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Rita Queiroz

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Vânia Perciani

Vânia Perciani

SOB O CÉU DE CABUL

Pipas bailavam livres Sorrisos faziam festa Pés transitavam pelos jardins Rosas, açucenas, margaridas Vestidas de bem-quereres Desenhavam, pintavam, cantavam Escreviam seus destinos. Nuvens sobrevoavam os céus Em várias direções Havia uma sombra aterrorizante. Ventos gelados sobressaem Um manto cinza risca os céus. Recolham-se... Guardem os sonhos Vistam-se de agonias Deixem os pés fincados Deem adeus às gaivotas Tornem-se invisíveis. Trânsito proibido. Vidas castigadas. Sol apagado. Anonimato imposto.

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Sedas ultrapassavam fronteiras Povos e dinastias duelavam Vidas perdidas. Nas montanhas, afegãos. Fundamentalistas: Sem livros, Sem cinema, Sem televisão, Sem música, Sem arte, Sem pipas. Mulheres, sem vida. Sob o céu de Cabul Havia poesia. Hoje, ruas sem saída.

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