GBC REVISTA
BRASIL
ANO1 / Nº2 / 2014
CO N S T R U I N DO
U M
F U T U RO
GREENBUILDING BRASIL 2014: POSIÇÃO DO BRASIL CONSOLIDA-SE NO CENÁRIO MUNDIAL Centro Empresarial Senado: arquitetura que revitaliza o entorno. Processo integrado reforça multidisciplinaridade Parque da Cidade busca selo LEED ND em prol do compromisso com a cidade
SU ST EN T Á VEL
2015
6ª
11 a 13 de agosto de 2015 Transamerica Expo Center | São Paulo-SP
Água
Qualidade
Produto
Energia
Água
Qualidade
Materiais
Energia
Arquitetura & Projetos
opção 1
O EDIÇÃ
Arquitetura e Projetos
opção 2
A FEIRA DE NEGÓCIOS DA CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL opção 3
Garanta seu espaço, contate nossa equipe comercial:
Apoio Institucional
David Reyes +55 11 3893-1309 | david.reyes@clarionevents.com
Apoio de mídia
Apoio Especial
Realização
www.expogbcbrasil.org.br
Organização
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO MEMBROS DO CONSELHO Manoel Gameiro - Trane - Presidente José Moulin Netto - Vice presidente José Cattel - Alcoa Celina Antunes - Cushman & Wakefield Mark Pitt - Sherwin Williams Rafael Rossi - Rossi Residencial Hugo Rosa - Método Carmen Birindelli - WTorre Daniela de Fiori - Walmart
Um ano de grande força no setor
Convidada: Thassanee Wanick CONSELHO FISCAL Renato Alahmar - 3M Guido Petinelli
O ano termina ainda sob a repercussão do enorme sucesso que foi o 5º Expo Greenbuilding, consolidando-se como o fundamental evento do setor da construção sustentável em nosso país. Por este motivo, esta edição é dedicada aos conteúdos e informações mais relevantes difundidas no evento.
DIRETOR GERENTE Felipe Faria
Diante dos desafios constantes do mercado sustentável, estaremos acompanhando mais de perto a trajetória das empresas, as propostas e estudos dos consultores e fomentando a troca constante de informação, levando a todos os nossos leitores e assinantes um conteúdo de qualidade e confiável.
EDITORA VIDA IMOBILIÁRIA BRASIL DIRETOR EXECUTIVO Luiz Sampaio lsampaio@vidaimobiliaria.com.br JORNALISTA Bruna Dalto - MTb 72943 revistagbc@gbcbrasil.org.br
Para 2015, o que se espera é a constante busca pela causa sustentável e a consolidação da posição do Brasil no cenário global das certificações.
COMERCIAL comercial@vidaimobiliaria.com.br FINANCEIRO Ana Maria Carvalho acarvalho@vidaimobiliaria.com.br
E também fortalecer a proposta da revista GBC Brasil como referência dentro desse mercado.
DESIGN GRÁFICO E EDITORIAL Yellow Group
© Bianca Wendhausen
Boa leitura a todos!
LUIZ SAMPAIO DIRETOR EXECUTIVO Vida Imobiliária Brasil
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REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO VIDA IMOBILIÁRIA BRASIL Rua Apotribu, 139 – conj 93 Saúde - São Paulo - SP CEP 04302-000 Tel/Fax: 11 3565-0536 www.vidaimobiliaria.com.br
índice
EDITORIAL....................................................> 3 COLUNA GBC...............................................> 6
GREEN PAGES
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO...........> 8
INOVAÇÃO...................................................> 12 PROJETOS EM DESTAQUE..........................> 16
CAPA
GREENBUILDING BRASIL 2014.................> 22
EXPO GBC 2014 ..........................................> 32 GREEN CHOICE AWARDS ..........................> 36 PROCESSO INTEGRADO.............................> 38 ND/URBANISMO..........................................> 42 REFERENCIAL GBC BRASIL CASA...............> 46 TENDÊNCIAS................................................> 52 ECONOMIA..................................................> 54
GUIA DE MATERIAIS......................> 58
PLATAFORMA..............................................> 64
DEPOIMENTOS........................................> 66
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EarthWise™ CenTraVac™ Resfriador Centrífugo Primeiro resfriador com declaração de produto ambiental.
Desenvolvido por youcanmkt.com
Primeiro e único do mundo a receber o registro de Declaração de Produto Ambiental (Environmental Product Declaration), em linha com os requisitos da norma ISO 14025. Tal registro qualifica o resfriador a obter crédito material e de recursos para otimização e divulgação do produto na construção conforme a versão 4 da certificação LEED® (Leadership in Energy and Environmental Design). Extremamente rigorosa, a avaliação do ciclo de vida realizada conforme os padrões ISO considera todas as fases do resfriador, incluindo a produção inicial das matérias-primas - como o cobre e o aço -, o consumo de energia durante sua vida útil média de acordo com o Air Conditioning, Heating and Refrigeration Institute (AHRI) e a recuperação de metais ao final da vida útil do equipamento.
Esperamos a sua visita na Expo Greenbuilding Brasil, que será realizada de 5 a 7 de agosto no Transamerica Expo Center em São Paulo - SP. O nosso stand está localizado na rua B, número 7. Venha conhecer as inovações da Trane.
© Trane 2014. Todos os direitos reservados. A Trane pertence à família de marcas da Ingersoll Rand, incluindo Club Car®, Ingersoll Rand® e ThermoKing®. A Ingersoll Rand é um líder mundial na criação e sustentação de ambientes seguros, confortáveis e eficientes
coluna gbc
Consolidação de uma marca Participação de delegações e números gerais da 5ª edição do Greenbuilding Brasil, conferem ao GBC Brasil uma forte liderança no cenário internacional da construção sustentável.
A
5º edição do Greenbuilding Brasil Conferência Internacional e Expo consolidou a Organização, nossos Membros e parceiros como uma das principais lideranças do movimento global de construção sustentável. Foram 4500 visitantes, que vieram de praticamente todos Estados do país, além de 36 delegações estrangeiras. Nossa nova plataforma global de definição do conteúdo técnico educacional, “Call for Proposal”, reuniu cerca de 160 propostas vindas de todas regiões do mundo. Em 2014 foram 141 palestrantes, sendo 50 internacionais. A combinação entre atração das grandes marcas, presença no mercado em relação aos principais empreendimentos e geração de negócios, bem como o rígido e competitivo processo de definição de conteúdo garantiram o alto nível técnico e profissional do Greenbuilding Brasil. Profissionais renomados e com larga experiência foram palestrantes, expositores e participantes da 5º edição. As soluções expostas, os temas discutidos e as conquistas celebradas evidenciam nosso alinhamento com os anseios de nossa sociedade no que tange a elevação do
padrão técnico do mercado, a maximização do planejamento de modo a alcançar eficiência em sentido amplo, a qualidade ambiental interna sendo fortemente discutida em escolas e hospitais por auxiliar na capacidade de aprendizado de alunos e recuperação de pacientes, nosso movimento ingressando fortemente na questão da edificação inserida em um contexto de planejamento urbano onde transporte, segurança, bem estar e qualidade de vida são prioridades. Do ponto de vista organizacional, o GBC Brasil orgulha-se e agradece imensamente a participação de todos nossos expositores por liderarem o desenvolvimento da economia verde do nosso setor, em especial aos nossos patrocinadores, a saber: Chevrolet, Daikin, Midea Carrier, Deca, CBA Votorantim Metais, Docol, Trane, Bayer, Bosch, Citibank, CTE, Cushman & Wakefield, Gerdau, Libercon, Otec, Otis, Shaw Contract Group e Tarket. A equipe do GBC Brasil, parceiros e empresas associadas espera encontrar todos na próxima edição da Conferência Internacional e Expo, Greenbuilding Brasil nos dias 11 a 13 de Agosto de 2015.
FELIPE FARIA, DIRETOR Green Building Council Brasil
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ENTREVISTA
Fernando Henrique Cardoso O sociólogo, cientista político, filósofo, professor universitário e ex-presidente da república, Fernando Henrique Cardoso, foi o keynote speaker do 5º Greenbuilding Brasil, e através de sua vasta experiência como estadista brindou a todos os presentes na cerimônia de abertura com as convicções que nortearam seu período como chefe de estado, em que confrontou as principais nações do mundo desenvolvido no momento em que se discutiam as questões relacionadas ao aquecimento global colocando frente a frente o posicionamento dos países emergentes e das nações desenvolvidas. Nesta entrevista exclusiva, Fernando Henrique Cardoso reafirma a atualidade destas discussões e a importância do movimento sustentável liderado em nosso país pelo Green Building Council Brasil. 8
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Atualmente milhares de Organizações sem Fins Lucrativos militam na área da sustentabilidade, buscando transformações sistêmicas no que tange as atividades de mercado, ações públicas ou práticas de consumo, equilibrando os aspectos sociais, ambientais e econômicos. A que o Sr. credita o surgimento e a força destes movimentos? FHC. Estes movimentos são típicos das sociedades contemporâneas que se organizam “em redes”: associações voluntárias, ong’s, grupos de internet etc. Elas têm a ver com a diminuição da capacidade do poder público de atender às demandas sociais, que são crescentes, e têm a ver também com o fato de vivermos em uma sociedade do conhecimento, ativada pelo desenvolvimento tecnológico e pela ampliação das informações via internet. Já temos discussões na ONU acerca do PIB Verde, considerando vertentes sociais, ambientais e econômicas para sua mensuração, certo que, crescimento do PIB sem melhoria de serviços públicos e qualidade de vida não é sinônimo de avanço. A receita gerada pela contratação de segurança privado, por falta de segurança pública nas cidades, deixará de ser um número bem visto na mensuração do PIB, ao contrário da compra de painéis fotovoltaicos para geração de energia renovável. Estamos iniciando uma nova "revolução industrial"? FHC. Sem dúvida a “revolução industrial” típica do século XIX, a da máquina a vapor e etc, pertence ao passado. As sociedades do conhecimento contemporâneas têm muito mais
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a ver com os meios de transporte rápidos e com a velocidade da informação do que tinha a velha sociedade industrial. Nas novas, a qualidade de vida pesa mais que o produtivismo, os serviços se expandem mais rapidamente do que as fábricas, estas são “limpas” ecologicamente e os cidadãos, sendo consumidores, exigem qualidade em tudo, incluindo no meio ambiente e na sustentabilidade a longo prazo das condições saudáveis de vida no planeta. Conhecendo a máquina pública Brasileira e acompanhando o descrédito político frente inúmeros escândalos de corrupção, por vezes atribuídos a razões sistêmicas, quais mudanças políticas estruturais devem ser consideradas para que os diferentes níveis de Governo possam maximizar esforços e se apresentarem capazes de acelerar o desenvolvimento da chamada economia verde, alinhando desenvolvimento econômico com redução dos recursos naturais, mitigações dos impactos sócio ambientais, melhoria da qualidade de vida e bem estar? FHC. A mais urgente é a reforma política, que implica em mais informação e mais transparência. Para me limitar a poucos pontos: proibir que partidos que não atinjam um porcentual mínimo de votos tenham acesso aos recursos do Tesouro (Fundo Partidário) e representação própria no Congresso; proibição de alianças entre partidos nas eleições de deputados e vereadores; financiamento privado restrito às pessoas físicas ou a empresas, mas com limite baixo (um milhão de reais, se tanto, por empresa) com proibição de doar a mais de um candidato majoritário ou a mais
de um partido nas eleições proporcionais; restrição do marquietismo na propaganda gratuita pela TV. Com um Congresso mais representativo será mais fácil exigir legislação que proteja o meio ambiente, que cuide das pessoas e sobretudo que transforme a prestação de serviços pela exigência de qualidade profissional dos funcionários públicos, em lugar do atual sistema de apadrinhamento e nomeação de militantes para cargos que vão ser importantes nos serviços sociais dos governos (educação, saúde, trânsito, etc...) Diversas edificações existentes que passaram por reformas visando certificação de construção sustentável conseguiram, com baixos investimentos, reduzir cerca de 20% o consumo de energia e 30% o consumo de água. Diante a grande oportunidade das reduções, as taxas de "pay back" são de curto prazo. Eficiência energética e uso racional de água despontam como um negócio rentável e alinhado com as necessidades do país. Cabe somente ao Governo estimular a prática da reforma nas edificações com foco em eficiência? As Instituições Financeiras devem auxiliar de forma mais agressiva neste processo de reforma? FHC. Sem que o poder público participe, regulamentando e incentivando a construção verde, o setor privado, por si só, será insuficiente para uma evolução mais rápida na matéria. Mas isso não pode ser escusa para que as instituições financeiras deixem de auxiliar este processo fundamental de mudança na direção de construções mais afins com a melhoria da qualidade delas e de sua sustentabilidade ecológica.
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O Sr. participou como "Keynote Speaker" da 5º edição do Greenbuilding Brasil, onde as principais lideranças da indústria nacional e internacional de green building estavam presentes e ovacionaram de forma eloquente sua explanação. Como foi esta experiência junto à comunidade de green building e qual a importância das atividades do Green Building Council Brasil para o país? FHC. Para mim foi muito prazeroso ver que a comunidade empresarial prestigia o Green Building Council do Brasil e que este é uma alavanca importante para que possamos ingressar, de fato, no rol dos países que pertencem ao que se chama de sociedades não só modernas, mas contemporâneas, que querem ver o PIB crescendo, mas, sobretudo, querem que a maioria seja incluída no desenvolvimento do país e se beneficie de uma qualidade de vida melhor.
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Primeiro EcoCommercial Building da América Latina conquista
LEED-NC Platinum
Projeto já existente em seis países traz ao Brasil novo conceito em construção sustentável para edifícios comerciais 12
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pós dois anos de estudos de viabilidade a Bayer Material Science, uma das divisões de negócios do Grupo Bayer lançou o primeiro EcoCommercial Building (ECB) da América Latina. Inaugurado em São Paulo, o edifício foi criado para conscientizar o mercado da construção civil sobre os diferentes materiais e tecnologias disponíveis em prol da sustentabilidade. Nele, será possível transferir a energia solar não utilizada no edifício para outros prédios localizados dentro da sede da empresa. Com um modelo de construção industrializado, que gera economia significativa de mão-de-obra, além de garantir maior agilidade e um amplo conjunto de soluções que diminuem o uso de equipamentos elétricos, como isolamento térmico e elementos de entrada de luz natural, o impacto no custo foi equivalente ao de uma obra tradicional de mesma proporção.
Eco Commercial Building: Programa Global da Bayer para desenvolvimento de edifícios sustentáveis adaptados ao clima de cada região do planeta. • ECB BÉLGICA (2009) – Eficiência energética 40% - Geotermia + Solar • ECB ALEMANHA (2009) – Autossuficiente – Geotermia + Solar • ECB EUA (2010) – Autossuficiente - Solar captada nas fachadas e teto • ECB ÍNDIA (2011) – Autossuficiente – Maior pontuação LEED no Mundo (Platinum) • ECB CHINA (2013) – Autossuficiente – Energia solar • ECB BRASIL (2014) - Autossuficiente – Energia Solar+ Tec. passiva + Clima brasileiro
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Ao levar em consideração as particularidades do local onde o edifício foi erguido, na sede da Bayer, houve uma queda significativa no custo de operação do prédio, que consome muito menos energia e água, além de ter uma maior durabilidade para uso em função dos materiais utilizados. Itens como ventilação, iluminação natural, aproveitamento de água da chuva, utilização da energia solar e até a temperatura também foram implantados com máxima importância. “A soma disso ressultou em um prédio com alta eficiência energética e 98% de insumos produzidos por empresas locais”, comenta Fernando Resende, Head do EcoCommercial Building no Brasil. “Considerando as megatendências previstas para as próximas décadas, edifícios como este podem se tornar soluções de médio a longo prazo para esta questão, pois são capazes de economizar até 100% de energia, como já acontece em outros ECB no mundo”, reforça. Para viabilizar a construção do ECB e de prédios sustentáveis para o mercado de construção em geral no Brasil, a Bayer conta com o apoio de 13 empresas parceiras, que fazem parte de um grupo de mais de 90 companhias no mundo todo. Cada uma, dentro de sua expertise, contribui significativamente para a realização de tais projetos.
