promiscuidade?
Sobre a Bósnia: Claudionor Erasmo do Prado São José dos Campos
CINEMA VITTI Aborto Ainda em tempo, quero te cumprimentar pelo excelente artigo na revista de novembro. Em meio a um mundo “despreocupado” encontrei seu artigo que demonstra muita profundidade e humanidade nesse assunto do aborto. Te apoio completamente na luta pela vida, o aborto tem que ser olhado de um ponto de vista mais humano. Maria Augusta Professora
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@paula__carvalho Sentimentos expressos em fotografias. “Menina dos Meus Olhos”. A sensibilidade deve estar embutida no fotógrafo mineiro.
Aparecida O filme “Aparecida – O Milagre” conta, com muita emoção, uma linda história de fé. Ver na tela do cinema imagens tão lindas de São José foi emocionante. Sem dúvida, o longa é um presente ao povo católico e motivo de muito orgulho a todos os joseenses. Além disso, achei maravilhosa a oportunidade que tiveram os atores locais de mostrar seus talentos. Maria Emília Cardoso Assessora de Eventos Oficiais e Turismo da Prefeitura de SJC
@flavio_b Gostei muito da reportagem da revista valeparaibano na seção de turismo. Não sabia que o país tinha tantas paisagens!
Sobre a revista: @caiocnascimento A revista valeparaibano é sempre interessante de se ler. Com matérias originais e informativas que agradam ao leitor!
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Política
Dois Pontos
Marcos Meirelles Jornalista
O medíocre ministério de Dilma Rousseff Equipe de governo da presidente repete os erros de Lula e não atende as necessidades do país Antonio Cruz/ABr
BRANCO & PRETO O PMDB no governo Dilma O que pensam os novos ministros e os caciques?
“O presidente Sarney sempre tem força. Mas não são dois ministérios destinados ao Maranhão, são para o país”
Edison Lobão ministro das Minas e Energia
DIPLOMACIA Antes da posse, Dilma Rousseff visitou o TCU, pedra no sapato do governo federal
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ocê conhece o deputado Pedro Novais (PMDB)? E a petista Maria do Rosário? A equipe de governo montada pela presidente Dilma Rousseff (PT) é uma decepção. Áreas estratégicas foram entregues a políticos profissionais e os cardeais do PT promoveram uma partilha particular de cargos na Esplanada dos Ministérios. As cinco pastas oferecidas ao PMDB vão enraizar o clientelismo em áreas com urgência de soluções técnicas. É impossível imaginar uma gestão eficiente na agricultura sob o comando de Wagner Rossi. E há coisas bem mais improváveis, como o enfrentamento do déficit de R$ 100 bilhões na Previdência pelo neófito Garibaldi Alves (PMDB) ou a possibilidade de melhorias na infraestrutura turística para a Copa de 2014 com um ministério entregue a
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um obscuro deputado, aliado de José Sarney. Dilma não conseguiu montar uma agenda positiva nem mesmo em áreas que exigem investimentos básicos para garantir o crescimento do país, como Transportes e Minas e Energia –retornam aos respectivos cargos os indefectíveis Alfredo Nascimento e Edison Lobão. No campo petista, as notícias não foram mais avissareiras. A Casa Civil foi entregue ao “cacique” Antonio Palocci: teremos o comando político do Planalto nas mãos de um operador com práticas similares às do ex-ministro José Dirceu. Que ministério é esse que contraria todo discurso de gestão pública mais eficiente pregado por Dilma? A presidente acredita que montou uma equipe econômica disposta a desarmar a armadilha dos juros como único instrumento de combate à inflação. Pode ser. Mas o ‘toma-lá-dá-cá’ é o traço principal da nova equipe.
“Cumprirei essa missão com dedicação. A presidente disse que contarei com o auxílio de uma equipe competente”
Garibaldi Alves ministro da Previdência
“O PMDB acabou ficando com o que não queria para ajudar a presidente a concluir o processo de escolha dos ministros”
Renan Calheiros senador pelo PMDB
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Domingo 2 Janeiro de 2011
Rodrigo Maia, presidente do DEM, em litígio com o grupo de Serra no PSDB
Aécio será o futuro do PSDB?
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senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG) se reuniu no início de dezembro com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) para discutir o futuro do PSDB e as prioridades da oposição no Congresso Nacional a partir deste ano. Oficialmente, Aécio tem dito que considera Alckmin um parceiro essencial para reformular a atuação do PSDB e resgatar os valores mais caros ao partido. Seria a chamada “refundação” da legenda. Na prática, o político mineiro quer construir uma ponte com o tucanato em São Paulo para se firmar como principal liderança da oposição e pavimentar sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto em 2014. Vai dar certo? Depende da disposição de Alckmin de abrir mão da sua própria pré-candidatura à Presidência e controlar os lideranças do partido
Cury e o destino manifesto Como serão os dois últimos anos do governo Cury? Nas avaliações sobre o desempenho do prefeito de São José, Eduardo Cury (PSDB), as críticas às áreas de Saúde e Transportes são recorrentes. Os dois setores enfrentam, efetivamente, problemas de gestão e não conseguem melhorar o atendimento aos moradores –as filas nas unidades de saúde se multiplicam e a regularização do transporte coletivo não acabou com a superlotação dos ônibus. São fatos inegáveis, mas dificilmente teríamos um quadro diferente com um outro partido no poder. Hoje, o maior problema do governo Cury é um certo enfado no ar. O grupo no comando da prefeitura há 14 anos construiu uma maioria na Câmara e uma rede de apoio na sociedade civil
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“Apoiamos a candidatura do ex-governador José Serra, que foi, principalmente no primeiro turno, desastrosa e não agregou nada à oposição. Foi muito ruim” em São Paulo que não se conformam com a derrota de Serra em Minas Gerais. Não por acaso, Aécio também procurou abrir um canal de diálogo com os partidos da base governista, agendando encontros com os governadores eleitos Eduardo Campos (PE) e Renato Casagrande (ES). O futuro senador mineiro defende que a social-democracia defendida originalmente pelo PSDB comporta um leque de alianças mais amplo que o DEM e o PPS. Na realidade, seu objetivo é construir, desde já, uma alternativa de poder ao PT e ampliar a margem de manobra em 2014. Com o encolhimento do PSDB no Senado, o maior desafio de Aécio será conferir visibilidade à sua atuação parlamentar. O ex-governador tem declarado que vai procurar convencer o governo a votar as reformas política e tributária e defender a um novo pacto federativo, com mais recursos para prefeituras e governos estaduais. Mas, como dizia Garrincha, falta combinar com os adversários: qual governo do mundo, com ampla maoria no Parlamento, cederia tantos palanques para a oposição?
organizada que o livram de pressões e mantêm a oposição isolada. Esta zona de conforto confere a cada secretário a possibilidade de postergar medidas polêmicas ou manter sob sigilo negociações sobre obras e projetos. E, nos círculos mais íntimos do poder, reproduz-se a ideologia do destino manifesto, como se nada, nem mesmo uma catástrofe, pudesse separar o futuro da cidade de seus atuais timoneiros. Quando um grupo político atinge esse estágio, não há mecanismos de avaliação que consigam reverter os estragos da autossuficiência. O administrador público acredita sempre que sabe o que é melhor e mais adequado para o povo e interpreta as reivindicações da comunidade conforme a sua conveniência. Não importa se todas as metas fixadas no plano de governo serão cumpridas. A maior dúvida sobre os últimos dois anos de Eduardo Cury à frente da Prefeitura de São José gira em torno da mensagem política transmitida aos eleitores.
PINGUE & PONGUE Fernando Ferro (PT-PE) Líder da bancada do PT na Câmara dos Deputados
Como sr. viu as críticas à montagem do ministério da presidente Dilma, chamado de “paulistério” por conta do excesso de paulistas? Acho que a montagem do governo está em andamento, não foi concluída. Mas vamos ter que encontrar uma maneira de equilibrar isso, na composição de forças. Realmente, em um primeiro momento, houve essa característica. O partido está empenhado nesta discussão e acredito que a presidente também tem a preocupação de viabilizar uma equipe de governo que incorpore as diferenças regionais. Quais são os maiores desafios do próximos congressistas? A reforma política deve ser o primeiro item da agenda. É uma medida reclamada por todas as forças políticas e pode ser aprovada já em 2011, aproveitando a posse do novo Congresso. Defendo o financiamento público de campanha, a fidelidade partidária e a cláusula de barreira. Não se trata de impedir a atuação dos partidos, mas estabelecer critérios mais justos para as campanhas. Não podemos ter siglas que são mera ficção, deve haver um respeito à representatividade das forças políticas do país.
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Política MEIO AMBIENTE
Lixões estão com os dias contados Prefeituras têm até 2015 para acabar com vazadouros e implantar aterros sanitários para receber e tratar resíduos domésticos Yann Walter São José dos Campos
ada brasileiro produz, em média, 1,15 quilo de lixo por dia, segundo um estudo da Abrelpe (Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) publicado em maio de 2010. Com base neste número, chega-se à conclusão de que os 191 milhões de brasileiros produzem, diariamente, nada menos que 219.650 toneladas de dejetos. Assim sendo, a grande pergunta é: para onde vai esta montanha de lixo? De acordo com a última Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) em agosto passado, mais da metade (50,8%) dos resíduos sólidos produzidos pelo país eram despejados em vazadouros a céu aberto –os populares “lixões”– em 2008. À diferença dos aterros sanitários,
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criados especificamente para este fim, os vazadouros não reúnem as condições necessárias para receber o lixo, e constituem uma grave ameaça à saúde das populações. De acordo com o IBGE, as regiões Sul e Sudeste foram as que obtiveram o melhor desempenho em 2008, com percentuais respectivos de 15,8% e 18,7%. São Paulo ocupava o topo do ranking por estados, com apenas 7,6% do lixo despejado em vazadouros. Para efeitos de comparação, 97,8% dos resíduos produzidos pelo Piauí em 2008 foram parar em lixões. No dia 2 de agosto de 2010, ou seja, pouco mais de duas semanas antes da divulgação da pesquisa do IBGE, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A lei, que tramitava no Congresso desde 1991, estipula um prazo de cinco anos, até 2015, para o fim dos lixões em todo o país. “Para São Paulo, trata-se de um objetivo viável. Estamos trabalhando, inclusive, para cumprir a determinação antes do prazo pre-
Moscas, ratos e urubus convivem com milhares de pessoas que catam comida e materiais recicláveis para vender, criando um ambiente que favorece a transmissão de doenças
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Fotos: Flávio Pereira
ATERRO Área de manejo do lixo recolhido em São José, cujo aterro é considerado um dos melhores no Brasil
visto. De acordo com nossas informações, somente três municípios do Estado despejavam seu lixo em vazadouros em 2009: Presidente Prudente, Peruíbe e Vargem Grande do Sul”, disse Aruntho Savastano Neto, gerente do setor de apoio a programas especiais da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Para Sueleidy Prado, da ONG Vale Verde, acabar com os lixões é fundamental. “Moscas, ratos e urubus convivem com milhares de pessoas que catam comida e materiais recicláveis para vender, criando um ambiente que favorece a transmissão de doenças. Os gases
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poluentes que emanam dos vazadouros causam problemas respiratórios como pneumonias e bronquites, que afetam principalmente as crianças. Isso sem falar da contaminação dos solos e, eventualmente, dos lençóis freáticos pelo chorume, um líquido preto altamente tóxico que escorre do lixo”, comentou, destacando que o clima seco que prevalece no Vale do Paraíba favorece a disseminação dos gases poluentes na atmosfera. “É importante definir uma meta. Trata-se de um prazo razoável. Os municípios atrasados têm agora cinco anos para fazer o que deveriam ter feito há 20”, enfatizou André
Miragaia, secretário de Meio Ambiente de São José dos Campos, que não deverá ter problemas para se adequar à nova lei. De acordo com Miragaia, o município, de 627 mil habitantes, produz cerca de 600 toneladas de resíduos por dia. Mais de 99% deste total vai para o aterro sanitário da cidade, que fica no Torrão de Ouro (zona sul), às margens da Rodovia dos Tamoios. O aterro, que começou a operar em 1987, recebe atualmente 596 toneladas de lixo por dia, segundo a Urbam (Urbanizadora Municipal), responsável pela administração do local. As quatro toneladas restantes
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Política
são despejadas em pequenos pontos de depósito de lixo clandestinos espalhados pela cidade. O aterro de São José é, de longe, o que recebe o maior volume de lixo no Vale. Diferenças É importante ressaltar as diferenças entre os aterros. Os classificados como adequados pela Cetesb passaram por um processo de impermeabilização do solo antes de receber o lixo. O procedimento consiste na instalação de mantas de PVC para impedir o vazamento de chorume. Além disso, o lixo é aterrado diariamente e os nocivos são eliminados por um sistema de captação e queima do gás metano gerado pelos resíduos. A combustão transforma o metano em CO2, também poluente, porém em proporções muito menores. O metano é 23 vezes mais nocivo que o CO2. Os aterros particulares de Cachoeira Paulista e de Tremembé estão no topo do ranking da Cetesb para o Estado de São Paulo: ambos obtiveram nota 10 em 2009 – os resultados de 2010 devem sair em março deste ano. Com 8,8, o aterro municipal de São José foi um dos mais bem avaliados do Brasil entre os que recebem mais de 400 toneladas diárias de resíduos. De acordo com o levantamento da Cetesb, os aterros de Cruzeiro e Santa Branca são os piores da região –os dois obtiveram nota 6,5 em 2009 (de 6,1 para baixo, o local é considerado inadequado). Ambos são aterros controlados, uma classificação intermediária entre o lixão e o aterro adequado. O aterro controlado é normalmente definido pela criação de uma célula adequada para recepção do lixo novo ao lado do vazadouro, remediado com cobertura de argila e grama e captação de chorume e gás. Aparecida pode ganhar um aterro controlado. O principal lixão da cidade, que existia há 30 anos, foi interditado pela Cetesb em dezembro de 2009. Em 2008, recebera a nota de 3,7 –de longe a pior do Vale naquele ano. Hoje, quase todo o lixo está aterrado, mas o cheiro ainda é forte, e moscas e urubus marcam presença no local. É estudado um projeto para a recuperação da área, segundo a secretária de Meio Ambiente de Aparecida, Gisele Pereira. “Ainda não foi tomada uma decisão. Em outubro do ano passado, foram efetuadas obras periféricas de readequação da área do lixão, com abertura de acessos, drenagem e aterramento dos resíduos. Hoje, o lixo gerado pela cidade está sendo enviado para o aterro de Cachoeira Paulista. Uma
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ENTULHO Despejo clandestino na estrada municipal Santo Antonio Alto, no bairro Capão Grosso, em S. José
das possibilidades é construir um aterro sanitário no local, mas seria necessário injetar R$ 5 milhões somente para que o empreendimento possa começar a funcionar. O lixo gerado pela cidade é pouco, não justifica um investimento desta magnitude”, explicou Carlos Minoro, engenheiro contratado pelo Santuário de Aparecida, admitindo que mesmo aterrada, a montanha de lixo continua tendo um impacto negativo sobre o meio ambiente. “O problema é que a prefeitura não colocou mantas para impedir o vazamento de chorume. Mas existe uma vontade política de resolver a situação, de assumir o passivo ambiental da cidade”, garantiu. O aterro de Taubaté é outro que foi interditado pela Cetesb em 2009. “O aterro até tinha licença, mas passou a ser mal operado e não podia continuar funcionando”, destacou Aruntho Savastano, da Cetesb. Hoje, a cidade paga para transportar seus resíduos até Tremembé. Também é o caso de Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba, no Litoral Norte. Caraguatatuba envia seu lixo ao aterro de Santa Isabel. Totalmente saturados, os aterros das quatro cidades praianas foram fechados entre 2004 e 2008. Em 2007, a quantidade de lixo produzida diariamente pelos quatro municípios chegava a 225 toneladas. Cabe
ressaltar que a população do Litoral Norte e, consequentemente, o volume de lixo gerada por ela, triplicam na alta temporada. Saturação Mesmo que sejam adequados, todos os aterros sanitários têm o mesmo problema: estão fadados à saturação. Assim sendo, a grande questão é a seguinte: o que acontecerá quando não haverá mais espaço para construir novos aterros? Os que pensam que se trata de uma realidade muito distante estão enganados. “Já se pode constatar esta saturação do espaço na região metropolitana de São Paulo”, afirmou Aruntho Savastano. O aterro de São José recebeu recentemente uma licença para operar por mais 12 anos e não existe na cidade outra área viável para a recepção de um novo aterro. Ou seja, se nada for feito, o município terá de levar seu lixo para outro lugar em um futuro próximo. “Já fizemos as contas. O transporte do nosso lixo até o aterro de Tremembé custará à cidade entre R$ 70 mil e R$ 80 mil por dia”, alertou Miragaia. “Doze anos de vida útil é pouco. Queremos que o aterro de São José possa funcionar por mais 50 anos. Mas para que isso seja possível, precisamos reduzir o volume do lixo”, acrescentou, insistindo
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usina de tratamento. Esta será uma das exigências que a prefeitura imporá à empresa que quiser trabalhar aqui”, explicou.
AVALIAÇÃO André Miragaia, secretário de Meio Ambiente: “agora é hora de agir”
na importância da separação dos resíduos. Vale lembrar que menos de 17% dos 5.565 municípios do Brasil contam com serviço de coleta seletiva. “Em São José, a coleta seletiva atinge 90% da população. É uma das mais eficientes do país”, afirmou o secretário de Meio Ambiente. A solução mais usada no mundo para reduzir o volume de lixo é o tratamento térmico dos resíduos, uma técnica que ainda permite gerar energia. O tratamento é feito em uma usina de recuperação de energia, que funciona como uma termelétrica. “No entanto, ambas têm objetivos distintos: o da termelétrica é gerar energia, enquanto a meta principal da usina de recuperação é diminuir o volume de lixo”, ressaltou André Miragaia, revelando que várias empresas já apresentaram projetos à Prefeitura de São José. O único problema do tratamento térmico –além do custo– é que a queima do lixo libera efluentes nocivos na atmosfera. “A incineração de determinados plásticos, como o PVC, libera dioxina e furano, dois gases altamente cancerígenos”, lembrou o secretário. “É por isso que a separação do lixo é fundamental. É a chave do sucesso. A separação mecânica, por cálculo da densidade dos materiais, deverá ser feita pela
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Compostagem Outra técnica utilizada é a compostagem, caracterizada pela obtenção de matéria orgânica, benéfica para o solo, através da decomposição controlada dos resíduos. O metano liberado pelo lixo em decomposição também pode ser recuperado para gerar energia. “No aterro de São José, o metano é captado e queimado. A próxima etapa é canalizar e armazenar este metano, para gerar energia com a combustão”, disse Miragaia. Outros procedimentos para redução de lixo são testados. É o caso da gaseificação, que consiste em colocar os resíduos orgânicos em um reator pressurizado e eliminá-los por meio de injeção de oxigênio e vapor numa temperatura entre 1400ºC e 2000ºC. De acordo com Sueleidy Prado, da ONG Vale Verde, uma empresa europeia apresentou às autoridades do município uma proposta neste sentido. Na teoria, a gaseificação é menos poluente que o tratamento térmico. Entretanto, como lembrou Savastano, da Cetesb, esta tecnologia ainda está engatinhando. “A gaseificação é um processo que vem sendo usado de forma laboratorial. Ainda não foi utilizado no tratamento de lixo em grande escala. Ao contrário, a eficiência do tratamento térmico é comprovada mundialmente. Existem hoje 800 usinas de tratamento térmico de resíduos em todo o planeta, a grande maioria no hemisfério norte. Juntas, todas estas instalações tratam 300 mil toneladas de lixo por dia”, afirmou. “Na teoria a gaseificação é uma tecnologia maravilhosa, mas nunca vimos sua aplicação na prática. Estamos atrás de exemplos concretos”, enfatizou André Miragaia. A necessidade de reduzir o volume de lixo para dar mais sobrevida aos aterros já existentes é clara, e deve ser objeto de um consenso nacional. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, que, entre outras determinações, responsabiliza as empresas pelo lixo produzido por elas, assenta as bases teóricas, mas resta saber se seus preceitos serão, de fato, aplicados. “Não podemos continuar jogando o lixo debaixo do tapete e repassando o problema para a geração seguinte. Não podemos ficar de braços cruzados esperando que todos os aterros fiquem saturados. Agora é hora de agir”, concluiu o secretário do Meio Ambiente de São José. •
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Política
Ozires Silva
Educação é fundamental para o Brasil ser bem-sucedido mundialmente or que todos os países do mundo se preocupam com o PIB? Admiramos aqueles países ou regiões que, munidos de atributos pouco observáveis com clareza, transferem para suas populações boa qualidade de vida, distribuída com razoável abrangência. Poucos perguntam, por que algumas regiões constroem e sobrevivem com oportunidades e horizontes de crescimento enquanto outras ficam para trás com extensas camadas da população sem acesso aos bens materiais que na atualidade caracterizam bemestar e prosperidade?
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Com dimensões de um continente, contando com significativo contingente populacional, com climas favoráveis e pouco alvo de catástrofes naturais, nosso país completa pouco mais de 500 anos de civilização distante dos padrões de outras regiões que, contando com condições básicas mais difíceis, cresceram e se desenvolveram. Ocorre que, para os objetivos gerais de progresso e desenvolvimento, nós parecemos não acreditar que as pessoas são os motores fundamentais e aqueles que, através de suas iniciativas, contribuem fortemente para que os objetivos de riqueza e de prosperidade possam ser atingidos. Temos que acreditar nisso e pensar que somos nós aqueles que farão este país melhor. Portanto, capaz de transferir aos nossos descendentes tudo aquilo que pode ser condensado em felicidade.
EDUCAÇÃO “O sistema educativo nacional precisa ser priorizado, com investimentos e com expressivo aumento da competência regulatória” Se nos for possível aceitar que somos basicamente os artífices desses propósitos, quais seriam os atributos fundamentais para que nos tornemos capazes e competentes para agir nesse sentido? Algo parece responder tal pergunta, quando se reflete sobre o que acontece nas nações bem-sucedidas. Há grande unanimidade, quando muitos proclamam e discutem que o mundo hoje está profundamente mergulhado na sociedade do conhecimento. Isso nos leva à importância de que os cidadãos, de cada país, tenham de ser preparados com cuidado desde a mais tenra idade, para que, na idade adulta, possam competir vantajosamente com outros de todas as partes do mundo. Infelizmente, neste aspecto o nosso Brasil não está bem aparelhado nem caminhando bem, salvo algumas e poucas exceções. O sistema educativo nacional precisa ser priorizado, com investimentos e com expressivo aumento da competência regulatória, melhor preparando os professores, modernizando nossas escolas e aumentando significativamente a carga escolar. Por outro lado, estudiosos do assunto garantem que pessoas educadas são capazes de se relacionar melhor, tor-
nando sempre mais fácil o estabelecimento de ações de valor, promovendo o sucesso e crescimento amplo. O resultado é que, todos ganhando confiança, fé e entusiasmo podem vencer e chegar a realizações de progresso. Os executivos bem-sucedidos concordam que a característica mais desejável para conquistar horizontes de sucesso é a capacidade de trabalhar em conjunto, liderar e motivar pessoas para que objetivos comuns possam ser materializados. Não é fácil responder e identificar o que separa o sucesso do fracasso, mas, sem dúvida, um dos atributos mais influentes para pavimentar rotas de resultados é a habilidade de promover bons relacionamentos. Estamos falando de uma habilidade de grande valor, estimulada pela educação generalizada, e que precisa ser cultivada, de modo que esteja presente sempre. Estejamos certos de que, cultivando uma aura positiva, construtiva, de esperança e mesmo de humor, as bases de um conjunto de pessoas, de um time, de uma equipe, crescem acentuadamente no sentido de que as metas de prosperidade ficam bem mais fáceis de serem atingidas. •
Ozires Silva Engenheiro
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Política
PALÁCIO DOS BANDEIRANTES
Problemas antigos são desafios do novo governo Eleito para o 3º mandato, Geraldo Alckmin acumula histórico de promessas não-cumpridas e críticas até de aliados políticos em áreas consideradas sensíveis, como Segurança Pública, Saúde e Educação Cláudio César de Souza São José dos Campos
médico anestesista Geraldo Alckmin (PSDB), 58 anos, assume o governo de São Paulo pela terceira vez nos últimos 10 anos com o desafio de eliminar os ‘gargalos’ nas áreas de Educação, Saúde e Segurança Pública. Eleito em outubro último no primeiro turno com 11,5 milhões de votos, Alckmin, que é de Pindamonhangaba, sabe bem das dificuldades que terá pela frente em seu
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retorno ao Palácio dos Bandeirantes. Afinal, participou das quatro gestões consecutivas tucanas no principal Estado da Federação, iniciadas em 1995 com Mário Covas, de quem foi vice até 6 de março de 2001. Com a morte do titular, assumiu o governo, sendo reeleito em 2002 e comandando São Paulo até 31 de março de 2006, quando desincompatibilizou-se do cargo para a fracassada tentativa de chegar à Presidência da República. Após amargar um ostracismo político e o que reconheceu como sendo um período ‘sabático’, foi convidado em janeiro de 2009 pelo então governador José Serra (PSDB) para a Secretaria de Desenvolvimento. À frente de uma pasta de grande visibilidade, conseguiu aglutinar o apoio da grande maioria dos 645 prefeitos paulistas e disparou nas pesquisas de intenção de votos, garantindo sua candidatura no ninho tucano e sua vitória no ano passado. Se por um lado conhece a fundo a máquina administrativa estadual e terminou suas duas gestões anteriores com alta popularidade, por outro Alckmin acumula um histórico de promessas não-cumpridas e críticas até de aliados por sua atuação em áreas sensíveis como Saúde, Educação e Segurança Pública. Consciente do ‘calcanhar
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de Aquiles’ que esses setores têm representado para os governos tucanos e da necessidade de melhorar o atendimento prestado à população, o novo governador promete um choque de gestão. Durante a campanha eleitoral, e desde que foi eleito, ele tem sustentado que a Educação será a prioridade da nova administração. Para melhorar a qualidade do ensino, que tem deixado a desejar na comparação com outros estados brasileiros menores e menos ricos, Alckmin decidiu retomar programas bem-sucedidos de suas passagens anteriores pelo Palácio dos Bandeirantes, como o Escola da Família, e investir ‘pesado’ no ensino fundamental através da ampliação das escolas de tempo integral. Para vencer o que não cansa de repetir que é uma batalha diária, promete ampliar em 6.000 o número de policiais nas ruas para diminuir os índices de homicídios, assaltos e roubos e assegurar mais tranquilidade à população. Já na área de Saúde, a aposta é na criação de novos hospitais públicos para garantir mais leitos e diminuir o tempo para atendimento.
