Brasilien13caixas programa final

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hamburgo joinvile s達o paulo



de 2 a 7 de julho de 2013 terça a quinta, 21h sexta e sábado, 19h domingo, 20h Sesc Pompeia

Uma exposição humana de Karin Beier com um epílogo de elfriede jelinek


material de pesquisa | Jorge Bodanzky / Matthias Pees


Espreitar o humano No século XIX as condições econômicas e sociais favoreceram a imigração europeia ao Brasil. Movidos pelo desejo de encontrar melhores condições de vida, os imigrantes alemães instalaram-se primeiro no sul do país e posteriormente chegaram ao estado de São Paulo. Na bagagem, além das tradições culturais, trouxeram a coragem de reinventar suas vidas num país estrangeiro. Inspirada nesse momento histórico, na trajetória dessas famílias e nas relações estabelecidas entre os dois países, a diretora artística do Deutsches Schauspielhaus de Hamburgo, Karin Beier, propõe o projeto Brasilien.13 Caixas que comporta teatro documental e exposição, simultaneamente. Para sua concepção foram realizadas entrevistas em Santa Catarina, São Paulo e Hamburgo, bem como pesquisas com a intenção de questionar, sobretudo, conceitos voltados à identidade e seus significados em relação aos temas de imigração, integração e segregação, trazendo esses assuntos para o palco das discussões contemporâneas.   Com a participação de artistas e colaboradores da Alemanha e do Brasil, criou-se assim, a primeira “exposição humana” teuto-brasileira ou um “museu de imigração vivo”, que explora as fronteiras das linguagens das artes performáticas, cênicas e visuais. As apresentações no Sesc Pompeia marcam a estreia mundial da obra e no primeiro semestre de 2014, a proposta será apresentada em Hamburgo, na Alemanha. Tal proposta corresponde ao compromisso da instituição em oferecer ao público o acesso às criações artísticas contemporâneas, colaborando para aprimorar a percepção estética e valorizar o desenvolvimento humano, bem como por abordar um tema que está no cerne da formação da identidade brasileira.  O projeto Brasilien.13 Caixas é realizado numa coprodução entre o Sesc, o Deutsches Schauspielhaus em Hamburgo, o Goethe-Institut e a Fundação Federal de Cultura da Alemanha (Kulturstiftung des Bundes). Tais parcerias contribuem para o compartilhamento de ideias, reafirmando o propósito da Temporada Alemanha + Brasil 2013-2014 e fortalecem um dos traços da instituição que é favorecer a criação colaborativa, traduzindo-se numa oportunidade para trocas de conhecimentos, disseminação de saberes e aproximação de experiências culturais entre os dois países.  Assim, diante de nós, apresentam-se treze caixas repletas de histórias, que transitam no limiar entre ficção e realidade. Um percurso interativo, que escolhemos ao circular por essas “vitrines vivas”, criando um contorno para essa narrativa. Dessa forma, a arte nos convida a visitar os instáveis terrenos da natureza humana, bem como a espreitar a complexidade do que somos e nossa incompletude espelhada por outros. Danilo Santos de Miranda Diretor Regional do Sesc São Paulo


material de pesquisa | Jorge Bodanzky / Matthias Pees


QUESTIONAR A IDENTIDADE Emigração, ou seja, sair de um país para viver em outro, culmina inevitavelmente em imigração, que se dá no encontro com o país estrangeiro. Este encontro resulta na busca de uma nova identidade no novo país. A história já demonstrou que definir identidade de forma única e restritiva é uma utopia perigosa, que já levou a conflitos e guerras. Exemplo prático destas teorias etnocentristas eram também os chamados “jardins zoológicos humanos” que datam do auge da época colonial, cuja proposta era apresentar os povos colonizados.  Na peça “Brasilien. 13 caixas” o formato da exposição humana é adaptado ao contexto da imigração alemã no Brasil, de forma crítica e um tanto provocadora. Evidencia coragem e sensibilidade expor personagens em caixas que teatralizam a documentação dos sucessores dos imigrantes.   Como fechamento do ciclo Perspectivas pós-coloniais do teatro contemporâneo “Unter Menschfresser Leuthen”, cujo título indica uma discussão sobre a relação da Alemanha e do Brasil ontem e hoje, a peça encenada por Karin Beier é confrontadora. É função da arte questionar conceitos do passado e refleti-los no presente, algo que as coproduções do Sesc São Paulo e do Goethe-Institut na última década têm trazido à tona, sempre com o encontro produtivo de artistas alemães e brasileiros.  O Goethe-Institut sempre apoiou a liberdade da arte inclusive em seu viés crítico e por vezes incômodo e encontrou no Sesc um parceiro que evidencia este entendimento plural da arte.  A Temporada Alemanha+Brasil 2013-2014 é uma ocasião especial para comemorarmos o intercâmbio frutífero entre as duas instituições e o resultado artístico gerado. Assim, desejamos uma experiência teatral instigante com “BRASILIEN.13 caixas”. Dr. Wolfgang Bader Diretor do Goethe-Institut São Paulo e Regional para a América do Sul



“(...) A presença colonial é sempre ambivalente, dividida entre seu surgimento como original e legítima e sua articulação como repetição e diferença (...)” Bhabha, Homi K in “O Local da Cultura”