Principais características do ECB Brasil • • • • • • • • • • •
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Início operação: Fevereiro 2014 Concepção sistêmica: planejamento + tecnologias + operação Integração com o clima para melhores resultados Baixa emissão de carbono Tecnologias disponíveis no Brasil Custo final competitivo Alta eficiência uso da água > 50% Qualidade nos ambientes internos Materiais duráveis Alta eficiência energética > 70% Avanço energético anual simulado positivo: excedente retorna para o site
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Energia solar Certificação LEED-NC Platinum Desempenho em tempo real: energia, água e emissões Soluções baseadas em tecnologias e expertise de parceiros do Programa ECB Confira abaixo os principais detalhes aplicados pelo Programa EcoCommercial Building no Brasil:
Energia e conforto · Bayer Material Science As coberturas e as fachadas do EcoCommercial Building são feitas com chapas de policarbonato Makrolon® de alto desempenho. O material permite que a luz natural seja aproveitada, retendo até 50% do calor, com baixíssimo peso, o que reduz custos com estruturas. Painéis com núcleo de poliuretano (PU) garantem o isolamento térmico do edifício, reduzindo até 90% o calor transmitido por coberturas e paredes. Além disso, a tecnologia diminui significativamente a espessura de isolamento e possibilita grande velocidade de execução. Para tornar o ambiente mais saudável e aumentar a durabilidade do prédio foram aplicadas tecnologias de PU a base de água em tintas, adesivos e selantes. · Parceiro: Thermopol Isolamento térmico em spray de secagem rápida. O material é aplicado em coberturas e fachadas existentes para garantir maior conforto térmico e menor consumo de energia, sem interromper a operação do edifício. · Parceiro: Schneider Electric Sistemas de automação e controle – em tempo real – a fim de garantir menor consumo de energia, melhor aproveitamento de luz e
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ventilação natural. Além de tecnologia para utilização de energia solar. · Parceiro: Bosch Sistemas de aquecimento de água solar e a gás, ferramentas elétricas, que trazem mais produtividade. Soluções focadas em segurança, que vão desde o controle de acesso até o monitoramento e proteção contra incêndio.
Acessibilidade · Parceiro: Andaluz Acessibilidade e Acesso Adequação e sinalização para pessoas com deficiências físicas e visuais.
Materiais Sustentáveis · Parceiro: Artecola Selantes, espumas de fixação, adesivos e impermeabilizantes – da linha AFIX – que contém baixo teor de COV (Compostos Orgânicos Voláteis), seguindo o conceito de reciclar, reduzir e reutilizar. · Parceiro: Grupo FCC Argamassa DunDun: material polimérico especialmente desenvolvido para o assentamento de tijolos ou blocos na construção de paredes com aplicação direta em bisnaga, sem a necessidade de adição de outro ma-
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terial. O produto, à base de água, tem baixa emissão de COV e também contribui para o aumento da produtividade na obra em até três vezes. · Parceiro: Henkel Linha de adesivos à base de poliuretano: Loctite PURBOND® para colagem dos elementos estruturais do forro do edifício. Livre de formaldeído, o adesivo também é isento de solventes e, consequentemente, inodoro. Linha de selantes com tecnologia Flextec®: Cascola Flextec FT 101 para juntas de dilatação e acabamento de louças sanitárias. Livre de solventes orgânicos, possui tecnologia exclusiva que sela, une, fixa e preenche a maioria dos materiais. É certificado com o Selo SustentaX, que atesta a qualidade do produto para construções verdes. · Parceiro: NS Brazil Ampla linha de pisos, resinas, impermeabilizantes e revestimentos, com baixo teor de COV.
Tratamento e reuso de água · Parceiro: Aquabrasilis Tratamento da água da chuva utilizada no espelho d’água localizado no edifício, e bacias sanitárias – que totalizam 33% de economia no consumo de água geral.
Consultoria · Parceiro: Command Commissioning Consultoria em comissionamento do edifício, item necessário para a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design). A empresa colabora para que todos os requisitos de sustentabilidade e operação do edifício projetados sejam implementados. · Parceiro: Cushman&Wakefield Consultoria responsável pelo processo de certificação LEED, concedido pelo USGBC, através do GBCI (Green Building Certification Institute). O LEED faz parte de um sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações, utilizado em 143 países. A certificação incentiva a transformação dos projetos, obra e operação das edificações, sempre com foco na sustentabilidade de suas atuações. · Parceiro: Loeb Capote Responsável pelo projeto de arquitetura do edifício. O escritório desenvolveu o conceito com o que há de mais moderno em termos de construções sustentáveis, sem deixar de lado a estética e o conforto de seus ocupantes. · Parceiro: TÜV Rheiland Serviços de consultoria em construção sustentável, envolvendo comissionamento técnico de edifícios e certificações diversas.
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projeto em destaque
Colégio Positivo: LEED for Schools - Gold O LEEd certificou, no dia 11 de junho, a primeira escola nível ouro no Brasil, o Colégio Positivo Internacional
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projeto em destaque
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naugurado em 2013, o Colégio possui 7.000 m², compostos por dois blocos de dois pavimentos e está localizado em Curitiba/ PR. Sua construção já era pautada com critérios sustentáveis, com ênfase no aproveitamento de iluminação natural e ventilação natural, contudo não havia interesse na certificação. “Quando fomos contratados, o design da escola já estava concluído. A primeira coisa que notei no projeto foi a arquitetura excepcional. A iluminação natural já tinha sido cuidadosamente considerada e já havia ventilação cruzada nas salas de aula”, contou Guido Petinelli, diretor Geral da consultoria Petinelli. “Sugerimos a oportunidade de conquistar o LEED e eles estavam abertos para a oportunidade. O desafio era fazê-lo sem incrementar o investimento pré-estabelecido. E nós conseguimos”, completou. Um dos principais diferenciais nas salas de aula do Colégio Positivo Internacional é o conforto térmico experimentado, mesmo sem a presença de ar condicionado. Isso é proporcionado pela ventilação natural cruzada, com a presença de amplas janelas e porta em lados opostos das salas, além de vidro laminado nas janelas, capaz de permitir a entrada de luz, mas não de calor. Outro ponto que permite o conforto térmico é o telhado branco de todo o prédio, que reflete os raios solares e evita as chamadas ilhas de calor.
Iluminação
Através de estudos luminotécnicos detalhados, foi possível reduzir o número de luminárias por sala, de 12 para 9. Para não comprometer o nível de iluminância, foram especificadas luminárias mais eficientes. Seu custo mais elevado é compensado pela redução da quantidade de equipamentos instalados. De acordo com Petinelli foi possível reduzir cerca de US$ 600 por sala de aula, num total de 25 salas e investir esse dinheiro em outras partes do edifício. Ao utilizar equipamentos eficientes, especificar superfícies claras e dimensionar o sistema corretamente foi possível reduzir em 42% a potência do sistema de iluminação. A densidade de potência de iluminação (DPI) das salas de aula do Colégio Internacional (8,43 W/m2) é a metade da potência das demais escolas existentes no Grupo Positivo (17,3 W/ m2). A iluminação de todas as salas, corredores, banheiros e escritórios, é controlada através de sensores de presença. A economia de energia, que era da ordem de 42% devido à redução de potencial de iluminação, melhorou para 48% com a adição dos sensores de presença.
Preocupação com a água •
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Arejadores foram instalados nas bicas das torneiras, misturando ar à água e diminuindo a evasão: 1,8 litro por minuto em vez dos seis litros por minuto de uma torneira comum. A água da chuva é reaproveitada, sendo armazenadas em três reservas com capacidade para 5 mil litros cada. O paisagismo foi pensado para evitar ao máximo a irrigação artificial, contando apenas com plantas nativas do Paraná. Quando a irrigação é necessária, são usadas as águas pluviais armazenadas nas reservas.
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Arquitetura que revitaliza o entorno:
Centro Empresarial Senado
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m empreendimento bem sucedido muda por consequência seu entorno. Porém nem sempre o incorporador ou o arquiteto consegue interferir nestas consequências em função das várias restrições da legislação. O poder público e também os incorporadores, muitas vezes, não conseguem ver ou antever estas interferências e só conseguem identificar os benefícios
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quando a ocupação muitas vezes é pressionada pelo mercado. São Paulo é um exemplo típico de uma enorme variedade de situações como estas onde o mercado força a mudança do zoneamento. A maioria dos projetos urbanos de uma cidade é feita com um zoneamento preliminar sem atualização. O mercado é quem dita as regras do desenvolvimento e muitos bairros entram em decadência por falta de visão e
planejamento das entidades públicas que muitas vezes não sabem o que fazer. “Somente a partir de o fato estar consumado é que o poder público entende os erros e acertos da revitalização dos entorno”, afirma o arquiteto Edo Rocha. “O importante é que as cidades ou bairros tenham um projeto inicial feito por um urbanista que crie as diretrizes para implantação correta das vias e dos serviços públicos necessários e que va-
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projeto em destaque
lorizem e criem núcleos de interesse e crescimento sustentável do entorno”, completou. Segundo Rocha, existem vários pontos importantes para aproveitar o melhor de um terreno para valorização dos investimentos: - Conhecer as restrições legais, qual o potencial construtivo e que limites são impostos pela legislação e pela prefeitura; - Saber qual é a vocação do terreno tanto pelas restrições de uso impostas pela prefeitura/zoneamento como pelas opções das vocações que o terreno tem em relação ao mercado; - Compreender as características físicas do solo e do subsolo, orientação e localização, sendo esta, muitas vezes, um fator determinante da vocação do terreno; - Entender qual é o produto que o incorporador quer e como adaptá-lo ao terreno ou qual é a melhor proposta de produto arquitetônico a ser projetado e construído.
WTorre S.A. Fundada em 1981 10 milhões m² construídos Mais de 507.000 m² certificados pelo USGBC e mais de 406.000 m² em processo de certificação Atua nas áreas de engenharia e construção, propriedades comerciais, desenvolvimento imobiliário, centros logísticos, shoppings centers, entretenimento e infraestrutura.
CENTRO EMPRESARIAL SENADO PETROBRAS O CES foi um projeto que compreendeu todas as dificuldades da legislação e limites de sua construção tornando-se um projeto que tirou o maior proveito do seu terreno. O seu entorno estava em uma área antiga sem a menor potencialidade de revitalização e em decadência urbana histórica: o famoso bairro da Lapa, no Rio de Janeiro/RJ.
O projeto é do escritório Edo Rocha Arquitetura e a construção da WTorre Engenharia e Construção. As empresas Edo Rocha Arquiteturas Fundada em 1974 Mais de 1000 projetos realizados Mais de 15.500.000 m² projetados entre arquitetura e arquitetura de interiores Pioneira no desenvolvimento de arquitetura corporativa de interiores no Brasil Certificação Leed em mais de 726.000 m² pelo GBC Brasil 75 % de fidelização dos clientes
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“O Projeto do Edifício Senado no centro da Lapa no Rio de Janeiro não é apenas uma obra de arquitetura, mas uma interferência, uma mudança e um exemplo fantástico de como se recuperar áreas urbanas degradadas dando a elas uma nova vida, uma nova vocação.” Edo Rocha
Características do projeto arquitetônico
Com a evolução dos negócios do pré-sal, a Petrobras necessitava de um espaço maior para a sua sede. A premissa básica era construir torres com o maior potencial de tamanho de laje e maior perímetro possível. Devido às limitações impostas pelo zoneamento, a solução foi colocar o conjunto em diagonal, evitando o paralelismo às ruas e permitindo a refletividade do entorno. O projeto criou um prisma envidraçado, com lajes de 5,2 mil m² divididos entre os dois blocos. Área do terreno: 17.550,54 m² Área Construída: 184.035,00 m² Jardim Burle Marx Área locável: Bloco A – 53.916,25 m² Bloco B– 41.257,38 m² Total - 95.173,63 m² Área de Laje: 2.560m² por bloco Total - 5.120m² O projeto de renovação urbano no entorno do C.E.S. é uma atitude que não só renovou e conservou bens históricos como revitalizou o equipamento urbano, criando ainda um grande reservatório de retenção e macrodrenagem. Este sistema é um dos equipamentos que evitará as enchentes e dará segurança ao bairro e ao entorno. Outras grandes mudanças também foram levadas em consideração: • Recuperação e nova vocação urbana; • Preservação valor histórico da região; • Valorização econômica do bairro; • Revitalização do comércio e serviços; • Valorização ao patrimônio e a cultura. Já em seu entorno foram implantadas melhorias urbanas como: • A restauração dos imóveis da Garagem Poula e Solar do Marques do Lavradio; • A qualificação da segurança na ligação da Rua dos Inválidos ao Campo de Santana; • Plantação de 1.600 árvores em uma área pobre em espaços verdes.
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O Átrio - Com 929 metros quadrados de área construída, o átrio é o grande protagonista. Para ele se voltam as fachadas internas dos edifícios, a cobertura de vidro e três passarelas, promovendo a interface dos diferentes elementos arquitetônicos. Fachada Ventilada - Por uma questão de eficiência energética, determinou-se o isolamento entre o pilar e toda a área de fachada, e a estrutura do prédio. É praticamente um isolamento térmico para evitar o aquecimento do pilar e, consequentemente, da estrutura. Parte dos pilares estruturais fica aparente, tanto nas fachadas externas como internas, compondo frisos revestidos com painéis de alumínio composto que marcam o edifício verticalmente. Para garantir a eficiência térmica das fachadas externas utilizou-se a composição de vidro, painéis de alumínio composto e painéis cerâmicos para fachada ventilada. Uso racional de energia - A redução do consumo de energia pode se dar através de sistemas muito simples como utilização de iluminação natural, sensores de presença e sensores fotovoltaicos para iluminação e automação, além de sistemas mais complexos de monitoramento, controle de ar-condicionado e geradores em horários de pico. Iluminação Natural - A orientação do prédio é fator preponderante para a equação do consumo de energia e uso correto da iluminação natural. O uso de átrios internos e maior perímetro permite maior quantidade de luz natural. E uso de vidros laminados com baixa reflexão oferece maior economia energética.
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projeto em destaque
Teto Verde - O sistema de telhado verde funciona como um jardim em tapete, e sua tecnologia está no avançado substrato, muito leve e durável (taxa de decomposição de 1% ao ano) que reproduz em poucos centímetros a espessura de metros de terra convencional. Permite gramados de livre pisoteio, paisagismo, hortas, arbustos e árvores - sem restrição de uso e espécies.
