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De um tempo infeliz e homens obstinados

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Prefácio2

Prefácio2

De um tempo infeliz e homens obstinados

Não sobra azul para a paloma ou a beleza virgem neste tempo infeliz e como é infeliz a permanência da larva nas indiferença feito bolor que impede o brilho sempre dessemelhante.

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O trauma tribal é feio um complexo de pequenêz, antítese refeita para o almoço que intensificou a cruel disputa de postos primos em violência inquisidora e pestilência com cabeças e troncos nus cozidos em óleo de baleia e algumas ervas.

Séculos inteiros foram menos pudícos e covardes. E o meu pensar não pode ser clandestino e vil, servil e volátil, posto que é a covardia periférica apregoada ao futuro que encobriu o desvelar do que parece perdido para sempre, pendido como corpo pela forca, pela força das horas, bebidas de bronze, marcas de cruz e cama, horas a fio.

Um ode às datas em ferro e aos bustos pétreos. Sabe-se do absurdo pelo que a história nega o luto de modo que é em si generosa não fosse fruto de Esparta. Estes homens não vieram consigo mesmo e em espécie ou bando. São fantasmas carregando nos ombros a história de mortandade servil.

Os minutos decorriam e negros amarelaram, brancos ruborizaram, amarelos enegreceram e suas castas com craxás não diziam “entrem” mas “sou”: um erro fatal, pois não estavam em casas próprias e eram homens inteirados pelos sentidos violáceos de perda.

Os imbecis, por que não eram bons ou generosos, sufis classificados, foram ali presentes diante do fluxo da vida carregando o excesso de um mundo sem trilhos brilhantes e pontes pênsil sobre o desfiladeiro da fé fertilizada por “achismos”. Um mundo que não caberá na ideologia das dívidas de morte mas no prescindir idéias toscas e humilhantes de ferro e fogo num cárcere que tiranos negariam a si como ser para salvar-se.

Alguns homens sempre vão e vêm obstinados por um bem comum, mas não são homens de fato, mas uma leva traquina a adorecer o espírito e insulflar as massas.

Estou pronto: mata-me, minha régia delonix, meu amor, meu flamboyant a sangrar pelas esquinas do mundo sempre só, solitário, sozinho numa couraça, tez de amianto, que eu chamo de vida.

Dedicatória:

Neste mundo ser feliz é complicado mesmo e bem mais fácil é sofrer como bem diz o poeta e músico gaúcho Nico Nicolaiewski, falecido em 2014 em decorrência de complicações relacionadas à Leucemia Mielóide Aguda. Ele tinha 56 anos, minha idade em que terminei de compilar, enfeixar e tentar converter, TEZ DE AMIANTO como um MISSAL com estas minhas orações principais e outras rezas que levo comigo para acompanhar-me qual cerimônia de adeus. Então dedico ao Nico, ao Galileu Arruda, ao Jerônimo Jardim, ao amigo Paulo Farret ( todos músicos e poetas gaúchos, companheiros dos meus verdes anos) que me deu guarida e afeto quando ainda éramos tão jovens em Porto Alegre, a mesma Porto Alegre que vivi e viu nevar em agosto de 1984 e me mostrou que ser feliz seria complicado, mais fácil é sofrer mesmo...

Tristan Tell Abril – 2022

Biografia

Tristan Tell é Bacharel em Comunicação, habilitado em Cinema pela FAAP, turma de 1986-90, com mais de 25 anos de experiência em veículos de comunicação como TV Record, TV Bandeirantes, TVA, TV Clima Tempo, Rede Unimed, Bancos privados e diversas outras mídia impressa e digital. Dramaturgo, autor e diretor da Peça A Espinha Dorsal, Músico com várias participações em Festivais de Música pelo Brasil. Autor do livro de poesia Bastardo Bliss - Coisas que te ajudam a morrer! Atualmente é CEO na VERVE EDITORA DIGITAL e www.vervenews.com.br

Jornalista acidental é pai da Bia, Bah, Beh, Bento e Maria Clara. Avô da Aurora. Casado com Adriana de Assis, companheira, amiga e amante por mais de 25 anos.

@tristan_tell_seixas - www.tristantell.com.br

Foto Capa: @floragiohdonatella @scarlaty.bene

Este livro foi composto em fonte Calibri, impresso no formato 12,5 x 18 cm em offset 90 g/m2, com 102 páginas. Abril de 2022.

APÓS 25 ANOS SEM ESCREVER QUALQUER PALAVRA, O CINEASTA, MÚSICO E POETA TRISTAN TELL NOS TRAZ SEU SEGUNDO LIVRO REPLETO DE AFORISMO, ALGUMA POESIA E MUITOS DESAFOROS...

TEZ DE AMIANTO

tez/ê/substantivo feminino 1. superfície fina de qualquer coisa.epiderme, esp. a do rosto; cútis. 2.”t. morena”

O amianto, também conhecido como asbesto é uma fibra mineral natural, de textura sedosa, que é extraida de rochas cuja composição química consiste em silicatos hidratados de ferro e magnésio, que também podem conter cálcio e sódio.

www. vervenews.com.br Verve Editora Digital - Ano VI

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