Sobre “Brasilien. 13 caixas” Na Alemanha de hoje discute-se com muita intensidade a questão da integração dos imigrantes e estrangeiros que vivem no país, muitos deles desde os anos 1950 e 1960, agora já na terceira ou quarta geração. Apenas recentemente foram considerados imigrantes – e não apenas “trabalhadores convidados” com permanência provisória – e foi liberado o acesso à cidadania alemã para estas pessoas que já faziam parte constitutiva da sociedade e da economia alemã por décadas. Aparentemente muitos alemães tem medo de perder sua identidade, de se misturar e mesclar culturalmente. Mas o que é, e o que constitui esta opaca “identidade alemã”, de que se trata de fato, de onde vem o preconceito de que qualquer influência e contribuição estrangeira a danifica ou a torna vulnerável, em vez de enriquecê-la e fortalecê-la? “A questão da integração está intrinsecamente ligada à questão do ser alemão, à crise do sentimento nacional, a uma questão que não é colocada há muito tempo porque era dolorosa demais, porque gerou pesadelos, porque a língua falhou”, escreve o poeta turco-alemão Zafer Şenocak em 2011 em seu livro “Ser alemão. Um ensaio iluminista”. Todo alemão tem imagens da Alemanha na cabeça, mas quase ninguém tem as palavras certas para o sentimento nacional difuso, meio desejado, meio recalcado. Para Zafer Şenocak, os alemães continuam presos numa crise de identidade: como eles não têm um conceito positivo do que são, não têm também o conceito de uma sociedade aberta, que não se define através da demarcação contra o estranho e os estrangeiros. A diretora alemã Karin Beier, desde o início de seu trabalho no teatro, dedicou-se a esta ideia e à visão de uma sociedade aberta, multiétnica e intercultural. Uma das suas primeiras obras que atraíram a atenção nos anos 90 foi uma montagem multilíngue da comédia shakespeariana “Sonho de uma Noite de Verão”, com 14 atores de 9 países e idiomas diferentes. Como diretora artística do teatro municipal de Colônia (20072013), ela formou um elenco fixo com muitos atores de contexto migratório ou origem estrangeira, e de novo atraiu a atenção com esta política e a respectiva estética intercultural – ainda mais porque com isso conseguiu uma enorme identificação do público da cidade, cidadãos de Colônia, com a sua gestão.


A partir deste ano, Karin Beier assume como diretora artística do maior teatro alemão, o Deutsches Schauspielhaus de Hamburgo, cujo primeiro diretor e programador foi o consagrado iluminista Gotthold Ephraim Lessing. Convidada como criadora de uma nova co-produção teuto-brasileira pelo Goethe-Institut e o SESC São Paulo (espetáculo integrante de um projeto desenvolvido desde 2006, composto por uma série de 10 projetos de colaboração em artes cênicas entre Alemanha e Brasil, do qual eu sou o curador geral), Karin iniciou sua reflexão sobre os possíveis paralelos e diferenças nas questões da imigração, integração e segregação na Alemanha e no Brasil. Preparando sua mudança artística para Hamburgo, Karin pesquisou os laços históricos entre a cidade hanseática e o Brasil e descobriu que Hamburgo, maior porto da Alemanha, foi também o maior polo do comércio teuto-brasileiro e da emigração alemã ao Brasil. Comerciantes de Hamburgo muito ativos na importação do café e na produção de açúcar fundaram em 1849 a associação de colonização “Hamburger Kolonisations-Verein” e logo depois a colônia alemã “Dona Francisca”, na mata atlântica de Santa Catarina, que se tornou a cidade de Joinville, onde hoje vive a sexta geração de seus descendentes. Com seu grupo de atores e acompanhada pelo documentarista brasileiro Jorge Bodanzky, Karin viajou a Joinville, Blumenau e outros destinos ligados à história alemã no sul e sudeste do Brasil, como Araraquara, Limeira e Matão, onde os imigrantes alemães e seus descendentes se tornaram os primeiros citricultores no estado de São Paulo – entre eles o fundador da Citrosuco, Carl Fischer, de Hamburgo. Foram feitas entrevistas e registros dos descendentes de imigrantes alemães – na busca de um modelo de integração e adaptação que poderia servir na própria Alemanha como bom exemplo de um crescimento e amadurecimento do ser e do sujeito alemão miscigenado e mesclado com o novo e o estranho. Esperavam encontrar alemães de certa maneira “melhorados” ou ampliados, devorados e transformados pelo Brasil – como aconteceu com tantas outras etnias e nacionalidades que ingressaram no país como exploradores, escravos, comerciantes, colonos, imigrantes e refugiados e que hoje constituem o povo brasileiro. Mas a experiência, os resultados desta pesquisa foram ambíguos: parece que mesmo num país migratório e miscigenado por definição, como o Brasil, muitos alemães preferem permanecer entre si e articular de maneira pejorativa - ou melancólica – as diferenças com o restante da população em vez de se dissolver e participar na formação e articulação de um novo povo pós-nacional e multiétnico. O que define então a identidade dos imigrantes alemães no Brasil? Quais são os aspectos nacionais, étnicos ou transculturais contidos nela?