Premiações: • • • • •
Fiabci Prix D’excellence 2014 Prêmio Master Imobiliário 2013 Ademi Rj - Wtorre Engenharia X Grande Prêmio Arquitetura Corporativa 2013 Highly Commended Bloomberg 2010
Certificação: LEED for Core and Shell – v2 Prata Pontos atingidos 32 Espaço sustentável 09 Eficiência de água 03 Energia e atmosfera 06 Materiais e recursos 06 Qualidade ambiental interna 03 Inovação e Processo 05 Total 32
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O Greenbuilding Brasil – Conferência Internacional e Expo – é considerado o maior evento de construção sustentável da América Latina e foi realizado no Transamérica Expo Center, em São Paulo/SP, nos dias 5, 6 e 7 de agosto.
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Greenbuilding Brasil consolida-se como
o mais importante evento do setor na América Latina
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m sua quinta edição, o evento superou as expectativas, recebendo cerca de 4.500 visitantes, entre profissionais e congressistas de 32 países que puderam assistir palestras e interagir com grandes nomes do mercado sustentável, capacitar-se profissionalmente nos cursos e sessões educacionais realizadas ao longo do evento e conhecer as novidades dos 63 expositores. A abertura do evento se deu com a participação do ex-presidente da república, Fernando Henrique Cardoso, que possui grande engajamento com questões relacionadas à sustentabilidade ao longo de sua carreira. Na ocasião, o político falou sobre o cenário atual do mercado das construções sustentáveis no país e tocou em pontos como as projeções para o desenvolvimento social, político e socioeconômico focadas no assunto. “Hoje, mais do que nunca, a construtora e o cliente final enxergam a vantagem de se projetar e adquirir um imóvel com selo verde. Mais do que pensar em economizar, esses indivíduos estão preocupados com o bem-estar do meio ambiente, algo que não se percebia antigamente”, declarou FHC. Felipe Faria, diretor da Green Building Council Brasil, acredita que o evento ocorreu em
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um momento importante no que diz respeito ao desenvolvimento do segmento no Brasil. “A realização do evento ocorre logo após a consolidação do Brasil como um dos líderes em matéria de certificação em construção sustentável, sendo que chama atenção a diversidade de tipologias de edificações, são escolas, restaurantes, hospitais, plantas industriais, data centers, lojas de varejo, estádios, edificações existentes, ou seja, hoje o movimento se expande não estando restrito aos edifícios comerciais de alto padrão”, afirmou. Após a solenidade, Felipe Faria, em companhia de Fernando Henrique Cardoso e conselheiros do Green Building Council, fizeram o “corte da faixa” que simbolizou, oficialmente, o início da 5ª Greenbuilding Brasil. A Exposição contou com a presença das principais marcas que despontam em matéria de produtos, serviços e experiência destinada a indústria da construção sustentável. Os visitantes tiveram a oportunidade de conhecer as empresas que, através de suas soluções se destacam por alinharem desenvolvimento econômico com redução do uso de recursos naturais, mitigação dos impactos socioambientais, melhoria da qualidade de vida e bem estar. dez/14
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Vocês representam esta consciência viva de que é possível construir bem, ganhar dinheiro e ao mesmo tempo passar deste processo mais geral que é passar da quantidade para a qualidade e oferecer melhor perspectiva de vida e qualidade. Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República
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Segundo o diretor comercial da Midea Carrier, Marcos Torrado, participar da feira foi uma excelente oportunidade para mostrar o comprometimento da empresa em buscar soluções sustentáveis para o setor de climatização. "Afinal, mais de 40% do consumo de energia em edificações pode estar relacionado ao sistema de climatização, principalmente, refrigeração e aquecimento", disse. Torrado explicou que a escolha de um sistema correto, ou seja, bem dimensionado, energeticamente eficiente e atento ao tratamento do ar pode render até 30 pontos para a classificação. "A Carrier é a única marca do Brasil autorizada pelo GBC a emitir certificados LEED 101, treinamento fundamental para aqueles que querem aprender os conceitos básicos sobre edificações sustentáveis, com a certificação ambiental LEED", complementa. Durante o evento, a Midea apresentou no estande seu mais recente lançamento, o VRF da série V5X. O produto é uma solução de
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alta eficiência para grandes empreendimentos e construções verdes. A união de tecnologias avançadas torna o equipamento capaz de reduzir até 15% de energia, se comparado com modelos anteriores. De acordo com o gerente de Marketing de Produto da Midea Carrier, Rodrigo Teixeira, a chegada do novo sistema traduz o empenho da companhia pelas melhores práticas do setor, visando uma integração cada vez maior de tecnologias que contribuam para ações sustentáveis. Também foram exibidos produtos da linha VRF, soluções de ponta para aplicações comerciais com ampla faixa de operação, trocador de calor de alto desempenho e também instalação e manutenção fáceis. Outro destaque é o MDV+4W, da Midea, que utiliza larga faixa de operação térmica que resulta em funcionamento estável e seguro na climatização de grandes empreendimentos comerciais. O equipamento refrigera ambientes na faixa de -5oC a 48oC ou aquecer entre 20oC e 27oC.
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Programa de Conferências Reconhecido como o principal espaço voltado à discussão da construção sustentável na América Latina, o Greenbuilding Brasil realizou o seu tradicional programa de conferências em paralelo à exposição. Na ocasião, mais de 1.000 congressistas e 141 palestrantes (dos quais 50 estrangeiros) tiveram a oportunidade de discutir temas importantes, como por exemplo, as edificações sustentáveis e sua operação; códigos, normas e selos para edifícios sustentáveis; a gestão do uso da água como ferramenta para a redução da pegada hídrica; entre outros. Além de cases bem-sucedidos, como as “Favelas como modelos de sustentabilidade LEED – O caso do Vale Encantado”, que ilustrou a forma pela qual uma abordagem baseada na metodologia LEED pode ser utilizada para melhorar as situações de vivência e economia de favelas; e o “Edifício ECB Brasil Bayer - Concepção integrada para autossuficiência em energia”, que mostrou as vantagens e inovações dentro de um edifício sustentável construído na sede da Bayer. Além disso, a apresentação dos projetos do Referencial GBC Brasil, iniciativa do GBC Brasil, que nesta edição premiou dois projetos dos 9 projetos pilotos que atingiram os pré-requisitos para construção sustentável em projetos residenciais e visitas técnicas foram realizadas durante a programação completa do evento.
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Já a General Motors, além de comprovada responsabilidade em matéria de construção sustentável frente a certificação LEED Gold de sua nova fábrica de Joinville, destacando-se a tecnologia de painéis solares para geração de energia e aquecimento de água, reduzindo 28,1 ton de CO2/ano, e o sistema de osmose reversa para o tratamento de 22,9 milhões de litros de água por ano, a GM também levou a Expo sua expertise e tecnologia de carro elétrico, expondo aos presentes o Volt.
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Produtos como o VRV Inova, da Daikin, proporcionam incrível economia de energia quando comparados com sistemas convencionais, com isso este equipamento diminui o custo operacional dos empreendimentos. Outro ponto favorável é que a eficiência energética deste equipamento atende aos critérios do crédito de Energia e Atmosfera do LEED. O novo VRV Inova, com módulos de até 22HP em uma única unidade e os mais altos índices de eficiência do mercado, que traz novidades no inovador sistema de resfriamento das placas eletrônicas através do gás refrigerante, serpentina em formato G com 3 filas e 50% maior área de troca que os modelos anteriores. O VRV Fit veio para o GBC Expo com a menor área de piso do mercado, favorecendo empreendimentos que dispõem de pouca área útil para instalação do condicionador de ar.
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Depoimentos
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Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República
Cristina Gamboa - CEO da Green Building Council Colômbia
O trabalho que nós, arquitetos, empenhamos em nosso dia a dia, de incentivar, recomendar tecnologias a quem constrói é um trabalho de ‘formiguinha’. Por isso é fundamental eventos como a 5ª Greenbuilding Brasil, para ajudar a engrossar o nosso coro de forma mais abrangente. Beatriz Ansay - Mais Valor Arquitetura
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Edson Lima, Lima & Lima Arquitetos
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No momento em que o mercado passa a ver uma valorização diferente do prédio inteligente que poupa daquele que não poupa. Aí você vai ter progresso. É o que está acontecendo no Brasil.
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Moema Wertheimer - Diretora da Moema Arquitetura e Engenharia
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Um evento como o Greenbuilding é de enorme importância porque muitas pessoas se envolvem no movimento que está gerando um melhor futuro e mudando o valor das pessoas que estão envolvidas com a indústria da construção para mitigar os efeitos da mudança climática, mas sobre tudo garantir que tenhamos a biodiversidade que temos hoje, também no futuro.
Participamos, em Agosto último, da 5a EXPO GBC Brasil, em SP. O evento confirmou o clamor mundial pelo cuidado com o meio-ambiente, que transcende o mundo da construção civil, e chega no limite da mudança de cultura como alavanca capaz de frear a destruição do já desgastado planeta e seus recursos. Tive a oportunidade de fazer anotações das palestras do congresso e resumir seu conteúdo, enviando aos colegas arquitetos mais próximos.
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Não adianta a gente criar um ambiente sustentável, com uma série de qualidades e especificações e que depois o usuário final não se apropria delas, então a certificação cuida de tudo isso, porque você tem a certeza de que os produtos que você está utilizando, são produtos de origem controlada, que o processo de obra também foi controlado, e que as pessoas que vão utilizar também controlem.
É extremamente importante que, em uma conferência como esta, possamos definir as formas de trabalhar com o governo, onde você pode trazer diferentes agentes do mercado, para juntos trabalharem. Os Green Building Councils podem ser um bom caminho para isso. Arab Hoballah - Chefe Consumo e Produção Sustentáveis UNEP – ONU
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Manoel Gameiro - Presidente do Conselho do GBC Brasil
Assim como nas edições anteriores, a estrutura dos estandes e a escolha dos temas e palestrantes foram determinantes para o sucesso do evento. Juliana Reinhard - Trane do Brasil
Thomas Mueller – CEO Green Building Council Canadá
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Todas as palestras em que estivemos presentes estavam lotadas. Isso sem falar no público que esteve presente em nosso estande, daqui do Brasil e do exterior, com o interesse de conhecer nossos lançamentos e fazer negócios. Rafael Zan – Deca
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Vamos passar da quantidade para a qualidade e isto ocorrerá no momento da conscientização crescente. Esta consciência virá. Os países que conseguirem avançar mais nisso serão os vencedores do futuro. E vejo que está plateia mostra isso, no caso do Brasil esta mudança foi rápida.
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Sidnei Santos - Biópoles Eco
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Parece que foi ontem que fundamos essa ONG, contudo já se passaram sete anos... Naquela época imaginávamos que a ONG teria um futuro muito promissor, entretanto nem o maior dos sonhadores poderia imaginar a nossa atual velocidade de crescimento.
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O principal chamariz do nosso negócio é ser eficiente, em todos os sentidos, inclusive no campo da sustentabilidade. Se conseguirmos inserir os nossos serviços em empresas que possuem esta mentalidade, como as que estão aqui presentes, o ciclo se completa, e para nós é uma satisfação.
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Sadi Lima Júnior - Construtiva do Brasil
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O público, não só os meus clientes, mas as pessoas com quem conversei aqui no evento possuem consciência da importância da causa verde, da necessidade de incluir este tipo de construção no Brasil. Além de benefícios, financeiramente falando, uma edificação feita à base de EPS, por exemplo, é construída muito mais rápida do que um projeto de alvenaria.
O movimento de Green Building funciona muito bem por que é guiado pelas forças de mercado, que oferecem oportunidades diversas para as pessoas envolvidas.
Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República
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ENTREVISTA
Johannes Kreissig, DGNB
Em entrevista à Revista GBC Brasil, Johannes Kreissig fala sobre a experiência dele no 5º Greenbuilding Brasil. Kreissig é membro fundador do DGNB (Conselho Alemão de Construção Sustentável), membro do conselho e diretor executivo da DGNB. Além disso, é membro do Conselho Internacional do DGNB e membro do círculo interno do WorldGBC.
Como foi a sua experiência durante a Conferência Internacional 2014 Greenbuilding Brasil e Expo? Você acha que o evento satisfaz as expectativas dos Delegados do World GBC? O evento mais do que correspondeu às expectativas: a sessão de abertura com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi verdadeiramente impressionante, como foi o amplo leque de sessões interessantes que foram todas visitadas. Os nossos anfitriões do Green Building Council Brasil destacaram-se na criação de um evento memorável e inspirador. Um dos slogans do Greenbuilding Brasil é "o lugar para aprender e ensinar", uma vez que a maioria dos participantes, palestrantes e conferencistas têm um grande conhecimento sobre os edifícios verdes e indústria da construção. Qual é a sua impressão sobre os profissionais da construção sustentável no Brasil? O setor da construção no Brasil tem um enorme potencial: é vibrante, está se desenvolvendo muito rapidamente, e em um mercado tão dinâmico existe uma verdadeira agitação para a construção sustentável.
