Maio 2010 • Ano 1 • Número 2 Mai R$ 7,80
Exclusivo
O que pensa Dilma “O Brasil está preparado para ter a primeira mulher presidente”
CULTURA
Testamos as baladas da região P72
SAÚDE
Remédios: vício que preocupa o mundo P48
HI-TECH
Jabulani, a bola da Copa do Mundo P94
Maxicolares são a aposta do inverno deste ano P80
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PaladarArtigo
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Domingo 4 Abril de 2010
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Opinião
Palavra do editor
DIRETOR RESPONSÁVEL Ferdinando Salerno
O que se espera do novo governante do país?
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entro de cinco meses, 133 milhões de brasileiros irão às urnas para escolher quem vai governar o país pelos próximos quatro anos, em uma disputa mais uma vez polarizada entre o PT e o PSDB. De um lado a ex-ministra Dilma Rousseff (PT), que se coloca como herdeira política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Do outro, o ex-governador José Serra (PSDB), que tem defendido que a campanha não deve ser baseada em comparações entre os governos Lula e Fernando Henrique Cardoso. A tática do tucano: o índice de popularidade de Lula, que beira os 80% de aprovação, segundo pesquisas de opinião mais recentes, contra uma sensação de estranheza com que o governo de FHC, do qual Serra foi ministro da Saúde, é recebido por parte do eleitorado. Em resumo, nos anos Lula, FHC, até pela ação do governo do PT, perdeu brilho. Também são pré-candidatos a senadora Marina Silva (PV-RJ), ex-ministra do Meio Ambiente no governo Lula, e o deputado federal Ciro Gomes (PSB-SP), que resolveu lançar candidatura própria, minando a estratégia do PT de tê-lo no bloco pró-Dilma. O que esperar dos candidatos? Mais que apresentar soluções para problemas antigos, que se prolongam há anos, Dilma e Serra terão que enfrentar seus próprios obstáculos. Cabe à ex-ministra da Casa Civil conquistar o eleitorado feminino e ampliar seu patamar de votos em São Paulo e Minas Gerais, os dois maiores colégios eleitorais do país, onde o PSDB, teoricamente, tem vantagem. Dilma também nunca foi testada nas urnas, diferentemente de Serra, que já foi deputado federal, senador, prefeito da capital e governador de São Paulo. Da sua parte, Serra terá que conseguir a confiança do eleitorado no Nor-
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DIRETORA ADMINISTRATIVA Sandra Nunes EDITOR-CHEFE Marcelo Claret mclaret@valeparaibano.com.br
EDITOR-ASSISTENTE Adriano Pereira adriano@valeparaibano.com.br
EDITOR DE IMAGEM Eugênio Vieira eugenio.vieira@valeparaibano.com.br
REPÓRTERES Yann Walter (yann@valeparaibano.com.br), Hernane Lélis (hernane@valeparaibano.com.br) e Elaine Santos (elainesantos@valeparaibano.com.br)
deste, onde a ex-ministra tem grande aceitação devido ao apoio de Lula. Nesta edição, a revista valeparaibano abriu espaço para que Dilma e Serra, que lideram as pesquisas de intenção de voto, falassem sobre suas campanhas, metas e propostas para o Brasil a partir de 2011. Dilma aceitou, Serra declinou. O que esperar de Dilma e Serra? Mais que vencer seus próprios limites, é preciso que eles tenham um projeto para o país. Não basta ganhar a eleição. Deles, a sociedade espera coragem para propor e implementar mudanças. Mais que instrumento de poder, a política é instrumento de mudança. O Brasil precisa avançar.
Maio 2010 • Ano
COLABORADORES Antonio Basilio, Cláudio César de Souza, Cristina Bedendo, Diogo Migotto, Isabela Rosemback, Raquel Cunha e Xandu Alves DIAGRAMAÇÃO Daniel Fernandes e Paulo Donizetti COLUNISTAS Alice Lobo, Carlos Carrasco, Fabíola de Olveira, Marco Antonio Vitti, Marcos Meirelles, Ozires Silva e Roberto Wagner de Almeida CARTAS À REDAÇÃO cartadoleitor@valeparaibano.com.br
DEPARTAMENTO DE PUBLICIDADE Tatiana Musto tatiana@valeparaibano.com.br
(12) 3909 4646 SUCURSAL SÃO PAULO Alameda Gabriel Monteiro Silva, 2373 Jd. América (11) 3546 0300
1 • Número 2 R$ 7,80
A revista valeparaibano é uma publicação mensal da empresa Jornal O Valeparaibano Ltda. Av. São João, 1.925, Jardim Esplanada, São José dos Campos (SP) CEP: 12242-840 Tel.: (12) 3202 4000
ATENDIMENTO AO ASSINANTE Segunda a sexta-feira, das 8h às 18h 0800 728 1919 relacionamento@valeparaibano.com.br
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Exclusivo
O que pensa D
HI-TECH SAÚDE
CULTURA
a aposta Maxicolares são ano P80 do inverno deste
o Remédios: víci o que preocupa mundo P48
PARA ANUNCIAR LIGUE: (12) 3909 4646 PARA FALAR COM A REDAÇÃO: (12) 3909 4600
preparado “O Brasil está idente” eira mulher pres para ter a prim
Testamos as baladas da região P72
www.valeparaibano.com.br FAX: (12) 3909 4603
Jabulani, a bola da Copa do Mundo P94
As cartas devem ser encaminhadas com assinatura, endereço e telefone do remetente. O valeparaibano reserva-se ao direito de selecioná-las e resumi-las. EDIÇÕES ANTERIORES: 0800 728 1919 IMPRESSÃO GRÁFICA PLURAL TIRAGEM: 30 mil exemplares
Marcelo Claret editor-chefe
Esta tiragem é auditada pela BDO
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MODA
Sumário
MAXI COLARES SÃO APOSTA PARA O INVERNO P100
ESPECIAL
O vício nos remédios tarja preta Uso abusivo de medicamentos controlados já supera a dependência de cocaína, heroína e ecstasy no mundo
POLÍTICA ANÁLISE
HI TECH COPA DO MUNDO
TURISMO FÉRIAS
Brasília: capital do poder faz 50 anos P14
Jabulani, a bola da vez P94
Roteiros para todo mundo P65
Desafio do próximo governante do país será recuperar a credibilidade da política
Para a Copa de 2010 na África do Sul a Adidas desenvolveu a bola mais veloz e precisa do planeta
ENTREVISTA DILMA ROUSSEFF
Pré-candidata do PT fala da campanha P22 Segundo Dilma, o Brasil já está preparado para ter a primeira mulher na presidência MÚSICA VIRADA CULTURAL
Cat Power traz sua despretensão para São José P76
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Casais, solteiros, amigos e famílias preparem as malas. As férias estão chegando! NOITE
Teste Baladas do Vale Nossa reportagem testa atendimento na região P72
MUNDO NEGÓCIOS
China está de olho no pré-sal P54 Economia p32 Ensaio Fotografico p60 Beleza p98 Flashes & p106
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Cartas&e-mails AS CARTAS
O DESTAQUE
PRESENTE Excelente veículo
COLUNISTA
CONTEÚDO C
Assunto atual
Profissionalismo E Em um momento em que a febre do mundo virtual se alastra em escala global, em um momento em que se discute a sobrevivência das mídias impressas, a revista valeparaibano, em uma iniciativa arrojada e ousada, apresenta um veículo que, com certeza, entrará para a história da comunicação em nossa região. O avanço da tecnologia na área de produção gráfica propiciou a proliferação de materiais impressos, muitos deles de excelente qualidade na forma, porém, deficientes em seu conteúdo. Esse será, com certeza, o grande diferencial da revista valeparaibano –projetada e desenvolvida dentro de ótimos padrões de profissionalismo. O Vale do Paraíba há muito carecia de um veículo à altura de sua pujança e de sua visibilidade. Ninguém melhor do que essa equipe para desenvolver uma publicação com essa competência. Desejamos sucesso e que vocês continuem sempre se colocando à frente de seu tempo.
Vitti, parabéns pelo seu artigo na revista ta valeparaibano. Assunto muito atual e pouco divulgado pela mídia. Reflexão profunda sobre a medicina praticada pelos planos de saúde. Muito bom. Sérgio dos Passos Médico
QUALIDADE Sucesso Leitores da região inteira estão elogiando a boa qualidade da revista valeparaibano. Parabéns aos diretores e toda a equipe que trabalha neste segmento de informação. O Vale do Paraíba já merecia um produto dessa categoria. Longos anos de vida e sucesso. Marcos Ivan de Carvalho Jornalista
ANÁLISE
José Maria de Faria Presidente do Sindicato do Comércio Varejista de S.José dos Campos
Matérias objetivas Lendo a revista confesso que a analisei também buscando possíveis falhas com intuito de fazer críticas construtivas, mas não encontrei nada que eu posso observar negativamente. Portanto, parabéns a equipe que apresentou as matérias claras e objetivas. Boa Sorte. Agostinho Plaça Delegado regional do Creci e presidente do PDT de São José dos Campos
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ENQUETE Quem ganha as eleições presidenciais este ano no Brasil?
SERRA
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49,74 DILMA
Enquete www.valeparaibano.com.br
Foram computados 6.474 votos entre os dias 4 e 15 de abril
Como jornalista e como presidente de uma entidade que reúne pessoas interessadas nas letras e na comunicação, venho trazer o meu caloroso cumprimento pela iniciativa. Revista bonita, sóbria, bem feita, correta, abrangente, variada, com informação, reflexão, serviço e entretenimento. Em tempo, aceitem os parabéns. Estenda meus cumprimentos, em nome da União Brasileira de Escritores, à diretoria e equipe que presenteou o Vale do Paraíba com um excelente veículo, exatamente num momento em que se discute a crise da comunicação. Enquanto muita gente discute, a revista valeparaibano fez. Joaquim Maria Botelho União Brasileira dos Escritores
MEIO AMBIENTE E Capitalismo verde Fomos presenteados com uma revista regional com o leque aberto para os acontecimentos do Brasil e do mundo. Parabéns a todos os envolvidos nos novos lançamentos. Parabéns em especial ao repórter Xandu Alves pela reportagem “Capitalismo Verde - A Indústria do Meio Ambiente” que mostra as ações fundamentais para a preservação da qualidade de vida no planeta que levam à diminuição da emissão de gases de efeito estufa, destacando ainda as fontes de energia limpas e renováveis e a reciclagem do lixo. Alfredo de Freitas de Almeida Diretor-presidente da Urbam
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Domingo 2 Maio de 2010
Cartas Av. São João, 1925 Jd. Esplanada, CEP 12242-840
HONRADO
E-mail cartadoleitor@valeparaibano.com.br
Twitter @revistavale
OS E-MAILS
Redes www.flickr.com/revistavaleparaibano www.facebook.com/revistavaleparaibano
POTIM
Trabalho bem feito
Informações
Com 23 anos de moda no Vale do Paraíba, me sinto honrado em poder ver na região uma revista de porte e conteúdo como a revista valeparaibano. É um orgulho ver um trabalho tão bem feito e finalizado na cidade onde comecei meu trabalho com moda. Após folhear página por página, fiquei realmente encantado com trabalho de vocês. Por essa razão eu gostaria de parabenizá-los pela iniciativa e pelo trabalho dispensado na construção dessa revista, além do conteúdo. Ela está belíssima e dando vontade de devorar do início ao fim.
Queria agradecer as notícias de ótima qualidade, não preciso mais pensar onde procurar minhas informações. Uma reportagem que me deixou muito curiosa foi sobre as costureiras de Potim da ONG Orientavida, que estão trabalhando em peças da Walt Disney, inspiradas no filme “Alice no País das Maravilhas”. Fiquei bastante empolgada com essa notícia e estou correndo atrás de mais informações e, por enquanto, a revista valeparaibano foi o único lugar onde consegui as melhores informações.
William Roggles Proprietário da WR Models
IMPRENSA REGIONAL Iniciativa corajosa A revista valeparaibano está de parabéns pela iniciativa corajosa e ímpar de lançar uma nova, em todos os sentidos, revista no mercado brasileiro. Acreditamos que a imprensa regional e nacional, com mais este lançamento, terá uma nova “vontade” em manusear, ler e consultar as suas páginas. E tornamos a repetir: o jornalismo impresso sobreviverá com estas novas e inteligentes sacadas e no caminho da investigação, denúncia e apresentação à sociedade dos meandros escuros e tenebrosos da política em geral, como também da própria sociedade. Parabéns! Alvaro Neves Consultor Comercial
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LANÇAMENTO Região Moro na Austrália há mais de seis anos. Estou no Brasil onde ficarei até o final de junho. No meu segundo dia aqui fui informado sobre a revista que acabaram de lançar e não pensei duas vezes em adquirir um exemplar. Muito me interessa saber como anda a região onde nasci e onde moram meus familiares. Achei muito legal a ideia de termos uma revista como essa voltada para a região do Vale do Paraíba. Tenho certeza que terão muito sucesso devido a alta quantidade de empresas grandes e médias na região e principalmente pela qualidade das matérias da primeira edição.
Bela Mariotti Estudante
CORAGEM
Rodrigo Faria Agente de turismo
Ficha Limpa
RESPEITO
Geraldo Lopes Filho Empresário
Parabéns para o juiz Márlon Reis pelo “Ficha Limpa”, precisamos de mais juízes corajosos.
Leitor Tenho visto muitas aventuras editoriais nessa região. Publicações que não respeitaram o leitor nem se esforçaram pela qualidade sempre naufragaram. A revista valeparaibano mostra ser o avesso disso: respeita o leitor oferecendo jornalismo de qualidade. Desde a escolha dos assuntos e o bom tratamento do textos até o espetáculo do design. Gostaria de cumprimentar a equipe pelo profissionalismo, e a diretoria pela ousadia. Dimas Soares Diretor de criação da OK Ideias
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OUSADIA
TWITTER Sobre o primeiro número: @tancycosta: Gostei da reportagem de capa sobre o negócio sustentável, sobre gastos legislativos e da ONG que exporta arte
@josuebrazil: O fato de termos uma revista regional já é um avanço
@VivianSouz: Adorei a revista. Ótimas matérias
@FabioFranca: A @revistavale superou minhas expectativas. Número de páginas, acabamento, qualidade de textos e diagramação: tudo muito bem feito!
Rico em informação Foi uma agradável surpresa a primeira edição da revista valeparaibano. Realmente estava faltando uma publicação mais consistente, com análises mais profundas dos problemas que afetam toda a comunidade. Parabéns pela excelente iniciativa.
@amj_br: Parabéns pela revista, que por sinal já mostrou no primeiro exemplar a excelente qualidade do conteúdo
Manoel Juarez de Oliveira Comerciante
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Política
Dois Pontos
Marcos Meirelles Jornalista
A nova plumagem do PSDB para as eleições
BRANCO & PRETO Ponto de Vista: O que o serviço público tem de pior e melhor no Brasil?
Alckmin usa polos de pesquisa para renovar a ideia de São Paulo como locomotiva do país Eugênio Vieira
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epois de 16 anos no poder, qual será a estratégia do PSDB para oferecer ao eleitor de São Paulo mais do que a comprovada capacidade administrativa de seu candidato? E como o PT pretende superar o conservadorismo do eleitorado paulista com uma candidatura gestada à sombra do Palácio do Planalto? Para o pré-candidato Geraldo Alckmin (PSDB), o futuro de São Paulo deve ser delineado por gente de sua confiança. Há três meses, o seleto grupo com sete ou oito lideranças políticas do PSDB em São Paulo vem se reunindo periodicamente para traçar a estratégia de campanha e definir quais serão as possíveis inovações de uma nova gestão do PSDB. Este grupo, comandado por alguns dos mais ferrenhos defensores de Alckmin, terá um papel central em um novo governo tucano. O deputado federal Silvio Torres (PSDB) diz que os encontros têm caráter informal e que o objetivo é apresentar sugestões que podem ou não ser acatadas por Alckmin ou por sua coordenação de campanha, chefiada pelo deputado estadual Sidney Beraldo (PSDB). “É apenas uma troca de ideias. Fizemos bons governos em São Paulo, mas, a cada momento, você tem novos desafios. É preciso aproveitar o potencial de desenvolvimento do Estado,” Deixando de lado o jogo para a plateia, o fato é que Alckmin pretende investir em três ou quatro propostas que representem renovação sem ruptura administrativa. Uma delas seria o fortalecimento do Estado como polo de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, com a criação de uma estrutura específica para gerir
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“Temos vícios como o burocratismo e o excesso de cargos de confiança. O lado bom é que temos muitos setores com eficiência”
Dalmo Dallari Jurista
MODELO O Parque Tecnológico de São José, alvo do PSDB
os chamados “parques tecnológicos”. No campo da oposição, o jogo será disputado de maneira bem diferente. O senador Aloizio Mercadante (PT) pretende mostrar que o governo de São Paulo tem uma estrutura arcaica em áreas prioritárias e não consegue viabilizar obras importantes, apesar da receita anual de R$ 125 bilhões. “Existe um esgotamento do ciclo do PSDB em São Paulo”, diz o presidente do PT no Estado, Edinho Silva. “Os desafios vão sendo alterados, mas quem está no poder não consegue enxergar as mudanças na sociedade e nas expectativas dos eleitores.” Na cúpula do PT, existe o entendimento de que é preciso propor um novo modelo de gestão, menos centralizador. Na prática, Mercadante deve aparecer na TV propondo parcerias com os municípios oferecendo aos eleitores a chance de controlar mais de perto a qualidade das escolas e fiscalizar o trabalho da polícia. Será que vai funcionar?
“O pior é a burocracia, o excesso de regulação. Se você tem servidores comprometidos com a coisa pública, por outro lado, a regulação é positiva.”
Gilson Carvalho Médico
“O maior problema é o atendimento precário aos deficientes, o que se vê na novela. Já a qualidade... O que a gente tem é obrigação do Estado”
Fulvio Chiantia Atleta
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Domingo 2 Maio de 2010
Márlon Reis, do Movimento de Combate à Corrupção
Será que Deus ajuda?
O
presidente da Câmara de São José, Alexandre da Farmácia (PR), administra um orçamento superior ao de 23 municípios da região, com uma receita estimada em R$ 42 milhões para 2010. Em Taubaté, o presidente Henrique Nunes (PR) conta com R$ 14 milhões. Em Jacareí, os recursos administrados por Diobel Fernandes (PSDB) chegam a R$ 12 milhões. E o que estes três políticos, de histórias tão distintas, têm em comum? Todos serão candidatos a deputado nas eleições de outubro, pilotando orçamentos generosos à frente do Legislativo. Dinheiro e poder nem sempre garantem a eleição e, no caso dos presidentes das Câmaras, é preciso superar tabus e conciliar a atual administração com a campanha. Em São José, na história recente, o único
Rabo de foguete O programa espacial brasileiro corre perigo. Se não houver um rearranjo institucional do programa, com a subordinação da AEB (Agência Espacial Brasileira) diretamente à Presidência da República, e a diversificação dos projetos, o Brasil verá os recursos para o setor minguarem ano após ano, enquanto alguns de seus maiores parceiros econômicos entram no seleto grupo do mercado global de satélites. As conclusões de um estudo elaborado pela consultoria legislativa da Câmara dos Deputados comprovam que os candidatos à Presidência não poderão tratar a questão do programa espacial, mais uma vez, como perfumaria. Considerando-se apenas os países do Bric, enquanto o Brasil conta um orçamento de R$ 353 milhões para o setor em 2010, a
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FICHAS LIMPAS “Qual a legitimidade da CCJ para construir outro texto, depois que o projeto foi aperfeiçoado?” Sobre a tentativa da Câmara de mudar o projeto dos fichas limpas
presidente de Câmara que venceu uma eleição foi o petista Carlinhos Almeida, eleito deputado estadual em 1998. Outros fracassaram na disputa por cargos mais elevados ou nem mesmo conseguiram se reeleger vereadores. Foram tantos os fracassos, aliás, que atribuiuse à presidência da Câmara a maldição de afastar os vereadores da base e antecipar o fim de sua carreira política. Algo que Alexandre da Farmácia acredita que ser capaz de superar. Em Taubaté, jamais um presidente da Câmara foi eleito deputado. A cidade também não elege um deputado federal desde 1998. Henrique Nunes conta com o apoio de mais da metade dos vereadores, mas terá que superar a divisão do eleitorado taubateano. Em Jacareí, o último deputado eleito pela cidade foi Luiz Maximo. O tucano Diobel Fernandes faz projeções otimistas e diz que vai conciliar a administração da Câmara com o esforço de campanha, sempre a partir das 16h. “Sou o segundo homem no poder na cidade, mas virei candidato pelo reconhecimento dos serviços bem prestados. A eleição depende do trabalho de cada um, mas Deus ajuda”.
China projeta investimentos de R$ 1,8 bilhão, a India, recursos de R$ 800 milhões e a agência espacial russa tem um orçamento de US$ 2 bilhões. Não é possível postergar novamente o lançamento de satélites como o CBERS-3 ou do segundo protótipo do VLS (Veículo Lançador de Satélites). Se isso ocorrer, o Brasil deixará de ser visto como um parceiro confiável no desenvolvimento de novas tecnologias e terá que se contentar com projetos sem retorno científico ou comercial. O diretor do Sindicato dos Servidores da Ciência e Tecnologia, Fernando Morais, põe mais lenha na fogueira e defende a desmilitarização completa do programa espacial. “Tem que tirar o IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço) do DCTA. Os militares não dão continuidade aos projetos.”
PINGUE & PONGUE Narcio Rodrigues Presidente do PSDB em Minas Gerais e deputado federal
Como será pedir votos para Serra em Minas depois do governador Aécio Neves ter sido preterido? Isso é coisa superada, não gera desconforto. A lógica é clara, o plano A era eleger o Aécio para a presidência, o plano B é eleger José Serra. Aécio será candidato ao Senado para ter liberdade para atuar e servir como alavanca para a campanha de Serra e, depois, ajudar na governabilidade. Qual será a estratégia de campanha do PSDB? A primeira medida é intensificar a agenda, é contar com o Serra em Minas. Temos que ter um uma proposta nacional, com as linhas gerais que já foram delineadas pelo Serra, e a particularização da mensagem para Minas. Minas tem que ser tratada como um país à parte nesta eleição. De cada dez mineiros, nove sonhavam com a candidatura de Aécio à presidência. E o cenário “Dilmasia”, os eleitores podem votar em Dilma e Antonio Anastasia? Não vejo esta hipótese. O eleitor vai votar em que fortalecer o nome do Aécio Neves. Com uma vitória em Minas de ponta a ponta, o Aécio se firma como líder nacional.
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Política ELEIÇÕES 2010
Brasília, a capital do poder
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Fotos: Eugênio Vieira
Recuperar a credibilidade da política, arranhada por sucessivos escândalos no Distrito Federal, será um dos principais desafios que o próximo governante do país terá que enfrentar a partir de janeiro de 2011
Cláudio César de Souza Enviado a Brasília
inte e cinco anos após a redemocratização e no ano em que Brasília, a capital do poder, completa 50 anos, 133 milhões de brasileiros irão às urnas em 3 de outubro para eleger o próximo presidente da República. Mas quais os principais desafios que o próximo governante do país e sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem batido recordes seguidos de popularidade, terá que enfrentar a partir de janeiro de 2011? Para responder à essa pergunta, a revista valeparaibano consultou lideranças dos principais partidos e cientistas políticos. Para eles, não daria mais para adiar as reformas –política, tributária e trabalhista– que foram prometidas por Lula em seus dois governos, mas não saíram do papel. Outro desafio seria recuperar a credibilidade da política junto à população, arranhada por sucessivos escândalos, cujo episódio mais recente foi o mensalão do DEM que resultou na cassação do mandato do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), e na sua prisão por suposta corrupção no exercício do mandato. Antes de Arruda, a política brasileira já havia sido abalada nos últimos cinco anos por casos como o mensalão na base de apoio de Lula, dossiês de aloprados, sanguessugas, dólares na cueca e atos secretos que colocaram em xeque a credibilidade da Câmara dos Deputados, do Senado e do governo federal.