PATRULAMENTO Policiais militares durante bloqueio no Jardim das Indústrias, região oeste de S. José
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Expectativa O que esperar do novo governo? Ele será de continuidade, apresentará rupturas com o atual modelo, conseguirá solucionar os ‘gargalos’? Para responder esta pergunta, a revista valeparaibano consultou políticos do Vale do Paraíba, especialistas em Administração Pública e cientistas políticos. “O Alckmin tem comprovada experiência administrativa, mas grandes desafios pela frente, principalmente na Educação e na Segurança Pública, que têm sido os calcanhares de Aquiles nestes 16 anos de governos do PSDB em São Paulo. E assume com uma cobrança maior da sociedade por ser a terceira vez que comandará o Estado”, pondera o professor dos cursos de mestrado e doutorado em Administração Pública e Governo da FGV (Fundação Getúlio Vargas) em São Paulo, Mário Aquino Alves. “Por tudo isso, a lua de mel vai ser curta e as cobranças por resultado para os problemas antigos muito maiores. O grande desafio é transcender o papel de gerentão e comandar o processo de transformação de São Paulo em um Estado ainda mais forte para os próximos 20 anos”, disse. Embora tenha uma expectativa positiva em relação à nova administração de Alckmin, o professor de Ciências Políticas da Unitau (Universidade de Taubaté) José
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Maurício Cardoso Rêgo também cobra mais eficiência para a solução dos problemas recorrentes nos 16 anos de governos do PSDB. “Os grandes gargalos continuam sendo nas áreas de Educação, Saúde e Segurança Pública, e o Alckmin terá que ter desta vez uma postura mais incisiva do que em suas gestões anteriores para resolver de vez esses problemas. Ele tem como trunfos a experiência administrativa e o fato de conhecer bem São Paulo, mas vai se deparar com grandes desafios e cobranças maiores por resultados”, analisa Cardoso Rêgo. O cientista político da Unitau aponta as promessas não-cumpridas por Alckmin em seus governos anteriores, principalmente em relação ao Vale do Paraíba e Litoral Norte, como outro fator de possível desgaste para o novo governador junto à população. “O Alckmin foi governador duas vezes e não cumpriu promessas que fez durante a campanha, principalmente em relação à duplicação da Tamoios. Por ser da região e por ter de novo prometido de novo a obra na campanha do ano passado, desta vez ele terá uma cobrança muito maior dos políticos e moradores para realizar a duplicação. Se de novo falhar, poderá ter sua imagem desgastada e perder votos nas próximas eleições que disputar”, alerta Cardoso Rêgo. Tamoios Já entre os aliados de Alckmin no Vale, a expectativa é positiva, mas também não faltam cobranças por melhorias, como a duplicação da Tamoios, a ampliação do Porto de São Sebastião, o prolongamento da Carvalho Pinto até pelo menos Aparecida e a criação da Região Metropolitana. “A expectativa é a melhor possível. Pela experiência administrativa que o Alckmin tem, pela vontade que tem demonstrado e por conhecer tão bem nosso Estado. Não tenho dúvida de que este governo será ainda melhor do que os anteriores. Confio no Alckmin e tenho certeza de que ele vai cumprir suas promessas de duplicar a Tamoios, ampliar o porto, prolongar a Carvalho Pinto e construir um hospital estadual em São José dos Campos”, salienta o deputado estadual eleito Hélio Nishimoto (PSDB), que é de São José dos Campos e assumirá o mandato na Assembleia Legislativa em março próximo. Já o presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Vale do Paraíba, padre José Afonso Lobato (PV), é mais crítico ao avaliar os desafios que Alckmin terá pela
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PERFIL NOME: Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho LOCAL DE NASCIMENTO: Pindamonhangaba (SP) DATA DE NASCIMENTO: 7 de novembro de 1952 FORMAÇÃO: Medicina, pela Unitau, em 1977 ESTADO CIVIL: Casado com Maria Lúcia Alckmin. Eles têm três filhos e uma neta
Na área de Saúde, aposta é na criação de novos hospitais públicos para garantir mais leitos e diminuir o tempo de espera no atendimento
TRAJETÓRIA POLÍTICA: Foi vereador de Pindamonhangaba, prefeito de Pinda, deputado estadual, deputado federal (dois mandatos), vice-governador de São Paulo, governador de São Paulo (6 de março de 2001 a 31 de março de 2006) e secretário de Estado de Desenvolvimento (de janeiro de 2009 a 31 de março do ano passado). Eleito governador no primeiro turno em 3 de outubro do ano passado com 11,5 milhões de votos (50,67% dos válidos) Flávio Pereira
SAÚDE Ambulatório Médico de Especialidades de São José; acima, fachada do Hospital Regional, em Taubaté
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frente nos próximos quatro anos. Apesar de também integrar a base aliada e confiar na capacidade administrativa de Alckmin, o deputado de Taubaté considera que o modelo de governo do PSDB em São Paulo está esgotado e é necessária uma ação mais incisiva para solução dos problemas. “Tenho uma expectativa boa, já que o Geraldo é competente e acredito que as pessoas amadurecem todos os dias. Como ele foi governador por cinco anos, acredito que aprendeu bastante e pode fazer um governo ainda melhor. Mas o Geraldo terá que reinventar o modo de governar São Paulo, já que estamos cansados da falta de criatividade das administrações do PSDB”, avalia padre Afonso. “Os problemas continuam, até porque o PSDB tem sido conservador para atacar os gargalos da Saúde, da Educação e da Segurança Pública. É preciso mudar essa postura para resolver de vez esses problemas e também para atender as demandas antigas do Vale, como a duplicação da Tamoios e a criação da Região Metropolitana.” Cobrança O deputado estadual oposicionista Carlinhos Almeida (PT), que assume mandato na Câmara Federal, também cobra uma nova postura do governo tucano. “Torço para que o governo do Alckmin seja bom e para que ele cumpra as promessas de campanha, principalmente a duplicação da Tamoios, para que nossa região e o Estado possam avançar. Mas é preciso uma nova postura, já que nesses 16 anos de governos do PSDB os problemas na Educação, Saúde e Segurança Pública não foram resolvidos e a população continua sendo a maior prejudicada”, destaca o parlamentar, principal liderança do PT no Vale. Em suas gestões anteriores, Alckmin demonstrou capacidade administrativa, mas deixou de resolver problemas que atrapalham o desenvolvimento do Estado e afetam a qualidade de vida da população. A partir deste mês, terá nova chance de solucioná-los. Se conseguir, irá consolidar sua fama de gestor competente, escreverá de vez seu nome na história política do principal Estado brasileiro e poderá pavimentar o caminho para voltar a disputar a presidência da República em 2014. Se fracassar, poderá sofrer desgaste político e perder votos nas próximas eleições. Como será o novo governador Alckmin? Só o tempo dirá. •
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ENSINO Escola estadual Edgard Mello de Castro, no Campo dos Alemães; abaixo, horário de entrada de estudantes
Para o ensino, Alckmin quer retomar o Escola da Família e investir no ensino fundamental com a ampliação das escolas de tempo integral
Claudio Capucho/vp
PRINCIPAIS PROPOSTAS SAÚDE: - Construção de um hospital estadual em São José dos Campos - Ampliação das parcerias com as Santas Casas - Criação de mais AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades) EDUCAÇÃO: - Retomada do programa Escola da Família - Ampliação do número de escolas de tempo integral - Implantação do programa Via Rápida para o Emprego, com cursos de ensino técnico - Valorização salarial e cursos de capacitação para professores SEGURANÇA PÚBLICA: - Ampliação em 6.000 do número de policiais nas ruas - Integração das polícias, com valorização dos profissionais do setor - Ampliação das tecnologias, como radiodigitalização e sistemas modernos para combate ao crime e investigação policial PARA O VALE: - Duplicação da Rodovia Tamoios - Ampliação do Porto de S. Sebastião - Prolongamento da Carvalho Pinto até Taubaté, no entroncamento com a Oswaldo Cruz
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Economia MUNDO ANIMAL
Seu cão a peso de ouro Mercado do luxo para pets é o setor que mais cresce no país; Brasil tem 2ª maior população de cachorros e gatos e ocupa 6º lugar no ranking de faturamento do planeta Elaine Santos São José dos Campos
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odas as sextas-feiras salão de beleza às 10h, nas terçasfeiras massagem e acupuntura antiestresse, banho relaxante no ofurô uma vez por mês, sem contar as centenas de roupas e acessórios exclusivos que se renovam a cada quinzena no closet montado especialmente em um dos quartos da casa. Com todos esses cuidados pensa-se logo em uma mulher vaidosa, mas se trata da agenda de Lua e Sol, duas cadelinhas muito paparicadas. “Faço de tudo por elas, são minhas companheiras há sete anos e não vejo exagero nenhum em cuidar bem”, explica a dona das cachorrinhas, Célia Cristina da Silva, uma empresária de São José dos Campos. E a maratona de mimos custa caro: R$ 700 por mês. Assim como Célia, muitos outros brasileiros não se importam em gastar e ter mais de um animal de estimação. Por conta disso, o Brasil já aparece como o segundo país do mundo com maior população de cães e gatos, perdendo apenas para os
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EUA, e a sexta nação no ranking mundial de faturamento do setor. O mercado pet brasileiro movimentou R$ 9,6 bilhões em 2009. E a expectativa do segmento é fechar 2010 com um acréscimo de até 6% em relação ao ano anterior. “Dentro do setor de serviços, o mercado de higiene, estética animal e mercado do luxo são os que mais crescem. Eles compõem um segmento chamado Pet Care, com produtos veterinários, de higiene e limpeza, além de moda e estética. Trabalhamos com um número de 50 mil pet shops no Brasil, isso sem contar com a estimativa de que 80% dos pets nacionais estão na informalidade, o que aumentaria consideravelmente esse número”, disse Alfredo Roldan, gerente de comunicação e marketing da Anfalpet (Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos para Animais de Estimação). O número de animais de estimação cresce anualmente, de acordo com a população do país. Estima-se que hoje existam 33 milhões de cachorros e 17 milhões de gatos no Brasil. De olho nesse mercado visivelmente lucrativo e com grande possibilidades de ampliação, o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) atende o seg-
RELAX Cãozinho da raça Yorkshire relaxa no ofurô; banho à base de camomila ajuda a tranquilizar o animal
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mento com projetos de profissionalização, gestão e modernização, visando proporcionar maior competitividade às micros e pequenas empresas do setor em todo o país. “Esse mercado está crescendo em ritmo acelerado e, como tem fácil aceitação, o empresário tem retorno mais rápido. Por esse motivo é que a cada ano cresce consideravelmente o número de pet shops no país. O pet shop hoje é um segmento do setor de serviço, o setor de maior representatividade para a economia do país. A cada dois empregos gerados, um vai para esse setor”, disse Karen Sitta, coordenadora nacional da carteira de serviços do Sebrae. Segundo pesquisa da Anfalpet, o mercado nacional de produtos voltados para animais de estimação gera um total de 220 mil empregos diretos no Brasil. No setor de indústrias existem atualmente 122 empresas de Pet Food, 280 empresas de Pet Care, 30 de medicamentos veterinários e duas especializadas em importação. Só em 2009, o país exportou US$ 250 milhões em alimentos para pets. Novidades “Só quem tem entende.” Essa frase é usada por todos os amantes de pets para justificar tamanho mimo aos seus animais de estimação. Cachorros e gatos são tratados como filhos pela maioria dos donos. E para alimentar tanto amor e dedicação, o comércio brasileiro está cheio de opções cada vez mais inusitadas para esses clientes mais que especiais. Em São José dos Campos, uma novidade é Dog Bakery, primeira padaria de cães e gatos. A loja, um franquia dos EUA, chegou à cidade faz apenas três meses, mas já tem seus clientes fixos. “A procura de produtos diferenciados para cães e gatos é muito grande. Eu tinha vários clientes que me perguntavam de lugares onde poderiam encomendar bolos de aniversário para seus cães, daí surgiu a ideia de trazer a franquia. Hoje contamos com mais de 350 clientes fixos”, disse Regis Roberto da Rocha, dono da Boutique Canina e da Dog Bakery. Fora o luxo, a padaria especializada em produtos para cães oferece bolos, tortas, esfihas, quibes, donut’s, chocolates e biscoitos de vários sabores. Todos os produtos são desenvolvidos por zootecnistas que elaboram fórmulas sem adição de açúcar e conservantes, tudo para não prejudicar a saúde do animal. A diferença para um produto normal, feito para humanos, é que, além de ser desenvolvido
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por especialistas, segue uma linha com rigoroso balanço nutricional, que substitui de forma ideal o alimento humano oferecido para os animais de estimação em casa. “Ao contrário do que muita gente imagina a comida humana não faz bem para o animal. Um grande exemplo disso é o chocolate. O cacau não deve ser consumido por eles, que podem até se intoxicar, se consumir em grande quantidade”, explicou Rocha. O cacau, matéria-prima do chocolate, tem Theobrimina. Essa substância é facilmente metabolizada e eliminada pelo organismo humano, no entanto, o organismo animal não consegue processá-la facilmente. A toxicidade do chocolate para o cão é tanta que pode acarretar sérios problemas, como o comprometimento nervoso severo. O chocolate desenvolvido para pets é feito à base de Carovit, uma raiz africana que dá a sensação, cheiro e até mesmo o sabor do chocolate normal. Mas nem tudo é tão saboroso. O custo médio de uma festa de aniversário para dez cachorros, por exemplo, pode variar de R$ 500 a R$ 1.000, tendo no cardápio o bolo de um quilo, em formato de osso, e 40 salgados, entre tortas e quibes. Em breve, a padaria terá mais duas novidades para acrescentar no cardápio dos cães mais refinados da região: cerveja e refrigerante para cachorro, tudo de uma fábrica do Rio Grande do Sul que já está com entregas marcadas para o Estado de São Paulo. Beleza Além das guloseimas, os pets ainda contam com uma farta opção na área da estética. Tatuagens, massagens relaxantes, unhas postiças, penteados e até banhos antiestresse em ofurôs são algumas das mordomias oferecidas aos fieis companheiros. A grommer (esteticista canina) Renata Araujo, trouxe a novidade das tatuagens para cachorros e gatos do Vale. O produto, uma tintura própria para cães, dá um visual diferente e dura até uma semana. “Já tem mais de 17 anos que trabalho nessa área de estética canina. Estou sempre me atualizando e criando novidades. Percebo que hoje o animal de estimação já faz parte da família. Da minha lista de clientes, 99% cuidam dos bichinhos como se fossem filhos, sem receio de pagar por um bom trabalho. O que vejo é que quanto mais o mercado oferece novidades, mais o cliente quer”, disse Renata, da Clínica Estética Beleza Canina, em São José.
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COMEMORAÇÃO A pequena Bali ao lado do bolo de aniversário; festa para 10 cães pode custar até R$ 1.000
NÚMEROS US$ 73 bilhões é o que movimenta o mercado pet no mundo
R$ 9,6 bilhões foi o que faturou os pet shops no Brasil em 2009
50 milhões é a população estimada de cães e gatos no Brasil
O mercado pet a cada semana traz uma novidade. Dezenas de novos produtos são lançados. E a procura é grande. A clínica Beleza Canina atende, em média, 40 clientes por dia. Fora os tradicionais banhos higiênicos, o produto mais procurado é a tosa especial com penteados e hidratações. “A cada mês criamos aqui um novo tipo de tosa. Para o Natal, o mais pedido é a tosa artística, que pode vir em formatos diferenciados, como árvores de Natal, bonecos de neve e muitos outros”, disse Renata. Outro produto que tem grande procura é o banho antiestresse de ofurô. “Depois de um banho de ofurô o cachorro chega a dormir 12 horas seguidas, devido à imersão em água quente acompanhada de sais e rela-
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LUXO As cadelinhas Sol e Lua em seu quarto, com direito a closet, bichos de pelúcia e decoração especial
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xantes à base de camomila. E como vaidade é o grande mercado do luxo no mundo dos animais de estimação, um produtor de TV resolveu investir em uma grande vitrine. O primeiro programa do Vale especializado em animais de estimação. Desde julho deste ano, Ricardo Palomares exibe diariamente o ‘Terra dos Bichos’, pela TV a cabo, e garante: o mercado voltado para pets só tende a crescer na região. “Desde que começamos temos recebidos vários e-mails de donos de cães e gatos querendo participar. Um dos nossos principais quadros é o ‘Educador Canino’, uma espécie de conselheiro para donos de cães que precisam disciplinar o animal. Chegamos a receber cerca de 30 e-mails por dia, com vários tipos de pedidos”, disse. Como idealizador do programa, Palomares explica que o mercado do luxo para animais de estimação é infinito e que a cada dia surgem novidades no setor. “Produzimos sempre um programa inédito a cada quinzena e reprisamos durante a semana. Sempre encontramos algo inusitado, diferente para mostrar.” •
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Ciência & Tecnologia Artigo
Fabíola de Oliveira
Inovação como política pública abre caminho para o desenvolvimento
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palavra inovação está na moda. Não somente no Brasil, mas em todo o mundo. Tente pesquisar na internet, e vai achar um manancial interminável de informações. As empresas e instituições, centros de pesquisa tecnológica, e escolas de negócios avançam no tema com voracidade, desenvolvendo projetos, novos procedimentos de produção, pesquisas e projetos, e cursos moldados para todos os gostos e bolsos. Mas afinal o que é inovação? Buscando pesquisar o conceito, chegamos a algumas definições e categorias da inovação. Primeiro o que vemos muito em cursos de marketing pessoal, formação de líderes (os grandes líderes da história até o momento não fizeram cursos do gênero), e que tais. É o que podemos chamar de inovação pessoal, um sujeito profissional que por capacidade criadora e de liderança pessoal, é capaz de desenvolver novos produtos ou processos que tornam-se sucesso comercial, e revolucionam costumes. É o caso, por exemplo, de Bill Gates, para falar no máximo da atualidade. Outro personagem interessante foi o criador das tais pulseirinhas magnéticas, aquelas que supostamente dão equilíbrio a quem as usa, e que em pouquíssimo tempo tornou-se sucesso de vendas em todo o mundo. Depois temos a inovação em setores de uma organização ou empresa,
AVANÇO “ A palavra inovação está na moda. Tente pesquisar na internet, e vai achar um manancial interminável de informações” que pode ser uma nova e grande ideia gerada por um grupo de pessoas, sem envolver toda a organização. A inovação organizacional, que pressupõe uma política estratégica de uma determinada empresa, que passa a atuar sinergicamente em torno de propostas e projetos inovadores. E, por último, a inovação como política pública, que pode ser de um município, de estado federativo, ou de todo o país. É este último tipo de inovação que pode abrir caminho para o desenvolvimento sustentável no ambiente de incertezas em que vivemos atualmente. A inovação como política pública, envol-
vendo governantes, instituições de ensino e pesquisa, e o setor produtivo, facilita o acesso à inovação tecnológica, que é a aplicação da tecnologia no desenvolvimento de produtos, processos e serviços que gerem riqueza e desenvolvimento humano. Desde a década de 1990, os governos federal, estaduais e de alguns municípios, como São José dos Campos, têm criado mecanismos como leis e linhas de financiamento para possibilitar a inovação tecnológica nas empresas. O Brasil começa a destacar-se como país inovador, mas ainda tem um longo caminho a percorrer. •
Fabíola de Oliveira Jornalista fabiola@valeparaibano.com.br
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Economia
Entrevista >Gilberto Câmara é diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) desde 2005. Reeleito em 2009 para o segundo mandato de quatro anos, deve permanecer no comando da instituição até 2013
“Somente a área de ciência e tecnologia permite a um país dar saltos de produtividade” Yann Walter São José dos Campos
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ilberto Câmara, diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) desde 2005, foi reeleito em 2009 para o segundo mandato de quatro anos. Formado em Computação e Engenharia Eletrônica, envolveu-se em diversos projetos importantes conduzidos pelo Inpe, como o desenvolvimento dos sistemas PRODES e DETER, utilizados para o monitoramento e o controle do desmatamento da floresta amazônica, e a instauração de uma política de livre acesso aos dados do instituto sobre desflorestamento e às imagens captadas pelo satélite CBERS, desenvolvido em parceria com a China. Em entrevista exclusiva à revista valeparaibano, concedida no ano do cinquentenário do instituto, Gilberto Câmara fala de suas expectativas sobre o futuro da ciência e da tecnologia no Brasil com a chegada do governo de Dilma Rousseff, faz um balanço das atividades desenvolvidas pelo Inpe, como o
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monitoramento por satélite das florestas tropicais, os estudos sobre mudanças climáticas, a previsão do tempo, ou ainda o lançamento do próximo CBERS, previsto para o terceiro trimestre deste ano, faz um alerta sobre a necessidade de combater o aquecimento global, e ressalta a crescente importância da tecnologia espacial no mundo de hoje. Como você vê a eleição de Dilma Rousseff à Presidência da República? O que você espera do novo governo? Você acredita que haverá um maior investimento nas áreas de ciência e tecnologia? < Dilma manifestou a intenção de elevar de 1% para 1,8% do PIB, ou seja, praticamente multiplicar por dois, o orçamento público para as áreas de ciência e tecnologia. Hoje, o PIB do Brasil é equivalente a R$ 700 bilhões, o que significa que o Ministério de Ciência e Tecnologia tem um orçamento anual de R$ 7 bilhões. A intenção de Dilma é elevar este orçamento para R$ 13 bilhões. Dilma está ciente de que a produção de um Brasil moderno depende de um investimento de longo prazo em ciência e tecnologia. Países desenvolvidos como Estados Unidos, França, Alemanha, Suécia e Japão, e nações emergentes, como a China, dedicam uma
PERFIL NOME: Gilberto Câmara IDADE: 54 anos CARGO: Diretor do Inpe FORMAÇÃO: Engenharia Eletrônica pelo ITA (Instituto de Tecnologia da Aeronáutica), com doutorado em Computação, pelo Inpe ESTADO CIVIL: Casado, tem 1 filha
GOVERNO “A QUE A PRODUÇ INVESTIMENTO
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parcela importante de seu PIB ao setor. Na Suécia e na França, o orçamento público para a ciência e a tecnologia representa 3% do PIB. Nos Estados Unidos, este percentual é de 2,5%. Somente a área de ciência e tecnologia permite a um país dar saltos de produtividade no longo prazo. Os investimentos em saúde, educação ou segurança são importantes, mas não permitem estes saltos econômicos. Em sua opinião, como vai evoluir a política brasileira sobre o meio ambiente? Você acredita que a nova presidente se empenhará em conter o desmatamento na Amazônia, mesmo que seja em detrimento do desenvolvimento econômico do país? < Qualquer governante tem que arbitrar esta tensão entre desenvolvimento e meio ambiente. Dilma terá que administrar as pressões dos dois lados. Porém, nos últimos anos, o Brasil conseguiu estabelecer alguns consensos. Um deles é a proteção da Amazônia. Hoje, ninguém é a favor do desmatamento da Amazônia. Dilma vai seguir as metas do governo de Lula no que toca à luta contra o desmatamento. Outro consenso é sobre o fato de que o Brasil tem que ser um país movido à energia verde. A matriz energética brasileira tem que vir de fontes renováveis. Apesar destes consensos gerais, conflitos existem, principalmente no caso da produção hidrelétrica. As usinas hidrelétricas, como a de Belo Monte, são uma fonte de energia renovável, porém com sérios impactos no meio ambiente. A nova presidente terá que arbitrar estes conflitos.