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Durante a Sessão de Abertura o GBC Brasil anunciou algumas conquistas em relação ao movimento de construção verde no Brasil. Algumas dos gráficos do estudo de mercado mostram que cerca de 10% do PIB da Construção Civil Nacional em 2013 buscava a certificação, mas em termos de volume de construção o percentual de participação de construção verde ainda é baixo. Ela mostra que as transformações foram feitas de cima para baixo. Como poderíamos fazer isso também acontecer de baixo para cima? Como em todos os lugares, precisamos chegar a um amplo leque de interessados e obter as mensagens através de uma forma que todos possam facilmente entender e colocar em prática. As discussões da sustentabilidade devem tocar a todos: políticos, profissionais de construção, os proprietários do edifício, estudantes, alunos, trabalhadores de escritório, e as famílias em casa. Se conseguirmos alcançar este ponto de vista, podemos realmente mudar a forma como as pessoas pensam sobre o ambiente construído, as decisões que tomam sobre isso, e a qualidade que eles esperam. As iniciativas voluntárias, como a Certificação do DGBN (Conselho Alemão de Construção Sustentável) trabalham junto com regulamentação legal para transformar o mundo em que vivemos. É realmente uma combinação de baixo para cima, de cima para baixo e tudo mais! Como o DGNB opera na Alemanha? Para promover a sustentabilidade e difundir o conhecimento, os principais especialistas de várias disciplinas dentro da construção e da indústria imobiliária se uniram para fundar o Conselho Alemão de Construção Sustentável (DGNB) no Verão de 2007. Nós desenvolvemos o sistema de certificação DGNB, a fim de promover ativamente a construção sustentável. O sistema descreve e avalia edifícios e bairros eficientes em recursos, economicamente sustentáveis e ecologicamente amigáveis, que oferecem aos seus usuários um nível de conforto ideal e uma elevada qualidade de vida. Além disso, o Conselho dedica-se a promover a construção sustentável através da partilha de conhecimentos valiosos, fornecendo treinamento específico e sensibilização da opinião pública sobre esta importante questão. Com uma adesão crescente de atualmente 1.200 empresas, o DGNB é a plataforma central da Alemanha para a construção sustentável - o que torna o parceiro ideal para o crescente mercado da construção sustentável. Você era um dos cinco palestrantes no Greenbuilding Brasil dirigindo a sessão sobre o Sistema DGNB. Conte-nos sobre certificação DGNB. O Sistema DGNB pode ser aplicado a novos edifícios, edifícios existentes ou projetos de remodelação, em edifícios individuais ou bairros inteiros, e aborda os seis aspectos-chave da construção sustentável: o ambiente, a economia, os aspectos socioculturais e funcionais, tecnologia, processo e local. Princípio central do Sistema DGNB é que
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ele não aloca os créditos para medidas individuais, mas sim estabelece um mecanismo para medir o grau em que foram cumpridas as metas de desempenho que contribuem para a sustentabilidade global do edifício. Trata-se de metas, e não de medidas. Essa abordagem faz com que o sistema seja flexível, inovador e, em última análise, “à prova de futuro”. O Sistema DGNB compreende uma gama de diferentes esquemas de certificação de diferentes usos do edifício. Certificados DGNB são concedidos em ouro, prata ou bronze, dependendo do grau em que as exigências sejam cumpridas. O DGNB assim destaca edifícios e bairros que demonstram um importante compromisso com o cumprimento dos objetivos de sustentabilidade. Você pode encontrar mais informações sobre o Sistema DGNB em nosso site www.dgnb-system.com. Como um sistema de classificação pode nos ajudar a alavancar a consciência e experiência da construção verde considerando todas as fases de um edifício que englobam planejamento, construção, operação, manutenção e toda sua vida útil? Como isso funciona na certificação DGNB? O sistema de classificação torna a sustentabilidade do ambiente construído facilmente evidente e mensurável. Os investidores, players do mercado e os próprios usuários podem usá-lo como uma ferramenta para medir a qualidade em todas as fases do ciclo de vida do edifício, desde a sua concepção e construção por meio de sua operação e utilizar até ao fim da sua vida. Em cada fase, a qualidade é descrita em termos precisos, permitindo a comparação com outros edifícios e o estado atual da técnica. Por exemplo, os custos de construção ao longo de toda a questão do ciclo de vida para cada parte interessada envolvida. Os investidores estão interessados no projeto e os custos de construção, enquanto que os usuários ou operadores
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são orientados para o custo de funcionamento mais baixo possível, incluindo a demanda de energia, manutenção e substituições. Tomando todo o ciclo de vida em conta, o sistema DGNB fornece a todas estas partes interessadas um instrumento de tomada de decisão para alcançar o melhor resultado global Como pode um sistema de classificação garantir que ele mede o que realmente importa considerando os aspectos econômicos, sociais e ambientais? O Sistema DGNB, seus critérios e valores de referência são baseados na experiência de mais de 500 especialistas, e todos estes aspectos estão interligados. Qualquer decisão individual em projeto, construção e operação do projeto é avaliada em termos dos seis temas: ecologia, economia, o sociocultural e funcional, técnica, processo e qualidade site. Isto significa que o desempenho contra um critério está relacionado, e influencia o desempenho contra outros critérios. Por esta razão, o objetivo não é atingir 100% de conformidade com os critérios DGNB (na verdade isso é quase impossível), mas para alcançar o melhor equilíbrio global em termos de sustentabilidade. É possível registrar um projeto brasileiro na certificação DGNB? Como pode um profissional brasileiro se tornar um consultor ou auditor DGNB? Existe alguma agenda DGNB no Brasil em termos de cursos e seminários para quem gostaria de ter mais informações? Sim, é possível registrar um projeto em qualquer lugar do mundo, incluindo o Brasil. Nós desenvolvemos uma versão internacional do sistema DGNB que leva em conta as normas internacionais e dos processos. Este sistema internacional constitui a base para uma maior adaptação às condições específicas de cada país. A susten-
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tabilidade só pode ser definida e medida no contexto das condições locais específicas, tais como o clima local, a disponibilidade local de recursos e aspectos culturais ou sociais. Ao mesmo tempo, as metas de desempenho claras permitem que projetos possam ser comparados, mesmo que as medidas sejam muito diferentes. Considerando que o nível de entrada pode variar significativamente devido à regulação e construção da cultura local, um padrão-ouro é sempre igual a um padrão-ouro, em qualquer lugar do mundo. Estamos trabalhando em conjunto com especialistas no Brasil para integrar contexto local para o sistema DGNB e criar um sistema nacional para o Brasil. No início de 2015, estaremos oferecendo treinamento para especialistas no setor da construção para se qualificar como Consultores DGNB. Eles vão aprender mais sobre as seis qualidades da construção sustentável e, uma vez qualificados, ganhar uma licença para realizar auditorias de projetos e apresentar projetos para a certificação. Você pode encontrar mais detalhes, seguindo o link para o nosso site: www.dgnb-system.de/en/southamerica.
Estas empresas participam ativamente da construção de um futuro sustentável
Você recomenda a Greenbuilding Brasil Expo e Conferência Internacional? Absolutamente, foi realmente um grande prazer fazer parte da comunidade mundial para a construção sustentável. Esperamos ver muito mais eventos tão bons como este em todo o mundo em 2015. Estou ansioso para estar novamente lá!
INFORMAÇÕES: DGNB Academia Treinamento Consultores em São Paulo. Data do Treinamento: Início de 2015. Local: São Paulo, SP Contato: DGNB GmbH, Daniela Merkenich, d.merkenich@dgnb.de, www.dgnb-system.com VL Indústria : redesenho de logotipo
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GBC Brasil promove o 1º Green Choice Awards
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a 5ª edição do Greenbuilding Brasil – Conferência Internacional e Expo – o GBC Brasil criou o Green Choice Award com o objetivo de homenagear personalidades e empresas que tenham se destacado neste cenário e que investem em inovações e soluções voltadas aos impactos socioambientais e reconhecer a comunicação e seus veículos em movimentos de transformação com foco em sustentabilidade. Em sua primeira edição, a premiação reuniu formadores de opinião, palestrantes da 5º edição da Greenbuilding Brasil, conferencistas, convidados especiais, bem como líderes de diversos GBC´s que estiveram presentes no congresso mundial do World Green Building Council.
CNNi - Shasta Darlington (Correspondente Internacional)
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Os homenageados foram as mídias oficiais da Greenbuilding Brasil: as rádios Estadão e Eldorado e a CNNi, que reiteraram o apoio ao movimento internacional de Green Building, alinhado a diversas ações com foco em responsabilidade social e ambiental, que há anos são bases e norteiam o planejamento das atividades das respectivas mídias. Na oportunidade, também foram homenageados o cantor Tony Garrido e o portal Universo Jatobá. Agradecimentos especiais foram dados a Midea Carrier, Trane, Remaster, Furukawa, LCP e a Concresteel por patrocinarem a festa e propiciar o momento de homenagens e networking aos líderes da indústria da construção sustentável.
Rádio Estadão - Paulina Chamorro (Editora/Apresentadora da Rádio Eldorado/Estadão), Acácio Luiz Costa (Diretor Executivo Rádio Eldorado/Estadão) e Roberto Gazzi dos Santos (Diretor de Desenvolvimento Editorial do Grupo Estado)
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“Homenageamos todos os palestrantes, sendo 50 internacionais. Além de homenagear todas as mídias que nos apoiaram para promover este evento. Para nós, que estamos em desenvolvimento e transformação, a comunicação é primordial. É o item principal quando se quer passar uma mensagem e informação, ainda mais quando se trata de um assunto tão relevante para nossas cidades, que é a sustentabilidade” Felipe Faria – Diretor do GBC Brasil.
Toni Garrido - Cantor (Vocalista - Cidade Negra)
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“Estou muito orgulhosa e acredito que todos os membros responsáveis pelo sucesso do GBC compartilham deste sentimento. Sabemos que nosso movimento de transformação depende do desenvolvimento de uma forte rede ou canais de comunicação a públicos diversos, e isto seria construído com seriedade e eficácia de nossas atividades, bem como com o suporte de importantes veículos de mídia, que compartilham de nossos objetivos. De fato o GBC Brasil está com as grandes marcas. Estamos no caminho certo”. Thassanee Wanick – Diplomata e Fundadora do GBC Brasil.
Portal Universo Jatobá - Carolina Pain (Jornalista do Portal), representando Rosana Jatobá
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Processo integrado reforça multidisciplinaridade no LEED v4
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nova versão do LEED v4 entrará em vigor a partir de junho/2015 para elevar os padrões técnicos do mercado de construção sustentável e suas modificações estruturais e de processos serão obrigatórias para todos os novos projetos que desejarem conquistar a certificação LEED. Além das mudanças em espaços sustentáveis, no uso eficiente da água, nas questões de energia e atmosfera e materiais e recursos, também há na questão de sinergia: crédito específico para pontuar os projetos nos quais a equipe responsável pela concepção do projeto demonstra conhecer profundamente acerca do processo integrado na concepção do projeto. Durante o Greenbuilding Brasil, o tema “Processo Integrado: Requerimentos para o LEED V4 e Aplicação Prática” foi abordado pelas sócias Rosana Corrêa e Danielle Garcia da Casa do Futuro, empresa focada em tecnologia e sustentabilidade na construção civil, tendo como princípios básicos no processo de projeto integrado: • Equipe multidisciplinar integrada - Coesão de habilidades, conhecimentos e perspectivas essenciais para assegurar que todos os recursos estão sendo utilizados da melhor maneira possível;
• Escopo, metas e objetivos bem definidos – Visão compartilhada do alcance das metas de desempenho para que haja planejamento certo para tal; • Comunicação aberta e efetiva – Confiança e propriedade aos participantes em relação ao processo, reduzindo conflitos e permitindo benefícios de cada contribuição individual ao projeto; • Inovação e síntese – Criatividade e a aceitação de novos conceitos e ideias são fundamentais; • Tomada de decisão sistemática – É importante para cada profissional entender seu papel e suas responsabilidades e como as decisões serão tomadas; • Processo interativo e ciclos de avaliação de desempenho – A filosofia de aprendizagem e melhoramento contínuo é imperativa para o sucesso do processo integrado. Parte deste processo são as charrettes, evento ou workshop de longa duração (para o LEED, mínimo de 4 horas) no qual os participantes além de serem apresentados ao processo integrado, são encorajados a participar efetivamente do projeto, compartilhando e adquirindo conhecimento e contribuindo para estabelecer as metas em prol do objetivo maior do projeto, atendendo as expectativas do cliente.
Quadro comparativo
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Processo de Projeto Integrado
Processo de Projeto Convencional
•Inclusivo desde o início •Mais tempo e energia investidos nas primeiras fases do projeto •Decisões tomadas por uma equipe ampla •Processo iterativo e sinergias entre os sistemas •Permite completa otimização •Avaliação do custo do ciclo de vida •Processo contínuo durante a pós-ocupação
•Envolve os membros das equipes somente quando necessário •Menos tempo, energia e colaboração aplicadas nos estágios iniciais •Mais decisões tomadas por menos pessoas •Processo linear e sistemas frequentemente pensados de forma isolada •Otimização restrita •Enfatiza os custos iniciais •Tipicamente o processo termina junto com a construção
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“A proposta da dinâmica foi fantástica, pois foi uma forma de integrar um público tão diversificado, foi lúdica, uma proposta bacana. Foram nítidas a vantagens de trabalhar com um planejamento integrado, conversar faz toda a diferença.” Cláudia Onishi Gestão Ambiental
A Certificação LEED® V4 passa, pela primeira vez, a abordar esta metodologia de projeto como critério obrigatório para Healthcare e opcional para: •New Construction (1 ponto); •Core & Shell (1 ponto); •Schools (1 ponto); •Retail (1 ponto) e ID+C Retail (2 pontos); •Data Centers (1 ponto); •Warehouses & Distribution Centers (1 ponto); •Hospitality (1 ponto) e ID+C Hospitality (2 pontos); •Healthcare (1 ponto); •ID+C: Commercial Interiors (2 pontos). Como exemplo foi considerado a construção de uma maquete de um estádio de futebol com os seguintes recursos: Ferramentas – uso comum: Barbante, Fita adesiva, Tesoura, cola. Materiais – uso por disciplina: Base de isopor, Canudos, Copos, Palitos, Clipes, Cartolina, Bexigas e Elásticos.
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No projeto convencional, com duração de 20 minutos, a obra teve como objetivo atender o prazo estipulado e utilizar somente os recursos disponíveis. Na equipe, cada grupo foi composto por três disciplinas: Paisagismo, Pavimentações e Equipamentos Urbanos; Estrutura e Arquitetura; e Energias Renováveis, sendo indicada a escolha de um líder. Como metodologia, 15 minutos deveriam ser usados com o planejamento inicial e com cada equipe desenvolvendo sua parte, em mesas separadas do restante do grupo, os cinco minutos restantes foram para a compatibilização. Já num projeto integrado, com duração de 25 minutos, o objetivo adquire três novos itens: possível Desmontagem, entrada de luz e ventilação natural e maximização de áreas verdes. A estrutura das equipes se mantém, contudo, a metodologia é cinco minutos para o planejamento e 20 minutos para o Grupo, composto pelas mesmas disciplinas, desenvolver o modelo de maneira integrada e participativa, na mesma mesa. Além disso, foi permitido haver trocas ou “empréstimos” recursos que sobraram, sendo convertidos em bônus para o grupo.
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Entrevista com Rosana Corrêa, Casa do Futuro
Como foi a experiência da Casa do Futuro como palestrante e expositora da 5ª edição do Greenbuilding Brasil? A Casa do Futuro tem participado como expositora e palestrante desde a primeira edição em 2010. Em 2014, efetivamos nossa 4ª participação como expositores e percebemos uma evolução e amadurecimento do evento e seu público. Para a nossa empresa, a experiência tem trazido maior visibilidade e solidificação da nossa marca, o que nos torna mais fortes e competitivos no mercado. Consideramos o desafio da palestra maior neste ano, já que o processo de seleção das palestras foi realizado de forma mais profissional e rigorosa. As palestras escolhidas foram àquelas finalistas de um processo de seleção que recebeu centenas de propostas. Desta forma, a responsabilidade de apresentar um conteúdo interessante, útil e inovador foi significativamente maior. Ter conseguido o sucesso da seção e tantas opiniões positivas foi realmente uma conquista gratificante. Como o tema foi desenvolvido durante a palestra? Quais eram os objetivos de aprendizado da palestra? Desde o surgimento deste tema, a nossa intenção foi a aplicação de um exercício prático que ilustrasse de maneira mais clara as vantagens
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do desenvolvimento de projetos integrados em relação à metodologia convencional. O grande desafio seria conseguir passar o conteúdo teórico inicial e ainda realizar um workshop simulando as duas metodologias e suas diferenças em um espaço de 120 minutos. Estamos falando de resumir em 40 ou 50 minutos um processo que, na realidade, leva meses. Após a apresentação do conteúdo explicativo sobre Processos Integrados, o exercício prático se desenvolveu através da construção de maquetes – arenas esportivas. A sala, ao contrário do modelo convencional, com cadeiras dispostas lado a lado, contava com grandes mesas para grupos de até 10 participantes. Na primeira parte do exercício, os grupos receberam determinada quantidade e variedade de materiais e explicações sobre metas gerais a serem alcançadas. Dentro de um espaço de tempo, construíram as maquetes sob a metodologia convencional de trabalho. Na segunda parte da dinâmica, as equipes receberam a mesma quantidade de material e, no mesmo intervalo de tempo, a maquete seria construída de acordo com o processo de projeto integrado. O objetivo da seção foi alcançado com sucesso, uma vez que ficou claro para os participantes que a metodologia integrada de projetos propicia uma significativa melhoria em todos os resultados dos projetos. Estes resultados foram evidenciados nas próprias maquetes.
