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Rose Calza
A MENINA, A CABRA
guerra “boa”, amor duro, verrugas em tuas terras, siga regras, sharia chadari ocultam rotas de fuga.
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ó, menina de Cabul! o que vale? em casamento por uma cabra, trocada.
o que ouve, um canto cinza, a cabra bale, som do sino avisa mais um tiro.
há paisagem:
o que vê, (o que consentem), o que vive, horror desconstruindo tudo o que na vida faz sentido.
ó, menina de Cabul! há duas faces, uma não aceita pela outra;
há quem quer tua vida assim, ódio de sobra, ganância, rancor cobiça de ferro e nióbio é a lavra.
ó, menina de Cabul, não esqueça teu país e mais oitenta (de outras meninas), jamais livres.
na desolada paisagem, ainda:
quente vento o desastre insufla, a tortura como arma, o luto, o estampido estrondoso do terror, inclemente (holocausto redivivo), enquanto tua carne perdurar como lucro.