29 JUL/AGO 2011
O Ponto de Encontro dos Profissionais | Edição Brasil | Ano 3 EDIÇÃO ESPECIAL
www.vidaimobiliaria.com.br | nº 29 JUL/AGO 2011
LULA E EDUARDO GORAYEB RECEBEM “PERSONALIDADE VIDA IMOBILIÁRIA 2011”
LULA E EDUARDO GORAYEB RECEBEM “PERSONALIDADE VIDA IMOBILIÁRIA 2011” EM NOITE DE GALA, LULA E GORAYEB SÃO HOMENAGEADOS MERCADO CORPORATIVO EM ALTA PROJETA CRESCIMENTO Falta de espaços nas metrópoles inibe crescimento ainda maior Vacância nos principais mercados atinge números recordes Preço de locação está entre os mais altos do mundo Projetos de mobilidade em Curitiba para a Copa somam R$ 222 mi
LETA VÁ nãDoEficaBpaICraIdoC, não polui Você ado. lugar reserv e ainda tem
EDITORIAL
Uma performance marcante O mercado de escritórios continua apresentando números de grande performance no setor imobiliário, que tem gerado uma verdadeira corrida de investimentos. Os últimos meses de 2010 e o inicio de 2011 tem sido considerados pelo mercado como o melhor período desse segmento, pois coincidiram as menores taxas de vacância, com as grandes elevações de preços do m2 para locação. E a previsão é de que estes indicadores se mantenham pelos próximos meses. Um exemplo disso é que São Paulo e Rio de Janeiro já figuram entre as 10 cidades mais caras do mundo em locação de espaços comerciais, o que demonstra que o setor nestas cidades ainda tem um grande apetite por novos
empreendimentos, pois a demanda tem feito acelerar os preços do m2 e os novos projetos somente entrarão no mercado a partir de 2012. Ainda assim, com a demanda aquecida, as taxas de vacância em alta, aliado ao aquecimento da economia como um todo, é possível projetar mais alguns anos de crescimento desse mercado, até que sejam atingidos níveis mais equilibrados de oferta e demanda. Com tantos indicadores positivos é sempre salutar acompanhar de perto todo e qualquer desvio de rota, no sentido de preservar o bom desempenho deste mercado pelos próximos anos, não incorrendo em erros do passado, com excesso de estoque e produtos que não atendiam as exigências do mercado.
Prêmio Personalidade Vida Imobiliária 2011 O mês de julho marcou a entrega do 1º Prêmio Personalidade Vida Imobiliária, em uma cerimônia de gala realizada em São Paulo. Nesta noite marcante para o setor imobiliário, dois grandes homens que contribuíram para a indústria imobiliária, o ex-presidente Lula e o engenheiro Eduardo Gorayeb, da Rodobens, foram agraciados com esse prêmio, outorgado a eles pelo nosso ilustre Conselho Editorial que, em votação direta, elegeu os dois homenageados. Esta premiação também marcou, de maneira significativa, três anos da caminhada dessa publicação que tem se tornado cada vez mais, palco de importantes discussões para o setor e para a sociedade como um todo.
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VIDAIMOBILIÁRIA JULHO/AGOSTO 2011
Romeu Chap Chap Presidente do Conselho Editorial Vida Imobiliária Brasil
EDITORIAL
Uma edição especial Esta edição da Vida Imobiliária traz um panorama do segmento de espaços comerciais no Brasil, um dos segmentos de mercado que mais se tem valorizado nos últimos anos, em especial por causa das grandes demandas reprimidas nos principais centros, e uma oferta muito abaixo das expectativas, com vacâncias residuais, em especial no Rio de Janeiro. Mas traz, sobretudo, a cobertura da cerimônia de entrega do Prêmio Personalidade Vida Imobiliária 2011, realizada no último mês de julho, em São Paulo, que marcou o terceiro ano do lançamento do Conselho Editorial da Revista, que foi o primeiro passo da nossa trajetória desde 2008 aqui no Brasil. Nestes três primeiros anos de vida, a revista acompanhou de perto os principais momentos do setor imobiliário: vivenciou a euforia das grandes empresas abrindo capital na bolsa, presenciou os meses sombrios após a eclosão da crise financeira internacional, testemunhou a guinada extraordinária do mercado com o advento principal da criação do Programa Minha Casa, Minha Vida e tem acompanhado amiúde as mais recentes preocupações sobre os rumos da valorização excessiva do mercado. E em todos estes momentos, buscamos sempre trazer as opiniões dos principais especialistas e os players mais relevantes para contribuir com seus pontos de vista, para o entendimento das conjunturas nacional e internacional.
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Sabemos que estamos apenas no começo ainda de nossa história e temos consciência que devemos aprimorar cada vez mais nossa revista. E para isso vamos buscar cada vez mais estar perto dos nossos leitores e assinantes, que são a essência e o sentido de nossa existência. A todos que nos tem acompanhado nesta jornada, o nosso agradecimento. Aos que estão chegando agora às nossas páginas, nossas boas vindas. E que todos tenham uma boa leitura!
Luiz Sampaio Diretor Executivo, Vida Imobiliária Brasil
ÍNDICE EDITORIAL Romeu Chap Chap Luiz Sampaio
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VI NEWS Negócios & Projetos Empresas & Mercados Pessoas & Eventos Sul e Sudeste Nordeste Norte e Centro-Oeste Internacional
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OPINIÃO Fernando Belloube
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ESPAÇO FIABCI A força do mercado imobiliário brasileiro
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EVENTOS Prêmio Personalidade 2011
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PONTO DE VISTA Roberto Perroni FÓRUM Daqui a alguns anos, quando os lançamentos comerciais atuais entrarem no mercado, a demanda ainda será favorável a uma boa performance dos novos empreendimentos?
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DOSSIÊ MERCADO DE ESCRITÓRIOS Introdução Kallas Incorporações e Construções Brookfield Incorporações CLAVI Incorporações Halna Empreendimentos Multiplan Allta Desenvolvimento Imobiliário ERC Desenvolvimento Imobiliário Sig Engenharia Matec Engenharia 8
VIDAIMOBILIÁRIA JULHO/AGOSTO 2011
VIDAIMOBILIÁRIA 71 | 72 | 73 | 74 |
Even Construtora e Incorporadora Latini Bertoletti, Comasa, Rubi e Leduca Grupo Noster João Fortes Engenharia
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ANÁLISE IMOBILIÁRIA Heitor Kuser
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INVESTIMENTOS Santiago Herreros de Tejada Breves
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ARQUITETURA INTERNACIONAL O caso “Roche”
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Presidente do Conselho Editorial Romeu Chap Chap Conselho Editorial Paulo Safady Simão, CBIC Felipe Cavalcante, ADIT Celso Petrucci, Secovi Lair Krähenbühl, ex-Sec. Habitação - SP Henrique Falzoni, Enplanta Élbio Fernandez Mera, Fernandez Mera Arthur Parkinson, Parkinson Des. Imob. Celina Antunes, Cushman & Wakefield Walter Cardoso, CB Richard Ellis José Ernesto Marino Neto, BSH International Paulo Gaudenzi, Consultor de Turismo Pedro Cesarino, Publicidade Archote Victor Mirshawka, FAAP Caio Calfat Jacob, Caio Calfat Real Estate Cons. Luiz Antonio Nogueira de França, ABECIP Diretor EXECUTIVO Luiz Sampaio lsampaio@vidaimobiliaria.com.br JORNALISTA RESPONSÁVEL Tatiane Mouradian MTb 56238/SP tmouradian@vidaimobiliaria.com.br press@vidaimobiliaria.com.br JORNALISTA ASSISTENTE Maryana Giribola mgiribola@vidaimobiliaria.com.br
COPA 2014 PAC da Copa prevê financiamentos de R$ 222 milhões para os 7 projetos de mobilidade em Curitiba Breves SUSTENTABILIDADE Projeto SUSHI leva sustentabilidade às habitações populares Breves LEGAL & IMOBILIÁRIO Incorporação de Imóveis e o Limite da Receita Bruta para a Opção pelo Lucro Presumido x Regime Especial de Tributação — Patrimônio de Afetação
Diretor Comercial Francisco Antunes fantunes@vidaimobiliaria.com.br GERENTE Comercial Paládia Uzum comercial@vidaimobiliaria.com.br ASSINATURAS Jéssica Rodrigues assinaturas@vidaimobiliaria.com.br COLABORADORES Sarah Garcia (fotógrafa) Design Gráfico PMD - Design de Comunicação www.pmd.pt Design Editorial Brandvalue Impressão HR Grafica e Editora Ltda Rua Serra de Paracaina, 716 03107-020 São Paulo - SP FINANCEIRO Ana Maria Carvalho acarvalho@vidaimobiliaria.com.br Periodicidade Mensal (2009) ProprietáriA Vida Imobiliária Brasil Editora, Eventos e Multimídia Ltda. CNPJ 10.552.619/0001-62
MARKET PLACE VI
Redação, Administração e Assinaturas Rua Manoel da Nóbrega, 211 - conj. 91 Paraíso - São Paulo - SP CEP 04001-906 Tel: 11 3565-0536 Fax: 11 2914-4413 www.vidaimobiliaria.com.br
AGENDA
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Rodape Revista Imovelweb.qxp:Layout 1
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4:57 PM
CAPA: Prêmio Personalidade Vida Imobiliária
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Há mais de 11 anos o Imovelweb é a ferramenta mais eficiente para comprar, vender ou alugar um imóvel. + de 16 Milhões de páginas vistas.
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+ de 6,5 Milhões de consultas a detalhes de imóveis.
