GBC G R E E N
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C O U N C I L
BRASIL
C O N S T RU I N D O U M F U T U RO S U S T E N TÁV E L
ANO2 / Nº3 / 2015
MUSEU DE ARTE DO RIO 1° MUSEU LEED NA AMÉRICA LATINA REVELA HARMONIA ENTRE PASSADO E FUTURO Arab Hoballah, da Unep: redução da utilização de recursos minimiza impactos ambientais Escolas Verdes garantem ambiente propício a uma nova geração consciente EPD: Em busca da transparência ambiental dos produtos VIBEDITORA
2015
11 a 13 de agosto de 2015
6ª
Transamerica Expo Center | São Paulo/SP
Água
Qualidade
Produto
Energia
Água
Qualidade
Materiais
Energia
Arquitetura & Projetos
opção 1
E
O DIÇÃ
Arquitetura e Projetos
opção 2
A FEIRA DE NEGÓCIOS DA CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL opção 3
Patrocinador Platina
Patrocinador Prata
Apoio Institucional
Apoio de mídia
Agência de Viagens
Apoio Especial
Realização
Biomassa BR energias renováveis
www.expogbcbrasil.org.br
Organização
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO MEMBROS DO CONSELHO Manoel Gameiro - Trane - Presidente José Moulin Netto - Vice presidente José Cattel - Alcoa Celina Antunes - Cushman & Wakefield Mark Pitt - Sherwin Williams Rafael Rossi - Rossi Residencial Hugo Rosa - Método Carmen Birindelli - WTorre Daniela de Fiori - Walmart
Novidades pela frente
Convidada: Thassanee Wanick - Fundadora do GBC e Cônsul Geral da Tailândia no Brasil CONSELHO FISCAL Renato Alahmar - 3M Guido Petinelli
2015 tem sido um ano de grandes desafios a toda indústria da construção, como de fato para toda a economia nacional.
DIRETOR GERENTE Felipe Faria
Não serão poucos os obstáculos que estaremos atravessando esse ano, na busca pela retomada do crescimento econômico e pela consolidação de novos projetos.
VIBEDITORA
A Revista GBC Brasil se apresenta com novidades para encarar estes desafios. Além de aprimorar seu projeto gráfico ao longo das próximas edições, lançaremos o 1º Anuário de Certificações GBC Brasil, no final deste semestre, em uma edição especial com o mais completo conteúdo analítico e qualitativo sobre os projetos certificados em 2014 e os mais significativos empreendimentos que receberam o selo LEED desde 2007, quando o Brasil começou sua caminhada rumo a um futuro sustentável.
Boa leitura a todos!
LUIZ SAMPAIO DIRETOR EXECUTIVO Vida Imobiliária Brasil - VIB Editora
JORNALISTAS Bruna Dalto - MTb 72943 Verônica Soares - MTb 13093 revistagbc@gbcbrasil.org.br DIRETORA COMERCIAL Cibele Oliveira comercial@vidaimobiliaria.com.br COMERCIAL Taís Colares revistagbc2@gbcbrasil.org.br © Bianca Wendhausen
A contribuição de todos os membros do GBC Brasil é de suma importância para atingirmos esse objetivo. Convidamos a todos a participarem desse projeto pioneiro.
DIRETOR EXECUTIVO Luiz Sampaio lsampaio@vidaimobiliaria.com.br
FINANCEIRO Ana Maria Carvalho acarvalho@vidaimobiliaria.com.br DESIGN GRÁFICO E EDITORIAL VIB EDITORA REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO VIDA IMOBILIÁRIA BRASIL - VIB EDITORA Rua Apotribu, 139 - conj 93 Saúde - São Paulo - SP CEP 04302-000 Tel/Fax: 11 5078 6109 www.vidaimobiliaria.com.br
Capa: Museu de Arte do Rio, foto de Thales Leite
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índice
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ANO2 / Nº3 / 2015
EDITORIAL...................................................> 3 COLUNA GBC..............................................> 6
GREEN PAGES
ARAB HOBALLAH............................> 8
TIPOLOGIAS..........................................> 12 VIDA SUSTENTÁVEL...................................> 20 DOCUMENTO SIEGBERT ZANETTINI...................................> 24
CAPA
MUSEU DE ARTE DO RIO...............> 30
POR DENTRO ..............................................> 36 DESEMPENHO.............................................> 40 CASA REFERENCIAL....................................> 46 TENDÊNCIAS...............................................> 50 ENERGIA......................................................> 56
EXPO GBC 2015....................................> 58
ECONOMIA..................................................> 54 SOLUÇÕES...................................................> 62 EMPRESAS & PESSOAS................................> 66
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COM PROJETOS SUSTENTÁVEIS, O SALDO É POSITIVO PARA O PLANETA E PARA O CAIXA DA SUA EMPRESA. CONHEÇA NOSSOS SERVIÇOS GREEN BUILDING
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coluna gbc
Consolidação, Aperfeiçoamento e Expansão.
O
título acima resume com exatidão os resultados alcançados pelos Membros do Green Building Council Brasil e programados para o
ano de 2015. Em muitos setores da construção civil, como edificações comerciais de alto padrão, a presença do movimento de construção sustentável e certificação de edificações tornou-se premissa unanime nos novos empreendimentos e grandes reformas. Hoje a certificação LEED já acompanha o fluxo de lançamento destas edificações comerciais, ou seja, havendo lançamento teremos projeto registrado. Todavia, a certificação LEED há tempos não se restringe as edificações comerciais. Temos uma grande diversidade de edificações registradas e certificadas e esta multiplicidade de tipologias vem aumentando rapidamente. Destaca-se as plantas industriais, centro de logística, data centers e lojas de varejo. Museus, instituições de ensino, bibliotecas, hospitais, agências bancárias e planejamento urbano integrado também foram empreendimentos certificados recentemente e que comprovam a expansão da conscientização do mercado e busca pelo aperfeiçoamento com foco em eficiência. A certificação LEED EBOM, própria para edificações existentes desponta como grande oportunidade de expansão. Já te-
mos no Brasil 75 projetos registrados e 20 certificados. Além de fazer todo sentido econômico, as ações de retrofit se destacam frente àquelas consideradas nos planos de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas que focam na reabilitação das edificações existentes. O setor residencial começa a ser trabalhado com maior ênfase pelo GBC Brasil, temos 12 casas registradas, sendo 2 certificadas e 2 prédios residenciais registrados como pilotos do Referencial GBC Brasil Casa, além de outras casas e prédios no “pipeline” aguardando para registrarem seus projetos. Atualmente as edificações verdes são a principal solução para os atuais desafios do país. A crise hídrica e energética preocupam e podem gerar consequências econômicas e ambientais irreversíveis. Além de enfatizar os resultados já alcançados pelas edificações verdes, o GBC Brasil buscará cooperar na elaboração de uma política integrada com foco em eficiência na concepção, construção e operação de edificações. Neste sentido, cabe citar nossa recente conquista com o Selo Procel Edificações, que envolve o nível A em envoltória, A em iluminação e A no sistema de ar condicionado como “Alternative Compliance Path” para projetos registrados LEED no Brasil em relação ao cumprimento do pré-requisito de eficiência energética, em substituição ao ASHRAE 90.1/2007.
Por fim, enfatizamos a colaboração na divulgação do Mecanismo de Garantia para Projetos de Eficiência Energética do PNUD e Ministério do Meio Ambiente, facilitador e promotor de projetos de readequação energética de edificações eficientes. A equipe do GBC Brasil está motivada e trabalha insistentemente na criação de ferramentas estratégicas de modo a fomentar a interação entre Membros e nossas atividades, certo que esta aproximação é a base do nosso sucesso. O novo website do GBC Brasil, que recebe cerca de 75.000 acessos por mês, aumentou as opções de interação do Diretório de Networking, criou a área de cases de sucesso visando descrever os projetos certificados LEED e Referencial GBC Brasil Casa pelos especialistas em empresas envolvidas, criou a área de divulgação dos profissionais envolvidos e passou interagir inteligentemente com todas mídias sociais. Ademais, 2015 contará com o fortalecimento dos nossos canais de comunicação, parcerias de mídia, Revista GBC Brasil, mídias urbanas e um documentário de 5 episódios sobre construção sustentável a ser desenvolvido. Nossos agradecimentos especiais a vocês, nossos Membros, por liderarem esta transformação e juntos, vamos continuar construindo um futuro sustentável.
FELIPE FARIA, DIRETOR Green Building Council Brasil
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Edifício Eco Berrini | 2011 Sistema Expansão Indireta LEED Platinum Data Center Santander | 2012 Sistema Expansão Indireta LEED Gold e Tier IV Centro Empres. Senado | 2012 Sistema Expansão Indireta LEED Gold
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GREEN PAGES
ENTREVISTA
Arab Hoballah Arab Hoballah é doutor em desenvolvimento econômico pela Universidade de Paris, França, mestre em Economia e Ferramentas de Análise Prospectiva e também em Direito e Relações Internacionais. Nascido no Líbano, em 1954, Hoballah trabalhou em diversas instituições em países em desenvolvimento, incluindo vários anos com projetos do Banco Mundial no Iêmen. Também criou e gerenciou a Comissão do Mediterrâneo sobre Desenvolvimento Sustentável e por 14 anos trabalhou no programa do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) Mares Regionais como Vice-Diretor do Plano Azul e, em seguida, Vice-Coordenador do Plano de Ação do Mediterrâneo (PAM). Atualmente é Chefe de Consumo e Produção Sustentáveis na UNEP, desde 2005. Responsável pela integração de recursos e eficiência em todos os níveis, local, nacional, regional e global em diversos setores (água e energia, edifícios e cidades, indústrias mais limpos e seguros de produção, turismo, alimentação e educação), desenvolvendo metodologias e ferramentas como Dissociação e Avaliação de Ciclo de Vida, cenários e indicadores, rotulagem e aquisições, além de gerir parcerias para estreitar a colaboração com os governos, as empresas e a indústria da sociedade civil. 8
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Qual é o conceito primordial de decoupling? Arab Hoballah. A Decoupling corresponde a "fazer mais e melhor com menos", usando menos materiais e recursos naturais por unidade de produção, reduzindo os impactos sobre o meio ambiente. O aumento da população, o crescimento econômico global e, principalmente, o consumo e os padrões de produção, em grande parte insustentáveis resultaram em aumentos substanciais na extração de recursos naturais, seu processamento, produção, consumo e geração de resíduos. Agora, é óbvio que, com tais padrões insustentáveis, os recursos sobre o nosso único planeta Terra não serão suficientes para satisfazer as nossas necessidades, a não ser que melhoremos nossa eficiência. Ao reduzir a taxa de utilização de recursos por unidade de atividade econômica, a decoupling de recursos traz um bom resultado econômico. E quando mantemos, mesmo melhorando, a produção econômica, reduzindo o impacto ambiental negativo, este impacto da decoupling também traz um bom resultado ambiental. Obviamente, isso requer inovação em todos os níveis e em todos os setores, o que, juntamente com a eficiência integrada, irá apoiar e impulsionar o desenvolvimento econômico para a sustentabilidade.
Como é que se pode aplicar a decoupling ao ciclo de vida dos produtos? AH. Considerando-se uma perspectiva de ciclo de vida na avaliação da decoupling, ou seja, abordando decoupling em todo o ciclo de vida de um sistema de produção/consumo desde a aquisição de matéria-prima através do processamento e fabricação, uso/consu-
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mo e descarte de resíduos e reciclagem, existem duas grandes vantagens. Em primeiro lugar, uma abordagem de ciclo de vida ajuda a identificar os pontos no sistema onde existem maiores ineficiências, e, portanto, onde a decoupling pode ser alcançada com o menor número de intervenções e mais eficazmente. Por exemplo no setor automotivo a maior parte do consumo de recursos e impactos ambientais ocorrem durante a fase de utilização (associado ao consumo de combustível); portanto, os esforços para dissociar o valor econômico ou a funcionalidade de tais impactos ambientais devem centrar-se na fase de utilização (por exemplo, fazendo com que o carro seja mais eficiente em termos de combustível), a fim de ser mais significativos (sem esquecer que a ação em outras fases do ciclo de vida também pode ser importante e necessária). Em segundo lugar, na verdade, permite a avaliação da decoupling real em oposição a decoupling parcial; por exemplo, se um país terceiriza a indústria mais poluente vai fazer com que seus impactos no mercado interno sejam dissociados da performance econômica; no entanto, esses impactos ainda vão ocorrer (em outro lugar), a menos que o país também tenha reduzido o consumo de produtos relacionados, e a decoupling de modo real pode não ter acontecido (a menos que a produção seja mais eficiente nos países onde esses setores foram terceirizados). Decoupling e seu "motor de eficiência" deve aplicar-se em todas as etapas e fases da cadeia de valor, desde a extração até o processamento, desde a produção até o consumo, a partir da disposição da reutilização e reciclagem. Todas as fases do ciclo de vida dos produtos podem estar sujeitas a decoupling, utilizando menos recursos naturais e redução dos impactos sobre o meio ambiente. Para
um produto, seja um produto de consumo ou um edifício, o design é um processo crítico e um importante passo para a utilização de menos recursos, melhoria posterior na aquisição adequada e na conscientização almejada da educação para o uso, consumo e descarte responsável. Quais são as ações do governo e as empresas para promover a decoupling? E quais os obstáculos? AH. Uma vez que os governos e as corporações têm claramente entendido as oportunidades e benefícios da decoupling e deficiência, é essencial que as autoridades públicas criem e implementem o quadro político necessário que incentiva e induza a eficiência, fornecendo informações adequadas e incentivos necessários, se for o caso; enquanto que as empresas devem incorporar a cultura da decoupling, com menos recursos e redução da poluição, em toda a sua cadeia de valor, investindo mais em inovação. No entanto, investir em decoupling pode não ser fácil para as pequenas e médias empresas, uma vez que eles podem precisar de alguns investimentos e tecnologias apropriadas não disponíveis no mercado local. Para o efeito, é importante que as partes interessadas e tomadores de decisão garantam que o sistema financeiro pode responder às exigências relacionadas, para apoiar a pesquisa e inovação necessárias, bem como garantir a
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resposta rápida aos mercados. Grande parte do "know-how" da concepção de políticas necessárias para conseguir a decoupling está presente em termos de legislação, sistemas de incentivos, e reforma institucional. Muitos países têm experimentado-os com resultados tangíveis, encorajando outros a estudar e, se for caso disso, replicar e ampliar tais práticas e sucessos. Como aumentar a consciência pública sobre os limites dos recursos naturais disponíveis no planeta? AH. Para aumentar as chances que têm um impacto sobre o público, é importante: primeiro, não apontar o dedo e acusar, mas explicar os obstáculos, desafios e riscos, identificando oportunidades para corrigir as tendências e comportamentos insustentáveis, e ao mesmo tempo manter, se não melhorar, o crescimento econômico e qualidade de vida; Segundo, demonstrar claramente que todos somos parte de um sistema e que todos e cada um de nós tem um papel e uma responsabilidade; Terceiro, induzir os governos, autoridades públicas e empresas a darem o exemplo; Quarto, identificar e partilhar boas práticas, nas suas forças motrizes, permitindo novos fatores e resultados; Quinto, concentrar-se primeiro em questões às quais o público é geralmente mais sensível, como a saúde, água, alimentos e energia, mostrando onde as tendências atuais poderiam nos levar, do local ao contexto global, assim como o oposto; Sexto, mostrando como nós podemos fazer economia, de recursos naturais e financeiros, através da eficiência e da decoupling, com pequenos esforços e investimentos, para o bem pessoal e público.
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Qual o papel das cidades na decoupling? AH. Desenvolvimento das cidades para a sustentabilidade é a pedra angular e condição “sine qua non” para a decoupling global e a sustentabilidade. Eu costumo chamar de "as cidades, as indústrias dos três quartos" no caminho para a sustentabilidade. Por uma questão de fato, as cidades vão, em cerca de 20 a 30 anos, dependendo da região do globo, acolher ¾ da população (mais de 90% na América Latina) e gerar ¾ do PIB, mas também gerar ¾ dos resíduos e as emissões de CO2; é claro que todos esses ¾ s são uma ordem de magnitude, mas eles mostram em que medida não poderia haver sustentabilidade se não com e, ao nível da cidade, daí a necessidade de prosseguir a decoupling nas cidades. O aumento da demanda por produtos de consumo ocorrerá principalmente nas cidades enquanto que os bilhões adicionais de consumidores de classe média estará principalmente nas cidades, impulsionando o desenvolvimento global na direção certa ou errada da sustentabilidade, dependendo de seus padrões de consumo e demandas por produtos eficientes de baixo consumo de carbono. Para o efeito, a inovação em infra-estrutura, pesada e leve, vai melhorar a gestão dos recursos nas cidades que "lideram pelo exemplo", com amplas oportunidades para aplicação em grande número de cidades. Para o efeito, o entendimento do metabolismo urbano e o fluxo de recursos para e dentro das cidades irá oferecer oportunidades para separar em várias fases, desde a adaptação das infra-estruturas existentes ou a concepção/construção de novas.
Quais países que já estão se movendo na direção da decoupling? E o que ações / práticas concretas para isso? AH. Quase todos os países estão a realizar algum tipo de decoupling, mas eles não estão qualificando ações relacionadas como tal. A eficiência dos recursos está acontecendo em todos os lugares, mas não em grande escala. Os campeões neste sentido têm sido até agora os países europeus, como a Holanda, Alemanha, Dinamarca, Finlândia, Suécia, Noruega, isso se aplica ao setor dos transportes, bem como para os edifícios e construção, onde a promoção da eficiência energética torna-se uma prática normal com legislação adequada, incentivos e instrumentos de mercado. Isto está a ser progressivamente ampliado a muitos outros países, como Cingapura, África do Sul, Colômbia e Brasil. A redução do consumo de energia nos edifícios está agora bem estabelecida, mas ainda precisa ser adequadamente implementada e ampliada, para uma redução em cerca de 30% apenas com alterações comportamentais e com pouco mais investimento. O mesmo vale para o transporte público e compartilhado. No setor da indústria, a tecnologia avançada dos fornos de co-geração pode atingir até 40% de redução da intensidade energética para fundição e processamento de zinco, estanho, cobre e chumbo. Os agricultores na Índia, Jordânia, Espanha e EUA têm mostrado que, em sistemas de irrigação por gotejamento sub-superfície,
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regar diretamente raízes das plantas, pode reduzir o consumo de água entre 30-70% e aumentar o rendimento das culturas por 2090%. Um certo número de tecnologias proporcionam períodos curtos de pay-back quando se comparam os investimentos com seu período de retorno; este é o caso de motores de alta eficiência, irrigação por gotejamento, aço de alta rigidez e metano do aterro de resíduos. Quais são as consequências mais imediatas de padrões insustentáveis de uso dos recursos naturais? AH. Os padrões insustentáveis de uso dos recursos naturais irão resultar em diminuição dos recursos, a concorrência sobre os restantes recursos limitados e aumento de preços dos produtos relacionados, gerando portanto, o aumento da pobreza e instabilidade. Ele também terá um aumento dos riscos de catástrofes, afetando o equilíbrio dos ecossistemas em questão, resultando em inundações, se não no aumento da desertificação. Os atuais padrões de utilização dos recursos estão levando ao aumento dos preços dos recursos, o aumento da volatilidade dos preços, a arraigada escassez de recursos e o rompimento de sistemas ambientais. Explique sobre as principais conclusões do "Decoupling 2" em poucas linhas. AH. A decoupling deve ser perseguida para garantir o crescimento econômico sustentado e o progresso social equitativo; decoupling é cada vez mais importante para fazer economias e as empresas mais competitivas. Muitas tecnologias e técnicas de eficiência de recursos estão disponíveis comercialmente
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e sendo amplamente utilizadas em economias em desenvolvimento e desenvolvidas. Elas permitem que a produção econômica seja alcançada com menos recursos e insumos para redução de resíduos, economia de custos e mitigação dos riscos de escassez de recursos e volatilidade dos preços. Você pode falar sobre o lançamento do State of Play América Latina, que ocorreu no ano passado durante o Green Building Brasil Expo, aqui em São Paulo? AH. A mudança climática representa um risco global para a sociedade e os ecossistemas naturais. Ela afeta as necessidades básicas de desenvolvimento, a água, a produção de alimentos, o acesso à energia, a saúde, o acesso e utilização de recursos. Enquanto o mundo está se concentrando sobre o problema e as consequências das mudanças climáticas, há várias oportunidades para contribuir para a mitigação das alterações climáticas através da eficiência dos recursos, a começar com o típico baixo rendimento da eficiência energética no setor da construção e, em seguida, estendido para o fluxo de recursos e usos ao nível da cidade, devido, principalmente, ao fato de que a população está cada vez mais urbanizada, com uma correlacionada demanda crescente para o consumo. América Latina é a região mais urbanizada do mundo e o potencial para corrigir as tendências insustentáveis, poupando grande quantidade de recursos, são enormes. Este relatório foi pensado para essas oportunidades em vários países da América Latina através de edifícios e habitações sociais, em especial, ao avaliar o quadro institucional relacionado existente, o nível de conhecimento e ações necessárias.