“A PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF ESTÁ CIENTE ODUÇÃO DE UM BRASIL MODERNO DEPENDE DE UM ENTO DE LONGO PRAZO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA”
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Você diria que o monitoramento de florestas tropicais por satélite é hoje a atividade mais importante desempenhada pelo Inpe? < Não, é apenas uma delas. Talvez seja a que tem maior visibilidade na mídia, mas o Inpe desempenha cinco ou seis missões de alcance nacional, todas de igual importância. Além do monitoramento do território brasileiro, temos a previsão do tempo, as pesquisas científicas espaciais, o estudo das mudanças climáticas... Espaço e meio
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Economia Fotos: Divulgação/Inpe
258 tri DE CÁLCULOS POR SEGUNDO O supercomputador do Inpe, em Cachoeira Paulista, é um XT6 da Cray e faz 258 trilhões de cálculos por segundo. É o 29º sistema computacional mais rápido do mundo, e o mais poderoso do hemisfério sul
03.08.61 FUNDAÇÃO Jânio Quadros assina decreto criando o GOCNAE (Grupo de Organização da Comissão Nacional de Atividades Espaciais). O órgão foi extinto em 1971, data da criação oficial do Inpe
ambiente são interligados: os satélites de observação são uma ferramenta imprescindível para a proteção do meio ambiente. Qual é atualmente o programa mais eficiente no controle do desmatamento da Amazônia? O PRODES ou o DETER? Quais são as principais vantagens e deficiências de cada um? < O PRODES é mais detalhado, mas seus resultados saem apenas uma vez por ano. O DETER é mais dinâmico, permite a obtenção de dados atualizados a cada 15 dias. Estes dados são transmitidos para o Ibama, que os utiliza para conduzir operações de fiscalização. Assim, o DETER é o mais eficiente dos dois sistemas no que se refere ao controle do desmatamento. O problema do DETER é que ele permite visualizar apenas grandes áreas (o sistema permite detectar apenas desmatamentos com área superior a 25 hectares), mas estamos trabalhando para torná-lo mais preciso. O Brasil é o único país do mundo a monitorar sistematicamente suas florestas por satélite. Hoje, o Inpe quer exportar esta tecnologia para outros países. Alguns já manifestaram interesse? Quais? < O INPE fez um acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) para transferir a tecnologia brasileira a países da África e da América La-
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PRODES Lançado em 1988, o PRODES (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal) é considerado o maior programa de acompanhamento de florestas do mundo, por cobrir 4 milhões de km² todos os anos
TECNOLOGIA “O LANÇAMENTO DO CBERS-3 ESTÁ PREVISTO PARA OUTUBRO DE 2011. METADE DELE É FABRICADA NO BRASIL” tina que têm florestas tropicais, como Camarões, Gabão, Angola e República Democrática do Congo (RDC), Colômbia, Peru, Venezuela e Guiana. O objetivo é ensinar estes países a desenvolverem seus próprios PRODES e DETER. A Embrapa quer desenvolver uma tecnologia semelhante à do Inpe para monitorar do espaço a expansão e a produtividade da agropecuária. O que você acha deste projeto? < É um projeto muito importante. A Embrapa é um órgão de alto nível, e é imprescindível que utilize a tecnologia espacial. Na verdade, todos os órgãos deveriam usála. É um elemento de informação fundamental. Nosso objetivo é que a tecnologia espacial faça parte do dia a dia do maior número possível de órgãos e pessoas. A popularização dos GPS e de ferramentas como o Google Earth está contribuindo muito para a disseminação desta tecnologia. Há quatro anos, ninguém sabia o que era um GPS.
Hoje, todos os carros têm. Para quando está previsto o lançamento do CBERS-3? Quais são as grandes diferenças entre este novo satélite e os anteriores? < O lançamento do CBERS-3 está previsto para outubro de 2011. Metade dele é fabricada no Brasil. Nos anteriores, esta proporção era de apenas um terço. O CBERS-3 tem quatro câmeras digitais, duas brasileiras e duas chinesas. Os outros CBERS tinham apenas três, sendo duas chinesas e uma brasileira. E no CBERS-3, a câmera principal é de fabricação brasileira. Como está indo a colaboração com a China? Você diria que o gigante asiático é hoje o principal parceiro estratégico do Inpe no exterior? < A China é um parceiro importante, mas não é o único. Hoje, o Inpe procura dar ênfase à cooperação com dois países: os Estados Unidos e a Argentina. Os americanos têm o
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CBERS Em E 6 de julho de 1988, 1 os governos de d Brasil e China assinaram um acordo de parceria para o desenvolvimento de dois satélites avançados de sensoriamento remoto, denominado Programa CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres). O CBERS-3 está previsto para ser lançado na órbita em outubro de 2011
TESTES O LIT (Laboratório de Integração e Testes) do Inpe é o único laboratório do hemisfério sul capacitado para atividades de montagem, integração e testes de satélites. É usado para testes de certificação
PLANETA “SE NADA FOR FEITO EM RELAÇÃO ÀS EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA, A TEMPERATURA AUMENTARÁ 6º C EM 2100” maior programa espacial do mundo, e o país está mais aberto à colaboração internacional desde a chegada de Barack Obama ao poder. Já a Argentina é nosso maior parceiro regional. O programa espacial deles é pequeno, mas de boa qualidade. O programa espacial da China, que era muito reduzido no início de nossa cooperação, em 1988, é hoje sete ou oito vezes maior que o do Brasil. Nosso programa tem ambições civis e científicas, enquanto os chineses também têm ambições militares. A China é uma potência militar. O Brasil não é, e nem quer ser. O Inpe defende que todos os países do mundo divulguem gratuitamente as imagens por satélite de seus territórios respectivos. Isso não poderia representar uma ameaça para a segurança de países em guerra, como, por exemplo, os Estados Unidos? < É claro que as considerações relativas à segurança têm de ser levadas em conta e, se for o caso, prevalecer sobre o compartilhamento
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de dados. No entanto, a distribuição gratuita de imagens gera benefícios imensos. Aliás, o volume de informações que os Estados Unidos seguram é infinitamente menor que o das informações que eles disponibilizam. A liberdade de informação é um parâmetro fundamental da democracia. Países como a China e a Rússia são muito mais restritivos que os Estados Unidos. O Inpe também trabalha sobre o impacto das mudanças climáticas. Como este impacto será sentido pela população mundial? < Já passamos do ponto em que poderíamos ter limitado a 2º C o aumento da temperatura do planeta em 2100. De qualquer maneira, independentemente das providências tomadas pelos governos, este aumento será superior. Porém, se nada for feito em relação às emissões de gases de efeito estufa, a temperatura do planeta poderá até registrar um aumento de 6º C em 2100, o que provocará uma catástrofe global. Os ecossistemas tropicais e boreais serão os mais atingidos. Assistiremos
à morte parcial da floresta amazônica, ao desaparecimento total do gelo no Ártico durante o verão, ao crescimento da área desértica no Saara e ao derretimento de geleiras na Groenlândia que poderá modificar profundamente o clima na Europa, tornando os invernos muito mais rigorosos. Os Estados Unidos e a China são os principais responsáveis por esta situação. As eleições legislativas organizadas recentemente nos Estados Unidos não foram favoráveis a uma mudança de comportamento. Muitos democratas da Câmara dos Representantes e do Senado foram substituídos por conservadores que negam os efeitos do aquecimento global. Quais são os principais projetos do Inpe para 2011, ano do cinquentenário do instituto? < Esperamos grandes avanços para o ano que vem. Definimos diversas metas em nossas principais áreas de atuação. No início do ano, nosso supercomputador para a previsão do tempo (o Tupã, considerado o sistema computacional mais poderoso do hemisfério sul), instalado em Cachoeira Paulista, começará a operar. Em outubro, haverá o lançamento do CBERS-3. Também temos como objetivos ampliar nossa capacidade de monitoramento ambiental na Amazônia e no cerrado, bem como a cooperação internacional no monitoramento das florestas tropicais. •
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RAIO-X
Reportagem de Capa
DESAPARECIDOS
ENCONTRADOS
JANEIRO
JOVENS
Nos últimos cinco anos, a Polícia Civil registrou o desaparecimento de 1.315 pessoas em São José
Cerca de 80% dos casos são solucionados por meio de ações da polícia, parentes e amigos das vítimas
O primeiro mês do ano foi o que mais resgistrou desaparecidos em 2010, com 13% dos 226 casos
Adolescentes entre 12 2 e 17 anos são as maioores vítimas, seguidas por jovens com idadee entre 22 e 30 anos
es • Shaiane Rodrigu
SOCIEDADE
Desaparecidos: um drama social A cada dois dias, em média, três pessoas desaparecem em São José, deixando famílias desesperadas por notícias que possam levar ao paradeiro do ente querido
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”Sinto tanta saudade. Ficar em casa é uma tortura. Queria saber se a minha filha está bem, se precisa de alguma coisa, se está sofrendo” De Ademir Rodrigues, pai de Shaiane, desaparecida há 4 meses
HOMENS
MULHERES
BOLETIM
MOTIVAÇÃO
TAXA
INVESTIGAÇÃO
A polícia registrou o desaparecimento de 148 homens em 2010, sendo 28 com idades entre 12 e 18 anos
78 casos envolvendo mulheres foram registrados em 2010, sendo 41 com jovens entre 12 e 18 anos
Não é necessário esperar 24 horas para registrar o desaparecimento de alguém junto a Polícia Civil
Fuga por conflito familiar, subtração de incapaz, fuga consensual, tráfico e exploração sexual
A taxa de desaparecimento em São José supera Campinas, com média de 36 por 100 mil habitantes
Informações desencontradas no boletim, como endereço e telefone, dificultam as investigações
Hernane Lélis São José dos Campos
a pequena casa de três cômodos no bairro Colonial, zona sul de São José dos Campos, quadros e imagens de Nossa Senhora Aparecida dividem o espaço nas paredes e prateleiras da estante com os retratos da família Rodrigues. No quarto, uma pintura de São João Batista e um crucifixo de madeira ficam aos pés da cama de casal, onde a estudante Shaiane da Silva Rodrigues dormiu pela última vez na companhia da mãe.
N
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Ao lado, um guarda-roupa que a jovem de 18 anos dividia com o irmão mais novo. Dentro de duas portas, seu vestido favorito, suas bijuterias, material escolar e um tênis novo que ganhou do pai. Faltavam apenas uma calça jeans, uma blusinha de alça vermelha e um tamanco verde –roupas que estavam com Shaiane quando saiu de casa na noite do dia 13 e agosto de 2010, uma sexta-feira, por volta das 20h, para ir à casa de uma amiga e desapareceu. “Eu sinto tanta saudade dela. Ficar em casa é uma tortura, queria saber se ela está bem, se está precisando de alguma coisa, se está sofrendo. Passa tanta coisa pela cabeça”, disse emocionado Ademir Rodrigues, 41 anos, pai de Shaiane, enquanto segurava uma foto da filha tirada durante a
cerimônia de Crisma da jovem. O drama da família Rodrigues endossa uma triste realidade em São José dos Campos. A cada dois dias, em média, três pessoas desaparecem na cidade, deixando parentes e amigos desesperados por notícias que possam levar ao paradeiro do ente querido. Entre 1º de janeiro e 3 de dezembro, a Polícia Civil registrou 226 casos de desaparecimento –33% deles envolvem adolescentes com idade entre 12 e 17 anos. A taxa de desaparecimento em São José supera a de cidades como Campinas e São José do Rio Preto, por exemplo. No maior município do Vale do Paraíba, o índice é de 36 pessoas para cada 100 mil habitantes. Em Campinas, a taxa é de 28 para cada 100 mil pessoas e, em São José do Rio Preto, o
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Reportagem de Capa
índice é de 8,8 desaparecidos. Janeiro foi o mês que mais contabilizou ocorrências em 2010 (32 boletins), seguido por setembro, com outros 27 registros, em São José. Do total de casos, 169 (75%) pessoas desaparecidas voltaram para seus lares ou foram encontradas e 13 (6%) seguem com o paradeiro desconhecido. A polícia ainda apura 44 (19%) queixas, uma vez que os agentes não conseguem contato com os familiares para avançar nas investigações e confirmar se a “vítima” foi encontrada ou não, já que alguns dados passados no boletim são inexistentes. O levantamento realizado pela Polícia Civil também revela que a maioria dos desaparecidos em São José é do sexo masculino, com 148 ocorrências envolvendo homens (28 na faixa etária de 12 a 18 anos), contra 78 casos de mulheres, sendo 41 com idade entre 12 e 18 anos. Juliana Puccini, delegada assistente da Seccional de São José, disse que jovens e adolescentes, principalmente as mulheres, representam a maior fatia dos casos por problemas de relacionamento com a família e amigos. “Somem mais homens, mas a faixa etária de adolescentes mulheres desaparecidas é maior que a dos homens. Geralmente está ligado a problemas com namorado, família, amigos e ao tráfico de drogas. Pelo menos é isso que a gente identifica. São pessoas menos favorecidas financeiramente, que vivem em uma família desestruturada, onde o jovem pode sofrer algum tipo de abuso, como violência doméstica e sexual. Se o problema não está dentro de casa, ele está na companhia daquela pessoa”, explicou a delegada. No caso de Shaiane, apesar da simplicidade da família, o relacionamento com pais e irmãos, segundo a mãe Maria Vicentina da Silva, 40 anos, era saudável, sempre pautado pelo diálogo. “É uma menina boa, obediente, não chegava fora do horário em casa, não tinha motivo para sumir”, disse Maria Vicentina. O comportamento começou a mudar depois que a jovem passou a conviver com uma amizade diferente. “A Shaiane começou a ‘matar’ aula e reprovou na escola. Se afastou de alguns amigos para andar só com essa garota. Acho que ela induziu minha filha a fazer alguma coisa, porque depois que a Shaiane sumiu, ela veio aqui uma vez dizendo que minha filha poderia estar em São Paulo, num hotel.
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DRAMA Maria Vicentina e Ademir Rodrigues, seguram a foto da filha Shaiane, que desapareceu em S. José
COMO PROCURAR - O primeiro passo é ir ao lugar do desaparecimento e perguntar aos moradores, comerciantes e pessoas que trabalham nas imediações se viram a pessoa que sumiu. Leve uma fotografia e descreva as roupas que o desaparecido usava no dia. Se for o caso, volte no dia seguinte, no mesmo horário do desaparecimento e repita as mesmas perguntas. - Procure na casa de todos os seus parentes, mesmo daqueles mais afastados, e peça a ajuda deles para procurar. Quanto mais gente procurando, maiores as probabilidades de encontrar a pessoa. - Procure os amigos –de escola e trabalho. No caso de crianças e adolescentes, explique o problema e peça aos pais que indaguem seus filhos ao chegar em casa, informando imediatamente caso descubram alguma coisa. No caso de colegas de trabalho, peça uma sugestão de onde poderia encontrar a pessoa. - Visite todas as delegacias, plantões policiais, hospitais, prontos-socorros, clínicas, Corpo de Bombeiros e IML (Instituto Médico Legal). Se não encontrar, registre o Boletim de Ocorrência informando às autoridades o desaparecimento da pessoa –não é necessário esperar 24 horas. - Acompanhe o inquérito policial e colabore com as autoridades. Não esconda nada e forneça sempre o máximo possível de informações. - Depois de registrado o BO, repita o procedimento de busca, visitando hospitais, delegacias e IML’s. Retorne ao local do desaparecimento e pergunte novamente às pessoas se viram o desaparecido. - Avise a imprensa: TVs, rádios e jornais da cidade e região. - Imprima cartazes com um telefone para contato ou denuncias e espalhe em locais movimentados, principalmente no trajeto efetuado pela pessoa desaparecida. Coloque também cartazes em escolas, fábricas, rodoviárias etc. - Faça o cadastro da pessoa desaparecida no Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas. - Peça ajuda a ONGs (Organizações Não-Governamentais) da cidade, Estado ou país.
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Fomos até lá e não encontramos nada. Depois ela sumiu também, não atende mais o celular”, afirmou a mãe. A esperança que Ademir e Maria Vicentina têm em encontrar a filha é o que dá força à família para continuar procurando por Shaiane. Agarrados na fé, todos os dias eles rezam um terço pedindo proteção à jovem. O casal também passa horas divagando, principalmente antes de dormir, sobre o que de fato teria acontecido naquela noite de sexta-feira, quando ouviram a última frase dita pela filha antes dela cruzar o portão de casa: “já volto”. O retorno de Shaiane não ocorreu. Passados mais de quatro meses do desaparecimento, pai e mãe se revezam ao telefone tentando contato por meio do telefone celular da filha, que insiste em dar caixa-postal. Ao ser questionado sobre qual era a maior característica de Shaiane, Ademir responde: “Ela é uma pessoa muito alegre”, disse, corrigindo o tempo verbal. “Sinto que ela está viva, jamais um pai vai esquecer a filha”. Casos Dos 226 casos registrados de desaparecimentos em 2010, 158 pessoas foram encontradas com vida, outras 5 estavam presas em penitenciárias e delegacias da região, 1 hospitalizada e 5 mortas, sendo um suicídio. O balanço indica que a maioria dosdesaparecidos consegue voltar para casa, uns com a ajuda da polícia ou da imprensa, outros através da busca incessante dos familiares, ou ainda quando o efeito da bebida acaba. Para parentes e amigos, tanto faz o motivo, o importante é o reencontro. “O trabalho de busca da família e da polícia só termina quando a pessoa é encontrada. Os pais sempre têm a esperança de encontrar o filho com vida, mas já ouvi depoimentos de mães desesperadas dizendo que se encontrassem o filho morto, saberia ao menos onde ele está e que não estaria sofrendo”, disse a delegada Juliana Puccini. Francisco Chagas*, 42 anos, passou quatro meses de agonia dentro da casa em que mora, num bairro da zona leste de São José. A filha, de 19 anos, desapareceu após uma discussão com os pais que queriam proibir o namoro dela com um rapaz. “Ela simplesmente se encantou por ele, só ouvia ele, não queria saber mais de ninguém”, disse Chagas. Foram 122 dias à espera de um telefo-
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BOLETINS Policial consulta sistema em busca dados sobre boletins de ocorrência por desaparecimento
nema ou de qualquer notícia que pudesse levar ao paradeiro da jovem. “Pensei que tinha acontecido alguma coisa ruim, que estava morta. Ela sempre foi uma menina obediente, nunca tinha passado uma noite longe da gente”, lembrou o pai. O drama de Francisco terminou no dia 1º de dezembro de 2010, quando Mariana* ligou pela primeira vez à família dizendo que estava voltando para casa. Ela havia fugido para Botucatu (SP) e, segundo contou ao pai, foi mantida em cárcere privado, proibida pelo então namorado de manter contato com qualquer pessoa que pudesse resgatá-la. Mariana conseguiu fugir depois de procurar uma igreja evangélica da cidade e contar sua história ao pastor. “Ela disse que pediu dinheiro para comprar a passagem, já que o namorado só permitia que ela saísse de casa para ir à igreja. Passei dias horríveis buscando uma explicação para o que tinha acontecido. Hoje, graças a Deus, estou com a minha filha outra vez dentro de casa”, disse o pai.
Cadê você? Ana Maria de Faria, 47 anos, psicóloga, também invoca Deus ao lembrar do filho Ewerton Marcos Olympio, 27 anos, desaparecido desde 22 de abril de 2010. As orações pedindo proteção ao jovem são diárias, seja na companhia do marido, sozinha, ou em um grupo de oração da Capela Santa Edwiges, no Jardim Uirá, zona leste de São José. A última imagem que carrega dele é durante o almoço daquela quinta-feira, quando Ewerton se sentou à mesa sem camisa para fazer sua refeição na companhia dos pais –uma situação bem diferente da última notícia que recebeu sobre o paradeiro de seu filho. “Falaram que ele estava vivendo como mendigo em um viaduto próximo ao bairro Jardim Paulista. Na mesma hora tentamos encontrá-lo, mas sem sucesso. Ninguém viu uma pessoa com as características dele por lá”, disse em tom de lamentação a mãe, que luta para descobrir o paradeiro de Ewerton e entender o que aconteceu depois que saiu para trabalhar e não viu mais o filho.
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“Não sei dizer o que houve com ele, não sei mesmo. Deve estar bem, da forma dele, que ele acha que é o bem para ele. Todo mundo sente falta, saudade dele. Tanto a falta de notícias quanto a saudade doem muito. Acho que deveria ter consideração e ligar para tranquilizar a gente” afirmou. Passar dias longe de casa, segundo a mãe, tornou-se comum na vida de Ewerton. Dependente químico, já chegou a ficar três meses sem dar notícias à família. As tentativas de tratamento para abandonar o vício foram várias, mas todas fracassadas. “Ele nunca gostou de lutar, de batalhar, sempre gostou das coisas fáceis. Acho que os amigos podem ter influenciado muito em suas decisões”, contou a mãe. A preocupação de Ana Maria ficou ainda maior depois do dia 16 de outubro, data em que Ewerton completou 27 anos. O aniversário sempre foi comemorado, porém desta vez passou em branco já que o aniversariante não estava presente. “Pela primeira vez passamos o aniversário sem ele.
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Nunca deixamos de fazer uma festinha. Mesmo com toda a nossa simplicidade, procurávamos fazer uma comemoração. Comprar um bolinho e um presente para reunir a família. Sempre foi assim. Fiz muita oração neste dia, mas ele não veio para casa”, disse Ana Maria. Ewerton saiu de casa sem levar documentos, roupas ou qualquer outro objeto que possa ajudar na sua identificação. Como viu o filho pela última vez sem camisa, a mãe não consegue descrever como ele estaria vestido antes de desaparecer. A esperança de Ana Maria é que suas orações possam garantir proteção ao jovem, “onde quer que ele esteja”. “Não esqueço de pedir isso, todo momento ele está em minhas orações. Tenho certeza que uma hora vai dar tudo certo”.