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Dados de Janeiro de 2011
VI NEWS
NEGÓCIOS & PROJETOS
Novos Hotéis da Accor devem consumir até R$1,5 bilhão Mais 14 hotéis da categoria quatro estrelas fazem parte da expansão da Accor no país nos próximos quatro anos, sendo sete da marca Mercure e outros sete Novotel. Também está prevista a inauguração do segundo hotel Pullman no mercado brasileiro, a nova bandeira do grupo francês no segmento de cinco estrelas. A Accor inaugurou recentemente, em São Paulo, seu primeiro hotel com a marca Pullman no Brasil, após investimento de R$ 20 milhões na reforma inter-
Caixa oferece linhas de crédito dentro do BNDES Procopa Turismo A Caixa Econômica Federal oferece, a partir de 20 de junho, linhas de crédito dentro do Programa BNDES ProCopa Turismo. O Programa tem como objetivo financiar a construção, reforma, ampliação e modernização de hotéis, de forma a aumentar a capacidade e qualidade de hospedagem em função da Copa do Mundo de 2014. Para o vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa, Geddel Vieira Lima, “a iniciativa tem como foco ampliar a participação da Caica no trade de turismo e contribuir para a criação da infraestrutura necessária ao grande evento mundial, que será a Copa”. Serão oferecidos os produtos BNDES ProCopa Turismo e BNDES Automático - Condições Especiais para o Setor Hoteleiro. As linhas são destinadas às sociedades empresariais, com sede e administração no Brasil, inscritas no Cadastro Nacional de Prestadores de Serviços Turísticos, do Ministério do Turismo (CADASTUR), com condições diferenciadas de concessão que dependem da localização e do porte da empresa, bem como do valor da concessão. São financiáveis os gastos de um típico investimento hoteleiro, como obras civis, máquinas e equipamentos, estudos e projetos, móveis e utensílios, montagens e instalações, capital de giro associado ao projeto e treinamento, dentre outros permitidos pelo BNDES para os produtos. Como incentivo ao comprometimento ambiental, a nova linha de crédito oferece condições mais favoráveis, aos projetos que levarem em conta a preocupação com a eficiência energética e a sustentabilidade. Caso apresentem Certificação de Eficiência Energética ou de Sustentabilidade após a obra, os projetos podem receber condições especiais de financiamento. Se a empresa não apresentar a certificação exigida, o contrato permanece com as características da contratação original.
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na de um empreendimento que operava com a bandeira Gran Mercure. O próximo Pullman será construído em Belo Horizonte, com investimento de R$ 90 milhões. A conclusão está prevista para até o início de 2014. A rede Accor no Brasil é a maior em quantidade de hotéis, com 142 empreendimentos, o equivalente a 23.569 quartos. O grupo só divulga o faturamento na América Latina, de US$ 696 milhões em 2010, ou crescimento de 28,9% diante do ano anterior.
Presidenta lança segunda fase do programa para construção de 2 milhões de unidades A presidenta da República, Dilma Rousseff, lançou no dia 16 de junho, no Palácio do Planalto, em Brasília, a segunda etapa do Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV 2), uma das prioridades do Governo, que visa construir 2 milhões de novas unidades habitacionais até 2014. O Governo, no entanto, segundo anunciou a presidenta Dilma, pretende contratar mais 600 mil unidades habitacionais das já previstas para essa nova edição, caso a meta inicial esteja sendo realizada conforme o cronograma previsto. Para a nova fase do programa, serão investidos R$ 125,7 bilhões de 2011 a 2014 – R$ 72,6 bilhões são parasubsídio e R$ 53,1 bilhões, para financiamento. A segunda fase também prevê ampliação das faixas de renda familiar urbana e rural, incluindo um maior número de beneficiados, priorizando as famílias de menor renda, onde se concentra a maior parte do déficit habitacional brasileiro. A meta de atendimento para famílias que ganham até R$ 1.600 por mês nas áreas urbanas e até R$ 15 mil anuais na área rural subiu de 40% para 60%. Assim, 1,2
milhão de moradias será destinada a essas famílias. Para as famílias com renda de até R$ 3.100 na área urbana e R$ 30 mil na área rural,serão 600 mil habitações (30%). E para as que possuem renda até R$ 5.000 mensais na área urbana e até R$ 60 mil anuais na área rural, serão 200 mil moradias (10%). O programa aperfeiçoou as regras para aumentar a eficiência do programa. Nos casos de famílias de menor renda, o imóvel só poderá ser vendido antes de dez anos se a família quitar o seu valor total, incluindo o subsídio. O objetivo dessa regra é evitar a venda precoce do imóvel. Outra novidade é a inclusão da modalidade que permite reforma em habitação rural para baixa renda.
Oferta de quartos no Rio vai crescer 27% em dois anos O Rio de Janeiro tem hoje 3.548 quartos de hotéis sendo construídos e outros 3.560 em projetos licenciados a serem entregues até dezembro de 2013. O número de habitações deve crescer 26,9% no período, de 26.558 para 33.394. A expectativa da Rio Negócios, agência de promoção da Prefeitura do Rio, é de que este ritmo seja suficiente para atingir a meta de 47 mil quartos, assinada no compromisso com o Comitê Olímpico Internacional (COI) até 2016. A demanda por quartos na cidade cresce de 5% a 7% por ano.
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A bandeira Hyatt vai operar um empreendimento de 408 quartos na Barra da Tijuca. Está ainda prevista a construção de três hotéis da rede Windsor e de pelo menos sete da Accor. O Rio de Janeiro é hoje a cidade que tem a maior tarifa média do país. Uma diária no Rio sai, em média, por R$ 281,70, 23, ou 8% acima da cobrada pelo segundo colocado, a cidade de São Paulo, com R$ 227,50. Apesar disso, a ocupação também é a maior do país, com 78,9% em abril deste ano, bem acima dos 71,5% de São Paulo.
VI NEWS
EMPRESAS & MERCADOS
Binswanger Brazil e Edo Rocha Espaços Corporativos estabelecem aliança estratégica A Binswanger Brazil, que atua no mercado de consultoria imobiliária, estabeleceu aliança estratégica com a Edo Rocha Espaços Corporativos, empresa full service que executa todas as etapas de planejamento, projeto e implantação de obras de arquitetura e interiores. A união das empresas visa somar a excelência dos serviços de consultoria imobiliária da Binswanger aos diferenciados projetos de arquitetura da Edo Rocha, que combinam estética, tecnologia e ergonomia, com o objetivo de oferecer serviços cada vez mais completos aos seus clientes. “A expertise da Edo Rocha irá complementar e enriquecer o serviço de busca e instalação de empresas em novas localidades, ou até mesmo em projetos de expansão”, explica o sócio-diretor da Binswanger Brazil, Rafael Camargo. “Nos sentimos muito felizes por estabelecer esta aliança com uma empresa de expertise e ética como a Binswanger. Com a soma dos esforços quem ganha é o mercado, que a partir de agora, tem a sua disposição o mais completo serviço de real estate, hoje disponível”, complementa Guilherme Augusto Lemelle Corrêa, diretor de planejamento e gestão de mercado da Edo Rocha.
Direcional Engenharia lança R$ 287,9 milhões no 2º trimestre de 2011 A Direcional Engenharia comunicou a prévia do balanço referente aos resultados do segundo trimestre de 2011. Durante o período, a empresa lançou 2.293 unidades, totalizando um VGV (Valor Geral de Vendas) de R$ 287,9 milhões. O valor representa um crescimento de 28,9% nos lançamentos em relação ao primeiro trimestre deste ano e de 81,7% em comparação ao mesmo período de 2010. Os valores desconsideram os lançamentos para a faixa de zero a três salários mínimos do Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) no segundo trimestre de 2010 e a compra da participação no empreendimento Parque Ponta Negra, em Manaus (AM), no segundo trimestre de 2011. As vendas contratadas atingiram R$ 171,1 milhões, 28,5% superior ao mesmo período do ano anterior, também sem incluir os empreendimentos de zero a três salários do
MCMV no 2T10 e a compra da participação no empreendimento Parque Ponta Negra no 2T11. Em relação aos estoques, a empresa tem em média 86,7 % de suas unidades já comercializadas. Ainda no segundo trimestre, a Direcional entregou seis empreendimentos, totalizando um VGV de R$ 272,6 milhões e 1.581 unidades. No período, foram adquiridos dois terrenos, com VGV de R$ 254,7 milhões e potencial de construção de 980 unidades. Ao longo do semestre, a Direcionaladquiriu sete terrenos com VGV total de R$ 682,4 milhões e potencial de construção de 3.411 unidades.
MRV cria a “Escola de Produção” Aproveitando o bom momento vivido pela construção civil no país e visando driblar os problemas com escassez de mão de obra especializada, a MRV Engenharia e Participações S/A, com sede em Belo Horizonte, em parceria com o governo federal e a Prefeitura de Curitiba (PR), criou o projeto “Escola da Produção”, voltado para a formação e absorção de profissionais nas regiões de atuação da construtora. A primeira cidade contemplada foi a capital paranaense, mediante aportes da
ordem de R$ 120 mil. Entre os cursos oferecidos gratuitamente pelo programa de qualificação estão os de azulejistas, eletricistas, almoxarifes, carpinteiros, pedreiros, encanadores, gesseiros e pintores. As primeiras quatro turmas, sendo duas de azulejistas e duas de eletricistas, iniciaram as aulas em abril último. Ao todo, são 125 estudantes que concluirão o curso em julho. E antes mesmo da conclusão, 17 participantes das turmas já foram contratados pela MRV.
Venda de materiais cresce 6,48% As vendas internas de materiais para construção cresceram 6,48% em maio ante abril, de acordo com pesquisa mensal divulgada na quarta-feira pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat). Em relação a maio de 2010, no entanto, houve queda de 0,85%. Este é o terceiro mês consecutivo de retração para o setor no comparativo com igual mês do ano anterior, após 16 meses seguidos de alta. Em 2011, as vendas mostram leve acréscimo de 0,57% na comparação com igual período de 2010. Nos 12 meses encerrados em maio, as vendas apresentam alta acumulada de
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4,41%. Em nota, o presidente da entidade, Melvyn Fox, avalia que o resultado mostra que o setor continuará crescendo abaixo das
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expectativas previstas no início do ano, mas seguirá acompanhando a tendência da economia brasileira como um todo. No momento, a Abramat ainda prevê crescimento de 7% para as vendas este ano. No balanço mensal, as vendas de materiais de acabamento cresceram 7,8% em relação a um ano antes, superando o desempenho dos produtos de base, que mostraram queda de 4,93% em idêntico intervalo. Já no acumulado do ano, enquanto as vendas de produtos de acabamento subiram 7,86% ante igual período do ano anterior, as de materiais básicos caíram 3%.