Considerando o cenário brasileiro, quais são as dificuldades da implementação da nova metodologia para a Certificação LEED na V4? A falta de percepção da importância das etapas iniciais de planejamento dos projetos, as deficiências relacionadas ao gerenciamento dos projetos, a ausência do pensamento a médio e longo prazos e a fraca noção da importância de um projeto bem definido e pensado. Considerando as dimensões: ambiental, social e econômica, qual o impacto do processo de integração dos projetos sob estas perspectivas? Na dimensão ambiental, os projetos integrados sempre trazem metas ousadas relacionadas à eficiência, flexibilidade, utilização de recursos, desempenho e redução de impactos. Levando se em consideração que estas metas são freqüentemente alcançadas e muitas vezes superadas, projetos integrados são sempre acompanhados por um excelente desempenho ambiental. O aperfeiçoamento das relações entre os profissionais envolvidos é a maior vantagem na esfera social. A relação colaborativa e coletiva estabelecida neste tipo de projeto muda drasticamente e positivamente as relações de trabalho convencionais. A amarração contratual de responsabilida-
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processo integrado
“A proposta foi interessante, foi uma quebra de paradigma, onde só uma pessoa fala. É muito mais fácil absorver o tema através de práticas manuais, você tem mais interação com as pessoas e consegue consolidar o tema.” Mark Lacerda Coca Cola
des sobre a divisão de resultados e riscos garante o sucesso econômico de projetos integrados. Metas relacionadas ao custo de implantação das soluções (obras) e também ao desempenho destas soluções (pós-obra) são estabelecidas e acompanhadas de maneira muito eficiente e estruturada. Podemos afirmar que projetos desenvolvidos sob esta metodologia somente terão seus orçamentos estourados se esta for uma vontade de seu patrocinador. Estudos realizados por nós estimam que, para alcançar uma redução de 20% do custo das obras, que é bem razoável em projetos integrados, podemos aumentar em até 400% o valor investido na etapa de projetos. Se forem contabilizadas as reduções dos custos operacionais da edificação, que são responsáveis por 85% de seus custos totais ao longo de seu ciclo de vida, o aumento de 400% dos valores dedicados às etapas de planejamento e projeto ainda são um excelente investimento. Na dimensão econômica, projetos integrados realmente trazem excelentes resultados que também são mensuráveis devido à própria característica da metodologia. Ainda com relação ao aspecto econômico, em termos percentuais, qual a diferença orçamentária de um projeto integrado para um projeto convencional e qual o retorno financeiro?
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Um acréscimo de aproximadamente 30% pode ser considerado para a etapa de projetos quando comparamos a metodologia convencional à integrada. Como explicado acima, este acréscimo é totalmente aceitável quando alcançados os objetivos de redução de custo inicial das obras. O retorno financeiro não se dá somente através da redução de custos relacionados à implantação das soluções, mas também através da redução de perdas, atrasos ou retrabalhos. Característica interessante da metodologia é que este retorno financeiro e outras metas dos projetos são definidos e acordados junto ao cliente e equipes de trabalho nas fases mais iniciais. Não são números inesperados a serem medidos ou levantados no final das obras, mas sim, antes do início do desenvolvimento dos projetos. Você pode citar alguns exemplos práticos reais de projetos nacionais ou internacionais nos quais foram utilizados o Projeto Integrado? No Brasil, não temos exemplos de projetos que tenham aplicado a metodologia na íntegra. Estamos tendo agora as primeiras solicitações para este tipo de acompanhamento. Nos EUA, temos diversos exemplos: • Cathedral Hill Hospital - San Francisco, California
• MERCY Master Plan Facility Remodel - Lorain, Ohio - Centro Médico • Lawrence & Schiller Remodel - Sioux Falls, South Dakota - Escritórios • Walter Cronkite School of Journalism - Phoenix, Arizona - Educação Que mensagem você gostaria de transmitir para Incorporadoras e Construtoras? Podemos apresentar exemplos e números que comprovam o valor e rentabilidade do investimento na melhoria dos atuais processos de gestão de projeto. A indústria da construção civil é uma das que apresenta os piores números de produtividade, os quais não estão somente relacionados aos canteiros de obras, mas também às fases de planejamento e desenvolvimento de projetos, reduzindo substancialmente as margens de lucratividade. Estas estão diretamente relacionadas às deficiências na gestão e metodologia inadequada ao desenvolvimento eficaz de projetos. É surpreendente verificar que os responsáveis por novos projetos não tenham ainda percebido esta grave deficiência do mercado e não busquem alternativas que já são aplicadas com sucesso, trazendo benefícios extremamente valiosos, para qualquer tipo de empreendimento e empresas a eles relacionadas.
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Parque da Cidade busca selo LEED ND em prol do compromisso com a cidade
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Parque da Cidade, da Odebrecht Realizações Imobiliárias, está localizado na zona Sul da capital paulista, exatamente entre a Av. Marginal Pinheiros e a Av. Chucri Zaidan, e possui um conjunto inédito de soluções sustentáveis que o
torna apto a buscar diferentes certificações verdes, entre elas o LEED ND. Vários fatores convergiram para que o Parque da Cidade fosse desenvolvido na Zona Sul da capital paulista. Um deles é a dimensão do terreno, que propicia o desenvolvimento de um empreendimento com
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“A Odebrecht Realizações Imobiliárias, um dos membros fundadores do GBC Brasil, reconhece a importância da atuação desse órgão a partir da disseminação das certificações LEED, sendo este um fator crucial para o desenvolvimento da cultura da sustentabilidade no mercado imobiliário do País” Saulo Nunes
preocupação com o crescimento sustentável e compromisso com a promoção do desenvolvimento humano, econômico e cultural, privilegiando os usuários internos, assim como também a comunidade local”.
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todas as especificidades do Parque da Cidade. Ao mesmo tempo, a localização do terreno também proporciona uma série de soluções, especialmente ligadas à mobilidade, como fácil acesso aos meios de transporte público e infraestrutura completa para a utilização de bicicletas, tendo em vista que a região está inserida no contexto da Operação Urbana Água Espraiada, que estabelece uma série de obras estruturais para adequar o local ao adensamento da região. “A expectativa é que o empreendimento seja indutor de um novo modelo de urbanização para a região e para a cidade. E, o mais importante, é que a Odebrecht Realizações Imobiliárias entendia que neste terreno deveríamos desenvolver o empreendimento mais sustentável da América Latina, entregando um marco para a cidade de São Paulo”, afirma Saulo Nunes, diretor de Incorporação do Parque da Cidade/Odebrecht Realizações Imobiliárias O empreendimento possui um terreno com aproximadamente 84 mil m². Deste total, 62 mil m² serão totalmente abertos ao público, sendo que 22 mil m² são de área verde. Segundo Saulo, “O Parque da Cidade traduz o que a OR entende por sustentabilidade, pois conjuga preservação ambiental,
Principais soluções sustentáveis do projeto: • Neutralização de gases de efeito estufa, previsto para 35 anos; • Ativação econômica do site, através de cafés e quiosques; • Eficiência energética, com previsão de economia de 20%; • Gestão de água, com a previsão de economia de 50%; • Sistema de irrigação automatizado para as áreas verdes, com estação meteorológica no site; • Otimização de transporte e acessos, com sistemas de carpooling, carsharing, bikesharing e carregadores para carros elétricos; • Infraestrutura completa para o ciclista; • Central de gerenciamento de resíduos com a reutilização de 50% dos resíduos gerados (orgânico e recicláveis); • Sistema automatizado de coleta de resíduos sólidos à vácuo; • Feira orgânica; • ICT - Sistema de Informação e Educação; • Certificação do empreendimento LEED ND, assim como de todas as edificações; • Um dos 18 participantes no mundo do C40 Climate Positive Development Program, iniciativa do grupo C40 Cities em parceria com a Fundação Clinton e com o USGBC.
Situação atual O Parque da Cidade, que está em fase de construção, compreende 10 edificações – cinco torres corporativas, uma torre de salas comerciais, dois edifícios residenciais, um shopping e um hotel – e tem previsão de conclusão total para 2019. Atualmente está em fase final uma torre corporativa e a torre office (escritórios), previstas para serem entregues em setembro de 2015. Paralelamente, já foi dado início na construção de mais uma torre corporativa, do shopping e do hotel, que serão entregues no segundo semestre de 2016. “Dentro de seu escopo total, pode-se afirmar que o Parque da Cidade está com 18% de suas obras já realizadas”, afirma Saulo.
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Existem muitos sistemas de classificação em todo o mundo para edifícios sustentáveise alguns deles estão se concentrando em nível urbano e regional, avaliando vizinhanças urbanas Um dos selos existentes é o LEED ND, for Neighborhood Development (LEED para Desenvolvimento de Bairros). Diferente de outras opções, ele considera para avaliação o entorno dos edifícios e a vizinhança: integra princípios de crescimento planejado e inteligente, urbanismo sustentável e edificações verdes, por meio de diferentes tipologias de edificações e mistura de usos dos espaços urbanos. Ou seja, ele valida o empreendimento da maneira mais abrangente possível, incentivando a utilização de meios de transporte públicos e criação de áreas de lazer. Em sua classificação, o LEED ND tem como nível máximo a certificação Platinum, chegando até a 110 pontos, conforme exemplo abaixo: LEED ND - Total de pontos possíveis Localização inteligente e articulação Bairro padrão e design Infra-estrutura e edifícios verdes Inovação e design processo Prioridade Regional
110 27 44 29 06 04
As Classificações Certified
40+ pontos
Silver
50+ pontos
Gold
60+ pontos
Platinum
80+ pontos
Localização inteligente e articulação
créditos existentes no sistema de classificação, bem como o valor da inclusão de um profissional credenciado na equipe de projeto.
Prioridade Regional Incentiva projetos para se concentrar em ganhar créditos de importância ao meio ambiente local do projeto. Segundo Hamoda Youssef, do Qatar Green Building Council, e Eman Sabour, da Universidade do Qatar, presentes no Greenbuilding Brasil 2014, se partes de uma cidade não são sustentáveis, então esta mesma cidade não poderá contribuir para sustentabilidade global. Para que o desenvolvimento ocorra na escala do bairro, a ferramenta de avaliação sustentável tem de lidar com edifícios e instalações de toda a vizinhança. Também enfatizaram apontamentos de melhoria rumo a um modelo comum no que diz respeito ao contexto internacional do LEED ND, são eles: • • • • • • •
Encoraja as comunidades a considerar localização, alternativas de transporte e preservação de áreas sensíveis e, ao mesmo tempo, desencoraja a expansão.
Re-aceitação de uso misto e cidade compacta. Reafirmando o espaço urbano como ponto de entrada altamente eficaz para melhorar o funcionamento de uma cidade. Praticantes urbanos devem passar de intervenções setoriais para aqueles que tratam a cidade como um todo. Planejamento e desenho urbano definem a estrutura espacial crítica Conscientização do uso da terra através de códigos de planejamento e construção é essencial. As cidades devem promover o desenvolvimento endógeno. Especialmente os mais pobres e mais vulneráveis devem permanecer como os principais beneficiários. Cenário Internacional
Registrados
Certificados
Bairro padrão e design
África
4
0
Enfatiza vibrantes comunidades equitativas que são saudáveis, tranquilas e de uso misto.
Ásia
30
12
União Européia
11
1
América Latina
9
1
Oriente Médio
10
0
Estados Unidos
135
21
China
25
9
Canadá
17
2
Brasil
5
1
Inovação e design processo
México
4
0
Reconhece desempenho exemplar e inovador que ultrapassam os
Malasia
4
3
Infra-estrutura e edifícios verdes
Promove a concepção e construção de edifícios e infra-estruturas que reduzem a energia e uso da água, ao promover a utilização mais sustentável dos materiais, reutilização das estruturas existentes e históricas, e outras melhores práticas sustentáveis.
Pontos bônus
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inovação
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REFERENCIAL GBC CASA BRASIL®
Referencial GBC Brasil Casa® vem consolidando a tendência de sustentabilidade em projetos residenciais
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ssim como as obras comerciais procuram obter selos verdes, as obras residenciais também iniciaram a busca por estratégias de sustentabilidade, focando no maior volume construtivo do país – casas e edifícios residenciais. Com o intuito de fornecer ferramentas necessárias para projetar, construir e operar residências e edifícios residenciais que possuam alto desempenho e práticas sustentáveis, o Green Building Council Brasil criou o Referencial GBC Brasil Casa®, que aborda e avalia diferentes questões de sustentabilidade em projetos de residências. Foi com a ajuda voluntária de mais de 200 profissionais do setor que esta iniciativa se tornou realidade. A organização dos comitês técnicos teve início em meados de 2011, com a criação de grupos de discussões, que abordavam as distintas áreas de sustentabilidade de uma construção. Dimensões avaliadas Implantação Uso racional de água Energia e atmosfera Materiais e recursos Qualidade ambiental interna Requisitos sociais Inovação e Projeto Créditos Regionais
Pontuação máxima 25 12 28 15 15 3 10 2
O Referencial Casa® é voltado para: •
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Arquitetos e engenheiros que buscam um diferencial no mercado ao desenvolver projetos de alta eficiência, com comprovação de uma auditoria de terceira parte;
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•
• •
Proprietários que entendem a importância de se construir de forma mais eficiente, econômica e sustentável e buscam a eficiência de recursos e residências mais saudáveis; Investidores que irão construir e revender a residência com valor agregado ao seu produto; E todas as pessoas que possuem interesse no mercado da construção civil sustentável e podem contribuir de alguma forma ao desenvolvimento e estabelecimento deste mercado no país.
Objetivos: • Capacitar e qualificar profissionais por meio de conceitos de arquitetura sustentável que são facilmente aplicadas a projetos e obras. • Disseminar os conceitos de sustentabilidade para o mercado da construção civil residencial, para poder criar uma visão mais crítica e objetiva sobre o tema. • Construir casas com melhor desempenho energético, com consumos mais eficientes e que reduza o impacto no meio ambiente utilizando menos recursos naturais. Evitar o desperdício de materiais não reutilizados, melhorando o planejamento das construções, de forma a reduzir a perda financeira de obras comuns. • Fomentar incentivos fiscais e políticas públicas para a construção de residências sustentáveis, que atendam a todos os padrões de construção, incluindo políticas nos diversos âmbitos de governo. • Elevar o padrão técnico do mercado residencial, tanto para profissionais, quanto para o desenvolvimento de novos produtos e tecnologias sustentáveis, incentivando a pesquisa nesta área. • Combater a informalidade do mercado da construção civil sustentável Brasileira, formalizando contratações de operários, garantindo obras de melhor qualidade e com menor risco.
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A fase piloto consistiu em avaliar na prática toda a teoria desenvolvida, ou seja, acompanhar a construção de 9 casas que são os pilotos deste trabalho. Foram inscritos mais de 30 projetos em apenas 1 mês. Os parâmetros de escolha dos projetos pilotos variaram entre suas localizações em diferentes regiões do Brasil, climas distintos, diferentes tipologias construtivas, padrões econômicos e padrões construtivos. Atualmente, o Referencial Casa® está aberto para inscrições de qualquer residência que queira certificar seu projeto sob os parâmetros de sustentabilidade definidos.
Projetos já certificados Dois projetos do Referencial Casa® já foram certificados. Trata-se do Apartamento Sustentável e da Vila Maresias.
APARTAMENTO SUSTENTÁVEL OURO Implantação 20 Uso Racional da Água 04 Energia e Atmosfera 13 Materiais e Recursos 04 Qualidade Ambiental Interna 12 Requisitos Sociais 00 Inovação e Projeto 06 Créditos Regionais 01 Total de Pontos 60 “A certificação tem uma importância enorme, pois é validada por uma auditoria de 3ª parte. Para o consumidor é uma garantia saber o que está contratando ou o que estará comprando”, afirma Paola Figueiredo, diretora do Grupo Sustentax.