INVESTIGAÇÃO A delegada assistente da Seccional de São José, Juliana Puccini
Estatísticas Nos últimos cinco anos a Polícia Civil de São José recebeu 1.323 ocorrências de pessoas desaparecidas, a maioria em agosto e janeiro
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Reportagem de Capa
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Ocorrências sobre desaparecidos 2006
2007
2008
2009
2010
289
302
263
243
226 Ocorrências por mês
Dados de 2010
JAN
169 Encontrados 44 Em apuração 13 Desaparecidos Perfil dos desaparecidos
32
13%
FEV
13
6%
MAR
25
11%
ABR
25
11%
MAI
25
11%
JUN
11
5%
JUL
15
7%
AGO
24
11%
SET
27
12%
OUT
22
10%
NOV
7
3%
Sexo
idade 0-11
1%
74 casos
12-17
33%
24 casos
18-21
11%
24 casos
22-30
21%
48 casos
31-40
11%
25 casos
41-50
11%
25 casos
51-60
4%
10 casos
61-70
4%
10 casos
acima 71
2%
4 casos
não declarada
2%
4 casos
148 78
Pessoas encontradas em 2010 vivos
presos
mortos
hospitalizada
suicídio
morte a esclarecer
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5
3
1
1
1
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(acidente)
–23,1% e 22,8%, respectivamente. A média de casos solucionados é de 80%, no entanto, segundo a delegada Juliana Puccini, poderia ser maior, uma vez que informações desencontradas no Boletim de Ocorrência, como endereço e número de telefone, dificultam o trabalho dos investigadores. A delegada aponta ainda que um número expressivo de casos fica em aberto na delegacia mesmo após o aparecimento da pessoa. Isso porque a família esquece, ou mesmo não tem conhecimento, de que é preciso voltar ao Distrito Policial para registrar um novo boletim, constando o retorno do parente ou amigo. “Para chegar aos números detalhados de 2010, tivemos que pegar todas as ocorrências que ainda não tinham sido concluídas e tentar contato com a família. Vamos ter que fazer isso com os anos anteriores também, pois acreditamos que muitas pessoas já voltaram para casa. O problema é que alguns telefones e endereços estão errados ou não existem mais”, explicou a delegada. A revista valeparaibano acompanhou por alguns minutos o trabalho de um dos agentes. O investigador buscou 19 boletins aleatoriamente para tentar contato com a família do desaparecido. Desses, três números de telefone não estavam cadastrados, cinco estavam com a linha desligada, três não atenderam ao chamado, quatro tinham transferido a linha para outra pessoa e outros quatros informaram que o ente havia sido encontrado. Essas ocorrências foram registradas em 2006, ano em que 289 casos foram computados. Até então, 27 boletins de reencontro tinham sido lavrados. “É um trabalho demorado, que exige tempo e contingente de pessoas para conseguir resultado satisfatório. Desses casos que não conseguimos fazer contato mais com as famílias, queremos saber o que aconteceu”, disse Juliana Puccini. No Brasil, é estimado o desaparecimento de mais de 200 mil pessoas por ano, o que equivale a 548 desaparecidos por dia. São mais de 160 mil adultos e 40 mil menores de idade. Os lugares onde desaparecem as crianças são os mais comuns: saída da escola, voltando da padaria ou brincando na rua da própria casa. No ranking estadual de desaparecimentos de pessoas, São Paulo lidera, com 18 mil casos –junto com Rio de Janeiro e Minas Gerais, respondem por 40% dos casos no país.
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Foto arte: Flávio Pereira
Avaliação Para Eliana Levy, psicóloga especializada em psicologia infantil familiar, voluntária na ONG ABCD (Associação Brasileira de Busca e Defesa a Crianças Desaparecidas), mais conhecida como Mães da Sé, o fato de não se ter uma dimensão exata do problema do desaparecimento de pessoas dificulta o apontamento de soluções e alimenta o desinteresse da sociedade e do próprio Estado pelo drama das famílias de desaparecidos. “É um absurdo uma cidade tão bem estruturada economicamente como São José dos Campos ter uma média tão alta de desaparecidos. Acredito que isso seja reflexo da falta de investimentos em projetos sociais em todas as esferas governamentais. Este é um assunto delicado, que mexe com o sentimento das pessoas, para falarmos de uma maneira quantitativa. Temos que criar meios de valorizar o afeto familiar de estruturar famílias, seja ela de alta ou baixa renda”, disse a psicóloga. No Brasil, não existe um serviço exclusivo no campo da assistência social ou psicológica voltado às famílias de pessoas desaparecidas. Quem busca algum tipo de auxílio nessas áreas acaba recorrendo aos conselhos tutelares, postos de saúde e ONGs que tratam do assunto. O primeiro pode ser útil ainda na solução de desaparecimento com características de fuga, motivados ou não por algum tipo de violência doméstica. “O poder público terceiriza suas obrigações em alguns casos de maneira totalmente errada. O auxilio social no Brasil é uma péssima prestação de serviços que precisa ser revista”, afirmou Eliana. A maioria das crianças e adolescentes desaparece em locais conhecidos: voltando da escola, andando de bicicleta na rua de casa, indo à padaria. De acordo com Ivanise Espiridião da Silva, presidente da Associação Brasileira de Busca e Defesa a Crianças Desaparecidas, no período de férias, o número de crianças desaparecidas aumenta significativamente. Por isso, é preciso prestar mais atenção às companhias e locais que elas frequentam nesta época. “Nas férias as crianças estão mais soltas, com maior liberdade na hora de sair sozinha. Quando desaparecem, geralmente estão desacompanhadas, sem o cuidado dos pais e amigos. Uma criança não se perde, são os adultos que perdem ela. Em casos assim orientações básicas podem
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”É difícil entender os motivos. Apesar de orientado, o jovem está na fase de descobertas e de rebeldia, acha que sabe de tudo” De Ivanise Espiridião da Silva, presidente da ABCD
evitar que isso aconteça, como não aceitar carona de estranho, não deixar o filho sair sozinho, ficar atento a aglomerações e conhecer todos seus amigos”, disse Ivanise, que procura a filha há 15 anos. Entre os jovens, ela alerta sobre a importância de estar sempre presente na vida e, principalmente, nas descobertas dos filhos. “É difícil entender os motivos. Apesar de ser mais orientado, o jovem está na fase de descobertas e de rebeldia, acha que sabe de tudo. Você tem que mostrar que antes de ser pai e mãe é amigo do seu filho. Que ele pode confiar em você sempre, em momentos de agonia e de alegria”, explicou Ivanise. A ONG Mães da Sé nasceu há 14 anos. Atualmente, a organização conta com mais de 10 mil associados em todo o Brasil e já foi a responsável por localizar 2.100 pessoas. •
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Polícia
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DROGAS S/A
PCC acolhe traficantes cariocas na região Força-tarefa criada pela DIG investiga no Vale do Paraíba o paradeiro de criminosos do Complexo do Alemão que fugiram do cerco policial no Rio de Janeiro Marcello Casal/Abr
ATIRADOR DE ELITE Policial especializado dá cobertura à ação da Polícia Civil no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro
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Elaine Santos São José dos Campos
ma força-tarefa liderada pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de São José dos Campos investiga o paradeiro de traficantes da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, que foram acolhidos pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) no Vale do Paraíba depois que as polícias Civil, Militar e Federal e as Forças Armadas ocuparam as favelas. Informações coletadas nos últimos dias pela equipe de investigadores dão conta que criminosos que conseguiram fugir do cerco policial na capital fluminense estariam escondidos em São José dos Campos, Taubaté e Caçapava. A operação da DIG conta com o auxílio do Exército, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. Os ataques no Rio tiveram início na tarde do dia 21 de novembro, em retaliação dos traficantes contra a instalação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) em morros e favelas. Ao longo da semana, Marinha, Exército e PF se juntaram às forças de segurança do Estado do Rio no combate à onda de violência, que resultou em mais de 180 veículos incendiados. Duzentos policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) ocuparam a Vila Cruzeiro. Com a ação, alguns traficantes fugiram para o Complexo do Alemão, que também foi dominado pelos policiais. Somente nas favelas do Alemão existiriam 500 traficantes. O paradeiro da maioria ainda é um mistério. No Vale do Paraíba, a Polícia Civil está em estado de atenção. “Temos informações que há três famílias de traficantes do Rio de Janeiro instaladas em chácaras em Caçapava e que foram acolhidas pelo PCC. Também há traficantes do Rio no Pinheirinho (acampamento sem-teto em São José) e em Taubaté”, disse um dos policiais civis envolvidos na investigação. “O que precisamos é que a nossa população faça o mesmo que a população do Rio de Janeiro está fazendo: denunciando. Só com a ajuda da população é que vamos conseguir vencer tudo isso”, afirmou. Segundo ele, o grupo de policiais que trabalha na área de inteligência no Rio de Janeiro, além do Exército e da Marinha, tem trocado informações com a DIG de São José. “Estamos fazendo um trabalho de análise de pontos vulneráveis da região que podem ser pontos de recepção desses fugitivos do Rio”. Em São José, os pontos considerados críticos
TRAFICANTES DO RIO DE JANEIRO PROCURADOS NO VALE DO PARAÍBA
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SUSPEITOS Na seq.,Luciano Martiniano da Silva, o “Pezão”, Emerson Ventapane da Silva, o “Mão”, Felipe Alan Marques da Silva, o “Playboy”, Carlos Orlando Messina Vidal, o “Chileno”, Marcelo da Silva Soares, o Macarrão, e Marcelo Lenadro da Silva, o “Marcelinho Niterói”
DIG troca informações com grupo de inteligência da polícia do Rio, Exército e Marinha, na tentativa de identificar o paradeiro dos traficantes na região
Vladimir Platonov/Abr
DETIDO Prisão de suspeito em ofensiva das polícias e das Forças Armadas no Rio de Janeiro
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são o acampamento sem-teto Pinheirinho e o bairro Jardim São José 2, mais conhecido como ‘Cidade de Deus’. Segundo Polícia Civil, o PCC está oferecendo proteção aos traficantes do Rio de Janeiro porque em 2006, quando a facção criminosa paulista deflagrou a onda de atentados em todo o Estado de São Paulo, o Comando Vermelho ajudou a esconder os principais suspeitos de planejar os ataques. Além disso, existiria no Estatuto do PCC, fundado em 31 de agosto de 1993 por oito presidiários no Anexo da Casa de Custódia de Taubaté, um acordo para receber membros do CV quando necessário. Na região, a Polícia Civil procura pelos traficantes Luciano Martiniano da Silva, o “Pezão”, Emerson Ventapane da Silva, o “Mão”, Felipe Alan Marques da Silva, o “Playboy”, Carlos Orlando Messina Vidal, o “Chileno”, Marcelo da Silva Soares, o Macarrão, e Marcelo Lenadro da Silva, o “Marcelinho Niterói”. Para o especialista em segurança pública José Vicente da Silva Filho, se o PCC está de fato acolhendo traficantes do Rio de Janeiro em cidades do Vale do Paraíba, seria por uma espécie de “amizade” (leia entrevista nas páginas seguintes). Reflexos “Veja bem, dizer que podemos evitar que os problemas ocorridos no Rio de Janeiro não tenham efeitos aqui na nossa cidade é impossível porque eles vão acontecer. O que estamos preocupados é como resolver a partir do momento que eles começarem a refletir aqui, diante de nós. Com o aumento do tráfico, o aumento da criminalidade, o número de homicídios pode aumentar”, disse o delegado titular da DIG de São José dos Campos, Vernei Antônio de Freitas. “A Polícia Civil trabalha com o crime já ocorrido [na investigação], mas diante dessa situação já estamos atuando na prevenção. Estamos com todo nosso pessoal na rua. Mudamos nossa tática, aumentamos nossas atenções. Hoje, a Polícia Civil de São José dos Campos está em estado de atenção”, disse Freitas à revista valeparaibano. Há duas semanas o número de trabalhos na rua, com investigações na busca por criminosos, foi intensificado. “Nosso grupo de inteligência está todo interligado com o pessoal do Rio de Janeiro. O fato é que aqui é sim a rota de fuga desses marginais. Aqui é o principal eixo, de todo o país. São José dos Campos é uma cidade muito grande. Não estamos saindo com a viatura aleatoriamente, sabemos exatamente em quais os pontos que temos que atuar. E estamos atuando”, concluiu o delegado.
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Polícia
PONTO DE VISTA
“Ninguém do mundo do crime vai querer repartir território” Ex-secretário nacional de Segurança Pública, José Vicente da Silva Filho, avalia a operação contra o tráfico no Rio e aponta como a ofensiva pode afetar o Vale Elaine Santos São José dos Campos
m entrevista à revista valeparaibano, o ex-secretário nacional de Segurança Pública, José Vicente da Silva Filho, faz uma análise da operação contra o tráfico de drogas deflagrada no Rio de Janeiro e como essa ofensiva poderia afetar o Vale do Paraíba. Entretanto, não haveria motivos para medo na região. Segundo ele, um ou outro traficante do Rio pode se instalar na região, mas não chegaria dominando a localidade. “É como se diz: boi em pasto alheio é vaca. Ninguém do mundo do crime vai querer repartir território”, afirmou. Silva Filho disse que a situação do tráfico no Rio não é semelhante a nenhum outro Estado do país. “O Rio de Janeiro, por um acúmulo histórico de omissões e falta de coragem política, acabou permitindo que grupos criminosos adotassem armamentos de guerra”, disse. Para o especialista, há tendência de mudança no perfil do tráfico no Rio e o motivo é um outro problema: as milícias. “As milícias exploram a comunidade em pequenas quantidades, que, no final, dão muito dinheiro. Tudo isso é controlado por policiais da ativa, por policiais militares principalmente.”
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Como avalia a operação contra o tráfico de drogas deflagrada no Rio de Janeiro? Um aspecto relevante é a constatação que aquilo que acontece no Rio é tipicamente do Rio de Janeiro. Desconheço coisa parecida em qualquer parte do país que eu conheci como secretário nacional de Segurança. O Rio de Janeiro, por um acúmulo histórico de omissões e falta de coragem política ou até covardia, acabou permitindo que grupos criminosos, traficantes extremamente rivalizados entre eles, tivessem
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primeiro uma grande guerra em defesa de território e, segundo, adotassem armamentos tipicamente de guerra: fuzis, metralhadoras, armas de combate. Os traficantes do Rio não têm armas para assaltar pessoas na rua. Eles (o governo) deixaram acontecer. Mesmo na história recente, o governador Sérgio Cabral, em 2007, fez uma grande invasão naquela mesma região da Vila Cruzeiro e foi espetacular, virou capa de várias revistas de grande repercussão nacional, anunciando o fechamento do tráfico. Muito parecido com o que está acontecendo agora e com o mesmo triunfalismo: ‘Rio de Janeiro dá lição de iniciativa na área de segurança pública etc’. O que aconteceu é que a criminalidade continuou encastelada naquele complexo, como em mais de uma centena de favelas daquele Estado. E Divulgação
OPINIÃO José Vicente da Silva Filho: “O negócio do traficante não é fazer terrorismo, é vender droga, é ganhar dinheiro”
ainda, todas aquelas dezenas de toneladas de drogas apreendidas na época foram entrando de volta ao trafico ao longo desse mesmo governo. Não adianta reclamar que o governo federal não cuida das fronteiras com o Paraguai, Bolívia, Colômbia ou Peru, que é por onde as drogas entram no país. Cabe à segurança do Estado a fronteira do próprio Estado, da cidade e em outras instâncias, a fronteira da Rocinha, do Complexo do Alemão. Enfim, isso não foi feito. O senhor acredita que a ofensiva vai enfraquecer os traficantes? Os traficantes já estavam sendo acossados no Rio de Janeiro, há uma tendência de mudança no perfil do tráfico. O motivo é um outro problema do Rio, tão sério ou até mais que o dos traficantes: as milícias. São estimadas cercas de 200 comunidades dominadas por milícias que submetem a população a uma série exigências em pagamentos de tudo: para receber gás, internet, energia elétrica, tudo. Lá tudo é pago. Eles não precisam importar droga nenhuma para enriquecer, simplesmente exploram a comunidade em pequenas quantidades que, no final, dão muito dinheiro. Tudo isso é controlado por policiais da ativa, por policiais da Polícia Militar, principalmente. Corruptos. Então, isso está acossando os marginais. Esse pessoal (milícias) está querendo invadir, fazer novas comunidades que ainda estão nas mãos dos traficantes. Um outro problema é que essas armas na mão, principalmente, de adolescentes, que a gente vê a toda hora nos noticiários, estão prejudicando os negócios do tráfico. A tendência atual é traficante esconder todas as armas. O negócio do traficante não é fazer terrorismo, é vender droga, é ganhar dinheiro. Tanta violência prejudica os negócios. A tendência é que o tráfico fique mais discreto como já vem acontecendo. Segundo informações do serviço de inteligência do próprio Rio de Janeiro, das 12 comunidades com as Unidades de Polícia Pacificadora, as
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Fotos: Marcello Casal/Abr
PATRULHA Soldados do Exército em patrulha por favela do Rio, em ofensiva contra o tráfico; ao lado, toneladas de drogas apreendidas
UPPs, 11 continuam com o tráfico funcionando. O que deve acontecer é que a polícia vai fazer olho de vidro para evitar maiores problemas desde que o tráfico seja feito sem violência. Qual será o reflexo dessa operação na violência urbana no Rio de Janeiro? O reflexo é que vamos ver uma melhoria em relação aos padrões de violência na localidade onde está havendo a intervenção. Não se pode creditar aos traficantes, seja do Complexo do Alemão, da Maré, Boréu ou Rocinha, toda a criminalidade que acontece no Rio de Janeiro. O Rio tem uma média de 10 mil assaltos a pessoas por mês no Estado, e isso não tem nada a ver com o que acontece na Vila Cruzeiro. O senhor vê a ofensiva como manobra política pensando nas Olimpíadas de 2014? Não. A operação não foi feita nesse sentido, mas o marketing, inclusive da imprensa, está levando para esse sentido. O fato é que ali houve uma decisão. Já que os traficantes começaram a atacar alguns postos policiais e incendiar veículos pela cidade, houve uma ação na Vila Cruzeiro, que fica no coração do Complexo do Alemão, e essa, surpreendentemente, foi bem-sucedida. Nesse momento, que começaram as tratativas para o uso de blindados dos fuzileiros navais, se percebeu que os criminosos estavam muito acuados com os blindados nas ruas. Então, o que aconteceu é que improvisaram a operação a partir dessa oportunidade. O Exército já estava com
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contingente grande nas ruas, juntou com mais policiais e aconteceu o que aconteceu. O Exército atua no Rio com poder de polícia, como o senhor avalia essa situação? É preciso levar com muita cautela. Defendo que o Eexército tenha uma participação de apoio exatamente como foi feito até então. Ou seja, ele oferece a logística, os blindados, os helicópteros, eventualmente até armamento. Mas quem faz a abordagem, quem faz o principal trabalho é sempre a força policial. O Exército engrossa, aumenta o efetivo para aumentar o grau de persuasão. O Exército deve implantar uma Força de Paz no Rio semelhante à que atuou no Haiti. Isso é necessário? Não. Aí começa a errar. Pode até fazer alguma coisa parecida, mas quem fala com o cidadão, quem prende o bandido, quem revista o veículo, tem que ser sempre um policial. Acredito que o Exército tenha se entusiasmado com a experiência do Haiti. Só que o tipo de operação que é feita no Haiti é diferente. Primeiro ela atua com padrões da ONU (Organizações das Nações Unidas) e dentro de um país que tem instituições completamente fragilizadas. Então, essa tropa acaba atuando de uma forma, digamos, bastante livre. O que acontece no Brasil é que favela, ou não, está dentro de um consenso de uma unidade democrática, com instituições funcionado, o Legislativo, o Judiciário etc. Nessas circunstâncias, uma ação
desastrada, por exemplo, é uma ação policial desastrada e ponto. Matou 16 traficantes, vai-se apurar e pronto. Se o Exército fizer a mesma coisa, imagine se mata um inocente? Aquilo se transforma em um enorme imbróglio político e não em uma ação policial. O Vale do Paraíba é uma possível rota de fuga desses traficantes? Não vejo motivo de nenhuma apreensão em relação a isso porque o criminoso depende de local seguro para ficar. O que acontece é que pode vir um ou outro traficante que tenha onde ficar, mas não vão chegar aqui dominando uma localidade. É como se diz: boi em pasto alheio é vaca. Os traficantes daqui não vão ser tão hospitaleiros. Ninguém do mundo do crime vai querer repartir território. E o que dizem sobre o PCC e Comando Vermelho, que eles têm uma cumplicidade, isso não é tão sólido assim. O Comando Vermelho é uma facção de guerrilha, enquanto que o PCC é uma cooperativa criminosa. Qual a melhor tática de preparo para que a polícia do Vale evite essa migração? A polícia de São Paulo deve receber orientação por parte da polícia do Rio de Janeiro sobre as lideranças mais procuradas. Não porque vão afetar a criminalidade na região, mas para colaborar com a polícia do Estado vizinho. A polícia daqui, com certeza, já está alertada para uma possível presença deles. A polícia do Vale, a polícia de São Paulo, vai acionar suas fontes, vão monitorar, mas apenas como colaboração. •
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Notas
Vale, Brasil & o Mundo WIKILEAKS
Justiça concede liberdade condicional a Julian Assange
BINGOS
Câmara rejeita legalização O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, acusado de crimes sexuais na Suécia, teve a liberdade condicional concedida sob o pagamento de uma fiança equivalente a R$ 533 mil estipulada pela Corte de Magistrados de Westminster, em Londres. Ele, que estava preso desde o dia 7 e deixou a prisão nove dias depois, se diz inocente. Apesar de ter concedido a condicional, o juiz britânico que cuida do caso estabeleceu uma série de condições para que Assange deixasse a prisão –terá de usar um dispositivo eletrônico que controlará sua localização, precisará se apresentar à polícia diariamente às 18h e deverá ser mantido em custódia durante dois períodos fixos. Ele pagou a fiança com a ajuda do cineasta Michael Moore e da socialite Jemima Khan. Assange é considerado o responsável pelo vazamento dos mais de 250 mil documentos norte-americanos, que causou constrangimento às autoridades por ter revelado segredos da política externa dos EUA. Presidentes de vários países, ao terem acesso aos segredos diplomáticos divulgados, teceram críticas duras contra os EUA.
A Câmara dos Deputados rejeitou o projeto de lei que permitia a volta da exploração dos bingos no Brasil, proibida desde 2004. A proposta obteve 144 votos sim, 212 não e cinco abstenções. O resultado surpreendeu a todos, que davam como certa a aprovação do projeto. A proposta entrou na pauta no dia 14 de dezembro, depois de um acordo que envolveu o governo, os líderes partidários e os governadores e obteve, na semana passada, preferência para votação com a aprovação do regime de urgência. Na semana anterior, técnicos dos Três Poderes emitiram uma nota técnica afirmando que o
”Não esperávamos os tanta arrogância,, tanta grosseria ” O preconceito é a mais grave e de forma tão doença, pior do que o câncer. pouco ética”
Frases
A pessoa preconceituosa está morta por dentro”
De Luiz Inácio Lula da Silva, sobre preconceitos que serão enfrentados por Dilma Rousseff
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Do primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, sobre as caracterizações que os EUA fizeram dele nos telegramas diplomáticos revelados pelo site WikiLeaks
projeto não garantiria uma fiscalização adequada e, por isso, abriria brecha para a lavagem de dinheiro. Na tentativa de aliviar as pressões contra, o relator da proposta, deputado João Dado (PDT-SP), fez algumas alterações no parecer anterior. Incluiu a Polícia Federal no rol das autoridades responsáveis pela fiscalização do setor e excluiu a permissão expressa para exploração do videojogo. Mesmo com as mudanças, técnicos do governo mobilizaram os deputados contra a proposta. A expectativa da Abrabin (Associação brasileira dos Bingos) era que os jogos criassem 250 mil empregos e arrecadação anual de R$ 7 bilhões em tributos.
”Não tenho a pretensão de acabar com o tráfico no Rio de Janeiro” Do secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame
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PROGRAMA NUCLEAR
Cientistas do Irã terão seguranças
O governo iraniano vai reforçar as medidas de segurança de seus especialistas nucleares depois que um cientista foi morto e outro ficou ferido em atentados no Teerã. “Decidiu-se aumentar o número de guarda-costas e outras medidas de proteção de ordem técnica serão implementadas”, indicou o chefe do programa nuclear Ali Akbar Salehi, citado pela agência ISNA
REGIÃO METROPOLITANA
Parecer evita que projeto seja arquivado na AL Um parecer da Assembleia Legislativa evitará que o projeto de lei que prevê a criação da Região Metropolitana do Vale do Paraíba seja arquivado com o encerramento da atual legislatura, a exemplo do que ocorreu nas duas anteriores. A criação da RM se arrasta na Assembleia e no governo do Estado desde 2001. Esse é o terceiro apresentado pelos parlamentares da região. A mudança administrativa permitirá a discussão conjunta dos problemas das 39 cidades da região, além de assegurar o aumento de repasses estaduais e federais para os municípios. O projeto prevê Conselho de Desenvolvimento para definir ações, Fundo de Investimento para receber verbas e Agência de Desenvolvimento para executar políticas públicas. O Estado não concedeu parecer técnico à proposta, que está em análise na Secretaria de Planejamento desde abril de 2008. OLIMPÍADAS DE 2016
Brasil teme ataque terrorista Os EUA julgam inadequada a preparação do Brasil para receber as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro e temem pelas condições de segurança do evento, já que uma diplomata brasileira admitiu que pode haver a possibilidade de atentados terroristas durante os jogos. O documento, intitulado “Olimpíadas 2016 - O Fu-
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Iraque pede pena de morte a 39 da Al Qaeda O ministro do Interior do Iraque, Jawad Al Bolani, pediu a pena de morte para 39 suspeitos de pertencerem à rede terrorista Al Qaeda, antes mesmo do julgamento por conspirar para bombardear alvos na capital Bagdá. Segundo ele, uma rápida condenação à morte garantirá que os detentos não sejam libertados pelas forças de segurança. turo é Agora”, afirma que “embora o Brasil tenha experiência em eventos de grande porte como os Jogos Pan-americanos, os Jogos Olímpicos serão um desafio sem precedentes”. Ainda assim, o texto diz que funcionários do Ministério de Relações Exteriores relataram repetidas vezes à missão americana que “o Comitê Olímpico Internacional não considerou a situação no Rio inadequada”.