AK Realty entra no segmento de shopping centers A mais nova aposta do grupo Induscred, que atua nos setores imobiliário e financeiro, é o ramo de shopping centers. A AK Realty, braço imobiliário do grupo, dá início a uma campanha em que apresenta ao mercado seu primeiro centro de compras, com inauguração prevista para setembro de 2012, na cidade de Limeira (SP). A empresa comprou o prédio de um antigo shopping, fechado há mais de dez anos, por R$ 11,2 milhões. Agora investe R$ 70 milhões na modernização e ampliação para 25,5 mil metros quadrados de área bruta locável. A estrutura, que já tem projeto para dobrar, vai concorrer com o único shopping da cidade, o Pátio Limeira, situado no centro, com 19,41 mil m2. Com acesso direto pela rodovia Anhanguera, o plano é que o Shopping Center Limeira atenda também cidades próximas, como Araras, Leme, Pirassununga e Iracemápolis. O foco serão as classes B e C, que concentram 81,7% da população de Limeira. O potencial de compra foi calculado em R$ 108,9 milhões por mês. O projeto inclui cinco lojas-âncoras, 136 satélites, praça de alimentação e de eventos em um único piso. Apenas o cinema, com cinco salas, vai ficar no andar de cima.
Índice Nacional de Custo da Construção recua em junho O INCC-M (Índice Nacional de Custo da Construção) registrou, em junho, taxa de variação de 1,43%, abaixo do resultado do mês anterior, de 2,03%. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação de 0,41%, segundo dados divulgados hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). No mês anterior, a taxa havia sido de 0,45%. No índice referente a Mão de Obra, registrou-se variação de 2,46%. No mês de maio, a taxa foi de 3,70%. Ainda segundo a FGV, o índice correspondente a Materiais e Equipamentos registrou variação de 0,42%. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,43%. Dos quatro subgrupos componentes, apenas materiais para instalação apresentou decréscimo em sua taxa de variação, de 0,98% para -0,07%. A parcela relativa a Serviços passou de uma taxa de 0,53%, em maio, para 0,37%, em junho. Neste grupo, vale destacar a desaceleração do subgrupo serviços técnicos, cuja taxa passou de 1,01% para 0,28%. O grupo Mão de Obra registrou variação de 2,46%, em junho. No mês passado, a taxa havia sido de 3,70%. A desaceleração foi conseqüência de impactos decrescentes de reajustes salariais ocorridos nas cidades de Brasília, onde a taxa passou de 6,02% para 3,25%, e São Paulo, cuja variação recuou de 5,34% para 4,54%. Em Porto Alegre, também em razão de reajustes salariais, a taxa passou de 0,14%, em maio, para 1,03%, em junho. Belo Horizonte e Rio de Janeiro apresentaram pequenas oscilações de mercado. Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo tiveram desaceleração. Em sentido oposto, Porto Alegre apresentou aceleração.
pessoas & eventos
Lafem Engenharia tem novo presidente Após crescer 75% em 2010, alcançando faturamento de R$ 70 milhões, a Lafem Engenharia deu mais um passo para o desenvolvimento da empresa. Elegeu como presidente, Ernani Cotrim, que até então ocupava o cargo de diretor de novos negócios há pouco mais de um ano, quando ingressou na construtora. De acordo com o fundador da Lafem, Fernando Lima, o planejamento estratégico de 2011 visa a um novo crescimento acentuado. “Vamos consolidar a atuação no segmento industrial; realizar novos investimentos na área imobiliária; alavancar a Prime Lafem - braço da empresa voltado para o mercado de residências de luxo; e investir ainda mais na força de trabalho”, explica. Cotrim tem vasta experiência acumulada ao longo de 29 anos de carreira em engenharia civil e se sente preparado para conquistar boas oportunidades diante da demanda atual. “Nossa meta desafiadora para este ano é o aumento de 100% no volume de contratos, além de crescer nos segmentos comercial/corporativo e retrofit de prédios antigos”.
Florianópolis recebe mais uma edição do grande encontro da construção civil O Sindicato da Indústria da Construção Civil da Grande Florianópolis – Sinduscon realiza, entre os dias 24 e 28 de agosto, o 18º Salão do Imóvel, Construfair/SC, Expo Condomínio e Expo Decor Móveis no CentroSul, em Florianópolis. A Expo Decor Móveis conta com o apoio, para a realização, do Sindicato da Indústria do Mobiliário da Grande Florianópolis. Já a Expo Condomínio é realizada em conjunto com o Secovi e o Jornal dos Condomínios. Com entrada gratuita o evento possibilita uma busca mais ampla para a aquisição ou até mesmo construção da tão sonhada moradia. Durante o período de realização os visitantes podem conferir as opções de terrenos, casas, apartamentos, comparar localização, qualidades, funcionalidade e muito mais que isso, pois o evento não é apenas um salão imobiliário, mas sim um local para reformar, mobiliar, decorar, capacitar profissionais dos mais diversos segmentos do macrossetor da construção civil, conhecer tecnologias, produtos e serviços voltados para condomínios, entre outras opções.
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São Carlos Empreendimentos contrata Felipe Góes A São Carlos informa que Felipe Góes passou a integrar a equipe da companhia a partir de 1º de junho de 2011 no cargo de diretor superintendente. Anteriormente à São Carlos, Felipe Góes ocupava a posição de secretário municipal de Desenvolvimento do Rio de Janeiro, onde foi responsável pelo projeto de revitalização da região portuária e pela atração de investimentos para grandes projetos na cidade, além de acumular a presidência do Instituto Pereira Passos, órgão de planejamento da prefeitura, e do Conselho Municipal de Desenvolvimento. Formado em Administração de Empresas pela PUC-RJ e com MBA pela Universidade de Michigan, Góes trabalhou também por dez anos na McKinsey, empresa multinacional de consultoria. Nos últimos quatro anos, como sócio, teve atuação destacada nos setores de infraestrutura e financeiro no Brasil, Europa e Estados Unidos.
© Leila Meirelles
VI NEWS
Sétimo Feirão Caixa da Casa Própria movimentou mais de R$ 10 bilhões em negócios A sétima edição do Feirão Caixa da Casa Própria bateu recorde de volume de negócios, ao movimentar mais de R$ 10 bilhões, entre contratos assinados e encaminhados. Este é o melhor resultado desde o início do evento, em 2005. No ano passado, foram R$ 8,4 bilhões. Em 2011, mais de 457 mil pessoas passaram pelo evento. O Feirão passou por 13 grandes cidades brasileiras. A última foi Florianópolis que, no dia 12 de junho encerrou com volume superior a R$ 400 milhões e mais de 15 mil visitantes. Belém recebeu mais de 31 mil pessoas, que movimentaram cerca de R$ 153 milhões. De 20 a 22 de maio, o Rio de Janeiro recebeu mais de 66 mil visitantes, e movimentou R$ 1,16 bilhão. Quase 41 mil pessoas visitaram o Feirão em Brasília, que teve R$ 827 milhões movimentados. Em Recife, 44 mil pessoas compareceram, com R$ 613 milhões em recursos aplicados. Na capital mineira, a CAIXA registrou cerca de 32 mil visitantes, e R$ 840 milhões. Já em Campinas, 21 mil visitantes passaram pelo evento, movimen-
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tando R$ 616 milhões. Em Porto Alegre, o banco contabilizou 23 mil pessoas e R$ 806 milhões em negócios. No período de 13 a 15 de maio, foi a vez de São Paulo receber 73 mil visitantes na sétima edição do Feirão Caixa da Casa Própria e movimentar R$ 2,025 bilhões. Cerca de 35 mil pessoas compareceram ao evento em Curitiba, que teve R$ 1 bilhão. Em Fortaleza, 20 mil pessoas passaram pelo Feirão, onde foram movimentados R$ 714 milhões. Na capital baiana, a CAIXA registrou mais de 38 mil visitantes, e R$ 500,9 milhões. E em Uberlândia, foram 16 mil visitantes, e R$ 328 milhões em negócios.
VI NEWS
SUL E SUDESTE
São Carlos reforma Edifício Venezuela no Rio Um importante negócio da São Carlos no Rio de Janeiro é a reforma do Edifício Venezuela, localizado na primeira fase do Porto Maravilha. O edifício fica entre a Praça Mauá e o Morro da Conceição. O imóvel tem cerca de 4 mil m2 de área locável, distribuídos em nove andares. Com previsão de entrega para o último trimestre de 2011, o empreendimento está passando por um retrofit completo e pleiteia a certificação LEED, selo do Green Building Council (GBC) para edifícios que atendem requisitos de sustentabilidade e preservação de recursos naturais. Atualmente, a empresa tem um prédio em processo de certificação e está analisando a certificação dos demais.
Construtora de Roberto Carlos lança empreendimento de R$ 200 milhões em São Paulo O cantor Roberto Carlos lançou em São Paulo um luxuoso edifício de 40 andares na Avenida Juscelino Kubitscheck, sua primeira empreitada no ramo imobiliário. O edifício, batizado com o nome de Horizonte Home and Office, deverá estar pronto em dois anos, um investimento de R$ 200 milhões. O prédio mistura um bloco comercial, de 15 andares, e o residencial de 40 andares. Grande parte das 266 unidades residenciais e das 80 unidades comerciais já está reservada. São 8 apartamentos por andar. O terreno foi adquirido há quatro anos e o prédio deverá ser comercializado por um batalhão de 500 corretores.
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CCDI e Incorporadora Inter Rio investem em empreendimento comercial em Campos (RJ) A Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI) e a Incorporadora Inter Rio lançam o empreendimento Connect Work Station, localizado em Campos (RJ). Trata-se de um business center com 12 andares, 240 salas comerciais e três lojas no térreo. As salas comerciais terão área de 28 a 53m² e as lojas 301m², privativos. O volume VGV (Volume Geral de Vendas) estimado é de R$ 47,8 milhões. A previsão de crescimento econômico para Campos, com consequente demanda para salas comerciais, é um dos principais motivos para o lançamento. Somente com a construção do Porto de Açu, em São João da Barra, a menos de 40 km de Campos, o crescimento populacional para a Área de Influência Direta será de 722 mil habitantes até 2025, sendo 530 mil para Campos e 192 mil para São João da Barra.