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Segundo ela, inúmeras ações que não estavam contempladas, tiveram que ser atendidas. Como a necessidade de medição individual de água, a análise de radônio, a busca de materiais com análise de ciclo de vida (Declarações Ambientais de Produtos), atendimento ao Procel Edifica e teste de acústica. O Apartamento Sustentável, único piloto localizado na capital paulista, obteve certificação Ouro pelo Referencial GBC Brasil Casa ®. Apesar de diversas dificuldades encontradas no caminho, conseguiu implantar diretrizes de sustentabilidade em uma cobertura que possuía mais de 20 anos de uso. Toda a parte elétrica e hidráulica do apartamento foi refeita, e ligada em um quadro de automação operado pelo próprio proprietário. Todos os eletrodomésticos possuem Etiqueta Procel nível A e na cobertura foram plantadas diversas hortaliças comestíveis e alimentos orgânicos (tratados sem nenhum produto químico). Além disso, foram feitos dois workshops para o público, mostrando o conceito da reforma do edifício e sua aplicabilidade para outros apartamentos.
VILA MARESIAS PRATA Implantação 14 Uso Racional da Água 06 Energia e Atmosfera 15 Materiais e Recursos 04 Qualidade Ambiental Interna 06 Requisitos Sociais 02 Inovação e Projeto 07 Créditos Regionais 01 Total de Pontos 55
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“Localizada em um terreno em frente à praia de Maresias, no litoral norte de São Paulo, a Vila Maresias pode ser considerada uma das maiores residências da fase piloto. Os quase 3.500 m² de paredes foram erguidos em apenas oito meses graças à tecnologia dos Painéis de Argamassa Armada com miolo de Poliestireno Expandido (EPS). O material possui um excelente isolamento térmico e acústico, fundamentais para se proteger das ações climáticas da região. A residência conseguiu reduzir em 37% seu consumo energético com a instalação de 12 placas fotovoltaicas e painéis de aquecimento de água na cobertura. Além disso, foram implantadas diversas medidas de redução de consumos durante a obra, como captação pluvial e treinamentos aos operários e funcionários” Lourdes Printes, da LCP Engenharia & Construções.
Projetos pilotos ainda não certificados • Casa da Chapada – Chapada dos Guimarães/MT “É uma casa simples de 170 metros quadrados, que utilizou bloco cerâmico e laje de EPS, forro de madeira e outros materiais da região da Chapada. Buscamos iluminação natural, utilização de aquecimento solar, utilização de água com medição setorizada, chuveiros com controle de vazão, entre muitas outras estratégias. Porem, tudo isso não tem nada de novo, basta pensar e fazer um bom projeto para poder ter uma casa certificada” Daniel Apolônio, Eng. Elétrico e Proprietário.
eólica) e para tratamento de 100% do esgoto local. Diversas outras atividades desta residência tiveram que ser 100% radicais para proteger o sensível ambiente em que se localiza e não interferir de forma irreversível no local. A casa é inteira feita com estruturas de madeira e 100% da madeira é certificada FSC.” Lair Reis, Studio MK27. • Residência Sustentável – Brasília/DF “Nosso foco foi tentar desenvolver um projeto que fosse eficiente do ponto de vista do uso de energia. Previa construir uma casa para a condição climática de Brasília e que não fosse necessária a utilização do ar condicionado. A casa está localizada em um condomínio residencial que oferece uma série de benefícios, que nos ajudam com relação à pontuação no Referencial. Desde o início trabalhamos para resolver a questão da insolação e do conforto térmico. Toda a casa é coberta com um telhado verde que possui um sistema de armaze-
• Catuçaba Ecovila – São Luiz do Paraitinga/SP “São 11 lotes de 30 mil metros quadrados. Um deles é a nossa casa, há 1.150 metros de altitude. Como primeiro objetivo queríamos preservar as vistas tanto dos usuários quanto das pessoas que estiverem em outros lotes. A casa tem área de 250m² e, por estar localizada em um local isolado da cidade, foram instalados sistemas para geração de 100% da energia (instalação de placas fotovoltaicas e turbina
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“O Referencial é uma forma de ampliar a consciência de quem constrói, reforma e compra a sua casa, pois mostra que é possível ser sustentável com pequenas inciativas dentro da própria residência. Esse selo é uma revolução no mercado residencial, pois além de se tornar referência, mostra que finalmente o Brasil está pronto para seguir essa tendência irremediável que é a de uma arquitetura consciente e responsável” Luciana Teixeira, coordenadora da Rede Habitat. namento de água, aumentando ainda mais o isolamento térmico e favorecendo a questão da envoltória. Todo paisagismo e o projeto de irrigação foi pensado para ter o menor consumo de água possível. Toda a água é tratada na própria residência, onde 100% do esgoto é reaproveitado, existe a captação pluvial e o consumo de água é bastante reduzido devido aos equipamentos eficientes. Adotamos soluções na área de inovação como a instalação de um sistema de aspiração central para melhorar a qualidade do ar interno” Lamberto Ricarte, Proprietário.
desta forma, tudo o que foi retirado do local, foi devolvido posteriormente, como por exemplo, as diversas pedras encontradas na superfície e nas escavações. Implantamos coleta de água de chuva, pois na época de seca no planalto central podemos ficar com até seis meses sem chuva. Durante a obra, tivemos alguns problemas com a mão-de-obra local, mas que depois de resolvidos, valeram o resultado.” Henrique Bezerra, Bauau Arquitetura e Design. •
Casa Doke – Sumaré/SP
• Casa Madagascar – Brasília/DF “Esta é minha residência que possui três pavimentos, sendo um no subsolo. Os quartos ficam no piso intermediário, no terceiro pavimento estão localizadas a sala, a cozinha e área de lazer. Queríamos que o terreno fosse utilizado e alterado minimamente pela construção,
“Nós tínhamos como premissa inicial reproduzir uma obra sustentável, mantendo a relação de bem estar e praticidade da residência. Como esta é uma residência investimento (para a venda posteriormente), pretendíamos construir uma casa que pudesse oferecer e receber o uso comum de forma interessante e acolhedora. Desta
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“O principal mercado de construção civil é o residencial e este mercado estava necessitado de uma certificação efetiva, com critérios abrangentes, que tivesse referências nacionais e internacionais, utilizando-se como base as normas brasileiras.” Maria Carolina Fujihara, Coordenadora técnica do projeto Referencial Casa®.
forma, a casa toda foi implantada no térreo e o subsolo foi utilizado como área técnica. Ou seja, esta é uma residência inteiramente acessível para pessoas com necessidades físicas e famílias que queiram ter uma convivência mais humana e próxima.” Ricardo Doke, Doke. •
Gadia House – Barretos/SP
• Casa Eudoxia – Campinas/SP “Conforme a aplicação do Referencial foi acontecendo, pudemos ir amadurecendo as ideias de sustentabilidade e estabelecer melhor as diretrizes a serem aplicadas. Pretendemos que a residência seja 90% sustentável em termos de energia, para isso, realizamos a simulação energética da residência e pudemos comprovar que as soluções de arquitetura passiva implantadas desde o início, estavam sendo bastante eficientes para a redução do consumo energético total. Ela também utiliza muitos materiais com conteúdo pré e pós- reciclável. Temos um controle muito bom no item de gerenciamento de resíduos e estamos conseguindo reciclar/reutilizar 100% dos resíduos gerados. Para nos ajudar, contratamos uma empresa de logística, que separa e envia para a empresa que recicla os materiais específicos. Na parte de água, temos recuperação de água de chuva para ser utilizada nos banheiros e na irrigação do jardim.” Ângela Macke, Manati Engenharia e Consultoria Ambiental.
“Topografia plana e de fácil acesso. O barracão de obras, feito com tijolo de demolição e assentado com barro, de fácil montagem, desmontagem e transporte; foi totalmente reutilizado de outra obra. A residência construída com EPS considerou todas as premissas climáticas do local e o material ajuda a reduzir o calor do exterior e manter o clima interno ameno. Incluímos captação de água de chuva e armazenamento para 20 mil litros de água. Todas as tubulações hidráulicas utilizam plásticos não agressivos ao meio ambiente (como PEX e PPR), incluindo o aquecimento de água para a piscina.” Bia Gadia, Gadia Arquitetura e Proprietária.
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• Baixa tarifa de água O consumo de agua da área comum como: chuveiros, torneiras, e captação pluvial, podem ser reutilizados para lavagens em geral, irrigação de jardim e nas bacias sanitárias de vestiários. • Baixa taxa de luz O sistema de aquecimento solar para os chuveiros e as janelas Full Wall permitem iluminação integral e redução de até 33% na conta de luz condominial. Com a energia captada sem acumulação é possível iluminar o subsolo, onde fica a garagem.
Primeiro edifício residencial O primeiro projeto piloto registrado para o Referencial GBC Brasil Casa® para Edifícios Residenciais é o Terra Mundi Jardim América, localizado em Goiânia/GO. Uma das ferramentas que balizaram a definição do conceito do condomínio Terra Mundi foram os itens descritos no Referencial Casa®. Mas o intuito não era obter apenas uma certificação, e sim seguir os padrões reconhecidos por estes selos, e assim conduzir a implantação de um projeto que atendesse ao máximo os requisitos de sustentabilidade de construções. “Toda a estrutura conceitual do selo já fazia parte de nosso planejamento em termos de projeto, execução, entrega final e pós-entrega do empreendimento. Com isso, firmamos um contrato de pleito ao selo piloto, e estamos na fase inicial de compatibilização dos requisitos e créditos necessários para a obtenção do mesmo”, afirma Claudio Carvalho, diretor da NewInc.
Características sustentáveis • Taxa de condomínio reduzida Devido ao menor consumo de água e energia das áreas comuns, as contas do condomínio podem ser reduzidas em até 50%. Além disso, todo o lixo reciclado é vendido, gerando receita para o condomínio.
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• Gestão de condomínio Após a entrega, o Terra Mundi terá 2 anos de consultoria de gestão de condomínio assegurados pela NewInc. Focado em uma administração autossustentável, o condomínio alcança mais economia, reutilizando recursos naturais. Isso garante mais qualidade de vida e uma administração a custos baixos. • Acessibilidade 100% de acessibilidade nos apartamentos e em toda a área comum. É mais respeito e qualidade na vida não apenas de portadores de necessidades especiais, mas também de idosos e temporários.
Estão abertas as inscrições para projetos pilotos de edifícios residenciais! Devido ao grande sucesso da certificação para casas, e da crescente demanda para certificação de condomínios horizontais e verticais residenciais, o GBC Brasil inicia a fase piloto para condomínios residenciais, que irá avaliar projeto e obra para esta tipologia. Para maiores informações sobre inscrição de pilotos, contate a organização.
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tendências
Gerando a
própria energia Marcio Tanaka, LEED GA, é Diretor de Enovasolar. Engenheiro Eletricista, pela Escola Politécnica da USP e MBA pelo INSPER, é um especialista em Energias Renováveis e Eficiência Energética.
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Brasil possui uma das matrizes energéticas mais renováveis do mundo. Embora seja um fator muito positivo, isto por si só não garante uma matriz equilibrada. Vivemos atualmente um cenário preocupante, com riscos de falta de energia e elevados custos. O cenário de curto prazo ( 2 a 4 anos ) - aponta para um significativo incremento dos preços de energia ao consumidor, reflexo da escassez de energia hidroelétrica e intensa utilização de termelétricas, em grande parte movidas a fontes fósseis, mais caras e poluentes. Outro ponto de preocupação tem a ver com a garantia de abastecimento de energia nos momentos de pico de consumo, situações cada vez mais frequentes por todo o Brasil, principalmente pelo uso intensivo de climatização nos edifícios. Vemos um futuro com muitos desafios no campo energético e o desenvolvimento sustentável neste setor passa fundamentalmente por uma melhor distribuição das fontes de geração.
A Geração Distribuida
Forte tendência em diversos Países, este conceito de geração incentiva a produção renovável de energia próximo ou no próprio local de consumo, tornando assim o suprimento energético muito mais sustentável e equilibrado. Dentro deste conceito, os edifícios geram sua própria energia através energia solar fotovoltaica, micro turbinas eólicas, biomassa e outras fontes renováveis, reduzindo assim a dependência de fontes nem sempre sustentáveis. Regulamentada em 2012, a Resolução Normativa No. 482 define critérios para facilitar o acesso de micro e mini geradores a rede de
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distribuição e propõe a criação de um sistema de compensação de energia, para que a energia gerada e não consumida, possa ser aproveitada em momento futuro. Com base na resolução, hoje no Brasil centenas de edifícios estão gerando sua própria energia com a possibilidade de injetar o excedente na rede elétrica, reduzindo custos com energia e contribuindo para a redução das emissões de poluentes.
Edifícios Sustentáveis
Neste contexto, edifícios têm um papel relevante em futuro cada vez mais dependente de energia. Hoje respondem por mais de 40% da energia consumida no Brasil (BEN - Balanço Energético Nacional/2014). Atualmente, diversas edificações geram, por fontes renováveis, total ou parcialmente sua energia no próprio local, mas este número é bastante limitado frente às condições extremamente favoráveis que temos por aqui. Ao contrário de Países como Alemanha, EUA e Japão onde a geração distribuída vem sendo desenvolvida há muitos anos, estamos no inicio do processo de desenvolvimento. A reduzida escala ainda torna o investimento inicial mais elevado, alongando o retorno de investimento e reduzindo as taxas de retorno. A boa noticia é que embora atrasados neste processo, estamos verificando o rápido desenvolvimento da cadeia fotovoltaica, eólica e outras fontes de GD, a adoção destas tecnologias já é viável em muitas regiões do país. Condições favoráveis para isso não faltam!
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Vegetação, uma chave para a água nas cidades Ricardo Cardim é Diretor da SkyGarden Paisagismo Sustentável e Mestre em Botânica pela Universidade de São Paulo.
A
ssunto discutido à exaustão nos últimos meses, a escassez hídrica em algumas cidades brasileiras estão criando cenários que até pouco tempo atrás eram apenas previsões trágicas de ambientalistas ditos radicais. Na metrópole paulistana, com mais de vinte milhões de pessoas, grande parte da população já sentiu o problema diretamente nas suas torneiras secas, incluindo este que escreve essas linhas e hoje acordou sem água em casa. Mas como chegamos a tal situação em um "país rico por natureza" e onde a água doce parecia infinita? Logicamente as respostas são complexas e exigem muitas pesquisas. Mas um ponto é fato – tratamos muito mal nossas bacias hidrográficas nas últimas décadas. A mata ciliar, aquela floresta nativa que acompanha os corpos de água e os protege como os cílios dos olhos, inexiste em grande parte das margens dos reservatórios, nascentes e cursos de água que os alimentam. Basta ver fotos de satélite na internet. Em São Paulo, nas represas de Guarapiranga e Billings, a ocupação irregular de bairros densamente povoados facilitada desde os anos 1970 por ações políticas inescrupulosas acabou com as matas ciliares e sepultou sob concreto e esgoto suas nascentes e riachos. Antes das margens se estenderem por causa do baixo nível de água, era comum ver casas e canos de despejo diretamente sobre o espelho de água da represa. E as notícias desde 2012 também não tem sido favoráveis para a vegetação ribeirinha em todo o Brasil. Com as polêmicas mudanças promovidas no Código Florestal, as suas diretrizes atuais para as matas ciliares seguem na contramão da preservação da água em quantidade e qualidade, principalmente a médio e longo prazo. Entre outros benefícios, a vegetação, principalmente a nativa, filtra as águas das chuvas e as retêm nas raízes e lençol freático, que depois seguem para o reservatório lentamente, umidifica o ar e também evita a erosão das margens e o assoreamento, o que diminui a capacidade de estocagem do reservatório.
