Resumo

Partindo do princípio de que o espaço é uma construção social, o presente trabalho propõe-se a questionar se a cidade contemporânea não é um reflexo de um pensamento patriarcal intrínseco na sociedade. Contesta-se a invisibilidade da mulher no processo de construção dos espaços públicos e o seu efeito hostil na malha urbana, uma cidade que não lhe proporciona acolhimento e segurança. Explana-se a constante associação das mulheres a esfera privada, ao espaço doméstico, e a necessidade de assegurá-la o direito à moradia digna. Com a compreensão de que inúmeras vezes a mulher foi silenciada, o processo participativo é uma forma dá-las voz, e para tanto, foi realizada uma dinâmica com as mulheres moradoras do Jardim Celeste, bairro na zona sudeste de São Paulo, em que a escuta foi o ponto de partida a elaboração de propostas. Dito isso, foi desenvolvido um projeto urbano baseado em intervenções pontuais e apoiado em necessidades reais, que busca melhorar o cotidiano dos usuários.