Ou seja, a população de Campos deve dobrar nos próximos anos, para 1 milhão de habitantes, com crescimento expressivo no período de 2010 a 2020.
Performance lançará edifício corporativo de alto padrão em Bangu A Performance Empreendimentos Imobiliários lançou, no fim de junho, o Connection Offices Bangu, terceiro edifício da linha Connection, grife de corporativos de alto padrão criada pela incorporadora em 2010. O empreendimento terá 102 salas, de 20 a 29 m2, além de quatro lojas com metragem de 69 a 130 m2. O VGV (Valor Geral de Venda) é de 16 milhões. O Connection Offices Bangu será construído na Rua Silva Cardoso, nº 405 – ao lado do Fórum, próximo à região administrativa e a 5 minutos do shopping Bangu e da estação de trem. “A localização no novo prédio comercial é um grande diferencial do empreendimento. É um ponto estratégico para atrair investidores, pois a Zona Oeste é uma região em valorização. Para os empresários que se instalarão lá, o interesse maior se deve ao forte índice de crescimento econômico na região e à grande circulação de pessoas”, enfatiza o gerente de incorporação da Performance Empreendimentos Imobiliários, Ricardo Barbieri. O Connection Offices Bangu é um centro corporativo de alto padrão, unindo tecnologia de ponta, segurança e sustentabilidade – incluindo sistema de captação e aproveitamento de água pluvial, sensores de presença e previsão para
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hidrômetros individuais. Os empreendimentos, que já contarão com rede wi-fi (internet sem fio), foram projetados para apresentar a melhor relação custo-benefício, tanto para investidores, quanto para clientes e usuários. O selo Connection chegou ao mercado carioca em março no Rio de Janeiro. O primeiro empreendimento lançado, o Connection Offices Freguesia, em Jacarepaguá, vendeu todas as 140 salas no fim de semana de lançamento, em maio. O VGV foi de R$ 25 milhões. O segundo, em Madureira, está 70% comercializado até o momento. São 210 salas e galeria comercial com 31 lojas, e VGV de R$ 35 milhões.
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VI NEWS
NORDESTE
Copa e obras públicas exigem mais cimento no Ceará As obras de infraestrutura da Copa do Mundo, incluindo o Metrofor, além de outras iniciativas públicas, como o Minha Casa, Minha Vida e os hospitais estaduais no Interior, devem alavancar o consumo de cimento no Ceará, durante o próximo semestre. A expectativa é que as três empresas que fabricam no Estado - Apodi, Votorantim (Poty) e Nassau- vendam, ao todo, cerca de um milhão de toneladas do material de construção, segundo estimativa da Cooperativa da Construção Civil do Estado do Ceará (Coopercon -CE). O volume, entretanto, representa o limite de operação das fábricas para atender à demanda tanto da construção civil, quanto do varejo. Uma das alternativas do setor foi importar cimento da Turquia e do Vietnã para suprir esse abastecimento. A importação tem servido para regular o mercado e segurar os preços, que tiveram pouca variação entre um ano e outro.
300 presos vão trabalhar nas obras do Minha Casa Minha Vida no Maranhão Uma parceria do Tribunal de Justiça do estado e o Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Maranhão (Sinduscom-MA) irá empregar 300 presos na construção de 3 mil casas do programa “Minha Casa Minha Vida” no estado. As obras devem começar até setembro, segundo o presidente do Sinduscom, João Alberto Teixeira Mota Filha. Os 300 detentos irão atuar inseridos entre 2.500 operários da obra do governo federal. Serão empregados detentos mulheres e homens do regime semiaberto através do programa “Começar de Novo” do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que atua na reinserção de presos, afirma o desembargador Froz Sobrinho, coordenador nacional do programa.
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Preços máximos do MCMV no RN ficam aquém do esperado As regras da 2ª fase do Minha Casa, Minha Vida não atingiram as expectativas das construtoras no Rio Grande do Norte. O valor dos imóveis ficou abaixo do esperado. Em Natal e na grande Natal, por exemplo, uma casa destinada a quem recebe R$1,6 mil custará R$52 mil e um apartamento custara R$53 mil. Na 1ª fase, uma casa custava R$ 37 mil e um apartamento, R$ 41 mil. Mesmo com a evolução, a margem das construtoras continua apertada.
Feira Construir Bahia 2011 apresenta novidades de empresas nacionais e internacionais A 11ª edição da Construir Bahia (Feira Internacional da Construção) será realizada de 17 a 20 de agosto, no Centro de Convenções da Bahia. Além dos eventos paralelos já esperados, como o Simpósio Internacional de Arquitetura e Construção Sustentável e o Concurso A Ponte, o evento lançará esse ano a Expo Máquinas e Equipamentos, realizada pela primeira vez na Bahia. A realização do evento conta com apoio do Sinduscon-BA. De acordo com o presidente do sindicato, Carlos Alberto Vieira Lima, “a Construir Bahia ocupa um espaço importante no calendário do setor e é uma ótima oportunidade para a cadeia produtiva divulgar seus produtos”. Gratuito e aberto ao público geral, o evento é direcionado para lojistas e atacadis-
tas, arquitetos, engenheiros, administradores de condomínio, profissionais da construção, designers de interiores, decoradores e paisagistas, construtores, empreiteiros e estudantes de áreas afins.
Norte do País vive o boom da construção vertical Um recorte inédito do Censo Demográfico 2010 feito pelo Estado mostra que a verticalização se espalhou pelo País e cidades pequenas e médias como Paraupebas ou em municípios como Ariquemes, em Roraima, ou Marabá, no Pará, são hoje os principais motores dessa tendência. Nos últimos dez anos, o número de apartamentos da Região Norte cresceu em um ritmo 3,5 vezes maior que no restante do Brasil - que tem hoje 6,2 milhões de apartamentos, um número 43,2% maior do que em 2000. Hoje, 1 em cada 10 brasileiros mora em prédios. A proporção ainda é duas vezes menor no Norte, mas o crescimento em locais como Rondônia, Amapá e Tocantins foi sem precedentes. Nesses Estados, os apartamentos se multiplicaram por sete e cresceram proporcionalmente 15 vezes mais que em São Paulo.
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Algumas cidades têm enfrentado dificuldades em lidar com a verticalização. Em Rio Branco, no Acre, chama a atenção o descaso com o transporte público. Seis torres já foram construídas na região do entorno do maior shopping da cidade e pelo menos 15 prédios e outras unidades habitacionais residenciais serão lançadas ali até 2012. Até agora, porém, apenas uma linha de ônibus atende a região. Mesmo cidades com planejamento rígido como Palmas, no Tocantins, sofrem com a dificuldade de combinar verticalização com investimento em infraestrutura. O Plano Diretor proíbe a concentração de prédios e determina uma densidade máxima de 380 habitantes por hectare. A regra, porém, não foi suficiente para impedir que milhares de consumidores ficassem sem água no ano passado.
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VI NEWS
NORTE E CENTRO-OESTE
Preço dos imóveis dispara em Rondônia Com o início da construção da hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira (RO), edifícios em série começaram a ser erguidos em Porto Velho, mudando a paisagem da cidade. Na esteira do entusiasmo, o preço dos imóveis e o valor dos aluguéis dispararam. A febre da construção de prédios começou em 2007, quando o governo federal sinalizou que a as hidrelétricas de Santo Antônio, praticamente dentro de Porto Velho, e Jirau - a cerca de 100 quilômetros da capital - sairiam do papel. Com a expectativa de um aumento significativo no número de residentes e na circulação de dinheiro no município, as construtoras resolveram investir em edifícios.
Proprietários de casas avaliadas em R$ 150 mil até dois anos atrás estão agora colocando os imóveis à venda por até R$ 250 mil, uma valorização de quase 70%. Na locação houve reajustes de até 100%. O problema verificado agora é que grande parte das pessoas que chegaram à cidade por conta das hidrelétricas não tem uma renda suficiente para pagar por imóveis com um custo de até R$ 4.500 por metro quadrado.
Entregas aumentam 108% no Mato Grosso Pesquisa inédita do Sindicato da Habitação de Mato Grosso (Secovi/MT, revela que o mercado imobiliário de residências verticais (apartamentos) vai receber num período de cinco anos, 175 novas torres, das quais, 34 foram entregues em 2010 e outras 71 serão no decorrer de 2011, um incremento anual de 108%. Pelos dados divulgados, 2011 se consolida como o melhor ano do segmento, já que sozinho responderá por 40% do total de projetos do período analisado, 2010 a 2015. Ainda segundo o relatório, em 2012 serão entregues 31 torres, em 2013, 35, em 2014, 34 e para 2015 estão programadas quatro novas torres, pelo menos até o momento. Deste total de projetos, 95% atenderão à demanda por apartamentos de dois, três e quatro quartos, sendo 82% voltado ao atendimento da classe média que procura por dois e três quartos somente. Nos próximos cinco anos o Estado contará com mais de 11 mil novas moradias verticais edificadas por 27 construtoras. A pesquisa do Secovi/MT não apurou valores de investimentos das construtoras para concretizar as obras, porém, estimativas de mercado apontam que o volume de recursos injetados poderá atingir cerca de R$ 1 bilhão. Altas cifras
continuam sendo aplicadas pelas construtoras que planejam mais lançamentos nos próximos anos, em Mato Grosso. Do total de unidades a serem entregues, 5% é de um quarto, com área útil de cerca de 36 metros quadrados (m²) a 41 m². Essas unidades estão sendo comercializadas entre R$ 96 mil a R$ 130 mil. Os apartamentos com dois dormitórios representam 28,47% dos projetos contabilizados pelo Secovi/MT, possuem área útil entre 62 m² a 74 m² e estão na faixa de R$ 135 mil a R$ 245 mil. As unidades com três dormitórios representam 54,48%, possuem área de 102 m² a 143 m² e o valor fica entre R$ 220 mil e R$ 500 mil. Já os de quatro dormitórios representam 12,05%, possuem área útil de 143 m² a 232 m², e valores acima de R$ 550 mil.