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DISTRITO FEDERAL Vista do prédio do Congresso Nacional, em Brasília, que completou no mês passado 50 anos
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Política
“O grande desafio do próximo presidente será recuperar a credibilidade da política, que está muito desacreditada junto à população. As políticas econômica e social vão bem, tanto aqui como na imagem que passamos para o exterior, mas não é suficiente. Todos temos que nos unir para recuperar a política”, pondera o deputado federal Fernando Gabeira (PV), pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro. Se desde 1994 o Brasil conseguiu a tão sonhada estabilidade econômica e vem mantendo a inflação sob controle, continua o desafio para os próximos anos de gerar novos empregos, diminuir a carga tributária, adequar as leis trabalhistas aos novos tempos e reduzir as desigualdades sociais e a violência. “É uma combinação de fatores para melhorar a vida das pessoas, mas acredito que os três grandes desafios são manter a trajetória de crescimento econômico dos últimos anos e reduzir as desigualdades sociais e a violência, tanto urbana quanto no campo”, analisa o professor de Ciências Políticas e pesquisador da FGV (Fundação Getúlio Vargas) de São Paulo Cláudio Couto. Planos de governo Pré-candidatos ao Palácio do Planalto, o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), a ex-ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff (PT), a senadora Marina Silva (PV-RJ) e o deputado federal Ciro Gomes (PSB-SP) já estão elaborando seus planos de governo para tentar responder a esses anseios da sociedade. Nos programas que apresentarão aos brasileiros a partir de julho, quando começará a campanha eleitoral, eles terão que mostrar como pretendem avançar na área social, hoje praticamente limitada ao programa BolsaFamília, qual será o tamanho do Estado e como irão preparar o Brasil em termos de infraestrutura para receber a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. “O Brasil avançou muito nos governos Lula e o próximo presidente terá que aprofundar as conquistas, principalmente nas áreas política, econômica e social. Acredito que só a Dilma, com o arco de apoios que está formando, terá condições de garantir esses avanços. Com a continuidade do governo do PT, teremos condições de concretizar o Trem-Bala e o PAC-2 e preparar o país para receber a Copa de 2014 e as Olim-
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CONGRESSO No alto, plenário do Câmara dos Deputados; ao lado, parlamentares em sessão; acima, José Genoíno (em pé) ao lado de Celso Russomano
Desafio para os próximos anos é gerar empregos, diminuir carga tributária, adequar as legislações trabalhistas e reduzir as desigualdades sociais
píadas de 2016”, garante o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP). Já a oposição prega uma mudança radical em relação aos oito anos de governo Lula. “Um grande desafio do próximo presidente será retomar a capacidade de investimentos do país, que nos oito anos dos governos Lula foram muito reprimidos”, salienta o deputado federal José Anibal (PSDB-SP), um dos pré-candidatos tucanos ao Senado. “Será preciso também ampliar o acesso da sociedade ao conhecimento e ao ensino técnico, como o Serra fez tão bem em seu
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HISTÓRIA Memorial JK, museu inaugurado em 12 de setembro de 1981 para homenagear o ex-presidente Juscelino Kubitschek, fundador de Brasília (DF)
governo em São Paulo. Outra questão urgente é também resolver o problema da segurança pública. O próximo presidente não poderá se eximir de enfrentar esse desafio”, disse Anibal, ex-presidente nacional do PSDB e ex-líder do partido na Câmara Federal. Um dos interlocutores de Serra junto à sociedade durante o período de pré-campanha, o líder do DEM na Câmara Federal, Paulo Borhausen (SC), também considera que será preciso ampliar os investimentos e provocar um choque de gestão em diversos setores para que o Brasil possa gerar mais emprego e renda no próximo governo. “O próximo presidente terá como principal desafio arrumar a casa, que está muito desarrumada. É preciso resolver os problemas de saúde, segurança e infraestrutura. Só nessas três áreas terá trabalho para até dois mandatos. Como o Brasil precisará colocar ordem na casa, precisará de um presidente com experiência administrativa comprovada, como é o caso do Serra. Se a Dilma ganhar, será a continuidade de um governo que o país não aguenta mais”, opina Borhausen. Prioridade Presidente do PDT em São Paulo e presidente da Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva, acredita que a maior prioridade para o país nos próximos anos será dar um salto de qualidade na infraestrutura. “A principal questão do país e que precisa ser combatida urgentemente está na área de infraestrutura, que carece de mais investimentos em portos, aeroportos, estradas e ferrovias para que o país possa continuar crescendo e gerando emprego e renda nos próximos anos. Também é necessário fazer a reforma trabalhista, desde que não se mexa nos direitos adquiridos”, pondera o líder do PDT. Ex-presidente da Câmara Federal e um dos principais aliados de Dilma Rousseff, o deputado federal Aldo Rabello (PC do B-SP) acredita que os governos Lula colocaram o país no rumo certo e prega a continuidade administrativa. “Não é preciso muita inovação. O que o próximo presidente terá que fazer é intensificar o desenvolvimento econômico, político e social que o país conquistou nos dois governos do presidente Lula. Essa é a questão fundamental para o país.” Independentemente de quem for eleito
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NÚMEROS 81 SENADORES representam 26 Estados e o Distrito Federal
513 DEPUTADOS foram eleitos para um mandato de 4 anos
em 3 de outubro para dirigir os destinos do Brasil até 2014, os desafios a serem vencidos são grandes e o tempo para enfrentá-los, curto. Portanto, os discursos terão que se limitar aos três meses de campanha. A partir do momento em que a população escolher o sucessor de Lula, o novo presidente do Brasil terá que deixar a retórica de lado, arregaçar as mangas e colocar em prática ações concretas para assegurar o desenvolvimento econômico do país e a melhoria da qualidade de vida da população sob todos os aspectos. •
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Política
Dilema urbano Após 50 anos de sua construção, Brasília vive hoje o problema do crescimento demográfico em relação ao projeto do Plano Piloto Yann Walter São José dos Campos
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pós 50 anos de sua construção, Brasília está diante de um dilema: como integrar o crescimento populacional e as interferências normais da vida moderna sem grandes mudanças em seu projeto urbanístico original? Conhecido como Plano Piloto, o projeto urbano foi desenhado por Lúcio Costa em 1957 para abrigar a nova capital do país. A ideia do urbanista era criar uma cidade a partir de dois grandes eixos, um no sentido norte-sul e outro no leste-oeste. O Eixo Rodoviário é formado pelas asas Sul e Norte, onde se concentram as quadras residenciais conhecidas como “superquadras”. O Eixo Monumental, de 16 quilômetros de comprimento, é dividido em três porções. Na parte oeste, ficam os órgãos do governo federal, como a Praça dos Três Poderes e a Esplanada dos Ministérios, cujos edifícios foram projetados pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer. A parte central, dominada pela Torre de TV, abriga a rodoviária da cidade, que fica na intersecção dos dois eixos. Já a parte leste tem como principais monumentos o Complexo Poliesportivo Ayrton Senna, o Autódromo Nelson Piquet, o Parque da Cidade e o Memorial JK. Considerada uma referência mundial de cidade planejada, Brasília foi o primeiro conjunto arquitetônico moderno classificado como Patrimônio Mundial da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
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SINCRONIA Vista geral do eixo monumental revela as formas do Plano Piloto da capital brasileira idealizado por Lúcio Costa
O projeto de Lúcio Costa foi um sucesso mundial. O astronauta russo Yuri Gagarin, primeiro homem a viajar ao espaço, disse em 1961 ao visitar Brasília: “Tenho a impressão de estar desembarcando em outro planeta”. Brasília ganhou destaque internacional, sendo considerada mundo afora um modelo de arquitetura monumental e moderna. Para Andrey Rosenthal Schlee, coordenador de arquitetura da UnB (Universidade de Brasília), o Plano Piloto tem quatro grandes virtudes: o acerto na escolha do sítio, sua contribuição para a história urbana e da humanidade, a simplicidade do desenho original e a concepção, na devida medida, da porção monumental da cidade. “O que temos em Brasília é o resultado de um esforço consciente de
fazer uma cidade diferente das tradicionais.” Já Rosana Ferrari, presidente do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) de São Paulo, destacou a funcionalidade do projeto como maior vantagem. “O Plano Piloto era um projeto modernista e racional, com funções prédefinidas. A cidade foi planejada como um todo e dividida em zonas”. Porém, 50 anos depois, esta vantagem perdeu bastante força. Projetado para 600 mil pessoas, o projeto urbanístico de Brasília deve agora integrar uma população superior a 2,6 milhões de habitantes, sem falar na explosão do número de carros. “É preciso pensar no que está acontecendo com a cidade e nos problemas decorrentes do crescimento populacional”, afirmou Rosana.
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questão do transporte e ainda apontou outro fator que considera problemático: a rigidez do projeto original. “Vivemos em uma cidade rodoviária, com grandes distâncias a percorrer e com um ineficiente serviço de transporte público. Vivemos em uma cidade funcional, com destinações extremamente rígidas e específicas para suas diferentes partes, e isso deve ser urgentemente corrigido”. No entanto, assim como vários outros especialistas, Rosana rejeita qualquer modificação profunda do projeto idealizado por Lúcio Costa. “O Plano Piloto tem que ser repensado, mas sua essência tem que ser preservada. Afinal, Brasília é uma obra de arte. Não se deve interferir no traçado original”, sentenciou.
Mobilidade Para ela, Brasília foi desenhada para a locomoção individual e já não está mais dando conta de seu objetivo inicial. “Hoje, o maior problema da cidade, de um ponto de vista urbanístico, é a mobilidade. A solução pode ser desenvolver o transporte coletivo, talvez através da construção de um metrô ou da abertura de mais vias expressas no entorno de Brasília.” “O poder público deve investir mais no transporte público e não deixar que os adensamentos populacionais venham a ser ditados pelo mercado imobiliário e pelas forças políticas oriundas destes interesses especulativos”, alertou, por sua vez, Paulo Henrique Paranhos, presidente do IAB de Brasília. Rosenthal Schlee também mencionou a
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ARQUITETO Oscar Niemeyer, 102 anos, que projetou os principais prédios públicos de Brasília
Cidades-satélites A grande questão é se o Plano Piloto deve integrar as chamadas cidades-satélites, que se multiplicaram nos arredores de Brasília. Na verdade, estes núcleos, criados inicialmente para alojar os operários dos inúmeros canteiros de obra da capital e que acabaram abrigando a população de menor poder aquisitivo, sequer podem ser chamados de cidades, pois não têm autonomia em relação ao centro urbano. “Brasília deve ser repensada como uma metrópole, e incluir as cidades-satélites no seu planejamento. É uma realidade que não pode ser deixada de lado”, avaliou Rosana. Cabe ressaltar que estes núcleos afastados do centro urbano acabaram adquirindo uma grande importância socioeconômica para a cidade e que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) não faz a distinção entre Brasília e DF em suas estatísticas. Assim, não seria correto considerar Brasília como sendo composta apenas pelo Plano Piloto. “É fundamental assumir isso e retomar seriamente a discussão do necessário planejamento urbano regional. Temos que ter a coragem de propor e projetar as modificações e transformações que ainda se fazem realmente necessárias”, disse Rosenthal Schlee. Para ele, é necessário criar novos empregos fora do Plano Piloto e diminuir a dispersão da população no território do Distrito Federal, aproximando a moradia do emprego e o emprego da moradia. “Agindo assim, só estaremos complementando e valorizando a porção da cidade que é considerada Patrimônio da Humanidade”, sentenciou. •
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Entrevista >Dilma Rousseff, 62 anos, ex-ministra-chefe da Casa Civil e braço direito de Lula, é pré-candidata do Partido dos Trabalhadores à Presidência da República
“O Brasil está preparado para ter uma mulher presidente” Cláudio César de Souza Enviado a Brasília
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ovata nas urnas, a pré-candidata do Partido dos Trabalhadores à Presidência da República, Dilma Rousseff, 62 anos, acredita que a população brasileira está preparada para eleger uma mulher para comandar o país nos próximos quatro anos. A ex-ministra-chefe da Casa Civil atribui a possibibilidade de quebrar um tabu histórico e ser eleita a primeira governante mulher do Brasil à grande popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu principal cabo eleitoral na disputa ao Palácio do Planalto com o pré-candidato e ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Em entrevista exclusiva concedida à revista valeparaibano, Dilma prega a continuidade do projeto político iniciado há oito anos por Lula, garante que o PT leva vantagem na comparação com os dois governos do tucano Fernando Henrique Cardoso e
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teme que uma eventual vitória de Serra faça com que o país tenha um retrocesso no desenvolvimento econômico. Como a senhora analisa a possibilidade de, com a colocação de sua candidatura, o Brasil ter a chance de eleger pela primeira vez em sua história uma mulher para comandar o país? < Acredito que o Brasil está preparado para ter uma mulher presidente da República. Nós, mulheres, somos 52% da população e demos passos significativos em direção à mudança da situação das mulheres no Brasil. As mulheres têm muitas características que as diferenciam. Inequivocamente, são sensíveis, tendo a qualidade de apreender a realidade com o outro olho, que é o do coração. São sensatas e práticas, porque se não forem não dão conta da jornada que cumprem, que é cuidar dos filhos, providenciar para que a casa fique arrumada e ainda trabalhar. Por isso, elas são pragmáticas mesmo. E as mulheres são corajosas. Acho que ninguém discute a capacidade de resistência da mulher à dor e também sua capacidade de sacrifício.
Por tudo isso e também pelo fato de um metalúrgico que veio lá da cidade de Garanhuns (PE), no Nordeste, para São Paulo, conseguir nesta trajetória chegar à presidência da República, isso abre caminho para todas as classes, todos os gêneros e todas as etnias que existem no Brasil. Esse caminho foi aberto e mostrou que é possível uma mulher chegar à Presidência. Além de abrir esse caminho, o presidente Lula colocou o Brasil em um novo momento histórico. Saímos de um período de estagnação e desigualdade e entramos em um período de crescimento econômico com distribuição de renda e estabilidade. Acho que tudo isso repercutiu no mundo e
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extensão de todas as políticas sociais e do Bolsa-Família.
ORGULHO “MINHA BIOGRAFIA ME ORGULHA. PARTICIPEI DA RESISTÊNCIA À DITADURA. ALIÁS, ACHO QUE É UMA VANTAGEM NÃO TER FUGIDO DA LUTA CONTRA A DITADURA” na forma como o mundo vê a gente. É inequívoco que somos muito mais respeitados. Não só porque nosso PIB cresce, mas porque tiramos milhões de brasileiros da miséria e elevamos à classe média mais de 30 milhões de brasileiros. Tenho certeza de que uma parte fundamental desse respeito é pelo crescimento econômico. A senhora elencou uma série de conquistas dos dois governos do presidente Lula. A senhora teme que o Brasil possa ter um retrocesso caso o pré-candidato do PSDB, o ex-governador de São Paulo José Serra, vença as eleições? < Acho que o povo não vai deixar, mas eu não temo retrocesso. Temo que ele [Serra] não avance pelos caminhos que deve avan-
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çar. Há dois projetos diferentes colocados na pauta e não podemos concordar com esta história de que não se pode comparar. Eles têm que combinar conosco que não vamos comparar. Por que não comparar se cada um se apresenta ao povo com as credenciais que têm? A minha credencial é o meu passado. De fato, nunca fui candidata. Mas dirigi uma prefeitura em Porto Alegre, onde fui secretária da Fazenda, participei de dois governos estaduais no Rio Grande do Sul, como secretária de Energia, Minas e Comunicação, e fui ministra de Minas e Energia e coordenei o governo do presidente Lula quando ele me deu a honra de me convidar para ser ministra-chefe da Casa Civil. Então, participei de programas como o ‘Minha Casa, Minha Vida’, ‘Luz para Todos’, pré-sal, PAC e do processo de
Como a senhora acha que o eleitor deve fazer esta comparação entre os projetos do PSDB e do PT? < O presidente Lula e eu temos um projeto, que é diferente do anterior. Não tiro os méritos democráticos do Brasil nos governos do Fernando Henrique [Cardoso, do PSDB], mas eles estagnaram a economia, não distribuíram renda e não criaram mecanismos para que o país crescesse. Nós mudamos isso. Criamos novos instrumentos para o Brasil crescer e aí entendemos porque geramos 12,4 milhões de empregos e vamos gerar mais ainda até o final do governo. Então, é um outro Brasil e é só comparar o que era em 2002 e o que é agora em 2010. Agora, é um povo autoconfiante, é um povo orgulhoso de ser brasileiro e por isso que podemos avançar ainda mais. Eu participei da construção deste alicerce, que vai precisar que coloquemos muito mais tijolos e pedras, que são os programas de renda, de desenvolvimento produtivo e de financiamento. Acho que temos condição de avançar em uma área que é estratégica, e para mim a mais importante, que é a Educação. Criamos nos governos do presidente Lula condições para isso. O PSDB e os partidos da oposição já deixaram clara a estratégia não de comparar governos, mas sim comparar a senhora e o pré-candidato Serra, principalmente em relação à experiência administrativa. A senhora teme este tipo de comparação?
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Política < Pelo contrário, eu adoro. Porque o Serra foi ministro da Saúde e do Planejamento e eu fui ministra das Minas e Energia e ministra-chefe da Casa Civil, dirigindo todos os segmentos do governo federal como auxiliar direta, braço direito e braço esquerdo do presidente Lula. Em cada pedaço deste governo, tenho o orgulho de dizer que tem um pedaço de mim. A minha biografia me orgulha. Participei da resistência à ditadura, das formas que minha geração encontrou para participar. Além disso, acho que é uma vantagem não ter fugido da luta contra a ditadura. Tenho muito orgulho de ter feito isso. Temos que comparar também o desempenho nas crises econômicas. Eles [PSDB] deixaram o Brasil quebrar várias vezes e ainda diziam que a única coisa que nós sabemos fazer é surfar na onda do crescimento da economia internacional e que, se enfrentássemos uma crise, não saberíamos como nos comportar. Veio uma crise muito maior que as quatro crises que eles enfrentaram, a maior desde 1929, e o Brasil deu exemplo para o mundo. Então, tudo isso nos leva a dizer uma coisa que acho forte. Nós não estamos prometendo, nós fizemos. A diferença é essa: quem promete e quem faz. Nós fizemos muito, mas temos certeza que podemos fazer muito mais. Eles [PSDB] têm que mostrar porque podem fazer mais. Então, é comparar o que eles fizeram e o que nós fizemos. Vamos provar para o povo que é através dele que vamos avançar para o rumo certo. Eu acho que o rumo certo é o caminho que o Lula abriu. Você não vai acreditar que eles são herdeiros do Lula, vai? Eles passaram sete anos e meio falando mal do Lula e do governo todos os dias. Nós, a duras penas e trabalhando dia e noite, conseguimos colocar o Brasil no rumo certo e aí chega na hora da eleição e eles vêm dizer que são sucessores do nosso governo? Não podemos aceitar isso. Eles são sucessores do governo deles. Do nosso não. Isso cheira a lobo em pele de cordeiro, mas não acredito que o povo deixará ser enganado de forma tão primária. Por que o PSDB e a oposição apostam tanto nesta comparação de experiência administrativa entre a senhora e o ex-governador Serra? < Acho que é a falta de projeto. Porque, se tivesse projeto, falava que o projeto deles é esse e o meu é esse e iríamos debater ideias. Eu te-
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ELEIÇÃO “MEU OBJETIVO QUANDO COMEÇAR A CAMPANHA É SER CONHECIDA DE MODO QUE SAIBAM QUEM EU SOU. NEM TODO MUNDO SABE QUE REPRESENTO A CONTINUIDADE DOS GOVERNOS LULA” Divulgação
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ciente. Acho que o meu objetivo quando começar a campanha é ser conhecida, de modo que as pessoas saibam quem eu sou e o que eu represento. Nem todo mundo sabe que eu represento a continuidade aos governos Lula e esse é um problema que teremos que enfrentar, esclarecendo a população.
nho muita honra da minha biografia e não fujo de discuti-la um minuto. Só não vou aceitar que eles peguem uma borracha e digam que a biografia vai até 2002 e para além deste ano não falamos nada. Porque o ponto alto da minha biografia são os governos do presidente Lula. Se na biografia deles o ponto alto não foram os governos do Fernando Henrique Cardoso, que é quando comandaram o país, é problema deles. Faço questão que minha biografia tenha os governos do presidente Lula. A senhora acredita que o fato de nunca ter disputado cargo eletivo nem ter sido testada nas urnas poderá ser um obstáculo na campanha? < Acho que o eleitor vai avaliar o que cada um fez, até porque ele está muito vacinado
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contra promessas. A tendência do eleitor é analisar as credenciais com que cada um aparecerá na campanha. Eu respeito muito os votos e não vou desmerecer nunca a pessoa ter sido eleita vereador, deputado estadual, deputado federal, prefeito e governador. Agora, o problema a ser discutido é o seguinte: não ter ocupado esses cargos impede alguém de ser presidente? Não, até porque a Constituição é que me garante disputar a Presidência, até porque sou brasileira nata. Vou apresentar minhas credenciais para o povo e espero que ele decida de uma forma correta e justa. A senhora já se sente conhecida do povo brasileiro? < Sou bastante conhecida, mas não o sufi-
O presidente Lula governa com um amplo arco de alianças, inclusive com lideranças políticas que representaram a oligarquia e a ditadura que a senhora combateu durante tantos anos. A senhora se sente confortável tendo a presença de alguns desses políticos em seu arco de alianças? < Acho que as pessoas mudam. As pessoas mudam quando a realidade muda e quando o Brasil muda. Nós governamos com uma coalizão ampla, que foi fundamental para que chegássemos a um bom resultado. Acho que é correto e oportuno ter uma coalizão porque o Brasil tem uma diversidade muito grande, mas há uma orientação clara que orienta essa aliança. Aqueles que aderiram a esse projeto fizeram isso porque o projeto busca o desenvolvimento do Brasil, a distribuição de renda e a inclusão social, fazer com que pessoas tivessem mobilidade social, coisa que tinha desaparecido do Brasil. Eles aderiram porque aceitaram esse projeto. É um projeto que tem uma política externa independente e soberana, mas em que ninguém tem atitudes beligerantes e na qual demos importância para a América Latina, para a África, para a Ásia e para o Oriente Médio, mas não nos descuidamos das nossas relações com a Europa e os Estados Unidos. É também um projeto que defende a democracia. Acho que o avanço do governo Lula terá que ser sustentada por uma coalizão. A senhora é considerada pelo presidente Lula como a mãe do PAC. A senhora acredita que os resultados tímidos do programa até o momento podem arranhar a sua imagem de gerente e tocadora de projetos? < Recebemos este governo sem nenhum projeto executivo, básico ou licenciamento.
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Não tinha nenhum planejamento. Nosso primeiro mérito foi colocar no papel. Porque se você não faz projeto básico, você não pode licitar uma obra. Se você não faz projeto executivo, você não pode construir. Se você não tira o licenciamento nem faz o EIA-Rima, não tem direito de iniciar a obra porque você não tem autorização do Meio Ambiente. O primeiro grande esforço nosso foi colocar no papel e está tudo lá. O segundo esforço foi executar porque foi desmontada a máquina de fiscalização e execução do país. Conseguimos dos R$ 656 bilhões, realizar R$ 400 bilhões. O pessoal só conta como obra o tijolo empilhado. Não conta como obra ter que desapropriar, ter que retirar e ter que colocar. Ninguém toca no assunto que ajudamos a executar o Rodoanel de São Paulo, colocando R$ 1,2 bilhão lá. Se o PAC é uma lista de obras, por que o Rodoanel não foi incluído? Pergunta aos prefeitos e governadores do PSDB e do DEM de onde vem o dinheiro que eles recebem? Vem desta coisa que não existe chamada PAC? Vem desse imenso esforço para viabilizar e executar o PAC. O PAC prevê novos investimentos no Vale do Paraíba? O que a senhora pretende apresentar de obras e investimentos para o Vale durante a campanha? < O conselho que dou aos prefeitos do Vale é que fiquem atentos para apresentar, como foi no PAC 1, projetos na área de saneamento e habitação, como o ‘Minha Casa, Minha Vida’. Também têm que estar atentos para projetos de drenagem e para as creches. Vamos fazer 1.200 creches por ano. Têm que estar atentos para as chamadas praças do PAC e para cobertura dos campos de futebol e de quadras. O Trem Bala terá estação em São José dos Campos? < Eu tenho certeza de que vai ter estação em São José dos Campos. Até porque precisamos ter outro aeroporto em São Paulo e o que está em melhores condições é o de São José dos Campos. Vai ter consulta pública, mas a minha opinião é de que tem que ter estação em São José dos Campos. Não é aleatório, mas por uma questão estratégica. Para o período da Copa do Mundo, vamos conseguir fazer Campinas, São Paulo e São José dos Campos. Por que São José? Por que é possível transformar o aeroporto de São José em um aeroporto internacional, já que ele tem estrutura para tal.
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TREM-BALA “TENHO CERTEZA DE QUE VAI TER UMA ESTAÇÃO DO TREM-BALA EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS. NÃO É ALEATÓRIO, MAS POR UMA QUESTÃO ESTRATÉGICA” Se eleita, qual será a prioridade da senhora para a área de Educação? < Para a Educação tenho uma grande prioridade. Provamos que o problema da Educação tem que ser tratado de forma uniforme, saindo da creche e indo até a pós-graduação. Os marcos da Educação são o aumento do ensino básico, que foi o Fundeb, ampliando os recursos. Voltamos a defender o que chamamos de prova, acompanhando o desenvolvimento da criança. É impossível educação de qualidade sem professores que tenham formação continuada e salários dignos.
Voltamos a investir em ensino universitário e em ensino profissionalizante. Abrimos o caminho, mas vamos ter que expandir mais e pavimentar o caminho. Daqui para frente temos que ampliar isso para capacitar o Brasil a entrar na economia do conhecimento. A pessoa não pode falar que é a favor de ciência e de tecnologia e sucatear o ensino superior e a pós-graduação. Fizeram isso no governo Fernando Henrique Cardoso. E para a Saúde?