As muitas respostas, posições, histórias, impressões e comentários que Karin e seus atores colecionaram na viagem de pesquisa pelo sul e sudeste do Brasil foram transformadas e coreografadas numa apresentação paralela e polifônica, chamada de “primeira exposição humana teutobrasileira”: um museu de imigração vivo e ao vivo. Criou-se um projeto de teatro documental e de exposição ao mesmo tempo, no limiar entre as artes performáticas e visuais, tratando das histórias dos imigrantes alemães no Brasil. No final do século XIX, a época colonial chegou ao seu pico com os chamados “jardins zoológicos humanos” ou exposições humanas, nos quais foram apresentados indígenas de territórios colonizados pelos europeus. Evocando este conceito inumano ironicamente e transformando-o artisticamente para a contemporaneidade, Karin Beier, ao lado do cenógrafo alemão Johannes Schütz, de cineastas, videomakers, atores e músicos de São Paulo e de Hamburgo, apresenta 13 cenas no formato de uma exposição. BRASILIEN.13 CAIXAS se compõe de 13 palcos pessoais, possibilitando ao espectador confrontar-se com estas histórias e posições de maneira individual, paralela e descentralizada. Equipados com fones de ouvido e receptores cujos diferentes canais permitem escolher o som específico e isolado de cada caixa desejada, os espectadores visitam a sala de teatro como uma galeria, onde está acontecendo uma verdadeira exposição humana. Nas vitrines, se misturam textos e frases originais – parcialmente faladas em dialeto teuto-brasileiro –, e também tableaux vivants, música e impressões compondo quase coreografias. As representações e documentações individuais em cada vitrine, culminam em momentos conjuntos, de coro, e são contrastadas com textos e imagens históricos e contemporâneos sobre o tema, permitindo assim ao espectador fazer uma outra leitura deste contexto, através da literatura, da dimensão politica e filosófica do acontecimento ontem e hoje. Num epílogo literário a esta exposição-espetáculo, a famosa autora austríaca e vencedora do prêmio Nobel de literatura, Elfriede Jelinek, comenta de maneira polêmica e insistente o conceito do “ser alemão” e a suposta impossibilidade do alemão em lidar com o estranho. Matthias Pees Curador


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de 2 a 7 de julho de 2013

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0 Erich Stellmacher 1 Balthasar Koch 2 ottilie kurz 3 Robert Kranz 4 jorge hildebrandt 5 hermann Schucher 6 irmgard brand

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7 Elke Wehren 8 kinder 9 kaffee 10 Paul Otto Hanfstengel 11 projektor 12 spinnen



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Você sabe o que os caboclos pensam de nós, de nós teuto-brasileiros? Eles nos acham inflexíveis, rudes, frios e teimosos, e por aí vai. Isso não é muito agradável, não é? Especialmente a nossa pontualidade é criticada.

Erich Stellmacher nasceu em 1950 em Joinville, filho de pais alemães. Frequentou a escola por 10 anos. Gostaria de ter sido funcionário público, mas não conseguiu, devido ao conhecimento insuficiente da língua portuguesa. Trabalhou como vendedor de loja e bancário, mas não permaneceu em nenhum emprego. Divorciado, vive sozinho em um apartamento minúsculo. Sobrevive de trabalhos esporádicos. Gosta de ouvir Peter Maffay e ama música country. O grande acontecimento de sua vida foi uma visita à cidade alemã de Frankfurt, a convite de um primo.

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Pois é, nós teuto-brasileiros somos mesmo diferentes dos outros brasileiros aqui. Mas sempre tem algumas coisas aqui que me interessam. Por exemplo, toda a inteligência própria daqui. A inteligência do brasileiro. Ele é de uma inteligência, que é natural dele, não sei bem como formular isso, quer dizer ele não é nenhum papagaio ensinado mas sim, tem uma inteligência que se desenvolveu nele como reação a algum problema.

Tataraneto de um dos primeiros imigrantes a chegar à cidade de Joinville no séc. XIX. Foi piloto militar, carreira que abandonou nos anos 50. Hoje é comerciante e historiador. Ele foi o fundador e diretor social de várias sociedades recreativas da região dedicadas à difusão e à preservação da cultura e da história alemã na região. Escreveu e publicou alguns livros sobre a história de famílias importantes de Joinville. Ainda hoje se dedica à organização de eventos junto às sociedades recreativas.


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(...) Eu não tinha medo de nada. Nós não temos medo! De noite posso ficar sozinha. Eu não tenho medo de nada. Eu desconheço isso e também não conheço mentira! (Eu não sei o que é mentir!!!) Se eu tivesse que mentir, eu precisaria saber primeiro como se faz isso... E então pegamos a urutu, a cobra, com uma foice grande, que tínhamos levado para cortar as folhas da árvore, e a carregamos para casa. Eu carreguei o animal para casa.(...) Eu não quero me elogiar, mas para mim tudo é simples. E o que eu quero e o que eu preciso e o que deve ser, isso eu sei. Não me falta nada, sim, porque sou assim. E o que deve ser, deve ser e é assim mesmo. Na floresta sim, uma pessoa tem que provar que é uma pessoa inteira.

Otillie tem 93 anos de idade. Ela foi a primeira de seis filhos e hoje é a única sobrevivente. Em 1954, ela se muda com seu marido e suas duas filhas do Paraná para Santa Catarina, onde eles desmatam a floresta com as próprias mãos para construir sua casa. Nos anos 90 com a ampliação das plantações de soja, seu marido fica muito doente pela pulverização de pesticidas por aviões, e os dois são forçados a vender sua casa. Hoje ela e o marido vivem perto de Porto Alegre, com sua filha Ursula.


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Apesar de ter nascido e crescido aqui, tudo que eu consegui na vida eu devo à Alemanha. É um paradoxo interessante, não? Meus conhecimentos, minha formação, como dizer, minha superioridade em relação aos outros povos, eu devo sem duvida à capacidade alemã, à inteligência alemã. É por isso que eu sempre, até nas horas mais complicadas, nos momentos mais perigosos de ódio contra os alemães, eu sempre afirmei com certo orgulho a minha origem alemã e jamais a escondi.