Sinduscon-DF e Asbraco assinam convênio O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF) e a Associação Brasiliense de Construtores (Asbraco) assinam convênio com o Banco de Brasília (BRB) que visa proporcionar aos associados das men-
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cionadas entidades novas possibilidades de financiamento e flexibilização de taxas. O convênio com o BRB abrirá, ao setor produtivo, a possibilidade das empresas desfrutarem desses benefícios.
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Sinduscon e Ademi de Alagoas proporcionam lazer e cultura para trabalhadores do setor O Sinduscon e a Ademi de Alagoas realizarão no próximo mês de setembro a 9ª edição do projeto Trabalhador no Teatro, com o espetáculo O Mágico de OZ, o primeiro produzido no Brasil com tecnologia 4D. O objetivo do projeto é valorizar os trabalhadores da construção civil e seus familiares, proporcionando lazer e cultura. Este ano o evento será realizado nos dias 3 e 4 de setembro, no Teatro Gustavo Leite, no Centro de Convenções de Maceió.
Ademi-SE premia as melhores iniciativas desenvolvidas em Sergipe no setor da construção A Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário de Sergipe (Ademi-SE) promoveu no último dia 14 de julho, no salão Selma Duarte, em Sergipe, a entrega do Prêmio Ademi-SE 2011. Em sua quinta edição foram premiados os melhores trabalhos e iniciativas realizados no período de agosto de 2009 a dezembro de 2010. O Prêmio é entregue em cinco categorias principais: ‹Empresa do Ano›, ‹Empreendimento Destaque e Arquiteto do Ano›, ‹Campanha Publicitária do Ano›, ‹Imobiliária do Ano› e ‹Fornecedor do Ano›. A escolha dos premiados é feita por uma comissão julgadora, que avalia critérios como histórico da empresa, conceito no mercado, qualidade da produção e responsabilidade socioambiental.
VI NEWS
INTERNACIONAL
Bourbon Conmebol: US$ 20 milhões em hotel no Paraguai Com investimento de US$ 20 milhões, por parte da Conmebol (Confederação Sulamericana de Futebol), o novo hotel administrado pela Rede Bourbon Hotéis & Resorts, na Grande Assunção, no Paraguai – o Bourbon Conmebol Convention Hotel – abre as portas a partir de setembro. Em local estratégico, com fácil acesso ao aeroporto, às rodovias e hidrovias, a unidade nasce com a maior infraestrutura hoteleira do País e com o status de mais luxuoso empreendimento paraguaio. Ao todo, serão 168 apartamentos, incluindo a suíte presidencial e apartamento para pessoas com necessidades especiais. O hotel está todo preparado para proporcionar acessibilidade ampliada.
Centro Colombo é eleito o melhor shopping de Portugal pela segunda vez consecutiva O Centro Colombo foi considerado, pelo segundo ano consecutivo, o “Melhor Centro Comercial” nos Prêmios Hipersuper’11. Na edição deste ano, estava também nomeado para a mesma categoria outro centro da Sonae Sierra – o NorteShopping, também uma referência de comércio na zona norte do país pelo seu dinamismo e pela, variedade e qualidade que apresenta. O Centro Colombo, inaugurado em 1997, possui mais de 400 lojas e recebe 25 milhões de visitas por ano. O lote de nomeados para a categoria de “Melhor Centro Comercial” foi escolhido pela redação do Jornal Hipersuper em colaboração com as consultoras Kantar Worldpanel, GfK e Cushman& Wakefield, com base nos seguintes critérios: marketing-mix, número de visitantes (total ou por ABL), taxa de ocupação, eficiência energética, vendas por m2 e serviços prestados aos clientes.
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A chegada da Rede ao Paraguai faz parte de uma estratégia de ampliar sua atuação pelo Brasil e pelo exterior, principalmente, pela
América do Sul. Tempo para se consolidar como referência em unidades internacionais. O contrato de administração da unidade paraguaia será de 25 anos. Para tal, mais de 150 profissionais estão sendo contratados para a nova Unidade. Anexo ao hotel está o Conmebol Convention Center, o maior centro de eventos do Paraguai com infraestrutura para receber até 3 mil pessoas simultaneamente. Conta com uma área de exposição de 3,5 mil m2 e ampla estrutura de apoio, um fato inédito naquele País. A Bourbon Hotéis & Resorts já conseguiu captar quatro eventos para o segundo semestre deste ano, mesmo sem ter inaugurado o empreendimento ainda.
H&M e Media World marcam presença no Centro Comercial “Le Terrazze”, na Itália A Sonae Sierra e a ING Real Estate Development acabam de anunciar a assinatura de contratos com a multinacional de vestuário Hennes & Mauritz (H&M) e com a cadeia de bens eletrônicos de grande consumo Media World para a abertura de lojas no “Le Terrazze”, um inovador centro comercial que as duas empresas estão a desenvolver em parceria em La Spezia, Itália. Os dois contratos agora assinados confirmam o valor e a qualidade do “Le Terrazze” que será o maior shopping da região de La Spezia, contando com uma ABL (Área Bruta Locável) de 38.500 m². Para além da Ipercoop, que será proprietária e gestora do hipermercado, outras grandes marcas já estão confirmadas, nomeadamente a
McDonald’s, a Swarovski e a Golden Point, num total de 75% de ABL já comercializada. O centro comercial “Le Terrazze”, cuja abertura está prevista para o primeiro trimestre de 2012, representa a primeira fase de um projeto de requalificação urbana mais vasto, com mais de 100.000 m2 de áreas residenciais e de escritórios que serão desenvolvidos por terceiros. O shopping irá apresentar um total de 108 lojas, incluindo um hipermercado com 7.500 m², nove lojas de grande dimensão, 16 restaurantes e bares, um centro de entretenimento, um centro de fitness e um parque de estacionamento coberto e gratuito com capacidade para 2.000 veículos.
Reconstruir o Japão vai custar mais de 140 bilhões de euros A reconstrução de infraestruturas, habitações e outras instalações destruídas no Japão pelo sismo e tsunami de 11 de março deverão representar uma despesa de cerca de 147,2 bilhões de euros, informou o governo nipónico. O montante foi calculado durante as reuniões de vários ministérios e nove províncias afetadas pelo desastre. Dos mais de 140 bilhões de euros, cerca de 90,6 bilhões serão investidos na reconstrução de casas, lojas ou instalações públicas e cerca de 19,1 bilhões na reconstrução de infraestruturas básicas como estradas e portos. Estas estimativas
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representam quase o dobro dos custos com a reparação dos danos causados pelo terremoto de 1995 em Kobe, no centro do país, avaliados em 83,6 bilhões de euros. Esta previsão de despesas não inclui, porém, os danos causados pela crise nuclear na central de Fukushima, que deverão elevar os custos. Em 2 de maio, o governo japonês aprovou um primeiro plano de reconstrução de 36,3 bilhões de euros e espera ratificar um segundo depois de acordar o prolongamento das sessões parlamentares até 31 de agosto.
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OPINIÃO
Fernando Belloube*
Para um entendimento da primeira questão, a análise histórica da evolução dos valores praticados pelos principais mercados brasileiros oferece-nos uma boa referência. Como podemos observar no gráfico, reduções de valores nominais de locação (e, consequentemente, de valores nominais de ativos) somente ocorreram, em nosso mercado, em momentos bastante específicos quando tivemos taxas de vacância superiores a 15%. E essa é uma perspectiva que não está colocada num horizonte de médio prazo, isto é, nos próximos três anos. As taxas de vacância atuais estão abaixo de 8%, o novo estoque previsto para entrar no mercado nos próximos anos já está parcialmente pré-locado e, mantidos os níveis de absorção de espaço dos últimos anos (o que é provável, dadas as condições favoráveis da economia que tem gerado demandas por mais espaço), é provável que a taxa de vacância se mantenha
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A resposta a essa questão, de uma perspectiva imobiliária, deveria considerar (I) a capacidade de o mercado sustentar, por um período razoável, os patamares atuais de valores praticados e, também, (II) a extensão do mercado com capacidade para pagamento desses valores.
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Com o crescimento importante experimentado pelo mercado de escritórios corporativos, particularmente para Edifícios Classe A nos principais mercados brasileiros (São Paulo e Rio de Janeiro), deparamo-nos, regularmente, com questionamentos quanto à capacidade de esses mercados sustentarem-se nos níveis atuais. O fato de os valores aqui praticados estarem cada vez mais alinhados com os dos maiores mercados globais - às vezes, superando-os - nos faz cogitar a hipótese de estarmos vivendo uma “bolha imobiliária”, com a supervalorização dos ativos.
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Perspectivas para o mercado corporativo
Vacancy Fonte: C&W — 2011
dentro dos níveis atuais e, com isso, os valores de locação também permaneçam estáveis.
de locação acima de R$ 100/m², além de despesas condominiais acima de R$ 15/m².
Dentro dessa perspectiva e assumindo as informações hoje disponíveis com relação a novo estoque sendo entregue ao mercado nos próximos anos e às taxas de absorção históricas, consideramos pouco provável que, dentro do horizonte analisado, haja uma redução de valores. Ainda que seja possível antever sobre-ofertas em algumas regiões específicas, o mais provável é que, particularmente para os ativos de melhor qualidade, haja uma estabilização dos valores de locação em patamar próximo ao atualmente praticado para os edifícios Classe A.
Nesse caso, a partir da consideração da densidade média de escritórios corporativos (aproximadamente 8,5m²/posição) e os valores médios de locação, despesas condominiais e consumos (além do IPTU) praticados nessas localizações, poderemos constatar que o custo médio de uma posição de trabalho nesses escritórios está, em muitos casos, acima do salário médio de muitas corporações. Essa situação é ainda mais crítica se acrescentarmos, à análise, a depreciação de investimentos realizados em arquitetura de interiores e tecnologia, além dos consumos regulares da operação.