MEIO AMBIENTE
Desmatamento na Amazônia cai 14%
O índice de desmatamento da Amazônia Legal em 2010 caiu 14% em relação a 2009. Na região da Mata Atlântica, a queda média anual foi de 0,04% e, no apanhado de 2002 a 2008, de 0,25%. Segundo o Inpe (Instituto de Pesquisas Espaciais), o índice é baixo porque a Mata Atlântica é o bioma mais degradado do país porque boa parte se concentra em área urbana. Com isso, um novo decreto criou o Macrozoneamento EconômicoEcológico da Amazônia Legal, definindo o que é território rural e território urbano na região, para proteger a biodiversidade local.
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Mundo MISSÃO DE PAZ
Haiti: resta a esperança Um ano após o terremoto, que pôs no chão a capital Porto Príncipe e provocou a morte de 10 militares do Vale do Paraíba, o cenário de guerra continua e é agravado por uma epidemia de cólera e pela violência Elaine Santos São José dos Campos
uas devastadas, escombros e filas gigantescas com milhares de pessoas à espera de alimento e assistência médica. Foi o que aconteceu em Porto Príncipe, no Haiti, minutos após o terremoto que matou mais de 200 mil pessoas em 12 de janeiro de 2010. Um ano depois da tragédia, que tirou a vida de 10 soldados e oficiais do 5º BIL (Batalhão de Infantaria Leve) de Lorena em Missão de Paz da ONU (Organização das Nações Unidas) naquele país, o cenário de guerra continua, agora agravado por uma epidemia de cólera que já infectou 30 mil haitianos e causou 1.350 mortes. O terremoto que devastou a capital haitiana ainda respira. Quem circula por Porto Príncipe vê uma cidade condenada pela miséria. O tremor de 7,3 graus na escala Richter, o mais forte dos últimos 200 anos, afetou 3 milhões de pessoas e deixou para a população somente a esperança de reconstrução do país, cuja capacidade administrativa também sucumbiu. Apenas 2% do entulho foi removido, só 13 mil abrigos tem-
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porários foram construídos e apenas 15% da ajuda mundial prometida por diversos países e organizações chegou até agora ao país. Com isso, mais de 1 milhão de pessoas continuam abrigadas em lonas de plásticos sob um calor infernal –a sensação térmica é de até 46 graus. A violência no Haiti também aumentou após a fuga de centenas de detentos da principal prisão da capital e pela escassez de comida e água na nação mais pobre das Américas, com 80% da população vivendo abaixo da linha de pobreza. Desde a catástrofe, a ONU tenta exterminar um outro problema crônico no país: a corrupção. Estima-se que a cada US$ 100 doados ao Haiti, apenas US$ 25 chegam efetivamente para financiar projetos e programas sociais. Enquanto isso, a população continua sem saneamento básico, energia elétrica e sistema de água potável. Mesmo diante de tanta calamidade, uma força maior une voluntários de todo o mundo naquele país que um dia foi considerado um paraíso tropical. Atualmente, 2.100 soldados brasileiros atuam na Missão de Paz no Haiti. Outros mil, do 2º Batalhão do 15º Contingente de Força de Paz ao Haiti, em Caçapava, foram selecionados para começar os treinamentos tático e prático de seis meses que lhes darão condições
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Fotos: Flávio Pereira
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Homenagem Os heróis da região Antônio José Anacleto, 23 anos Era o filho caçula da família Anacleto. Nascido e criado em Cachoeira Paulista, morava com três irmãos e o pai. Estava ansioso em voltar ao Brasil para conhecer a sobrinha, que nasceu oito dias antes do terremoto Bruno Ribeiro Mário, 26 anos Após vários anos sem conseguir comemorar o aniversário com os parentes, Bruno pretendia passar a data –8 de fevereiro– com a família, que é de Santa Maria (RS). Ele morava havia três anos em Lorena Davi Ramos de Lima, 37 anos Sonhava em seguir a vida militar. Davi nasceu em Garanhuns (PE) e foi criado em João Pessoa (PB). Ele morava com a mulher e os filhos, à época de 7 anos e de 4 meses, e uma enteada, de 14 anos, em Lorena Douglas Pedrotti Neckel, 24 anos Douglas foi voluntário na Minustah por razões humanitárias: queria ajudar o povo haitiano. Ele morava em Lorena, onde os amigos preparavam uma festa surpresa para recepcioná-lo na volta ao Brasil Felipe Gonçalves Júlio, 22 anos Morava em Lorena e iria prestar prova para a Polícia Militar. Felipe pretendia apresentar sua namorada aos pais. Tinha como paixão os carros, especialmente o seu, o qual exibia por meio de fotos em sites Leonardo de Castro Carvalho, 29 anos Pretendia viajar por cerca de dois meses antes de se apresentar ao quartel. Leonardo estava havia nove anos no Exército –os últimos seis meses com a tropa que atuava na Missão de Paz no Haiti Rodrigo Augusto da Silva, 24 anos Horas antes de morrer, Rodrigo disse via internet à mulher, Andréa, que sentia que algo poderia ocorrer e que jamais voltaria ao Brasil. Ele temia por um desastre aéreo. Deixou dois filhos, em Cachoeira Paulista Rodrigo de Souza Lima, 23 anos Nascido em Piraí (RJ), falou com os pais um dia antes do terremoto. Rodrigo fazia a escolta da fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, que dava uma palestra em uma igreja e também morreu na tragédia
NO CHÃO Soldado brasileiro em frente ao Palácio Presidencial, em Porto Príncipe, sede do governo haitiano, que ruiu minutos após o terremoto
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Tiago Anaya Detimermani, 23 anos Era casado no civil desde novembro de 2008 e estava com a data marcada para a cerimônia religiosa: 10 de abril de 2010. Pretendia ter o primeiro filho assim que retornasse ao Brasil Washington Luis de S. Seraphin, 23 anos
Pretendia se casar com a namorada, com quem tinha um relacionamento de sete anos, quando voltasse para Lorena. Também queria retomar o curso de Biologia, paralisado devido sua viagem ao Haiti
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Mundo
de trabalho em solo haitiano. São jovens de 18 a 24 anos que, em agosto de 2011, vão substituir o atual contingente. À época do terremoto, 150 militares da região atuavam no Haiti. Desses, 30 oficiais estavam à frente do Comando de Paz do Exército brasileiro. Na tragédia, considerada uma das maiores dos últimos anos, dez militares do 5º BIL de Lorena morreram e outros seis ficaram feridos, sendo que três deles ainda estão em tratamento médico. As vítimas fatais da tragédia são o 1º tenente Bruno Ribeiro Mário, os sargentos Davi Ramos de Lima, Leonardo de Castro Carvalho e Rodrigo de Souza Lima, os cabos Douglas Pedrotti Neckel e Washington Luis de Souza Seraphin e os soldados Rodrigo Augusto da Silva, Tiago Anaya Detimermani, Antônio José Anacleto e Felipe Gonçalves Júlio. A maioria desses militares estava no chamado Ponto Forte 22, que servia para descanso das tropas, além de ser o local de patrulhamento. Com o forte tremor de terra, registrado por volta das 17h (horário local), o prédio de dois andares ruiu, soterrando as vítimas. Faltavam apenas 18 dias para que toda a tropa da região voltasse para o Brasil. Com a catastrofe, os 140 soldados e oficiais do Vale do Paraíba que sobreviveram à tragédia tiveram o retorno para a casa adiado em um mês para que pudessem ajudar nos trabalhos de resgate das vítimas. Duas semanas após o sismo, ainda eram retirados haitianos com vida dos escombros. Sobreviventes Parte dos soldados sobreviventes trabalha no batalhão de Caçapava, entre eles, o fuzileiro Diego de Oliveira Reis, 22 anos. “Quanto tudo aconteceu senti um aperto no coração. Perder colegas, amigos que convivemos juntos durante um ano, é uma angustia muito grande. Ver seus amigos morrendo... O povo lá já era muito pobre, carente, sem estrutura, sem saneamento básico. Até hoje me lembro daquelas crianças de 4, 5 anos correndo atrás da viatura pedindo comida. Nossa missão não era dar comida, era oferecer segurança. Foi tudo muito difícil. Nós não passamos fome, a tropa, mas os haitianos sim. Ver tudo aquilo foi muito dolorido”, disse o fuzileiro, que não quer voltar ao Haiti para não deixar a família sozinha no Brasil. “No dia do terremoto eu estava na guarda. Foi muito assustador. Senti um tremor enorme. Eu já estava lá havia seis meses, iríamos voltar, mas acabamos ficando mais
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PATRULHA Soldado da Missão de Paz durante patrulha por Bel Air, o maior e mais violento bairro de Porto Príncipe
um mês depois do terremoto. Não é uma situação agradável acompanhar toda aquela tragédia, mas tivemos que arrancar forças do interior para poder enfrentar tudo aquilo e ainda ajudar aquela população”, disse o terceiro sargento Sérgio Eduardo Marinho Silva. Antes do terremoto, Silva tinha função administrativa, era responsável pelo pagamento dos militares. Depois, como todo o restante da tropa, seguiu ajudando em todas as frentes de trabalho. “O militar por si já tem um psicológico preparado para isso, sabíamos o que íamos encontrar lá. Só que o terremoto não era esperado. Não voltei mais para lá, mas para meus companheiros que estão se preparando para ir digo: boa sorte. Estar no Haiti é uma missão nobre e, depois do terremoto, ficou mais nobre ainda porque é de suma importância nossa estada lá, ajudando
aquelas pessoas. Ficamos muito tristes com as perdas, mas ao mesmo tempo nós perdemos aqueles militares que deram a vida ajudando outra pessoa, é uma missão muito nobre. Eu voltaria”, disse o sargento. O Brasil mantém presença forte no Haiti desde 2004, quando foi criada a Minustah (Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti) para ajudar na reconstrução do país após a deposição do presidente Jean-Bertrand Aristide. Após o terremoto, os principais trabalhos têm sido no combate à epidemia de cólera. “Temos um contingente de 2.100 militares hoje. Antes do terremoto eram 1.200 e depois enviamos mais 900, além disso, temos uma representação diplomática significativa na embaixada”, disse Rodrigo de Oliveira Godinho, chefe do departamento América Central e Caribe do Ministério das Relações Exteriores.
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Domingo 2 Janeiro de 2011
SOLENIDADE Militares do Vale do Paraíba em cerimônia de formatura dos soldados que irão atuar na Missão de Paz do Haiti em 2012
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o governo brasileiro já enviou para o Haiti cerca de US$ 410 milhões após o terremoto –US$ 170 milhões em ajudas humanitárias, US$ 155 milhões para o fundo de reconstrução, US$ 70 milhões para programas de cooperação na área da saúde e US$ 15 milhões para cooperação técnica. “Estou indo pela terceira vez ao Haiti dentro de um espaço de cinco meses. Minha percepção é que, ao menos, na região central de Porto Príncipe já foi removido uma parcela significativa de entulho. Já há um certo aspecto de normalidade, pelo menos na área mais central. Mas obviamente é um trabalho intenso que demanda principalmente recursos, é um trabalho muito caro e também demanda resolução de alguns problemas legais como, por exemplo, tí-
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tulos de propriedade. Muita parte desse entulho está localizado em áreas privadas, então há uma dificuldade legal nisso tudo”, disse Godinho. O clima do efetivo de mil homens que se prepara para atuar no Haiti no segundo semestre de 2011 é otimista. Ali cada um dos soldados se mostra orgulhoso em fazer parte da Missão de Paz. “Serão seis meses de preparativos e mais seis meses de missão na ativa. São desafios, mas nós fomos preparados para isso. Estou muito entusiasmado, afinal é uma realização profissional e, mesmo diante de tanto flagelo, acredito que vale muito a pena levarmos a mão amiga àquele país. Vamos nos preparar intensamente durante esse primeiro semestre de 2011”, disse o capitão Ulisses Frontzek, 34 anos, do batalhão de Caçapava, responsável por todo efetivo.
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Mães e viúvas esperam pensões Das mães e viúvas dos militares mortos no terremoto do Haiti, apenas uma, Cleunice Souza Seraphin, já recebe a pensão pela morte do filho, Washington Luis de Souza Seraphin. As demais ainda aguardam decisão do Exército, que reconhece a demora na concessão do benefício. “O que tem nos ajudado é o grupo Amor Infinito, criado em Lorena, que reúne mães que perderam seus filhos de forma trágica. Não tivemos nenhum apoio no início, nem psicológico. Seis meses depois vieram falar conosco. Todas as mães e viúvas tiveram que entrar na Justiça para ter o direito à pensão”, disse Ana Lúcia Pedrotti, mãe do cabo Douglas Pedrotti Neckel. De acordo com o coronel José Alberto Zamith, da 12ª Brigada de Infantaria Leve de Caçapava, todos os processos que definem o beneficiário dos oficiais estão em andamento e devem ser analisados separadamente. “Nem todas as mães são beneficiárias dos seus filhos mortos. Cada caso é um caso. Estamos cuidando de tudo corretamente”, disse. Em novembro, a Comissão Mista de Orçamento do Congresso aprovou a abertura de um crédito especial para indenizar as famílias dos militares mortos. A indenização é de até R$ 500 mil, mais um auxílio de R$ 510 mensais por filho em idade escolar. O projeto ainda precisa ser aprovado pelo Congresso. Não há previsão de quando será votado. Prometida por Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro –na cerimônia de chegada dos corpos dos militares ao Brasil–, a indenização foi sancionada em junho. No próximo dia 12 de janeiro, data em que se completa um ano da tragédia, as famílias dos soldados se reúnem em Lorena para uma missa de homenagens na igreja Nossa Senhora Aparecida.•
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Ensaio
Ensaio fotográfico
Tanda Melo FOTÓGRAFA
São Luís antes
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A fotógrafa Tanda Melo registrou as cores e a arquitetura de São Luís do Paraitinga. As fotos foram feitas antes da enchente que devastou a cidade em janeiro de 2010
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MATRIZ A Igreja de São Luís de Tolosa, antes de ser destruída pelas chuvas. Abaixo o que restou da construção
São Luís depois 052-057_ENSAIO.indd 53
Flávio Pereira FOTÓGRAFO
O fotógrafo Flávio Pereira aproveitou o ensaio de Tanda Melo para revelar, um ano depois, as novas cores e a arquitetura que resistiu, ou não, à cheia na cidade
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Ensaio
ANTES A fachada da cafeteria, na praça Oswaldo Cruz, ainda tinha um prédio vizinho como companhia
DEPOIS As cores mudaram e o prédio ao lado desabou com a força das águas do Rio Paraitinga, que inundou a cidade
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ANTES A fachada do casarão que durante muitos anos olhou a praça com as cores esverdeadas
DEPOIS Hoje, apesar das flores, tudo teve que ser reconstruído e recuperado do antigo prédio
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Ensaio
ANTES As tonalidades vivas, uma das caracterĂsticas da cidade, saltavam aos olhos
DEPOIS No fundo, a fachada foi completamente reconstruĂda, e a vivacidade das cores se perdeu
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Escuna Residencia
Apartamentos de 1, 2 e 3 dormit贸rios. Su铆te e varanda
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Coisa & Taltigo
Marco Antonio Vitti
Um diálogo entre nossa fé, a genética e a biologia molecular (parte 2)
N
o artigo anterior, mencionei que a experiência da fé é um dom do Criador e não algo que se compra em qualquer lugar. E que a fé, segundo Rudolf Otto em seu livro “O Sagrado, a experiência da Fé”, é denominada de ‘Numinosa’, a que contém o ‘númem’, a luz, primeira grande obra de Deus: “FIAT LUX”, que a luz se faça. E a luz se fez! O neurocientista Mario Beauregard, professor titular da Universidade de Montreal, pesquisando sobre a fé, tenta localizar o “receptor interno” da experiência numinosa, a Experiência da Fé. Experimentos realizados com místicos mexicanos, que fazem uso de mescalina, um centro encarregado da percepção do sobrenatural e, portanto do misticismo, analisa o funcionamento neural tanto desses místicos, quanto do funcionamento neural de freiras em clausura. Relatos demonstram que tanto a experiência dos índios que usam o mescal, quanto a experiência das freiras para obter o que denominam de unio mística, ou união mística, é análoga, isto é, igual –ou seja a união com a entidade divina. Um dos sintomas que pacientes com esquizofrenia apresentam, assim como pacientes com epilepsia temporal, é sua grande variedade de experiências místicas, o que fez com que um neurologista indiano de nome Vilayanur Ramachandran
FÉ “Pacientes com esquizofrenia apresentam grande variedade de experiências místicas” relacionasse o lobo temporal como o centro cerebral da experiência mística. Ramachandran realizou uma pesquisa com mil voluntários, que foram submetidos ao Inventário de Caráter e Personalidade, de Robert Cloninger. Esse invetário diagnostica os três neurotransmissores principais: serotonina, noradrenalina e dopamina, além de uma variante do gene VMAT2, que codifica fantasticamente uma proteína de transporte das monoaminas anteriores, que parecem estar diretamente ligadas com os índices mais altos de transcendência –como Jung definiu como a Função Transcendente, e eu correlacionei com o neurotransmissor GABA: Ácido Gama Amino Butírico, um neurotransmissor produzido pelas benzodiazepinas, os calmantes, e também os anticonvulsivantes, evitando a agitação e convulsões, acalmando os pacientes com alta ansiedade e convulsões. Daí pode inferir que a transcendência mística somente é alcançada sob condições especiais, que como fomos criados por Deus, carregamos dentro de nós, o gene de Deus, e a evolução biológica nos proporciona ou não transmitir durante a evolução permitindo o desenvolvi-
mento de uma sociedade serena e solidária. Ramachandran pesquisou com o Inventário de Caráter e Comportamento de Cloninger principalmente o tipo Bioquímico Transcendência, que eu denomino de GABA. A serotonina desenvolve a depressão em pessoas que evitam sofrimento; a noradrenalina, a depressão das pessoas que sofrem de ansiedade de antecipação, e a depressão anedônica, isto é, as pessoas que não possuem energia para fazer nada e não sentem o menor prazer na vida. Ramachandran correlacionou a transcendência a três pontos para que alguém possa alcançar a fé: capacidade de esquecer de si mesmo, isto é, liberar-se do Ego material; sentimento de identificação transpessoal, isto é, o sentimento de estar interligado com o universo; e o misticismo, isto é, capacidade de acreditar em fatos não demonstráveis. Quando estes três aspectos espirituais estão presentes, conectamos o espírito que não é material, com o Universo, e então a fé. Quando todos os neurotransmissores estão em equilíbrio e funcionando ao mesmo tempo e estamos desligados de nosso Ego, alcançamos a fé e, principalmente, perdemos o medo da morte, pois nosso espírito fica livre para fazer parte novamente do todo de onde viemos e, voltamos aprimorados ou não pela vida que levamos aqui na Terra, para fazermos parte do Universo que é eterno apesar do ser humano achar que não. •
Marco Antonio Vitti Especialista em biologia molecular e genética vitti@valeparaibano.com.br
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Turismo ROTEIRO
Férias de verão Preparamos um roteiro com atrações regionais, delimitadas a um raio de até 200 quilômetros partindo de São José dos Campos, para você passar momentos agradáveis e de muita diversão nesta temporada. Boa viagem
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Hernane Lélis São José dos Campos
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érias perfeitas são aquelas que acalmam a mente, revigoram o corpo e melhoram o humor. Para tudo isso acontecer, o ideal é ter opções para aproveitar o momento de folga sem precisar enfrentar intermináveis congestionamentos, inúmeros pedágios, filas nos aeroportos, ou ainda, atrasos e cancelamentos de voo. Pensando nisso, a revista valeparaibano elaborou um prático roteiro para quem sair de casa tendo como única preocupação as malas por fazer. São atividades que demandam pouco tempo de viagem e dinheiro, já que a sugestão é aproveitar as atrações regionais, delimitadas em um raio de até 200 quilômetros partindo de São José dos Campos. Você pode fazer o tradicional “bate e volta”
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ou esticar a estadia visando desfrutar com mais tranquilidade tudo o que seu destino tem a oferecer. O itinerário inclui parte da costa norte do litoral paulista, Vale do Paraíba e Vale Histórico, Serra da Mantiqueira, Mogi das Cruzes e São Paulo. Destinos já consolidados nas férias de verão, como a praia de Maresias, em São Sebastião, que reúne em seus cinco quilômetros de extensão gente bonita e muita badalação, ao menos desbravados, porém não menos estimulantes, como o turismo cultural nas pequenas cidades do Vale Histórico, onde fazendas e casarões dos tempos de ouro do café são preservados para acolher e levar seus visitantes a uma viagem pelo Brasil colonial. Há opções para todos os gostos e grupos. Aos mais aventureiros, a dica é reservar um dia para descer um dos circuitos de rafting de São Luís do Paraitinga. A atividade pode durar entre duas e quatro horas, dependendo do grau de dificuldade escolhido. Mas se a ideia é respirar o ar puro da Serra
da Mantiqueira, nada melhor do que fazer isso do alto. Em Santo Antônio do Pinhal é possível saltar de uma altura de 1.700 metros a partir do conhecido Pico Agudo. Os roteiros rurais de Mogi das Cruzes, normalmente mais utilizados pelos paulistanos, estão em alta. A cidade é referência no agronegócio e abriu as portas para receber interessados em passar dias, ou mesmo um dia, como um verdadeiro homem do campo, explorando as áreas de cultivo de cogumelos, caqui, hortaliças e orquídeas. Diversos sítios e fazendas possuem hospedagem –ideal para quem quer acordar cedo apenas para ser o primeiro a saborear um pedaço de queijo branco, antes de uma cavalgada sentindo a Pedreira da Estrada de Ferro Central do Brasil e se banhar na cachoeira do distrito de Sabaúna. Agito São Paulo é um verdadeiro banquete para todo amante de eventos culturais, boa música, arte, gastronomia e, até mesmo, para
aquele que só quer aproveitar o fim de tarde e contemplar o pôr-do-sol sob a sombra de uma árvore. Distante apenas 97 quilômetros de São José dos Campos, a capital paulista é muito procurada nas férias, principalmente entre jovens, que querem visitar mostras, assistir a peças teatrais e shows que dificilmente chagariam ao interior. A vida noturna é comparável a das principais metrópoles do mundo, com opções de bares, restaurantes e baladas para todos os gostos –e todos os dias da semana. O agito passa pela Vila Madalena, Pinheiros, Moema, Barra Funda, Vila Olímpia e diversas outras regiões. Mas não são apenas as noites paulistanas que atraem os turistas. A cidade possui os maiores e mais importantes museus do país, como o Museu de Arte Moderna, Museu de Arte Sacra, Museu do Ipiranga e Museu Brasileiro de Escultura. No total são 88 espaços dedicados a exposições, além das inúmeras galerias de arte e espaços alternativos de cultura, teatros e casas de espetáculos.