Fazer mais e melhor com menos, impulsionado pela inovação e decoupling
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SUSTENT PELO EXEMPLO Por Verônica Soares
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Colégio Estadual Erich Walter Heine, rev/gbc/br Rio de Janeiro
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TÁVEL Escolas certificadas garantem ambiente propício ao desenvolvimento de uma geração consciente de suas responsabilidades socioambientais
O Colégio Estadual Erich Walker Heine conquistou no início desse ano, o selo LEED Schools Silver
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nsinar pelo exemplo é um mote de educadores por todo o mundo e está na essência das atividades da Global Coalition for Green Schools (GCGS), aliança vinculada ao Green Building Council. A Global Coalition consiste em conselhos de construções sustentáveis aliados a organizações que têm o interesse de empoderar comunidades com ferramentas e conhecimento, para que transformem as escolas do seu entorno em espaços de fomento à cultura sustentável. As escolas tornam-se importantes instrumentos de educação para a sustentabilidade ao apresentarem a seus alunos propostas como a redução do uso de lâmpadas, a otimização da ventilação natural, o cultivo de seus próprios alimentos e o respeito à natureza. Mais do que certificar edificações, as ações da GCGS englobam atividades de conscientização e educação voltadas aos aspectos socioambientais. Relacionam, por exemplo, a melhora no rendimento escolar com a qualidade interna do ar obtida por meio de técnicas de construção sustentável. Nesse ambiente, construído para incentivar o letramento ambiental, alunos, professores e demais funcionários, juntamente com pais, mães e membros da comunidade, desenvolvem a capacidade de compreender a complexidade do mundo a partir de um ponto de vista ambientalista, passando a ler a sus-
tentabilidade mais como ação do que como conceito, para fazer a diferença. Responsável pela GCGS no mundo, Rachel Gutter esclarece que a aliança tem o compromisso de colocar cada aluno das novas gerações em uma escola verde, desafio grande, principalmente considerando países como o Brasil, em que os projetos de sustentabilidade ainda engatinham e não são fomentados pelos setores públicos. Para superar as dificuldades, o GCGS conta com o apoio de parceiros estratégicos: “Buscamos organizações similares em outros países, que queiram se comprometer com a mesma visão de sustentabilidade e assumir a responsabilidade de defender o movimento das escolas verdes dentro de seus respectivos países”. Nos Estados Unidos, as certificações ambientais são normas obrigatórias, o que favoreceu o lançamento e a consolidação da Coalition naquele país, desde 2009. Lá, também as associações de professores e de administradores de escolas engajaram-se no processo. O envolvimento garantiu o lançamento da Global Coalition no Congress of World GBC em 2013, com 30 membros fundadores mundiais, cada um representando um movimento crescente de escolas verdes em seu país. “China, Brasil, Argentina, Israel, Jordânia, Croácia são alguns dos países envolvidos e nossa rede está crescendo para atingir um conjunto extremamente diversificado de comunidades e escolas”, celebra Rachel.
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Mudar um prédio e as pessoas
Estudos já comprovaram que há benefícios diretamente relacionados à construção de prédios sustentáveis e a melhora na saúde e desempenho humano, seja no trabalho ou nos estudos. Mas um dos objetivos da GCGS é incentivar um maior número de pesquisas que documentem os avanços positivos associados às escolas verdes. Os benefícios envolvem também uma redução nos custos de manutenção e contas. “Nos Estados Unidos, uma escola verde padrão economiza cerca de US$100 mil por ano em despesas diretas, o suficiente para contratar dois novos professores ou comprar 200 computadores”. Mas a diretora do GCGS considera essa uma vantagem secundária, pois o foco principal é na formação das pessoas: “Essas escolas criam um efeito cascata que se estende muito além da comunidade imediata, aumentando a demanda por edifícios mais saudáveis, a conservação de recursos municipais, como água e energia, e a condução de estilos de vida sustentáveis”. Rachel também destaca que o mais importante nesse processo é a formação dos alunos: “Uma escola verde educa uma nova geração de nativos de sustentabilidade, que sabem usar o que precisam e não tudo o que podem. Esse é o potencial do projeto em longo prazo: não os edifícios que levantamos, mas os alunos que formamos dentro deles”.
Transformação social
Pioneirismo
“Temos 600 alunos que moram em diversas regiões do Rio de Janeiro e acabam levando as vivências da escola para suas famílias. Da última turma, 60 estão inseridos em universidades públicas, sinal de que também cumprimos com nosso papel acadêmico”, afirma o professor, que também se preocupa com a vertente das relações humanas na visão da sustentabilidade. Para ele, é importante que os alunos compreendam que para se manter sustentável, o ambiente precisa ser harmonioso, e o cumprimento de deveres, a otimização dos espaços e a manutenção da ordem são quesitos indispensáveis para o bom relacionamento entre todos. Para Valnei, o maior desafio foi o processo de conscientização do grupo de professores e funcionários, mas o esforço valeu a pena: “Foi um trabalho de formiguinha e hoje os resultados são muito positivos. Trabalhamos agora com a manutenção dos projetos e revisão anual das atividades”. A maioria dos mais de 30 projetos do C.E. Erich Walter Heine é fruto de ideias dos próprios alunos e envolve coleta seletiva, reciclagem, coleta de óleo de cozinha, carona solidária, entre outros.
O prédio do C.E. Erich Walter Heine foi construído a partir de um projeto integrativo, que aproveitou o terreno cedido pela prefeitura municipal do Rio de Janeiro. Luiza Junqueira, arquiteta e consultora LEED responsável pela certificação, explica que o espaço original era uma praça pública com quadras poliesportivas e tais características foram incorporadas ao projeto de modo a reduzir a geração de resíduos. “Várias coisas do espaço original foram reaproveitadas, como a pavimentação da praça e os postes de iluminação”, conta a consultora. Projetos sustentáveis demandam a integração entre as ações de arquitetura, hidráulica, paisagismo e luminotécnica, fato que ainda não é muito comum no Brasil. Mas para Luiza Junqueira, o esforço por esta integração traz benefícios que vão além da redução de resíduos e do consumo de água e energia: “É recompensador ver o que os alunos ganham na convivência em um espaço como esse, e como os professores passam a utilizar a própria escola como ferramenta de ensino. O telhado verde vira horta, eles têm uma composteira própria e são referência para a coleta seletiva da comunidade”, destaca.
Essa realidade é observada diariamente por Valnei Alexandre Fonseca, diretor geral do Colégio Estadual Erich Walter Heine, localizado em Santa Cruz, no Rio de Janeiro, que é a primeira escola totalmente sustentável do Brasil e da América Latina. Com 15 anos de experiência docente e há três à frente da Direção Geral do Colégio, Valnei é testemunha das mudanças ocorridas na comunidade do entorno e acredita que os alunos se tornam multiplicadores.
Colégio Positivo, Curitiba
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Colégio Estadual Erich Walter Heine, Rio de Janeiro
Colégios certificados e iniciativas verdes No Brasil, a ausência de iniciativas formais em prol da sustentabilidade nos currículos escolares ainda é um desafio para a formação de estudantes mais conscientes de seus deveres. No entanto, as certificações têm garantido iniciativas que se destacam pelas construções sustentáveis e impactam a comunidade local em diversos outros aspectos. Em Curitiba, o Colégio Positivo Internacional foi certificado em junho de 2014 com o LEED, tornando-se a primeira escola nível ouro no Brasil. Com iluminação natural cuidadosamente planejada e ventilação cruzada nas salas de aula, o prédio oferece conforto térmico por meio de amplas janelas e portas em lados opostos das salas, além de vidro laminado capaz de permitir a entrada de luz, mas não de calor. Outro ponto que permite o conforto térmico é o telhado branco, que reflete os raios solares
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e evita as chamadas ilhas de calor. Água é um item em pauta que não pode ser esquecido no processo: tanto a redução do consumo quanto a captação fazem parte do projeto do prédio do Positivo. Até o paisagismo foi pensado para evitar a irrigação artificial. Em Florianópolis, uma nova creche inaugurada em março deste ano também é um marco do desenvolvimento de escolas sustentáveis no país. Com capacidade média para 200 crianças em tempo integral, sua localização foi cuidadosamente escolhida para estar próxima a diversos serviços básicos e residências para que a locomoção dos pedestres possa ser feita sem o uso de automóveis, dando preferência ao transporte público. O projeto, com consultoria da Petinelli Inc., empresa de engenharia e consultoria em construções sustentáveis, já foi registrado junto ao United States Green Building Coun-
cil (USGBC) e é candidato a ser a primeira creche municipal do Brasil a receber a certificação LEED nível Platina. “A Creche Municipal Hassis é prova que basta liderança para construirmos um futuro melhor e mais sustentável para as próximas gerações. O pioneirismo da Prefeitura de Florianópolis merece reconhecimento. Esse projeto estabelece um novo benchmark para eficiência energética e consumo de água em edifícios públicos e educacionais no país", celebra Guido Petinelli, Diretor da consultoria. Durante a obra, foram tomados cuidados com para evitar que sedimentos de barro e areia fosse carregados para as galerias pluviais e córregos. Outras características de sustentabilidade incluem sistema de captação da água da chuva para uso nos vasos sanitários, instalação de telhas com tinta de alto Índice de refletância solar, diminuindo a
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temperatura interna e o efeito ilha de calor. Há também aquecimento solar para chuveiros e torneiras, entre outros. A Creche Hassis possui também uma central de coleta de resíduos recicláveis. Para o consultor Guido Petinelli, diversos aspectos da obra merecem destaque: "De forma inédita, a rede municipal de ensino fará uso da energia do sol para gerar eletricidade através da energia fotovoltaica. O excesso de eletricidade é transferido para rede da Celesc e entra como crédito para uso em outras unidades educativas", explica. Já no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, o professor Fernando Ribeiro desde 2010 realiza projetos com seus alunos a fim de incluir o tema das construções sustentáveis no curso técnico de Edificações. Os estudantes são incentivados a desenvolver trabalhos de conclusão de curso voltados para esta temática e, em 2014, um grupo fez o projeto completo para o Liceu obter a certificação LEED for Schools. A banca de defesa contou com a participação da arquiteta Maria Carolina Fujihara, do GBC Brasil, para quem a iniciativa é de extrema importância: “É nessa fase que eles assimilam mais e melhor as informações recebidas”. A arquiteta acredita
também que um grande diferencial do Liceu está no fato de formar profissionais que já chegam ao mercado ou ao ensino superior com conhecimentos sobre as construções sustentáveis e suas certificações. “Os alunos que já estão estudando na área entrarão na universidade com um conhecimento já avançado sobre o tema e possuirão um diferencial importante. Levar o conhecimento para a base da pirâmide é uma forma de disseminar com mais afinco tais práticas e colocar a questão em pauta nas principais escolas e universidades do país”, defende ela, que é coordenadora técnica na GBC. O professor destaca que a recepção dos alunos ao tema é sempre muito positiva - “eles têm uma participação intensa nas discussões, principalmente na disciplina de Legislação” – mas acredita que ainda é preciso avançar na interdisciplinaridade das discussões, que ainda são muito restritas aos cursos técnicos. “Costumo dizer que existem muitas iniciativas e poucas "acabativas". Acredito muito que deva existir um foro adequado para que todos os profissionais ligados ao setor da construção possam discutir novas diretrizes com a comunidade. É uma questão de cidadania”.
Campeonato de Escolas Sustentáveis
Entre as iniciativas de construção sustentável em escolas mais bem sucedidas no mundo, destacam-se as vencedoras da competição Greenest School on Earth, organizada pela GCGS anualmente. Os últimos vencedores foram Green School Bali, Sing Yin Secondary School em Hong Kong e Waterbank School do Quênia. Entre os representantes brasileiros inscritos em 2014, estava o Colégio Estadual Erich Walter Heine. Este ano a vencedora foi a Dunbarton High School do Canadá. O campeonato premia com US$ 1 mil as escolas que melhor exemplificam como a sustentabilidade pode ser integralmente tecida na infraestrutura, na cultura e no currículo, considerando o uso eficiente de recursos e redução do impacto ambiental; a saúde melhorada e a aprendizagem entre alunos, professores e funcionários; e a ênfase na educação para a conservação de recursos.
Colégio Positivo, Curitiba
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Green Apple Day
Em setembro de 2014, a EMEF Padre Luiz de Oliveira Andrade, em Barueri, recebeu um dia de atividades lúdicas e sustentáveis, além da oportunidade de ter um de seus problemas estruturais resolvidos: a troca dos arejadores. Foi o Green Apple Day, evento promovido pela GCGS globalmente, em que empresas e pessoas interessadas em transformar as escolas em ambientes mais sustentáveis para as crianças se reúnem e dedicam um pouco do seu tempo em benefício do outro. Depois de 17 anos atuando como arquiteta no exterior, principalmente nos Estados Unidos, Cristina Shoji retornou ao Brasil para compartilhar seus aprendizados sobre construções sustentáveis por aqui. Participou do Green Apple Day da escola de Barueri junto com a engenheira e diretora técnica da LCP Engenharia, Lourdes Printes, além de outros parceiros. Ambas participaram do processo educativo que explicou às crianças princípios de sustentabilidade ao mesmo tempo em que sensibilizou professores a mudar de atitude. “É um dia em 365 do ano em que podemos doar um pouco do nosso conhecimento e do nosso trabalho para mudar a realidade de uma escola ou de uma comunidade. Foi uma ação muito bonita e emocionante”, relembra Cristina, que é consultora de sustentabilidade na Green Design de São Paulo. Já Lourdes é uma profissional pioneira da construção sustentável no Brasil, atuando desde a década de 1980 na área. Também formada em História pela USP, ela compartilha do desejo de ampliar a cultura das escolas verdes pelo Brasil “A ideia do Green Apple Day é trazer um retorno, fazer alguma coisa para transformar um espaço físico e contribuir para a disseminação do conceito sustentável. Não é preciso ser engenheiro ou arquiteto para participar, basta querer fazer a diferença”.
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Também no mesmo mês, outra atividade Green Apple Day + Programa de Educação Ambiental GRS CTE foi realizado na ONG Gotas de Flor com Amor. O evento consistiu em atividades recreativas sobre Resíduos, com o objetivo de difundir conhecimentos sobre educação ambiental para as crianças. Participaram 8 voluntários, sendo 7 da equipe do CTE (Alexandre Felippes, Gabriel Casaroli, Julia Magaldi, Juliana Webel, Marcelo Mello, Patricia Missawa, Wagner Oliveira) e 25 crianças, além dos educadores da ONG Gotas. As crianças se divertiram com o jogo de Caça-ao-Tesouro e puderam usar sua criatividade na dobradura feita com papel já utilizado. Além disso foi feita uma atividade de upcycling com Garrafas PETs transformando-as em puff. O evento foi finalizado com a distribuição de brigadeiros feitos com casca de banana. De acordo com Rodrigo Robles, educador da ONG, “a atividade foi fantástica e nos dias seguintes eles aproveitaram para colocar outras ações em prática, como a reutilização de caixas de leite como sementeiras para a horta que eles estão cultivando na ONG”. Dessa forma, a equipe CTE sente que está cumprindo sua missão, encorajando as crianças a repensarem sobre os resíduos. O Programa de Educação Ambiental acontecerá até o final do ano e estão previstas mais 3 encontros entre voluntários CTE e crianças onde serão abordados outros temas ambientais.
Eng. Lourdes Printes (LCP), Arq. Maria Carolina Fujihara (GBC), Arq. Cristina Shoji (Green Design)
Palestra da Eng. Lourdes Printes (LCP)
Crianças montam puffs com garrafas PET na ONG Gotas de Flor com Amor
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ENTREVISTA
Rachel Gutter
Vice Presidente Senior do Conhecimento do U.S. Green Building Council e Diretora do Centro de Escolas Verdes
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Qual é o objetivo da Global Coalition for Green Schools e quando isso começou? Rachel Gutter. Nosso compromisso do Centro de Escolas Verdes é colocar todos os alunos em uma escola verde durante esta geração. Lançamos a Global Coalition for Green Schools (Coligação Global) para formar parcerias com organizações similares em outros países, que queriam se comprometer com essa mesma visão e assumir a responsabilidade de defender o movimento escolas verdes dentro de seus respectivos países. A Coligação Mundial baseia-se no sucesso da Coalizão dos EUA, que foi lançada em 2009, juntamente com muitas das organizações mais poderosas e associações no mundo da educação e da sustentabilidade como ambos os sindicatos nacionais de professores e associações de administradores escolares, membros do conselho escolar e funcionários da administração. Em 2013, lançamos a Coalizão Mundial no congresso anual do World GBC com outros 30 membros fundadores, cada um representando um movimento crescente de escolas verdes em seu respectivo país. Quem são os membros da aliança global? RG. Temos parceria com uma série de organizações que patrocinam iniciativas de escolas verdes em 31 países. Da China ao Brasil, da Argentina a Israel e Jordânia até a Croácia, nossa rede está crescendo ao longo do tempo para atingir um conjunto extremamente diversificado de comunidades e escolas. Países participantes atuais incluem Argentina, Austrália, Bolívia, Botsuana, Brasil, Canadá, Chile, China, Colômbia, Croácia, Líbano, Egito, Emirados Árabes, Gana, Hong Kong, Índia, Itália, Israel, Jordânia, Quênia, Ilhas Maurício, México, Namíbia, Panamá, Peru, Qatar, Romênia, Cingapura, Eslovênia, Turquia e Estados Unidos.