A outra questão anteriormente colocada refere-se à possibilidade (e, porque não, a necessidade) de se manter operações consolidadas em localizações e edifícios que apresentam valores
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Se essa constatação pode sugerir, numa leitura rápida, uma inadequação da manutenção de operações consolidadas em locais com altos
custos de locação e ocupação, aponta também uma questão já tratada por desenvolvedores quanto à oportunidade daí decorrente: “continua a fazer sentido a disputa pelas localizações ‘Premium’ objetivando o desenvolvimento de novos edifícios ‘Classe A’ mantendo, como alvo, os altos valores de locação atualmente praticados ou devemos rever o nosso produto”.
Consolidação de operações
Hoje, com o aumento expressivo dos custos de locação e condomínio, aumentando de forma significativa a diferença de valores praticados com relação a alternativas de edifícios “Classe B”, a separação entre as áreas de negócio (“front office”) e as áreas operacionais (“back office”) voltam a ser consideradas. No entanto, a implementação desse modelo esbarra, hoje, na ausência de produtos que atendam à necessidade de empresas que o consideram edifícios de boa qualidade, localizados em regiões com boa infraestrutura urbana e de serviços, mas que não são considerados os Centros de Negócios (CBD).
Dentro dessa perspectiva, o principal desafio deve ser o de identificar possíveis localizações “alternativas” que ofereçam, aos agentes do mercado, a oportunidade de desenvolvimento de produtos/projetos com suficiente massa crítica para se consolidarem como alternativas efetivas para a instalação de áreas operacionais. Um benefício provável aos investidores que apostarem nesse espaço de mercado deve vir da possibilidade de melhores retornos obtidos sobre seus investimentos com a possível redução da diferença de valores de locação (e consequentemente de ativos) praticados nos CDBs e localizações secundárias.
* Fernando Belloube Diretor de Capital Markets para a Cushman & Wakefield Brasil
mcason
Nos últimos anos, a consolidação de operações fez sentido, pois, além dos ganhos efetivos de sinergia, produtividade e redução do espaço requerido pelas corporações (principalmente relacionada à eliminação de redundâncias de espaços de suporte), proporcionava reduções de Assim, se o desenvolvimento de edifícios custo mensuráveis e importantes - como deslo- Classe A ainda se coloca como um bom negócamentos e conexões entre escritórios, entre ou- cio para os diferentes perfis de investidores, tros - que compensavam um aumento no custo no desenvolvimento desse “produto alternade locação proporcionando, ainda, uma melhor tivo” focando as áreas operacionais, reside, provavelmente, uma boa oportunidade para qualidade do espaço corporativo. nambei-anuncio2011_205x140:Layout 1 20.06.11 11:46 Page 1
o mercado de escritórios nas nossas principais cidades.
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FIABCI/BRASIL
Basilio Jafet*
A força do mercado imobiliário brasileiro O mercado imobiliário brasileiro é um dos segmentos mais importantes da economia do Brasil. Somente a cadeia produtiva da construção civil, por exemplo, representa cerca de 12% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. Diretamente, mais de 1,3 milhão de pessoas trabalham para construir, literalmente, o sonho da casa própria do brasileiro. Tomando a construção civil como um todo, são 2,8 milhões de trabalhadores. E o momento é de mercado aquecido. Um exemplo: a construção civil está entre os segmentos que mais cresceram no ano passado, com uma expansão de 11,6% em relação a 2009, o melhor resultado desde 1986, de acordo com o SindusCon-SP. O setor superou os efeitos negativos da crise financeira de 2008, apresentou resultados surpreendentes em 2009 e permanece nesse ciclo virtuoso, contribuindo para a redução do déficit habitacional do país, em um momento de economia saudável e ascensão das classes D e E. Hoje, é possível afirmar que são várias as razões para esse bom desempenho. Entre elas está, evidentemente, a estabilidade política e econômica do país, que conta com instituições financeiras sólidas, lei de responsabilidade fiscal e crédito imobiliário acessível. Isso para não falar do crescimento econômico. Em outras palavras: o ambiente é favorável aos negócios e o Brasil está no centro das atenções e no foco dos investidores – nacionais e estrangeiros. Esse ótimo momento só pôde ser alcançado graças à força, à solidez e à qualidade do seg-
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mento, que são, inclusive, reconhecidas mundialmente. Não é exagero afirmar que a incorporação, a construção e a arquitetura brasileiras estão entre as mais avançadas do mundo – e são motivos de orgulho nacional.
Regras claras A qualidade do mercado imobiliário brasileiro pode ser explicada pela legislação que regula o setor e que proporciona um dos melhores ambientes legais para todos os envolvidos: incorporadoras, construtoras, imobiliárias, prestadores de serviço, consumidores e agentes financeiros. No Brasil, o direito de propriedade é cláusula pétrea da Constituição Federal. A propriedade plena, com raras exceções, é um direito protegido, o que não acontece em diversos países do mundo. A excelente aplicação prática do nosso marco legal também é exemplificada na importante lei 4.591/64, que funciona muito bem e não precisou passar por reformulações desde a sua criação. Ela instituiu o Registro de Incorporação, que regulamenta todas as regras para as transações imobiliárias, com entrega futura dos bens, e somente autoriza a venda de imóveis em construção ou a construir se a incorporação imobiliária estiver previamente registrada. O registro dos contratos relativos a imóveis garante que a compra seja reconhecida e respeitada por todos, ao disponibilizar o documento para consulta pública em cartório.
Já o instrumento conhecido como Pagamento do Incontroverso significou mais segurança para o sistema como um todo. Esse mecanismo determina que, ao propor uma ação, o comprador quantifique o valor que pretende questionar e o valor incontroverso. Durante o curso da ação, ele deverá continuar a pagar o valor incontroverso normalmente.
O Brasil é também conhecido mundialmente por ser um celeiro de avançadas técnicas construtivas e de gestão. Hoje a construção brasileira deixou de adotar soluções artesanais para tornar-se efetivamente industrial. O setor tem conseguido eficiência e bons resultados por meio do planejamento das obras e de técnicas de alta performance.
Mercado competitivo
A tecnologia de estruturas de concreto desenvolvida no Brasil, por exemplo, é uma das mais avançadas do mundo. Outra técnica de construção que traz significativos ganhos de tempo e de eficiência é o uso de formas de alumínio. Nela, os moldes de alumínio são encaixados uns aos outros e recebem diretamente o concreto, que vai formar a parede. Assim, dispensam o uso de tijolos, madeiramento e reboco – o que reduz significativamente a geração de resíduos na obra. O sucesso do programa habitacional federal Minha Casa Minha Vida só é possível, por exemplo, graças à capacitação intensiva de mão de obra e ao consequente aumento de produtividade.
Outra qualidade importante do setor é sua própria composição. No mercado imobiliário brasileiro, há um ambiente de alta competitividade, inexistindo concentração excessiva, o que beneficia sobremaneira os consumidores. Estima-se que existam, hoje, no Brasil, cerca de 64 mil construtoras em atividade, segundo a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Dentro desse universo, as três maiores respondem por menos de 6% do market share. Como se sabe, em mercados competitivos, quem ganha é a sociedade.
O resultado de tudo isso é o reconhecimento, inclusive internacional. E exemplos não faltam para ilustrar tal fato. Nossas empresas são benchmark para executivos em todo planeta. Na África, por exemplo, as companhias e profissionais brasileiros estão participando da constituição e do desenvolvimento do mercado imobiliário de Angola, difundindo as inovações e soluções brasileiras. Com todas essas características, não é à toa que o mercado imobiliário é um dos grandes protagonistas do desenvolvimento da economia brasileira.
Esse mecanismo também é benéfico para o agente financeiro, visto que reduz a inadimplência e, assim, possibilita a ampliação do crédito, preservando a liquidez do sistema. Vale lembrar também a instituição da Alienação Fiduciária, a partir da lei 9.514/97, que facilita a retomada do bem em caso de inadimplemento. Isso diminui os riscos para os financiadores e, portanto, contribui para a queda nos juros cobrados em financiamentos.
* Basilio Jafet é presidente do capítulo brasileiro da Fiabci.
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Prêmio Personalidade Vida Imobiliária 2011 Em uma cerimônia de gala, a Revista Vida Imobiliária entregou ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao engenheiro Eduardo Gorayeb, da Rodobens Negócios Imobiliários, o prêmio Personalidade Vida Imobiliária do Ano, na noite do dia 25 de julho, no Clube Atlético Monte Líbano. Importantes empresários do setor e autoridades, além da imprensa dos principais veículos de comunicação do País, puderam assistir ao evento de premiação, onde o engenheiro Romeu Chap Chap fez um aclamado discurso destacando a importância da trajetória dos acontecimentos históricos que culminaram com o grande momento do setor imobiliário brasileiro atual.
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Vida Imobiliária homenageia Lula e Eduardo Gorayeb em noite de gala
Romeu Chap Chap, Luiz Inácio Lula da Silva, Mariza Silva, Eduardo Gorayeb e Valéria Gorayeb
Em sintonia com o atual momento do mercado imobiliário nacional, a revista Vida Imobiliária instituiu o Prêmio Personalidade Vida Imobiliária, dividido em duas categorias (Pública e Empresarial), com o objetivo de laurear aqueles que se destacaram pelos relevantes serviços ao setor imobiliário e à construção civil. Contando com um júri formado pelos membros do Conselho Editorial da Revista Vida Imobiliária, presidido pelo engenheiro Romeu
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Chap Chap, a votação indicou os dois vencedores deste ano. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o Prêmio Personalidade Pública Vida Imobiliária, em reconhecimento ao Programa Minha Casa Minha Vida, que alavancou a indústria imobiliária. Já Eduardo Gorayeb foi eleito Personalidade Empresarial Vida Imobiliária em razão de a Rodobens Negócios Imobiliários ser uma das
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empresas que mais fez lançamentos no âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida. O jantar de premiação recebeu, na noite de 25 de julho, no Clube Atlético Monte Líbano, em São Paulo, cerca de 350 convidados, entre eles nomes de expressão como o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge; o presidente da CBIC, Paulo Safady Simão; e o deputado federal Ricardo Izar Júnior.