PARAÍSO Barcos pesqueiros ao nascer-dosol na praia da Figueira, em São Sebastião, com Ilhabela ao fundo
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Turismo
Litoral Norte Região reúne praias tranquilas e badaladas, além do agito dos bares e casas noturnas Fotos: Flávio Pereira
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eja para estender a canga na areia e se bronzear, ficar horas na água esperando aquela onda perfeita ou mesmo sentar em um quiosque a beira-mar apenas para saborear uma porçãozinha de camarão e jogar conversa fora. Independentemente da preferência, uma opinião é unânime: durante as férias de verão, nada melhor do que curtir uma bela praia. Neste período, depois de um ano inteiro de trabalho, o importante é conseguir aliar o descanso ao lazer que a época sugere. E opções para isso não faltam no Litoral Norte. Cercada pela Mata Atlântica, a costa oferece 181 praias distribuídas entre Caraguatatuba, Ubatuba, Ilhabela e São Sebastião. Se a ideia é se isolar com a família em águas claras e tranquilas, uma das alternativas é a Praia de Prumirim. O local é um segredo guardado pela natureza, distante 25 quilômetros do centro de Ubatuba, que esconde ainda a Cachoeira de Prumirim, onde os banhistas costumam se refrescar e tirar o sal do corpo depois de curtir o banho de mar. Ainda em Ubatuba, para quem procura um pouco mais de badalação, sem abrir mão do contato com a natureza, a dica é Itamambuca. Famosa pelas ondas que atraem surfistas de todos os cantos do país, a praia pode ser uma
SURFE RADICAL Surfista pega onda em Juqueí, em São Sebastião, uma das praias preferidas dos turistas; Itamambuca e Vermelha do Norte, em Ubatuba, também são opções para o surfe
BELEZA NATURAL Vista da praia da Cocanha, em Caraguá, muito procurada pelas família na alta temporada
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Claudio Vieira/vp
ótima opção para a família, já que em janeiro o mar costuma ser menos agitado. Mesmo sim, se a proposta é o surfe, com muita paciência e dependendo do dia, pode-se conseguir descer uma onda –só não espere nada acima de meio metro. Na ponta direita da praia desemboca o Rio Itamambuca. De águas límpidas e fundo arenoso, o local já foi considerado impróprio para os banhistas, mas hoje é uma das principais atrações da região, onde as crianças costumam nadar com seus precavidos pais. O ideal é chegar cedo para garantir uma boa vaga de estacionamento, principalmente se a intenção é encontrar um espaço nas alamedas sombreadas pelas árvores nativas. Mergulho e Pesca Na vizinha Caraguatatuba, a praia da Cocanha aparece como alternativa para a diversão de crianças e adultos. O visual é composto por grandes coqueiros, barcos de pesca e pelas ilhas Cocanha e Tamanduá. O mar calmo e de águas claras atrai famílias e adeptos do caiaque e do mergulho de observação. A infraestrutura inclui quiosques, bares e restaurantes. A praia abriga ainda a maior fazenda de mexilhões do Estado, onde é possível visitar, alugando um dos barcos de passeio disponíveis. Quem utiliza da pesca como terapia pode aproveitar o dia na Massaguaçú, considerada
PAQUERA
VELA Veleiro no canal de São Sebastião
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BADALAÇÃO Praia Vemelha do Norte, em Ubatuba, encanta pela natureza e quantidade de gente bonita . Por ser de tombo, é ideal para o surfe. À noite , o som do mar se une ao violão em torno de uma fogueira para um tradicional lual
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Turismo Fotos: Claudio Vieira/vp
pela população local a melhor praia para pescaria de arremesso, já que não é preciso entrar na água para lançar o anzol. No mar é possível encontrar com maior frequência as espécies Sargo e Robalo. A praia já foi palco até mesmo de torneios internacionais de pesca e hoje concentra competições regionais. Refúgio A queridinha Ilhabela também tem seus refúgios. Vale destacar Castelhanos. A praia une aventura e agito em um cenário digno de pôster de agência de turismo. Só há um acesso de carro para quem quer desfrutar desse paraíso. São 22 quilômetros de estrada de terra, buracos e lama. Como nada é perfeito, atrás do mar de Castelhanos vem uma legião de turistas e atrás destes uma legião de pernilongos e borrachudos. Os turistas costumam ficar na praia a manhã inteira e começo da tarde. Tempo suficiente para relaxar nas ondas, observar pássaros, esquilos e a Mata Atlântica, que tem em suas trilhas cachoeiras, como a do Gato, com seus intermináveis 80 metros de altura. Para chegar é preciso caminhar 25 minutos por uma trilha. Outra praia extremamente preservada em Ilhabela é a Jabaquara. Com quase meio quilômetro de areia branca e fina, poucos banhistas frequentam o local, onde apenas dois quiosques servem bebidas e petiscos. Tomar sol, se refrescar no mar, praticar esportes náuticos ou apenas apreciar a natureza são algumas das possibilidades para os visitantes. A praia é emoldurada por dois riachos que formam piscinas naturais na areia antes de desaguar lentamente no oceano. Para chegar na praia Jabaquara, é preciso percorrer a estrada principal da ilha até o fim, quando começa o trajeto de terra, com cerca de dez quilômetros de extensão.
ADRENALINA Aventureiros sobrevoam a orla de Caraguá; saltos são realizados a partir do Morro de Santo Antonio
AVENTURA VOO LIVRE Com 340 metros de altitude, o Morro de Santo Antônio, em Caraguatatuba, serve de encontro para os amantes da asa-delta e do parapente. A atividade pode ser contratada no local . Do alto, é possível apreciar a enseada de Caraguá
Flávio Pereira
É VERÃO Turistas na praia de Itamambuca, em Ubatuba
AVENTURA Salto de asa delta em Caraguá; esportes radicais são atração na alta temporada
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Points Praia, cachoeira, balada, bons restaurantes. Com infraestrutura turística de alto nível e programação bem variada, a Praia de Camburi é um dos points do Litoral Norte. Localizada em São Sebastião, é uma das mais badaladas do litoral, junto com Maresias. O mar da região é um convite para se refrescar e praticar esportes como surfe e kitesurfe. Além da beleza da praia, a exuberância da Mata Atlântica preservada atrai quem gosta de fazer trilhas e se aventurar pela mata, de bela flora e cachoeiras. Também é em Camburi onde fica uma das boates mais concorridas do litoral de São Paulo. Centro do agito, o Galeão é dividido entre bar e eclética pista de dança, que embala os turistas com sons que vão do eletrônico ao axé. Sem muita dificuldade você pode esbarrar com alguma celebridade, jogador de futebol e ícones do surfe, até mesmo o decacampeão mundial
NÁUTICA
Kelly Slater já pisou por lá. O agito e a beleza de Camburi só divide a atenção dos turistas com a também animada Maresias. Passa verão, entra verão e a praia segue como um dos destinos mais procurados do Litoral Norte. Também pudera: seus cinco quilômetros de extensão reúnem o que há de melhor nesta época do ano: pessoas bonitas, boa gastronomia, mar limpo e, para quem é adepto do surfe, uma das melhores ondas do Brasil, além da famosa badalação noturna do Sirena. Quem quer evitar pegar a praia lotada, principalmente nos finais de semana, deve estender a canga e abrir o guarda-sol logo pela manhã, de preferência antes do meio-dia, já que até esse horário a maioria dos turistas, principalmente os jovens, está dormindo, recuperando a energia gasta no dia anterior. Já para os que procuram o agito, a dica é ficar entre o número “2000” da Avenida Francisco Loup e o Canto do Moreira, o preferido dos surfistas.
Flávio Pereira
PASSEIO NO MAR O píer do Saco da Ribeira é o centro do turismo náutico de Ubatuba. Do local, partem iates, lanchas e escunas para passeios pela orla e ilhas da região, como a Ancheita, segunda maior ilha do litoral de São Paulo, com belissímas praias e trilhas que levam às ruínas de um antigo presídio
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Turismo
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Serra da Mantiqueira Calmaria e aventura nas montanhas Claudio Capucho/vp
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erão é sinônimo de praia? Pode ser, mas ainda há turistas que preferem a calmaria das montanhas, longe do agito do litoral. No alto da Serra da Mantiqueira, a 1.700 metros de altitude, Campos do Jordão é destino certeiro para quem gosta de um verão com muito requinte. A cidade dispõe de uma gama de hotéis e pousadas aconchegantes, bares e restaurantes de alto nível e uma intensa programação cultural. Campos é uma das estâncias turísticas mais procuradas quando a temperatura cai no inverno. No entanto, na estação mais quente do ano, continua como ótima opção para passar um dia ou um fim-de-semana. Não à toa que ganhou o título de “Suíça Brasileira”. Entre suas vilas, a mais sofisticada é Capivari, que concentra lojas especializadas em malhas e chocolates, e a disputada cervejaria Baden Baden. Para quem é ligado em natureza, Campos oferece diversas atrações ecológicas. O visitante pode escolher entre trilhas, pescaria, arvorismo e passeios a cavalo, entre outras modalidades. Uma boa opção é conhecer o Parque Estadual de Campos do Jordão, o mais antigo horto florestal do Brasil, que oferece uma vasta área para piquenique, churrasqueira, atelier ambiental, centro de exposições com mostras de exemplares da fauna e flora da região. Encravada no meio da serra, São Bento do
Flávio Pereira
FELÍCIA LERNER ARTE O museu, em Campos do Jordão, é o primeiro do Brasil a expor suas obras a céu aberto. O espaço reúne 100 peças esculpidas em bronze, granito e cimento branco Flávio Pereira
SUÍÇA BRASILEIRA Movimento no bairro do Capivari, principal ponto turístico de Campos
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COMPRAS Turistas no Capivari, bairro badalado em Campos do Jordão
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Eugênio Vieira
Sapucaí, detém como maior trunfo turístico o Complexo do Baú. São 1.950 metros de uma enorme formação rochosa que compõe um dos principais cartões-postais da cidade. A atração é formada por três rochas: a Pedra do Baú, a maior e mais alta, o Bauzinho, com 1.760 metros, e a Ana Chata, com 1.670 metros de altitude. Por Campos do Jordão é fácil chegar de carro ao Bauzinho, sendo possível alcançar sua parte mais íngreme com facilidade. Para os mais aventureiros, o acesso ao topo da pedra maior é feito por uma trilha que demora, em média, uma hora e meia de caminhada na mata. Logo após encontram-se as escadas de ferro e vergalhões cravados nas pedras. A partir deste ponto a adrenalina fica mais forte, pois o trajeto é feito por meio de escalada nos paredões estreitos da rocha, que exige certo preparo físico e coragem. Recomenda-se que este passeio à pedra maior do Baú seja conduzida por guias capacitados, que conhecem bem as trilhas e as escadas que levam ao cume. No ponto mais alto, os visitantes podem andar em sua base, apreciando uma visão espetacular –boa parte da serra de Campos e as montanhas de Minas Gerais. Santo Antônio do Pinhal também é uma ótima opção. O passeio começa no Jardim dos Pinhais, uma coletânea de jardins temáticos com diferentes formas e cores. Em contraste ao programa bucólico, duas atividades brindam os mais aventureiros: uma trilha pelo bosque das araucárias até um mirante para a Pedra do Baú e um arvorismo com seis travessias e três tirolesas. Se nada disso foi suficiente para desafiar sua coragem, a dica é seguir até o Pico Agudo, a nove quilômetros do centro, para fazer um voo livre. Para aventurar-se a uma altura de 1.700 metros é preciso contratar uma agência especializada. Rogério Marques/vp
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BELEZA Jardim dos Pinhais, a coletânia de jardins em Santo Antonio do Pinhal
PEDRA DO BAÚ TRILHA E ESCALADA Localizada em São Bento do Sapucaí, é uma fantástica formação rochosa. Seu cume está a 1.950 metros de altitude, de onde é possível avistar boa parte da Serra da Mantiqueira e as montanhas de Minas Gerais
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Turismo Fotos: Adenir Brito/PMSJC
Vale do Paraíba Do turismo cultural ao ecológico
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or trás de suas indústrias e centros de pesquisa, o Vale do Paraíba esconde diversas atividades que podem movimentar suas férias de verão. As opções vão desde o turismo ecológico ao de aventura e cultural. A vantagem em escolher um dos programas oferecidos na região está no custo benefício, já que em poucos minutos é possível se deslocar para qualquer atividade sem ter que desembolsar muito dinheiro. E quem quiser conhecer melhor as cidades da região pode começar com Pindamonhangaba. O município oferece como principal atrativo a Estrada de Ferro e seu simpático roteiro de três horas que leva os turistas a Campos do Jordão, a 47 quilômetros do ponto de partida. A parada final é o ponto ferroviário mais alto do país, com 1.743 metros de altura.
Pinda faz parte do Circuito Mantiqueira e aproveita as belezas naturais dessa importante serra para atrair viajantes que visitam cidades próximas como Campos, Santo Antônio do Pinhal e Monteiro Lobato. Essa última ganhou a referência do autor de clássicos da literatura infantil brasileira que empresta o nome de uma de suas obras a um bem-sucedido passeio que alia natureza e letras: o balneário Reino das Águas Claras. Localizado em uma área de mais de 20.000 metros quadrados, o parque foi criado em 1970 e oferece atrativos para todas as idades. Crianças e adultos se encantam com a imensa área verde que abriga esculturas em cerâmicas dos famosos personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Aos pés da serra também está a fazenda Nova Gokula, que abriga uma comunidade Hari Krishma e recebe visitantes em suas cachoeiras, jardins, trilhas e viveiros.
CACHOEIRA LAZER O relevo montanhoso garantiu a São Francisco Xavier abrigar diversas cachoeiras, entre elas, a Pedra do David, com 15 metros de altura em várias quedas Divulgação
DISTRITO Praça central do charmoso distrito São Francisco Xavier
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HARE KRISHNA Imagens na capela da Fazenda Nova Gokula, em Pinda
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Fotos: divulgação
Aventura No entanto, nem só de história vive Pinda. A cidade também é conhecida por oferecer condições ideias para a prática de voo livre. Os saltos, duplos e individuais, podem ser agendados no aeroclube. Eles acontecem geralmente nos finais de semana. Outra opção para ficar nos céus de Pinda, porém sem a mesma adrenalina, é contratar um voo de balão. O passeio deve ser agendado com uma semana de antecedência. Agora, se ficar com os pés longe da terra não está em seus planos, a dica é seguir para São Luís do Paraitinga e trocar os ares pela água. O aconchegante município é rodeado por três rios –Paraitinga, Paraibuna e Chapéu– e três agências de turismo local oferecem diferentes roteiros para a prática de rafting, variando o nível de dificuldade da aventura. O passeio pode mesclar trilhas de bicicletas ou a pé até o ponto de embarque nos botes. Uma das opções é a descida conhecida com Brás Adão, considerada de grau médio. O percurso tem 10 quilômetros com muitas pedras e grandes desníveis com diversos tipos de corredeiras. Os grupos partem aos finais de semana, a partir das 8h. A descida termina na Fazenda Palmeiras, onde o turista pode utilizar vestiário, lanchonete, conhecer o lago, piscina, cascata e, se ainda tiver disposição, se aventurar por uma tirolesa de 110 metros de extensão e 28 metros de altura. O salto acontece de uma base sobre uma colina que margeia um belo lago. Uma aquaplagem é o “freio” da atividade. Cachoeiras Para os que preferem o silêncio à agitação, o distrito de São Francisco Xavier, em São José dos Campos, é uma opção. Ele tem clima de povoado pacato e natureza exuberante, já que 90% do território encontra-se em área de preservação ambiental. “São Xico”, como os moradores chamam a região, conta com diversas cachoeiras e rios para banho. Uma das mais procuradas é a de Pedro David, com 15 metros de altura, em várias quedas, formando uma piscina natural. A cachoeira do Roncador é a mais alta do município –são 45 metros. No local, existe um restaurante com comidas típicas da roça e chalés para locação. Outra opção é a cachoeira dos Couves, com uma queda de 15 metros e estrutura montada para praticantes de rappel.
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Sua Nova Realidade: A Casa Dos Seus Sonhos. Comece uma nova história na sua vida. Inicie um novo capítulo e adquira um imóvel nos Estados Unidos. Assessoria Imobiliária profissional, personalizada e com atendimento em Português. De Brasileiro para Brasileiro. Compra, Venda, Consultoria Imobiliária, Administração, Relocação Lançamentos, novos, usados & resorts, Financiamento* Para um bom investimento é preciso uma boa orientação. Com a consultoria de Claudia Panella, associada a Coldwell Banker**, a aquisição de seu imóvel, é uma história sem aventuras. Consulte-nos! Para falar diretamente com Claudia Panella, ligue direto do Brasil para os Estados Unidos ao custo de uma ligação local: (11) 3957-0493, ou mande um email para: Claudia@cpanella.com
DIVERSÃO REINO DAS ÁGUAS CLARAS Instalado em Pindamonhangaba, o parque Reino das Águas Claras foi todo inspirado na obra de Monteiro Lobato. Crianças e adultos se encantam com a imensa área verde e esculturas dos famosos personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo
CLAUDIA PANELLA
CIPS Certified International Property Specialist TRC Transnational Referral Certified FAR, NAR, ORRA Member Radicada em Orlando, na Flórida, há 14 anos associada à Coldwell Banker, empresa mundial com mais de 100 anos de existência.
Brasil: (11) 3957-0493 • Cel: 0-XX-1-407-947-5026 Coldwell Banker Office: 0-XX-1-407-352-1040 r: 142 7626 Sandlake Rd • Orlando, Fl • 32819 Email: claudia@cpanella.com www.ClaudiaPanella.com * Sujeito à aprovação, financiamento com 30% de entrada para imóveis acima de 150 mil dólares. ** Mais de 3.300 escritórios presente em mais de 50 países. Top Imobiliária nos Estados Unidos. Coldwell Banker Real Estate LLC. Coldwell Banker®, Coldwell Banker Previews International®, e Previews® são marcas registradas licenciada a Coldwell Banker Real Estate LLC. An Equal Opportunity Company. Equal Housing Opportunity. Owned And Operated By NRT LLC.
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Turismo
Vale Histórico Uma viagem ao Brasil colonial e religioso Fotos: Thiago Leon/vp
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ara quem não cansa de aprender e, mesmo nas férias, quer carregar um pouco de conhecimento cultural na bagagem de volta para casa deve reservar uns dias para desbravar o Vale Histórico. A região garante uma viagem ao Brasil colonial, com seus casarões, fazendas, costumes e tradições dos tempos dourados do café. Tudo isso em meio a uma natureza exuberante e uma saborosa variedade gastronômica. Vale a pena caminhar pelas trilhas de Bananal, conhecer às construções dos ricos barões do café, e a beleza bucólica de Arapeí e São José do Barreiro, porta de entrada do Parque da Bocaina. Tem ainda a hospitalidade de Areias, cidade que já hospedou imperadores. Há também Queluz, aos pés da imponente Serra da Mantiqueira, com suas preservadas fazendas, e Silveiras, o primeiro município de São Paulo a se tornar área ambiental. O Parque Nacional da Serra da Bocaina, é um oásis de paz e tranquilidade, protegendo a rica Mata Atlântica com seus rios e belíssimas cachoeiras. Lá podem ser encontrados, até hoje, remanescentes das trilhas abertas pelos escravos para escoamento do ouro e do café. Religioso O turismo religioso é o seguimento responsável por atrair grande quantidade de visitantes ao Vale. Milhares de pessoas aproveitam as férias para ir ao Santuário de Aparecida, conhecer Guaratinguetá, a terra de Frei Galvão –o primeiro santo brasileiro– e Cachoeira Paulista, onde fiéis de todo o Brasil passam dias na Canção Nova, Comunidade de Renovação Carismática Católica, para participarem de missas, retiros, palestras e shows.
FIÉIS Multidão atravessa a passarela do Santuário Nacional, em Aparecida
FÉ TURISMO RELIGIOSO Milhares de pessoas aproveitam o período de férias para ir a Aparecida e visitar o Santuário Nacional. Outra opção é conhecer a casa de Frei Galvão, primeiro santo brasileiro, e sua história em Guaratinguetá Divulgação
HISTÓRIA Casarão da Fazenda Boa Vista, em Bananal
RELIGIÃO Devota no interior da casa de Frei Galvão, em Guará
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Mogi das Cruzes Roteiros rurais e esportivos Fotos: divulgação
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ogi das Cruzes apresenta uma grande diversidade de recursos e atrativos turísticos, entre eles, os roteiros rurais, explorando as áreas de cultivo, onde detém o título de maior produtor nacional de cogumelos, caqui, hortaliças e orquídeas. As atividades incluem passeio pela região de Sabaúna, distrito de Mogi, que abriga a Pedreira da Estrada de Ferro Central do Brasil. Há no local uma cachoeira, uma nascente e um paredão de pedra natural, que pode ser utilizado para a prática de rapel e tirolesa, um dos esportes mais procurados pelos adeptos do turismo de aventura. Também é possível conhecer a estação ferroviária. Inaugurada em 1º de janeiro de 1893, no entorno encontra-se a casa do chefe da estação, a vila de casas dos funcionários e a caixa d’água que abastecia a Maria Fumaça. Quem estiver por lá pode aproveitar para embarcar no “Expresso Turístico”. Tratase de uma locomotiva da CPTM que puxa dois vagões fabricados na década de 60, até a estação da Luz, na capital paulista. O trajeto dura cerca de uma hora e meia. Esporte Mogi possui um dos melhores campos de golfe do Brasil, no Paradise Golf & Lake Resort, uma parada obrigatória aos praticantes deste esporte, ou mesmo para quem está dando suas primeiras tacadas, já que aulas podem ser agendadas no local. O jogo é disputado entre grupos de duas a quatro pessoas, sendo que todos os equipamentos, incluindo carrinhos elétricos para se locomover entre os 18 buracos, são disponibilizados pelo hotel. Para os que preferem atividades mais radicais, Mogi oferece uma rampa para voos de asa-delta, o Pico do Urubu. Situado no topo da Serra do Itapeti, é o segundo ponto mais alto da cidade, com 1.160 metros acima do nível do mar, onde se tem uma visão da Serra da Mantiqueira, das cidades de Suzano, Poá e Itaquaquecetuba, além da Serra do Mar e, claro, de toda Mogi das Cruzes.