Robert Kranz, filho de alemães, nasceu em 1919, no Rio de Janeiro. Seu pai, Wilhelm Kranz, veio em 1910 da Alemanha para Blumenau, onde fundou com sucesso uma empresa cuja sede foi transferida em 1916 para o Rio de Janeiro. Durante as frequentes viagens profissionais à Alemanha, conheceu Gerhardine von Jäger, que se tornou sua esposa em 1914 e com quem regressou ao Brasil. No Rio de Janeiro, frequentou esporadicamente escolas alemãs, com alguns intervalos de anos na Alemanha. Ao longo destas várias estadias em Berlim, despertou nele uma grande admiração pelo movimento nacional socialista. Em 1938 foi aceito no Colégio Militar do Rio de Janeiro e tornou-se oficial do Exército. Quando o Brasil entrou na guerra, foi despedido devido às relações de parentesco com altos militares alemães. Durante a guerra trabalhou na empresa comercial de seu pai. No começo dos anos 60, assumiu a cadeira de docente civil na área Psicossocial da Academia Militar brasileira, e paralelamente começou a trabalhar para o serviço secreto do Brasil atuando entre outros, como conselheiro dos generais brasileiros durante a ditadura militar. Em 1980 sofreu um colapso nervoso e, por consequência disto, afastou-se das atividades da Academia Militar e do serviço secreto, comprando uma fazenda em Blumenau onde trabalha com produtos agropecuários.


Nós temos um grande inimigo aqui: televisão, televisão, televisão. Ela consegue mexer no rumo da história por aqui. (...) Então, era preciso fazer propaganda na colônia – e eu tinha um sistema diferente. O outro candidato, sempre nos bares, dando cerveja, e as pessoas ficavam bêbadas. Eu ia à casa deles, conversava com as mulheres na cozinha: “como vai a senhora, e as crianças?” Elas gostavam disso. E no interior, na colônia, a mulher tem sempre a última palavra. O homem pergunta: “amanhã, em quem voto?”, e a mulher responde: “no Hildebrandt”. E assim me tornei prefeito de 1986 a 1990.

Nascido em 1946, duas vezes casado, tem dois filhos adultos de seu primeiro casamento, ambos dentistas. Dirigiu a delegacia de polícia e o cartório até sua eleição para prefeito em 1986. Desde 1991 trabalha como consultor na empresa alemã Tuxy, tendo desde então visitado a Alemanha diversas vezes.


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No fundo, não se pode nunca confiar nos caboclos, nos brasileiros. Simpatia é sempre mais importante para eles do que compromisso. Ou cultura. Ou honra. Honra aqui não é uma virtude. Eu penso diferente. Eu aprendi diferente. Eu defendo a honra e a transparência. Este é meu sangue alemão.

Hermann Schucher nasceu em 1932 no Brasil, em Joinville. Seu avô veio de Hamburgo e era pianista. Seu pai, Robert Schucher nasceu no Brasil e foi, durante toda sua vida, várias coisas. Teve uma fábrica de cigarros, mais tarde uma barbearia e por um tempo foi exportador de banana. Aos 7 anos de idade Hermann encontrou um velho violino e começou a tocar. Incentivado pelo seu avô, como um grande talento musical, hoje ele é músico e atua em pequenas orquestras típicas por toda a região.

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Franz Schubert/Wilhelm Müller, Die Winterreise (op. 89): - Der Lindenbaum - Fremd bin ich eingezogen Volksweise (canção popular) Wir sind durch Deutschland gefahren Alte Volksweise (canção popular antiga) Es saß ein schneeweiß Vögelein

Da pátria por detrás dos relâmpagos o rubro, De lá vêm as nuvens, Mas pai e mãe estão mortos há tanto tempo, Lá ninguém me conhece mais. Tão logo, tão logo virá o tempo calmo, Então descansarei também, e sobre mim Sussurra a bela solidão dos bosques, E ninguém me conhece mais aqui In der Fremde – Robert Schumann in Liederkreis op 39, poemas de Joseph von Eichendorff

Professora de canto no conservatório da cidade, é filha de imigrantes alemães que chegaram a Joinville logo após a guerra. Seu pai era músico de orquestra e sua mãe cantora lírica. Desde criança acompanhava os pais nas suas excursões pela região em bailes típicos de sociedades recreativas alemãs. Hoje também canta em festas e comemorações cívicas de eventos da colônia alemã.


foto: Jรถrg Gollasch


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(...) Português não me interessa. É assim. Eu não quero que isso entre em mim. Engraçado! É que por dentro, eu sou tão alemã, que eu não quero deixar que isso entre em mim. É por isso que eu leio os jornais em alemão. São esses que eu leio. E aí eu sei o que acontece na Alemanha, aí eu me oriento. O que acontece lá na Alemanha é o que me interessa. As coisas aqui do Brasil eu nem acompanho. Porque afinal, não adianta, porque eles fazem o que eles querem... É engraçado quando a gente não pertence bem a nenhum lugar. Isso me deixa triste.

Alemã, bisneta de alemães imigrantes e trabalhadores rurais. Viúva de um pequeno plantador de erva mate. Vive e ainda trabalha na sua pequena propriedade nas imediações de Blumenau.