< Para a Saúde temos que garantir que os bra-
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PERFIL NOME Dilma Rousseff IDADE: 62 anos NATURALIDADE Belo Horizonte (Minas Gerais) FORMAÇÃO Economia, pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) CARREIRA Foi secretária da Fazenda em Porto Alegre (RS), secretária de Minas, Energia e Comunicação no Rio Grande do Sul, ministra de Minas e Energia e ministrachefe da Casa Civil
sileiros tenham atenção de qualidade. Acertamos em algumas coisas e faltou uma integração geral, que está sendo feita agora. Acho importantíssima a Saúde da Família, que dá atenção para criança, mãe, diabete e pressão alta. Vamos ter agora as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e as policlínicas. O Serra e o PSDB dizem que vão manter o Bolsa-Família, mas com viés educacional. Como a senhora analisa essa proposta? < Ele não está mantendo. Se ele mantiver um viés educacional, ele não está mantendo porque já existe o viés educacional. A condição para a pessoa receber o Bolsa-Família é ter seus filhos matriculados na escola. A Bolsa-Família é o direito sagrado de educação que estamos mantendo para o pessoal que está abaixo da linha de pobreza. Eu acho que isso é fundamental e elevou o Brasil a uma questão de dignidade. Lem-
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bro que até pouco tempo a oposição achava que o Bolsa-Família chamava Bolsa-Esmola. Achar que a pessoa tem que esperar o Brasil crescer para tomar café da manhã, almoçar e jantar é uma temeridade. Se eleita, a senhora pretende fazer as reformas estruturantes (política, tributária e previdenciária)? < Acho que a previdenciária demos um passo largo para ela. Acabamos com as filas e fizemos com que aposentados e mulheres que recebem salário-maternidade recebessem isso em tempo recorde, em mais ou menos meia hora. Além disso, a grande vantagem que fizemos na Previdência é distinguir o que é gasto previdenciário e o que é gasto do Tesouro Nacional. Aumentou o número de pagantes da Previdência porque aumentou o número de empregos. Então, aquela Previdência mirradinha do passado está se encorpando quando o Bra-
sil cresce, gera emprego, formaliza a mãode-obra e cria o Simples. É importante que tenhamos outra visão da Previdência. Reconheço as conquistas, mas temos que avançar. Em relação à reforma política, vamos ter que novamente tentar fazê-la porque é uma forma de tornar as instituições mais virtuosas. Se quisermos governabilidade de nível alto, precisamos da reforma política. O nosso desempenho na crise é uma experiência que fica para nós, para podermos dizer que vamos fazer reforma tributária porque sabemos que só tem um jeito de fazer reforma tributária, que é desonerar [a carga de impostos]. Você vai incidir sobre conflito federativo, tendo Estado que ganha e Estado que perde. Temos que esperar que o efeito da reforma tributária, que vai ser melhorar a economia, aumentar o desenvolvimento e melhorar a arrecadação, se dê no médio prazo. Enquanto isso, você tem segurar a receita. •
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Política
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INFRAESTRUTURA
O Vale
espera crescendo
Projeto que cria a região metropolitana do Vale do Paraíba tramita há dez anos na Secretaria Estadual de Economia e Planejamento, sem previsão de votação na Assembleia Legislativa
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Hernane Lélis São José dos Campos
amila Zardi, 31 anos, assistente de relacionamento, passa ao menos quatro horas por dia na estrada. Moradora de São José dos Campos, ela trabalha há três anos em um escritório de seguros no bairro Moema, zona sul da capital. As idas e vindas pela via Dutra são constantes e garantidas por uma série de fatores econômicos e sociais. A explosão demográfica influenciada, entre outras coisas, pela estrutura viária, ganha contornos e rostos, como o de Camila, levando a região a acenar para uma realidade cada vez
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mais provável: a criação da região metropolitana do Vale do Paraíba, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira. Tal cenário se desenha devido ao alto grau de integração entre os municípios da região com a capital, além dos aspectos econômico, político e cultural. “O custo de vida em São José é muito menor, a qualidade de vida é melhor, porém o salário é menor. Muita gente faz a mesma coisa, viaja todos os dias para trabalhar”, disse Camila. Para o Vale se tornar uma região metropolitana, cujo objetivo é integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum, é preciso que o governo do Estado aprove uma lei complementar da mesma forma como aconteceu na Baixada Santista, em São Paulo e Campinas. Hoje, a ofensiva política a favor da região metropolitana do Vale do Paraíba é condu-
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Eugênio Vieira
operação entre municípios e Estado para a superação de problemas comuns. De acordo com os deputados, a região possui significativas zonas de conurbação em torno dos municípios –principalmente ao longo da via Dutra, exigindo ações integradas e planejamento comum, já que qualquer intervenção pontual ou acontecimentos social, político ou econômico podem interferir em toda a região. José Antônio Barros Munhoz (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, afirmou que é favorável à criação da região metropolitana do Vale, desde que se justifique a necessidade do projeto. Sobre o que foi apresentado pela Frente Parlamentar, ele acha normal a morosidade com que ele tramita no governo. “O ritmo de votação na Assembleia é lento, por isso é preciso maior empenho da frente parlamentar para aprovação. Nunca percebi nenhuma resistência do governo”.
ÁREA VERDE Vista de jardim japonês com Tori no bairro Jardim Aquarius, região oeste de São José
zida pela Frente Parlamentar em Defesa do Vale do Paraíba, presidida pelo deputado estadual Padre Afonso Lobato (PV). O projeto foi apresentado há quase dez anos à Assembleia Legislativa pelo deputado Carlinhos Almeida (PT) e ficou parado até 2007. Mesmo depois de reapresentado, o projeto ainda não foi para votação –está em análise na Secretaria de Estado de Economia e Planejamento. “Existe uma resistência muito grande do governo para a aprovação. Acredito que seja pela autonomia administrativa que o projeto prevê. Precisamos fazer pressão para ter respaldo”, disse o deputado Padre Afonso. Um dos principais argumentos usados pelos parlamentares para aprovação do projeto é que a dinâmica social e econômica do país sempre impôs a criação de um mecanismo de integração regional que possibilite a co-
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Reação O deputado estadual, Carlinhos Almeida, pretende seguir a orientação do presidente da Assembleia e cobrar da secretaria maior agilidade na tramitação da proposta. “Não acredito que seja normal isso acontecer. Essa demora é uma forma de impedir que a Assembleia discuta o projeto, já que enquanto não deixar a secretaria ele não pode ser votado”, disse. A Secretaria de Economia e Planejamento informou que recebe inúmeros pedidos de alteração da organização regional do Estado, desde a criação de regiões administrativas e metropolitanas até a transferência de municípios de uma região para outra –o que explicaria a demora da análise do projeto do Vale. Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), aponta o vigor econômico e o desenvolvimento do Vale do Paraíba como os principais aspectos para a criação de uma nova região metropolitana. “O Vale do Paraíba é uma região muito grande, que recebe investimentos importantes para o Estado. Tem vocação para se tornar uma região metropolitana já que é integrada e possui uma economia bastante consolidada.” Segundo a Secretaria Estadual de Economia e Planejamento, antes de tomar qualquer decisão sobre futuras regiões metropolitanas, o Estado fará um estudo para detectar os impactos da evolução econômica recente, as novas dinâmicas demográficas e sociais, as relações de integração funcional de natureza socioeconômica entre as cidades, os aspectos hidrográficos e ambientais e a atuação do poder público integrado em áreas de interesse comum. O estudo não tem prazo de conclusão. •
RAIO-X DA REGIÃO
2,2 mi PESSOAS Moram no Vale do Paraíba, que recebeu este nome em razão da bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul
16 mil KM ² É a extensão territorial da região, localizada entre o leste do Estado de São Paulo e o sul do Rio de Janeiro
24,7 mi PIB (US$) É o valor da riqueza produzida por ano nas 39 cidades da região, de acordo com estudo da Fundação Seade
3.700 INDÚSTRIAS Estão instaladas nas cidades da região, além de 13 mil estabelecimentos comerciais e 12.500 unidades de serviço
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Política
Ozires Silva
A importância do transporte aéreo para além dos aeroportos e operadoras
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om a crescente importância do modal aeronáutico, certamente influente nas ações que levam ao desenvolvimento econômico das regiões e das nações, será que não teríamos de pensar nele? Entretanto, quando o assunto é abordado em periódicos em geral somente os vemos abordando aspectos relativos aos aeroportos e operadoras, jogando para um segundo plano serviços em geral, compras ou vendas de aviões, proteção ao voo, peças de reposição e assim por diante. Não se discute o que seria necessário para interessar a terceiros prover a introdução do serviço, sem dúvida, útil para a comunidade. O transporte aéreo deve ser sempre lembrado como um segmento importante de prestação de serviços à comunidade, sobretudo ao passageiro. Levando-se em conta o que acontece em todos os países do mundo, não se pode deixar de recordar que, num Brasil de dimensões continentais, ninguém pensa em ir a Manaus a não ser voando. E, todavia, também é claro que, para que se possa voar são necessários aeroportos, aviões, e tudo o mais acima mencionado. Embora 2009 talvez tenha sido o pior ano, em termos de desempenho econômico das linhas aéreas, desde a retomada dos serviços após a 2ª Guerra Mundial, a IATA (Organização Internacional do Trans-
PROGRESSO “O modal aéreo representa algo muito importante para a mobilidade mundial e agora para o mercado doméstico” porte Aéreo) reportou que mais de um terço da população da Terra viajou em segurança pelas asas de centenas de empresas. Os dados disponíveis são realmente marcantes, mas foi real uma redução do número de passageiros da ordem de 2,5%, em relação ao tráfego de 2008 e de 3,5% na carga. Em contraste, no tráfego aéreo doméstico brasileiro um aumento de embarque e desembarque de passageiros simplesmente cresceu quase de 30% neste primeiro trimestre. Temos razões de sobra para voltar ao ponto básico. O modal aéreo representa algo muito importante para a mobilidade mundial e agora para o nosso mercado doméstico, hoje entendida como um dos fatores mais importantes para gerar crescimento, progresso e oportunidades para as pessoas. No entanto, mais de cem anos depois do vôo de Santos Dumont, ainda existem muitas regiões que passam distantes e não pensam na necessidade de contar com pelo menos um aeroporto. Embora o Brasil possua mais de 2.500 aeroportos, nos seus 5.500 municípios, a maioria deles está insuficientemente equipada, longe de
aspectos operacionais essenciais e, embora recebendo aviões de vez em quando, não oferecem linhas regulares de transporte aéreo. É mais do que o momento para se alertar as autoridades e a população sobre o que o modal aéreo significa para a geração de riquezas. Muito se comenta sobre o poder dos aeroportos para determinar mudanças do panorama econômico no seu entorno. Aqueles que precisam se comunicar sabem o quanto é importante se dispor, a mão, de um voo para encurtar o tempo para fechar um negócio. Vejamos o Vale do Paraíba, um polo de economia atuante que não dispõe de aeroportos com linhas regulares de transporte, de ligação para os maiores destinos de interesse local. Vamos pensar nisto? Quem sabe valeria um esforço conjunto para assegurar que, através de uma cooperação geral, o nosso país possa sair da cifra de 130 destinos hoje atingidos pelo nosso sistema de transporte aéreo. Que possa sair dos seus 60 milhões de passageiros por ano, num contraste com os 900 milhões de americanos que viajam anualmente nos EUA. •
Ozires Silva Engenheiro
ozires@valeparaibano.com.br
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Economia INADIMPLÊNCIA
Calote bate recorde Acumulado da dívida em cinco anos chega a R$ 315,4 milhões em São José; mais da metade da população economicamente ativa está inscrita no sistema do SCPC Hernane Lélis São José dos Campos
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arlos, 42 anos, trabalha como técnico em instrumentação. Pai de uma família com dois filhos, mora em uma pequena casa na zona leste de São José dos Campos, onde paga R$ 500 de aluguel com os R$ 2.000 que recebe de salário. Honrar compromissos financeiros com o dinheiro que sobra tornou-se tarefa complicada, por isso está há sete meses com o nome na lista de inadimplentes do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). Assim como ele, outros 143 mil consumidores estão com problemas de crédito no mercado, o que corresponde a mais da metade da população economicamente ativa de São José –estimada em 250 mil pessoas. Somente no primeiro trimestre desse ano 22.326 pessoas foram incluídas no sistema do SCPC, levadas principalmente pelo aquecimento da economia após a crise financeira mundial. “As facilidades de parcelamento foram aumentando e as promoções foram surgindo, ai complicou tudo. O risco de perder o emprego
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já não era tão grande e acabei devendo para o banco depois de ver as contas se acumulando. Agora, estou tentando negociar. Até limpar meu nome, quem compra tudo hoje é minha esposa”, disse o técnico em instrumentação. A quantidade de devedores, segundo o Sindicato do Comércio Varejista de São José, representa o acumulado dos últimos cinco anos, período em que a pessoa fica com a operação de crédito restrita devido ao cadastro do SCPC. O valor total da dívida com cartões de crédito, boletos bancários e cheques que não foram pagos neste mesmo período é de R$ 315,4 milhões –a maior já contabilizada na cidade. Se dividida pelo número de débitos, que hoje encontra-se na casa dos 180 mil títulos, a dívida média por pessoa é de R$ 1.735. O nome do consumidor é incluído no SCPC quando a conta está em atraso há pelo menos 30 dias. Somente no ano passado, 127.256 pessoas foram incluídas na lista de inadimplentes do SCPC e outras 81.246 conseguiram reativar o crédito ao saldar suas dívidas, sendo automaticamente excluídas do banco de dados do serviço de proteção ao crédito. Para o presidente do Sincomércio, José Maria de Faria, a região viveu um momento atípico em 2009, período em que a crise
Somente no ano passado 127.256 pessoas tiveram seus nomes incluídos na lista de inadimplentes do sistema de proteção ao crédito em São José
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financeira mundial desempregou milhares de pessoas, aumentando em até 25% a quantidade de inadimplentes em relação ao ano anterior. “Muitas empresas demitiram e com isso fica difícil administrar o orçamento familiar. Tem muita gente que espera os cinco anos para o nome sair do banco de dados, mas a dívida continua e pode ser cobrada na Justiça. A gente orienta o comerciante a ter cuidado com o prazo longo para evitar transtornos”, disse Faria. Agora a realidade é bem diferente. O clima de estabilidade econômica e os estímulos do governo para o consumo são os algozes do mercado, levando diversos consumidores às compras sem a certeza de que irão conseguir honrar com os débitos acumulados. “As pessoas estão confundindo crédito fácil com crédito barato. A facilidade na compra pode acabar virando uma bola de neve que compromete grande parte do orçamento”, disse Ricardo Pereira, consultor financeiro do programa Consumidor Consciente, da MasterCard.
Thiago Leon/ arquivo vp
CONSUMO Consumidores em loja no centro de São José, que concentra o comércio de rua; ao lado, movimento no calçadão da rua Sete de Setembro
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Nome Limpo A dica para quem está endividado e pretende aos poucos regularizar a situação é priorizar as contas de maior valor e juros altos, como o cheque especial. A primeira iniciativa é procurar o credor e buscar formas de negociar a dívida, sempre pensando no quanto poderá dedicar do orçamento para saldá-la. “Uma alternativa é substituir uma conta de juros elevados por um empréstimo com taxa menor. O importante é nunca fugir da dívida, sempre buscar o credor para achar uma maneira de quitar o débito. Para evitar problemas futuros é necessário fazer um planejamento financeiro. Quando a economia melhora ninguém pensa em poupar”, disse Pereira. André Braz, economista do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da Fundação Getúlio Vargas, orienta uma revisão no orçamento seguida de corte de gastos. “Você não consegue escapar da conta de luz, mas consegue gastar menos. A mesma coisa acontece com o telefone e a água. Evite comer fora de casa, gastar com passeios aos finais de semana e nem passe perto das liquidações. Só com sacrifícios é que vai conseguir colocar as finanças em ordem.” Para evitar passar por transtornos na hora de fazer os cálculos das contas no final do mês, os economistas recomendam o chamado “gasto consciente”. “Nunca gaste além do que você ganha, prefira pagamento à vista e sempre que possível reserve parte do orçamento para os imprevistos”, afirmou Braz. •
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IMÓVEIS
Jovens, compram mais Bruno Fraiha
São José dos Campos
participação de jovens em financiamento de imóveis no Vale do Paraíba representa 36% das 5.615 casas e apartamentos negociados pela Caixa Econômica Federal no programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, que completou um ano no último mês. Para Ademir Losekann, superintendente regional da Caixa Econômica Federal, o envolvimento de jovens com até 30 anos
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de idade no programa do governo federal ocorre pela facilidade de acesso ao crédito e pela ampliação da oferta no setor imobiliário. “Rejuvenesceu o público, é muito mais fácil hoje conseguir financiar um imóvel através do ‘Minha Casa, Minha Vida’”, disse. Essa fatia de mutuários perde apenas para os clientes entre 31 e 45 anos, que somam 47% da carteira de financiamentos. Tendo os jovens como compradores em potencial, a Caixa atingiu R$ 335 milhões em créditos para o setor na região. A previsão é que os números
regionais cresçam mais porque a Caixa estima que sejam contratadas 12 mil moradias até o final deste ano. “A gente não faz uma análise para ver se a pessoa tem capacidade de pagar, fazemos para ver se a pessoa se enquadra dentro do que é pedido no programa”, explicou Losekann. Se atingir a marca de 12 mil unidades, o volume de recursos do programa pode chegar a R$ 540 milhões. Para conseguir o feito, além da demanda de clientes, a Caixa conta com 72 propostas de projetos de 36 construtoras, totalizando 12.132 habitações. “Estamos perseguindo a superação. É estimulante ver os números da região. Nosso esforço será para ampliar os contratos. Além disso, outros projetos ainda podem ser apresentados”, disse. •
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Economia
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Claudio Capucho/ arquivo vp
MERCADO
Avestruz: exótico e light
GIGANTE Ave originária da África conquista cada vez mais o mercado brasileiro
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Maior ave do mundo ganha espaço no prato do brasileiro, desde a merenda nas escolas públicas aos cardápios dos restaurantes mais requintados Divulgação
Elaine Santos São José dos Campos
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ma ave exótica de carne muito saborosa. O avestruz deixou de ser matéria-prima de sapatos e bolsas dos grandes estilistas e ganhou espaço no prato do brasileiro: da merenda escolar em escolas públicas aos cardápios dos restaurantes mais requintados de todo o país. Isso tem explicação. Pesquisa realizada por uma equipe de cientistas da USP (Universidade de São Paulo) comprovou que a carne dessa ave gigantesca tem maior valor nutricional e menos calorias que a de frango, peru, pato, boi e porco, mais comuns nas refeições. O avestruz tem 66% menos gordura que a carne bovina e três vezes menos colesterol que os cortes de frango e peru, segundo o estudo da Faculdade de Saúde Pública da USP, coordenado pela professora Elisabeth Torres. “O número de calorias e as quantidades de proteínas, lipídios e colesterol foi comparado com outras carnes. Cada 100 gramas de carne de avestruz tem 1,9% de lipídios, enquanto os cortes de boi, porco e pato apresentam 6% e os de frango e peru, 3%”, comparou Elisabeth. O estudo também constatou os benefícios da carne contra o temido colesterol. “A cada 100 gramas de avestruz encontra-se 22,7 miligramas de colesterol, contra 59 no boi, 61 no porco, 70 no frango, 65 no peru e 77 no pato”, concluiu a professora O consumo da carne, que começou a conquistar o mercado nacional em 2006, também é recomendado por inúmeras associações médicas norte-americanas e brasileiras, que reconheceram a iguaria como uma fonte rica em proteínas, com a vantagem de ter baixo colesterol e alto índice de ômega 3 e 6. Semelhante ao filé mignon, em aparência e maciez, a carne de avestruz tem apenas um terço das calorias da carne bovina e pode ser consumida assada, cozida ou ensopada.
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CRIAÇÃO Avestruzes em sítio no interior do Estado; ave vive, em média, 50 anos, e tem 2,7 metros de altura
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Nutrição Devido ao alto valor de ferro e índices generosos de cálcio, nutricionistas vêm indicando o avestruz para o cardápio da merenda escolar. O primeiro município paulista que aderiu à novidade foi Campinas. O investimento da prefeitura no primeiro lote de 12 toneladas da carne, que é 4% mais cara que os cortes populares da carne bovina, foi de R$ 247,4 mil. No cardápio das escolas municipais, a carne é servida de diferentes maneiras, desde moída até em cubos para estrogonofe. No Vale do Paraíba, por enquanto, quem estuda a inclusão da carne de avestruz no cardápio da rede pública de ensino é Caraguatatuba. “Já fizemos o teste de aprovação no início do ano com cerca de 500 crianças. 90% delas gostaram do produto e não sentiram diferença no sabor em relação à carne bovina. Vamos estudar a sugestão para o próximo ano”, disse o secretário de Educação de Caraguá, Laercio Abalrici. No interior do Estado, Campos do Jordão reúne o maior número de restaurantes que oferecem a iguaria no cardápio. “A carne tem um sabor semelhante à carne bovina, que lembra muito um filé mignon na textura e na cor”, disse Paulo César da Costa, chef do La Gália. “Já no sabor ela lembra um magret (peito) de pato. Por ter essa característica e sabor extremamente leve é muito fácil agregá-la a receitas com molhos suaves ou mesmo agridoces”, afirmou. Para acompanhar a carne do avestruz, o chef recomenda o vinho tinto Pinotage. “A uva do Pinotage é cultivada na África do Sul, o sabor lembra frutas maduras, com final de baunilha. Um casamento perfeito”, disse.
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Economia
Plumas estão na moda desde o século 19 As volumosas plumas do avestruz conquistaram o mundo da moda no século 19, quando eram usadas por muitas mulheres nas festas realizadas pela Corte Real como adorno em roupas e chapéus. Muitos anos depois, as plumas também ganharam a simpatia de carnavalescos de São Paulo e Rio de Janeiro, que usam até hoje o adereço, principalmente, nas fantasias mais luxuosas –o que faz das duas capitais brasileiras as maiores consumidoras das penas da ave no mundo. Já o couro do avestruz, com sua textura diferenciada, ganhou destaque nos sapatos e bolsas de estilistas nos últimos anos e passou a ser usado por grifes renomadas como Louis Vuitton, Marc Jacob e Victor Hugo em substituição ao de répteis, como o crocodilo.
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O presidente da ACAB (Associação dos Criadores de Avestruzes do Brasil), Stefano Volpi, disse que no país são produzidos, em média, 20 toneladas de plumas e 35 mil metros quadrados de couro por ano. “Toda essa produção é absorvida pelo mercado interno. Precisamos aumentar a produção para começar a exportar. O couro do avestruz é 40% mais barato que o de crocodilo. Atualmente temos 70 mil aves nos criadouros no Brasil”, disse o presidente da ACAB, que tem 422 associados. O Vale do Paraíba conta com uma pequena proporção desse mercado, com 12 criadores da ave e uma fábrica de processamento e beneficiamento de plumas, que neste ano produziu 200 quilos de plumas para as alegorias das escolas de samba do Rio e São Paulo. •
O AVESTRUZ TAMANHO É a maior do mundo, com até 2,7 metros de altura e 150 quilos. São onívoros, comem folhagem e todo vertebrado e invertebrado que conseguem capturar CURIOSIDADE Embora não voe, por ter asas atrofiadas, as longas e fortes pernas, permitem que a ave gigante atinja até 120 km/h de velocidade PRODUTIVIDADE A ave alcança peso para abate por volta dos 12 meses. O avestruz vive, em média, 50 anos e cada fêmea põe de 40 a 100 ovos por ano
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Fabíola de Oliveira
A origem do Universo: uma busca incansável e muito dispendiosa a fronteira entre a França e a Suíça, próximo à cidade de Genebra, um laboratório espetacular constituído por um túnel de 27 quilômetros de circunferência, localizado a 175 metros abaixo do nível do solo, poderá produzir as respostas para as perguntas mais instigantes da ciência atual. Respostas que deverão revolucionar nossa compreensão sobre como funciona e como evolui o Universo.