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GOLFE ESPORTE Mogi das Cruzes abriga um dos maiores campos de golfe do Estado de São Paulo em um confortável resort. A cidade também investe no turismo rural, explorando o agronegócio
LAZER Piscina do Paradise Golf & Lake Resort, em Mogi das Cruzes
TRILHOS Estrada de Ferro Central do Brasil, no distrito de Sabaúna
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Turismo
São Paulo Capital reúne passeios culturais, gastronomia, lazer e baladas Fotos: divulgação
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ultura, entretenimento e bons restaurantes são alguns dos inúmeros atrativos de São Paulo. Quem chega à cidade, logo percebe a quantidade de edifícios que dominam a paisagem e cobrem toda a área urbana. Mas em meio a essa “selva de pedras” está uma variedade de atrações para os amantes da boa música, teatros, danças, artes plásticas, gastronomia e, até mesmo, para aquele que só quer aproveitar o fim de tarde contemplando o pôr-do-sol sob a sombra de uma árvore com a família. A capital foi colonizada por habitantes do mundo todo –japoneses, chineses, italianos e libaneses. Cada um trouxe consigo sua cultura, que a cidade soube incorporar de forma inigualável. A culinária é o que há de mais visível nessa mistura. Está à procura de um restaurante tailandês, indiano ou marroquino? São Paulo tem: são 13 mil restaurantes, de 52 tipos e etnias. Mas viajar 97 quilômetros de São José dos Campos a São Paulo, por exemplo, apenas para apreciar um cardápio diferente, por mais tentador que seja, ainda é pouco estimulante. Por isso, você pode se programar para conhecer um pouco do acervo cultural disponível na capital. Masp, Pinacoteca do Estado, Museu de Arte Moderna, Museu de Arte Sacra, Museu do Ipiranga e Museu Brasileiro de Escultura são alguns dos 88 museus existentes na cidade. Na Pinacoteca, é possível conferir, entre outras mostras, a exposição “Desenhar no Espaço”. São cerca de 80 obras –pintura, escultura, desenhos e objetos de artistas brasileiros e venezuelanos da Coleção Patrícia Phelps de Cisneros. Os trabalhos são datados de 1940 a 1990. Mas se a ideia é se divertir em um espetáculo, há opções que vão do erudito ao popular. São 120 teatros, 39 centros culturais e 7 casas de espetáculos. Para aqueles que procuram boas baladas, São Paulo é o lugar certo. Além da conhecida Vila Madalena, reduto de bares e botecos que agradam qualquer gosto ou estilo, a capital paulista tem algumas das melhores casas noturnas do Brasil, algumas até com renome mundial, como a Pink Elephant. O clube surgiu em meados de 2006, em Nova York, e hoje possui filiais em Monte Carlo e St. Barths. A sede paulistana
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CULTURA EXPOSIÇÕES O Masp, em São Paulo, possui 8.000 obras. O acervo conta com a mais importante e abrangente coleção de arte ocidental da América Latina e de todo o hemisfério sul
D-EDGE Pista da dança da badalada casa noturna
ocupa o edifício Dacon. Entre os diversos luxos da casa, destaque para os maquiadores e cabeleireiros de plantão nos banheiros. A Pink costuma ser frequentada por artistas e membros da alta sociedade. O valor da consumação para mulheres é de R$ 100 e, para os homens, R$ 250. Uma opção mais em conta seria a D-Edge. A casa é uma referência entre os fãs da música eletrônica. Cada dia da semana apresenta uma programação musical que passa pelo house, tecno, minimal, electro, drum’n’bass e vertentes do rock. Segunda é a noite da clássica festa On the Rocks, de rock, punk, new wave e electro. A entrada varia entre R$ 25 e R$ 70. Parques e Compras Se a viagem possibilitar uma esticadinha, não deixe de passear pelo centro, é uma boa opção para os que desejam conhecer os marcos arquitetônicos da cidade, como os Edifício Copan e o Edifício Itália. Também vale visitar a avenida Paulista, as feirinhas dos bairros, a Estação da Luz e o Mercado Municipal, com seus famosos pastéis de bacalhau e sanduíches de mortadela. Para aqueles que buscam o contato com a natureza, o Parque Ibirapuera, é uma ótima opção. Ao todo, são 53 parques e áreas verdes na cidade, como o Horto Florestal e o Parque Estadual do Jaraguá, que exige boa forma daqueles que se aventuram por seus 45 mil metros quadrados de extensão. •
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Paladar
Artigo
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Roberto Wagner
Acessórios do vinho: os essenciais e os que são apenas recomendáveis
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ertos acessórios tornam mais prazerosa a degustação de um vinho. São indispensáveis taças adequadas e um bom saca-rolhas. Elas devem ser lisas e incolores, para que se tenha visão perfeita da cor do vinho, que transmite importantes informações sobre ele. Falei sobre isso na edição de junho. Nada de taças coloridas ou de cristal trabalhado, como as do tipo bico-de-jaca. Acima de tudo, as taças devem ter um recipiente alto e amplo, para que se possa fazer girar a bebida sobre as bordas internas, liberando assim seus aromas. Taças baixinhas, que não permitem esse giro, são imprestáveis para degustação e depõem contra os restaurantes que as utilizam. Num bom saca-rolhas deve ser fina e não rombuda a espiral que penetra na cortiça, para danificá-la o menos possível. Assim evita que seus detritos caiam no interior da garrafa, além do que a cortiça intacta é perfeita para quem colecione as rolhas dos vinhos que degusta. O melhor saca-rolhas é o Screwpull, que, apesar do nome inglês, é feito por uma empresa francesa. A marca tem vários modelos, mas o Trilogy é simples, prático e barato. Também é ótimo o saca-rolhas Rabbit, da Metrokane, que lembra as orelhas de uma lebre. Mas só se for o autêntico,
AR O Vinturi promete a aeração instantânea do vinho, como se fosse um decantador
americano e caro. As imitações de origem chinesa, à venda em supermercados e lojas de quinquilharias, quebram antes de um mês de uso. Se às vezes você não toma todo o conteúdo da garrafa e precisa guardar o restante para beber mais tarde, tornase obrigatório um dispositivo chamado VacuVin. É uma bomba de sucção que retira o ar da garrafa pelo orifício de uma rolha de borracha, evitando que o vinho oxide. Assim, ele poderá ser guardado na geladeira por alguns dias, perdendo apenas um pouco de seus aromas, mas sem o risco de azedar. E é recomendável ter um decantador. Especialmente útil para separar da bebida os infalíveis resíduos de um vinho de longa guarda, o decantador também
é excelente para arejar vinhos mais novos, abrindo aromas e amaciando taninos. São caros os decantadores de cristal de marcas famosas como Riedel e Spiegelau. Mas modelos feitos de vidro, encontráveis em supermercados, produzem resultado idêntico e custam menos de 30 reais. Um acessório de lançamento recente chama-se Vinturi e promove a aeração instantânea do vinho, com o mesmo efeito de um decantador onde a bebida repousasse por horas. Ele ainda é difícil de ser encontrado no Brasil, mas pode ser adquirido de lojas como a SherryLehmann de Nova York, por meio dos sites SkyBox e BoxBrasil. Lá, custa 40 dólares.•
Roberto Wagner jornalista
robertowagner@valeparaibano.com.br
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Hi-Tech INTERNET
Foto: João Vasconcelos
Na ponta dos dedos A ‘guerra’ dos tablets está só começando; conheça as principais diferenças das marcas disponíveis no mercado brasileiro: o iPad, da Apple, e o Galaxy Tab, da Samsung Yann Walter São José dos Campos
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e você costuma acompanhar as novidades que aparecem no mercado da informática, provavelmente já sabe o que é um tablet. E se você é uma dessas pessoas que não consegue ver um novo aparelho sem comprálo, então com certeza já adquiriu o seu para o Natal: no dia 3 de dezembro, o iPad, da Apple, finalmente chegou ao Brasil, com nove meses de atraso em relação aos Estados Unidos e 12 dias depois de seu maior concorrente, o Galaxy Tab, da Samsung. O tablet –prancheta, em inglês– é um computador portátil sem teclado físico, com tela sensível ao toque. Ele é destinado às pessoas que querem acessar a internet, ouvir música, ver filmes, ler livros ou jogar games. Não serve para digitar textos longos. O iPad é o líder incontestado do mercado dos tablets. Apenas um mês após seu lançamento, no início de abril nos Estados Unidos,
• iPad, da Apple
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• Galaxy
Tab, da Sa msung
ultrapassou o milhão de unidades vendidas. O Galaxy Tab levou dois meses para atingir esta marca. De acordo com o último balanço da Apple, publicado em setembro, 7,5 milhões de iPads já foram comercializados em 43 países. É claro que, desde então, com as festas de fim de ano, as vendas dispararam. E tem mais: o iPad 2, uma nova versão do iPad com câmera frontal, é esperada para o primeiro trimestre de 2011. Para conquistar seu espaço no mercado dominado pela última invenção de Steve Jobs, o Galaxy Tab aposta na portabilidade (sua tela é menor que a do iPad) e em recursos que não estão presentes no iPad. A câmera fotográfica é um deles (tem até duas: uma de 3MP com autofoco e uma frontal para videoconferência), mas o tablet da Samsung também conta com rádio, TV digital, entradas microSD e USB e aplicações Flash. Além disso, permite fazer ligações como qualquer celular, bastando para isso um cartão SIM. É claro que o iPad também tem seus argumentos: a tela maior facilita a navegação e a leitura. A qualidade da imagem é superior à do Galaxy, e a bateria dura mais tempo (10 horas, contra 7 para o aparelho da Samsung). Além disso, o custo do Galaxy é alto: R$ 2.699, para o modelo desbloqueado e livre de planos (é possível comprar um aparelho por R$ 599, mas neste caso deve-se agregar o valor do plano da operadora telefônica). Os preços do iPad são mais convidativos: vão de R$ 1.649 para a versão mais barata, sem 3G e com memória de 16 GB, a R$ 2.599 para a mais cara, com 3G e memória de 64 GB. Todos os modelos têm Wi-Fi. Cabe ressaltar que, como sempre, quem tiver a oportunidade de comprar nos Estados Unidos vai pagar bem menos: entre USD 499 (R$ 835) e USD 829 (R$ 1.387). “O Galaxy Tab é mais completo. O iPad é indicado para os que buscam uma utilização mais básica. A navegação é mais rápida, e a imagem é de melhor qualidade”, resumiu Malcon Hebert, vendedor de produtos de informática da Fnac de Pinheiros, em São Paulo. “A maioria das pessoas não compra o iPad, e sim o último aparelho da Apple. Já possuem iMac, iPhone ou iPod, são fãs da marca. O Galaxy tem mais funções e, na minha opinião, é até mais interessante, mas a estrela do momento é mesmo o iPad”, comentou Fabrício Dias, coordenador do setor de eletrônicos da Fnac de Porto Alegre. •
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RAIO-X
IPAD
GALAXY
FABRICANTE TELA RESOLUÇÃO DIMENSÕES PESO MEMÓRIA PROCESSADOR
Apple 9,7’’ 1024x768 24,28 x 18,97 cm 680 ou 730 g 16, 32 e 64 GB Apple A4 (1Ghz)
Samsung 7’ 1024x600 18,88 x 12,03 cm 379 g 16 GB (aceita expansão) Cortex A8 (1Ghz)
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Moda&estilo VERSATILIDADE
Pra fazer a cabeça! Cristina Bedendo São José dos Campos
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á um bom tempo os chapéus deixaram a função de proteção de lado e se tornaram um acessório urbano, sinônimo de estilo. Para este verão, a influência dos anos 70 abre território para os chapéus no estilo panamá, que garantem um toque boho aos looks. Outro ponto forte desse modelo é a versatilidade, uma vez que ele combina tanto com looks para a praia como para um programa casual e descontraído na cidade. Apesar do panamá ser o principal hit do verão, modelos com abas mais largas, com copas arredondadas, também são ótimas opções para se proteger com estilo. Na hora de escolher o material, as temperaturas mais altas pedem modelos em palha fininha ou tecidoss bem leves, em cores claras ou uma estampa-ria étnica. Para incrementar o seu modelo, a tradicional tira preta pode ser substituída porr outra colorida, estampada no estilo navy ou atéé mesmo adaptada com um lenço. Por ser um acessório bem despojado, a dica é não tentar combinar o chapéu com a roupa. O interessante é usá-lo como um ponto de con-traste no look, justamente para proporcionarr essa atitude despojada e cool. Quem quiser serr mais discreto, pode escolher um modelo com m cor semelhante ao tom do cabelo. Nos pés, sa-patilhas, sandálias rasteiras e sapatos no estilo o oxford complementam o look.
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Chapéu em pal
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RAQUEL MANZATTI A designer Raquel Manzatti, de São José, também resolveu investir nas animal prints. O modelo Raquel ganhou estampas de onça e zebra
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MISTURA DE MATERIAIS
PULSO FIRME Os relógios com pulseiras coloridas viraram mania. São ótimos para o dia-adia, curtir a praia ou praticar esportes
Plástico, palha, cortiça e camurça estão entre os eleitos para a temporada quente, principalmente se o assunto é moda praia
ANIMAL PRINTS AN
LIFESTYLE
SHOP & MAIS
Coleção alto verão da Enjoy
VP DESTAQUE!
CHAPÉU PANAMÁ EMPORIONAKA A marca produziu cores diferentes para o modelo no estilo panamá De R$ 79,90 a R$ 179,90.-
Soltando as feras Basta dar uma olhada nas coleções de alto verão, principalmente nos acessórios, para perceber que as estampas animais foram eleitas como a padronagem da temporada. Clássica e atemporal, a estampa de onça rouba a cena: está em bolsas, sapatos, biquínis, roupas, entre outros acessórios. Nas ruas das principais cidades que ditam a moda ao redor do mundo, esse clima safári é onipresente. Há quem pense que a estampa de onça remete a um estilo sofisticado demais. Pelo contrário: é possível ousar em misturas de estampas super descontraídas que deixam o lado perua totalmente de lado. Por isso, a dica é investir principalmente nos acessórios com essas estampas, já que elas continuam em alta até o inverno 2011. Dos looks mais clássicos aos mo-
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derninhos, vale combinar as animal prints com outras estampas, como listras ou camisetas mais rock ou étnicas. Vale também a mistura com estampas florais. A New Order, por exemplo, foi uma das marcas que misturou, em sua coleção, estampas animais com acessórios florais, num clima bem humorado que pode ser adaptado para o guarda-roupa das mais jovens. O mix de safári + militar também é bem vindo, principalmente para as mais clássicas, que podem apostar em tons de cáqui e verdes. No caso dos acessórios, as peças em animal prints ganham aplicações de pedrarias em cores como o coral e o turquesa –que lideram a cartela do verão. Para quem não quiser ousar na combinação de duas estampas, uma das opções é a dupla onça + nude, quase impossível de errar.
Com uma loja inaugurada há poucos meses em São José, a coleção de alto verão da Enjoy conta com peças inspiradas no lifestyle do Rio de Janeiro. Para complementar os looks, colares com pedrarias e pingentes, além de lindas agendas. NO VERÃO
TOQUE DE COR NA AREZZO A coleção conta com modelos com estampa de onça ou lisos, como este com faixa colorida R$ 99,90.-
LOJAS RENNER O modelo deste chapéu encontrado nas lojas da Renner tem abas menores e estilo bem urbano R$ 39,90.-
Clima de romance da Lulu Brasil
A marca Lulu Brasil escolheu a praia de Boiçucanga, em São Sebastião, para fotografar a campanha de alto verão da marca. As peças traduzem todo o romantismo da marca para a temporada quente, em tons pastéis, chapéus delicados e tecidos fluidos.
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Tempos ModernosArtigo
Alice Lobo
Transforme suas metas de Ano Novo numa lista verde e consciente
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romessas e listas do que fazer e do que evitar já virou tradição em todo começo de ano. Afinal, quem nunca disse “neste ano eu vou emagrecer” ou ainda” neste ano eu vou voltar a fazer algum esporte”? Isso sem mencionar as promessas de parar de fumar, cuidar mais da saúde, economizar dinheiro e por aí vai.
Mas ninguém propõe atribuições para proteger o meio ambiente. Então, para inovar, proponho algumas ideias “verdes” e simples para fazer, dia após dia, durante 2011. Garanto que são muito mais fáceis do que os tópicos acima descritos e nunca cumpridos. E também são muito mais úteis para você e para o planeta. 1. Que tal fazer o kit básico “verde”? Reduza, separe e recicle o lixo. Jogue óleo de cozinha e pilha em postos de coleta apropriados. Use uma ecobag quando for às compras. Se precisar usar sacolas plásticas, prefira as biodegradáveis. Para completar o kit, compre uma garrafinha reutilizável e se livre de vez das versões em PET. 2. Recicle água. Coloque um balde d’ água em baixo do chuveiro para coletar a água limpa enquanto ela esquenta. Esta água pode ser usada para máquina de lavar roupa, para lavar a varanda ou mesmo para deixar roupa de molho. Ah, e durante o banho feche a torneira quando lavar o cabelo e ensaboar o corpo. 3. Coma alimentos orgânicos. Eles
IDEIAS “ Para inovar, proponho algumas ideias ‘verdes’ e simples para fazer dia após dia durante o próximo ano” são cultivados sem o uso de pesticidas e agrotóxicos, um veneno que fica no legume, verdura e fruta mesmo depois de lavados. Além de mais saudáveis, são muito mais saborosos. 4. Gostou dos orgânicos? Então plante em casa. A horta vertical ou urbana é uma tendência que veio para ficar. Afinal, quem não gosta de ter verduras e temperos fresquinhos à mão? Para quem não tem espaço, o vaso de parede é uma boa solução. 5. Faça uma Swap Party. Separe roupas, acessórios, produtos de beleza, maquiagem e livros que você não usa mais (mas estão em bom estado) e organize uma festa com os amigos para trocar estes itens. Recicle também roupa infantil, brinquedos e material escolar entre irmãos, primos e amigos.
6. Consuma consciente, seja responsável. Na hora de comprar um produto, informe-se sobre o mesmo. Descubra do que é feito, por quem, em que condições e pense no descarte. 7. Troque as lâmpadas incandescentes da sua casa pela versão eletrônica. Apesar de mais cara, ela dura muito mais e consome menos energia. Se for comprar eletrodomésticos, prefira os econômicos. E não esqueça, desligue da tomada os eletrônicos e eletrodomésticos quando não estiver usando. 8. Prefira andar de bicicleta, à pé, usar transporte público, pegar carona ou comprar carro com combustível flex. Além de evitar a emissão desnecessária de CO2, faz bem para combater as gordurinhas a mais e manter-se saudável. •
Alice Lobo Jornalista alice@valeparaibano.com.br
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Notas & fatos Jhonny Depp: ‘Todos os meus personagens são gays’
Aguinaldo Silva critica Fábio Assunção
Capa do primeiro número da Vanity Fair de 2011, o ator Johnny Depp teve não só o prazer de ser fotografado por Annie Leibovitz, uma das maiores fotógrafas de nossos tempos, como foi entrevistado por Patti Smith, a roqueira ícone do movimento punk. Depp confessou a loucura que foi a filmagem de “The Tourist”, por conta da perseguição dos paparrazi à procura de algo que indicasse um clima de romance entre ele e Angelina Jolie, com quem contracena no filme. “Encontrá-la e conhecêla foi uma agradável surpresa. Eu não sabia como ela era, se ela tinha algum senso de humor. Fiquei feliz em descobrir que ela é totalmente normal e tem um maravilhoso senso de humor mais obscuro”. Em dado momento da conversa, ele comenta também sobre a estranheza de seus personagens -excelente para um ator em busca de desafios- e do diferencial de cada um deles. E conclui: “Todos os meus personagens são gays”.
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O autor Aguinaldo Silva usou o Twitter para opinar sobre a saída de Fábio Assunção da novela “Insensato Coração”. Fábio pediu para sair da próxima trama das nove em cima da hora, prejudicando o andamento do folhetim. “Fábio Assunção diz que ainda não está preparado para um trabalho longo na tevê. Mas podia ter descoberto isso antes de começar a gravar. Num caso como este de Fábio Assunção, a gente é solidário, mas também não pode
passar a mão na cabeça: o errado é ele, e não nós”, criticou. O autor falou ainda sobre os problemas do ator com as drogas. Em 2008, ele deixou o elenco de “Negócio da China” para se internar em uma clínica de reabilitação. “E depois, droga é droga, cara. Tem o drama pessoal de cada um, mas tem o drama maior, que resulta em traumas como este recente do Rio. Eu, por exemplo, não gasto um milímetro da minha paciência com drogados”, escreveu.
GOLPE
Cristiana Oliveira perde R$ 12 mil Quem disse que os famosos não caem em trotes pelo telefone? A atriz Cristiana Oliveira foi vítima de um golpe e contou como foi pelo seu Twitter. “Atenção! Cuidado! Fui vítima de uma fraude hoje! Ligaram como sendo do meu banco com todos os meus dados, como se fosse uma atendente! A mulher era educada, sabia tudo de mim e eu complementei meus dados como de costume. Me roubaram 12.000 da minha conta corrente! Graças a Deus eu tinha seguro contra fraude! Divulguem! Cuidado!”, escreveu a atriz. Hoje em dia ninguém escapa.
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Quem falou o quê?
Sandy MATERNIDADE
Sandy confessa que quer ser mãe em breve Às voltas com a turnê do show “Manuscrito”, a cantora Sandy contou que quer ser mãe. Entre maquiagem e lanchinhos antes de subir ao palco, a cantora confessou, em entrevista concedida nos bastidores do show no Citibank Hall, em São Paulo, que o momento de ser mãe está próximo. “Sempre quis ser mãe. Vontade eu tenho. E realmente está aumentando. Vejo minhas amigas, já casadas e grávidas. Sei que está chegando meu momento, alguma hora vai rolar”, revelou a cantora.
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FAMA
Reese Whiterspoon ganha sua estrela
”Se a Viviane tivesse o que fazer, talvez não atrapalhasse a separação” O cantor e ator, Dado Dolabella depõe contra a ex-mulher Viviane Sarahyba em delegacia depois de ser acusado de agredir a publicitária
”Acho ótimo ser vista como uma mulher sexy” Mariana Ximenez, atriz, conta que os elogios fazem bem para o ego
Estrela de filmes como “Legalmente Loira” e “Segundas Intenções”, a atriz Reese Whiterspoon ganhou finalmente uma estrela na Calçada da Fama. Acompanhada dos dois filhos, , a artista era só sorrisos durante a cerimônia realizada em Hollywood. BARRACO
Rainha detona o pagodeiro Belo
”Vocês me fizeram sentirr a uma porcaria lá dentro (camarim), um lixo!”
Wagner Moura pede pra sair Após o sucesso como Capitão Nascimento em “Tropa de Elite 1” e “Tropa de Elite 2”, Wagner Moura diz que não rodará um terceiro filme da “saga”: “Isso não vai acontecer. Não há a menor chance. Sou baiano e partidário do ócio. Quando paro, tomo distância das coisas que fiz, vejo que rumo meu trabalho está tomando”, complementou o ator.
Cláudia Leitte, cantora, conversa com fãs durante show depois de ser vaiada pela má qualidade de som e imagem em sua apresentação em Pato Branco (RS)
”Queria ver o mundo por meus olhos e não pelos de uma câmera. Entrava aos domingos e parecia uma tortura, uma prisão” Glória Maria, jornalista
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A rainha de bateria da Mangueira, Renata Santos, ficou irritada com a tentativa do cantor Belo em tentar destroná-la do seu posto para colocar sua mulher, Gracyanne Barbosa, no lugar. A bela se manifestou pelo Twitter detonando o músico há cerca de três semanas. “O Belo às vezes é horroroso. Aff! Que nojo de gente que de belo não tem nada e se acha. Não digo de beleza, mas de caráter. Aff!”, escreveu.
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ValeViver SUSTENTABILIDADE
Cultura verde Projeto inédito coordenado pelo Instituto Tomie Ohtake une as manifestações populares do Vale do Paraíba à preservação do meio ambiente
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Fotos Denise Adams/divulgação
MOÇAMBIQUE Zé da Viola , de Redenção da Serra, que nunca cobra para se apresentar: “faço com o coração”
Adriano Pereira São José dos Campos
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escritor e ensaísta mexicano Octávio Paz disse uma vez: “O artesanato não quer durar milênios nem está possuído pela pressa de morrer logo. Transcorre todos os dias, flui conosco, desgasta-se pouco a pouco, não busca a morte nem a nega, aceita-a. Entre o tempo sem tempo do museu e o tempo acelerado da tecnologia, o artesanato tem o ritmo do tempo humano. É um objeto útil que também é belo; um objeto que dura, mas que um dia, porém, se acaba e resigna-se a isto; um objeto que não é único como uma obra de arte e pode ser
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substituído por outro objeto parecido, mas não idêntico. O artesanato nos ensina a morrer, e fazendo isto, nos ensina a viver”. É dessa construção diária, baseada no saber simples, que dezenas de artesãos vivem ou, pelos menos, tentam viver no Vale do Paraíba. Preservando manifestações culturais que, além de sofrerem a ameaça constante da dicotomia entre o “vender” e o “manter”, agora passam a ser ameaçadas também pela degradação do meio ambiente. Parece, à primeira vista, uma conexão distante, mas não é. O artesão João Noel, de São Luís do Paraitinga, por exemplo, já não encontra tanta madeira como na época em que aprendeu a esculpir pilõezinhos e trançar cestas. “A madeira é difícil da gente arrumar, por isso eu trabalho com abacateiro, porque é uma
madeira que se tem, as pessoas têm na área das casas delas e, às vezes, está prejudicando, está muito velha e elas querem cortar. Tem gente que vende, tem gente que dá, às vezes encontro até no lixo. Madeira grande eu não mexo, não pode. Mesmo para fazer um pilãozinho pequeno, quando não tem madeira, não faço”. Foi dessa observação em campo e da disponibilidade de uma verba que o Instituto Tomie Ohtake construiu “O Vale do Paraíba e seus ‘fazedores de cultura’”, uma pesquisa que tem apoio e anda lado-a-lado com a criação do “Corredor Ecológico do Vale do Paraíba”. Elaborado e patrocinado por empresas como a Fíbria, Santander, Instituto Ethos e outras entidades não-governamentais, o “Corredor Ecológico” tem como principal missão conservar e restaurar a Mata Atlântica no Vale
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do Paraíba. A iniciativa social e ambiental são mais do que óbvias neste processo, mas os organizadores tiveram também a ideia de atacar o problema pelo viés cultural. “É impossível desnvincular uma coisa da outra. Como você vai convencer as pessoas dessas regiões a se envolverem numa causa ambiental sem elas saberem da importância que isso tem para o que fazem”, diz Denise Teixeira, uma das coordernadoras do “Fazedores de Cultura” e assistente de direção do Instituto. Nesta primeira etapa, foi feito um levatamento qualitativo em cinco cidades: São Luís do Paraitinga, Redenção da Serra, Natividade da Serra, Lorena e Guaratinguetá. Durante um mês, a educadora Sylvia Helena Brook, a socióloga Beatriz Rheingantz e a fotógrafa Denise Adams percorream estes cinco muninicípios à procura da mais autênticas e preservadas manifestações da cultura popular da região. E encontraram. “Nossa escolha teve critérios bem estabelecidos: o artesão devia ser atrelado às raízes de sua cultura local, trabalhar sozinho ou no máximo com a família e não usar materiais industrializados”, diz Beatriz.