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ra uma vez uma garotinha cujos pai e mãe já haviam morrido, e ela era tão pobrezinha que nem sequer tinha um lugar para ficar, ou uma cama para dormir, enfim ela não tinha nada além das roupas que usava e de um pedaço de pão em suas mãos que alguma alma caridosa lhe havia dado. No entanto, ela era boa e piedosa. E assim vivia ela abandonada pelo mundo, e um dia ela estava caminhando pela estrada afora, e confiava no bom Deus.  Então, um homem pobre a encontrou, e disse, “Ah, será que você não tem alguma coisa para eu comer, estou com tanta fome!” Ela pegou o seu pedaço de pão inteiro, e disse, “Que Deus lhe abençoe e que isto lhe ajude,” e continuou andando. Mais adiante, ela encontrou uma criança, que chorava e disse, “Tenho muito frio na cabeça, me dê alguma coisa para protegê-la.” Então, ela tirou a sua touca e deu para a criança; e quando ela tinha andado um pouquinho mais, ela encontrou uma outra criança que não tinha blusa e estava congelada de frio.  Então, ela tirou a blusa e a colocou na criança; mas, pouco depois alguém lhe pediu um agasalho, e ela deu tudo o que ela tinha. Finalmente, ela chegou a uma floresta e já estava ficando escuro, e lá vinha uma outra criança, e lhe perguntou se ela tinha uma camisa, e a boa garotinha pensou consigo mesma, “Está tarde da noite e ninguém está me olhando, então, eu poderia dar a blusa que estou usando,” e ela tirou a blusa, e deu para a criança. E assim ela ficou, com o corpo todo desprotegido, quando de repente estrelas começaram a cair do céu, e elas eram nada mais do que muitas moedas de ouro, e embora ela tivesse dado a única blusa que usava, ela poderia agora comprar uma nova feita com o tecido mais fino. Então, ela foi juntando todo o dinheiro que caía, e viveu rica todos os dias de sua vida.   Contos de Grimm  As moedas que caíram do céu (As moedas-estrelas)



lista de músicas

Hans Eisler An den kleinen Radioapparat Hans Leip/Norbert Schulze Lili Marleen Robert Schumann Kinderszenen (op 15): - Von fremden Ländern und Menschen (de países e pessoas estranhos) - Träumerei (Sonhando) - Der Dichter spricht (O poeta fala) - Kuriose Geschichte (História curiosa) Jörg Gollasch Volksweise, Satz: Jörg Gollasch (Canção popular, arr: Jörg Gollasch) Hohe Tannen Mendelssohn-Bartholdy/Josef von Eichendorff Der Jäger Abschied Erwin Bootz Schöne Isabella Anton Wilhelm Florentin von Zuccalmaglio Kein schöner Land in dieser Zeit Carl Reineke/Ernst Anschütz Die Mühle


Nascido em Blumenau, descendente de uma longa linha de marinheiros e pastores. Seu avô Friedrich Hanfstengel foi regente de coral e pregador leigo e em 1870 partiu de Wilhelmshaven para São Francisco – na bagagem trouxe o seu piano, aqui exposto. Na sua infância, Paul Otto se dedicou à música. Formado em Teologia. Aos 21 anos vai para a Alemanha fazer uma formação adicional, em órgão, na escola de música clerical em Schlüchtern/Hessen.

para ouvir a música acesse o canal nº 0


Imagens de pesquisa de Jorge Bodanzky Jorge Bodanzky estudou arquitetura e artes plásticas na Universidade de Brasília. Atuou como câmera e fotógrafo. Cursou a Escola Superior da Forma de Ulm Alemanha. A partir de 1970, produziu e dirigiu inúmeros documentários para as TVs alemã, francesa e italiana e os filmes “Iracema”, “Uma Transamazônica”, “Os Mucker”, “Terceiro Milênio”, “No Meio do Rio”, “Entre as árvores” entre outros, tendo recebido inúmeros prêmios nacionais e internacionais.



João Klug 1

Nós, teuto-brasileiros. A imigração alemã e a formação de uma identidade teuto-brasileira no Sul do Brasil. A historiografia sobre a imigração alemã ao Brasil tem até hoje dificuldade em se furtar às ideias predominantes em geral a respeito desse tema. Um dos maiores problemas reside no fato de ela tratar os imigrantes provenientes dos diferentes Estados da confederação alemã da época como se eles constituíssem uma unidade e lhes atribuir uma identidade alemã comum. De fato, nos documentos oficiais brasileiros da época eram classificados como alemães todos aqueles que vinham em navios procedentes de portos alemães, mesmo que entre eles também houvesse suíços, noruegueses, russos, poloneses e pessoas de muitas outras nacionalidades.   É necessário chamar a atenção para o fato de que os imigrantes que chegaram ao Brasil até 1870 não possuíam a “identidade alemã” que lhes era atribuída, mas uma diversidade de identidades muito diferenciadas entre si. Eram badenses, pomeranos, prussianos etc., e não se consideravam alemães nem mesmo entre si. As dificuldades econômicas e sociais por eles experimentadas não permitiram que neles surgisse qualquer tipo de “orgulho nacional”. Eles queriam fugir da fome, das dívidas ou (no caso da “geração de quarenta e oito”) às decepções políticas. Após a sua chegada ao Brasil, esforçaram-se em conseguir o apoio do Estado brasileiro, em se integrar na “nova pátria” e na obtenção de direitos cidadãos, os quais, contudo, não lhes cabiam, como não demorou em ficar claro para eles.   Também é mister salientar que as administrações provinciais, tal como as do Império, tiveram inicialmente dificuldades em receber este grupo social novo, pobre e livre, que fazia reivindicações e não se encaixava no sistema de governo tradicional. Por esse motivo, todos aqueles que se manifestavam politicamente foram considerados “elementos nocivos”. Essa situação levou à formação de um “grupo que não podia ser integrado na sociedade brasileira, mas que se organizou não obstante as estruturas jurídicas, administrativas, econômicas e sociais existentes.” 2 Na realidade, o Estado brasileiro não estava preparado para lidar com esta espécie de pessoas.   Também é necessário levar em consideração o fato de a legislação brasileira relativa à política de imigração ter sido modificada em 1830, fazendo com que o Estado não mais pudesse fazer investimentos ou pagamentos relativos à imigração. Essa foi uma clara vitória das elites agrícolas, alicerçadas no trabalho escravo. Dessa forma, o Estado virou as costas para os imigrantes, que ficaram dependendo de suas próprias capacidades e tinham que se arranjar da