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Como pode uma Escola Verde melhorar a saúde e a aprendizagem de uma criança e de uma geração? Que tipo de benefícios isso pode proporcionar a uma comunidade e a um país como um todo? RG. Uma série de estudos estabeleceram uma relação clara entre o ambiente construído (ex. Escolas) e saúde humana e performance. Impactos na saúde e desempenho positivo estão ligados a uma variedade de atributos das escolas verdes desde a acústica até a iluminação natural, a qualidade do ar interior para projetar com base numa aprendizagem baseada no espaço. Um dos objetivos da aliança global é conduzir mais pesquisas para este movimento e também documentar os impactos na saúde e desempenho positivos associados a uma escola verde. Mais importante ainda, uma escola verde educa uma nova geração de crianças que nasceram na sustentabilidade, aqueles que sabem usar o que eles precisam e não tudo o que podem. Isso é realmente onde nós vemos o potencial a longo prazo. Não são os edifícios construídos mas os alunos que se constroem dentro deles. Em primeiro lugar, as iniciativas de sustentabilidade ajudam a economizar recursos devolve-los para as salas de aula onde ele pertence. Nos EUA, uma típica escola verde economiza US$ 100.000 por ano em custos operacionais diretos. Isso é o suficiente para contratar dois professores ou comprar 200 computadores. Além de poupar dinheiro, as escolas verdes são uma oportunidade para educar uma geração de cidadãos globais que entendem o seu mundo e como o conforto que eles desfrutam está intrinsecamente ligado a populações ao redor do globo. Escolas Verdes criam um efeito cascata que se estende muito além da comunidade imediata, aumentando a demanda por edifícios mais saudáveis, a conservação dos recursos municipais (energia, água, dinheiro) e a condução de estilos de vida sustentáveis.
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Como é que a qualidade do ar interior de uma escola afeta os seus ocupantes? RG. A qualidade do ar numa escola pode ser melhorada em uma variedade de maneiras desde aumentar a ventilação até diminuir a presença de produtos químicos nocivos. A melhoria da qualidade do ar foi capaz de diminuir a incidência de asma e outras doenças respiratórias, aumentar a participação de professores, funcionários e alunos, e melhorar os resultados de aprendizagem e retenção. Além disso, a melhoria de atendimento para os professores tem um impacto financeiro direto sobre a escola pela poupança de custos com substitutos e gastos com saúde reduzidas para o sistema escolar. Quais são as coisas mais importantes que uma Escola Verde deve ter em termos de educação e arquitetura? RG. No Centro de Escolas Verdes, junto com nossos parceiros da Coalizão Global, nós encaramos os objetivos de uma escola verde apoiado em três pilares. Simplificando, uma escola verde aspira: minimizar o impacto ambiental, absorvendo zero para energia, água e resíduos; ter um impacto positivo sobre a saúde humana, bem-estar e desempenho e; finalmente, garantir que todos os formandos sejam ambientalmente alfabetizados. Você pode dar um bom exemplo de uma Escola Verde no Mundo que pode inspirar outras escolas? RG. Destacamos três escolas excepcionais através do nossa competição “Escola Mais Verde da Terra”. Os nossos vencedores passados incluem a Escola Green Bali, na Indonésia, a Escola Secundária Sing Yin em Hong Kong e a Escola Waterbank no Quênia. Cada uma dessas escolas exemplifica os três pilares de uma escola verde. A busca para este ano da Escola Mais Verde na Terra encerrou-se a pouco tempo. Recebemos pedidos de
cerca de vinte países e o prêmio de 2015 foi para aquela que está definindo o que significa viver, respirar e ensinar sustentabilidade em toda a escola, a Dunbarton High School, do Canadá. Como você aproxima e envolve o governo na iniciativa Escolas Verdes? RG. Nos Estados Unidos, temos parcerias com uma série de agências estaduais e locais e o que temos feito com o Departamento de Educação dos Estados Unidos para ajudá-los a incrementar o prêmio Green Ribbon School auxiliando o nosso trabalho com os legisladores estaduais a aprovarem políticas locais para escolas verdes. Nós trabalhamos até mesmo com prefeitos através da nossa Aliança de Prefeitos para Escolas Verdes. Como você vê o futuro das Escolas Verdes e educação com os conceitos sustentáveis? RG. Vemos escolas verdes como motor da transformação na educação, dando-lhes competências do século 21, como o pensamento sistêmico e o empreendedorismo. Sabemos que a geração de estudantes que está chegando nas escolas verdes estarão equipados para resolver os desafios que inevitavelmente deixamos para trás. No Centro, queremos que a nova geração de cidadãos que pensam globalmente seja o nosso legado.
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vida sustentável
É possível: mais saúde, bem-estar e produtividade
Imagens: © WGBC
Por Bruna Dalto
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vida sustentável
Relatório inédito do WGBC garante que construções sustentáveis vão além dos benefícios econômicos e ao meio ambiente, atingindo diretamente o rendimento dos funcionários de uma empresa
A
s metrópoles se desenvolveram com muita rapidez. Edifícios são construídos em poucos dias. Sem perceber, o planejamento urbano e a preocupação com a sustentabilidade foram deixados de lado. Grandes cidades começaram a produzir impactos negativos ao meio ambiente. Na construção há um gasto exagerado de materiais com alto nível de energia embutida e materiais com alta emissão de CO2, além do grande volume de produção de entulho e grande movimentação de terra. Já na operação o problema está no grande consumo de energia, água, produção de esgotos e lixo e impermeabilização do terreno. Os Green Buildings vieram para reverter este quadro e comprovar que é possível uma cidade crescer de maneira consciente e sustentável. O espaço construído deve ter na sua concepção, construção e operação o uso de conceitos e procedimentos reconhecidos de sustentabilidade ambiental, proporcionando benefícios econômicos e, principalmente, na saúde e bem-estar das pessoas. Nas escolas, há uma melhora de 20% nas provas; nos hospitais pacientes deixam o local mais cedo; nos escritórios a produtividade da equipe pode aumentar em até 16%, no comércio há um aumento significativo por metro quadrado; e nas indústrias, o aumento da produção. O World Green Building Council lançou em novembro de 2014 um novo relatório que apresenta provas significativas nas relações diretas entre o projeto de um escritório e o impacto significativo na saúde, bem-estar e produtividade dos funcionários. O relatório, patrocinado pela JLL, LendLease e Skanska, afirma que a produtividade das pessoas depende de uma soma de vários fatores. São considerados os itens físicos do espaço do escritório: Qualidade do ar e ventilação, conforto térmico, iluminação e vistas para o exterior, existência de plantas e áreas verdes, a Biofilia. Além disso, também deve-se considerar os itens culturais e sociais, conforto acústico, o layout e a ergonomia principalmente no mobiliário das mesas e cadeiras, aspecto de limpeza e arrumação.
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Principais comprovações •
Qualidade do ar interior: Várias pesquisas apontam que a melhoria na qualidade do ar interior (baixas concentrações de CO2 e de poluentes e altas taxas de ventilação) pode elevar a melhoria da produtividade de 8 a 11%. • Conforto térmico: Pesquisas demonstram que o conforto térmico tem um impacto significativo sobre a satisfação no local de trabalho e graus moderados de controle individual sobre conforto térmico podem causar melhoria na produtividade. • Iluminação e vista da área externa: Vários estudos têm estimado ganhos na produtividade como resultado da proximidade de janelas; especialistas acreditam que vistas externas é, provavelmente, o fator mais significativo para o ganho de produtividade, principalmente quando a vista oferece uma relação com a natureza. • Ruído e acústica: A pesquisa revela que quando o ruído provoca uma distração indesejada é praticamente impossível ser produtivo em um escritório baseado no conceito moderno de conhecimento. Esta pode ser a principal causa de insatisfação entre os ocupantes. • Layout interno: A forma como o interior de um escritório é configurado (incluindo densidade e configuração do espaço de trabalho, circulações, espaço social e estação de trabalho) possui um impacto sobre a concentração, a colaboração, a confidencialidade e a criatividade. • Atividades e exercício: A saúde pode ser melhorada através da prática de exercícios. Logo, um prédio que ofereça atividades, promovendo o acesso a serviços e comodidades como academia, depósitos para bicicleta e espaços verdes, podendo estimular um estilo de vida mais saudável a seus ocupantes. Segundo a professora do Green Building Council Brasil e diretora executiva da Asclépio Consultoria, Eleonora Zioni, o entorno do local também é essencial no planejamento do edifício sustentável e
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nos benefícios aos colaboradores. “A influência é direta caso haja a existência de facilidades como creches, restaurantes, lojas e conveniências no local de trabalho ou próximas. O local determina o transporte das pessoas diariamente, item já muito discutido em uma grande cidade como São Paulo, já que quanto mais tempo se perde com o deslocamento, maior é a fonte de stress. As empresas que oferecem serviços alternativos como ônibus fretado, minivans, ou sistema de carona solidária estão ajudando Eleonora Zioni as pessoas e o planeta”, afirma. Para ela, o acesso direto ao exterior é realmente o mais importante para as pessoas. Os benefícios da conexão com o exterior das edificações são comprovados cientificamente, o contato com a luz solar tem relação direta com o ciclo circadiano das pessoas, interferindo na produção de hormônios e fontes de prevenção de esgotamento físico e emocional.
Escolha de materiais
Outro item que merece atenção é a escolha dos materiais, seus requisitos técnicos e uso de substâncias: Tintas que não deixam cheiro e não irritam os olhos, carpetes antialérgicos, mesas com laminados melamínicos que não tenham componentes que liberam compostos orgânicos voláteis e o cuidado com a manutenção dos sistemas de ar condicionado.
Ferramentas para medição
Não há dúvidas que as vantagens aos funcionários são surpreendentes. Contudo, é preciso saber se o trabalho que está sendo realizado está realmente garantido todos os benefícios. Por isso, o relatório apresenta um conjunto de ferramentas simples que poderão ser utilizadas pelas empresas para mensurar a saúde, o bem-estar e a produtividade de seus edifícios, além de informar a tomada de decisão financeira. A compreensão da relação entre trabalhadores e seus locais de trabalho é importante para o desenvolvimento de edifícios de mais qualidade, mais saudáveis e ecológicos, aspectos valorizados pelos investidores, projetistas e ocupantes. • Métricas financeiras: Absenteísmo, rotatividade de pessoal, composição da receita (por departamento ou por edifício), custos médicos e de reclamações e queixas físicas.
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Métricas perceptivas: Estudos que apontam uma série de atitudes de autorrelato para a saúde, bem-estar e produtividade no local de trabalho podem conter uma grande quantidade de informações para a melhora do desempenho do escritório. • Métricas físicas: medições do ambiente físico do escritório, como a temperatura, auxiliam a mensurar seu efeito sobre a saúde, bem-estar e produtividade dos trabalhadores. Avanços tecnológicos e de fácil manuseio nos dão acesso a estas informações. A ferramenta de certificação LEED também é um instrumento que oferece um padrão de itens da infraestrutura do escritório a serem investidos no espaço, seja reforma ou nova construção, em qualquer edifício. A ferramenta permite o benchmarking para a empresa, comparação com edifícios em todo o mundo.
Integração de equipes
Quando houver uma integração entre a engenharia, o RH e o financeiro, a empresa conseguirá aplicar no espaço de trabalho as reais necessidades a partir da percepção dos colaboradores, sem desperdício, de acordo com o perfil de cada pessoa e reduzirão os custos empregatícios, aumentando a produtividade e gerando maiores receitas. Uma maneira poderia ser iniciando uma aproximação através do cruzamento de informações quanto à satisfação com o conforto térmico, com a iluminação, com a ventilação com o layout e os mobiliários. Por exemplo: Uma pessoa de olhos claros fisiologicamente tem os olhos mais sensíveis e precisa de menos luz para trabalhar. Uma pessoa mais alta precisa de posição do monitor diferente de uma pessoa de estatura média. Eleonora questionou o gerente de uma grande empresa que estava planejando a mudança para um escritório com certificação LEED CI, qual era o item motivador da preocupação com a sustentabilidade. “Ele me explicou que percebeu que deveria investir na qualidade do ambiente quando quatro funcionários, que sentavam na mesma mesa compartilhada, faltaram no mesmo dia por causa de gripe. A empresa entendeu que era melhor cuidar melhor do escritório”. Vale frase ‘É melhor prevenir do que remediar’.
Atuação do GBC Brasil
O GBC Brasil iniciou uma pesquisa de estudos de casos nacionais que contará com o apoio do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas). O objetivo do estudo é realizar uma avaliação do Bem-estar nos escritórios e a sua influência sobre a Saúde e Produtividade dos ocupantes, além da avaliação do desempenho dos sistemas e equipamentos instalados nos ambientes. Serão utilizadas métricas perceptivas e físicas, com base no Relatório desenvolvido pelo World GBC (World Green Building Council) em parceria com UKGBC, HKGBC, USGBC e Colômbia GBC. Para mais informações contate o GBC Brasil.
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soluções
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Arquiteto Siegbert Zanettini
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© Fábia Mercadante
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A EVOLUÇÃO DA CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL Por Bruna Dalto
Mesmo que aparentemente recente, as origens da visão sustentável podem ser identificadas por mestres arquitetos como os principais percussores etapa evolutiva presente, segundo Siegbert Zanettini.
Um deles é Frank Lloyd Wright (1867-1959) que se afastou das experiências européias modernistas e projetou em 1906 a Robie House, construída entre 1908 e 1910, em Chicago; “Fallingwater”, a Casa da Cascata projetada em 1935 e construída entre 1936 e 1937 junto a uma cachoeira no Rio Beer Run, na Pensilvânia; e o “Taliesin West” laboratório e moradia de Wright e seus auxiliares, complexo com vários edifícios projetado e construído entre 1937 e 1956. Estes três exemplos, entre centenas de outros projetos, são obras feitas de acordo com o que Wright defendia: “Um edifício deve dar a impressão de crescer sem esforço de seu lugar, ser projetado de modo a harmonizar com o ambiente, se a natureza se manifesta ali; caso contrário, procurem deixá-lo silencioso, essencial e orgânico na mesma medida, como se a Natureza fosse encontrada em circunstâncias favoráveis”. revistagbcbrasil.com.br
No Brasil, Rino Levi, Lucio Costa, Severiano Porto, Sérgio Bernardes, Affonso Eduardo Reidy e Roberto Burle Marx, renomado internacionalmente ao exercer a profissão de arquiteto-paisagista, são considerados os primeiros a adotar com clareza conceitos bioclimáticos e ecoeficientes em seus projetos, segundo Zanettini.
As experiências ecoeficientes e bioclimáticas de Zanettini No Brasil as péssimas administrações e especialmente a ação do BNH (Banco Nacional da Habitação) marcou toda a construção brasileira com uma postura retrógrada e preocupada apenas em quantidade e não com a qualidade, induzindo toda a produção arquitetônica a um nível primário no setor da construção ao utilizar mão de obra barata e sem qualificação. Isto, influenciou até hoje os
baixos níveis de arquitetura e construção civil, sem planejamento, sem urbanismo, sem novas tecnologias, sem invenção, má qualidade construtiva e estética duvidosa. Tentando fugir a todo esse universo, Zanettini decidiu, a partir de 1968, lutar contra a ausência de conceitos científicos e se direcionar, mesmo com a precariedade da época, à novas soluções com tecnologias mais industrializadas, com rígido controle construtivo e com preocupação constante com o meio ambiente e soluções bioclimáticas e ecoeficientes. “Foi então que, pioneiramente no Brasil, iniciei o uso de estrutura metálica e também com estruturas de madeira compostas de sarrafos de madeira de descarte, algumas vezes com soluções mistas desses materiais, ou ainda, trabalhando com concreto pré-moldado com controle tecnológico desde a sua fabricação”. Alguns pontos fundamentais dessa trajetória com textos, teses, eventos, palestras e projetos e obras, nestes 45 anos, verdadeiros marcos de pesquisa e inovação, uma série de obras com estrutura de madeira com o reaproveitamento de sarrafos de pinho colados, constituindo pilares e vigas de dimensões estruturais significativas, estão documentadas no livro “Siegbert Zanettini - Arquitetura Razão Sensibilidade”. abr/15
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Os projetos citados abaixo e outros que completariam essa longa descrição são exemplos executados com soluções arquitetônicas e sistemas construtivos que possuam controle de qualidade nos elementos produzidos industrialmente usando tecnologia limpa e principalmente segura.
EVO Atelier Zanettini Arquitetura -1984
Respeito profundo pela paisagem, a retomada da rua interna, evolução antiga da galeria de circulação da primeira casa própria construída, a racionalidade do setor hidráulico, o controle da curva necessária, entre outros aspectos. A primeira obra brasileira bioclimática e ecoeficiente, que sintetiza de conceito, equilíbrio, simplicidade e magia na sua interação com meio ambiente.
Residência Rodolfo Galvani - 1977 Atualidade de seus espaços, acolhimento dos ambientes, clareza formal e refrescante cobertura verde.
Residência Ilha Bela - 1976 Escola Estadual Dracena em São Paulo - 1976 Para-sóis horizontais acima dos blocos soltos dos ambientes de trabalho; ventilação natural para garantir a renovação do ar e melhorar o conforto térmico dos ambientes.
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As características físicas de um terreno com 12m de desnível determinaram a implantação em quatro níveis, onde as linhas geométricas promovem a adequação topográfica e a volumetria sinuosa de decks e varandas que se alternam, planos, cilindros e um prisma triangular que dialogam entre si compondo uma unidade complexa e agradável.
Muito conhecido como estúdio, laboratório e oficina e local responsável pela experimentação de inúmeras soluções construtivas de novos materiais. Importante também por ser o 1º edifício em aço no Brasil totalmente industrializado montado em 35 dias e desmontado há um ano, em perfeito estado de preservação, para ser montado em outra área.
Escolas Panamericanas de Arte -1989 e 1996 São até hoje os mais conhecidos e visitados símbolos da arquitetura do aço do País, motivo de contínuas visitações, eventos, lançamentos e estudos de escolas de arquitetura e continuamente escolhidos por alunos como objetos de estudo; Fotos cedidas por Zanettini Arquitetura
A casa de Atibaia - 1974
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OLUCÃO Ç documento
Cenpes - Centro de pesquisas da Petrobras
Casa Limpa – ECO 1992
Projeto de 2006 a 2008 e obra concluída em 2010, considerada a obra mais completa em inovação, tecnologia, ecoeficiencia e sustentabilidade da América Latina e ganhadora dos prêmios Green Building Brasil em 2011 e Green Nation Fest de 2012.
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal Brasília, em 2009 Considerado o “Primeiro Fórum Sustentável do Judiciário Brasileiro” em estrutura metálica e utilização pela primeira vez de mantas de aço inox para proteção da radiação térmica nas fachadas. Designado de Fórum do Meio Ambiente ganhou um selo federal comemorativo dos Correios.
Primeiro projeto com todos os atributos que constituem hoje o conceito de sustentabilidade;
Hospital e Maternidade São Luiz – Unidade Anália Franco Primeira versão em estrutura metálica e por solicitação do grupo executivo da obra, teve a estrutura substituída por concreto em 2004, finalizado em 2007 e vencedor do Prêmio Destaque Saúde Projeto Predial no V Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa.