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No último século, de intensa urbanização no Brasil, a regra foi a segregação dos corpos de água da malha urbana, relegando-os a poluição, canalização e a inutilidade. Exemplo clássico é o Rio Tietê em São Paulo, que hoje deve seu volume principalmente ao esgoto originado da água canalizada, e não mais de nascentes. Assim, as cidades se tornaram cada vez mais dependentes de água externa, seguindo uma lógica da prospecção de novas "fronteiras hídricas". No meio construído, o verde tem papel fundamental na gestão hídrica, retendo a água da chuva e enxurradas, e alimentando o lençol freático (uma árvore segura até 70% da chuva na sua copa e lentamente a encaminha para o solo). As profundas raízes das árvores trazem a água inacessível na superfície para o ar, através da fotossíntese, e melhora a qualidade de nossa respiração, além de favorecer as precipitações. E qual o papel do edifício verde nessa questão água e vegetação? Podem ser muitos, mas ainda poucos explorados no Brasil. Primeiramente temos que mudar a equivocada mentalidade de que a vegetação em um Green Building é apenas um sorvedouro de água, algo a ser estrategicamente equacionado a fim de estimular espécies de baixo ou zero consumo. Um paisagismo que não consome água e não a transforma em umidade no ar é um jardim inútil para o meio ambiente, formação de precipitações e clima urbano. A questão é equilibrar o necessário consumo de água e sua relação com os serviços ambientais. Tirar a vegetação e sua evapotranspiração de um local é condená-lo a se transformar em um deserto. Dessa forma, telhados verdes com sedum ou suculentas, plantas exóticas (adaptadas) de climas diferentes e também baixa densidade de vegetação não podem ser "sustentáveis" e nem adequados. Ocupar as áreas verdes do empreendimento com espécies nativas regionais, evoluídas nas condições climáticas locais, com ampla densidade vegetal e formação de microclima, prevendo irrigação automatizada e controlada, oriunda de fontes de água alternativas, pode ser a melhor estratégia para contribuir com um ciclo hídrico urbano harmonioso na realidade brasileira e ajudar na abundância de água.
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economia
Edifícios Verdes
consolidam tendência nas Américas
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pesquisa World Greenbuilding Study, realizada pelo World GBC, USGBC e outros parceiros, revela que entre 2012 e 2015 espera-se que caia para menos de 12% o número de empresas que tenham pouco ou nenhum envolvimento com os edifícios verdes. A grande maioria tem ou terá atividades substanciais em sustentabilidade. Isso é um nível de desenvolvimento e uma tendência muito forte. A partir deste panorama, é possível afirmar que a sustentabilidade não é apenas um fenômeno regional. De acordo com Harvey M. Bernstein, da McGraw Hill Construction há varias razões pelos quais isso está mudando “em 2008, 42% dos entrevistados nos disseram que a razão que eles estavam fazendo edifícios verdes era porque era coisa certa a se fazer. Hoje “coisa certa a se fazer” ainda é a principal motivação de ¼ dos entrevistados, contudo o que nós vemos aqui é que a motivação é a demanda do cliente e do mercado. 1/3 dos entrevistados responderam que a motivação são os custos”, afirmou ele durante o Greenbuilding Brasil. Segundo ele, nos Estados Unidos há uma maior demanda de clientes, no Brasil, de mercado; na Ásia, há uma grande preocupação com marcas e na Europa o foco é em custos operacionais. Os obstáculos variam por região também. No Brasil, há uma preocupação com a falta de consciência do público. Já nos Estados Unidos, a apreensão é com o capital operante. O estudo também aponta os principais obstáculos para a construção de edifícios verdes no mercado global. A falta de consciência pública é maior no Brasil, com 44% contra 29% em todo o mundo. Já a divisão entre o orçamento de capital e o orçamento opera-
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cional é superior nos Estados Unidos: 43%, sendo que o cenário global apresenta apenas 32%. O Brasil também perde no quesito falta de apoio políticos e incentivos, com 48% contra 36%. A falta de demanda do mercado atinge, principalmente a Europa Oriental, são 52% vs 38%. Contudo, o maior obstáculo é o custo elevado. O cenário global apresenta 76%, sendo Singapura o país que mais enfrenta esta dificuldade, com 83%.
Cenário Canadense O Canadá tem um sistema de classificação de prédios que transformou a indústria de construção em alto nível. Após os Estados Unidos, ele foi o segundo país a utilizar o LEED, que tem uma adoção muito grande no mercado para todos os tipos de prédios. Só em 2013, foram, aproximadamente, quatro mil edifícios registrados e 800 empreendimentos certificados. “É um crescimento muito grande no mercado, impulsionado pelo setor público e pela demanda do setor privado. Em 2017 espera-se que mais de 70% das empresas tenham feito prédios verdes como núcleo dos negócios”, garante Thomas Mueller do Canadá Green Building Concil, ao referir-se a importância que as certificações agregam. “Um exemplo deste movimento é a Suíça, que é um país bastante conservador, mas foi surpreendente ver que eles não se importam em pagar mais por um edifício verde. São 55% dos entrevistados que querem pagar mais se for um edifício sustentável. Se houver certificação, o número aumenta em 63%. Sem ‘etiqueta’, são 42%”, afirma.
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economia
América Latina Segundo Cristina Gamboa, do Green Building Council da Colômbia, Brasil e Colômbia não são os maiores emissores de carbono e seus prédios não possuem graves problemas em termos de energia, contudo, atitudes verdes podem contribuir com todo o cenário mundial. A primeira mudança deve ser na questão de moradia. A América Latina ainda está sendo urbanizada em altas taxas, os governos ainda estão enfrentando as favelas e outras ocupações informais. Bogotá, por exemplo, possui oito milhões de habitantes e ainda enfrenta grandes problemas em termos de déficit de espaços públicos, de mobilidade, infraestrutura e a vulnerabilidade de água. “Brasil e Colômbia deveriam ser abundantes em água, nós dividimos a Amazônia, porém temos problemas de abastecimentos em grandes cidades. Temos que começar a olhar essas respostas de maneira local e isso requer um olhar individual para mudanças da sociedade”, completa Gamboa. Aos poucos as questões econômicas tem se encaminhado para o movimento de construção verde. “Esse é o tipo de resposta que pre-
cisamos. Se você vai para o mercado de certificação na Colômbia, que está na área de imobiliário comercial, talvez ainda esteja mudando à medida que vamos entendendo que um edificio verde não tem que custar mais”, avalia Cristina Gamboa. Cada vez mais o setor financeiro está começando a entender como ter o valor agregado ao seu portfólio e a certificação com a ferramenta como o LEED é importante para ter essa transparência. Taxas de prédios certificados x taxas de prédios que estão começando a se registrar são mais altas em paises que entraram nesse movimento mais tarde. No Brasil, a proporção é 21%; Colômbia 41%. As metas de energia, mudanças de códigos e leis, também são importantes porque é fundamental tratar essa questão de maneira voluntária. O LEED é robusto, consegue mudar e integrar um grande mercado, além de atrair interesse. “À medida que começarmos a construir cidade por cidade economicamente verde, vamos começar a mudar o impacto que temos nesses ecossistemas, os serviços que são entregues para nós incluindo a água potável. Isso é a minha esperança, que esse movimento continue a se difundir nas Américas”, conclui Gamboa.
Fonte dos gráficos: World Greenbuilding Study
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MATERIAIS & TECNOLOGIA
GUIA DE MATERIAIS ENTREVISTA: Maria Blase, presidente para América Latina da Ingersoll Rand e Manoel Gameiro, diretor comercial da Trane para América Latina A Trane, líder global no fornecimento de soluções e serviços de conforto interno, aquecimento e sistemas de ar condicionado, e uma marca do grupo Ingersoll Rand, empresa global com faturamento anual de US$ 14 bilhões e comprometida com um mundo de progressos sustentáveis, recebeu a revista GBC Brasil para uma entrevista com Maria Blase, presidente para América Latina do setor de Soluções Climáticas da Ingersoll Rand e Manoel Gameiro, diretor comercial de Produtos Aplicados da Trane para América Latina. Durante o evento 5º Expo Greenbuilding, a Trane apresentou o resfriador centrífugo EarthWise™ CenTraVac™, primeiro e único do mundo a receber o registro de Declaração de Produto Ambiental (Environmental Product Declaration), em linha com os requisitos da norma ISO 14025.
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Como a Trane trabalha a sustentabilidade? Maria Blase. A sustentabilidade faz parte da nossa estratégia e inovação. É o corpo do nosso trabalho. Uma clara demonstração da nossa importância por esse assunto é que, em 2010 nós lançamos o CEES – Centro de Sustentabilidade. Inclusive fizemos um evento no Brasil e trouxemos pessoas do mercado, do governo, universidades, as cabeças mais pensantes para nos ajudar a estimular o uso de recursos sustentáveis. Manoel Gameiro. Ao invés de usarmos somente o nosso conhecimento, buscamos lá fora outros conceitos para nos ajudar a progredir mais rapidamente. Produtos sustentáveis são uma demanda de consumidores e clientes da Trane? M.B. É um processo de duas vias. Tanto de nossa parte, em estimular a produção de sistemas mais eficientes porque é clara a necessidade disso em função dos recursos naturais, quanto uma demanda de fora para dentro da empresa. M.G. Nós estamos estimulando uma série de novos produtos, mais eficientes do setor de ar-condicionado. Uma área que acreditamos muito fortemente porque ela faz muito sentindo para nós e para nossos clientes. Todos produtos da Trane visam a sustentabilidade? M.B. Todos nossos produtos têm a preocupação com a sustentabilidade. Hoje o que é um produto muito eficiente, talvez daqui a dez anos não será tão eficiente porque a energia vai renovar muito. M.G. A plataforma de produtos está constantemente sendo inovada, alterada e remodelada. Hoje temos uma plataforma muito sustentável, mas daqui a uma década haverá uma nova geração de produtos. É um processo contínuo. A tecnologia vai chegando, vai aprendendo, e inovando.
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certificações
Que fatores impulsionarão o aumento da eficiência energética e operacional em edifícios? Maria Blase. São três pilastras base: primeiro, continuar estimulando projetos de prédios mais eficientes. E a nossa participação no GBC é uma clara demonstração disso. A segunda, e talvez a mais importante, é transformar os prédios existentes em sustentáveis e eficientes, o que, em quantidade, é muito maior que os prédios novos. E aí entra nossa plataforma de controle sem fio, pacotes de soluções de retrofit para facilitar muito o upgrade de prédios, com equipamentos projetados para entrar dentro de um imóvel já existe. E, por último, é manter e operar o prédio eficiente por todo ciclo de vida. Como obter eficiência energética e outros benefícios em processos de retrofit e também na manutenção dos edifícios? M.B. Temos um centro de tencologia que nos ajuda a manter e operar, seguindo altos padrões, de maneira bastante eficiente, a um custo muito reduzido. M.G. Se você só projetar eficiente e não operar eficiente, você perde uma parte muito importante do processo. A mensagem da Maria é mostrar como a Trane está fazendo para conectar tudo num único processo.
Para obter as certificações dos produtos, em especial o novo refrigerador lançado no evento, como aliar lucro, sustentabilidade e necessidade do cliente? Maria Blase. Faz um tremendo sentido econômico e os clientes vão entender que pagarão um pouco mais, mas terão um retorno ao longo da vida. Na vida de um prédio, que é de 50 a 70 anos, 15% do investimento é em projeto e construção, e 85% em uso e operação do prédio. Por isso que um edifício eficiente é fundamental porque isso está contribuindo nessa redução da maior parte do investimento. A Trane tem algum projeto de conscientização da população para uso de produtos sustentáveis? Manoel Gameiro. Sou funcionário da Trane e presidente do GBC Brasil. E o fato de eu utilizar parte do meu tempo nessas organizações que estão buscando o estímulo e o conhecimento na área de sustentabilidade é uma demonstração do apoio da empresa nesse segmento. Talvez seja o maior dos testemunhos. Alguns profissionais da empresa usam parte do seu tempo, voluntário, para estimular as ações das ONGs no quesito sustentabilidade.
Pode falar um pouco sobre o novo refrigerador da Trane, que conta com uma declaração ambiental de produto. Manoel Gameiro. Lançamos aqui um refrigerador, que é o primeiro a ter uma declaração ambiental de produto. Primeira empresa do mundo a fazer uma declaração, que significa pedir para uma terceira parte fiscalizar. Ao invés de nós falarmos, escrevermos e assinarmos, pedimos para que uma empresa cheque, verifique e comprove se o que falamos é verdadeiro. É um processo bastante rigoroso para garantir que está dentro dos padrões.
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Votorantim Metais
traz soluções para o mercado de construção sustentável
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om o objetivo de contribuir com o mercado de edificações ambientalmente responsáveis, que cada vez mais vem crescendo no Brasil e se tornando uma tendência, a Votorantim Metais desenvolveu o Ecoperfil, uma nova linha de perfil de alumínio, originado de um processo de fabricação mais eficiente e realizado a partir de conteúdo reciclado. O Ecoperfil foi lançado em abril deste ano e é destinado a diferentes tipos de aplicações em projetos de construção civil. Além disso, atualmente, a Votorantim Metais é o principal fornecedor de alumínio (laminados e extrudados) para os líderes do mercado de coletores solares para aquecimento de água no Brasil. O coletor se encaixa no conceito de construção ambientalmente responsável, pois faz uso da energia térmica solar em redução à energia elétrica ou a gás, contribuindo para a redução da emissão de Gases do Efeito Estufa. Nesse contexto, o alumínio tem valor percebido pela sua leveza e boa condutibilidade térmica no confronto com o cobre, por exemplo, mais pesado e caro. De acordo com Victor Breguncci, diretor Comercial do Negócio Alumínio da Votorantim Metais, foi possível diminuir o nível de emissões de gases causadores do efeito estufa e reduzir o consumo de energia
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na fabricação do Ecoperfil. “a partir das mudanças e readequação no processo produtivo, passamos a reaproveitar o chamado alumínio pré-consumo, material excedente de outros processos de produção de alumínio primário na fábrica integrada da Votorantim Metais. Esse excedente passou a ser usado para fabricação de tarugos de alumínio, que são transformados no Ecoperfil”, ressaltou. Com o uso do alumínio pré-consumo, o Ecoperfil é produzido com um percentual de até 80% de conteúdo reciclado e o processo de fabricação exige bem menos energia quando comparado à produção de perfis convencionais. Além disso, como 95% do abastecimento da matéria-prima do alumínio (a bauxita) é realizado via linhas ferroviárias, há menos emissão de gases causadores do efeito estufa.