melhor forma possível, ou fracassar. A maioria das suas reivindicações não foi ouvida, fato que obstaculizou a sua integração na sociedade brasileira. Faltava aos imigrantes a prontidão para a integração? Manifestavam eles uma resistência contra a mesma? Isolavam-se conscientemente num nicho étnico? De jeito nenhum!   Como consequência dessa situação, os diversos grupos de imigrantes alemães viram-se forçados a procurar de forma independente soluções para os seus problemas mais urgentes. Entre estes, sobressaia a necessidade de ter escolas criadas e mantidas pelo Estado, uma tradição que naquele tempo ainda não existia na administração pública brasileira. Isso levou os imigrantes alemães a criarem no Brasil uma ampla e complexa rede de escolas, inteiramente autônoma, que era financiada pelas próprias comunidades. Para o Brasil, isso era algo totalmente novo, mas nos países de origem destes imigrantes já havia uma antiga tradição de redes escolares financiadas pelo Estado. Nas colônias em que se agrupavam estes imigrantes surgiu um sistema escolar organizado integralmente pelas comunidades. Na medida em que este demorado e difícil processo de superação desta e de outras tantas falhas foi se desenvolvendo, surgiu uma nova identidade, marcada pela autonomia e pela desconfiança diante do papel do Estado. Esta nova identidade foi denominada de teuto-brasileira. Concretamente, tratava-se de uma identidade híbrida, sem consciência de uma cidadania alemã e com uma consciência bastante limitada de cidadania brasileira; tratava-se de um grupo que não dominava a língua nacional, que não conhecia os seus direitos, mas que também não mais tinha relações diretas com a sua terra de origem, com a qual, porém, continuava a estar agrilhoada pela língua e pela cultura.   Poder-se-ia dizer que a identidade teuto-brasileira procurava conciliar o princípio da nacionalidade brasileira – o direito da terra, jus solis – com o direito do sangue, o jus sanguinis – o princípio da nacionalidade alemã. Há de se reconhecer que os colonos se organizavam e estavam dispostos a se libertar do rótulo de estrangeiros. Em meio a este esforço, eles assumiam uma atitude ambivalente, porque, por um lado, reivindicavam o direito que lhes cabia de ser brasileiros, sem, por outro lado, abrir mão daquele de continuar sendo alemães. A este respeito disse José Deecke, cartógrafo, agrimensor e, de 1909 até 1929, diretor da Sociedade Colonial Hanseática e representante dos imigrantes alemães em Santa Catarina: Nós, teuto-brasileiros, sabemos exatamente o que esta expressão significa. Nós sabemos que não podemos ser metade brasileiros e metade alemães. Nós, que aqui nascemos, somos simplesmente brasileiros, e a respeito disso não existe a menor dúvida. Temos que esperar tudo da nossa pátria brasileira, porque a Alemanha, a terra dos nossos pais, nada nos pode dar. Mas isto se refere exclusivamente aos direitos civis. Numa perspectiva mais ampla, descortina-se uma outra imagem, porque nós


teuto-brasileiros podemos frequentemente ser tão úteis à germanidade quanto os alemães natos, os austríacos natos, os suíços de fala alemã natos, e tantos outros.3   Identidade também se refere à multiplicidade e à diferença. Ser teuto-brasileiro significa, por exemplo, falar o alemão como língua materna, mas aprender o português como língua para finalidades econômicas e comerciais; ter sangue alemão nas veias (jus sanguinis), ter uma “ascendência” alemã, mas ser politicamente fiel ao Brasil (jus solis). Em contraste com os luso-brasileiros, que se fixaram predominantemente junto às costas do Sul brasileiro, os teuto-brasileiros apoiavam-se no interior do país na sua força de trabalho e faziam referência ao desenvolvimento crescente dessas regiões. Justamente através do florescimento econômico, os teuto-brasileiros reivindicavam para si próprios o direito de continuar sendo alemães. Contudo, é necessário salientar que uma parte da elite política, durante os tempos do Império da “República Velha” viam os colonos alemães como sendo cidadãos de segunda classe, inapropriados para pertencer à nação brasileira, visto que, em primeiro lugar devido à língua, não seriam “estrangeiros assimiláveis”. Deecke se manifesta também a respeito disso. Nós que aqui nascemos somos brasileiros. Se continuarmos a nos retrotrair, decepcionados, não chegaremos a nada! Temos que tentar manter o único direito que já possuímos, simultaneamente com muitos deveres: o direito ao voto [...] Após a guerra, o bloqueio dos elementos de fala alemã caiu no esquecimento, mas os colonos continuam a relutar a se inscrever no cartório eleitoral. Mas seria realmente desejável que os teuto-brasileiros se inscrevessem nos cartórios eleitorais, considerando-se que todos os elementos de ascendência italiana já estão inscritos. (Op. cit., pág. 82-83)   No campo político, intelectuais tais como José Deecke tentaram mobilizar os teuto-brasileiros, para que esta parcela da população participasse das eleições, para, através deste caminho, assegurar o exercício dos direitos que lhes cabiam, enquanto cidadãos brasileiros, mediante “votos étnicos”. Usando o jornal teuto-brasileiro O Waldbote, e sob a liderança de Eugen Fouquet, foi fundado em Blumenau, Santa Catarina, em 1901, o Volkspartei [“Partido do Povo”], com a meta de angariar apoio político nas regiões com predominância de imigrantes alemães. O resultado foi que os teuto-brasileiros, baseando-se no voto étnico, dominaram efetivamente, entre 1902 e 1915, o cenário político da região das colônias alemãs em Santa Catarina.   Nos anos de fins do século XIX e começo do século XX, surgiu entre os descendentes de alemães, sobretudo nas áreas rurais, uma categoria com a qual eles se identificaram: o teuto-brasileiro como mutação da germanidade. “Teutobrasileiros” eram aqueles que tinham “ascendência alemã” ou “sangue alemão”. Como consequência disto, o conceito da ascendência ganhou grande força. A ascendência era a base para a diferenciação étnica e estava relacionada com a herança do sangue. O conceito de “ascendência” acabou