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Sede e Centro de Pesquisa da Schlumberger O edifício integra princípios de sustentabilidade na forma e função dos espaços projetados, onde há presença constante de áreas verdes, iluminação e ventilação corretas, além de sistemas operacionais flexíveis que permitem fácil operação e manutenção. Um conjunto que assegura a renovação do ecossistema natural, permite fáceis ampliações futuras da estrutura em aço e minimiza os impactos resultantes da intervenção urbana na paisagem.
Centro de Convenções da Unicamp, em 2010 É constituído de um auditório para 1800 pessoas e que pode ser dividido em três menores além de várias salas de reuniões de grupos, locais de exposição, restaurante e outros ambientes. Teve uma reestruturação viária anexando grande estacionamento, praça pública e grande área verde no entorno. O auditório com forma acústica assim como todo o conjunto utiliza estrutura metálica e importantes soluções de sustentabilidade. Toda a água da cobertura é recolhida num espelho d’água paisagisticamente situado que acumula toda a captação das águas pluviais das coberturas e as águas de reuso.
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ARQUITETO SIEGBERT ZANETTINI
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Hospital Mater Dei – Belo Horizonte Projetado em 2010-2011, trata-se do primeiro hospital de grande porte, inteiramente industrializado e com estrutura metálica. Foi recentemente agraciado com o X Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa de 2013.
©Hochtief
"Falar em arquitetura é falar também da luz. Como intensidade, amplitude e matizes moldam os espaços e valorizam formas. Uma arquitetura que mostre as mutações de luz, cores e brilhos do amanhecer ao entardecer, ressalta os focos luminosos que transpõem aberturas, superfícies translúcidas e vitrais reproduzindo novos cenários."
Complexo B.Braun em São Gonçalo/ RJ A nova unidade da empresa alemã B.Braun, em expansão no Brasil, será construída no Parque Fabril e contará com um Centro Logístico, que terá um armazém para produtos acabados e um depósito de materiais inflamáveis, na primeira fase. Em seguida, será construída uma fábrica de dispositivos médicos e, por último, o Centro Administrativo.
Graded School São Paulo em 2013 A idéia de uma “Escola Parque” com praças cobertas e arborizadas para áreas de aprendizagem e de conhecimentos inovadores e sustentáveis foi um dos pilares do projeto. Os eixos principais de circulação foram integrados a essas praças e também ao playground. Toda área esportiva se articula com as outras áreas de circulação, facilitando o escoamento e as rotas de saída.
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FUTURO documento
Perspectivas para o futuro
As conceituações decorrentes do aumento da complexidade do conhecimento e do seu trato, devem estar presentes desde a formação e aprofundadas no decorrer das atividades culturais e profissionais do arquiteto e vem exigindo uma crescente contribuição interdisciplinar em cada projeto entre os cabíveis participantes das várias áreas científicas – humanas, biológicas, ambientais, exatas e econômicas – em equilíbrio com o conhecimento sensível. Como conseqüência e talvez a mais próxima, seja a “re-união” de arquitetos e engenheiros na formação e num trabalho mais interativo, diante da constatação irrefutável de que essas áreas tratam de um mesmo objeto. Uma nova visão de mundo que decorre da nossa consciência e sensibilidade estabelece necessários vínculos com a sociologia, a antropologia e as demais ciências que incorporem homem, uso, lugar, tempo, medida, matéria, técnica com riqueza e qualidade fundamentais na inovação e na evolução tecnológica, e que propicie condições para que o arquiteto possa exercer sua profissão de uma forma plena. Mas infelizmente a busca de um mundo mais sustentável encontra no presente sérios obstáculos a serem transpostos. As contradições seguidas do capitalismo mundial na suas exigências de mercado e de consumo ditam a desordem presente em praticamente em todas as nações, em especial as emergentes e as de 3ª e 4º mundos. As cidades e em especial os grandes aglomerados refletem um inchamento com toda a sorte de conflitos de um contexto cada vez mais insustentável pela ausência de programas e ações culturais, políticas e econômicas. No Brasil, por exemplo, há a ausência de previsão e planejamento físico e econômico; a
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incompetência quase generalizada da classe política e da “elite” econômica, principalmente preocupada com o lucro fácil e rápido e no conluio criminoso entre ambas; a desordem das cidades, a ineficiência na mobilidade urbana, a ausência de políticas públicas de educação e saúde; a ocupação retalhada do território que reflete um tecido esgarçado e destruidor do meio ambiente; o péssimo aproveitamento da condição exuberante do nosso clima, relevo e solo e a depredação das paisagens no engano da ocupação dos vales com sistema viário e os rios que restaram em esgotos a céu aberto. A insegurança, o descuido na formação acadêmica, o esquecimento da velhice, tirar- nos a condição de cidadãos para nos reduzir a meros consumidores. As cidades vão abandonando a sua condição fundamental de lugar de vida, nosso ar se poluiu, nossos lagos são consumidos e nossas reservas velhas são destruídas. O mais breve possível devemos encontrar caminhos que nos levem a uma visão pluridimensional e um viver com uma postura holística e sistêmica do conhecimento, com desenvolvimentos cientifico e artístico inovadores que acelerem o tempo perdido e nos coloquem num patamar digno do ser humano. As cidades devem passar a ser entendidas com uma visão metabólica que se renove ciclicamente e recupere a condição de organismo vivo que se realimenta continua e evolutivamente. Só assim alcançaremos um mundo pleno, que tenha o homem como a sua principal referência. Essa é a conceituação de sustentabilidade e que devemos para que aconteça e que alimente um Projeto de Nação que quebre paradigmas e constitua contexto sócio-econômico e cultural.
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Ele é carioca... Por Verônica Soares
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© Jaime Acioli
Museu de Arte do Rio: Um marco da sustentabilidade nos 450 anos da cidade maravilhosa. Articular educação e arte, pensar o Rio de Janeiro através de uma leitura transversal da história da cidade e valorizar o âmbito social da sustentabilidade são algumas das missões abraçadas pelo Museu de Arte do Rio, inaugurado em março de 2013. Ao completar dois anos, o MAR, localizado em uma área de 15 mil m2 na Praça Mauá, celebra a conquista do certificado LEED Silver, obtido em 2014, e do título de melhor construção de 2013, na categoria museu, pelo voto popular do maior prêmio internacional de arquitetura, o Architizer A+ Awards. O Museu foi também a primeira entrega do Porto Maravilha, amplo projeto de revitalização da Região Portuária promovido pela Prefeitura do Rio de Janeiro.
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milhões para a realização da complexa proposta de retrofit, que recuperou prédios históricos de épocas diferentes, com perfis heterogêneos, que foram interligados: o Palacete Dom João VI, tombado e eclético, e o edifício vizinho, de estilo modernista – originalmente um terminal rodoviário. O antigo palacete abriga as salas de exposição do museu. O prédio vizinho é o espaço da Escola do Olhar, que é um ambiente para produção e provocação de experiências, coletivas e pessoais, com foco principal na formação de educadores da rede pública de ensino. “Uma característica importante do projeto pensada para atender as demandas da certificação é a fachada em vidro da Escola do Olhar. O perfil em vidro auto portante (Channel glass) possui vidro reciclado na sua composição, e tem aplicação de uma película que contribui para o conforto térmico das salas de aula, reduzindo a sensação de calor sem prejudicar a incidência de luz natural. O museu ainda conta com sensores de luminosidade, lâmpadas econômicas e uso de materiais com conteúdo reciclado
Projeto: Museu de Arte do Rio Localização: Praça Mauá, 5 - Rio de Janeiro - RJ Área total: 15.000 m² Realização: Prefeitura do Rio de Janeiro e Fundação Roberto Marinho Gerenciamento: Engineering SA Serviços Técnicos Arquitetura: Bernardes + Jacobsen Arquitetura Construtora: Concrejato Consultoria de sustentabilidade: CTE - Centro de Tecnologia de Edificações Concepção estrutural: GOP – Gabinete de Organização e Projetos Cálculo estrutural: Cerne Engenharia e Projetos Sociedade Consultoria técnica e controle de qualidade do projeto de estrutura: Engeti Consultoria e Engenharia Consultores de estrutura: Bruno Contarini e Gilberto do Valle Desenvolvimento do traço do concreto: WG Côrrea Consultoria de Engenharia Civil Drenagem e SPDA: Instal Engenharia
© Thales Leite
m 2015, ano em que a cidade maravilhosa celebra seus 450 anos, o MAR se estabelece também como um equipamento fundamental para difundir a cultura da intervenção e construção de baixo impacto na cidade. Nas palavras da gerente geral de Patrimônio e Cultura da Fundação Roberto Marinho, Lucia Bastos – uma das realizadoras do projeto – juntamente com a Prefeitura do Rio de Janeiro, o MAR contribui para incentivar a construção sustentável ao se estabelecer como primeiro museu da América Latina e do país a receber a certificação LEED: “Aprendemos muito com a obra. Todas as etapas do projeto tiveram como premissa a sustentabilidade, desde sua concepção, passando pela sensibilização dos operários, descarte correto dos materiais, uso de material certificado ou com conteúdo reciclado, reaproveitamento de água, entre outras ações”, destaca. O projeto da Bernardes+Jacobsen Arquitetura teve um investimento total de R$79,5
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“O MAR é nosso primeiro projeto a receber o selo. Para nós o principal aspecto da certificação é mostrar que é possível fazer um projeto pensado desde o início para atender os quesitos de sustentabilidade, resultado de uma parceria entre projetistas, gerenciadores, engenheiros, Fundação Roberto Marinho e o investimento público.”
© Jaime Acioli
Bernardo Jacobsen, Jacobsen Arquitetura
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como o piso em resina da Escola do Olhar,” destaca Bernardo Jacobsen, um dos arquitetos do projeto. Sob a responsabilidade do Centro de Tecnologia de Edificações (CTE), o MAR foi certificado no LEED NC, que é focado no projeto e na construção do prédio, sendo a certificação obtida após a conclusão da obra. Conforme explica Anderson Benite, diretor da Unidade de Sustentabilidade do CTE, “esse tipo de certificação só perde seu valor caso o prédio tenha seu uso alterado ou se passar por uma reforma completa, descaracterizando tudo o que existia ali no momento da entrega do certificado”. Dentre as estratégias utilizadas, o projeto do MAR aproveitou 66,77% de toda construção que existia no local antes da obra, o que garantiu uma redução enorme de recursos que seriam extraídos do meio natural, como cimento, areia, aço, entre outros, além, é claro, da redução da geração de resíduos e do consumo de energia para a demolição. A seleção dos materiais incorporados à obra também teve requisitos de sustentabilidade: 20,41% dos materiais usados no edifício foram extraídos e manufaturados a menos de 800 km de distância do empreendimento e 59% dos materiais possuem conteúdo reciclado. Como recomenda a UNESCO, o MAR tem atividades que envolvem coleta, registro, pesquisa, preservação e devolução à comunidade de bens culturais – sob a forma de exposições, catálogos, programas em multimeios e educacionais. O complexo do museu inclui oito salas de exposições e cerca de 2.400 m2, divididos em quatro andares; a Escola do Olhar e áreas de apoio técnico e de recepção, além de serviços ao público. Os dois prédios que formam a instituição são unidos por meio de uma praça, uma passarela e cobertura fluida, em forma de onda – o traço mais marcante da caligrafia dos arquitetos – transformando-os em um conjunto harmônico.
Diferenciais do projeto: 1 4
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1. Redução do efeito de ilha de calor com cobertura clara que absorve menos calor; de pedra portuguesa;
3. Incentivo ao transporte alternativo, com 62 vagas em bicicletário e serviços de transporte coletivo no entorno;
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2. Redução do efeito de ilha de calor com uso
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-se que mais de 90% de todo resíduo produzido durante a construção foi desviado de aterro, ou seja, reaproveitado ou enviado para reciclagem e fins mais nobres do que simplesmente aterrar. Outros diferenciais da construção do MAR são a qualidade do ar interno, o aumento da eficiência energética e do conforto térmico, além de um processo bem estabelecido de reciclagem por meio da coleta seletiva e a prática do reuso. Vidros especiais também contribuem para a redução da sensação de calor, sem reduzir a incidência da luz natural. O projeto conta, ainda, com as tecnologias de economia de água, como torneiras com fechamento automático e restritores de vazão, mictório de baixo consumo, vasos de duplo acionamento, que reduziram em 68% o consumo de água potável para esse fim, quando comparado com a exigência do LEED. “As estratégias de economia de energia permitiram que o prédio seja 12,48%
O teto ondulado, uma das marcas visuais mais impactantes do Museu, contribui para a redução da incidência solar. A cobertura fluida do museu foi feita a partir de fôrmas de isopor EPS, comumente utilizado na construção civil por resistir à compressão de mais de uma tonelada por metro quadrado e ser um material maleável. Mas o grande diferencial foi a confecção das fôrmas, feita nos galpões das escolas de samba localizadas na região portuária, com a mão de obra dos escultores especializados no uso desse material. A coordenação do trabalho dos artesãos ficou sob a responsabilidade do artista plástico Carlos Lopes, representando mais um exemplo da importância de agregar o fator social às construções sustentáveis. Depois de utilizadas, as peças de isopor foram doadas a escolas do Grupo Especial e da Série A, que usaram o material nos desfiles. O cuidado com os princípios sustentáveis foi tão grande que, ao final da obra, apurou-
4. Redução do consumo de água potável pela captação da chuva para uso no sistema de descarga; 5. Redução do consumo de água potável por meio do uso de metais sanitários econômicos; 6. Redução do consumo de água potável no paisagismo, pelo uso de espécies que demandam menos irrigação.
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mais eficiente do que a base de referência do LEED, que já é rigorosa. Isso gera redução efetiva nas contas de energia do prédio”, destaca o consultor Anderson Benite. Além disso, 76% da madeira incorporada no edifício é certificada FSC, selo que reconhece o manejo sustentável, boas práticas, em sua origem e toda cadeia produtiva. Benite explica que, ao visitar o prédio, qualquer ocupante consegue enxergar as estratégias de sustentabilidade, graças a um primoroso trabalho de comunicação visual, fruto de um programa de educação ambiental específico para o Museu. O edifício também oferece toda uma infraestrutura de coleta e destinação de resíduos para a reciclagem, entre outras propostas práticas para os visitantes, conforme relata o diretor de sustentabilidade: “O projeto não possui áreas de estacionamento. Como incentivo ao transporte alternativo na região, foram projetadas 62 racks para bicicletas e o Museu ainda está localizado perto de pontos de ônibus bem providos de linhas”. Anderson exemplifica, ainda, que, para os gestores, as tecnologias embarcadas permitem uma ope-
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ração otimizada com menores despesas em energia e água, permitindo que os investimentos sejam melhor utilizados nas próprias exposições e melhorias do museu. Benite acredita que o fato de ter sido pioneiro na obtenção da certificação LEED já faz do MAR um grande legado deixado à cidade do Rio de Janeiro em seus 450 anos. “A certificação do Museu incentivou outros edifícios a buscarem o mesmo. O Rio de Janeiro é o segundo estado com mais certificações no Brasil, com 175 projetos registrados e 33 já certificados. Além disso, o MAR provou que é possível esse tipo de edifício, concebido a partir da restauração de um palacete muito antigo, ter um bom desempenho e ser referência tanto nacional como internacionalmente”, destaca. Lucia Bastos, da Fundação Roberto Marinho, reforça o coro: “A disseminação de práticas sustentáveis é uma das diretrizes da atuação da Fundação Roberto Marinho. O conceito também está na base dos museus que desenvolvemos atualmente, o Museu do Amanhã e o Museu da Imagem e do Som, que também buscam a certificação LEED”, conclui.
Certificação em números • • • • • • • • • •
Melhoria de 16% na classificação de desempenho da edificação 35% de aquisição de energia verde 10% de materiais de construção com conteúdo reciclado 20% dos materiais extraídos, colhidos, recuperado, ou fabricados regionalmente 76% da madeira certificada pelo FSC 67% de aproveitamento da estrutura do edifício existente e reutilização do envoltório 90% do resíduo produzido na construção foi desviado de aterro, ou seja, reaproveitado ou enviado para reciclagem Redução de 100% no uso de água potável no paisagismo Redução de 40% no uso de água no interior da edificação Redução de 50% na geração de efluentes
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1º Anuário de Certificações GBC Brasil chega em Junho
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Contando com o apoio das principais empresas do setor, a publicação especial da revista GBC Brasil trará informações completas sobre o mercado sustentável no país
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efletindo o crescente reconhecimento da importância de edifícios verdes na vida cotidiana das cidades brasileiras, no uso racional dos recursos hídricos, na redução das emissões de gases de efeito estufa, na melhoria da qualidade de vida dos ocupantes, na economia dos custos de manutenção, na busca pela utilização de fontes de energia renováveis, o desenvolvimento do Green Building
Council Brasil é notório. E continua a crescer com o fortalecimento da revista GBC Brasil, a plataforma oficial de divulgação das melhores práticas e soluções no mercado da construção sustentável no país. Agora, essa plataforma ganha um novo impulso com o lançamento de mais uma ferramenta de consulta e informação: o 1º Anuário de Certificações GBC Brasil. O ponto focal deste projeto foi a necessidade de ordenar e catalogar todo um conjunto ordenado de informações sobre a construção sustentável no Brasil, desenvolvendo um material de fácil acesso e consulta, que possa chegar ao conhecimento de todo o mercado. Em 2014 o Brasil atingiu o maior número de projetos certificados. Foram 82 até dezembro. Em termos de projetos registrados acumulados, chegamos a 944 o que significa o terceiro lugar no mundo, apenas atrás dos EUA e da China.
O Anuário de Certificações GBC Brasil será organizados dividido por selo, tipologia, localização e abordará todos os empreendimentos certificados em 2014, oferecendo a oportunidade para que cada empresa que tenha participado destes projetos, possa apresentar, de forma consistente e relevante, o seu posicionamento frente ao mercado sustentável. Também trará muitos números e estatísticas e contará ainda a história das certificações no país, mostrando um panorama completo do setor.
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O Anuário apresentará em detalhe os empreendimentos, com informação do projeto, diferenciais sustentáveis e ficha técnica completa com os profissionais e empresas responsáveis, em verdadeiros “Case Studies”. Além disso, um Guia de Soluções Sustentáveis vai apresentar os fornecedores e prestadores de serviços que estão por trás de cada inovação, tecnologia, material ou solução sustentável que contribuiu para a pontuação final de cada certificação. “A construção de um futuro sustentável passa pelo aprendizado de todo um arcabouço de soluções e estudos de caso que nos mostram o caminho a ser seguido e aprimorado” diz Luiz Sampaio, diretor executivo da VIB Editora, responsável pelo desenvolvimento da revista GBC Brasil. “As empresas tem entendido a importância e relevância desse documento e esperamos que haja cada vez maior interesse no aprofundamento deste conhecimento”, conclui. Com lançamento marcado para junho, a revista GBC Brasil está a todo vapor trabalhando nas últimas etapas do projeto, sempre com o apoio da equipe do Green Building Council Brasil.
#1 em junho
Para informações sobre como participar do 1º Anuário ou para reservar o seu exemplar, entre em contato: revistagbc@gbcbrasil.org.br
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Quantos m² já foram certificados no Brasil?
Onde estão localizados os empreendimentos certificados no Brasil?
