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Rose Calza

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Vânia Perciani

Vânia Perciani

A MENINA, A CABRA

guerra “boa”, amor duro, verrugas em tuas terras, siga regras, sharia chadari ocultam rotas de fuga.

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ó, menina de Cabul! o que vale? em casamento por uma cabra, trocada.

o que ouve, um canto cinza, a cabra bale, som do sino avisa mais um tiro.

há paisagem:

o que vê, (o que consentem), o que vive, horror desconstruindo tudo o que na vida faz sentido.

ó, menina de Cabul! há duas faces, uma não aceita pela outra;

há quem quer tua vida assim, ódio de sobra, ganância, rancor cobiça de ferro e nióbio é a lavra.

ó, menina de Cabul, não esqueça teu país e mais oitenta (de outras meninas), jamais livres.

na desolada paisagem, ainda:

quente vento o desastre insufla, a tortura como arma, o luto, o estampido estrondoso do terror, inclemente (holocausto redivivo), enquanto tua carne perdurar como lucro.

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