abrangendo também russos, poloneses etc., sempre que falassem alemão. Ter “ascendência alemã” constituiu-se num amálgama que acabava por apagar qualquer outra diferença. Neste contexto, salientou-se o papel da família. Para diferenciar as características de um ser humano, procurava-se antes de mais nada saber se ele era de “ascendência alemã”. Um bom casamento, por exemplo, era aquele celebrado entre noivos de “ascendência alemã”. Quem fosse de “ascendência alemã” falava alemão dentro de sua casa, durante o trabalho no campo ou no trato com os seus animais. Portanto, o teutobrasileiro era alguém que tinha nascido no Brasil, mas tinha “ascendência alemã”, ou seja, sangue alemão corria em suas veias, falava alemão e, em geral, levava um modo de vida que era considerado alemão. Tinha que saber falar o português, mas antes tinha que dominar o alemão.   Até a irrupção da Segunda Guerra Mundial, houve no Sul do Brasil comunidades teuto-brasileiras que se caracterizavam por um modo de vida próprio. Para os seus membros, tratavase de uma outra forma de ser alemão, desenvolvida no Brasil, um outro “modo alemão de viver”, ou seja, de uma nova e recém criada identidade. Estas comunidades assumiram padrões e regras de comportamento que eram sistematicamente incentivadas e controladas por diferentes associações e instituições, cuja meta era o fortalecimento dessa identidade e a solidariedade entre os seus membros.   Essa identidade teuto-brasileira sofreu um duro golpe em 1938, nos tempos da política nacionalista do governo de Getúlio Vargas, quando foi organizada uma campanha de assimilação, pois os não assimilados eram vistos como portadores de uma cultura que não podia ser posta em consonância com os princípios da “brasilidade”, fortemente ancorados no jus solis. Os nacionalistas viam a presença destes grupos “adventícios” no Brasil como conseqüência de erros cometidos nos tempos do Império e da irresponsabilidade da “República Velha”, que não soube corrigir tais erros. Dentro desse processo, coube às Forças Armadas brasileiras um papel muito claro: a execução de uma “medida patriótica”. Essa empreitada cultural-militar significou uma violenta opressão da identidade teuto-brasileira. Como o Nordeste do Brasil não tinha sido atingido pela imigração, ele era considerado uma “reserva da brasilidade”. Por isso, muitos militares de origem nordestina foram enviados para as regiões em que predominava a presença de descendentes de alemães, no Sul do Brasil, para lá levar a cabo a medida da “brasilianização” e acabar com a identidade teuto-brasileira. 1 O Prof. Dr. João Klug é docente na Universidade Federal de Santa Catarina. Esteve em Berlim de março de 2003 a fevereiro de 2004, como bolsista da CAPES, para fazer pesquisas no Arquivo Evangélico Central, no Arquivo Histórico Federal e no Instituto Ibero-Americano. As suas áreas de pesquisa são o da imigração alemã no Brasil e o da relação entre as escolas e a igreja evangélica no Sul do Brasil; imigração e meio ambiente. 2 Tramontini, Marcos Justo: A organização social dos imigrantes. São Leopoldo: Ed. UNISINOS 2000, pág. 140. 3 Apud Cristina Ferreira, “Identidade e cidadania na comunidade teuto-brasileira do Vale do Itajaí”, in: Cristina Ferreira e Méri Frótscher: Visões do Vale. Perspectivas historiográficas recentes, Blumenau: Nova Leras 2000, pág. 79.