Romeu Chap Chap e Luiz Inรกcio Lula da Silva
Paulo Safady Simรฃo (CBIC) e Eduardo Gorayeb (Rodobens)
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Luís Carlos Pereira de Almeida (Sobloco), Samir Abdenour (Triedro), Pedro Cesarino e Cácio Vanzelli (Archote)
Rubens Carmo Elias Filho (AABIC), João Crestana (Secovi-SP) e Eliana Crestana
Paulo Nathanael Pereira de Souza (CIEE e Sciesp), Ricardo Viveiros (jornalista), Vitor Mirshawka (FAAP) e Romeu Chap Chap
Graciano Garcia (Fitout), Manuel Puig (Jones Lang LaSalle) e Pedro Romão (CPU Arquitetos)
Odair Senra (Gafisa), Basilio Jafet (Fiabci Brasil), Elbio Fernandez Mera (Fernandez Mera), Ana Mera, Yara Jafet, Ingrid Yazbek, Ricardo Yazbek Graciano Garcia Manuel PuigRecchia (Jones (SF Lang LaSalle) e Pedro Rom„o (RYazbek), Sergio(Fitout), Ferrador e Cláudio Desenv. Imob) (CPU Arquitetos) e Pedro Cesarino (Archote)
Maria Carolina Pinheiro, Ronald Hargreaves e Alejandro Moreno (RCI), Newton Figueiredo (Sustentax), Judith Muntal (Iber-Geo) e Gabriel Carrascal (arquiteto), Antonio Carlos do Amaral Filho (CDHU), Nuno Constantino (CBRE) e Ricardo Valls (Imobisul)
Wellington de Oliveira (jornalista)
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Luiz Sampaio (Vida Imobiliária)
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Maurício Quarezemin (Caixa Econômica Federal)
Ricardo Pereira Leite (Sec. Municipal de Habitação SP) e esposa, Marcos Rodrigues Penido (Secretário Adjunto de Estado da Habitação do Estado de SP), José Roberto Bernasconi (Sinaenco-SP), Antonio de Sousa Ramalho (Sintracon-SP)
Nabil Sahyoun (Alshop) e Henrique Falzoni (Enplanta)
Presidentes dos Creci's regionais e Conselheiros do Cofeci ao lado de João Teodoro (COFECI) e Romeu Chap Chap
Arthur Parkinson (Parkinson Desenv. Imob.), Odair Senra (Gafisa) e Diogo Canteras (consultor hoteleiro)
Flávio Amary (Secovi-SP), Ricardo Izar Júnior (Deputado Federal), Maria Helena Mauad (Ampliar) e Renato Amary (Renato Amary Empreend.)
Ricardo Yazbek (RYazbek), João Crestana (Secovi-SP) e Faisal Hammoud (MonaLisa)
Basílio Jafet (FIABCI), Joaquim Antonio Mendonça Ribeiro (Sciesp), Celso Petrucci (Secovi-SP) e André de Sousa
Newton Figueiredo (Sustentax) e Márcio Chede (Chede Const.)
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Romeu Chap Chap: “Lula está entre os raros que apostaram na construção” Romeu Chap Chap, presidente do Conselho Editorial da revista Vida Imobiliária, disse, durante a entrega do Prêmio Personalidade Vida Imobiliária 2011, que o setor imobiliário é o mais importante da economia e essencial ao País. “O construbusiness é o único que faz girar toda a economia, alavancando o consumo e trazendo avanço e prosperidade. Esta é a pujança de nossa atividade, nenhum país pode abrir mão disso, sob pena de amargar o retrocesso”. Chap Chap comparou Lula ao ex-presidente francês, general Charles De Gaulle, um dos primeiros homens públicos a reconhecer a importância da indústria da construção, autor da célebre frase: “Quando a construção vai bem, tudo vai bem”.
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“Todo homem público e todo empreendedor que aposta na construção está apostando no desenvolvimento da Nação. Raros foram os homens públicos que tiveram essa percepção a respeito da construção civil, desde a Proclamação da República. Lula, exatamente como De Gaulle, está entre esses raros que apostaram na construção e consequente geração de empregos, não só pelo seu brilhante programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, mas principalmente pelo Bolsa Família”. O presidente do Conselho Editorial da revista Vida Imobiliária ressaltou que o Bolsa Família possibilitou que milhares de brasileiros de baixa renda pudessem consumir e tornar real o
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sonho da casa própria. “Muitos ainda consideram o Bolsa Família a esmola inútil e ineficaz. Não perceberam que o Bolsa Família criou uma imensa faixa de consumo. E que, com as facilidades do ‘Minha Casa, Minha Vida’, essa nova faixa de consumo pôde finalmente ter acesso à moradia, outrora só acessível às faixas de maior poder aquisitivo. Esse reconhecimento já é internacional, como pudemos atestar com a recente nomeação de José Graziano da Silva, que durante anos esteve à testa do Bolsa Família, para dirigir a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, a FAO, nos próximos três anos”, questiona. “Muitos brasileiros ainda não reconhecem nossos verdadeiros fei-
tos heróicos, nossas grandes conquistas, como essa de Lula”, completa o empresário. Outros governos foram lembrados e reconhecidos por seus feitos “heróicos”, que possibilitaram o desenvolvimento da economia brasileira e expansão ao financiamento imobiliário, sem os quais não teria sido possível, a Lula, fazer esse surpreendente “up grade” no Brasil. “Apesar de ainda criticado, o período militar foi o que chegou a uma das maiores e mais importantes conquistas de nossa economia, com a criação do BNH e do Sistema Financeiro da Habitação, o SFH. Poucos brasileiros sabem que, não fosse aquela aposta dos militares na indústria da construção, seguindo o preceito de De Gaulle, Lula não teria con-
seguido fazer do Brasil essa bola da vez de primeira grandeza que é hoje. Depois, veio a Nova República. Por mais que tivesse errado, Fernando Collor de Mello foi quem nos brindou com a tão ansiada abertura econômica, sem a qual Lula também não teria alcançado sucesso na construção desse novo ‘Brasil Grande’ que aí está”, disse Chap Chap, que também pediu aplausos para os ex-presidentes Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, que “agraciaram com novos marcos regulatórios e a necessária segurança jurídica, acabando com o fantasma da inflação”. “O caminho sem volta graças a todos esses feitos e, principalmente, a Lula e à ação de empresas como a Rodobens, tem se destacado pela
dedicação, de corpo e alma, à construção de moradias para as faixas de baixa renda, em todo o Brasil. Todo esse empenho não teria alcançado sucesso sem a ação da Caixa Econômica Federal, sob a presidência de Maria Fernanda Ramos Coelho e agora com Jorge Hereda no seu comando”, declara Chap Chap, que termina seu discurso com absoluta sinceridade. “A maioria de nós, do setor imobiliário, não é petista nem provavelmente votou em Lula e em Dilma. Mas essa mesma franqueza e honestidade também me obrigam a dizer que não poderíamos jamais deixar de reconhecer esse valoroso empenho de Lula e da Presidente Dilma em prol da atividade da construção e, portanto, do País”.
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Eduardo Gorayeb: “A implantação do MCMV gerou possibilidades de crescimento” 36
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Eduardo Gorayeb (Rodobens), Luiz Sampaio (Vida Imobiliária) e Maurício Quarezemin (Caixa)
Eduardo Gorayeb, membro do Conselho de Administração da Rodobens Negócios Imobiliários S/A, recebeu o Prêmio Personalidade Vida Imobiliária, na categoria “Personalidade Empresarial”, em função de a Rodobens Negócios Imobiliários ser uma das empresas que mais lançou empreendimentos no âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida em 2010. Entre 1991, ano de sua fundação, e 2006, a Rodobens Negócios Imobiliários lançou 9.531 unidades, com VGV (Valor Geral de Venda) de R$ 805 milhões. Após a abertura de capital em 2007, quando definiram que a empresa atuaria no segmento econômico, foram lançadas, de janeiro de 2007 a abril de 2009, ou seja, em 27 meses, 13.583 unidades habitacionais, somando R$ 1,15 bilhão de VGV. Após o Minha Casa
Minha Vida, de abril de 2009 a junho 2011, também durante 27 meses, a Rodobens lançou cerca de 26 mil unidades habitacionais, das quais mais de 23 mil estão enquadradas no programa, totalizando um VGV de R$ 1,8 bilhão. “A implantação deste programa gerou possibilidades de crescimento, e tudo isso só está sendo possível porque pela primeira vez a iniciativa privada, o governo e a Caixa Econômica Federal se uniram num projeto comum. Confesso que me dedico de corpo e alma a este programa deste o primeiro momento e que estamos orgulhosos de ter uma participação expressiva no Minha Casa Minha Vida, nos sentimos compensados pela possibilidade de estar participando deste grande desenvolvimento imobiliário”, declarou Gorayeb, que ainda afirmou que o ex-presiden-
te Lula deixou seu nome marcado no mercado imobiliário brasileiro. “Com o lançamento do Minha Casa Minha Vida ampliamos o acesso dos brasileiros a casa própria e impulsionamos a economia nacional, gerando empregos, gerando arrecadação de impostos e melhorando o entorno dos empreendimentos. Sem dúvida, o Minha Casa Minha Vida é um programa habitacional de suma importância para o País, pois consegue atender aos anseios da população em relação às facilidades de acesso ao crédito por pessoas que antes do programa nem mesmo imaginavam comprar um imóvel, e agora conseguem realizar esse sonho, um sonho que vem sendo subsidiado pelo governo e mantido pelos empresários que apóiam e atuam no setor da construção civil”, discursou o premiado.