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O experimento denominado Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), vem sendo desenvolvido há cerca de 20 anos pela Organização Européia para Pesquisa Nuclear (CERN), a um custo aproximado de US$ 4 bilhões, e empregando alguns dos cérebros mais brilhantes do planeta, inclusive do Brasil. O LHC se propõe ao estudo das propriedades mais fundamentais da matéria. Com o nível de energia alcançado neste experimento, deverá ser possível observar partículas elementares e forças de interação presentes na origem de toda a matéria existente. De acordo com as teorias atuais, essas partículas e interações estariam presentes no início da criação do Universo, logo após o “Big Bang”. Outros dois experimentos de grande vulto são os telescópios TMT (dos EUA) e ELT (da Europa), o primeiro de 30 metros de diâmetro
FORÇA “A evolução, a busca pelo conhecimento, é um instinto tão forte quanto o da sobrevivência” e o segundo, de 42 metros. Respectivamente, esses telescópios terão capacidade de observação do Universo, de 15 e 25 vezes a do maior telescópio existente hoje. Busca-se igualmente tentar entender a nossa origem. Por que essa busca incansável e tão dispendiosa? Há uma força intuitiva intrínseca ao ser humano de evoluir, progredir, assim como tudo que nos cerca. As estrelas, as galáxias e o próprio Universo comportam-se como seres vivos, algumas partes morrem para nascerem de novo em outros lugares. Um asteróide pode acabar com a vida aqui, mas traz sementes, partículas de outro lugar do Universo e tudo começa de novo. A evolução, a busca incessante pelo conhecimento, é um instinto tão forte quanto o da sobrevivência. Bate Asas A cobertura de ciência e tecnologia no jornalismo não é tarefa fácil ou
trivial. Para jornalistas jovens e inexperientes pode ser uma experiência fascinante, ou frustrante, como aconteceu no início da década de 1980, em São José dos Campos. Antônio Augusto de Oliveira, então editor do jornal Agora, em comum acordo com o assessor de comunicação da Embraer, Mário Galvão, mandou um jornalista recém-formado, um “foca”, cobrir o que prometia ser um grande furo de reportagem: era o projeto de um avião que batia asas! Lá foi o jovem repórter, apurou tudo na Embraer, chegou a trazer desenhos para a redação, e, ignorando o trote, produziu a matéria. “Vai dar primeira página amanhã”, garantiu o editor. No dia seguinte, nem uma linha publicada e o repórter, envergonhado, não apareceu mais no jornal. Coisas dos saudosos colegas jornalistas Antônio Augusto e Mário Galvão. •
Fabíola de Oliveira Jornalista fabiola@valeparaibano.com.br
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Meio Ambiente
ALERTA VERDE
Amazônia: morte anunciada Estudo aponta que se o desmatamento continuar no atual ritmo, em 40 anos parte da floresta vai entrar em colapso, sem chance de recuperação
Yann Walter São José dos Campos
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uarenta anos é o tempo que temos para evitar o colapso definitivo de parte da Amazônia. A afirmação é de Gilvan Sampaio, pesquisador do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que participou do estudo do Banco Mundial conduzido no segundo semestre de 2009 e publicado recentemente sob o nome “Assessment of the Risk of Amazon Dieback” (Monitoramento do Risco de Colapso da Amazônia). “O risco de colapso é elevado. Já desmatamos quase 20% da Amazônia e o limite até o qual a floresta pode se recuperar é de 40%. Se este limite for atingido, parte da floresta amazônica será perdida para sempre, sem possibilidade de recuperação”, explicou Sampaio, destacando que o estudo permitiu quantificar o risco com relativa precisão. “Se o desmatamento e as emissões de gases de efeito estufa continuarem crescendo no mesmo ritmo que na década de 2000, este limite poderá ser atingido por volta de 2050. Ou seja, temos no máximo 40 anos para reverter esse quadro”, alertou o pesquisador. Muitos estudos já foram conduzidos sobre o tema, mas o do Banco Mundial tem um diferencial importante: é o primeiro que analisa si-
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multaneamente os efeitos do desmatamento, do aquecimento global e das queimadas. “Até então, cada um desses efeitos era avaliado separadamente”, ressaltou Sampaio. O levantamento apresenta diversas estimativas de mudanças climáticas, com cenários mais otimistas ou pessimistas. “O pior cenário se concretizará se os combustíveis fósseis –petróleo, gás e carvão– continuarem sendo as principais fontes de energia mundial”, explicou, lembrando que quanto mais alta a concentração de gases na atmosfera, maior a degradação da floresta. De acordo com o Banco Mundial, o leste da Amazônia é a região mais sensível. “É uma região de transição com o serrado e o clima é mais seco do que no oeste. O leste e o sul ficam no Arco de Desmatamento da Amazônia. As chances de recuperação da floresta são bem menores no leste, por conta das condições climáticas e do desmatamento intenso”, afirmou Sampaio. Preocupação “É na parte leste que a situação é a mais preocupante. Lá, se nada for feito, vamos perder 75% da área florestal até 2025”, advertiu. “Ficaremos então com uma floresta com menos biomassa acumulada, semelhante a uma savana. É por isso que chamamos o processo de savanização”. O estudo não apresenta um plano de ação para impedir o colapso parcial da maior floresta do planeta, mas, segundo Sampaio, as
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Evelson de Freitas/AE
DESMATAMENTO Corte de árvores em área de floresta no Acre; pesquisa encomendada pelo Banco Mundial aponta risco de colapso em 40 anos
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Meio Ambiente Fotos: Sérgio Vale/Agência de Notícias do Acre
recomendações são as mesmas: controlar o desmatamento e limitar o aquecimento global. “Temos que incentivar programas para o desmatamento sustentável, ou seja, convencer os moradores dessas regiões a desmatarem apenas o necessário. É preciso criar mecanismos para que o desmate possa ser substituído por outras atividades produtivas. O governo tem que fazer com que a floresta seja mais valiosa em pé do que devastada”. No que se refere ao aquecimento global, o pesquisador afirmou que o único caminho possível é a mudança de matriz energética. “É importante desenvolver significativamente as fontes de energias renováveis e estimular o uso da energia limpa. No caso do Brasil, uma possibilidade seria baixar o preço do etanol.” No entanto, segundo Rubens Born, coordenador adjunto da ONG (Organização NãoGovernamental) Vitae Civilis, o país está indo na contramão desta evolução ao promover a exploração das gigantescas reservas de petróleo descobertas sob a camada do pré-sal. “A discussão não deveria girar em torno do petróleo, e sim do desenvolvimento de energias limpas como a solar e a eólica, que tem um potencial enorme”, afirmou. Esforço mundial Todos concordam que o impacto das mudanças climáticas somente será amenizado se o esforço for mundial. “É preciso diminuir a queima de combustíveis de origem fóssil, primeira causa de emissão de CO2 nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, os principais responsáveis pela liberação de gás carbônico na atmosfera são o desmatamento e as queimadas”, finalizou Sampaio. “Os Estados Unidos, o Canadá, os países ricos da Europa e o Japão são os principais responsáveis pela situação atual, já que foram os que poluíram mais no passado. No entanto, nações emergentes como China, Índia e Brasil estão poluindo cada vez mais e também têm que fazer a parte delas”, sentenciou Born. O desmatamento da Amazônia entre agosto de 2009 e janeiro deste ano lançou 51 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera, uma quantidade muito superior aos 36 milhões de toneladas de gás carbônico emitidos pelo conjunto da indústria paulista em 2006. Durante estes seis meses, 836 quilômetros quadrados de florestas foram devastados. A área desmatada aumentou 22% em relação ao período de agosto de 2008 a janeiro de 2009, enquanto as emissões de CO2 cresceram 41%. Os dados
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VISTORIA Helicóptero sobrevoa área desvastada no Acre em trabalho de inteligência para a redução das queimadas
Desmatamento da Amazônia registrado entre agosto de 2009 e janeiro deste ano atingiu 836 quilômetros quadrados de floresta
são do Imazon (Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia). “As emissões de CO2 cresceram mais que a zona desmatada porque o desflorestamento mais recente ocorreu em áreas de mata mais densa, com maior volume de madeira”, esclareceu Sanae Hayashi, pesquisadora do Imazon. O gás carbônico é emitido pelas queimadas, mas também pela decomposição natural das árvores cortadas. “Houve um desmatamento intenso entre 2000 e 2007. No início de 2008, o governo aprovou uma série de medidas para conter a
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RAIO-X AMBIENTAL
7.000 QUILÔMETROS De área foram devastados no ano passado na Amazônia, segundo o Ministério do Meio Ambiente
NO CHÃO Tratores derrubam árvores para abrir caminho para a construção da BR-364, no Acre
51 mi DE TONELADAS
DEVASTAÇÃO NO PARÁ
De CO2 foram lançadas na atmosfera nos últimos seis meses com a devastação da floresta amazônica
900 Antes
Depois
Imagem satélite da APA (Área de Proteção Ambiental) Triunfo do Xingu e do território indígena de Kayapó em 2000
Imagem da mesma APA tirada em 2008 mostra a progressão dos focos de desmatamento, marcados em roxo
devastação da floresta. Porém, de uns meses para cá, detectamos vários novos focos de desmate”, alertou. Na opinião de Sanae, as eleições de outubro complicam o trabalho dos defensores do meio ambiente. “O governo quer agradar agricultores, pecuaristas e madeireiros. E na Amazônia é mais fácil e lucrativo desmatar novas áreas do que explorar setores da floresta já desmatados”, explicou. Para ela, o problema é a impunidade. “Contraventores são multados, mas menos de 5% do valor total das multas é arrecadado. O mais importante é que essas pessoas sejam
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punidas. É preciso tomar uma atitude rapidamente. Se nada for feito, iremos à catástrofe.” Segundo Rubens Born, falta vontade política para empreender mudanças. “Houve uma evolução das mentalidades no sentido de que agora todos estão cientes da necessidade de proteger a Amazônia. Mas esta ciência não se traduz em ações concretas. As autoridades seguem privilegiando a exploração, em detrimento da preservação. O governo continua defendendo obras questionáveis do ponto de vista ambiental. E o setor agropecuário segue em forte expansão no Pará e Mato Grosso.” •
FISCAIS São responsáveis pelas operações de combate ao desmatamento em todo o território nacional
800 OPERAÇÕES Foram feitas nos últimos seis anos pela equipe de fiscais em todo o país, segundo o governo federal
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Divulgação
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Meio Ambiente
Meta é reduzir desmatamento em pelo menos 80% até 2020, diz ministra O estudo do Banco Mundial não leva em conta o resultado dos esforços empreendidos recentemente pelo governo federal para lutar contra o desmatamento. É o que ressaltou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira em entrevista à revista valeparaibano. “As conclusões do estudo nos preocupam bastante, mas é necessário esclarecer que não foi considerado o resultado dos esforços do Brasil e de outros países no combate ao desmatamento”, afirmou. Segundo ela, no ano passado, o monitoramento por satélite do Inpe registrou a menor taxa de desmatamento da Amazônia dos últimos 21 anos. “Só no Brasil foram criados 25 milhões de hectares de unidades de conservação. Temos a maior área protegida do planeta. Acredito que se isso tivesse entrado na conta do Banco Mundial, as previsões sobre o colapso da floresta seriam um pouco
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menos alarmantes”, destacou. Izabella garantiu que o governo está empenhado no combate ao desmatamento e avisou que não vai dar trégua aos contraventores. “Temos sido duros no licenciamento ambiental para atividades que funcionam como vetores do desmatamento, como as rodovias que cortam a Amazônia. Vamos intensificar as operações de fiscalização e repressão”, afirmou. A ministra garantiu que o governo tem um plano de combate ao desmatamento que vem dando resultados significativos desde 2005. “Em 2004, a taxa do desmatamento foi de 27 mil quilômetros quadrados. Em 2009, a queda do desmatamento chegou a 75% em relação a 2004, fechando no ano passado com 7.000 quilômetros quadrados”, detalhou. A fiscalização é uma das principais preocupações das autoridades. “Temos mais ou
REAÇÃO A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira: “as conclusões do estudo nos preocupam”
menos 900 fiscais para todo o Brasil. O país é imenso, o que faz com que esse número esteja longe do ideal. Mesmo assim, foram realizadas mais de 800 operações ao longo dos últimos seis anos”, disse a ministra. Izabella afirmou que o governo está determinado em lutar pela conservação da floresta amazônica e anunciou uma meta ambiciosa: “Até 2020, iremos reduzir o desmatamento em pelo menos 80%”. •
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Saúde
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Vício: quando o remédio é o vilão Uso de medicamentos com tarja preta já supera cocaína, heroína e ecstasy no Brasil e no mundo; ONU aponta que há mais gente dependente de comprimidos do que nas três drogas juntas
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MANIPULAÇÃO Cápsulas de remédios manipulados; consumo de medicamentos controlados aumenta no mundo
Xandu Alves São José dos Campos
empresária Maria Amélia* só sai de casa se levar na bolsa três coisas: cartão de crédito, maquiagem e uma caixa de diazepam, princípio ativo do calmante Valium. Ela assume ser dependente do remédio: “Não fico longe deles, de jeito nenhum.” Maria Amélia não toma os comprimidos todos os dias e nem precisa mais deles, segundo lhe garantiu o médico, mas só se sente tranquila se o medicamento estiver ao alcance das mãos. Ao menor
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sinal de ansiedade, a empresária de 46 anos saca a caixa da bolsa e toma um comprimido. Diazepam, lorazepan, clonazepam e midazolam são exemplos de princípios ativos de calmantes e tranquilizantes, remédios tarja preta, com venda e consumo controlados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Eles fazem parte da família dos benzodiazepínicos, medicamentos capazes de estimular no cérebro mecanismos que equilibram estados de tensão e ansiedade. Por outro lado, causam dependência. Juntam-se a eles antidepressivos, esteróides, analgésicos, anfetaminas e anorexígenos (inibidores de apetite), todos psicofármacos que já são considerados as drogas mais consumidas no mundo. Nos países desenvolvidos,
onde vários deles são proibidos, já representam um problema de saúde pública. No Brasil, onde quase todos são permitidos, só podem ser vendidos com prescrição médica. O uso abusivo de remédios controlados cresceu tanto no mundo que supera a dependência de cocaína, heroína e ecstasy juntas. Há mais gente tomando remédio descontroladamente do que usando as três drogas. O alerta foi feito pela Jife (Junta Internacional de Fiscalização a Entorpecentes), órgão da ONU (Organização das Nações Unidas), em relatório sobre drogas apresentado em Viena (Áustria), em fevereiro. No documento, a entidade aponta que o consumo exagerado de remédios vem sendo subestimado. Eles podem, sim, causar depen-
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Saúde
dência e danos graves à saúde dos pacientes. Porém, a tendência é achar que o uso abusivo de medicamentos é apenas “inadequado”, quando pode ser tão letal quanto a dependência de drogas pesadas. O problema passou a chamar a atenção após a morte de várias celebridades por overdose de remédios, caso do cantor Michael Jackson, da modelo Anna Nicole Smith e do ator Heath Ledger. De acordo com a Jife, 8,2 milhões de norteamericanos abusaram de medicamentos em 2008, perdendo em número apenas para o consumo de maconha. O quadro é ainda pior no Brasil. Segundo o Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas), 10 milhões de brasileiros já usaram calmantes. A pesquisa é de 2005. O mais preocupante é que, em 2001, eram 6 milhões de pessoas –quase dobrou em quatro anos. Se a curva ascendente se mantiver, os usuários de remédios poderão chegar a 18 milhões em 2010. Não à toa, o Brasil é considerado pela Jife o maior consumidor mundial de anfetaminas com finalidade emagrecedora, com 9,1 doses diárias para cada 1.000 habitantes. Agrava a situação o alerta da Anvisa de que três dos quatro remédios para emagrecer mais consumidos no país causam dependência. São medicamentos à base de anfepramona, mazindol e femproporex. No ano passado, os consumidores desses remédios tomaram nada menos que 4,1 toneladas das substâncias. Além deles, a Anvisa reforçou a fiscalização para o princípio ativo cloridrato de sibutramina, também achado em remédios para emagrecer. A agência constatou o consumo de 1,86 toneladas da substância em 2009. Estudos feitos durante seis anos revelaram que o remédio aumenta o risco de problemas no coração. Com isso, o medicamento passou a ser considerado tarja preta no Brasil, foi proi-
bido na Europa e restrito nos EUA. Coordenador do programa de Saúde Mental do Ministério da Saúde, Pedro Gabriel Delgado, credita a dois fatores o aumento do uso de medicamentos controlados no país. Um positivo e outro, negativo. “Ampliou o acesso de pacientes ao tratamento, ou seja, ao uso racional e acompanhado por médicos. Porém, cresceu também o uso nocivo, aquele feito sem prescrição médica e geralmente em quantidade maior do que a necessária.” E a situação está se agravando e se tornando uma tendência em todo o mundo. Segundo Hamid Ghodse, diretor do Centro Internacional de Política de Drogas da Universidade Saint George, em Londres, e um dos autores do relatório da Jife, “o abuso (de remédios) precisa ser combatido urgentemente”. Ele aponta ainda a dificuldade em se conseguir dados sobre o uso abusivo de farmacêuticos, que é um “problema escondido”. Estudo O relatório da ONU relata que, na Alemanha, quase 2 milhões de pessoas são viciadas em remédios. Já no Canadá 1 milhão de habitantes abusa dos chamados opioides –medicamentos usados na terapia de dor crônica que causam estados de euforia, hipnóticos e dependência. Além disso, em vários países europeus, como França, Itália, Lituânia e Polônia, a porcentagem de estudantes que usa sedativos ou tranquilizantes fica entre 10% e 18%. O consumo é alimentado por farmácias ilegais na internet que vendem remédios roubados em todo o mundo. A ONU pediu aos países que monitorem mais de perto as farmácias on-line. Outro lado do problema vem diretamente dos consultórios médicos. Delgado afirma que a prescrição indiscriminada de medicamentos, especialmente de
4,1 toneladas as De remédios com princípios ncípios ativos para emagrecerr são consumidos no país
Regime Três dos quatro remédios dios para umidos emagrecer mais consumidos ndência no país causam dependência
8,2 milhõess De norte-americanos abusaram de remédios em 2008, perdendo só para o consumo de maconha
10 milhões
18 milhões
Brasil
De brasileiros já fizeram uso de calmantes, segundo pesquisa divulgada em 2001 pelo Cebrid
É o número de pessoas no Brasil que farão uso de calmantes este ano, segundo as projeções
É o maior consumidor de anfetaminas para emagrecer, com 9,1 doses diárias para cada mil habitantes
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1,86 tonelada
Alemanha
Até 18%
Do princípio ativo cloridrato de sibutramina (para emagrecer) foram usadas no Brasil em 2009
Quase 2 milhões de pessoas são viciadas em medicamentos, segundo o relatório divulgado pela ONU
Dos estudantes em vários ários m sedapaíses da Europa usam tes tivos ou tranquilizantes
antidepressivos e benzodiazepínicos, é um fenômeno que ocorre mundialmente. Está relacionada à entrada no mercado de remédios de fácil prescrição, com menos efeitos colaterais, a partir de 1990. Algumas drogas desta classe apresentam grande potencial de desenvolvimento de dependência química. “A utilização de medicações desta forma cria ainda um mercado negro, provocando graves situações de tráfico”, disse. Muitas das indicações de uso de remédios controlados são feitas por profissionais fora da área psiquiátrica, como cardiologistas, ginecologistas e clínicos gerais, que não têm a formação necessária para um diagnóstico completo. Eles prescrevem as drogas a pedido dos pacientes que, muitas vezes, não têm depois o devido acompanhamento e acabam tomando o remédio por mais tempo que deveriam, tornando-se dependentes da droga. Foi o que ocorreu com Martins*, um aposentado de 58 anos. Após viver uma série de tragédias em sua vida nos anos 1990, como a perda da mulher e do filho em um acidente de trânsito, e de ter sido vítima de sequestro-relâmpago, ele passou a depender de calmantes para viver. Não dormia sem eles. “O primeiro médico que me receitou o medicamento foi um cardiologista, que me tratava havia anos”, conta Martins. “Simplesmente eu não conseguia mais me deitar, fechar os olhos e dormir. O acidente e o sequestro vinham como um trem desgovernado em minha cabeça.” Depois de dois anos tomando os remédios, o aposentado procurou um psiquiatra. O médico disse a ele que não precisava mais tomar calmantes, poderia viver sem eles. Mas Martins havia adquirido uma dependência psicológica tão grande das drogas que preferiu deixar o médico. Continua tomando os remédios até hoje. E não pretende deixá-los. “Eles me fazem bem. São remédios, não drogas ilegais.”
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Presidente da Associação Valeparaibana de Psiquiatria, o psicanalista e psiquiatra Geraldo Arantes Júnior, revela que 90% dos ansiolíticos (tranquilizantes) receitados são prescritos por médicos de outra área. A psiquiatria é responsável só por 10% das prescrições. “Muitas vezes a pouca orientação médica dada ao paciente prolonga o uso desses psicofármacos desnecessariamente”, afirma. “Ou ainda o conceito de que são poucos os efeitos colaterais tanto no presente quanto no futuro.” Banalização Além da facilidade em encontrar os remédios nas farmácias, muitas vezes vendidos sem prescrição médica, o que é ilegal, a sociedade contemporânea banalizou os efeitos da tristeza. “Tudo virou depressão e precisa ser tratado com remédios. Não se dá mais ouvido sobre o sofrimento de vida das pessoas”, avalia Izumi Noguchi, psiquiatra do Caps-Ad (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas) de São José, que denuncia um “imediatismo muito grande na solução dos problemas”. Para ela, “qualquer problema já se quer medicar”. A médica está acostumada a atender pacientes que recorrem ao centro para tentar conseguir receita e continuar comprando os medicamentos. “Há pacientes que choram pedindo o remédio. A pessoa não percebe que os sintomas somem com o tempo sem o remédio. Não percebem uma vida sem a medicação.” Assim como as drogas, os viciados em remédios precisam de doses cada vez maiores para evitar crises de ansiedade. A longo prazo, diz Izumi, o uso abusivo de remédios pode causar danos ao cérebro, como déficit de memória e dificuldade de reter informações. “Há estudos que dizem que o uso crônico causa atrofia cerebral.” Para o psiquiatra Luis Arenales, de Guaratinguetá, medicamentos são necessários à huma-
Canadá Cerca de 1 milhão de habitandios usates abusam dos remédios dos na terapia de dor crônica
Apenas 10% % Dos ansiolíticos (tranquiliquilizantes) são receitadoss por médicos psiquiátricos no Brasil
Vício Dependentes de remédios dios precisam de doses cada vez ez maiores para evitar crises de ansiedade nsiedade
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Saúde Eugênio Vieira
nidade. Funcionam e dão resultado, desde que bem usados. Como tudo em medicina, remédios só podem ser consumidos na dose certa, para fins determinados e após um diagnóstico completo, feito por profissionais da área. Tomar remédios controlados indicados por vizinhos, parentes ou pelo “Dr. Google”, diz Arenales, é um erro grave que pode levar à morte. “Buscar tratamento na internet, e não no médico, é um traço da sociedade que está cada vez mais isolada, tentando resolver as coisas por si só. Criou-se um caminho onde se usa o remédio sem passar pelo médico.” Arenales critica a banalização da sociedade que busca, cada vez mais, soluções fáceis e rápidas para resolver problemas normais na vida coletiva, como tristeza, luto e indecisão. “É a MacDonaldização da psicopatologia, tudo ‘fast’, de forma rápida. Mas isso não funciona com o ser humano e muito menos na medicina”, afirma o psiquiatra, citando o livro “Indecisão”, de Benjamin Kunkel. Na obra, um homem indeciso descobre no Abulinix (nome inventado pelo autor) o remédio “mágico” que promete curar todos os seus problemas. A professora Patrícia* transformou um sedativo no seu “Abulinix”, o remédio que lhe traz segurança e calma. Diagnosticada com um quadro de ansiedade, em 2002, passou a recorrer a remédios sempre que sentia-se angustiada. Não conseguiu deixá-los. “Toda vez que o peito aperta eu tomo o remedinho.” O perigo é que, a longo prazo, o uso de medicamentos por quem não precisa deles torne o aperto no peito irreversível e leve a pessoa a um estado de dependência que prejudica toda sua vida social e profissional. Entre o veneno e o remédio, escreveu o famoso médico suíço Paracelso, a diferença é a dose. (*) nomes fictícios
CÁPSULAS Farmacêutico mostra cápsulas em bandeja usada na manipulação dos medicamentos
PF tenta conter venda pela internet A venda de remédios controlados pela internet desafia a Polícia Federal e a Interpol. As forças vêm realizando atividades conjuntas para tentar conter o contrabando de medicamentos pelo mundo virtual. Entre as substâncias mais vendidas pela rede, estão remédios para emagrecer, ganhar músculos, aumentar a potência sexual e provocar abortos. Segundo a PF, apenas 20% dos remédios controlados vendidos pela
internet são verdadeiros. O restante não passa de mistura de substâncias tóxicas ou de furto de produtos de hospitais. Em 2007, a Anvisa recolheu 2 toneladas de medicamentos que seriam vendidos pela rede. No ano passado, o número saltou para 28 toneladas. Explica-se: enquanto um traficante fatura US$ 3.000 com venda de um quilo de heroína, a mesma quantia de remédio falsificado rende até US$ 75 mil. •
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Mundo ACORDO BILATERAL
Negócios da China
Yann Walter São José dos Campos
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á não é mais segredo para ninguém que a China se lançou à conquista do mundo. Agricultura, energia, bens de consumo, serviços... Nenhum setor escapa da voracidade do dragão chinês, que decidiu fincar de vez suas garras afiadas no Brasil. Com uma população de mais de 1,35 bilhão de habitantes e um PIB (Produto Interno Bruto)
Depois de inundar o mercado brasileiro com produtos eletrônicos e têxteis, dragão chinês decide fincar suas garras no pré-sal
ACORDO O ministro-chefe do Departamento de Comunicação da China, Liu Yun, com José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras
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PARCERIA Em 2009, China se torna a maior parceira comercial do Brasil, superando os Estados Unidos
na casa dos US$ 4,9 trilhões, a China é um gigante do tabuleiro mundial. Em 2008, o comércio entre o Brasil e a China totalizou US$ 36,4 bilhões. No ano seguinte, o país asiático se tornou o maior parceiro comercial do Brasil, superando os Estados Unidos. A China inunda o mercado brasileiro com máquinas e aparelhos elétricos e mecânicos e produtos têxteis, enquanto o Brasil exporta para a China carnes e laticínios, soja, minério de ferro e, sobretudo, petróleo. E garantir um abastecimento externo constante em ouro negro é essencial para a China, que não consegue bancar sozinha seu cres-
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REDE DE DUTOS Gasoduto construído em parceria com a Sinopec foi inaugurado no mês passado
cimento econômico de dois dígitos. É por isso que o Brasil e suas importantes reservas petrolíferas ainda não-exploradas, principalmente as que ficam sob a camada do pré-sal no litoral de Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, interessam tanto aos chineses. Novas parcerias estão se desenvolvendo no setor. A Petrobras assinou recentemente com o Banco de Desenvolvimento da China um contrato de financiamento bilateral de US$ 10 bilhões por um período de dez anos. De acordo com a estatal, o valor será pago em etapas e servirá para financiar o Plano de Negócios 2009-2013 que abrange, além de atiFotos: Agência Petrobras
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OURO NEGRO Para manter o crescimento econômico, China depende de abastecimento externo de petróleo
vidades de exploração e produção, projetos em refino, gás, biocombustíveis e serviços. Em troca, a Petrobras fornecerá à Unipec Ásia, uma subsidiária da chinesa Sinopec, até 200 mil barris da commodity por dia durante dez anos. A Petrobras ainda anunciou ter assinado com a Sinopec um acordo de intenções para cooperar em diversos segmentos de interesses mútuos como exploração, refino, petroquímica e suprimento de bens e serviços. Considerada a maior estatal de petróleo do mundo, a chinesa Sinopec também participou da construção do Gasene, um gasoduto de mais de 1.300 quilômetros entre as regiões Sudeste e Nordeste do Brasil. A obra também contou com financiamento do Banco de Desenvolvimento da China. “A China está muito interessada em investir no pré-sal. Petroleiras estatais como Sinopec e PetroChina, bem como outros fornecedores de insumos para a exploração offshore, a indústria naval e o setor logístico, já se posicionaram neste sentido”, afirmou Kevin Tang, diretor da CCIBC (Câmara de Comércio Brasil e China). A maior siderúrgica chinesa, a Baosteel, presente no Brasil desde 1995, é uma das indústrias de olho na abertura de mercado com o pré-sal. “Temos interesse em fornecer aço”, confirmou Zhao Yonghong, presidente da companhia no país. Os investimentos chineses no Brasil estão crescendo, e não apenas no setor petrolífero. De acordo com os dados mais recentes do Banco Central do Brasil, a China investiu mais de US$ 66 milhões no país entre janeiro e abril de 2009. Ou seja, investiu mais em quatro meses do que nos dois anos anteriores, quando os IED (Investimentos Estrangeiros Diretos) da China totalizaram US$ 62,72 milhões, sendo US$ 24,30 milhões em 2007 e US$ 38,42 milhões em 2008.