Karin Beier Nascida em 1965, em Colônia, funda aos 21 anos o grupo de teatro Countercheck Quarrelsome, com o qual lança as radicais e modernas encenações em inglês de Shakespeare. “Romeu e Julieta” e “Sonho de uma noite de verão” são convidadas para o Festival Berliner Theatertreffen. A partir de 1995, ocorrem encenações em Hamburgo, Munique, Hannover, Bonn, Bochum, Zurique e Colônia. Por cinco anos trabalha como diretora no Burgtheater em Viena (Burgtheater Wien). A partir da temporada 2007/2008 torna-se diretora artística do teatro municipal de Colônia (Schauspiel Köln). Suas encenações “Os Nibelungos”, “O Velocino de Ouro” e “Feios, Sujos e Malvados“ são convidadas para o festival de teatro de Nordhein Westfalen “westwärts”. Em 2009, ganha pela encenação de “O Velocino de Ouro” o prêmio “Faust”. Durante a temporada 2009/10, encena “O Rei Lear” e “Feios, Sujos e Malvados“, esta última convidada para o Berliner Theatertreffen 2010 e eleita Encenação do Ano pela revista Theater heute – também os críticos elegem o Schauspiel Köln com maioria absoluta o Teatro do Ano. Após as premiações concedidas também pela revista Die deutsche Bühne como contribuição de excelência para o desenvolvimento contemporâneo do teatro e as primeiras colocações em Welt am Sonntag e em Theater pur coroam esta escolha como o êxito da temporada 2009/10. Karin Beier abre a temporada 2010/11 com a trilogia de Elfriede Jelinek “Das Werk/Im Bus/Ein Sturz”, sendo as duas últimas, estreias mundiais. Essa encenação é convidada para o Berliner Theatertreffen 2011 e destacada no livro anual como Encenação do Ano. Os críticos elegem em 2011 o Schauspiel Köln também como “Teatro do Ano”. No início da temporada 2013/14, Karin Beier assume a direção artística do Deutsches Schauspielhaus em Hamburgo.


Sesc - Serviço Social do Comércio Administração Regional no Estado de São Paulo Presidente do Conselho Regional Abram Szajman Diretor do Departamento Regional Danilo Santos de Miranda Superintendências Técnico-social Joel Naimayer Padula | Comunicação Social Ivan Giannini | Administração Luiz Deoclécio Massaro Galina | Assessoria Técnica e de Planejamento Sérgio José Battistelli Gerências Ação Cultural Rosana Paulo da Cunha Adjunta Flávia Carvalho Assistentes Armando Fernandes, Sergio Luis e Sidnei Martins | Estudos e Desenvolvimento Marta Colabone Adjunta Andréa Nogueira Assistente Ioná Damiana | Artes Gráficas Hélcio Magalhães Adjunta Karina Musumeci Sesc Pompeia Elisa Maria Americano Saintive Adjunta Cecilia C. M. Pasteur Coordenadora de Programação Ilona Hertel Coordenadores de Áreas Ana Carolina Rovai, Carlo Alessandro, Marcelo Coscarella, Nelson Soares da Fonseca, Ricardo Herculano e Roberta Della Noce Produção Rodrigo Eloi

Goethe-Institut Presidente do Goethe-Institut Mundial Prof. Dr. h.c. Klaus-Dieter Lehmann Diretor do Goethe-Institut São Paulo e da Região América do Sul Dr. Wolfgang Anton Bader Diretora da Programação Cultural Laura Hartz Coordenadora da Programação Cultural Isabel Hölzl Coordenadora da Temporada Alemanha+Brasil 2013-2014 Gabriele Stiller-Kern Coordenadora Adjunta da Temporada Alemanha+Brasil 2013-2014 Alexandra Roehr Coordenadora de Comunicação Simone Malina


brasilien. 13 caixas Uma exposição humana de Karin Beier Com um epílogo de Elfriede Jelinek

Direção: Karin Beier Cenário: Johannes Schütz Direção musical: Jörg Gollasch Filmagens: Jorge Bodanzky Direção de vídeo: Meika Dresenkamp Figurinos: Hanna Petersen Coreografia: Valentí Rocamora I Torà Pesquisa Hamburgo: Sybille Meier Pesquisa Joinville: Marina Vershagem Luz: Annette ter Meulen / Susanne Ressin Som: Hans-Peter Gerriets Assistente de direção: Hauke Kleinschmidt Elenco: Alexandre Krug, Hans-Malte Witte, Mariana Senne, Markus John, Martin Pawlowksy, Michael Wittenborn, Rosemary Hardy, Ute Hannig e Yorck Dippe Figurantes: Ligia Nicacio, Lilian Prado, Lucas Iglessias e Marina Silva e Santos | Crianças: Käthe John, Lotte John, Minna John, Momo Beier, Pedro Oliveira Vicente Ribeiro, Sipatete Anairã D’Albuquerque Costa e outros | Monitores: Alexandre Zampieri, Everton Bertucci, Lais Uesato e Renato Caetano Tradução do texto de Elfriede Jelinek: George Bernard Sperber Agradecimentos: Eckhard Kupfer, diretor do Instituto MartiusStaden; Dilney Cunha – Casa da Memória/Museu da Imigração, Joinville; Maria Teresa V. Nogueira Abdo, Catanduva; Horst Happel, Mirassol; Comunidade Luterana do Bairro Pires e de Limeira; Casa Por do Sol, Joinville. Direção de produção: Carminha Gongora, Matthias Pees e Ricardo Muniz Fernandes | Produção: prod.art.br | Direção Técnica: Júlio Cesarini | Coordenação técnica: André Lucena (som), Ana Irias (iluminação), Evandro Vieira Machado Almeida e Gabriel Dias Franco de Godoy (vídeo) | Assistentes: (iluminação) Rodrigo Correa, Pedro Melão, Julia Gomes e Patricia Savoy | Montagem Wanderley Wagner da Silva, Roberto Silva, Paulo Ricardo, Nelson Fracola, Wiliam Torres e Meycron Santos | Cenotécnicos Amauri de Amorim, Giovanni Peixoto e Wiliam Zimolo | Produção Executiva: Cynthia Domenico e Iramaia Gongora | programa Direção de Arte: Ricardo Muniz Fernandes | Design gráfico Érico Peretta Realização: Sesc São Paulo e Goethe Institut Coprodução: Deutsches Schauspielhaus in Hamburg e prod.art.br Patrocínio: Fundação Federal de Cultura da Alemanha



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