Quais os principais projetos certificados? Qual foi o primeiro shopping center certificado? Quantos projetos LEED Gold existem no país?
Imagens ilustrativas
Qual construtora tem mais projetos certificados? E qual arquiteto?
Mais de 200 páginas de conteúdos e distribuição superior a 10 mil exemplares 38
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Informações, estatísticas e números do mercado
Destaque dos empreendimentos certificados Mais: o exclusivo Guia de Soluções Sustentáveis para destacar produtos e serviços para a sustentabildiade rev/gbc/br
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Todas as respostas estão aqui. E muito mais informações.
1º Anuário de Certificações GBC Brasil Nesta publicação especial, sua empresa vai encontrar informações completas e detalhadas sobre todos os empreendimentos certificados em 2014, bem como dados e estatísticas sobre os selos LEED, tipologias, classificação, e também sobre o Referencial Casa GBC, Procel, entre outros. A história das certificações no Brasil e a opinião dos especialistas e consultores sobre as perspectivas de um mercado em expansão. Além disso, um guia de fornecedores de soluções sustentáveis que contribuíram para a certificação dos projetos.
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EPD
Em busca da transparência ambiental dos produtos
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Por Bruna Dalto
ma EPD - Environmental Product Declaration (ou DAP - Declaração Ambiental do Produto, em português) é o conjunto de informações detalhadas dos aspectos ambientais associados a um produto ou serviço específico - de matérias-primas de produção, fabricação, uso e descarte - e baseado em informações de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV). É uma informação particularmente útil para caracterizar produtos finais com múltiplos usos, bem como produtos intermediários que serão transformados ao longo da cadeia de suprimento. Segundo Armando Caldeira Pires, da Universidade de Brasília e integrante do PBCV – Programa Brasileiro de Ciclo de Vida e da ABCV – Associação Brasileira de Ciclo de
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Vida, num contexto de crescente demanda por informação ambiental detalhada, tanto por parte dos consumidores como das autoridades é cada vez maior o uso da EPD, “pois preenche a lacuna de documentação que caracteriza o impacto ambiental de um produto ao longo de todo seu ciclo de vida”, declara. Além disso, a EPD não exige um determinado desempenho ambiental. Ela fornece informações objetivas sobre os aspectos ambientais de um produto. A importância atribuída ao meio ambiente é feita por parte dos compradores. Essas informações subsidiam a tomada de decisão e o processo de especificação de materiais para projetistas e engenheiros o que contribui para a sustentabilidade dos produtos. A EPD surgiu como um instrumento de caracterização do desempenho ambiental, principalmente associado à diretriz européia
IPP - Integrated Product Policy (Política Integrada do Produto, em português), no inicio do milênio. Desde então começou a fazer parte oficiosamente de editais e licitações na União Européia. Em 2004 ela começou a ser discutida oficialmente na ISO para, no final de 2006, vir a ser um nova norma técnica, a ISO14025 (recentemente traduzida no Brasil, e agora uma norma ABNT BR ISO14025). A sua aceitação internacionalmente é total, principalmente a partir de 2007. O mercado internacional reconhece os seguintes benefícios com a caracterização do desempenho ambiental de um produto a partir de uma DAP: Internos: - Redução de custos: maior transparência nas informações dos fluxos de energia e materiais; - Identificação de potenciais otimizações ao longo da cadeia de suprimentos (do berço à cova); - Possibilidade da criação de um modelo parametrizado para famílias de produtos. Externas: - Instrumento de marketing e de vantagens competitivas a nível internacional; - Demonstração de consciência ambiental nas companhias; - Dados disponíveis para a certificação. Consumidores em geral se mostram cada vez mais interessados na preservação ambiental, o que aumentou a busca por produtos que, aparentemente, causam menor dano ao ambiente. “Essa oportunidade de mercado estimulou a divulgação de informações ambientais por parte dos fabricantes. Rapidamente perceberam-se rótulos subjetivos, com pouca ou nenhuma informação real sobre o impacto dos produtos, que acabam confundindo os consumidores, ao ponto em que se torna difícil comparar pro-
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dutos que competem entre si. A EPD surgiu como uma ferramenta para harmonizar, de maneira confiável, a divulgação das referidas informações”, afirma Marcella Saade, engenheira ambiental e doutoranda em avaliação de ciclo de vida. Através de uma EPD, o consumidor, além de adquirir conhecimento primordial sobre o ciclo de vida de seu produto e de identificar oportunidades de melhoria, poderá estabelecer uma comparação honesta entre os produtos concorrentes, valorizando o processo de fabricação ambientalmente bem gerenciado. Para Gil Anderi da Silva, professor da Universidade de São Paulo, o procedimento para implementação de uma EDP deve seguir as seguintes fases: 1 - Estabelecimento de um Programa de Declaração Ambiental. É um programa voluntário com um conjunto de regras que orientam a sua administração e operação. Estas regras, gerenciadas por um operador do programa, são chamadas de Instruções Gerais do Programa. 1.1 – Definição do operador do programa: Empresa(s), setor industrial, associação comercial ou corpo independente. 1.2 – Estabelecimento do programa, ouvidas as partes interessadas: A partir do programa, os interessados em obter EPD para seus produtos se organizam para desenvolver os seus PCRs - Product Category Rules (Regras de Categorias de Produtos, em português) o que, necessariamente, deve incluir um amplo sistema aberto de consulta. “Esta é a parte crucial do sistema pois envolve, em muitos casos interface com a vertente econômica da sustentabilidade”, afirma Anderi da Silva. 1.3 – Estabelecimento de PCRs a) definição da categoria de produto e b) definição das regras para a elaboração de estudos de ACV para a categoria.
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Uma vez estabelecidas as PCR as mesmas devem ser submetidas à homologação pelo operador do programa. Este programa deve prever um esquema de análise crítica das EPDs geradas a partir das PCRs.
Armando Caldeira Pires
Desenvolvimento e implantação da EPD são desafios
Já para desenvolvê-la é preciso, de acordo com a IPP (Política Integrada do Produto, em português), pesquisar e consultar PCR’s (documentos onde são estabelecidas as regras para o desenvolvimento de uma EPD, principalmente, as categorias de impacto ambiental a serem avaliadas e outras informações que dela devem constar) relativas ao tipo de produtos em análise; desenvolver um estudo de ACV de acordo com as regras constantes da PCR, com as normas internacionais (ISO 14040-43) e com os requisitos específicos do programa de certificação de EPD’s; recolher e organizar a informação a incluir na EPD; efetuar a verificação da EPD por uma 3ª parte independente e registrá-la num programa de certificação, publicar e disseminar a EPD. Contudo, as dificuldades de implantação residem, principalmente, no grande número de sistemas de EPD e PCRs desenvolvidos recentemente e na impossibilidade de comparação de EPDs realizadas de acordo com PCRs diferentes. No setor de construção, especificamente, este problema foi sanado por meio da norma europeia EN 15804:2012, que funciona como um PCR base (core PCR) para os produtos da construção. De acordo com Vanessa Gomes, da Unicamp, “no Brasil, devemos acrescentar a dificuldade de acesso a resultados de ACV para produtos que formam a base das EPDs. Ainda não contamos com inventários integrados de ciclo de vida, e construir uma base de dados desta natureza não é um desafio trivial”.
Vanessa Gomes
Gil Anderi da Silva
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Preparando uma EPD
A preparação de uma EPD exige uma sequência de procedimentos que garantem ao seu usuário (em geral um consumidor do produto em algum ponto da cadeia de suprimentos) a qualidade das informações sobre o desempenho ambiental do produto ali descrito. Em primeiro lugar, uma EPD é definida por uma PCR que especifica quais as categorias de impactos ambientais que devem caracterizar o produto e quais as fases do ciclo de vida que devem ser caracterizadas. “A exigência da PCR garante que todos os produtos que irão exercer a mesma função terão o seu desempenho ambiental caracterizado pelos mesmos parâmetros dentro dos mesmos limites tecnológicos, espaciais e temporais”, comenta Armando. Em segundo lugar, a preparação de uma EPD é baseada num relatório de terceira parte do inventário do ciclo de vida do produto. “Ou seja, o inventário do ciclo de vida do produto, preparado de acordo com os requisitos da PCR, deverá ser revisto por uma terceira parte, em geral um grupo de profissionais creditados para esse fim. Isto garante que o inventário do ciclo de vida preparado tem qualidade e está de acordo com a PCR”, complementa ele. Por fim, a EPD preparada deve ser revista por uma terceira parte, garantindo que a declaração está de acordo com os requisitos do Sistema de EPD ao qual ela será submetida para análise e depois arquivada em seu banco de EPD. Essa sequência de requisitos garante qualidade das informações descritas da EPD. E dessa forma, um consumidor, terá capacidade de comparar o desempenho ambiental de dois produtos sem ter que recorrer a laboratórios de análise ou à contratação de consultorias para averiguação da informação, podendo definir suas escolhas com base nos seus critérios de aquisição do produto que melhor lhe convém.
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Como deve ser constituída a EPD:
1. Descrição da Empresa e do Produto; 2. Desempenho Ambiental: Esta é a principal componente de uma EPD e a informação baseia-se numa análise de ciclo de vida do produto; 3. Contatos da Empresa e do Organismo Certificador: Além dos contatos das duas empresas, deverá constar, contatos do Responsável, período de validade da certificação. Geralmente o período de validade de uma certificação obtida por uma 3ª parte tem a duração de três anos.
O LEED e a EPD
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A versão 4 do LEED, no Rating System LEED BD+C e ID+C, incentiva o uso de produtos com EPD, possibilitando o alcance de até 2 pontos dentro da categoria de Materiais e Recursos, desde que instalados de forma permanente e que atendam a determinados parâmetros. O objetivo dos créditos é incentivar as equipes de projetos a optar pelo uso de materiais que contenham informações sobre o ciclo de vida, a fim de reduzir os possíveis impactos ambiental, econômico e social. Para a concessão de 1 dos créditos, a edificação deverá utilizar ao menos 20 produtos, de pelo menos 5 fabricantes diferentes , e que atendam a critérios como: Declarações específica e ambientais do produto; que estejam em conformidade com as normas ISO 14025, 14040, 14044 e EN 15804 ou ISO 21930 e que contenham análise mínima do berço ao portão (cradle to gate). Outro critério a ser considerado é que o produto cum-
pra com o Programa aprovado pelo USGBC - quadro de declaração ambiental aprovado pelo USGBC. O outro crédito pode ser concedido pelo uso de produtos os quais 50% dos seus custos cumpram com critérios tais como: Certificação de produtos de terceiros que demonstrem redução do impacto abaixo da média da indústria em categorias como - potencial de aquecimento global, destruição da camada de ozônio, acidificação das fontes terrestres e aquáticas, dentre outras; Programa aprovado pelo USGBC.
Cursos de EPD
O GBC Brasil oferece cursos sobre EPD. Recentemente foram realizados dois treinamentos in company na Votorantim, ministrados pela professora Vanessa Gomes, com 36 participantes. Para mais informações entrar em contato diretamente com o GBC Brasil.
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Definindo Impacto
Ambiental O Que, Como e o Por quê das Declarações Ambientais de Produto (EPDs). E Por Que Fazem Diferença*. Por Nicholas Santero, Heather Gadonniex e Sophia Wong**
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ual é o impacto ambiental de um pavimento? Esta é uma pergunta difícil de responder, o que requer uma compreensão e uma fusão de uma série de tópicos, incluindo cálculos de sustentabilidade e métricas, engenharia de pavimentação, práticas de construção e muito mais. No entanto, o aspecto mais importante na determinação e nos relatórios de impacto ambiental é a consistência. Para uma análise justa e coerente, um conjunto acordado de melhores práticas é necessário para determinar o impacto ambiental. A avaliação do ciclo de vida (ACV) é usada para avaliar os potenciais impactos ambientais ao longo da vida de um produto. ACV é uma metodologia sólida, mas às vezes é criticado por ser aplicada de forma desigual entre os produtos. A solução para essa inconsistência é o uso de EPDs (Declarações Ambientais de Produtos) desenvolvidas em consonância com as Regras de Categorias de Produtos (ou PCRs em inglês). Guiados por regras específicas de produto, as EPDs oferecerem uma abordagem consistente e cientificamente defensável para declarar o impacto de produtos, incluindo calçadas. Embora bem estabelecida em outros países, as EPDs só agora estão se tornando importantes nos Estados Unidos, e espera-se a sua utilização se expanda devido à inclusão de das EPDs no sistema de classificação LEED v4 do U.S. Green Building Council.
O que são EPDs? Como um rótulo nutricional de alimentos, uma EPD integra diversas informações sobre o desempenho do produto em um formato único, voltado para o consumidor. As EPDs relatam o potencial impacto ambiental de um produto em termos de seu potencial de aquecimento global, o potencial de acidificação, a demanda de energia primária e outras métricas relevantes. Um dos pontos fortes da EPD é a simplicidade: dados ambientais e cálculos complexos são destilados em um documento legível que pode ser usado para a comunicação “business-to-business” ou “business-to-consumer”. O coração de um EPD é a avaliação do ciclo de vida, que modela um produto ao longo do seu ciclo de vida, a fim de determinar seus potenciais impactos ambientais. As análises podem levar a uma visão do
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produto “cradle-to-gate” ou “cradle-to-grave”. A perspectiva “cradle-to-gate” de pavimentos representa os impactos ambientais da extração de recursos por meio de processamento de materiais para a fabricação do produto; uma visão “cradle-to-grave" seria levar em conta os impactos adicionais da construção (por exemplo, atraso de trânsito, equipamentos no local), a fase de utilização (por exemplo, resistência ao rolamento, manutenção de estradas), e no final do ciclo de vida (por exemplo, a reciclagem, aterros). As PCRs estabelecem se um limite “cradle-to-gate” ou “cradle-to-grave” será usado para uma EPD. Normalmente, EPDs são “cradle-to-gate” devido às complexidades inerentes de caracterizar os impactos do ciclo de vida na fase de utilização.
Como são desenvolvidas as EPDs? O processo de desenvolvimento de uma EPD é especificado na norma ISO 14025, “Rótulos Ambientais e Declarações - Tipo III - Declarações Ambientais de Princípios e Procedimentos”. EPDs exigem tanto a PCR (Regras de Categorias de Produtos) e uma ACV (Avaliação do Ciclo de Vida) para ser completa. A Figura abaixo mostra uma breve visão geral do processo. 1.Identificar ou Criar a PCR
2.Conduzir a ACV
Regra de Categoria de Produto (PCR)
Avaliação do Ciclo de Vida (ACV)
Estabelecer um conjunto consistente de regras de produto específicas para a ACV e a EPD Verificar pela Terceira parte Seguir ISO 14025
Determinar o potencial de impacto ambiental através da coleta de dados e modelagem Verificar pela Terceira parte Seguir ISO14040/44
3.Criar e registrar a EPD Declaração Ambiental de Produto (EPD) Relatar o resultado da ACV usando a estrutura estabelecida pela PCR Verificar pela Terceira parte Seguir ISO 14025
Figura: A relação e os papéis de EPDs, ACVs e PCRs.
Note que cada passo exige também uma verificação / avaliação para garantir que as normas pertinentes e as melhores práticas são segui-
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das. O primeiro passo no processo de desenvolvimento EPD é escolher uma PCR que se alinha com a categoria do produto em questão. Se a PCR não existe para a categoria de produtos uma PCR terá de ser desenvolvida. Isso é feito através de um processo consensual, onde os interessados desenvolvem a PCR, determinando os métodos pelos quais a ACV e a EPD devem ser conduzidos e relatados. O grupo de partes interessadas pode incluir os fabricantes, os defensores do meio ambiente, profissionais da ACV, funcionários do governo, prestadores de serviços e fornecedores. O próximo passo é a realização de uma ACV. O desenvolvimento de uma Avaliação do Ciclo de Vida requer a coleta de dados ambientais primários relacionados com a produção do produto. Para o caso de misturas asfálticas, o que inclui o consumo de eletricidade, emissões atmosféricas, geração de resíduos e outros fluxos para dentro e fora da usina de asfalto. Dado o montante de insumos para a usina de asfalto, como a produção de betume, podem ser encontradas em bancos de dados de ACV comerciais, tais como o banco de dados GaBi (sistema de banco de dados de ACV americano). Os dados são então agregados em um modelo ACV que representa a produção de misturas asfálticas produzidas em uma fábrica. Este modelo pode ser usado para gerar impactos ambientais potenciais totais, bem como identificar as fontes de impacto e ajudar na redução de pegadas. As ACVs são tipicamente uma colaboração entre empresas e /ou associações da indústria (por exemplo, NAPA - National Asphalt Pavement Association) e um praticante de ACV (por exemplo, PE International). A EPD é desenvolvida uma vez que a ACV é completa. O modelo ACV e o relatório associado são muitas vezes longos e complexos, uma vez que são obrigados a incluir detalhes sobre metodologias, cálculos, fontes de dados e outras informações técnicas. Por outro lado, a EPD é sucinta e projetada para ser um documento voltado para o mercado. As EPDs resumem os resultados da ACV, divulgam informações metodológicas chave e incluem relevantes informações ambientais sobre o produto ou empresa de fabricação; os requisitos de conteúdo exato e opções para o EPD são especificados na PCR. A EPD é geralmente criada pelas mesmas partes que conduzem a ACV, com o praticante ACV orientando a empresa e/ou associação da indústria através do processo de desenvolvimento. A última etapa no desenvolvimento EPD é a avaliação e verificação da ACV e da EPD. Uma terceira entidade, chamada de operador do programa, garante que todos os métodos e documentação siga as normas ISO e as regras da categoria do produto selecionado. Uma vez que o operador do programa verifica a ACV e EPD, a EPD é registrada e entra em um repositório público. Existem vários operadores do programa que servem ao crescente mercado norte-americano de EPDs, incluindo UL Environment, NSF International, e ASTM International, entre outros. As empresas e/ou associação da indústria que desenvolvem a EPD podem escolher qualquer operador para satisfazer estes serviços; o praticante ACV pode fornecer orientação no processo de seleção.
Por que as EPDs são importantes? A tendência na construção civil é no sentido da transparência e divulgação de produtos. Em particular, a informação do ciclo de vida está na demanda, com os proprietários, designers e engenheiros que buscam um melhor entendimento da saúde e dos impactos ambientais dos produtos que especificam. A “Architecture 2030 Challenge for Products” e a “Inter-
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national Green Construction Code (IGCC)” também estão começando a reconhecer a necessidade de transparência e, em particular, a demanda por EPDs. Esta demanda deve aumentar à medida que as EPDs continuarem a ganhar força no mercado dos EUA. O fator-chave para EPDs no setor da construção civil é o LEED v4. A recém-lançada versão deste sistema de avaliação da construção verde inclui um crédito de materiais e recursos que premia as equipes de projeto que utilizarem produtos em conformidade com a ISO 14044 (ACV) ou a ISO 14025 (EPDs). O objetivo do crédito é a transparência e otimização de produtos: divulgar o impacto do seu produto usando uma EPD e como o produto contribuirá para este crédito. Além disso, demonstrando a redução da sua pegada de produto, também contribuirá para este crédito. Para a indústria de pavimento, a disponibilidade de uma média da indústria ou uma EPD para o produto específico vai incentivar os tomadores de decisão a usarem pavimentos asfálticos em seus projetos. Há benefícios para realizar uma ACV, além das contribuições LEED. Quase todos os principais edifícios e materiais de construção têm desenvolvido e lançado informações baseadas na ACV sobre os seus produtos, incluindo concreto, aço, madeira, alumínio, cobre e outros. Esta informação é usada para fundamentar afirmações comparativas, desenvolver campanhas de marketing de sustentabilidade, e proteger a indústria de reivindicações ambientais imprecisas. Ao desenvolver e fornecer esta informação, indústria de pavimento do asfalto pode garantir que os acadêmicos, a indústria e o governo estão usando informações precisas e homologadas na realização de análise de desempenho ambiental. Mais importante ainda, as informações recolhidas a partir de estudos de ACV ajudarão os fabricantes a otimizar o desenvolvimento interno de produtos e os processos de produção, contribuindo a redução do custo global e da pegada ambiental.