EXTRAÇÃO Plataforma marítima Cidade São Vicente, única usada pela Petrobras para extrair petróleo no pré-sal na Bacia de Santos
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Mundo
Nem todas as parcerias estabelecidas ao longo dos anos com empresas chinesas trouxeram benefícios para o Brasil, apontam especialistas
“Os investimentos estão crescendo juntamente com as relações comerciais, com destaque para os setores de siderurgia, eletroeletrônicos, mineração, máquinas e equipamentos, petróleo e gás, telecomunicações e logística”, enumerou Tang, o diretor da Câmara de Comércio Brasil e China. Tang também citou como exemplos de negócios bem-sucedidos entre os dois países a compra de parte da mineradora MMX, do bilionário Eike Batista, pela siderúrgica WISCO (Wuhang Iron and Steel) em novembro de 2009 e, no setor automotivo, o acordo de exportação para o Brasil firmado em dezembro pela montadora chinesa JAC Motors e o grupo brasileiro SHC. “Temos também outras empresas chinesas investindo no Brasil há tempos, como Huawei e ZTE nas telecomunicações, e AOC no setor de televisores e monitores. Além disso,
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duas empresas chinesas do setor de construção, XCMG e SANY, já anunciaram planos para se instalar no Brasil”, destacou Tang. A invasão chinesa ainda não chegou ao Vale do Paraíba. “Pelo que sei, a China não tem negócios na região e não existem parcerias com empresas locais”, disse Felipe Cury, presidente da ACI (Associação Comercial industrial) de São José dos Campos. “Mas há disposição. Empresários chineses são bem-vindos. Foi organizada recentemente no Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São José uma palestra sobre como fazer negócios com a China”, ressaltou. O presidente chinês, Hu Jintao, esteve em São José em 2004 para visitar as instalações do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e conferir os avanços do programa CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos
Terrestres), feito em parceria com a China. Cabe salientar que, segundo vários especialistas, nem todas as parcerias estabelecidas com empresas chinesas trouxeram benefícios para o Brasil. De acordo com Georges Landau, professor de economia da Faap (Fundação Armando Álvares Penteado), o acordo para a construção do Gasene foi problemático em alguns aspectos. Padrão de conduta “A China fez uma oferta, que a Petrobras aceitou. Porém, os chineses mudaram o valor de repente, alegando aumento do preço do aço. De fato, houve uma alta, mas a China já sabia disso antes de assinar o contrato”, disse Landau. O professor ainda citou outro caso, envolvendo a hidrelétrica de Itaipu. “A China enviou 50 missões a Itaipu para aprender a construir uma hidrelétrica. Copiaram o mo-
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ISTO É A CHINA
1,35 bi POPULAÇÃO País reúne o maior número de habitantes do mundo, mais de um quinto da população do planeta
4,9 tri PIB (US$) A China é a nação com a terceira maior economia mundial, perdendo apenas para os EUA e o Japão
GASENE Presidente Luiz Inácio Lula da Silva no canteiro de obras do Gasene; no alto, hidrelétrica de Itaipu, usada como modelo pelos chineses sem pagar por consultoria
delo brasileiro e não pagaram sequer consultoria. A transferência de tecnologia para a hidrelétrica de Três Gargantas, a maior do mundo, não rendeu nada para o Brasil”. Para Landau, esses casos demonstram um padrão de conduta. “É arriscado fazer negócios com a China. Cabe ao setor privado tomar providências e se precaver. Os empresários brasileiros não podem se iludir e se deixar levar pelos preços baixos praticados pelos chineses”, alertou. Na opinião de Adriana de Queiroz, coordenadora executiva do Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais) estes contratempos se devem às fortes diferenças culturais existentes entre os dois países. “Na China, os contratos não têm tanto valor. Lá, revisões de contratos são naturais”, contou. Outro problema, segundo ela, é que as
10 bi INVESTIMENTO (US$) Da China no contrato de financiamento firmado com a Petrobras no plano de negócios do pré-sal empresas chinesas que se estabelecem em outros países querem controlar todo o processo de produção e trazer sua própria mãode-obra. “O Brasil tem uma legislação muito rígida sobre a porcentagem de funcionários estrangeiros autorizada nas companhias de fora instaladas no país”, lembrou. No Brasil, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva é conhecido pelo pragmatismo. Na China, o pragmatismo econômico é elevado ao nível de arte. Considerações éticas e morais, bem como relacionadas à preservação do ambiente, não são levadas em conta. É notório, por exemplo, o apoio da China ao Sudão, um país africano culpado de inúmeras violações dos direitos humanos. “A China só se preocupa em garantir seu abastecimento em energia e alimentos. Se o negócio for rentável, ela vai. A única avaliação é econômica”, disse Adriana. • SHOPPING CENTER VALE (12) 3923-3566
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ARROZ Uma pedalada matinal nos campos de arroz de Kehn Ga, a leste da capital Hanoi
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Ensaio fotográfico
Charles Peterson fotógrafo
Vietnã com outros olhos Aos 46 anos de idade, Charles Peterson sempre foi mais lembrado por suas imagens de bandas de rock. Neste ensaio, o fotógrafo norteamericano revela um trabalho documental inédito realizado no Vietnã
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Ensaio
PAISAGEM O pôr-do-sol da vila de Mai Chau, no noroeste da capital Hanoi
ANIVERSÁRIO Comemoração de aniversário de Buda, na cidade de Ho Chi Minh TEMPLO Ocupantes de um templo em Hanoi; no Vietnã, muitos moram onde trabalham
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BÚFALO Camponesa da minoria Tay usa o búfalo para arar a plantação de arroz
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MERCADO Entrada frontal do Mercado Central da pequena província de Ninh Binh
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Ensaio
NO MAR Menino vietnamita sentado em carranca de barco em vila da capital Hanoi
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Divulgação
Turismo ROTEIRO
As férias estão chegando Este é o momento de programar sua viagem, sem pressa e sem surpresas Elaine Santos São José dos Campos
O
perfil do brasileiro sempre foi o de deixar tudo para a última hora, menos a diversão. Com a proximidade das férias de julho, a expectativa é que as pessoas fechem seus pacotes de viagem já a partir deste mês. Ou seja, chegou a hora de programar seu descanso com a família, sua diversão com os amigos ou até aquele momento a dois num lugar charmoso. Estudo do Ministério do Turismo comprovou que os brasileiros preferem programar as viagens de férias com antecedência, parcelando as despesas. Este ano, as agências de viagens estão apostando nos destinos internacionais, entre eles, Orlando, que faz a cabeça da criançada, e Caribe, com opções em Cancun, St. Maarten, Aruba e Punta Cana, o preferido dos solteiros. “Com a ampliação da classe média, 50 milhões de novos consumidores entrarão para o mercado de consumo nos próximos anos, o que favorecerá o nosso setor”, disse Valter Patriani, presidente da operadora CVC, que aposta no aumento da procura por roteiros internacionais. Mesmo assim, os destinos nacionais estão na preferência dos brasileiros. O Nordeste, com sol e mar o ano todo, é o mais procurado. Com a baixa temporada, os valores da hospedagem ficam até 20% mais baratos. Porto Seguro é o mais procurado por amigos e solteiros.
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PARAÍSO Praias e o calor de Porto de Galinhas, em Pernambuco, atraem os casais de turistas
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Turismo
Porto Seguro é o carro chefe entre os roteiros para amigos e solteiros
A
preferência é sempre para sol, calor e mar. E se tudo isso chegar com um precinho mais acessível, é negócio fechado na hora! Ir a Porto Seguro, na Bahia, requer muita disposição para curtir a animação das barracas de praia durante o dia e as festas que atravessam a noite. Sem contar os passeios de buggy, uma opção para fugir dos tours em grupo, que nem sempre oferecem o que há de melhor em cada lugar. As férias de julho são vistas como baixa temporada no Nordeste. Por isso, um pacote com sete noites, que no verão chega a custar R$ 1.318 por pessoa, cai para R$ 698. As agências garantem que quanto mais cedo fechar o pacote mais barato fica. Agora, se dinheiro não é o problema, Cancun, no México, está na rota dos mais pedidos para essa temporada no Caribe. Verão o ano inteiro e hotéis super luxuosos, que garantem diversão dia e noite e serviço all incluse (quatro refeições e bebidas incluídas nas diárias), fazem parte dos atrativos da bela cidade. O preço para julho está com cotação variada entre U$1.478 e U$1.888 por pessoa, que inclui seis dias de hospedagem, passagem aérea e traslados.
Fotos: divulgação
PORTO SEGURO, BAHIA R$ 698 É o valor dos pacotes na baixa temporada no litoral sul da Bahia AMIGOS Praia, sol e curtição atraem solteiros e grupos de amigos VIDA NOTURNA Bares e quiosques de Porto Seguro são o principal ponto de encontro dos jovens
BELEZA NATURAL Além da agitação, Porto Seguro ainda oferece praias bonitas e contato com a natureza
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Fotos: divulgação
Paraíso natural Esse roteiro oferece um paraíso feito de quilômetros de praias de areia branca e mar azul-turquesa. Fora as praias, Cancun tem opções de parques e zonas arqueológicas, como Chichén-Itzá –as ruínas maias mais visitadas da região. Sua pirâmide, El Castillo, tem disposição astronômica perfeita: quatro escadarias voltadas aos pontos cardeais, que somam 365 degraus. Cobá, uma cidade maia, também é um ponto turístico que chama a atenção. A vista da pirâmide Nohoch Mul, com 42 metros de altura e 120 degraus, é a mais alta da península de Yucatan. Fora toda essa diversidade cultural, Cancun tem uma vida noturna que é considerada uma das mais agitadas do Caribe, com muitas casas noturnas, clubes de salsa e jazz.
CANCUN, MÉXICO US$ 1.478 a US$ 1.888 Essa é a variação para seis dias de hospedagem com passagem e traslados CULTURA Mergulhos são o ponto alto dos passeios
INTERNACIONAL Entre os destinos internacionais preferidos de grupos de amigos está o mar azul de Cancun
Charme e Baladas Sem sol e mar, mas com muita agitação noturna, propícia para paqueras, Buenos Aires, entra no ranking dos locais mais cogitados pelos solteiros, nas férias de julho. Os pacotes são curtos: finais de semana ou quatro noites, o que faz da cidade uma opção de destino próximo e barato. Quem visita a capital argentina é seduzido pela beleza do tango, pelo charme dos bairros, centros comerciais, suntuosos palácios que Fotos: divulgação
HERMANOS Vista de Puerto Madero; abaixo, El Caminito, bairro tradicional da capital argentina
BUENOS AIRES, ARGENTINA US$ 668 a US$ 798 Preço do pacote de quatro dias por pessoa oscila de acordo com a hospedagem AGITAÇÃO Lugar ideal para paquerar e curtir a vida noturna
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contrastam com modernos edifícios. Julho é o mês de alta temporada na cidade, que fica abarrotada de atrações culturais –festivais, shows, concertos, festas e vários outros eventos. Os shoppings e as butiques são sonho de consumo de quem não dispensa uma boa compra de grifes renomadas. A gastronomia também é um dos setores privilegiados. Com refeições mais baratas do que no Brasil, incluindo vinhos e pratos mais sofisticados, fica mais fácil comer bem e barato. Hotéis mais simples vivem lotados. A procura também é grande pelos hotéis cinco estrelas, onde se hospedam turistas da América do Norte e da Europa acostumados a seguir roteiros de luxo. Mesmo para quem não vai com dinheiro sobrando, Buenos Aires oferece atrações gratuitas e de encher os olhos, como caminhar pelas arborizadas e históricas ruas do centro e assistir a performances de tangos nas esquinas. Entre os roteiros obrigatórios estão visitas ao Congresso Nacional, a Plaza da Mayo, a Casa Rosada, o Museu do Cabildo, a Catedral Metropolitana, a Confeitaria El Molino. O pacote de quatro dias para Buenos Aires varia de US$ 668 a US$ 798 por pessoa.
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Férias com roteiros para se divertir em família Fotos: divulgação
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ão tem jeito, o programa preferido nas férias de pelo menos 40% das famílias brasileiras que costumam viajar para o exterior é o mundo encantado da Disney. Mesmo quem já conhece Orlando, nos Estados Unidos, sempre se programa para voltar aos melhores parques temáticos do mundo. Nessa temporada de julho os pacotes de 12 noites variam entre US$ 3.088 e US$ 3.288. O mais cotado nas agências da CVC é o pacote “Orlando Reino da Magia”, via Miami, 13 dias e 12 noites, embarcando de São Paulo. Inclui transporte aéreo, traslado e ingressos para os parques: Magic Kingdom, Epcot Center, Disney’s Hollywood Studios, Animal Kingdom, Blizzard Beach, Typhoon Lagoon, Universal Studios, Islands of Adventure e Sea World, além de passeios noturnos em CityWalk e Downtown Disney. Todos com serviço de acompanhamento de guias. Mas para quem prefere ficar no Brasil, a dica é curtir o friozinho do Sul do país em luxuosas instalações na Serra Gaúcha. Gramado, no Rio Grande do Sul, oferece programação para toda a família entre parques ecológicos, centros de compras, gastronomia e a Casa do Papai Noel, que fica aberta o ano inteiro e mantém viva a magia do Natal. Preço a partir de R$ 1.788 por pessoa com sete noites de hospedagem, passeios, passagem aérea e café da manhã.
FAMÍLIA A magia da Disney continua encantando gerações
ORLANDO, ESTADOS UNIDOS US$ 3.088 a US$ 3.288 Na alta temporada, esse é o custo do pacote de 13 dias FAMÍLIA Destino é ideal para famílias e também o mais procurado Divulgação
GRAMADO A Casa do Papai Noel e as paradas de Natal atraem as famílias para a cidade
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Fotos: divulgação
Curtindo viagem a dois
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o mesmo tempo em que Nova York, nos Estados Unidos, vive em um ritmo frenético, a capital do consumismo tem um ar romântico, cheio de charme, que encanta casais apaixonados de todo o mundo. A magia da “Big Apple” está na diversidade cultural, no contraste entre a modernidade e as antigas construções. Mas prepare-se, em julho as temperaturas são quentes e pedem roupas leves e sapatos confortáveis para curtir os passeios a pé. A melhor forma de começar a visita é pelo Central Park, no coração de Manhattan, um oásis entre os arranha-céus. Sucesso garantido, o passeio de barco nos lagos do parque pode ganhar alguns pontos extras na relação do casal. É barato, romântico e rende excelentes fotos. É comum casais levarem garrafas e taças de vinho para beber enquanto relaxam no passeio. Sem contar, é claro, com os inúmeros programas culturais que agitam a cidade. No Brasil A opção mais pedida por aqui é Porto de Galinhas, em Pernambuco. Eleita a melhor praia do Brasil, esbanja encantos naturais e tem hospedagens de chalés rústicos a luxuosos resorts. O roteiro conta com piscinas naturais de águas mornas e claras, passeios de jangada e visita à Ilha de Santo Aleixo. O preço para sete noites varia de R$ 1.398 a R$ 2.700. •
BIG APPLE Nova York nunca deixa de ser um destino romântico
NOVA YORK, ESTADOS UNIDOS US$ 2.058 Sete noites por pessoa com hospedagem, traslado e passagem aérea BIG APPLE O charme da cidade é contagiante Divulgação
PORTO DE GALINHAS, PE R$ 1.398 a R$ 2.700 O preço para sete noites nesse paraíso tropical cai na baixa temporada OPÇÕES Do rústico ao luxuoso, o turista tem boa hospedagem
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PRAIA A DOIS Porto de Galinhas é garantia de sossego e praias lindas
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Coisa & Taltigo
Marco Antonio Vitti
A ‘Bela de Jesus’ nasceu do ventre de uma Oliveira e não de um Jatobá
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sabela agora és a “Bela de Jesus” pois teu nome assim o diz, uma vez que Isa, Issa ou Issahi é o nome de Jesus na Índia. Isabela, Issabela, Issahibela, enquanto bela quer dizer Bela. Quanta sincronicidade tem tua morte com a morte de Jesus. Foste abençoada por teres nascido de um ventre de Oliveira e não de um Jatobá. Nascestes no Jardim das Oliveiras. Fico pensando em teu calvário, sendo esganada por um pai que deveria te proteger. Não contente com isto, ele ainda atirou teu corpo pela janela. Imagino em teu rosto a perplexidade da sacrificada, petrificada. Porque foste imolada, como foi Jesus? Pela inveja de um Jatobá por uma Oliveira, mas quem teria ciúme de um pai assassino, que nem nome de árvore tem? Poderia ser um Jacarandá, um Pau-Brasil, mas não, teu pai não tem nome de nada. Acredito que quando teu pai te segurou pelas mãos, pensaste que ele te recolheria para a vida, mas qual a tua surpresa quando ele te deixa cair em vôo livre de volta para as mãos de Deus. Tenho a impressão que em teu cérebro as imagens em tua alma se passaram pensando nele, e perdoando a covardia do ato que ele cometeu contra você, que tem o útero de uma Oliveira e não o de um Jatobá. Neste teu vôo, os apartamentos e sua vida passaram durante segundos na Terra, mas eterna na infinitude da existência nos braços de
FÉ “Acredito que quando teu pai te segurou pelas mãos pensaste que ele te recolheria para a vida ” INOCÊNCIA Isabela Nardoni, 5 anos
Deus. Enquanto aquele que dizem ser teu pai soltou seus braços para a morte e fez cair teu corpo sobre um gramado, teu Pai verdadeiro te segurou e te levou para o colo Dele. Sem Ajuda No entanto, quando chegaste ao chão, tua bondade ainda prevaleceu. Teu pai terreno telefonou para o pai dele pedindo ajuda e, enquanto você ligava para ele te salvar com tua alma a ligação assinalava ocupado, pois teu pai queria salvar a pele dele, não a tua. Isabela, Beleza de Jesus, o pai de teu pai tentou destruir todas as provas do brutal sacrifício de tua vida para dificultar ainda mais teu calvário. Mas Jesus te segurou e atendeu tua chamada: – Alô! Jesus? – Sim Isabela, aqui quem fala é Jesus!
– Como sabes que sou eu? Sempre acreditei em Ti! – Minha filha querida, minha Beleza, estou contigo! – Jesus, sei que estás comigo, a Beleza Tua. Quero fazer um pedido... – Não pede, manda, exclama Jesus. – Perdoa meu pai. Ele não sabe a diferença entre uma Oliveira e um Jatobá. Abençoe minha mãe e faça de Teus ombros o alívio para o sofrimento dela pela minha morte. Sei que Teus ombros são tão ou mais macios que os dela. Muito obrigado, Jesus, pelos momentos que pude viver na Terra. Ah, Deus, sempre tive certeza que existes! Obrigado por me dares a vida. Sou Tua Beleza pela eternidade. Até já, Jesus! – Venha logo, minha Beleza, pede Jesus. Assinado: o pe[s]cador Vitti. •
Marco Antonio Vitti Especialista em biologia molecular e genética vitti@valeparaibano.com.br
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ValeViver
ValeViver EM TESTE
Embalos de todas as noites Da limpeza de banheiros ao atendimento dos garçons nos balcões, testamos o serviço oferecido pelas principais casas noturnas da região
Isabela Rosemback São José dos Campos
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ode parecer fácil, mas ser baladeiro em terras valeparaibanas é um estilo de vida que exige dinheiro, disposição e habilidade para contornar os obstáculos que dificultam o caminho para a diversão –entre eles trafegar pela via Dutra e enfrentar as filas, os banheiros impraticáveis e as muvucas nos balcões dos estabelecimentos que promovem o agito da madrugada. Nos últimos finais de semana recebi a missão de conferir de perto o que algumas das principais casas noturnas da região oferecem para os momentos de descontração. Em São José dos Campos, fui ao Anexo e ao Dunluce Irish Pub. Em Jacareí, na Camaleão, e, em Taubaté, virei o dia no Mutley.
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RAIO-X DAS BALADAS
VENTILAÇÃO
ATENDIMENTO
B
Quando o assunto é circulação de ar, o Dunluce Irish Pub e o Anexo da Nena são os piores em São José
Sistema lento e poucas atendentes fazem da Camaleão, em Jacareí, a pior neste quesito
T c e h D
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Flávio Pereira
Entre os pontos fortes e comuns aos quatro estabelecimentos, destacaram-se a apresentação de bandas que, nos intervalos, cedem espaço ao som eletrônico ou pop. Assim, se bem dosados os tempos para cada tipo de música, a noite acaba agradando a diferentes gostos. Entre os pontos negativos recorrentes estão as filas para entrar nas casas ou para pagar pelo que foi consumido durante a noite. O esquema, como deram a dica os frequentadores assíduos desses lugares, é chegar sempre entre as 23h e 0h. Se passar disso, a probabilidade de você amargar um tempo esperando em pé do lado de fora aumenta em grande escala. Os preços de bebidas e porções oferecidas nesses locais não fogem muito de um padrão. Os chopes e cervejas long necks ficam na faixa dos R$ 4 a R$ 5, enquanto petiscos simples vão de R$ 12 a R$ 26, com opções mais sofisticadas de, no máximo, R$ 46. Lá dentro, ganhou pontos no quesito ventilação o Mutley (Taubaté). O espaço amplo da Camaleão (Jacareí) também confere à casa noturna créditos nesse quesito. Já o Dunluce Irish Pub e o Anexo, ambos em São José, deixam a desejar quando o assunto é a circulação de ar. O Mutley é um espaço com três andares que recebe grande número de pessoas. O público em geral é formado por uma maioria que aparenta ter entre 25 e 35 anos de idade. Logo ao primeiro ambiente já dá para sentir a casa cheia ao tentar se aproximar do palco onde a banda se apresenta. Para quem chegou à balada à 1h, como eu, ultrapassar a multidão é um desafio. O andar de cima funciona como uma espécie de mezanino, mas também favorece aqueles que chegam cedo ao local. No terceiro andar, um espaço a céu aberto funciona bem como um “fumódromo”. Existe mais de um bar na casa, o que desafoga os balcões de atendimento. O cardápio de bebidas é bem variado, embora não seja
o mais diversificado. Os banheiros são tranquilos no começo da noite, mas conforme a hora vai avançando aumenta a espera, o chão fica molhado e os cestos de lixo transbordam –ainda que uma funcionária se empenhe para manter tudo em ordem. Por volta das 3h a fila nos caixas começa a ganhar volume. É um bom horário para acertar a conta. Com propostas semelhantes à do Mutley, o veterano Anexo e o Dunluce Irish Pub são opções disputadas para a noite joseense. A fila, em ambas as casas, também é inevitável tanto na entrada, quanto na saída da balada. Bebidas No Anexo, um espaço composto por um amplo bar e uma única pista com camarote, a ventilação deixa a desejar e, com o grande volume de pessoas, o calor é quase certo. No dia em que fui, estranhei o fato de a banda tocar músicas “dance” –que costumam tocar nos intervalos dos shows, e por meios eletrônicos– em tempo integral. Mas o público estava animado e, também, esse não costuma ser o perfil da maioria das bandas que sobe àquele palco na programação mensal. O bar merece atenção. A demanda de atendimento é grande e funcionários dão conta do recado dentro das possibilidades. Só tem um porém: se antes o Anexo tinha a vantagem de oferecer diversidade de marcas de cervejas nacionais, tanto em long necks, quanto em garrafas de 600 ml, agora a exclusividade com uma única marca deixa o cliente sem opção. Uma crítica constante entre os frequentadores é o preço cobrado pela cerveja: a garrafa de 250 ml sai por R$ 4, a long neck convencional, de 330 ml, custa R$ 6 e o valor cobrado pela garrafa de 600 ml atinge a casa dos R$ 8. Whiskys variam entre R$ 10 e R$ 27 a dose, dependendo do rótulo, e as outras bebidas seguem os preços comuns às casas noturnas. O “fumódromo” também existe na casa, em Eugênio Vieira
O s ão,
BANHEIROS
FILAS
Torneiras sem água, chão encharcado e falta de papel higiênico no Dunluce Irish Pub
Em todas as casas o melhor horário para se chegar e evitar um bom tempo em pé nas filas é entre 23h e 0h
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BALCÃO Serviço da Camaleão, em Jacareí; sistema confuso de fichas e tíquetes cria demora no atendimento aos clientes do bar
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Proprietários das casas afirmam que parte dos problemas são provocados pelos próprios clientes, que não se preocupam com a conservação do ambiente
uma área pequena, reservada e ao ar livre. No banheiro, algumas portas sem tranca ou algumas descargas sem tampo, mas nada perturbador. Há funcionários que, de tempos em tempos, passam pelas cabines para dar um tratamento de emergência aos espaços. A noite segue com o volume de som na medida certa, garantindo a diversão de quem acompanha o trabalho da banda. Na hora de ir embora, é bom não deixar para ir à fila muito tarde – a menos que esteja disposto a enfrentar mais um tempo de espera em pé. Comanda Se no Mutley e no Anexo o controle sobre o que é consumido é feito por meio do cartão de senha, no Pub a vantagem é que o sistema é de comanda de papel –o que facilita a visualização das despesas. A casa tem três ambientes. O primeiro é mais tranquilo, com um bar central e mesas. Descendo uma escada, as pessoas se aglomeram para curtir o som da banda em um clima intimista proporcionado pela ausência de palco. O ambiente é fechado, baixo e escuro. Um dos atrativos do Pub é a variedade de chopes. As cervejas importadas, Stella Artois e Guiness, são as estrelas da carta e um pinte [tulipa] de 500ml da Erdinger, por exemplo, custa R$ 15. No caso das cervejas convencionais e brasileiras, o que ocorreu foi o inverso do adotado pelo Anexo. A exclusividade com a Itaipava foi rompida e, agora, cervejas de outras marcas são comercializadas no bar.