Selos ambientais
A Votorantim Metais disponibiliza, ainda, uma auto-declaração ambiental para o Ecoperfil, especialmente desenvolvida para contribuir com informações pertinentes aos requisitos de certificações ambientais para edificações, tais como LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) e AQUA (Alta Qualidade Ambiental). Confira abaixo:
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certificações
• Conteúdo reciclado (LEED v3 e v4 e AQUA) A partir de 80% de conteúdo reciclado pré-consumo (resíduos de outros processos dentro da própria indústria); • Conteúdo Regional (LEED v3 e v4 e AQUA) 80% Miraí – MG (bauxita). Fábrica: Alumínio – SP. A bauxita é transportada para a fábrica de trem, o que contribui ainda mais com o atendimento deste requisito; • Materiais com baixo COV (LEED v3 e v4 e AQUA) Por serem pintados na fábrica e pelos processos de anodização e pintura eletrostática a pó, os produtos manufaturados com o Ecoperfil possuem zero emissão de Compostos Orgânicos Voláteis; • ICV (LEED v4) O Inventário do Ciclo de Vida contribuirá com os dados necessários para o desenvolvimento de uma ACV completa para os produtos manufaturados com o Ecoperfil, como: esquadrias, brises, estruturas, entre outros; • Facilidade de conservação da construção (AQUA) As esquadrias fabricadas a partir do Ecoperfil possuirão as características exigidas, como fácil manutenção e limpeza; • Evita proliferação de micro-organismos (NBR 15575 e AQUA) Estruturas e mobiliários desenvolvidos com o Ecoperfil atenderão ao requisito de maior garantia de higienização.
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“O Ecoperfil é produzido a partir do reaproveitamento do excedente de produção de alumínio primário dentro da própria fábrica de alumínio. A produção foi viabilizada a partir de readequação de processos produtivos fruto de inovação tecnológica desenvolvida pela Votorantim Metais. É diferente da sucata de alumínio que retorna do mercado para o processo de reciclagem”.
Perspectivas em relação ao mercado
Segundo Breguncci, existe uma forte tendência para construções ambientalmente responsáveis. No Brasil, o modelo já tem sido adotado pelas grandes construtoras. Assim, para continuar garantindo o abastecimento do mercado doméstico com a ampliação da demanda de alumínio, a Votorantim Metais seguirá investindo em projetos de tecnologia - tanto em processos industriais quanto em produtos – na busca de soluções novas para as tendências do mercado e o Ecoperfil é um exemplo concreto. Já em relação ao mercado de coletores solares para aquecimento de água, registra-se uma taxa de crescimento superior a 15% ao ano, nos últimos cinco anos, fortemente fomentado pela obrigatoriedade de aplicação no programa federal “Minha Casa Minha Vida”; além de oferecer rápido retorno dos investimentos privados feitos em residências, que gira em torno de dois anos. “Ou seja, o custo para compra e instalação numa residência é rapidamente absorvido pela redução na conta de energia elétrica”, finaliza.
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MATERIAIS & TECNOLOGIA
Vidro:
um dos grandes aliados da sustentabilidade
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certificações
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té recentemente, quando se pensava no controle de luminosidade de um ambiente, a maioria das pessoas optavam pelo uso de películas ou insulfilms. Com o tempo, estes materiais se deslocavam do vidro, criando um aspecto desagradável. Quando se opta pelo vidro comum, o consumidor é exposto ao ofuscamento, devido à alta incidência de luz. Fechar as cortinas era uma saída, contudo tal ato não barra o calor e ainda aumenta o consumo de luz artificial e do ar condicionado. Por isso, atualmente, com a preocupação em preservar o meio ambiente, um dos principais objetivos dos atuais projetos sustentáveis é o melhor aproveitamento dos recursos naturais, no qual o vidro vem ganhando destaque. O vidro é um material 100% reciclável, que melhora a integração entre o ambiente externo e interno e não gera resíduos na obra. O seu uso correto permite: • • • •
Ambiente mais confortável Redução da entrada de calor Design diferenciado Economia no uso de energia elétrica
O vidro é um material clean, moderno e atemporal, mas utilizar um vidro comum em uma fachada, por exemplo, pode ser um erro enorme. Para poder utilizar esse material tão desejado, é preciso que se utilize com as características corretas. “Pensando em oferecer esse benefício de conforto térmico também para as residências, a empresa desenvolveu esta linha, que tem vidros criados para atender as necessidades do mercado residencial, como usufruir da visão do ambiente externo, e ter uma redução do uso do ar condicionado e de luz artificial. Esses fatores são os responsáveis pela utilização cada vez maior do vidro na arquitetura contemporânea”, garante Patricia Spinosa, coordenadora de marketing da Cebrace. Criada para atender a demanda do mercado residencial com vidros de proteção solar feitos especialmente para o clima brasileiro, a Rede Habitat possui os chamados vidros “inteligentes”, que são capazes de barrar até 70% do calor e 99,6% dos raios UV (se forem laminados), que são prejudiciais à pele e responsáveis pelo desbotamento dos materiais. Com o uso desse tipo de vidro, é possível barrar a entrada do calor durante o dia e ainda evitar que ele fique retido à noite, garantindo uma temperatura agradável para a hora de dormir. Fabricados com uma tecnologia de ponta, esses vidros recebem uma deposição de camadas de óxidos metálicos (como titânio e níquel) na superfície. Assim, são capazes de controlar a luz e reduzir a temperatura interna do ambiente em até 10 graus em relação à externa. Com isso, os vidros diminuem a necessidade de luz artificial e de ar-condicionado, gerando uma economia na conta de energia de 15 a 27%.
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Vidros sustentáveis
O avanço na tecnologia de fabricação dos vidros e a crescente preocupação com a sustentabilidade do país, fez com que este material conquistasse o mercado de construção civil, sendo visto não somente para uso estético. Os vidros passaram a ser funcionais, sendo usados atualmente para reduzir o calor, gerar economia de energia e até para reduzir o consumo de água. Vidros de proteção solar Recebem camadas metalizadas em seu processo de fabricação que barram até 80% do calor no ambiente e quase 100% dos raios UV. Com isso, reduzem o consumo de ar-condicionado e luz artificial, responsáveis por boa parte dos gastos de energia de um prédio comercial ou residencial. Tal eficiência energética conquistou o mercado sustentável no país, fazendo com que esse tipo de material seja uma ótima estratégia para o alcance da pontuação de obras que buscam a certificação com selos verdes, como LEED e Referencial Casa. Segundo Luciana Teixeira, coordenadora da Rede Habitat, a evolução no uso de selos de eficiência energética no mercado de construção civil reflete diretamente na maior conscientização do mercado brasileiro no uso de recursos energéticos. “As propostas de sustentabilidade do GBC estão em sintonia com nossas propostas. Nossos produtos foram criados para construções sustentáveis e colaboram, principalmente, para a certificação Referencial Casa”, afirma. O aprimoramento da tecnologia de produção dos vidros de proteção solar é constante. Recentemente, a Cebrace disponibilizou no mercado a nova geração dos vidros Cool Lite. A novidade é que eles podem ser usados temperados, o que possibilita o uso em opções curvas e autoportantes, e em projetos que não necessitem da versão laminada, o que reduz o custo da obra. Vidro autolimpante Em uma época em que a crise de abastecimento de água já é uma realidade em várias regiões do Brasil, economizar esse recurso natural se tornou uma obrigatoriedade para quem quer um mundo sustentável. Muito além de fechar a torneira enquanto escova os dentes ou não lavar a calçada com mangueira, o consumo consciente passa também pela escolha dos vidros. O autolimpante Bioclean, fabricado também pela Cebrace, capta a força dos raios UV e da água da chuva para combater a sujeira, dispensando a limpeza constante. Em dias de chuva, o Bioclean forma um filme invisível em sua superfície, pelo qual a água da chuva escorre e realiza a limpeza, oferecendo praticidade e economia na manutenção. Além de ajudar o meio ambiente, o Bioclean reduz as despesas e o esforço.
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Sustentabilidade integrada na construção: conheça a ETRIA
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om apenas seis meses de existência, a ETRIA pretende desenvolver um trabalho de proximidade com o cliente para entender suas necessidades específicas, identificando não só as soluções que conduzam às suas metas, mas também as que agregam valor ao empreendimento. Este diferencial fez com que a empresa, embora nova no mercado, já tenha conquistado a confiança de empresas de referência, como Sonae Sierra, Kahn, Melnick Even, Construtora CEC, além de estar envolvida em projetos de relevância como o Shopping Parque D. Pedro (maior shopping da América Latina), Terminal Internacional de Cargas de Ribeirão Preto, SESC Birigui e Unidade Industrial da National Oilwell Varco. Formada por três consultores ambientais, a empresa dá suporte às equipes de projeto, construção e operação, para melhorar a qualidade dos empreendimentos. Na fase de projetos, fazem estudos de viabilidade técnica de implementação de sistema de certificação, estudo de eficiência energética, simulações computadorizadas, estudo de gestão de resíduos e aplicação de normas técnicas. Na fase de construção, oferecem acompanhamento de obra para fazer implementação de canteiro sustentável, controle da poluição, produtos químicos e qualidade do ar. Já na fase de operação, os serviços são: estudos de eficiência para melhorar a ges-
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tão, implementar medidas de eficiência energética e hídrica, planos de manutenção e auditorias energéticas. "É uma série de trabalhos para melhorar a qualidade do empreendimento e consequentemente conquistar uma certificação", afirma Jeann Vieira, diretor da ETRIA. No Greenbuilding Brasil 2014, a consultoria recebeu cerca de 700 visitantes no seu stand durante os 3 dias de evento, conseguindo atingir vários potenciais clientes, expondo sua metodologia de trabalho, esclarecendo dúvidas sobre a consultoria ambiental em edifícios e trocando contatos com colegas e fornecedores. “Nossa equipe é multidisciplinar e, por isso, conseguimos trabalhar com várias áreas ambientais, não precisando terceirizar nenhum serviço.” Um dos principais serviços da ETRIA é a consultoria na conquista de selos ambientais: LEED, AQUA, PBE Edifica, BREEAM, e Rótulo Ecológico ABNT. Segundo Jeann, as empresas de consultoria começaram a ficar muito presas aos sistemas de certificações e esqueceram o papel de consultoria “Nossa missão é desenvolver ações para garantir as melhorias contínuas em um empreendimento ou projeto, além de promover a transmissão de know-how dos vários projetos onde as empresas de construção civil estão envolvidas. A certificação deve ser uma consequência disso e não o objetivo”.
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PLATAFORMA
A equipe Tiago Silva – consultor de Sustentabilidade Engenheiro do Ambiente com mestrado em projeto de sistemas de tratamento e tese em gestão de águas pluviais pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - FEUP. Iniciou sua atividade como consultor ambiental em Portugal em 2009, onde se tornou LEED AP em 2010 e BREEAM international assessor em 2011. Prestou consultoria em vários projetos pela Europa e foi o gerente do processo de certificação do primeiro edifício em Portugal a obter uma certificação ambiental BREEAM. No Brasil, atua como consultor desde 2012 e já esteve envolvido em projetos como a Arena da Amazônia em Manaus para a Copa de 2014, Centro de Tênis para as Olimpíadas do Rio em 2016, Hotéis como o Sheraton e Hilton, centro empresarial São Paulo Headquarters, sede do Bradesco, entre outros. João Costa – consultor de Eficiência Energética Engenheiro Mecânico com mestrado e tese na área da eficiência energética de edifícios pelo Instituto Superior Técnico - IST de Lisboa - iniciou sua atividade como consultor e auditor energético em Portugal em 2009. Prestou consultoria e realizou auditorias e planos de racionalização de energia em vários projetos em Portugal e Inglaterra. No Brasil, atua como simulador energético e consultor de eficiência energética desde 2012 e já esteve envolvido em projetos como a Vila dos Atletas e o centro de tênis para as Olimpíadas do Rio em 2016, Arena da Amazônia em Manaus para a Copa de 2014, Hotéis como o Sheraton e Hilton, sede do Bradesco em Alphaville, entre outros. Jeann Vieira – diretor técnico Arquiteto e urbanista com pós-graduação em engenharia civil pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - FEUP. Iniciou sua atividade como consultor ambiental em Portugal em 2005, onde se tornou LEED AP em 2007 e BREEAM international assessor em 2009. Prestou consultoria em vários projetos pela Europa e foi o gerente do processo de certificação do primeiro edifício em Portugal a obter uma certificação ambiental de nível internacional (LEED Gold). No Brasil, atua como consultor desde 2011 e já esteve envolvido em projetos como a Arena da Amazônia em Manaus para a Copa de 2014, Centro de Tênis para as Olimpíadas do Rio em 2016, Hotéis como o Sheraton e Hilton, entre outros.
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Outros serviços: Simulação termo-energética - simulações computadorizadas de desempenho do projeto para avaliar e identificar as melhores soluções construtivas e sistemas com o melhor custo-benefício. Guias ambientais - criação e aplicação de guias ambientais internos para os clientes que querem implementar e replicar medidas ambientas em todo o seu portfólio. Aplicação de normas técnicas nacionais e internacionais – normas de eficiência energética e qualidade do ar interior, gestão de resíduos, normas de qualidade e desempenho. Acompanhamento de obra - para obras que querem melhorar o desempenho ambiental para uma certificação ou não.
Alguns Projetos: Parque D. Pedro Shopping Localização: Campinas, SP Área Bruta Locável: 121.300 m² Data de Inauguração: Março de 2002 Número de Lojas: 400 Shopping Plaza Sul Localização: São Paulo, SP Área Bruta Locável: 23.300 m² Data de Inauguração: Abril de 1994 Número de Lojas: 215 SESC Birigui Localização: Birigui, SP Área Total Construída: 7.586 m² Área Total do Terreno: 9.525 m² NOV - National Oilwell Varco - Base Bela Vista Localização: Macaé, RJ Área Total Construída: 5.317m² Área Total do Terreno: 58.000m² CDHU Santos Localização: Santos, SP Área Total Construída: 22.202 m² Área Total do Terreno: 21.658 m²
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“ depoimentos
COM A PALAVRA
Nossos Membros Fundadores
“Ser membro fundador do GBC Brasil nos estimula a agir e a incluir práticas de responsabilidade sócio-ambiental em todos os nossos projetos. O nosso edifício "Triple A" JK 1455, em São Paulo, foi o primeiro empreendimento comercial a receber no Brasil a certificação LEED Edifício Existente Operação e Manutenção, nível Gold.” Hilton Rejman, diretor de Desenvolvimento da Cyrela Commercial Properties (CCP)
"O GBC Brasil trouxe para o nosso cotidiano uma forma diferente de ver nossos processos. Isto vai desde o processo de idealizarmos uma solução até nossa forma de levar aos nossos clientes analisando toda a cadeia. Utilizamos o logo do GBC Brasil na quase totalidade de nossas comunicações e isso mostra o nosso comprometimento com as práticas sustentáveis e nos faz lembrar que somos parte importante para educar e proteger as futuras gerações com nossos exemplos de conduta. Para a 3M, ser membro do GBC Brasil tem sido um novo olhar para o futuro através de ações do presente, possibilitando-nos contribuir cada dia mais com o bem estar de todos e também de nosso planeta.” Renato Alahmar, vice-presidente de Negócios da 3M do Brasil
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“A Uniflex trabalha no desenvolvimento de produtos que contribuam na diminuição de custos operacionais e de manutenção, para melhor atender os aspectos ambientais e econômicos nos projetos arquitetônicos. Somado a isso, a sustentabilidade na construção garante melhoria na qualidade de vida, no trabalho, maior aprendizagem e lazer. A perspectiva de que projetos sustentáveis estejam cada vez mais em foco, já é uma realidade presente em nossa empresa há mais de uma década” Graziella Castanheira, gerente de marketing da Uniflex
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