Rumo a uma EPD para pavimentos de asfalto Atualmente, nenhum programa de PCR ou EPD foi desenvolvido para a indústria de pavimentação asfáltica nos EUA. Consequentemente, a indústria está vulnerável a que outros players liderem deste processo de tomada de decisão; essencialmente definir como o asfalto calcula e comunica o seu impacto ambiental. Além disso, com o lançamento do LEED v4, uma EPD é necessária para pavimentos asfálticos para continuar a conseguir créditos para a utilização de materiais reciclados ou fabricados localmente. Ao longo dos últimos meses, a NAPA assumiu um papel estratégico no sentido de ajudar o movimento da indústria para a frente para desenvolver um programa de uma EPD para pavimentação asfáltica e PCR. Como parte deste esforço, é importante para a PCR identificar as categorias de impacto ambiental em paralelo com as metas ambientais da indústria. Além disso, é essencial que uma ACV de toda a indústria seja conduzida para pavimentos asfálticos a fim de fornecer dados precisos para a inclusão nas bases atuais de inventário do ciclo de vida e software usados para comparar ACV de pavimentos. À medida que a indústria se move para frente, várias opções para EPDs em desenvolvimento estão sendo discutidas. *Versão de artigo publicado originalmente na Asphalt Pavement, edição abril de 2014, publicação da National Asphalt Pavement Association, EUA.
**Nicholas Santero, Heather Gadonniex e Sophia Wong são da PE International, que oferece soluções e serviços de software para a sustentabilidade empresarial, avaliação do ciclo de vida, e inovação.
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REFERENCIAL GBC CASA BRASIL®
Novos horizontes com o Referencial ® GBC Brasil Casa
Por Bruna Dalto
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referencial GBC CASA brasil®
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ançado em 2012, O Referencial GBC Brasil Casa® vem mostrando resultados bastante positivos. Foram nove projetos pilotos escolhidos entre mais de 30 projetos inscritos, a partir de parâmetros que consideraram localidade, tamanho, características climáticas, situações socioeconômicas distintas, sistema construtivo, aprovação de órgãos legais competentes e o envolvimento do proprietário ou arquiteto. Dentre eles, dois já foram certificados: - Apartamento Sustentável em São Paulo/SP Nível Ouro – 60 pontos - Vila Maresias em São Sebastião/SP Nível Prata – 55 pontos “Este é um marco na história de nossa organização, que determina a abrangência do atendimento de uma nova demanda de mercado, ao mesmo tempo que disponibiliza a todos os brasileiros um referencial nacional de sustentabilidade para casas, com o objetivo primário de beneficiar o meio em que serão inseridos; além de promover economia e preservação de recursos naturais, com parâmetros adequados de medição e desempenho, consolidados por uma organização de renome”, afirma a Arquiteta Maria Carolina Fujihara, Coordenadora Técnica do GBC Brasil. Pontuação máxima 25 12 28 15 15 3 10 2
Foco em sustentabilidade
Em 2011, o Studio iniciou um trabalho para incluir a cultura da sustentabilidade em sua rotina. Logo ficou claro que para essa empreitada ser bem sucedida, em um campo tão abrangente e complexo, o envolvimento de todos os arquitetos da equipe seria fundamental. “Vivemos em um país cujo governo exerce um papel extremamente limitado no campo da sustentabilidade, pauta esta que será provavelmente cada vez mais inevitável”, afirma Lair. Nesse cenário, carente de coerção e de gestores competentes, em que as atitudes comprometidas com eficiência energética e consumo consciente de recursos naturais são raríssimas, o domínio de conhecimentos relacionados à sustentabilidade representa uma possibilidade reconfortante de atuar de maneira responsável e positivamente transformadora.
Fotos: © Studio MK27
Dimensões avaliadas Implantação Uso racional de água Energia e atmosfera Materiais e recursos Qualidade ambiental interna Requisitos sociais Inovação e Projeto Créditos Regionais
Outro projeto piloto é a Catuçaba Ecovila, localizada próxima de São Luiz do Paraitinga - SP. O terreno, que abriga uma antiga fazenda colonial de café onde atualmente funciona um hotel, possui ao seu redor 11 lotes, com 30 mil metros quadrados. Em cada um destes lotes será construída uma residência que buscará futuramente a certificação. O objetivo primordial era preservar as vistas de cada uma das residências, devido à sua localização montanhosa, com picos de 1.150 metros de altitude. A casa possui 250m² de área total e, por estar localizada em uma região rural isolada, foram necessárias a instalação de sistemas para geração e abrigo de 100% da energia (por meio de placas fotovoltaicas e turbina eólica) e tratamento de 100% do esgoto gerado. Diversas outras estratégias desta residência tiveram que ser radicalmente pensadas e desenvolvidas para proteger o sensível ambiente em que se localiza e não interferir de forma irreversível no local. Toda a casa é feita com estrutura de madeira 100% certificada e pré-fabricada, promovendo a extração de madeira legal e um canteiro de obra mais limpo e mais eficiente. O projeto foi desenvolvido pelo Studio MK27, com assinatura do arquiteto Marcio Kogan e coautoria do arquiteto Lair Reis.
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REFERENCIAL GBC CASA BRASIL® Por coincidência, na época em que o Referencial GBC Brasil Casa® estava sendo definido, o Studio MK27 havia sido contratado para desenvolver um projeto de uma residência 100% autossuficiente em geração de energia, água e tratamento de esgoto, ou seja, totalmente sustentável. “Projetaríamos a primeira casa de uma série de 20, cujos projetos seriam adquiridos juntamente com a compra do terreno. Apresentamos ao cliente nossa intenção de inscrever o projeto na fase piloto do Referencial e ele topou instantaneamente”, conta Lair. O projeto seria assim, submetido a uma série de procedimentos que definiriam seu "nível" de sustentabilidade, estabelecido pela somatória de pontos ganhos durante o processo de projeto e obra, descritos no Referencial. Ao mesmo tempo em que seria avaliado, contribuiria para testar na prática as regras e definições que estavam sendo desenvolvidas.
O projeto
Nos dormitórios, por exemplo, ao invés de um painel inteiro de vidro descortinando a vista, optou-se por aberturas menores no formato de janelas semelhantes àquelas das antigas fazendas de café, em referência ao contexto no qual o projeto se insere. Além da vedação dos dormitórios, foi ajustado um pouco o comprimento da aba de sombreamento no alçado norte e incrementado o isolamento das paredes e da cobertura com materiais reciclados, como lã de pet e argila expandida. Desta forma, é possível reduzir a perda térmica do interior para o exterior, devido à grande variação de temperatura do local ao longo do dia e do ano. O piso da casa composto de tijolo cerâmico capaz de proporcionar inércia térmica (habilidade de armazenar e liberar calor equilibrando
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a temperatura interna), buscou inspiração no piso dos antigos terreiros de secagem e armazenamento de café, também presentes na Fazenda. O Studio considerou o exemplo dos dormitórios e do piso interno especialmente importante, pois para a equipe, eles são figuras emblemáticas da atuação do arquiteto na definição de uma obra prioritariamente sustentável. Para Lair, adequar as questões técnicas à qualidade estética, que é um valor determinante da qualidade e preservação futura do espaço, é uma atribuição exclusiva do arquiteto. Outro papel fundamental do arquiteto quando assume a posição de coordenador de um processo de certificação, é comunicar a todos os projetistas complementares, fornecedores e à própria construtora, sobre a importância do compartilhamento na tomada de decisões. Todos devem opinar. Os problemas e as soluções serão, inquestionavelmente, coletivos. Para isso, é muito importante delegar as responsabilidades, onde cada um deve estar consciente da relevância de sua opinião e conhecer bem os limites de seu campo de atuação. “Só assim a interação e o compartilhamento de ideias se tornam factíveis. O processo de certificação exige atenção e interesse, além de estimular muito a criatividade em busca de soluções que equilibrem as demandas”, garante ele.
Certificação compulsória
Ainda na Conferência em que o Referencial foi lançado oficialmente, em agosto de 2014, tornando-se disponível de aplicação para o público em geral, Marcio Kogan teve a ideia de capacitar toda a sua equipe de arquitetos e tornar compulsória a Certificação para todos os projetos residenciais desenvolvidos no escritório. A partir de 2015,
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ao contratar o escritório para projetar uma residência, o cliente já terá na figura do co-autor e coordenador do projeto, um consultor capacitado pelo GBC Brasil e a garantia de um projeto e obra sustentáveis. Após vivenciar o processo do projeto piloto, concluiu-se que é possível certificar uma residência sem uma variação significativa do custo da construção, fator que era comumente citado como o maior obstáculo à certificação. Esta é uma realidade atual, muito mais favorável à certificação do que há alguns anos, quando os produtos e serviços mais sustentáveis eram raros e mais caros e havia pouquíssima, ou nenhuma, concorrência. O Studio acredita na grande relevância do desenvolvimento de construções sustentáveis. Por isso, decidiu investir recursos e tempo na capacitação da equipe e na prática de procedimentos sustentáveis ao elaborar seus projetos, sem a necessidade de gerar custos adicionais ao cliente. Ainda, de acordo com Lair, os clientes têm recebido a iniciativa com entusiasmo e interesse, o que motiva e confirma que o trabalho realizado pelo Studio está no caminho certo. “O que nos motiva é o sentimento de estarmos contribuindo para uma melhoria geral da qualidade de vida e não apenas do cliente final, que logo percebe isso; mas sim de toda a cadeia da construção civil, que impacta diretamente nos recursos limitados de nosso planeta” conclui Lair. Outros projetos pilotos • Casa da Chapada – Chapada dos Guimarães/MT • Residência Sustentável – Brasília/DF • Casa Madagascar – Brasília/DF • Casa Doke – Sumaré/SP • Gadia House – Barretos/SP • Casa Eudoxia – Campinas/SP
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“A sustentabilidade é o único caminho” Márcio Kogan, arquiteto e fundador do Studio MK27
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Integrar para certificar Por Verônica Soares
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Equipe integrada de projetistas e consultores garante economia e segurança para obtenção da certificação LEED
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opularmente, o custo das construções sustentáveis ainda é um dos principais entraves que circulam no imaginário de quem tem uma obra pela frente e precisa tomar decisões acerca de sua realização. Além do receio de que o orçamento saia do controle, muitos clientes desconhecem as especificidades da certificação LEED e acabam contratando profissionais avulsos, que não estão aptos a acompanhar todo o processo da construção e, posteriormente, certificar os empreendimentos. No entanto, já existem soluções no mercado brasileiro para este cenário, que podem garantir redução de custos e de riscos no processo de certificação: as equipes integradas.
Marcelo Nudel, líder da equipe de sustentabilidade da Arup do Brasil
A proposta é simples, mas, ao mesmo tempo, inovadora: oferecer a contratação de equipes multidisciplinares de projeto, que incluam as principais disciplinas, como elétrica, hidráulica e estrutura, juntamente com o processo de consultoria para a certificação. O projeto, ao invés de ter que passar por revisões terceirizadas para verificação de não conformidades, já sai dos escritórios dentro dos padrões da certificação, prontos para o envio à auditoria dos órgãos certificadores e posterior execução. Essa oferta já é muito comum fora do Brasil e vem ganhando força no país. Para Marcelo Nudel, líder da equipe de sustentabilidade da Arup do Brasil, para que se compreendam os benefícios dessa escolha, deve-se olhar para a complexidade intrínseca dos projetos sustentáveis, que exigem uma série de critérios para a obtenção da certificação. “A edificação verdadeiramente sustentável requer plena interação
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“TENTAR RESOLVER PROBLEMAS DE FORMA ISOLADA, COM CADA PROFISSIONAL ATUANDO NOS LIMITES DE SUA DISCIPLINA TÉCNICA, É INCOMPATÍVEL COM O QUE O MERCADO INTERNACIONAL ENTENDE, HOJE, POR UM EDIFÍCIO VERDADEIRAMENTE SUSTENTÁVEL” Marcelo Nudel, Arup do Brasil
entre seus subsistemas e suas partes individuais. Sistemas de ar-condicionado e luminotécnica dialogam com a envoltória no equilíbrio entre conforto térmico, lumínico e eficiência energética. No campo da hidráulica, o uso eficiente da água depende, por exemplo, da geometria do edifício no processo de captação de águas pluviais e do projeto de paisagismo na especificação de espécies de baixo consumo”, explica o arquiteto. Do ponto de vista operacional do edifício, os principais benefícios da contratação integrada de equipes em projetos sustentáveis, incluindo os certificados, são o funcionamento otimizado e a integração entre sistemas, que culminam em melhorias reais em desempenho energético e no uso da água, além da satisfação e conforto dos usuários e da melhora na eficiência e precisão nos processos de manutenção. A integração de todas as disciplinas técnicas e da consultoria leva à redução de revisões, reuniões e emissões de relatórios, o que se traduz na significativa redução nos prazos e o custo final dos trabalhos. Nesse sentido, Arthur Brito, Diretor Executivo e arquiteto da Kahn do Brasil, acredita
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que as equipes integradas são a “quebra do estigma do sustentável mais caro”. Para ele, esse novo paradigma se fundamenta na reversão da atual ineficiência projetual gerada pela sistemática de projetos com disciplinas isoladas. “Equipes de projeto integradas aproveitarão decisões de projeto inteligentes como, por exemplo, a definição conceitual das zonas de tomada de ar em posições com menor incidência de ilhas de calor, equilíbrio entre orientação, tamanho e sombreamento das aberturas, posicionamento de centrais de infraestrutura predial menos demandantes de estruturas de cabeamento e distribuição. Sem falar na solução às constantes incompatibilidades de projeto, que geram retrabalhos e aditivos de custos de obra, por falta de integração”, relata Brito. Conforme explica Marcelo Nudel, o processo convencional de consultoria para certificações no Brasil envolve, geralmente, de onze a quinze atores, entre cliente, consultor em certificação, arquiteto, paisagista e os diversos projetistas das engenharias complementares. A metodologia típica de consultoria que se estabeleceu no país tende a ser ineficiente e costuma ter inúme-
ras etapas básicas, incluindo uma série de relatórios longos e reuniões de acompanhamento, além de diversas revisões do projeto por parte do consultor, tornando a comunicação entre o consultor de certificação e os diversos projetistas complexa e demorada. “Trabalhando de forma multidisciplinar, integrando os trabalhos dos engenheiros projetistas e do consultor dentro da mesma empresa, incorporadores podem reduzir as etapas da certificação e os custos de projeto, além de controlar melhor os riscos”, reforça Nudel, após analisar o cenário nacional. Na Arup, há um processo de coordenação interna para a certificação em um total de três atores: Arup, cliente e arquiteto. “Nomeamos um gerente de projeto que possui habilidades multidisciplinares e entende os detalhes e mecanismos dos processos de certificação. Esse gerente é o contato principal do cliente para questões relativas à gestão do projeto, integração entre as disciplinas, compatibilização e acompanhamento do processo de certificação”, explica. Já na Kahn do Brasil, Arthur Brito destaca que o histórico de especialização em projetos
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© Arthur Brito, Kahn do Brasil
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Arthur Brito, Diretor Executivo e arquiteto da Kahn do Brasil
hospitalares, uma das tipologias mais complexas para se projetar, levou a equipe a desenvolver grande familiaridade com todas as disciplinas projetuais para o estabelecimento de um diálogo produtivo. “Em primeiro lugar, acreditamos no incremento do conhecimento multidisciplinar do arquiteto. Em paralelo, todo projeto integrado deve ter um gerente de projetos, que trabalha com a equipe de arquitetura, para garantir a integração sem viés para uma ou outra disciplina. Com a equipe definida, colocamos em práticas nossa metodologia de Performance-Based Design, utilizando os recursos da tecnologia BIM para subsidiar boas decisões de projeto”. Seguindo essa metodologia, ao final, o empreendedor tem um orçamento seguro dos custos de construção e uma simulação dos custos de operação do edifício, ou seja, a composição do custeio do ciclo de vida do edifício. Internamente, as equipes integradas lidam também com um benefício que se traduz em pro-
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“PROJETOS INTEGRADOS TÊM RESULTADO FINANCEIRO POSITIVO, OU SEJA, RESULTAM EM ECONOMIA DE CONSTRUÇÃO SUPERIOR AO ADITIVO DE CUSTO DO PROJETO, ESPECIALMENTE SE O PROJETISTA TIVER COMPETÊNCIA PARA SUBSTITUIR O CONSULTOR LEED” Arthur Brito, da Kahn do Brasil.
dutividade e qualidade: a agenda motivadora da integração. Arthur Brito exemplifica que esse movimento vem atrelado ao alinhamento de visão e valores, especialmente pelas sessões inerentes de debates de ideias inovadoras para conquistar a certificação LEED. “Mas esse fator só é eficaz se o projeto for descomoditizado, não contratado pela lógica exclusiva do menor preço. Em síntese, basta exigirmos mais dos nossos projetistas, transferindo, em contrapartida, a remuneração das consultorias diretamente para os responsáveis pelas decisões de projeto”, opina. Para Brito, os principais clientes para estes projetos em crescimento são instituições que irão não apenas construir, mas operar seus próprios edifícios: “Muitas empresas estão alterando seu perfil de prioridades, valorizando sustentabilidade como princípio, não apenas como uma oportunidade de prêmio no valor do imóvel. Quando encontramos clientes com este alinhamento de valores, a plataforma para um projeto integrado de excelentes resultados é inevitável”. Ele esclarece, porém, que o momento atual sofre consequências da retração do crescimento da prin-
cipal tipologia associada às certificações em construção verde, as incorporações comerciais, o que reduziu consideravelmente a quantidade de registros para certificação neste ano.
Construções sustentáveis no Brasil ainda se restringem a projetos de grande porte Marcelo Nudel afirma que a aplicação de processos multidisciplinares no Brasil ainda está em seu início, de modo que seus primeiros clientes e projetos aplicados no país são de empresas multinacionais, que já experimentaram os benefícios desse processo em outros países e que desejam instalar suas sedes aqui. No entanto, ele observa uma grande evolução do setor nos últimos dez anos: “Os sistemas de certificação pressionaram fabricantes, construtores e projetistas a mudarem as suas práticas”. Segundo ele, antes de 2006, pouco se falava em sustentabilidade e eram poucos os exemplos de projetos certificados, sendo as referências quase sempre internacionais.
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Para você, o seu edifício é único. Para nós também!