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avulsa à balada, funciona uma choperia. Os clientes dela podem ganhar entradas para a balada e acesso ao estacionamento. Em todas as casas, havia seguranças bem posicionados — alguns deles vi em ação, sem exageros.
BEBIDAS Drinks seguem os mesmos preços na maioria das casas
Em um amplo espaço aberto no Pub, as pessoas fumam e conversam com vista para o banhado. Há bares nos três ambientes da casa. O ponto baixo são os banheiros, que têm versões exclusivas para cada sexo e outra de uso comum, em que presenciei chãos encharcados, torneira sem água e falta de papel higiênico. A saída tardia também tem filas. Em Jacareí, a Camaleão foi a que apresentou público mais jovem em um clima mais informal. Meninos de bonés passeavam com tênis pelos três ambientes da casa. Quando a banda parou de tocar, com o som um pouco estourado, o movimento migrou para a sala de música eletrônica. Poucos foram para a ampla área externa. O atendimento ali é deficiente, com poucas funcionárias nos bares para muitos clientes querendo atenção. Os drinks são servidos em copos de acrílico, sob sistema de notas emitidas pelo caixa após a troca de tíquetes. O tempo de caixa somado ao tempo em que fiquei na fila para entrar, resultou em uma hora e meia de espera. A vantagem é que não há fila na saída. Ponto positivo para a área externa,
Outro lado Os proprietários das casas noturnas afirmam que parte dos problemas são provocados pelos próprios clientes, que não se preocupam em conservar os banheiros limpos e não estão dispostos a pagar o valor estipulado pela casa –que levaria em consideração os serviços e os gastos que ela exige de manutenção. “As trancas dos banheiros e as tampas de privada já desisti de trocar. As pessoas quebram todas as noites, a gente tinha de trocar toda semana. Se somar tudo não há caixa que aguente. Uma maioria acaba pagando pela minoria que não se preocupa”, disse Marcos Flexa, proprietário do Anexo, dando exemplos de vandalismo já presenciados. Sobre as trocas das marcas de cerveja e a circulação do ar, tanto o Pub quanto o Anexo informaram que houve uma renegociação com as distribuidoras e que eles trabalham com unidades de ar condicionado e exaustores – mas que a grande concentração de pessoas no ambiente pode gerar a sensação de abafado. “É o mesmo que acontece no caso das filas. Não tem como evitar que as pessoas cheguem e queiram ir embora, no mesmo horário. Os funcionários estão aptos a atender o público, mas a demanda é grande”, disse Fabrício de Moura Gomes, sócio-proprietário do Pub. Para o sócio-proprietário da Camaleão, Fábio Ribeiro, a alta rotatividade de pessoas no banheiro pode acarretar alguns dos problemas, mas ele diz que tem funcionários preparados para limpeza. “Usamos copos de acrílico para evitar acidentes, e gostamos de deixar as pessoas à vontade na casa. Respeitamos o estilo de cada um, por isso os bonés. Só não deixamos entrar de chinelos ou regatas”, disse. Os responsáveis pelo Mutley, em Taubaté, não foram localizados para comentar o caso. •
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INDIE
Cat Power e seu coração de metal
MELANCOLIA Cat Power mostra “Jukebox”,dia 23 na Virada Cultural em São José
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Fotos: divulgação
Cantora norte-americana traz seu som melancólico para a terceira edição da Virada Cultural Paulista 2010 no Parque da Cidade, em São José
VIRADA CULTURAL PROGRAMAÇÃO MUSICAL EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Dia 22
No palco
Adriano Pereira São José dos Campos
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SHOW
sé
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19h - Coro Jovem de São José dos Campos Local: Espaço Mário Covas
test’, mas minha voz não estava forte, eu estava mal. Então, sinto que ‘Jukebox’ é o meu primeiro álbum, apesar de saber que isso pode soar idiota e infantil. Foi a primeira vez que gravei feliz. São músicas que me deixam feliz”, disse quando lançou o disco em entrevista à revista Rolling Stone, uma das poucas em que se deixou mostrar como realmente é, despretensiosa e desligada.
os 36 anos, Chan Marshall escreveu algumas das canções mais lindas, tristes e melancólicas dos últimos 10 anos. Bem mais conhecida pelo pseudônimo de Cat Power, Álbum a cantora norte-americana é a principal “Jukebox” traz uma série de covers de stanatração da terceira edição da Virada Cultu- dards americanos, entre elas, “New York”, ral Paulista em São José dos Campos, que eternizada por Sinatra, “Don’t Explain”, gravada originalmente por Billie Holiday, e acontece nos dias 22 e 23 de maio. Arredia a entrevistas e mesmo assim queri- “Blue”, de Joni Mitchell. Uma única música dinha da crítica musical e dos fotógrafos de é assinada pela cantora: “Metal Heart”, que moda, Cat Power é uma das poucas artistas foi registrada no álbum “Moon Pix”, em 1981. A vers versão original é lenta, quase de sua geração que saiu de uma produinsu insuportavelmente triste, e ma. ção péssima para uma obra-prima. co conta a história de uma pesuPouco antes de um colapso caussoa que perde a razão de sado pelo abuso de álcool, em ser e se isola do mundo: 2006, ela lançou “The Greaconstrói um coração de test”, um disco memorável. , h 17 s à Dia 23, metal. A versão nova é De lá pra cá, sua carreira a Cat Power fech muito mais bem tocada e deixou o mundo indie para o evento em m mais bem cantada –mas, no integrar o mainstream. Mas São José fim m, também é desafiadora, ar Cat Power parece não ligar talve talvez triunfal. Marshall urra: mo para isso, às vezes parece mesmo “Metal heart, you’re not worth da viva é querer ficar longe dessa roda viva. Na época em que lançou “Jukebox”, seu a thing” [coração de metal, você não vale disco mais recente, tinha outro álbum in- nada], com voz purificadora. Cat Power fecha a programação da Virada teiro para ser lançado e que continua inéCultural em São José com um show às 17h, no dito até hoje. O disco tem até título: “Sun”, que traz, se- Parque da Cidade, no dia 23. Pouca coisa se fagundo a cantora, “demônios” com os quais lou sobre o formato dessa apresentação. O fato ela não quer lidar. “Estas músicas [novas] é que nos seus últimos shows a cantora não se significam muito para mim. E não quero apresenta com a Memphis Rhythm Band, os mexer nas minhas feridas neste momento. veteranos que a acompanharam nas gravaVou fazer o que me deixa feliz agora”, disse ções de “The Greatest”. De qualquer forma, o coração metálico da cantora deve continuar à época do lançamento de “Jukebox”. “Todo mundo diz que adora ‘The Grea- pulsando melancolicamente em São José. •
13h30 - DJ Tutu Moraes Local: Parque da Cidade
19h30 - Del Rey Local: Parque da Cidade 19h30 - Grupo Cabelo de Milho Local: Sesc São José 21h - Dudah Lopes Local: Espaço Mário Covas 21h - Brasil de Mil Faces – Joca Freire Local: Parque da Cidade 22h30 - Velha Guarda Musical de Vila Isabel Local: Espaço Mário Covas 23h - Mundo Livre S/A Local: Sesc São José Dia
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0h - Jorge Aragão Local: Parque da Cidade 1h30 - DJ Tutu Moraes Local: Parque da Cidade 2h - Mara Nascimento Local: Teatro Municipal 12h - Duofel Plays The Beatles Local: Sesc São José 13h - Banda Sinfônica do Estado de São Paulo Local: Teatro Municipal 14h - Leela Local: Parque da Cidade 15h30 - Banda Voltz Local: Parque da Cidade 17h - Cat Power Local: Parque da Cidade
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Divulgação
LANÇAMENTO Capa do DVD do longa que retrata a adolescência pouco conhecida do beatle John Lennon
LIVERPOOL Aaron Johnson no papel de John Lennon no filme “Nowhere Boy”
FILME
John Lennon
bem antes da beatlemania Longa retrata cantor como adolescente de classe média mimado
DVD
“Nowhere Boy”ês chega neste m às lojas no Brasil
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Adriano Pereira São José dos Campos
ntre tantos clássicos autobiográficos escritos pelo beatle John Lennon, um deles dá conta de um homem sem lugar no mundo, sem opinião, cego para todos os problemas e fazendo planos inexistentes para ninguém. “Nowhere Man” foi composta em 1965, quando os Beatles já eram uma mania mundial e conheciam bem quais eram suas posições no cenário musical. Mas Lennon ainda mantinha essas dúvidas existenciais, a maioria delas contraída numa infância
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traumática e numa adolescência rebelde. É nessa época pouco falada, escrita e filmada da vida do músico que “Nowhere Boy”, filme dirigido por Sam Taylor-Wood e que chega em DVD neste mês ao Brasil, foca suas atenções e conclusões. Bem diferente de “The U.S. Vs John Lennon”, dirigido por David Leaf, que retratava um idealista gastando sua fortuna nas causas em que acreditava, “Nowhere Boy” mostra um garoto de classe média mimado sem consciência social alguma. Fãs chiitas do mundo todo saíram aos quatro ventos com o intuito claro de acabar com a credibilidade do roteiro. Em parte, com razão, afinal Lennon não foi uma criança que tivesse a infância recordada em um álbum de fotografias. Encontrar imagens de Lennon antes dos 17 anos é tarefa árdua até para os colecionadores. O ator Aaron Johnson é o responsável por dar vida ao beatle que perdeu a mãe aos 5 anos de idade e foi criado pela tia “Mimi” (Kristin Scott Thomas) até sair de casa para fazer rock n´roll nas boates sujas de Hamburgo, na Alemanha. História Os produtores do filme insistem que mantiveram-se fieis à “verdadeira história”, mas alguns fatos são discutíveis. A maioria dos biógrafos costuma atribuir à mãe de Lennon a compra de sua primeira guitarra. Em “Nowhere Boy”, tia “Mimi” seria a responsável pelo presente. É uma postura arriscada, já que “Mimi” chegou a dar uma placa de madeira ao sobrinho alertando que a guitarra era ótima, mas não enchia a barriga de ninguém. “Nowhere Boy” mantém seu roteiro até o momento em que Lennon embarca para Hamburgo. A história depois dessa fase já foi recontada por dezenas de autores, alguns sérios, outros nem tanto. Mas todos eles ganharam dinheiro falando sobre os Beatles. Com esse DVD não deve ser diferente. •
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Segurança Nacional Longa do cineasta Roberto Carminati utiliza os caças fabricados pela Embraer; estreia acontece no dia 7
Hernane Lélis São José dos Campos
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Base Aérea de Manaus recebe um alerta. Imediatamente os pilotos de sobreaviso decolam e, em poucos minutos, estão prontos para interceptar uma aeronave hostil, que carrega artefatos nucleares. Dois A-29 Super Tucano da FAB (Força Aérea Brasileira) pedem o pouso do avião, mas não são atendidos. Com isso, a ordem de abate é cumprida. Essa é a trama de ‘Segurança Nacional’, o filme dirigido pelo cineasta Roberto Carminati que estreia no dia 7. O longa gira em torno de um combate do governo federal, Abin (Agência Nacional de Inteligência), FAB e Exército contra traficantes latino-americanos que ameaçam a região de fronteira amazônica visando destruir o quartel general do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia). Além de Thiago Lacerda, Milton Gonçalves e Ângela Vieira, o elenco conta também com a participação especial dos caças AMX-A1, do avião-radar E-99, do presidencial EMB-190,
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além do Super Tucano, todos fabricados pela Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica), com sede em São José dos Campos. Ao todo foram usados oito Super Tucano, quatro AMX e um avião-radar. No longa, a proposta de Carminati é mostrar ao mundo um Brasil que produz e opera alta tecnologia e que está preparado para combater ameaças internacionais, explorando um nicho cinematográfico pouco usado no país –os filmes de ação. “Quando tivemos a conversa com a FAB, estávamos com um roteiro muito sólido, mostrando o Brasil com sua alta tecnologia no sistema de patrulhamento. A FAB colaborou muito com as filmagens. A cada treino a gente mobilizava nosso pessoal e colocava uma câmera num Super Tucano, por exemplo”, disse. Produção Com o filme ‘Segurança Nacional’, Carminati pretende abrir um divisor de águas no cinema brasileiro, fugindo da tradicional receita “favela movie”, incorporando no roteiro elementos conhecidos nas grandes produções hollywoodianas, como agentes secretos e muita troca de tiros e explosões. Ainda no estilo norte-americano, o longa terá o primeiro presidente negro do Brasil, interpretado por Milton Gonçalves. “Ninguém nunca pensou em fazer esse personagem (presidente) no Brasil e entregar a um negro. Acho a iniciativa muito boa, não vemos no país thrillers com um tema envolvendo disputa territorial e agentes secretos”, disse o ator. •
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CULTURA
Nanoarte: ciência ou arte? Trabalho com imagens de estruturas moleculares ampliadas milhares de vezes transforma cientistas em artistas no Brasil
Yann Walter São José dos Campos
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rte científica ou ciência artística? A diferença é tênue, mas uma coisa é certa: a nanoarte, uma forma de arte derivada da nanotecnologia, conquista cada vez mais adeptos no Brasil e no mundo. Trata-se de uma nova expressão artística, baseada na manipulação digital de imagens de nanoestruturas moleculares captadas com microscópios de alta resolução. As imagens em preto e branco são ampliadas milhares de vezes e coloridas por computador. O resultado é surpreendente e, às vezes, fascinante. Ricardo Tranquilin e Rorivaldo de Camargo contribuíram muito para desenvolver a nanoarte no Brasil. Camargo, inclusive, é um dos participantes da Mostra Internacional de Nanoarte 2009-2010, acessível exclusivamente pela internet, no site NanoArt21. Tranquilin é doutorando na Unesp (Universidade Estadual Paulista) e Camargo, técnico em microscopia do CMDMC (Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos), da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). “Eu e Rorivaldo trabalhamos com um microscópio de altíssima resolução, que amplia a imagem em até um milhão de vezes. Todas as imagens capturadas são armazenadas em um banco de dados. Como eram muitas, pensamos em fazer uma exposição”, disse Tranquilin. A mostra, que teve
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lugar na USP (Universidade de São Paulo) de São Carlos em meados de 2007, foi um sucesso. Tanto que foi a primeira de várias outras exposições. “Foram cerca de dez, todas no Estado de São Paulo”, afirmou. Por enquanto, as fotos expostas pelos pesquisadores do CMDMC e do INCTMN (Instituto Nacional de Ciência dos Materiais em Nanotecnologia) são todas em preto e branco, mas é muito provável que obras coloridas apareçam em breve nos centros culturais do Estado. Para Tranquilin, a nanoarte é interessante porque contribui para promover a ciência. “A nanoarte não é apenas uma expressão artística. Tem também um grande valor científico. Sempre tentamos capturar a melhor imagem, mas nunca alteramos o material, justamente para não
TEXTURAS
Obras da artista Maria Matheus, que utiliza o suporte científico para criar os seus quadros
NOVA ARTE MÉTODO Manipulação digital de imagens de nanoestruturas moleculares que são captadas por cientistas com microscópios de altíssima resolução
PROPOSTA As imagens em preto e branco são ampliadas milhares de vezes e coloridas em computador para dar formas variadas ao trabalho EXPOSIÇÃO A Mostra Internacional de Nanoarte 2009-2010, que reúne trabalhos de diversos artistas, pode ser vista no site www.nanoart21.org
Fotos: Maria Matheus/divulgação
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MAÇÃ DE EVA
Partícula de óxido de índio usado na superfície de TVs de plasma revela nova forma na nanoarte; abaixo, outras obras nanométricas
perder este elemento pedagógico”, revelou. Outros nanoartistas não se importam tanto com o aspecto científico. É o caso de Maria Matheus, doutora em comunicação da USP, que divide seu tempo entre o Brasil e os Estados Unidos. “Os cientistas que se dedicam à nanoarte nos laboratórios apenas colorizam a imagem, sem modificá-la. Eu faço uma releitura, uma recomposição do material. Modifico a imagem original até criar outro trabalho, completamente diferente. Não me importo com o valor científico, mas com o valor estético. As imagens captadas por estes microscópios são belíssimas”, entusiasmou-se. Maria Matheus também participa da Mostra Internacional de Nanoarte 2009-2010 (no site www.nanoart21.org), criado pelo romeno Cris Orfescu, radicado nos Estados Unidos. “Ele é um cientista, mas também um artista. É um dos precursores da nanoarte no mundo”, afirmou a brasileira. A primeira exposição de Orfescu aconteceu no fim de 2004, em Los Angeles, na Califórnia. Desde então, foram mais de 40 e não apenas nos Estados Unidos. Países tão diversos como Itália, França, Espanha, Finlândia, Coreia do Sul, Grécia, Irlanda e Colômbia já se renderam ao talento do artista. Novidade E no Brasil? “A nanoarte ainda está engatinhando. A maioria dos brasileiros não conhece esta expressão artística. O conceito ainda é uma novidade por aqui. Mas a resposta é boa, as pessoas estão gostando”, disse Maria Matheus, revelando seus projetos para popularizar essa expressão artística no país. “Quero criar um grupo para montar exposições, mas um grupo formado por artistas, por pessoas que interfiram na criação”. Indagada sobre como definiria a nanoarte, em uma frase, respondeu: “A nanoarte é o mundo impossível”. •
Fotos: Rorivaldo Camargo/divulgação
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ValeViver
LITERATURA
Boa noite, Cid Moreira O apresentador lança biografia relembrando os 27 anos à frente do Jornal Nacional e sua infância em Taubaté Eugênio Vieira
Elaine Santos Taubaté
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e 1969 a 1996, grande parte da população brasileira escutou uma voz grave dizer boa noite, quase sempre no mesmo horário, e apresentar as principais notícias do Brasil e do mundo. Essa figura impávida, que durante esse tempo todo repetiu a saudação por mais de 9.800 vezes, foi porta voz da maior emissora de televisão do país. E para contar essa experiência, o taubateano Cid Moreira resolveu lançar um livro que, obviamente, recebeu o título “Boa Noite”. Na noite de autógrafos em Taubaté, Cid reservou seu tempo para uma entrevista à revista valeparaibano e relembrou casos de bastidores que marcaram sua história de 27 anos na bancada do Jornal Nacional . O livro, de 296 páginas, foi escrito pela jornalista Fátima Sampaio Moreira, mulher de Cid, e traz uma biografia do locutor, que fez questão de não interferir no trabalho. Foram três anos de pesquisas e uma preocupação, até exagerada, de citar os nomes de todos, ou quase todos, aqueles que de uma forma ou outra fizeram parte da carreira do apresentador. Como se sente ao voltar a Taubaté? Para mim é sempre uma emoção quando venho a Taubaté, desde meus tempos de garoto com meus pais. A Taubaté que tenho na mente e que até sonho de vez em quando é aquela
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MELHORES MOMENTOS Fotos: álbum de família
EM FAMÍLIA FAM Cid Moreira aos 9 anos (de boina e pé descalço) com os pais, Isauro e Elza, e os irmãos mais novos Célio e Cea, em Taubaté, onde morou
RADIALISTA O jovem locutor na programação da Rádio Difusora de Taubaté, onde começou sua carreira profissional aos 17 anos de idade
EM VIAGEM O apresentador Cid Moreira com a mulher, Fátima Sampaio Moreira, que escreveu a biografia, em viagem pela Grécia
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do Centro, é a rua que eu morava, rua Barão da Pedra Negra e rua Marques de Herval. Isso aí mora na minha mente até hoje.
dizer, esse foi um negócio que eu não gostaria de ter lido, claro! Foi como se eu estivesse desdizendo o que eu disse antes. Não gostei.
O que mais recorda sua infância no Vale? Minhas travessuras. Na época andava e brincava descalço nas ruas. Meus pés eram como se fossem uma sola de sapato, era acostumado a andar descalço. Tem uma foto minha no livro que estou com um pé descalço e outro de sapato. Foi realmente uma juventude que deixou saudades.
Tem alguma situação de bastidores que o faz rir quando lembra? Sem contar a vez que você apresentou o Jornal Nacional de bermuda, terno e gravata. Virou polêmica isso e, olha, foi uma única vez. Foi só para ficar mais arejado (risos). Mas teve uma vez que houve um princípio de incêndio que eu não sabia o que fazer, se continuava no estúdio ou se saia correndo. Um plástico pegou fogo em um dos refletores do estúdio. Eu e [Willian] Bonner permanecemos ali parados dando a notícia como se nada estivesse acontecendo até que entraram com o intervalo (risos).
Deixou lembranças fora do livro? Eu tinha uns 10 anos, descendo a rua na direção do Cristo que tem na igreja do Rosário. Ali tinha um campo, uma lagoa e praticamente não tinha nenhuma casa. Eu ia de vez em quando lá. Um dia estava tomando banho e meus amigos sumiram com minha roupa. Aí peguei uma folha de bananeira, coloquei uma na frente e outra atrás e corri para casa. Essa não está no livro, me lembrei agora. Como resumiria a sua carreira? Bom, eu divido tudo em fases. Todas as fases da minha vida foram muito boas. Não me arrependo de nada. Já tive a fase do Jornal Nacional, que me rendeu um Guinness Book por ter ficado 27 anos à frente de um telejornal. Deixei a bancada e fui gravar trechos bíblicos. Concluí a Bíblia, também um trabalho inédito, que já estão cogitando para o Guinness. Mas também acho que eu deveria entrar para o livro do records por ter vendido mais de 30 milhões de CD. Não falo por vaidade, mas nenhum colega meu conseguiu essa façanha . Pesa saber que o senhor faz parte da história da comunicação no país? Essa responsabilidade chegou a afetar sua vida? Não. Não sinto isso. Talvez agora narrando a Bíblia seja até pior do que na época do JN. Eu tenho e sempre tive uma postura que é minha e tanto faz estar no jornal ou não. Sempre preservei meus costumes. Por exemplo, no Carnaval recebi convites para estar em um dos camarotes. Não fui porque não gosto, não por ter que manter uma postura. Existiu no JN alguma notícia que o incomodou ao narrar? Bom, houve uma. Eu li um editorial, que até hoje está na internet, atacando Leonel Brizola. Depois me vieram com um direito de resposta dele, que eu mesmo tive que ler. Quer
O que acha dos comentários dos apresentadores na bancada? Não acho nada. Acho que a vida é uma evolução permanente e constante. É que no começo, quando surgiu essa orientação, os apresentadores não sabiam e não faziam com naturalidade e o pessoal que não estava acostumado a assistir deve ter estranhado. Eu mesmo quando vi pela primeira vez estranhei. Achei que quebrou um pouco o ritmo, perdeu a vibração que o jornal pede. Acho que poderia ser assim em determinadas situações e outras notícias permanecerem com ênfase. Ou então dosar a coisa, assim como em uma música. Vai para o grave, vai para o agudo e não ficar aquela coisa sempre e esquecer do ritmo. Jornal pede ritmo. Mas, enfim, hoje sou apenas um telespectador. O senhor gostaria de voltar para a TV? Da minha parte não tenho mais essa possibilidade. Hoje tenho outros trabalhos. A Globo é como se eu tivesse um contrato vitalício, minha voz pertence à emissora. Não penso mais em televisão. •
O LIVRO BOA NOITE Biografia de Cid Moreira conta os 27 anos do apresentador na bancada do JN PREÇO: R$ 39,90
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NOVA ERA São José dos Campos
Tecnologia a serviço da vida Divulgação
FICÇÃO Alinne Moraes no set da novela; Luciana usa mesa E3 para escrever em seu blog fictício da trama de Manoel Carlos Eugênio Vieira
Mesa adaptada para computador usada pela atriz Alinne Moraes na novela ‘Viver a Vida’ é fabricada em São José
REALIDADE Tanious Veneziane, 15 anos, usa a E3 na aula de informática na escola municipal Elza Regina, em São José
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novela ‘Viver a Vida’, da Rede Globo, despertou um novo olhar da sociedade para os paraplégicos. O autor da trama, Manoel Carlos, trouxe à tona as dificuldades e os recursos que podem facilitar o dia-a-dia de quem depende de cadeira de rodas. Recente pesquisa da Central de Atendimento ao Telespectador da emissora apontou que os produtos usados por Luciana, personagem de Alinne Moraes, são os mais procurados pelo público. E entre todos os facilitadores, o que mais se destaca é a mesa adaptada para computador, que foi desenvolvida por técnicos e cientistas de uma empresa de São José dos Campos. “A partir do momento que a pessoa com paralisia se vê em condições de ser independente com a ajuda dos facilitadores, tudo muda. Elas não se veem deficientes e sim capazes”, disse Michele Jimenez Benjamim, diretora científica da Dumont, empresa responsável pelo projeto da mesa E3 (Estação Ergonômica Especializada). A mesa conta com ajustes de altura, profundidade, inclinação e apoios de cotovelo, além de mouse adaptado, pés niveladores e rodinhas, que facilitam seu uso por deficientes físicos. Foram quatro anos de pesquisas e projetos até chegar ao modelo ideal. Em São José, a E3 já é usada desde dezembro de 2009 por alunos da escola municipal Elza Regina, que tem 56 crianças portadoras de deficiência –15% do total de estudantes. “Já tínhamos todo um método de adaptação para estes alunos e a mesa chegou para melhorar ainda mais a autoestima deles”, disse Cláudia Khouri Faria, diretora da escola. Inclusão Em 1990, a Assembléia Geral das Nações Unidas ratificou a necessidade de os povos de todo o mundo se unirem em prol da implementação de sociedades inclusivas. E foi a partir desse acordo que os cientistas de São José resolveram investir no projeto E3. “Nossa missão é potencializar a independência e autonomia das pessoas com deficiência”, disse George Philot, diretor técnico e idealizador do projeto. A Dumont, que começou a receber encomendas de todo o país depois que a mesa foi usada na novela, se prepara para chegar em 2011 com mais de 50 mil peças produzidas. •
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Alice Lobo
Swap Party: consumo consciente pode terminar em festas memoráveis ocê já foi a uma swap party? Já fez uma? Se a resposta foi negativa, saiba que você está por fora de uma das maiores tendências do consumo consciente internacional.