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MADEIRA O artesão João Noel, de Redenção da Serra, já não encontra tanta madeira como antes
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TABOA Roberto da Taboa: “O Ibama não tem a mínima ideia do que é a taboa”
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Um dado preocupante surge exatamente dessa exigência. Segundo a pesquisadora, é preciso um cuidado especial para que não haja um “deslumbramento pelo o que o mundo urbano lhes proporciona, ou seja, a venda de seus produtos, a comercialização, a introdução do capital, em uma relação ‘pura’ com sua arte”. De acordo com Denise, “muita coisa se perdeu no caminho”. Mesmo assim, Beatriz também constata que entre os entrevistados essa questão não é tão atrativa. “O que os move não é o capital, e sim o amor por seu trabalho”. “Com o Moçambique eu não ganho nada. É com o coração. Meu pai nunca cobrou de ninguém, então não cobro de ninguém. Se eu toco em Natividade, o Moçambique, quem pede, chega lá na prefeitura e pede: ‘quero Moçambique’. Então, a prefeitura me leva para onde eles quiserem. Eu não cobro nada. Eles que me levam”, diz o músico Zé da Viola, de Redenção da Serra. Meio-ambiente “Há [entre os artesãos] forte relação com
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a cultura, história, raízes familiares, lendas e natureza”, diz Beatriz. A questão do meio ambiente permeia a vida e o trabalho de algumas expressões culturais e, por estarem atreladas entre si, a questão ambiental está afetando diretamente a continuidade de algumas dessas atividades. “O Ibama não tem a mínima ideia do que é taboa”, diz o artesão de Guará, Roberto da Taboa. A planta sofre com a urbanização, com a canalização dos córregos próximos à cidade. Com isso, a colheita da fibra fica cada vez mais distante do artesão na área urbana. “A taboa não é corte, é poda. Tem que podar porque funciona como um filtro nos alagados. Lá em Minas, na roça tinha taboa mais perto. O artesão tem que saber modificar o seu trabalho sempre, senão não sobrevive”, completa. Para os artesãos da madeira, a obtenção da matéria–prima torna-se uma dificuldade. A madeira, proibida de ser cortada, com leis bem estabelecidas, advém de tombamentos feitos pelas prefeituras ou por moradores de sítios que as derrubam com necessidades específicas. O artesão Cândido Moreira da Silva, de São Luís do Paraitinga, usa a embaúba em suas peças. “É levinha, molinha, pode cortar, não há lei para ela, é madeira de artesanato mesmo”, diz. Mas ele também costuma receber madeira do pessoal que trabalha com a rede elétrica, que derruba as árvores para acertar a rede. “Para o contador de histórias e causos, em todos os versos que ouvimos há uma referência ao desrespeito à natureza, à distância que se cria entre o homem e a natureza. A lenda do saci, que nasce do nó do taquaruçu, explora bem a questão do meio ambiente, pois o taquaruçu está em extinção na região, que sofre agressão à mata virgem”, explica Beatriz. Próxima etapa A pesquisa, além do objetivo conscientizador, busca também dados para uma segunda etapa, na qual o intercâmbio entre o conhecimento destes artesãos e a experiência do Instituto Tomie Ohtake darão outros frutos. “Queremos durante oficinas e outras atividades que faremos nestas cidades, colocar esses artesãos para falarem sobre seus trabalhos, trocarem experiências com outros pesquisadores, enfim, levar isso além”, diz Denise. Entre as atividades desta segunda etapa estão uma marcenaria para crianças, o Festival Monteiro Lobato de cultura local e um ateliê nômade. Ou seja, se o mundo global se intercomunica numa teia, “aqui embaixo” as linhas dessa rede são tecidas manualmente, uma a uma. •
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DOAÇÃO Cândido Moreira, de São Luís do Paraitinga, reaproveita madeira de postes derrubados
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MÚSICA
Palavra de honra A cantora joseense Ludmila Mazzucatti cumpre a promessa e lança o seu primeiro trabalho solo depois do Natiruts Adriano Pereira São José dos Campos
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voz negra de Ludmila Mazzucatti vai sair do fundo do palco e pular para o foco principal do holofote. Depois de passagens pelas bandas Trilhas & Raízes, Natiruts, Spyzer e participações na banda do programa Altas Horas, Ludmila lança seu primeiro trabalho solo e praticamente autoral. Aliás, o título do EP -“Faça a sua parte” - reflete exatamente o momento da carreira da cantora: ela fez bem mais que só a parte dela. “Resolvi fazer parte de todo o processo, tudo mesmo, desde a composição, produção, ajuste técnico, criação da capa e até de cuidar do lançamento”, diz. O EP traz cinco músicas, uma delas cantadas em inglês, compostas por Ludmila. “Tem momentos autobiográficos, outros de pessoas que conheci na vida, mas todas as canções falam das minhas experiências”. “Palavra de honra” e “Jogador” são quase confessionais, e muito bem produzidas. Até a iniciativa de lançar o trabalho tem a ver com sua vida pessoal. “Não sou daquelas que termina o show e vai pra balada. Estava sentindo falta do meu tempo, de namorar, da família, e resolvi que agora era a hora”, confessa. O EP teve um pré-lançamento no Urbanus Bar, primeiro palco da cantora há 10 anos, e deve ser lançado oficialmente até fevereiro. Ludmila apresenta com talento um R&B contemporâneo sem apelar para as texturas eletrônicas da moda. A música soa naturalmente por conta da boa banda que acompanha a cantora que mantém o poder radiofônico das faixas. A próxima fase é a gravação do clip e a finalização do CD completo, que deve acontecer no segundo semestre de 2011. Enquanto isso, o trabalho pode ser ouvido no site www.ludmilamazzucatti.com.br. •
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Brasil em traços Primeira animação em 3D produzida no Brasil chega às telas dos cinemas, promovendo o turismo em todo o país
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Fotos: Divulgação
Franthiesco Ballerini São Paulo
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os últimos 15 anos, as animações se tornaram um filão milionário no cinema. Até que, no final de 2009, “Avatar” ressuscita a moda do 3D, fazendo com que os estúdios corressem atrás de adaptar seus futuros lançamentos e produzir mais filmes em três dimensões para ocupar o vácuo do
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longa de James Cameron. Com a economia brasileira em franco crescimento, era de se esperar que produtores antenados também quisessem uma fatia deste bolo. E foi o que fez Mariana Caltabiano, cujo sobrenome remete a concessionárias de carros espalhadas pelo país, mas que, na verdade, escondem a verdadeira paixão dela: as animações. Publicitária de formação e escritora de trajetória, Mariana lança no próximo dia 21 de janeiro aquele que está sendo considerado o primeiro filme brasileiro em 3D, “Brasil Animado”, que mistura animação com atores e
locações reais, como em “Avatar”. Dona de um estúdio produtor de animações e fornecedora de conteúdo para canais como o Cartoon Network, o filme produzido, roteirizado e dirigido por Mariana ocupará 250 salas do país, 200 delas em 3D, de olho no público infantil e adolescente em férias escolares. A história é protagonizada por dois personagens que já existiam em animações anteriores de Mariana, Stress e Relax, dois simpáticos cachorrinhos falantes, um estressado trabalhador paulistano e outro malandro carioca despreocupado. Ambos estão
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atrás de um famoso Jequitibá Rosa. Como pretexto de encontrar aquela que é considerada a árvore mais antiga do Brasil, que de fato existe –e talvez do mundo, com mais de 2 mil anos de vida– eles rodam o país em busca de informações sobre seu paradeiro. Os dois personagens circulam pelos principais cartões-postais do Brasil, misturando-se com pessoas de carne e osso e andando por imagens reais dos pontos turísticos nacionais. Em entrevista à revista valeparaibano, Mariana Caltabiano explica quais eram suas intenções com a história. “Sempre quis misturar animação com imagens reais. A história é um pretexto para mostrar quanta coisa bonita temos no Brasil e a gente não conhece. Eu mesmo passei a vida viajando pelo mundo e só descobri o Brasil há pouco tempo. O Brasil não é como a Suíça, pequena e quase homogênea. Temos vários países dentro de um só. O filme ajuda a conhecê-lo”, conta. Por conta de uma história leve, com forte viés turístico, não foi difícil para a diretora encontrar empresas que apoiassem, via dedução fiscal da Ancine, o custo de R$ 3 milhões do filme. “Todas elas queriam aparecer num filme como esse.” Com tanto apoio, ela já está até produzindo o segundo longa em 3D, “Zuzubalandia”, inspirado no livro “Jujubalandia”, que desta vez será 100% animação. Para quem espera uma animação 3D ao estilo “Megamente”, um aviso: “Brasil Animado” foi feito à mão, ou seja, não é computadorizado, é animação tradicional. Ela explica que isso não seria possível, por conta do custo muito maior e do tempo, que em geral é o dobro. A diretora diz ter se inspirado no curta “Night and Day”, da Pixar, feito com animação tradicional, mas em 3D. Mas o resultado não é tão empolgante quanto às animações computadorizadas. Os dois personagens são muito chapados, têm pouco volume e, portanto quase não se nota a terceira dimensão. Ao contrário das cenas com pessoas reais. Sobre isso, Mariana diz que irá melhorar no próximo longa, dando mais volume aos personagens desenhados à mão. Embora tenha cenas bem engraçadas para crianças e adultos –satirizando personagens e outros filmes, ao estilo “Shrek”– o filme acaba dando uma sensação de ser uma propaganda do Ministério do Turismo para incentivar os brasileiros a circularem pelo país. O lado bom disso é seu alto potencial para exportação. E isso Mariana e a distribuidora Imagem Filmes já estão providenciando. “Recebemos um convite para participar de um importante festival de animação na França e já estamos negociando a exibição na China,
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À MÃO Diferentemente das animações da Pixar, ‘Brasil Animado’ foi desenhado no papel
pois conhecemos alguns chineses ao longo das filmagens que viabilizarão a entrada do filme no país”, conta Mariana, que tomou para si uma missão nobre, porém difícil, a de habituar o público infantil brasileiro a ver seus próprios produtos. “Eu cresci lendo ‘Turma da Mônica’ e sempre preferi os trabalhos do Maurício de Sousa mais do que os gibis da Disney, pois acho que a Mônica fala muito mais da gente do que o Pato Donald. Espero que as crianças brasileiras vejam mais animações feitas por brasileiros, pois falam de seu país”, diz ela, que não acha o 3D o futuro do cinema, mas aposta no seu potencial. O Brasil está começando a invadir este tão lucrativo mercado e se tornando conhecido internacionalmente. Embora animadores talentosos do Brasil e outros países ainda sejam “dragados” por empresas como a Dreamworks e a Pixar graças a contratos milionários, como é o caso de Carlos Saldanha, diretor
de “A Era do Gelo”, o Brasil está, aos poucos, começando a reter seus talentos. É o caso de “Asterix e os Vikings”, animação francesa que teve a participação de 20 animadores brasileiros, em 2006, sendo parte do filme feito na Academia de Animação e Artes Digitais, em São Paulo. Isso sem falar no estúdio Maurício de Sousa, que tem aumentado a produção da “Turma da Mônica” com intuito de diversificar o público –razão do lançamento da versão adolescente da turma– e exportar o produto para países europeus e asiáticos. Para um mercado trabalhoso porém milionário, é natural que os criadores brasileiros de animações digitais e tradicionais estejam correndo tão rápido para aproveitar o crescimento o apetite do público. “Brasil Animado” pode não ser a história mais criativa e adequada para os pequenos e adultos, mas já é um início animador, com o duplo sentido da palavra.
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Como fazer um filme em 3D Para trabalhar com esta tecnologia, uma parte da equipe de Mariana Caltabiano precisou fazer cursos especializados, liderados por Marcelo Siqueira, da Teleimage. Adquiriram duas câmeras Sony EX3, usadas por grande parte dos filmes em 3D. E começaram a trabalhar. Basicamente, o filme 3D é uma ilusão de ótica causada pela junção de duas imagens feitas por duas câmeras diferentes, uma posicionada verticalmente e outra horizontalmente. Para calcular a posição exata das câmeras, é preciso contratar um matemático –chamado de estereógrafo– que calcula o que precisa estar mais perto e mais distante da câmera. Qualquer erro de cálculo pode causar até náuseas no espectador, sem falar no fato de estragar todo o trabalho do diretor. É por isso que animações tradicionais têm menos efeitos tridimensionais, pois são chapados, sem volume. No caso de animações como “Megamente”, nada disso é necessário, pois os cálculos e o volume já são feitos pelo computador, o que não significa algo simples, pelo contrário, é mais complexo e demorado, pelo menos com a tecnologia hoje existente. Outra desvantagem da animação digital é a perda de cores no 3D, pois os óculos retiram um pouco da luminosidade das imagens, ao contrário das animações 2D, que não sofrem com este problema. Entre vantagens e desvantagens, o que interessa para ambos é ter uma boa história. Do contrário, não há tecnologia que salve. •
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DIRETORA Mariana Caltabiano, a publicitária que dirige ‘Brasil Animado’
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Cultura&mais Fotos: Divulgação
A volta aos palcos Adriano Pereira São José dos Campos
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em subir num palco para um show solo desde 2008, Amy Winehouse, a diva mais polêmica da música pop, chega ao Brasil para cinco apresentações: em Florianópolis (dia 8), Rio de Janeiro (dias 10 e 11), Recife (dia 13) e São Paulo (dia 15). Os shows vêm carregados de apreensão, principalmente por parte dos produtores, já que na sua última apresentação solo, ela chegou 40 minutos atrasada, forçando os organizadores a reduzirem o show e apressaram seus dois principais sucessos, “Valerie” e “Rehab”. Antes disso, a cantora cancelou diversas apresentações na Europa. De qualquer maneira, se Amy aparecer e conseguir andar até o palco já é um ganho. Por exemplo, quem perdeu a antológica apresentação do Nirvana quando Kurt Cobain se exibiu para a câmera da Rede Globo lamenta até hoje, mesmo que o show tenha sido um fiasco musicalmente. Ou seja, vale a pena pelo menos fazer parte da história. Depois que ela subir ao palco, o repertório não deve ser uma surpresa. Seu terceiro álbum ainda está em fase de produção desde 2008, e é muito improvável que ela apresenta algo inédito depois deste longo período sem shows. Mesmo assim, o público poderá ouvir canções de um dos melhores discos da década passada, “Back to Black”, que deu a ela cinco Grammys. Em São Paulo, Amy se apresentará na Arena Anhembi, com ingressos entre R$200 e R$500. O tablóide inglês “The Sun” publicou que a cantora deve levar para casa algo em torno de R$ 800 mil com essa pequena turnê brasileira. Dá para tomar uma cervejinha!
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TRASH B
PAUSE
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O sanguinário ‘Machete’ chega em DVD neste mês nas locadoras brasileiras. Haja estômago!
Acompanhe as notícias do mundo da música em www.valeparaibano.com.br/ soltaopause
Lobão abre seu baú de recordações e conta sobre o menino que queria jogar bola e acabou com uma guitarra
WEB
MÚSICA
Cinema
CD’S & MAIS
Tom Hanks filmará no Brasil em março
VALE DESTAQUE
Prato cheio de shows em 2011
PEARL JAM ‘INÉDITO’ Gravadas entre 2003 e 2010, as faixas do disco reúnem hits e lados B tocados ao vivo nas turnês da banda PREÇO: R$ 35.-
Tom Hanks foi confirmado no elenco do novo filme da diretora Kathryn Bigelow, vencedora do Oscar de 2010 com “Guerra ao Terror”. O longa, chamado “Triple Frontier”, será filmado na fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. Segundo o produtor Charles Roven, as filmagens devem começar em março.
Solidariedade
Se você achou 2010 um ano bom para shows, 2011 promete. Sem contar com os boatos, já são pelos menos dez grandes concertos agendados, desde o pop rock “bobinho” do Paramore ao pop rock profissional do U2, passando por lendas da música como Ozzy Osbourne e Iron Maiden. Bom, logo depois de Amy Winehouse vem o Paramore. O quinteto já esteve no Brasil. Em outubro de 2008, liderado pela vocalista Hayley Williams, o Paramore divide público com as bandas do emocore. O grupo passou a ser mais conhecido após seu segundo disco, “Riot!”, lançado em 2007. O disco mais recente, “Brand new eyes”, saiu em 2009 (dia 20 de fevereiro, em São Paulo). Em março, é a vez do Iron Maiden –por enquanto o show mais próximo
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de São Paulo acontece no Rio de Janeiro no dia 27. No dia 2 de abril, o homem que desafia a ciência, Ozzy Osbourne, desembarca em São Paulo com a turnê “Scream”. Ainda em abril, nos dias 9, 10 e 13, o U2 traz toda sua parafernália da turnê “360º” para o estádio do Morumbi. O show mais do que esperado já foi visto por 4,5 milhões de pessoas ao redor do planeta. Para os fãs, o fim da espera. E entre os dias 23 de setembro e 2 de outubro, o maior presente que qualquer apaixonado por música poderia ganhar: o Rock in Rio. Depois de nove anos sem uma edição no Brasil, até agora o festival já confirmou nomes como Metallica, Red Hot Chili Peppers, Coldplay, Motorhead e mais um monte de atrações brasileiras. Nada mal a agenda. Isso porque só estamos começando o ano, ainda teremos muitas novidades.
DO TÚNEL DO TEMPO Dezesseis anos depois do primeiro disco, o Mr. Big volta com disco de inéditas PREÇO: R$ 37.-
PODER NAVAL INGLÊS A banda inglesa chega ao seu quinto disco de estúdio. O hit deve ser “Zeus” PREÇO: R$39.-
Lady Gaga e Timberlake juntos
Lady Gaga e Justin Timberlake integram um grupo de celebridades nos EUA que decidiram renunciar às redes sociais até que se reúna um milhão de dólares para as crianças com Aids. A associação de caridade “Keep A Child Alive” está na origem da iniciativa.
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Social
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Flashes& Confraternização no puxadinho chique O anexo do Bar do Coronel, carinhosamente chamado de puxadinho chique, foi escolhido para reunir mais de 80 amigos da roda de empresários e comerciantes de São José dos Campos. Descontração foi a alma do encontro, que teve no menu as melhores comidinhas de boteco já conhecidas da casa, chope gelado e ainda várias novas receitas de drinks que animaram ainda mais a festa. O anfitrião, Flávio Alvim, gerente administrativo do Sesi, também recebeu os amigos na praia de Maresias, na costa sul de São Sebastião, para a comemoração do Ano Novo.
Carmen Dutra e Beatriz Dutra
Fotos: Flávio Pereira
Nelson e Valéria Leite
João, Vitor e Cristine Scarpa
Priscilla Coutto e Peleco
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Flávio Alvim e Érica Moraes
Zago Mattiello
Maria Inês e Nerinho Pinho
Sônia e Sidiney Godoy
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Armando Régis e Renata Pelucio
Flávia Serrano, Larissa Olaio e Telma Alcalde
a Inês e nho Pinhoo
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Fabiano Bazzo e Tatiana Reichel
Amanda, Jeane Machado, Almir Fernandes e Carol
n Dutra e z Dutra
Priscila e Renato Pulice
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Cristiano Carleto e Carolina Brom
Lucimara Silva e Fred Guratti
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Claudio e Valéria Vasquez
Carmen e Bruno Alvim
Ana Lucia e Fábio Assis
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Social
Um brilho a mais no Natal Em meio a correria de final de ano, a joalheria Vivara conseguiu reunir lindas mulheres em sua loja no Shopping Colinas, em São José dos Campos, para a apresentação da coleção 2011. Além de descontos especiais de até 70%, o sorteio de duas jóias no valor de R$ 1.990 garantiu um bom público. Os sortudos foram Charles Tung e Vivian de Souza Almeida. Prosseco e chocolates variados das Meninas do Brigadeiro deram um toque a mais à ocasião, que teve organização de Patrícia Couto. Patrícia Couto e Leila Ramacciotti Fotos: Francine Farfan
Juliana Ribeiro
Ana Cristina Malamud
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Luciana Souza
Helena Neme
Juliana Dragone
Gabriela Tavares
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Comemoração entre amigos Pelo décimo ano consecutivo, o jornalista José Luiz de Souza recebeu seus convidados, cerca de 30 pessoas, para o ‘Natal entre Amigos’. O jantar reúne amigos de todo do Vale do Paraíba para degustar pratos dos principais e mais famosos restaurantes, bufês e quituteiros da região. Os seletos convidados são recepcionados com maestria no próprio apartamento do anfitrião, em Guaratinguetá. Nada de cerimônias, mas tudo com muito charme e elegância, uma característica tradicional do evento. José Luiz de Souza Fotos: João Athaíde
Marion Brasil e Karina Mendes
Lindalva Galvão
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Rô Filippo
Mariana e João Carlos Camarco Maia
Vital Passos Jr. e Andrea
Thereza e Tom Maia
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Viva a Vida
Carlos Carrasco
Ainda estou no meio do olho do furacão, mas eu quero viver a vida!
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epois de dois meses em confinamento, me vejo livre. Será que estou livre? Talvez do confinamento de uma fazenda, mas e o confinamento da vida pessoal? Quando vou poder ir ao shopping, por exemplo? Depois que sai do programa “A Fazenda”, não parei um só minuto. Fotografei capa de revista com atrizes famosas, fiz comerciais de TV, participei de vários programas, fui em inaugurações em vários lugares, fiz um desfile e ainda enfrento o trânsito paulistano, os aeroportos congestionados. Tenho dormido de 3 a 4 horas por dia, fui a São José, e não consegui ver nada que eu queria ver. Passei somente um dia no lugar que eu sabia que me fortaleceria. Eu precisava ficar pelo menos 15 dias na minha terra! Recebi o carinho das minha amigas clientes, estava morrendo de saudades de cada uma delas, me encheram de amor, me fortaleceram. Por onde vou recebo carinho, pessoas que me vêem com intimidade, pessoas que eu nunca vi na vida me tratam como se eu fosse um velho conhecido. Tanto carinho, tanto amor, me emociono cada vez que recebo um afago desconhecido. Me sinto um privilegiado de Deus, não tenho palavras para expressar meu sentimento. Tudo isso me deixa mais forte como indivíduo. Apesar de tudo de bom que tem acontecido em minha vida, sinto
que muita coisa mudou em mim, algo lá dentro, na alma. Meus valores mudaram, vi coisas de perto, coisas que jamais em minha simples vida do Vale havia visto. A transformação de indivíduos, seres amistosos, de fala mansa e carinhosa, de uma generosidade que comovia meu coração, se transformando em pessoas maldosas. Me senti fragilizado, sozinho, horrorizado com o que via, acreditei nas pessoas como um bom caipira faria. Me decepcionei, mas mesmo assim optei por continuar acreditando nas pessoas do que me tornar amargo com a vida. Sempre achei que quem duvida muito, sofre mais e se torna amargo. Eu, um velho ranzinza? Nem morto. O que vale a pena? O que eu preciso na vida? Ser digno, poder olhar nos olhos dos meus sobrinhos sem medo ou vergonha. Tudo que vivi naquele lugar, vivi de verdade, senti cada tristeza, todas as alegrias. Hoje me vejo fora disso tudo, trabalhando, como sempre fiz. Claro que meu tempo pessoal foi reduzido, mas estou feliz com minhas mudanças, as internas mais ainda. Entendo que preciso continuar trabalhando muito, crescendo como profissional, gerando mais trabalho, mais pessoas em minha volta, poder ficar mais no Vale do Paraiba, visitar as cidades onde cresci, passeando e fazendo amigos, redescobrir o meu lugar, tomar banho de cachoeira, comer banana amassada com paçoca de pilão, andar a cavalo... Carrasco! Acorda filhinho, isso tem nome: viver. Acho que já nem lembrava mais, o
PENSAMENTO O que vale a pena? O que eu preciso na vida? Ser digno, poder olhar nos olhos dos meus sobrinhos sem medo ou vergonha quanto é bom tudo isso. Fazia muito tempo que não vivia assim tão próximo de coisas que vivi ainda menino. Este foi meu maior prêmio no programa, valeu mais que qualquer dinheiro ou bem material. Depois de tanto tempo longe, de valores grandes em pequenos momentos, ou no mais simples prazer da vida, descobri que sei exatamente o que quero pra mim: viver a vida. Me expus. Mostrei quem sou de verdade, recebi críticas, carinho e amor de quem eu nem conhecia. Me sinto um homem de muita coragem, mas o que mais me motiva é saber que sou de um lugar, fui criado, educado, fiz meus verdadeiros amigos, entendi o que é compaixão, amor, honestidade. É exatamente neste lugar, o Vale do Paraíba, que gostaria de viver minha vida. Depois disso, o que vier é lucro. •
Carlos Carrasco cabeleireiro
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