“Produtos adequados eram escassos e projetistas eram alheios às práticas sustentáveis. O mercado era passivo e incorporadores aguardavam iniciativas pioneiras para tomar a decisão de investir. Quase 10 anos depois, o cenário se alterou. Temos hoje a maioria dos produtos exigidos pelos sistemas de certificação, custos foram reduzidos, profissionais se adequaram, e uma importante gama de incorporadores hoje não mais se contenta com o status quo do ‘fazer o mínimo’ mas buscam inovação, inclusive levando projetos além dos limites das certificações”, comemora o arquiteto. Ainda assim, Nudel observa que os principais clientes são restritos a um nicho: incorporadores de médio e grande porte, sendo a maioria dos empreendimentos certificados edifícios corporativos de médio alto padrão com certa presença também de shoppings centers. “São justamente esses empreendimentos que conseguem absorver alguns dos custos inerentes a projetos de melhor qualidade. Acredito que o grande desafio da próxima década é encontrar mecanismos para viabilizar esse processo em escalas menores, principalmente nos projetos residenciais”.
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Carência de mão de obra especializada ainda é um entrave Embora as construções sustentáveis estejam ganhando cada vez mais espaço, nos canteiros de obra a mão de obra ainda é deficiente, e apresenta altos níveis de informalidade. A observação é de Marcelo Nudel, que acredita que a ‘cultura da alvenaria’ no Brasil pode ser um sintoma dessa circunstância. Segundo ele, a mudança dos padrões construtivos (com padronização de materiais e industrialização de componentes que auxiliam na redução de desperdícios e resíduos) requer especialização, mas não apenas no âmbito do canteiro de construção. “Raramente nos referimos à mão de obra de projetistas que, em sua maioria, estão defasados na questão da sustentabilidade no Brasil. O ensino da arquitetura nas universidades, que deveria capitanear projetos sustentáveis, ainda é deficiente. Hoje, um arquiteto termina a faculdade com lacunas enormes em questões como conforto térmico, insolação e desempenho de materiais. Isso é exacerbado na prática profissional, pois a eles, erroneamente, não é imputada a
• Consultoria ambiental personalizada • Certificação ambiental (ex. LEED, AQUA, PBE Edifica, Rótulo ABNT) • Simulação computadorizada • Guias e normas ambientais (desenvolvimento e aplicação) • Acompanhamento de obra • Gestão de Resíduos (ex. PGRCC) Equipe com experiência nacional e internacional www.etria.com.br / info@etria.com.br Tel: (11) 4999 1677 Rua Marquês de Itu 408, sala 14 Vila Buarque, São Paulo-SP
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Análise de radiação solar (verão/inverno)
As análises de radiação solar mostram a relevância do tratamento ou aproveitamento de superfícies horizontais que recebem maior incidência de radiação.
Análise de radiação solar (meses do ano)
“O CONSULTOR EM CERTIFICAÇÃO É UM FACILITADOR, UM GESTOR DE UM PROCESSO MULTIDISCIPLINAR. QUANTO MAIS ENVOLVIDO NO PROCESSO PROJETUAL, MAIOR É SEU PODER DE INFLUÊNCIA E MELHOR É A ACEITAÇÃO DE PROJETISTAS” Marcelo Nudel, da Arup do Brasil
Fonte: Kahn do Brasil
responsabilidade da adequação climática de seus projetos, pois há consenso geral de que isso fica a cargo das ciências mecânicas”, comenta. Nudel destaca, ainda, que no caso dos engenheiros, há também um distanciamento dos mesmos frente aos sistemas de certificação, como se a resolução de problemas fosse responsabilidade do consultor. “Quando o projetista se coloca alheio à suas responsabilidades frente à certificação, o processo trava e perdem-se muitas oportunidades de resultados de valor”. O cenário, no entanto, explicita a oportunidade para que jovens profissionais e recém-formados se especializem para este segmento do mercado da
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construção civil, da arquitetura e do urbanismo. “Sou bastante otimista quanto à melhoria da qualidade da mão de obra e, por consequência, da valorização necessária para as profissões de arquiteto e engenheiro projetistas. A chave está nos projetos integrados de resultado!”, conclui Arthur Brito.
Importância do Projeto Integrado A certificação LEED v4 tornou explícita o que anteriormente estava implícito na certificação internacional, destacando um crédito específico para Projeto Integrado para estimular a participação de todos stakeholders nas fases de conceituação, construção e operação. A Certificação para residências criada pelo GBC Brasil, o Referencial GBC Brasil Casa®, também contemplou o crédito na área de Inovação e Projeto, visando explicitar este tema. Além disso, para se tornar um consultor GBC Brasil Casa® é necessário que realize esse treinamento para realizar o exame. O GBC Brasil oferece este curso e o próximo ocorrerá nos dias 27 e 28 de abril. Para obtenção de mais informações, entrar em contato com o GBC.
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Selo Procel Edificações: alternativa para pré-requisito da Certificação LEED As mudanças climáticas estão cada vez mais em pauta, e a importância da eficiência energética é mencionada como uma solução econômica, eficaz e rápida para este problema Por Bruna Dalto
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e acordo com a AIE - Agência Internacional de Energia, a eficiência energética pode representar uma redução de 54% das emissões de dióxido de carbono (CO2) até 2050, para que a temperatura global não supere os dois graus previstos, resultando em consequências incontroláveis. Esta questão é um dos principais pré-requisitos avaliados nos empreendimentos que desejam conquistar a certificação LEED, sendo promovido por meio de estratégias simples e inovadoras, como por exemplo, simulações energéticas, medições, comissionamento de sistemas e utilização de equipamentos e sistemas eficientes. Por isso, no último mês de novembro, o Comitê Diretivo do LEED aprovou um ACP - Alternative Compliance Path (Caminho Alternativo de Conformidade, em português) para comprovação do segundo pré-requisito de Energia e Atmosfera do LEED - EAp2, que trata do desempenho energético mínimo no sistema de classificação LEED BD & C de 2009. O novo ACP permite que projetos no Brasil utilizem o Selo Procel Edificações, da Eletrobrás, para demonstrar a conformidade com as exigências do pré-requisito do LEED
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2009, poupando-lhes tempo e dinheiro. O Selo tem por objetivo principal identificar as edificações que apresentem os melhores níveis de eficiência energética, motivando o mercado consumidor a adquirir e utilizar imóveis mais eficientes. Segundo George Alves Soares, chefe do Departamento de Projetos de Eficiência Energética da Eletrobrás, esse objetivo é cumprido de duas maneiras “Por meio da afixação do Selo Procel Edificações em todas as peças promocionais, canteiros de obras e acessos principais das edificações, de modo a orientar o consumidor no ato da compra; e através da página eletrônica do Procel, atualizada periodicamente, indicando todos os imóveis contemplados com o Selo Procel Edificações”. O Selo é um instrumento de adesão voluntária, que atua como um vetor para o crescimento da eficiência energética nas edificações brasileiras, posto que configura um diferencial de mercado para as edificações mais eficientes, estimulando sua comercialização. Desta forma, contribui para o desenvolvimento tecnológico e para a redução de impactos ambientais e das emissões de gases responsáveis pelo aquecimento global.
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“A importância dessa conquista pode ser medida pelo reconhecimento internacional do Selo Procel Edificações, que além de ser uma referência nacional, facilitará a inserção das edificações brasileiras no cenário mundial de sustentabilidade na construção civil” ENG.º GEORGE ALVES SOARES, ELETROBRÁS
Abrangência
O Selo Procel Edificações tem sua concessão direcionada a edificações que apresentem os melhores índices de eficiência energética e que atendam a requisitos ambientais, preferencialmente integrantes do Programa Brasileiro de Etiquetagem - PBE, coordenado pelo Inmetro. Caso julgue necessário, o Procel pode conceder o Selo Procel Edificações a uma categoria que não seja contemplada pelo PBE, desde que isto seja objeto de ajuste prévio entre o Procel e as entidades de classe.
Adesão
A adesão ao programa de concessão é voluntária; no entanto, o projetista, construtor ou proprietário da edificação se compromete a usar o Selo em todos os imóveis para os quais foi dada a autorização do uso, conforme as disposições contidas nos demais itens do regulamento.
Critérios técnicos exigidos
Cada tipologia de edificação tem suas próprias especificidades e, por esta razão, os critérios estabelecidos pelo Procel para receberem a autorização do uso do Selo Procel
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Edificações variam conforme a sua categoria, estando contidos no regulamento disponibilizado na página: www.procelinfo.com.br. Preferencialmente a cada quatro anos o Procel promoverá a revisão dos critérios técnicos exigidos para a concessão do Selo, contribuindo dessa forma para um processo contínuo de desenvolvimento tecnológico e de redução do consumo de energia elétrica no país. Essas revisões devem preferencialmente acontecer concomitantemente às do Programa de Metas da Lei de Eficiência Energética e do Programa Brasileiro de Etiquetagem. Eventuais mudanças nos critérios exigidos para a sua concessão serão divulgadas pelo Procel antes de sua entrada em vigor. “Até o presente momento, 7 projetos de edificações conquistaram o Selo Procel Edificações na etapa de projeto e 11 edificações conquistaram o Selo na etapa da edificação construída”, afirma Soares. O Selo pode ser aplicado a todas as edificações comerciais, de serviços e públicas, à exceção dos edifícios destinados à assistência médica, data centers, instalações industriais, armazéns e laboratórios. Ele só é concedido aos imóveis que têm demonstrado cumprir os mais altos níveis de eficiência
energética (classificação AAA) em três categorias - Iluminação, Envoltória e HVAC. Para receber o selo, um edifício deve demonstrar uma redução significativa da energia de todas as três fontes, quando comparado a um edifício convencional. A análise é realizada de acordo com o RTQ-C: Requisitos Técnicos da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos do INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia. Esta conquista é resultado do trabalho desenvolvido em parceria pelo Green Building Council Brasil, o Centro Brasileiro de Eficiência Energética em Edificações e a Eletrobrás, e pode ser medida pelo reconhecimento internacional do recém-lançado Selo Procel Edificações. “A parceria é antiga. Desde 2009, Eletrobrás vem trabalhando com o GBC na busca do aprimoramento da sustentabilidade das edificações brasileiras”, conclui Soares.
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expo gbc 2015
Soluções para as construções sustentáveis no Brasil serão discutidas durante o
6º Greenbuilding Brasil Conferência Internacional e Expo
© Doug Meneuz
A Feira de Negócios, consolidada como o maior evento da Construção Sustentável na América Latina, reunirá os principais nomes e empresas do setor para debater os avanços verdes no Brasil e no mundo.
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tualmente, o Brasil atravessa um quadro de grande dificuldade decorrente da escassez de água e da crise energética. Um dos principais desafios do país e dos clientes consumidores destes recursos é encontrar soluções céleres, econômicas e significativas para superar as dificuldades em relação ao presente cenário, que preocupa a sociedade e influencia o nosso desenvolvimento econômico. As edificações são responsáveis pelo consumo de 21% da água tratada e 50% de toda energia elétrica produzidos no país e, por esta razão, acabam sendo caracterizadas como os grandes “vilões” dos acontecimentos ambientais e as responsáveis pelas suas consequências que contribuem com a destruição das florestas e o agravamento do aquecimento global. Diante do presente contexto, que não se resume a este país, os Green Buildings representam uma contribuição expressiva para a redução do consumo dos recursos naturais, tanto na construção como na operação dos edifícios. Atualmente temos 235 edificações certificadas LEED no Brasil e 10 edificações certificadas pelo recém criado Selo Procel Edificações. Uma análise, considerando a média de economias comprovadas nestas edificações, mostra que sem muitos es-
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forços adicionais as edificações brasileiras poderiam apresentar um potencial mínimo de 30% na redução de energia e 40% de água. Considerando este panorama e com foco no desenvolvimento do mercado das construções sustentáveis, a 6° Greenbuilding Brasil - Conferência Internacional e Expo, contará com a participação de Expositores e profissionais especialistas com soluções inovadoras diversas para a indústria da construção. Durante a Abertura, o Greenbuilding Brasil contará com a presença da ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, discursando aos presentes sobre os Desafios da Sustentabilidade. Além da disseminação do conhecimento acerca da indústria da Construção Sustentável, o evento será caracterizado pela excelente oportunidade de desenvolvimento profissional e ampliação da rede de networking. O Congresso contará com cerca de 60 sessões técnico-educacionais, a serem ministradas por mais de 130 palestrantes, definidas
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expo gbc 2015
PROGRAME-SE
11 A 13 AGOSTO Transamérica Expo Center São Paulo
após duas fases de revisão técnica e considerando critérios como: experiência profissional, conteúdo das sessões, relevância do tema, expectativa de aprendizado, estilo da apresentação, entre outros. A primeira fase de revisão envolveu 57 profissionais e a segunda fase foi um workshop com 16 especialistas do mercado de green building. A 6° Greenbuilding Brasil acontecerá entre os dias 11 e 13 de agosto no Transamérica Expo Center na cidade de São Paulo. A expectativa do evento é reunir cerca de 5.000 visitantes, 1.100 congressistas e 100 empresas expositoras – nacionais e internacionais – distribuídas em um espaço de mais de seis mil metros quadrados. A edição de 2015 receberá um público qualificado, composto por tomadores de decisão do mercado de construção sustentável, diretores de empresas, arquitetos, construtoras e incorporadoras, engenheiros, prestadores de serviço, entidades governamentais, instituições financeiras, associações e instituições das áreas socioambientais, desenvolvimento sustentável, habitação, planejamento urbano, energia, água, entre outros. Durante as sessões educacionais, conhecidas por seu conteúdo exclusivo e inovador, serão discutidos temas de grande relevância, haverá um Summit Especial sobre Água, além de palestras sobre eficiência energética, desempenho das edificações, materiais e recursos, políticas públicas, entre outros. “Nós cremos na importância da Greenbuilding Brasil como ferramenta para divulgar as práticas sustentáveis na construção civil, além disso existe a questão da troca de informações entre os fornecedores e
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consultores atuais sobre novas tecnologias e novas possibilidades para a área.” Arthur de Sylos Borni (Gerente de Desenvolvimento de Novos Negócios – Cushman & Wakefield). Considerações acerca do Mercado da Construção Sustentável As atividades da indústria da construção sustentável crescem em velocidade superior ao da própria construção civil. De acordo com estudo realizado pela consultoria Ernest Young, em parceria com o GBC Brasil, divulgado em 2013, a participação das edificações registradas LEED no PIB da construção no Brasil chegou aos 10%, com expectativa de crescimento. Em tempos de debates relacionados ao meio ambiente, o Brasil segue a tendência mundial de desenvolvimento tecnológico em busca de produtos que tenham foco em construções sustentáveis, com melhor custo-benefício e eficiência térmica/energética. Até o segundo trimestre de 2015, o Brasil contabiliza 966 edificações registradas. São 5% a mais de registros comparados ao mesmo período de 2014. Desse total, 235 já receberam a certificação. O ano de 2014 foi fechado com 135 empreendimentos registrados e 82 certificados. Foram 7 certificações por mês e um projeto registrado a cada dois dias úteis do ano. Hoje as edificações verdes já acompanham o fluxo de lançamento de edificações comerciais corporativos, ou seja, havendo lançamento teremos projeto registrado.
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Dentre as principais razões econômicas temos o aumento da velocidade de ocupação, aumento da retenção, diminuição de eventuais riscos jurídicos e mercadológicos, além da diminuição dos custos operacionais. Entretanto, a construção sustentável há tempos não se restringe as edificações comerciais. Temos uma grande diversidade de edificações registradas e certificadas e esta multiplicidade de tipologias vem aumentando rapidamente. Destacam-se as plantas industriais, centro de logística, data centers, lojas de varejo e instalações esportivas tendo em vista o envolvimento do GBC Brasil e seus Membros com Copa do Mundo e Jogos Olímpicos no que tange a certificação LEED de todas as instalações esportivas permanentes. Museus, instituições de ensino, bibliotecas, agências bancárias e planejamento urbano integrado também foram empreendimentos certificados recentemente e que comprovam a expansão da conscientização do mercado e busca pelo aperfeiçoamento com foco em eficiência. A certificação LEED EBOM (Existing Building Operation and Maintenance), própria para edificações existentes desponta como grande oportunidade de expansão. Já temos no Brasil 74 projetos registrados e 19 certificados. Além de fazer todo sentido econômico, as ações de retrofit se destacam frente àquelas consideradas nos planos de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas que focam na reabilitação das edificações existentes. Assim, cresce o número de mecanismos de incentivo financeiro, seja por linhas de financiamento ou garantias oferecidas ao mercado para alavancar este setor. O setor residencial começa a se movimentar em matéria de construção sustentável. Em Agosto de 2014, o GBC Brasil lançou o Referencial GBC Brasil Casa. Atualmente são 2 casas certificadas e outras 9 em processo de certificação que devem finalizar no primeiro semestre de 2015. Outras 11 casas estão no pipeline para iniciarem o processo de certificação, além de 5 novos prédios residenciais. A certificação AQUA da Fundação Vanzolini também desponta como uma importante ferramenta de certificação com inúmeros projetos no mercado residencial e corporativo.
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“Há ao menos 700 grandes empreendimentos em processo de certificação LEED demandando soluções e serviços com foco em eficiência e diminuição de impactos sócio ambientais; há unanimidade em determinados setores de mercado em relação aos greenbuildings; há um oceano de oportunidades frente a necessidade de readequação das nossas edificações existentes; há um processo de abrangência do movimento a setores diversos; há o aumento do envolvimento do Governo e demais Organizações; há uma forte cobertura de mídia ao nosso movimento; estão surgindo inúmeros estudos e pesquisas que fortalecem e justificam nosso movimento de greenbuilding; e, o mais importante: observamos um célere processo de conscientização do mercado, Governo e sociedade ao conceito de sustentabilidade, princípio norteador do novo tratado que guiará a relação entre Homem e Planeta” Felipe Faria - Diretor Gerente do Greenbuilding Council Brasil. Confira a programação completa da conferência a partir de 27/04 pelo site www.expogbcbrasil.org.br.