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A swap party nada mais é do que uma festa feita para trocar objetos usados e que não têm mais utilidade para os seus donos. Sempre existe um casaco, um vestido, um livro ou mesmo uma maquiagem que está literalmente mofando no armário. Além do mais, sua amiga ou seu amigo sempre têm algo parado que você está de olho. Exemplo clássico é um game que ele já “terminou” ou ainda uma bolsa que já deu o que tinha que dar. Para entrar nessa, defina o que você está disposto a trocar e no que está precisando ou anda querendo comprar. As possibilidades são muitas, como roupas, acessórios, produtos de beleza, livros, games ou brinquedos. Com base na sua escolha, faça uma lista de amigos que você acha que gostaria de participar e marque com eles um encontro. Pode ser um happy hour, chá da tarde, pizzada, queijo e vinho, churrasco, brunch no domingo ou o que mais lhe agradar. Combine quem vai levar o que e faça a regras do jogo para não virar uma bagunça ou terminar em discussão. A ideia é se divertir e, de quebra, levar produtos “novos” para casa sem ter de pagar um centavo. Por experiência
SWAP Há empresas que organizam swap parties de todos os tipos e gêneros
EMPREENDIMENTO “A ideia já ganhou tantos adeptos na Inglaterra e nos Estados Unidos que virou um ramo de negócios” própria, é uma festa que será lembrada sempre, seja quando se está usando aquilo que você “conquistou” ou pelas boas histórias e risadas. A ideia já ganhou tantos adeptos na Inglaterra e nos Estados Unidos que virou um ramo de negócios. Há empresas que organizam swap party de tudo quanto é jeito, desde festas exclusivas e fechadas onde só entra quem tem nome na lista, até as temáticas onde basta comprar ingresso para participar. Algumas danceterias fazem festas
do tipo, como a mostrada no seriado americano Lipstick Jungle onde a cada batida de um gongo, as pessoas podiam pegar uma peça de outra que estava dançando por perto. No final, cada um saiu com um look totalmente diferente. Enfim, quando bater aquele impulso de consumir, em vez de ir ao shopping, que tal programar uma festa destas? É diversão garantida e ainda pode virar um negócio lucrativo para os empreendedores de plantão. •
Alice Lobo Jornalista alice@valeparaibano.com.br
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ValeViver CULTURA
Letras na Serra ‘Festival da Mantiqueira - Diálogos com Literatura’ acontece no final deste mês em São Francisco Xavier Hernane Lélis São José dos Campos
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proveitar o clima das montanhas no cair do inverno é sempre uma boa pedida para quem está em busca de tranquilidade. Quando o chocolate quente e o vinho vêm acompanhados de uma boa dose de cultura, o ambiente fica ainda mais singular. Todo esse conjunto é oferecido no “Festival da Mantiqueira– Diálogos com Literatura”, que acontece entre os dias 28 e 30 desse mês, em São Francisco Xavier. Durante três dias, o charmoso distrito de São José dos Campos vai respirar literatura. Escritores consagrados receberão seus leitores para debaterem suas obras, autografarem livros, participarem de oficinas e palestras. Entre os convidados estão o poeta maranhense Ferreira Gullar, Guilherme Fiuza, autor do livro “Meu nome não é Johnny” que deu origem ao filme, o jornalista e escritor Caco Barcellos, o dramaturgo Walcyr Carrasco, o escritor Laurentino Gomes, autor do livro-reportagem “1808”, vencedor do 50° prêmio Jabuti de Literatura, entre outros escritores consagrados. O evento também terá histórias para crianças e shows com Arnaldo Antunes e o comediante Marcelo Mansfield. Toda a programação é gratuita. No ano passado, o Festival da Mantiqueira reuniu 5.000 pessoas. De acordo com a Secretaria de Estado da Cultura, organizadora do festival, o evento acontece em duas tendas montadas na Praça Cônego Antônio Manzi, no centro de São Francisco. As multifacetas de Ferreira Gullar, um dos maiores escritores, poeta, crítico, teatrólogo e intelectual do Brasil, serão conhecidas pelo público no dia 30, a partir das 14h na tenda principal. Indicado ao prêmio Nobel de Literatura em 2002, Gullar está há 11 anos sem publicar poemas. A previsão é que o tão aguardado livro “Em alguma parte alguma” seja lançado em setembro, após seu aniversário de 80 anos.
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“Pretendo falar muito sobre minha experiência em poesia, sobre meus primeiros poemas ainda escritos em São Luis do Maranhão. A última parte será sobre o lançamento do meu livro, previsto para ocorrer nos dias 12 ou 13 de setembro, já que meu aniversário será dia 10”, disse Gullar, que está ansioso para estrear no Festival da Mantiqueira. “Vai ser minha primeira vez na região, isso é muito bom. Ter contato com nossos leitores é sempre importante, é gratificante para os dois. O leitor quer conhecer o autor, isso é uma coisa natural, ele quer fazer perguntas e conversar. Muitas vezes a pessoa levanta questões que você nem imaginava sobre seu poema, uma visão que você nunca tinha percebido”, explicou. Ainda na tenda principal, Altair Martins e Ronaldo Correia de Brito, vencedores do Prêmio São Paulo de Literatura 2009, com os livros “A Parede no Escuro” e “Galiléia”, vão conversar
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Fotos: divulgação
POESIA Ao lado, Ferreira Gullar, que aproveitará o evento para falar sobre seu novo livro; abaixo, Walcyr Carrasco
sobre suas obras e o universo da literatura sob a mediação do compositor e cantor Arnaldo Antunes. O encontro ocorre no dia 29, às 11h. Também dividem o espaço o escritor Guilherme Fiuza, Lira Neto, Fernando Gabeira, o jornalista Caco Barcellos, Vilmar Ledesma, Paulo Cesar de Araújo, Leandro Narloch, Carola Saavedra, João Almino e José Eduardo Agualusa, autor angolano de “Barroco Tropical”.
Thiago Leon/ arquivo vp
CHARME Distrito de São Francisco Xavier recebe a 3ª edição do evento literário
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Estudantes Na segunda tenda, a dos estudantes, um dos destaques é o escritor e dramaturgo Walcyr Carrasco, conhecido pelas novelas globais “Caras & Bocas” e “Sete Pecados”, mas também com grande representatividade na literatura infanto-juvenil com dezenas de livros publicados no segmento. A apresentação está prevista para o dia 29, a partir das 15h30. “Vou conversar sobre meu livro ‘Em Busca de Um Sonho’. Na verdade não farei uma apresentação rígida, mas com bastante abertura para intervenção da plateia. Pretendo falar sobre a questão da escolha profissional, da vocação. O encontro mais importante do leitor com o autor é a leitura da obra, senão o autor seria um simples palestrante. Mas é claro, após a leitura, a discussão da obra em profundidade é boa para ambos os lados”, avaliou Carrasco. O escritor terá na tenda dos estudantes a companhia do escritor João Carlos Marinho, Marina Colasanti, André Vianco, do cartunista João Spacca e Laurentino Gomes, autor do livro “1808” que vendeu mais de 250 mil exemplares, conquistando o recorde de vendas em todas as livrarias do Brasil em 2007. “Quero fazer uma espécie de oficina fazendo valer minha experiência no jornalismo. Aplicar o que aprendi como repórter e editor dando exemplos de como tornar um assunto aparentemente chato numa coisa atraente. Mostrar como fazer uma pesquisa aprofundada, editar o assunto, como usar uma linguagem de capa”, explicou Laurentino Gomes, que lançará em setembro o livro “1822”, sobre a independência do Brasil. “O livro terá muitas historias boas, inclusive do Vale do Paraíba.” •
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MÚSICA O contrabaixista Arthur Maia, que se apresenta dia 21 no Sesc São José
SHOW
A voz da independência Projeto do Sesc São José traz o melhor que a música independente brasileira tem apresentado recentemente Adriano Pereira São José dos Campos
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az tempo que ser músico independente deixou de ser uma condição imposta pelo mercado fonográfico. Hoje, muitos artistas que já viveram “dias felizes” sob as asas de uma grande gravadora passaram a ter uma carreira independente por opção. Prova disso é o projeto criado pelo Sesc São José dos Campos, que neste mês traz, de vários cantos do país, alguns dos melhores representantes desta cena. A primeira banda a se apresentar no ciclo é a Caldo de Piaba, no dia 7. O trio instrumental do Acre faz releituras interessantes de canções populares temperando tudo com uma regionalidade marcante. No dia seguinte, os cearenses do Fóssil revivem a psicodelia setentista criada
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por bandas como Pink Floyd e King Crimsom. Também instrumental, o quarteto traz canções do primeiro disco, “Insônia – La movimentacion musicale intermezzo minimal”, lançado pelo selo inglês Curve Music. Uma semana depois, no dia 14, os mineiros do Porcas Borboletas mostram as canções de seu segundo disco: “A Passeio”. Com uma mistura de rock e música brasileira, uma das boas canções é “Super Heroi Playboy”, que resume bem a irreverência nas letras do grupo. No dia 15, a banda Malditas Ovelhas!, de São Carlos, no interior de São Paulo, apresenta sua “salada confusa” de ritmos e nuances que soam estranhas aos desavisados propositalmente. Destaques Nos dias 21 e 22, se apresentam os destaques do projeto. No primeiro dia, a banda matogrossense Macaco Bong deve confirmar o porquê de tanta atenção dispensada ao trio nos últimos tempos. Com excelentes composições e instrumentação precisa, os músicos chegaram a ter o disco “Artista Igual Pedreiro” eleito como o melhor de 2008. No segundo dia, outra grande revelação. A banda gaúcha Pata de Elefante mostra canções urbanas do seu terceiro disco: “Na Cidade”. O trio instrumental consegue passear com naturalidade entre vários ritmos. Todos os shows são gratuitos e acontecem às 18h, as sextas, e às 19h30, aos sábados, no Sesc São José. •
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Flávio Pereira
FESTIVAL
Woodstock no Brasil? São José dos Campos
P VOCALISTA Perry Farrel, da Jane’s Addiction, organizador do Loolapalooza
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ode soar estranho, e é estranho mesmo, mas ao que tudo indica teremos em 2010 uma edição do lendário festival de Woodstock em terras tupiniquins, na cidade de Itu, interior de São Paulo, nos dias 6, 7 e 8 de outubro, na Fazenda Maeda. Claro que a paz, o amor e o contexto político não passam perto da iniciativa, mas ao julgar pela provável lista de atrações, talvez tenhamos motivos para comemorar, mas sem flores na cabeça. Entre as atrações cotadas para o festival estão Foo Fighters, Bob Dylan, Smashing Pumpkins, Rage Against The Machine, Pearl Jam e Limp Bizkit. Segundo informações da
A2Media, as bandas Green Day e Linkin’ Park já estariam quase confirmadas. A ideia surgiu no ano passado quando Eduardo Fischer, organizador do Maquinaria Festival, se encontrou com Perry Farrel, vocalista do Jane’s Addiction e organizador do festival Loolapalooza, nos EUA. Na época, o músico chegou a comentar com jornalistas sobre sua vontade de realizar uma edição do seu festival no Brasil. Fischer enxergou a possibilidade e correu com uma negociação paralela. Fischer fechou contrato direto com os organizadores da edição original do Woodstock, que aconteceu em agosto de 1969. Michael Lang, um dos responsáveis pelo evento, já deu o aval para o festival em solo brasileiro. Fischer contará com o apoio de um representante da Woodstock Ventures no Brasil para a concretização do projeto. •
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ValeViver
Cultura&mais Papa do rock n’ roll
PINGUE & PONGUE Fotos: Divulgação
É desafiador continuar cantando sem seu irmão te acompanhando no palco? É desafiador, sem dúvida. Nos primeiros quatro shows foi difícil, mas depois me acostumei. Musicalmente não perdi muita coisa porque me cerquei de músicos talentosos.
SHOW
Chuck Berry s rde mostra os aco s mais famoso do rock
Adriano Pereira São José dos Campos
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ão fosse por Chuck Berry, hoje estaríamos ouvindo uma música diferente. Muitos pesquisadores tentam cravar uma data para o nascimento do rock n’ roll e a mairoia deles acaba em 1955, quando os primeiros acordes de “Maybellene” foram registrados na Chess Records, em Chicago, nos EUA. No próximo dia 13, em apresentação única no Brasil, o músico toca no HSBC Hall, em São Paulo, mostrando hits que marcaram a história do rock e que foram a razão da existência de Elvis, Beatles, Rolling Stones e tudo mais que o mundo conheceria dos anos 60 pra cá.
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Edson Lança primeiro CD sem a companhia do irmão Husdson
Mas houve um desgaste justamente pela divergência musical entre vocês. Claro que sim, o Hudson é do rock. Não tenho nada contra a guitarra, mas sou sertanejo. Sinto que nesse disco voltei às minhas raízes. Foi em 1955 que o guitarrista atravessou o país pela Rota 66, que certamente serviu de inspiração para os versos “get your kicks, on Route 66”, para assistir a um show de Muddy Waters. Lá conheceu Leonard Chess, que tinha em seu cast gente como Bo Didley. “Maybellene” foi a primeira a ser registrada e também o primeiro sucesso. Depois dela vieram “Roll Over Beethoven”, “Sweet Litlle Sixteen”, “Memphis, Tenessee” e a obra prima “Johnny B. Goode”, canção que talvez tenha a introdução mais famosa da história da música popular. Em 1986, Berry foi indicado ao Hall da Fama do Rock e apresentado na cerimônia pelo guitarrista Keith Richards. O integrante dos Stones foi enfático ao afirmar que havia copiado todos acordes de Berry. Nem precisava ter assumido, todo o mundo até hoje copia Chuck Berry.
O Pelé participa do disco. Você é muito fã de futebol ou muito corajoso? Ele ama cantar e é um grande compositor. Todo jogador quer ser cantor e todo cantor quer ser jogador, mas isso não funciona muito bem. Mas a canção [“Eu sou Brasileiro”] é para ser o hino da Copa do Mundo e das Olimpíadas. As pessoas podem achar que a música não tem nada a ver com o resto do disco, mas tem gente que já adotou como música da Copa. O Galvão [Bueno] se emocionou. Haja coração!
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ELEMENTAR Dirigido por Guy Ritchie, a versão moderna do detetive inglês chega em formato DVD neste mês
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CHAPLIN
FOLCLORE
Depois de 11 semanas sumido de sua sepultura, o corpo de Chaplin foi encontrado no dia 17 de maio
A Editora Paulus lança textos que recuperam a cultura e aguçam a imaginação das crianças
EATRO TEATRO
Em Breve
CD’S & MAIS
Strokes sem Julian Casablancas
VALE DESTAQUE
‘Trair e Coçar’ no Teatro Metrópole
FLERTE COM O RAP CANADENSE Gravado durante a turnê de “Perfect Simmetry”, em 2008, o novo disco do grupo traz influências do rap. PREÇO: R$ 35.-
O próximo e aguardado disco do The Strokes sai só em setembro. Mas a gravação já está rendendo notícia. O vocalista Julian Casablancas só aparece no estúdio depois que a banda grava as melodias. A ideia é fazer com que a notória teimosia do cantor não interfira na criação das canções do novo álbum.
Cinema
O Teatro Metrópole, em Taubaté, recebe nos dias 22 e 23 a comédia “Trair e Coçar é só Começar”. A montagem dirigida por Attílio Riccó estreou no Rio de Janeiro no dia 26 de março de 1986 e, em agosto de 1989, na capital paulista. Desde então permanece em cartaz, comemorando 23 anos de sucesso. Inspirada no gênero Vaudeville, a peça gira em torno de meras hipóteses de adultérios geradas por equívocos e confusões provocadas por uma empregada, que se aproveita da desconfiança geral entre os casais do enredo para subornar seus patrões e amigos. A trama conta com três casais, um padre e um vendedor de joias que se torna, sem querer, o pivô de uma série de suspeitas de traição. É uma comédia de costumes com todas as confusões do gênero.
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O sucesso deve-se à agilidade do texto que fornece boas piadas do começo ao fim da peça, sucesso que garantiu a “Trair e Coçar é Só Começar” presença no Guinness Book nas edições de 1994 a 1997 como a mais longa temporada ininterrupta em cartaz do teatro nacional. O espetáculo também recebeu o Prêmio Quality Cultural de 2005. Já se apresentou no Teatro Colony, em Miami (EUA), e no Brasil já foi visto por quase 5 milhões de expectadores em aproximadamente 9.000 apresentações. Elenco Ao todo, 12 atrizes viveram a protagonista da história e 49 atores passaram pelo elenco, que atualmente conta com Anastácia Custódio, Carlos Mariano, César Pezzuoli, Samantha Caracanti, Carla Pagani, Kátia Roberta, Sylvio Toledo, Mário Sérgio Pretini e Osmiro Campos.
A VOLTA DO GRUNGE Depois de seis anos parado, o Stone Temple Pilots lança disco novo no final do mês. PREÇO: R$ 35.-
A DIVA SOLTA SUA VOZ Macy Gray mostra inéditas depois de três anos sem gravar nada. PREÇO: R$ 35.-
Kathryn Bigelow filmará no Brasil
Depois de faturar os Oscars de melhor filme e direção por “Guerra ao Terror”, Kathryn Bigelow começa a se dedicar ao novo projeto. “Triple Frontier” terá drama e violência na fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. O filme terá roteiro assinado por Mark Boal.
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PaladarArtigo
Roberto Wagner
Ao degustar um vinho, a graça está em distinguir todos os seus aspectos e você tivesse em mãos uma ficha técnica igual à que os conhecedores de vinho utilizam numa degustação técnica, veria que ela exige a análise de treze aspectos diferentes. Desses, dois dizem respeito ao visual, quatro ao olfato, seis ao paladar e dois sobre harmonia e persistência do vinho nos sentidos do degustador.
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Na edição passada eu disse que o olfato é mais importante que o paladar. Mas se agora estou dizendo que numa ficha de degustação há quatro aspectos sobre olfato e seis sobre paladar, significa que minha informação estava errada? Não, se você se recordar que eu expliquei que o paladar seria insípido sem a interferência do olfato. Então, permita-me insistir na necessidade de se aprender a perceber os aromas do vinho, para degustá-lo por completo. Darei algumas dicas para ajudar. Por estranho que pareça, embora o vinho seja feito de uvas, ele deve ter aroma de qualquer coisa, menos de uva. E perceber os aromas de cada um deles é a parte mais interessante de uma degustação. Já disse antes, não se acanhe em enfiar o nariz na taça, naquele espaço vazio entre o topo dela e a superfície do vinho, que deve ter sido servido somente até a maior circunferência interna, próxima da metade. Faça girar o vinho na taça para que
O OXIGÊNIO deve entrar no copo para que ao girá-lo os aromas sejam liberados
PERCEPÇÃO “Soa estranho, mas o vinho pode ter aroma de tudo, menos de uva” todo o seu conteúdo entre contato com o oxigênio. Assim seus aromas são liberados e tornam-se mais perceptíveis. Agora, recorra à sua memória e tente dar nomes aos aromas que for percebendo. O vinho tem cheiro de frutas? De flores? De madeira? De defumado? De algum legume ou erva? Saiba que os melhores vinhos podem ter aromas muito exóticos. O famoso Château Haut-Brion, um dos ícones da região de Bordeaux, costuma ter aro-
ma de estábulo. E os melhores vinhos da uva riesling da Alemanha têm aroma de querosene. Dicas Embora nem sempre, vinho de cabernet sauvignon pode ter aroma de pimentão ou de menta. De merlot, chocolate ou panetone. De syrah (ou shiraz), especiarias como cravo, canela, pimenta do reino. De pinot noir, cereja ou violeta. De chardonnay, abacaxi, melão ou pêssego. De sauvignon blanc, capim ou maçã verde (se for da Nova Zelândia, maracujá). De gerwuztraminer, rosa. De torrontés, um buquê de flores. De chenin blanc, mel. De moscatel é exceção, tem aroma de uva. Mas nem sempre é assim, surgem aromas inesperados, até de pelo queimado ou cavalo suado. E o prazer está exatamente em cada descoberta. •
Roberto Wagner jornalista
robertowagner@valeparaibano.com.br
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Divulgação
• sobremesa de pinhão GASTRONOMIA
Pinhão, a estrela do cardápio de outono Semente típica do clima frio figura como principal ingrediente da temporada gastronômica de Campos do Jordão Campos do Jordão
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ourmets e curiosos têm até o dia 16 para descobrir o que os chefs de 26 restaurantes de Campos do Jordão prepararam neste ano para a temporada do pinhão. A iguaria típica do clima da Serra da Mantiqueira ganha destaque no evento preparado pelo grupo Cozinha da Montanha. A Temporada Gastronômica do Pinhão inaugura a etapa de outono do calendário gastronômico da cidade, que adotou, no verão, o tema cerveja artesanal. O pinhão é uma semente que vem da araucá-
www.3fcomunicacao.com.br
ria, árvore símbolo de Campos. Essa semente gera um emprego muito típico na cidade, os chamados catadores de pinhão, que colhem de 60 kg a 80 kg da semente por árvore e vendem para restaurantes e visitantes. Muitos restaurantes que resolveram apostar nesse público consumidor passaram a fazer conservas de pinhão. Daí surgiu a ideia de elaborar bolos, farinhas, paçocas e outras receitas. Hoje já existem mais de 100 receitas com essa semente, que acompanha caças, trutas e até sobremesas. Vale conferir o Fettuccine de salmão defumado com pesto de pinhão (R$ 39), Perdiz recheada com farofa de pinhão (R$ 39,50), Manjar de pinhão com baba de moça (R$ 36) e o Doce Quadra de Pinhão (R$ 25). Para quem quer aprender a preparar alguns dos pratos, o Cozinha da Montanha oferece workshops com duas receitas, uma salgada e outra doce, no Espaço Gourmet S.C.A. aos sábados, às 17h. A entrada é franca, mas é preciso fazer reserva pelo site www.cozinhadamontanha.com.br. •
rua joão américo da silva, 13, centro, cep 12.308-660 - jacarei - sp 093_GASTRO_pinhao.indd 93
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Hi-Tech COPA DO MUNDO
Jabulani, a bola da vez Adidas desenvolve para o Mundial da África do Sul a “redonda” redonda mais precisa e veloz do planeta
Yann Walter São José dos Campos
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contagem regressiva está lançada: de 11 de junho a 11 de julho, a Jabulani, a nova bola de futebol desenvolvida pela Adidas para a Copa do Mundo na África do Sul, será o objeto mais visto em todo o planeta. Responsável pelas bolas oficiais desde o Mundial de 1970, a empresa alemã fez da Jabulani –que significa celebrar no idioma bantu zulu, falado por 25% da população sulafricana– a pelota mais precisa de todas. Para con isso, conduziu estudos aprofundados por dois
FICHA TÉCNICA A Jabulani TAMANHO: 82 centímetros de circunferência PESO: 433 gramas COMPOSIÇÃO: 90% poliuretano termoplástico e 10% poliuretano PRESSÃO: Bar/11.6 - 14 psi GOMOS: oito
JA
ÁFRICA DO SUL-2O10 Jabulani, a bola oficial lançada pela Adidas para o maior evento esportivo do planeta
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Fotos: divulgação
ESTÁDIO Ellis Park, em Johanesburgo, onde o Brasil enfrenta a Coreia do Norte no dia 15 de junho
anos e recorreu aos materiais de confecção mais modernos existentes no mercado. A tecnologia de selagem térmica dos gomos, conhecida como Thermal-Bonded e usada pela primeira vez na fabricação da Teamgeist, a bola do Mundial de 2006, foi mantida. Mas as semelhanças entre os dois modelos param por aí, como explica Daniel Schmid, gerente de futebol da Adidas. “Existem duas grandes diferenças entre a Jabulani e a Teamgeist. A primeira é o formato dos painéis em 3D. Essa tecnologia garante que a bola fique mais redonda. O número de gomos foi reduzido de 14 para 8. Mas a maior novidade é a adição de ranhuras em toda a superfície da bola. Essas ranhuras limitam a interferência do vento, dando mais precisão na hora do chute”, disse. A precisão é a principal qualidade da Jabulani. Contudo, ela também é mais resistente que a bola anterior. Segundo Schmid, isso se deve à evolução dos materiais sintéticos. “O material sintético usado na fabricação das bolas evoluiu. A durabilidade é maior, assim como a resistência. A Jabulani é muito mais resistente aos chutes que a Teamgeist”. A nova bola da Adidas já foi testada por vários jogadores, entre eles, o brasileiro Kaká, o alemão Michael Ballack e os ingleses Frank
JAPÃO-2002: Fevernova As cores verde, vermelho e dourado da Fevernova foram inspiradas na cultura asiática. O chassi da bola foi costurado com três camadas, o que aumentou a precisão e a previsibilidade da trajetória da bola e acarretou um ganho de performance notável. O Brasil foi pentacampeão na Copa
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ANO DA FESTA DO HEXA Jogadores do Brasil buscam título na Copa do Mundo com uniforme ecológico
Lampard e David Beckham. “Ela anda muito bem e é muito precisa. A Jabulani é uma bola incrível”, elogiou Beckham no evento de lançamento da bola. Outro que gostou da novidade foi Carlos Alberto Torres, capitão da seleção brasileira de 1970. “Antigamente a bola era muito mais pesada. Agora, com toda essa tecnologia, os jogadores não têm o que reclamar”. E para os que acham que a nova bola vai complicar muito a vida dos goleiros no maior evento esportivo do planeta, a Adidas tem uma resposta pronta: o tcheco Peter Cech, considerado um dos melhores do mundo na sua posição, colaborou com o desenvolvimento da Jabulani. “Não creio que vá atrapalhar os goleiros”, disse o guarda-metas do Chelsea. Testes No entanto, um fator externo promete dificultar o trabalho dos arqueiros no primeiro Mundial africano da história. Estudos conduzidos pela Adidas mostraram que a bola pode ganhar até 6% de velocidade entre uma cidade e outra, devido à altitude. Foi analisada uma cobrança de falta de 20 metros de distância no Soccer City de Johanesburgo –o maior estádio da África do Sul e palco de oito jogos da Copa, entre eles, o jogo de abertura e a final– e no Moses Mabhida, de Durban.
EUA-1994: Questra A Questra foi lançada pela empresa alemã com uma camada de espuma de polietileno branca, para dar mais suavidade ao toque. A bola, b bo ola la a, co ccom om câmara de latex, ficou cco ou mais m veloz e mais fácil fácii de controlar. A fá seleção brasileira foi sse el tetracampeã e Rotte et mário, considerado o má m á melhor jogador me m e
5 ESTRELAS Camisa oficial da seleção brasileira que é feita com plástico reciclado de garrafa PET
No Soccer City, onde o Brasil enfrentará a Costa do Marfim no dia 20 de junho pela segunda rodada do Grupo G, a bola cruzaria a linha do gol com velocidade média de 126 km/h. Já no estádio de Durban, este número cairia para 120 km/h. Com 1.694 metros acima do nível do mar, Johanesburgo é a cidade mais alta do país, dentre as que receberão os jogos. Visual No que se refere ao visual, a Jabulani mantém o padrão de bolas multicoloridas introduzido na Copa de 1998. A pelota sul-africana tem 11 cores, que simbolizam a diversidade cultural do país. “As 11 cores representam as 11 províncias e os 11 idiomas diferentes falados na África do Sul”, explica David Schmid. Por coincidência, 11 também é o número de jogadores de uma seleção e a Jabulani é a 11ª bola desenhada pela Adidas para uma Copa do Mundo. A Jabulani foi apresentada no dia 4 de dezembro, quando foram sorteadas as chaves da Copa. No dia seguinte, ela já estava nas lojas da Adidas do planeta. A oficial custa R$ 399,90, mas a empresa lançou uma “top-réplica” por um preço menos salgado: R$ 89,90. Também existe um modelo vendido a R$ 49,90, mas tem os 32 gomos tradicionais e não conta com a tecnologia Thermo-Bonded. •
MÉXICO-1970: Telstar A Copa de 1970, quando o Brasil conquistou o tri, foi a primeira televisionada em tempo real. A Telstar (Estrela da televisão) foi criada para ser bem visível nas TVs em preto e branco. O modelo da pelota tinha 20 hexágonos brancos e 12 pentágonos pretos costurados à mão
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Hi-Tech
JOIA DO FUTURO
Diamante: a conquista da eternidade
AS PEDRAS
ÂMBAR Preço inicial: R$ 5.000 Tamanho: 0.20 quilates
Transformar o cabelo em pedra preciosa é novo desejo de famosos e daqueles que buscam maneiras de ‘sobreviver’ ao tempo
Elaine Santos São José dos Campos
er o cabelo transformado em diamante é a nova coqueluche de famosos e daqueles que buscam maneiras de romper o tempo e conquistar a tão sonhada eternidade. No Brasil, o rei Pelé e as apresentadoras Hebe Camargo e Ana Maria Braga já se garantiram, em forma de joia, no futuro. A nova tecnologia tem como matériaprima o carbono dos fios capilares, que são reduzidos a cinzas e prensados em forma de pastilha. Em um forno de alta pressão, que reproduz as condições do centro da Terra, a pastilha vira uma pedra bruta que, depois de lapidada, se transforma no diamante. “Quando soube dessa tecnologia e da eternização por meio do diamante, fiquei maravilhado com a oportunidade e fiz questão de presentear minha mãe com um diamante feito com meu cabelo”, disse Pelé, o primeiro cliente da Brilho Infinito, única franquia da Raventos no Brasil. Todo o processo de produção dura 150 dias e é feito na Espanha. “Vamos até o cliente e cortamos o cabelo, que segue em envelope lacrado para a Espanha. O processo é filmado, uma forma de garantia de fidelidade ao dono do cabelo, já que o DNA
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da pessoa não permanece na pedra”, disse o diretor comercial da Brilho Infinito, Carlos Eduardo Battentieri. As pedras, antes de entregues ao cliente, são atestadas e certificadas pelo IBGM (Instituto Brasileiro de Gemas e Metais) e pelo Sindijoias (Sindicato da Indústria de Joalheria, Bijuteria e Lapidação de Gemas). “Até o final do ano teremos uma fábrica no Brasil. O local já está definido, será em São Bernardo do Campo (SP)”, disse Battentieri. Segundo ele, o diamante de 0.20 quilates é produzido em três cores –o âmbar (amarelo), que custa R$ 5.000, o branco ou incolor, vendido a R$ 7.000 e o azul, R$ 8.000. Meta Até hoje, a Brilho Infinito vendeu 70 pedras no Brasil –a maior, de 0.70 quilates, para uma empresária de Santos (SP), que pagou R$ 15 mil pela joia. “Nosso objetivo não é vender diamantes e sim perpetuar a pessoa. Acredito que isso faz do diamante de cabelo muito mais que uma joia”, disse Battentieri. •
BRANCO OU INCOLOR Preço inicial: R$ 7.000 Tamanho: 0.20 quilates
AZUL Preço inicial: R$ 8.000 Tamanho: 0.20 quilates
BRILHO Diamante branco produzido com o carbono retirado dos fios capilares
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interarte comunicação
TEMOS RESULTADOS
PARA MOSTRAR...
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desafio de elaborar e executar o projeto de interior das instalações da revista valeparaibano, importante instrumento de comunicação que a região recebeu, acolheu e aprovou. Exigiu de nossa equipe: estudo e pesquisa, procurando atender o alto grau de detalhamento e acabamento nescessário para os ambientes e espaços de diferentes funções e atribuições profissionais. A responsabilidade do planejamento, execução e finalização de um sofisticado projeto corporativo passa pelas mãos e cabeças de pessoas altamente qualificadas. A confiança do mercado se conquista com eficiência, eficácia, pontualidade e compromisso.
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Estética CIRURGIA PLÁSTICA
Em busca do corpo perfeito Elaine Santos São José dos Campos
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busca pelo corpo perfeito tem levado, cada vez mais, homens e mulheres aos consultórios e clínicas de cirurgia plástica. Nessa luta incansável pela barriga de tanquinho e por músculos aparentes, mesmo os que encaram uma maratona diária de exercícios nas academias, têm encontrado nas cânulas de lipoaspiração e bisturis a boa forma desejada. Dados de uma pesquisa encomendada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica mostram que no Brasil cada um dos 3.533 cirurgiões do país realizam, em média, 178 cirurgias plásticas por ano –132 estéticas e 58 reparadoras. É como se três pessoas ganhassem um novo corpo por semana. “E esse número vem aumentando consideravelmente. O que preocupa é a falta de valores desses pacientes, que querem fazer a cirurgia em busca de aceitação social, seja namoro ou emprego”, explica Sebastião Nelson Edy Guerra, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
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Cada vez mais, a batalha diária de homens e mulheres nas academias para conquistar a boa forma termina nas cânulas de lipoaspiração das clínicas médicas Nesse mercado lucrativo, Guerra reconhece que são raros os casos em que um cirurgião diria que não há o que retirar de gordura do corpo de um paciente. “Mesmo nas pessoas magras. É claro que são observados os critérios de segurança. Deve-se manter ao menos 1,5 centímetro de gordura abaixo da pele do paciente. Menos que isso é proibido pelo CRM (Conselho Regional de Medicina)”, afirmou. O cirurgião plástico disse que sempre há gorduras que o organismo, mesmo o da pessoa que faz exercícios físicos pesados e com frequência, não consegue eliminar. Por isso, segundo ele, a cirurgia em pacientes magros é comum. “Nas mulheres, a cirurgia mais frequente é para retirar a gordura localizada nos quadris, eliminando os chamados culotes. Já a cirurgia para retirada da gordura ao redor do umbigo, no abdômen, é procurada tanto por mulheres como por homens. Essas regiões abrigam gorduras que, sem um procedimento cirúrgico, não é possível expeli-las do corpo.” Malhação Pesada O fisiculturista Marcos Krveger, 43 anos, de 1,71 metro de altura e 97 quilos conquistados com uma malhação pesada de 55 minutos diários, se submeteu a uma microcirurgia de lipoaspiração no abdômen em março –a segunda em três anos. O procedimento, conhecido como modulação atlética, durou uma hora. “Esse tipo de cirurgia é comum em pessoas com corpo já definido. Nem todo mundo tem uma musculatura bonita, mesmo malhando não se chega ao resultado esperado”, disse o médico Roberto Bijos, de São José dos Campos. Krveger classifica o procedimento como uma correção para retirar parte da gordura que comprometia a definição do abdômen. “Não é narcisismo. Consegui 30 quilos de músculo no fisiculturismo, mas é impossível desenvolver só músculo, alguma gordura você ganha. Se eu fizer dietas para perder essa gordura vou acabar perdendo massa muscular também. Por isso procurei um método cirúrgico de pouca intervenção”, disse. Kézia Martins de Oliveira, 33 anos, com 54 quilos e 1,59 metro de altura, também tirou gordura do abdômen no início do ano. A intenção da empresária ao procurar o mé-
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A PESQUISA
629 mil
cirurgias plásticas são realizadas por ano no Brasil
82%
são pagas pelo próprio paciente
72%
tem idade entre 19 e 50 anos
88% das cirurgias estéticas são realizadas em mulheres
73%
27% Estética Reparadora
Aumento da mama: 21% Lipoaspiração: 20% Abdômen: 15%
Dados referentes ao período de setembro de 2007 e agosto de 2008
Fonte: Pesquisa Datafolha encomendada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
dico era retirar uma cicatriz na perna direita, mas acabou aproveitando a consulta para fazer uma microcirurgia de lipoaspiração. “Não me arrependo. O resultado é exatamente o que eu esperava. Não fiquei mais magra, tenho o mesmo peso, porém conquistei uma barriga de tanquinho que, mesmo depois de tantos anos de academia, não conseguiria.” Alerta Ailton Amélio da Silva, professor do Departamento de Psicologia Experimental do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo), disse que é natural as pessoas melhorarem a estética corporal. O problema é quando vira uma obsessão. “O corpo hoje está supervalorizado na mídia, é uma espécie de outdoor. A sociedade aceita o indivíduo sob quatro aspectos: a produção [roupa], o corpo, o comportamento e, por último, o intelectual”, disse Silva. Para o psicólogo, a busca constante por cirurgias estéticas está associada ao imediatismo do resultado. “É uma forma rápida de melhorar a aparência”, afirmou. Segundo ele, na maioria dos casos, a busca por uma aparência melhor está mais relacionada à autoestima do que à preocupação com a sociedade. “Uma vez que a pessoa se aceita, ela impõe isso ao meio em que frequenta”, afirmou. •
Eugênio Vieira
CIRURGIA Marcos Krveger, 43 anos, ganhou um abdômen ‘trincado’ com a ‘modulação atlética’
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Moda&estilo ACESSÓRIOS
Maximize os looks Aproveite os maxicolares para tirar o inverno do sério e misture materiais e texturas para criar um estilo exclusivo
Cristina Bedendo São José dos Campos
N
um inverno de contrastes ao extremo, onde super volumes dividem a cena com um novo minimalismo, os maxicolares são exemplos de que é fácil derrubar o status de básico de qualquer look. Depois de diversas marcas investirem na tendência durante as semanas de moda nacionais e internacionais, é hora de usar a criatividade e misturar materiais, texturas e estilos para criar peças praticamente únicas, que transformam a camiseta básica do trabalho em hit para uma festa mais badalada. Para levantar os looks de inverno, abuse de detalhes com plumas, correntes, tachas e pedrarias. Nas fotos deste editorial de moda, selecionamos os hits de inverno da Joulik, grife que tem os maxicolares como carro-chefe –vendidos com as t-shirts ou blusas de manga longa– e da Morana, que também elegeu o acessório como item principal para a estação fria em misturas ora ousadas, ora sofisticadas. •
Fotos Raquel Cunha Cabelo e Maquiagem Carlos Alexandre
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Produção Cris Bedendo Modelos (WR Modelos) Juliana Miranda e Ana Luísa Ferreira
ROCK T-shirt colar Pixie Joulik (R$ 199), colar Grace Joulik, colete com tachas preto Lore (R$ 119)
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ROMĂ&#x201A;NTICO COM PLUMAS T-shirt colar Rachel Joulik (R$ 188), saia sarja Holly Joulik (R$ 165), brincos Morana (R$ 20)
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ESTILO EM MOVIMENTO Blusa malha em manga longa Joulik, colar Daria Joulik (R$ 199), saia sarja Holly Joulik (R$ 165)
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MIX SOFISTICADO Blusa bracelete Taylor Joulik (R$ 204), colar Whitney Joulik, brincos Morana (R$ 20)
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Moda
PARA A BALADA Colar de ďŹ ta com pedras sintĂŠticas Morana (R$ 89), colar com vidrilhos Morana (R$ 119), blusa manga franzida Lore (R$ 89)
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Domingo 2 Maio de 2010
DESTAQUE NOS OMBROS Colar de correntes e pĂŠrolas Morana (R$ 59), colar de correntes Morana (R$ 159), blusa manga com pregas Lore (R$ 119), brincos Morana (R$ 20)
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CORRENTES E BRILHO T-shirt colar Grace Joulik (R$ 189), colar Pixie Joulik, colar de correntes sem pingente Morana (R$ 59), pulseira de correntes e couro Morana (R$ 149)
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Moda
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Fotos: divulgação
CASAMENTO
Branco que não sai de moda Os modernos podem torcer o nariz, mas o véu e a grinalda continuam em alta no momento do “sim” São José dos Campos
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sonho do vestido branco com véu e grinaldas é antigo e não cai de moda nunca. O estilo pode variar entre um detalhe e outro, mas a base é sempre a mesma no que se refere ao look que ficará marcado na memória da noiva “para todo o sempre”. Segundo números registrados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Estatísticas e Geografia), nos últimos 10 anos houve um aumento de 35% no total de
NO ATELIÊ A empresária Carla Ruiz com Emannuelle Junqueira
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casamentos no país, com om vas isso o número de noivas das que ficam enlouquecidas erna busca pelo vestido perosé feito também. Em São José lo, dos Campos, por exemplo, raem 2009 foram registram dos 2.700 casamentos. Em o, 2010, até o mês passado, m 1.040 casais já marcaram m, oficialmente a data do sim, gerando uma média de 200 casamentos por mês.. Para dar uma forcinhaa para estas mulheres quee e, subirão ao altar em breve, nada melhor que a dica dee nto, a estilista Emanuma especialista no assunto, nuelle Junqueira. Com os dois pés no Vale do Paraíba –Emannulle teve boa parte de sua adolescência morando em São José– ela é hoje a preferida de nove entre dez celebridades. Já assinou os vestidos de noivas badaladas como Carol Castro, Aline Muniz, Ana Sophia Folch, Sandy, Mariana Lucon, entre outras. Com uma história bem particular –sua primeira coleção foi o próprio vestido de casamento– Emannuelle se mantém no topo da moda principalmente pelo seu estilo romântico e inusitado. Ela mistura em cada detalhe o rústico com o tradicional e, em cada peça feita sob medida, segue um estilo sempre delicado entre bordados e rendas. Tudo isso feito pelo tradicional método moulage –técnica em que a roupa é feita no manequim e não no molde. Já de início de conversa Emannuelle frisa que o mais importante de tudo é que a noiva se identifique muito com o estilista ou a marca que ela vai escolher. “A noiva nunca sabe direito o que ela quer. Se quer brilho, se quer renda, se quer simplicidade. Então, se procurar uma marca ou um estilista em que ela se identifique já ajuda muito”, disse. Outra dica essencial da estilista é que a noiva lembre sempre que esse é o momento muito especial da vida, mas ela tem que continuar mantendo sua personalidade. “O perigo é quando a noiva acaba se fantasiando para a data e as pessoas não a reconhecendo e nem ela mesma se reconhece. Uma coisa muito importante é a preocupação com o todo: cabelo, maquiagem e vestido. Eu tenho essa leitura: cabelo e maquiagem devem ter harmonia no visual geral. Sou a favor de uma maquiagem que valorize a pessoa. Nada de técnicas e sim sensibilidade nos traços.” •
RÉCEM-CASADOS A apresentadora Sarah Oliveira com o noivo Thiago Lopes no dia do casamento
CADA MULHER TEM SEU ESTILO ROMÂNTICAS As mulheres de estilo romântico pedem vestidos com mais renda nos detalhes, leves no corpo e com transparências
DESCOLADAS Elas combinam mais com a naturalidade no movimento. Os vestidos não são tão justos no corpo e têm saias mais no estilo anos 70
CLÁSSICAS Os modelos clássicos são aqueles que, normalmente, têm uma renda mais junto ao corpo, com bordados (com ou sem brilho), que dão peso, e saias mais armada
URBANA A mulher urbana gosta mais de tecido plano, ou seja, seda, com poucas rendas, de um vestido mais ‘empapelado’ –quando dá para brincar como se fosse papel, fazendo dobras, pregas, camadas e babados. O vestido da mulher urbana é mais clean no geral. A renda nesse caso entra em pequenos detalhes já que a mulher urbana costuma ser mais minimalista
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Cristina Bedendo São José dos Campos
onsiderada uma das principais ‘it girls’ do mundo, a ex-modelo e apresentadora inglesa Alexa Chung dita a moda como ninguém com seu estilo básico, mas pontuado por ótimas peças vintages e uma mistura de romântico com rock n’roll que já conquistou seguidoras por todo o planeta. Adepta de marcas como Chanel, Balenciaga, entre outras peças de garimpo em lojas de departamentos, a moça já tem como marca registrada uma bolsa da grife Mulberry. A bolsa Alexa, como foi batizada pela marca, figura em todos os blogs de streetstyle e é item de desejo entre as fashionistas. No guarda-roupa de Alexa é impossível não perceber suas preferências por calça skinny, shorts jeans destonados, camisetas básicas e saias volumosas, que ela usa com coturnos, ankle boots, sapatilhas ou clogs –aqueles tamancos que ninguém sabe combinar direito. Entre as bolsas, ela é fã dos modelos com alças de correntes longas, especialmente os modelos vintage ou bem descolados. •
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Fotos: divulgação
Alexa Chung Básico + vintage
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DESTAQUE Q
• Nude MAKE M A maquiagem de Alexa é impecável, mas no estilo não faz esforço para ficar linda. Usa sombra marrom nos olhos e batom nude na boca
• Exclusividade BAG B A bolsa Mulberry virou objeto de desejo depois que foi batizada com o nome de Alexa. O modelo é bem g utilitário e tem um ar vintage
• Estilo Militar SHOES S Coturnos perdem a ‘cara’ militar nas combinações de Alexa. A apresentadora inglesa mistura o estilo romântico com rock n’roll
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Fotos: Eugênio Vieira e Antonio Basilio
Luciana Becker e o desembargador Paulo Celso Ayrosa Monteiro de Andrade
de Limaa , Antonioo nandes
Maria Cristina e o secretário de Estado da Justiça, Luiz Antonio Marrey
Armando Toledo Filho, Antônio Carlos Dias Pereira Filho e Sérgio Bacha
Carmen Quaglia e Vitor Mercadante Pariz
o prefeitoo o Cury
na Karinn
Patrícia Marcondes e José Antônio Marcondes César
Felicio Ramuth, Emerson Marietto e Aldo Zonzini
Sureia Zaiden e o presidente da APJ, Renato Zaiden
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vereadora Angela Guadagnin
pianista Paulo Freire
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Onde o
ESTILO
encontra a
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ESTAÇÃO
OUTONO-INVERNO
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Tempos ModernosArtigo
Carlos Carrasco
O melhor de tudo é viver e olhar a vida com simplicidade e leveza
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ensando sobre o que poderia escrever, entre tantas possibilidades, resolvi contar um pouco de momentos que vivi, momentos que de certa forma mudaram minha vida. Em algum ano da década de 90 fiz uma viagem a trabalho para Juazeiro, na divisa com o Estado de Pernambuco, em pleno sertão nordestino, lugar árido, muito quente, muito pobre e distante, muito distante de tudo. Éramos um grupo bom, com uma editora de moda de um jornal inglês chamado Sunday Times, Mrs. Isabella Blow, uma mulher chique, casada com um nobre inglês, uma mulher que possuia tudo que se pode imaginar, respeitada por todos no mundo da moda. Foi ela quem descobriu Alexander Macqueen, um dos maiores estilistas da história da moda. No grupo ainda havia três modelos: Adriana Lima, uma das Angels de Victoria Secrets, Ana Claudia Mitchels, umas das modelos prediletas de Valentino, o “Mestre”, e Tatiana Dumenti. Mulheres lindas, ricas e bem-sucedidas e uma equipe de mais ou menos 30 pessoas. Em um dos dias de trabalho fomos bem para o sertão, numa casa específica, onde já tinham feito o longa metragem “Eu, Tu, Eles”, de Andrucha Waddington, com Regina Casé. Era uma casa simples, com uma pequena criação de animais. Ali conheci uma mulher, que vou
LEVEZA Não precisamos de muito, lutemos por tudo, mas o melhor é viver
BUSCA “Pergunto: onde esta a felicidade? No que temos? No que produzimos? ” chamar de Maria. Pessoa simples, pobre, 45 anos aparentando 55, pele cansada, sofrida de um povo que precisa caminhar 30 km por dia para buscar água e comida. Convidou a mim e a Isabella. Fomos recebidos com tanto amor, com tanta alegria que, Isabella, a “Nobre”, me sorriu como nunca tinha sorrido. Senti felicidade naquele sorriso, percebi naquele momento que o que mais importa na vida é ser feliz.
Aquela mulher era feliz ali, naquele lugar longe de tudo, sem quase nenhuma possibilidade, deixada ali por seus filhos, sozinha, mas feliz. Pergunto: onde está a felicidade? No que temos? No que produzimos? Voltamos para vida que escolhemos e, meses depois, tenho a notícia que Isabella Blow havia se suicidado. Querida amiga, que amei de alguma forma, se foi. Essa sim era infeliz. Tinha tudo que queria, morava em um castelo em Londres, editora respeitada no mundo, mas infeliz, tão infeliz que resolveu encurtar tanta infelicidade com a morte. O que tiro para minha vida disto tudo? Vamos ser felizes! Não precisamos de muito, lutemos por tudo na vida, ideais, materiais, mas não podemos esquecer que o melhor é viver, olhar a vida com simplicidade e levála com leveza. •
Carlos Carrasco cabeleireiro
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