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Agenda de Cursos GBC Brasil Maio Como se tornar um LEED AP BD+C (Building Design + Construction) São Paulo - 04 e 05/05 MEMBROS
CERTIFICAÇÃO
EDUCAÇÃO
INICIATIVAS
Energias Renováveis em Edifícios Sustentáveis São Paulo - 08/05
Próximos Paisagismo Sustentável e Técnicas Construtivas para Telhados e Paredes Verdes São Paulo - 21 e 22/05
Cursos
Como se Tornar um LEED GA (Green Associate) GBC Brasil Porto Alegre - 22 e 23/05 Janeiro Apoio:
LEED NC e CS v.3 e v.4 - São Paulo - 21 e 22/01
Junho
Fevereiro Materiais: quais informações solicitar e informar para o mercado de Greenbuilding
e 12/06 EnergyPlus - Simulação Computacional Termoenergética –São SãoPaulo Paulo- -1104,05 e 06/02 Referencial GBC Brasil Casa® Energias Renovávies – São Paulo - 06/02 São Paulo - 15 e 16/06
Março
Simulação Computacional Termoenergética – EnergyPlus São Paulo - 17,18 Como se tornar um LEED GA (Green Associate) – São Pauloe-19/06 05, 06/03
Comode seEdifícios Tornar um LEED GA–(Green Associate) LEED EB_OM: Operação e Manutenção Existentes São Paulo - 26 e 27/03 São Paulo - 22 e 23/06 ® Apoio: Referencial GBC Brasil Casa – São Paulo - 30 e 31/03 Acesse a área de
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“Envolvidos” a nova plataforma em
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Superfícies frias: pelo conforto, no combate ao aquecimento
“O PRINCIPAL OBJETIVO DO CONSÓRCIO É ESTABELECER ESTA MÉTRICA EM UM PROCESSO QUE VAI PERMITIR AOS FABRICANTES MELHORAREM SEUS PRODUTOS PARA OS DIFERENTES CLIMAS E AMBIENTES AGRESSIVOS DO BRASIL” Vanderley Moacyr John, Professor da Escola Politécnica da USP Coordenador técnico do Consórcio Brasileiro de Superfícies Frias
Por Verônica Soares
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m meio à crise hídrica que se agravou por todo o país, e as previsões pessimistas sobre a falta de chuva, a eficiência energética torna-se um tema ainda mais relevante para o setor da indústria e da construção civil. Ao mesmo tempo em que há escassez de água, a temperatura do planeta não para de subir: a Nasa, agência espacial americana, apontou que 2014 foi o ano mais quente já registrado no Planeta. Entre as causas para o aumento das temperaturas está o aquecimento global, devido às emissões de gases do efeito estufa. Considerando o fenômeno climático das ilhas de calor nos grandes centros urbanos, provocado pela retenção de radiação solar nos edifícios, fica evidente a relação de determinados ma-
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teriais com o aumento da sensação térmica. A tecnologia, então, serve de aliada na redução desses efeitos, principalmente com o desenvolvimento de materiais que possam reduzir a temperatura dos edifícios e das cidades, melhorando o conforto interno, mas também diminuindo o consumo de energia e favorecendo o condicionamento ambiental. Embora já existam tecnologias incorporadas à indústria moderna, como pigmentos de alta refletância com diferentes cores que podem ser utilizados na confecção tintas, telhas e revestimentos de fachada, o cenário brasileiro ainda está longe do ideal. Essas tecnologias já estão incorporadas ao mercado e às políticas públicas de eficiência energética na Europa e nos Estados Unidos, onde existem iniciativas como a Cool Roof Rating Council e a European Cool Roof Council.
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Conhecimento científico aliado às necessidades da indústria estabelece metodologia de avaliação das tecnologias disponíveis para o clima brasileiro
Diante desse desafio e inspirado nas propostas internacionais, foi lançado no último dia 12 de março, durante a Feicon Batimat, o Consórcio Brasileiro de Superfícies Frias, que alia o conhecimento científico das universidades às necessidades do setor da construção em busca de soluções para essas questões. O consórcio pretende estabelecer uma metodologia de avaliação das tecnologias considerando a durabilidade adequada nos diferentes ambientes do país, já que, no Brasil, os níveis de radiação solar são bastante agressivos aos acabamentos. O orçamento inicial gira em torno de R$ 6 milhões, com participação das empresas, agências de fomento e recursos das universidades. Este é um esforço coletivo da indústria, juntamente com a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal de Santa Cata-
rina (UFSC), a Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), para gerar subsídios para a introdução segura desta tecnologia no mercado nacional. O projeto conta com o apoio do Green Building Council Brasil (GBC Brasil) e do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), e visa a definir condutas e normas de qualidade para o desenvolvimento de soluções e produtos que atendam à necessidade de adoção de práticas, processos e recursos que promovam a eficiência energética e, consequentemente, a redução do consumo de energia em condicionamento. Durante a Feicon, foram apresentadas as tecnologias desenvolvidas pelas empresas do Consórcio para produzir telhados e revestimentos frios e novas soluções para aplicações complementares à impermeabilização,
Lançamento do Consórcio Brasileiro de Superfícies Frias, durante o 21ª FEICON BATIMAT - Salão Internacional da Construção
Equipe de profissionais envolvidos no Consórcio Brasileiro de Superfícies Frias
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vedação, melhoria do desempenho térmico de telhados, lajes e fachadas. Estes produtos serão os primeiros a terem o escopo de qualidade definido pelas diretrizes do Consórcio. Pretende-se criar condições técnicas e institucionais para que os produtos frios cheguem ao mercado e tenham excelente desempenho e alta durabilidade nas condições mais adversas, que incluem a incidência direta de radiação solar, água, umidade e microrganismos.
O que são as superfícies frias?
São coberturas e/ou revestimentos externos com alta refletância à radiação solar – não necessariamente na cor branca! É uma tecnologia limpa, de baixo custo, que colabora para melhorar o conforto e reduzir o consumo de energia, reduzindo a temperatura no interior das construções. As superfícies frias surgiram da necessidade de redução da energia necessária para o conforto térmico em edifícios e áreas urbanas, e também tratam da redução das ilhas de calor, que podem adicionar até mais 10ºC à temperatura das grandes cidades. Para o coordenador técnico do Consórcio, professor da Escola Politécnica da USP, Vanderley Moacyr John, o movimento é recente no Brasil porque, à medida que a sociedade evolui, começa a demandar outras questões além das necessidades básicas, como o conforto. Historicamente, não havia preocupação com o conforto nas construções brasileiras: “Nossas casas, feitas por engenheiros, arquitetos ou leigos, do calor da Amazônia até o frio do Sul, tinham a mesma parede, as mesmas janelas. O desconforto era considerado parte do viver”. Com a chegada do ar condicionado, deu-se início a um processo que levou também ao consumo elevado de energia. Para ele, a norma de desempenho a ser desenvolvida pelo
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Consórcio consolida a mudança do cenário: conforto é responsabilidade do projetista. “Cabe às políticas de eficiência energética mudar isto, como é o caso do Selo Procel Edifica, que promove a criação de conforto com baixo impacto ambiental e baixo consumo de energia”. Segundo o Prof. Roberto Lamberts da UFSC, “superfícies frias já são consideradas na etiquetagem de nível de eficiência energética de edificações (PBE Edifica) e auxiliam muito no aumento da eficiência das edificações na maioria dos climas brasileiros. São uma solução muito importante nas habitações e em especial nas de interesse social”. Um dos desafios para a plena difusão das práticas que aliam conforto e sustentabilidade na construção civil brasileira é a dimensão continental do país. De norte a sul, conforto pode significar coisas muito diferentes, para pessoas com rendas diversas. Mas Vanderley John acredita que as superfícies frias serão, em breve, uma alternativa de baixo custo e baixo impacto ambiental à disposição de profissionais e consumidores, podendo contribuir para um melhor padrão de conforto em todo o Brasil. A falta de mão de obra qualificada para as construções sustentáveis no país é outro desafio a ser superado. O professor destaca que “sustentabilidade não combina com soluções repetitivas” e que é preciso formar profissionais capazes de trabalhar fora de um modelo-padrão. “Nessa área, não tem como copiar soluções. É preciso adequar o projeto à realidade ambiental, social e econômica”, avalia. Ao mesmo tempo, John pontua que a tecnologia de superfícies frias está em franco desenvolvimento no mercado, mas merece cautela: “Vários fabricantes oferecem produtos, muitos deles potencialmente de grande qualidade. Por outro lado, pesquisas já constataram que existem no mercado brasileiro produtos frios falsos. Corremos o risco de esses produtos decepcionarem usuários e destruírem esta tecnologia, o que é muito grave”. Assim, o Consórcio busca também garantir
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o estabelecimento de parâmetros objetivos, para que os produtos frios ofertados tenham o desempenho esperado e uma vida útil compatível com o investimento. “O principal objetivo do Consórcio é estabelecer esta métrica em um processo que vai permitir aos fabricantes melhorarem seus produtos para os diferentes climas e ambientes agressivos do Brasil”, resume o professor. Ao gerar evidências para demonstração aos consumidores, técnicos e órgãos públicos sobre os benefícios das superfícies frias, as instituições pretendem também contribuir para garantir uma competição sadia, prevenindo as práticas desleais que comprometem o mercado.
Parceria entre pesquisa e indústria A expectativa é de que, em breve, haja uma oferta abundante de produtos, de diversos custos, estilos e graus de sofisticação, com ótimo desempenho e excelente durabilidade, garantindo ao consumidor opções adequadas a diversos perfis e segurança no uso das aplicações. Esse quadro será possível graças à parceria entre as instituições de ensino e as empresas do setor – uma relação em prol da inovação ainda pouco explorada no Brasil. Avaliando o cenário da colaboração entre essas instituições, Vanderley John é categórico: “Somos um país de cópia, onde empresas e universidades não têm tradição e experiência para desenvolver algo novo, capaz de transformar o mercado”. Segundo ele, a construção dessa plataforma de diálogo é crucial para o país e para a sustentabilidade: “O Consórcio tem sido um excelente exercício. As empresas participantes souberam compreender as dificuldades de estabelecer um relacionamento formal, contratual, com universidades. E nós aprendemos a entender as necessidades e as dificuldades das empresas. É um ambiente de aprendizado”. O horizonte de expectativa para mais contribuições entre instituições de pesquisa e empresas é promissor. O professor acredita
que o marco institucional para a colaboração está praticamente concluído, com fundos de fomento à inovação e recursos públicos disponíveis via fundações de financiamento. “Aguardamos para breve a aprovação de um regulamento que facilite ainda mais este relacionamento. Talvez ainda falte o conceito de pesquisador empreendedor, que permitiria a professores desenvolver inovação e investir legalmente no negócio sem ter que abandonar a universidade - o que hoje não é plenamente possível”, pontua. Para as empresas, o Consórcio garante também uma participação direta na elaboração das propostas de normas e regulamentação, além da possibilidade de desenvolver e adaptar produtos com baixo custo. As indústrias estarão também qualificadas para entrada no mercado junto com os pioneiros, sendo resguardadas por uma regulamentação que evidenciará as diferenças entre os produtos. Diante desse cenário, o Consórcio Brasileiro de Superfícies Frias configura-se como uma grande ação de mobilização da indústria e das universidades em prol da eficiência energética. Pelos próximos quatro anos, ao estabelecer diretrizes técnicas para qualificar produtos que oferecem conforto térmico e eficiência energética nos edifícios e, simultaneamente, combater as ilhas de calor urbanas, as instituições darão soluções a uma demanda urgente da sociedade, com resultados que poderão ser muito em breves medidos na prática da construção civil. “É fundamental que tenhamos toda a cadeia envolvida no desenvolvimento de tecnologias que atendam às novas necessidades energéticas”, conclui o professor Vanderley John.
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Conheça as empresas e instituições participantes do Consórcio:
Conheça soluções comerciais que estão sendo estudadas dentro do consórcio: Linha Primal™ da Dow - polímeros 100% acrílicos de secagem rápida que permitem a formação de uma membrana elastomérica protetora que acompanha os movimentos de expansão e contração do substrato sem trincar. Apresenta boa resistência ao depósito de sujeira, à umidade, a condições climáticas adversas assim como à chuva leve após 20 minutos de aplicação, mesmo em baixas temperaturas. As emulsões da Dow permitem que o produto final seja aplicado em telhados novos ou em trabalhos de manutenção, garantindo excelente aderência em diversos tipos de superfícies, como telhas de fibrocimento, concreto, metálicas, cerâmico, manta asfáltica e lajes. Telha Thermocomfort da Eternit/Tégula – são telhas de fibrocimento produzidas com fibras de PVA e cobertas por uma tinta criada para promover alta reflexão. Sua pintura especial também reduz a proliferação de fungos sobre a telha, fazendo com que o poder de reflexão da telha permaneça ativo ao longo dos anos. Testes realizados em condições controladas comprovaram que a redução da temperatura no interior da residência com as telhas Thermocomfort em relação ao ambiente externo pode ultrapassar os 5°C. Telha Auto-Limpante da Eternit/Tégula - produzida em duas camadas, onde a primeira camada é o corpo principal da telha e a segunda camada, que é a face externa, possui um aditivo que tem a propriedade de prevenir o desenvolvimento de microrganismos, o que faz com que as telhas permaneçam limpas por muito mais tempo que as telhas convencionais, melhorando o conforto térmico significativamente. TiPure® R-706 e TS-6200 da DuPont - os graus de dióxido de titânio com alta refletância são pigmentos fornecidos para auxiliar o desenvolvimento de tecnologias de telhados frios. Esta propriedade permite que os raios solares sejam refletidos de volta ao ambiente, evitando assim sua absorção e aumento
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de temperatura da superfície exposta à luz do sol. Este produto precisa ser incorporado em uma resina, polímero, matriz cimentícia ou celulósica. Quanto mais brancos e mais fáceis de dispersar melhores serão os resultados obtidos e tanto os graus TiPure® R-706 quanto os graus TS-6200 possuem alta alvura e são muito fáceis de dispersar em meio aquoso ou solvente. ENCOR® Flex (resinas acrílicas estirenadas e 100% acrílicas) da Arkema - oferecem um excelente compromisso entre custo efetivo e propriedades como durabilidade, resistência a intempéries, resistência à sujeira e elongação. A linha de produtos ENCOR® Flex atende o “Cool Roof Rating Council” (CRRC) como produtos de refletância e emitância com níveis de VOC inferiores a 50g/l. Kynar Aquatec® (resina fluorada base água) da Arkema – são resinas compostas de um polímero fluorado, o PVDF, que é praticamente inerte aos raios UV e, portanto, uma tecnologia com ótima durabilidade e resistência a intempéries. As resinas Kynar Aquatec® conferem também uma propriedade de resistência à formação de biofilmes, sendo também auto-limpante. Todas essas características combinadas permitem um revestimento de alta refletância que se mantém durante muitos anos. TopComfort da Brasilit Saint-Gobain - nova geração de telhas em fibrocimento que possibilitam a redução da temperatura interna em relação à externa em até 4°C. Fabricadas com a inovadora Tecnologia de Camada Multifuncional, essa nova cobertura recebe pigmentação na camada externa com cimento branco e óxido de titânio (TiO2), permitindo assim a refletância de 73% dos raios solares incidentes e um Índice de Refletância Solar (SRI) de 91%. Além das propriedades térmicas melhoradas, esse produto tem um acabamento externo na cor branca e é mais durável, pois não sofre delaminação ao longo do tempo.
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empresas & pessoas
ABCV – Associação Brasileira de Ciclo de Vida, 40 Affonso Eduardo Reidy, 25 AIE - Agência Internacional de Energia, 56 Alexandre Felippes, 17 Anderson Benite, 34, 35 Arab Hoballah, 9 Arkema, 65 Armando Caldeira Pires, 40 Arthur Brito, 51, 52, 54 Arthur de Sylos Borni, 58 Arup do Brasil, 50 Asclépio Consultoria, 21 B.Braun, 28 Bernardes+Jacobsen Arquitetura, 32 Bernardo Jacobsen, 33, 34 BNH( Banco Nacional da Habitação), 25 Brasilit Saint-Gobain, 65 Bruno Contarini, 32 Carlos Lopes, 34 Centro Brasileiro de Eficiência Energética em Edificações, 57 Cerne Engenharia e Projetos Sociedade, 32 Colégio Estadual Erich Walker Heine, 13, 14, 16 Colégio Positivo Internacional, 15 Concrejato, 32 Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), 63, 64 Consórcio Brasileiro de Superfícies Frias, 62, 63 Creche Municipal Hassis, 15, 16 Cristina Shoji , 17 CTE , 17, 32, 34 Cushman & Wakefield, 58 Dow, 65 Dunbarton High School , 16, 19 DuPont, 65 Eleonora Zioni, 21, 22 Eletrobrás, 56, 57 EMEF Padre Luiz de Oliveira Andrade, 17 Engeti Consultoria e Engenharia, 32
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Engineering SA Serviços Técnicos, 32 Escola Politécnica da USP, 62, 63 Escolas Panamericanas de Arte, 26 Eternit/Tégula, 65 Felipe Faria, 4, 60 Fernando Ribeiro, 16 Frank Lloyd Wright, 25 Fundação Roberto Marinho, 32, 33, 34 Fundação Vanzolini, 60 Gabriel Casaroli, 17 GBC Brasil, 16, 21, 22, 36, 37, 47, 54, 57, 58, 60, 63 George Alves Soares, 56, 57 Gil Anderi da Silva, 41 Gilberto do Valle, 32 Global Coalition for Green Schools (GCGS), 13, 14, 16, 18 GOP – Gabinete de Organização e Projetos, 32 Graded School São Paulo, 28 Guido Petinelli, 15, 16 Heather Gadonniex 44. 45 Hospital e Maternidade São Luiz, 27 Hospital Mater Dei, 28 Inmetro, 57 Instal Engenharia, 32 IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), 22 JLL, 21 Julia Magaldi, 17 Juliana Webel, 17 Kahn do Brasil, 51 Lair Reis, 47, 49 LCP Engenharia, 17 LendLease, 21 Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, 16 Lourdes Printes, 17 Lucia Bastos, 32, 34 Lucio Costa, 25 Marcella Saade, 41 Marcelo Mello, 17 Marcelo Nudel, 50, 52, 53, 54 Marcio Kogan, 47, 48, 49 Maria Carolina Fujihara, 16, 47
Marina Silva, 58 Museu de Arte do Rio, 31, 32 Nasa, 62 Nicholas Santero, 44, 45 ONG Gotas de Flor com Amor, 17 Patricia Missawa, 17 PE International, 45 Petinelli Inc., 15 Petrobras, 27 Prefeitura do Rio de Janeiro, 31, 32 Rachel Gutter , 13, 14, 18, 19 Referencial GBC Brasil Casa®, 47, 48 Rino Levi, 25 Roberto Burle Marx, 25 Roberto Lamberts, 64 Schlumberger, 27 Sérgio Bernardes, 25 Severiano Porto, 25 Siegbert Zanettini, 24, 25, 28 Skanska, 21 Sophia Wong, 44, 45 Studio MK27, 47, 48, 49 UNEP, 9 UNESCO, 34 Unicamp, 27 Unicamp, 41 United States Green Building Council (USGBC) , 15, 18, 22, 42 Universidade de Brasília, 40 Universidade de São Paulo (USP), 63 Universidade de São Paulo, 41 Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), 63 Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), 63, 64 Universidade Federal do Pará (UFPA), 63 Valnei Alexandre Fonseca, 14 Vanderley Moacyr John, 62, 63, 64 Vanessa Gomes, 41 VIB Editora, 37 Wagner Oliveira, 17 WG Côrrea Consultoria de Engenharia Civil, 32 WGBC, 21
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AS EDIFICAÇÕES SÃO RESPONSÁVEIS POR 50% DO CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA DO BRASIL, CERCA DE 258 TWH/ANO. SEM GRANDES INVESTIMENTOS E ÓTIMAS TAXAS DE RETORNO OS GREEN BUILDINGS PODEM REDUZIR 77,49 TWH/ANO (30%), EQUIVALENTE AO MONTANTE DE ENERGIA PRODUZIDA PELA USINA DE ITAIPU. SIGNIFICARIA REDUZIR EM 65% O USO DE TERMOELÉTRICAS, DIMINUINDO EMISSÕES POLUENTES E ECONOMIZANDO QUANTIAS FINANCEIRAS RELEVANTES AOS COFRES PÚBLICOS. PARA O CLIENTE FINAL É UMA REDUÇÃO DE R$ 18 BILHÕES POR ANO.
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