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Eduardo Gorayeb (Rodobens), Luiz Sampaio (Vida Imobiliária) e Maurício Quarezemin (Caixa)
Miguel Jorge (ex-Ministro Desenv. Ind. Com. Ext) e Eduardo Gorayeb (Rodobens)
Eduardo Gorayeb (Rodobens), Maurício Quarezemin (Caixa) entre os diretores da Caixa Econômica Federal
Paulo Safady Simão (CBIC), Romeu Chap Chap e Eduardo Gorayeb (Rodobens)
Renato Amary (Renato Amary Empreend.), Flávio Amary (Secovi-SP), Eduardo Gorayeb (Rodobens), Joaquim Antonio Mendonça Ribeiro (Sciesp) e Paulo Nathanael Pereira de Souza (CIEE e Sciesp)
Eduardo Gorayeb (Rodobens), Valéria Gorayeb e Amanda Gorayeb
Heinz Von Gusseck e Eduardo Gorayeb (Rodobens), Moisés Cabral (Lumini) e Yeda Cabral
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Lula: “Tenho a convicção de que a construção civil vive seu melhor momento dos últimos 25 anos” 39
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Arturo Malingre (Vida Imobiliária), Luiz Inácio Lula da Silva e Romeu Chap Chap
Lula dividiu o mérito com aqueles que, segundo ele, foram essenciais para a concretização do programa que possibilitou a construção de um milhão de moradias. “Este prêmio tem que ser repartido com vocês (empresários da construção civil), com a Dilma Rousseff, com o ex-ministro Antonio Palocci; ministro da fazenda, Guido Mantega; ministro do Planejamento Paulo Bernardes; com os trabalhadores da construção civil, com os usuários que compraram as casas e com Congresso Nacional”. O ex-presidente contou sobre os projetos que culminaram na criação do Programa Minha Casa Minha Vida e disse que o Brasil estava preparado para não crescer. “Havia 25 anos em que tudo era feito para que o país não desse um passo adiante, havia muito mais dificuldade do que facilidade. Havia aquele tal de crescimento potencial em que a gente não poderia ultrapassar os 3% que já seria um perigo enorme para o desequilíbrio inflacionário e tantas outras desgraças que fizeram o Brasil ficar tanto tempo sem crescer. As exigências eram tantas que só era concedido financiamento a quem não precisava, porque esses marcos regulatórios tinham sido feitos em um momento que o Brasil estava proibido de crescer”. Ele lembrou da emoção de assinar, em 29 de dezembro de 2010, em Salvador, um contrato de um milhão de casas. “Ali eu senti a sensação
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de que o problema nosso não era só falta de dinheiro, era de falta de perspectiva, de ousadia, de tomar a decisão de que é possível fazer as coisas e permitir que elas acontecessem”. Lula ressaltou que a construção civil vive seu melhor momento dos últimos 25 anos, mas que há a necessidade de preparar a mão de obra para acompanhar esse crescimento. “O Brasil vive um momento ímpar de sua historia. Eu agradeço a Deus por fazer parte de uma geração de brasileiros que vive um momento excepcional. Eu sou da geração em que o Brasil crescia 14% ao ano, mas em que a renda não era distribuída. Só que também sou da geração que acreditou que uma nação é movida a motivação. A verdade é que o brasileiro aprendeu, historicamente, a ter sua mentalidade colonizada, tudo de fora era ótimo e o que era de dentro não valia nada. Agora, para nossa alegria, nós fazemos parte da geração que é credora internacional. Nenhum de nós acreditávamos há alguns anos que isso fosse possível, nenhum de nós poderia acreditar que o Brasil é o quarto maior credor dos Estados Unidos”, declarou antes de apresentar alguns números. Até março de 2003 o Brasil tinha R$ 384 bilhões disponíveis para o crédito, hoje temos R$ 1,8 trihão. O poder de consumo também subiu depois que 39 milhões de brasileiros saíram das classes D e E para a classe média e 28 milhões
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deixaram a miséria absoluta. “Não havia o hábito de lidar com os pobres neste país, que era governado para 30% da população, 30% que pode andar carro, que pode viajar de avião, é 30% que pode tudo, e os outros 70%, pode o que? O Brasil ficou muito melhor quando nós decidimos incluir os que estavam fora”, questionou. Lula ainda ressaltou o ótimo desempenho do país perante a crise de 2008, que estagnou a economia de países europeus e do Estados Unidos. “Fazemos parte da geração que resolveu o problema da maior crise desde 1929, enquanto os países a causaram e que sabiam tudo, que davam palpite para quem governasse esse país para dizer o que podíamos ou não fazer, não souberam nada, fomos nós, os tupiniquins, quem mostrou que sabemos fazer mais do que eles. Essa é uma lição que essa geração está deixando e acho que o que construímos agora não tem mais retorno”. Em seu discurso, o ex-presidente finaliza com um elogio a atual presidenta Dilma Rousseff. “O que me dá tranquilidade é que eu conheço a personalidade e a capacidade da presidenta Dilma, vocês podem ter certeza, que o que pode acontecer de ruim, é ela fazer mais e melhor do que fizemos no primeiro mandato, porque ela sabe como fazer, e eu tenho certeza que tanto quanto eu ela vai querer vocês como parceiros, nos bons e nos maus momentos”.
Joรฃo Crestana (Secovi-SP) e Luiz Inรกcio Lula da Silva
Miguel Jorge (ex-Ministro Desenv. Ind. Com. Ext), Luiz Inรกcio Lula da Silva, Mariza Silva e Nabil Sahyoun (Alshop)
Arturo Malingre (Vida Imobiliรกria), Luiz Inรกcio Lula da Silva e Romeu Chap Chap
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Íntegra do Discurso de Romeu Chap Chap, Presidente do Conselho Editorial Estamos aqui hoje para a entrega do prêmio da revista Vida Imobiliária a um homem público, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva... E a uma personalidade do setor privado, Eduardo Gorayeb, da Rodobens.
Em sua campanha em 2002 para presidência da República Lula prometeu, se eleito, reduzir nosso elevado déficit habitacional estimado em 8 milhões de moradias e gerar 10 milhões de novos empregos. Parecia uma promessa demagógica de candidato.
Estamos aqui para render homenagem a esses dois homens vitoriosos. E muito mais: para clarear os fatos. Pôr os pingos nos “is”. E, sobretudo, fazer justiça a esses dois grandes brasileiros.
Em fevereiro de 2004, após concluir o primeiro ano de mandato, com a inflação já em declínio, fomos chamados pelo Ministro da Fazenda Antonio Palocci para que apresentássemos os obstáculos que vinham impedindo o desempenho da indústria imobiliária.
Esta não é uma simples cerimônia de premiação. Nem mera homenagem aos dois vencedores. É o nosso reconhecimento pela valorosa contribuição de Lula e da Rodobens à atividade imobiliária e, principalmente, ao País. Reconhecimento não só da revista Vida Imobiliária, mas - tenho certeza - de todo o setor da construção e dos aqui presentes. Lula e Eduardo Gorayeb, nossos homenageados de hoje, sabem perfeitamente que muitos brasileiros ainda não conseguem reconhecer nossos verdadeiros feitos heróicos nem nossas grandes conquistas. Simplesmente, porque se opõem àqueles que os realizam. Ou porque muitas vezes não enxergam os feitos! Nem percebem! Lamentavelmente, ainda há muitos brasileiros que matam a galinha dos ovos de ouro por pura inconsciência. Vamos a um exemplo prático disso. Todos os empresários aqui presentes sabem muito bem que o setor imobiliário é o mais importante da economia. Mais do que isso, sabem que nossa atividade é decisiva e essencial ao País. Está muito claro a todos nós, do setor da construção, que até a mais simples moradia tem seu aparelho de tevê, fogão, panelas, talheres, móveis, tudo quanto é tipo de produto. Em razão disso, o construbusiness é o único que faz girar toda a economia, alavancando o consumo e trazendo avanço e prosperidade. Esta é a pujança de nossa atividade, nenhum país pode abrir mão disso, sob pena de amargar o retrocesso. Meus amigos do setor imobiliário aqui presentes sempre admiraram o ex-presidente francês, general Charles De Gaulle, justamente por isso. De Gaulle foi um dos primeiros homens públicos a reconhecer essa importância da indústria da construção. É de De Gaulle a célebre frase: “Quando a construção vai bem, tudo vai bem no país”. E aí eu pergunto: “Qual o homem público que tem essa visão, aqui no Brasil?” Hoje, está fácil responder: esse homem público é Lula, que está hoje aqui conosco e é, justamente por isso, o grande vencedor na categoria personalidade pública do nosso prêmio, eleito que foi pelos membros do conselho editorial da revista Vida Imobiliária, todos altamente representativos da indústria da construção civil brasileira.
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Após quinze dias de reuniões conjuntas, no dia 4 de março de 2004, o projeto de um novo marco regulatório foi enviado ao Congresso Nacional, que o aprovou em poucos meses. Quero aqui deixar registrada a nossa homenagem ao relator na Câmara dos Deputados, deputado Ricardo Izar, que conduziu o projeto com extrema rapidez e muita competência, permitindo que a indústria imobiliária pudesse, desde 2004, ter o desempenho que vem tendo até hoje. À Mariza Izar, dedicada esposa desse extraordinário homem público, e a seu sucessor na Câmara dos Deputados, Ricardo Izar Júnior e a toda sua família, nossas sinceras homenagens. Falava, eu, da importância do setor imobiliário para a economia do País. Raros foram os homens públicos que tiveram essa percepção a respeito da construção civil, desde a Proclamação da República. Lula, exatamente como De Gaulle, está entre esses raros que apostaram na construção e consequente geração de empregos, não só pelo seu brilhante programa “Minha Casa, Minha Vida”, mas principalmente pelo Bolsa Família. Muitos ainda consideram o Bolsa Família a esmola inútil e ineficaz. Não perceberam que o Bolsa Família criou uma imensa faixa de consumo. E que, com as facilidades do “Minha Casa, Minha Vida”, essa nova faixa de consumo pôde finalmente ter acesso à moradia, outrora só acessível às faixas de maior poder aquisitivo. Esse reconhecimento já é internacional, como pudemos atestar com a recente nomeação de José Graziano da Silva — que durante anos esteve à testa do Bolsa Família — para dirigir a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, a FAO, nos próximos três anos. O Bolsa Família possibilitou que milhares de brasileiros de baixa renda pudessem consumir e, o que é mais importante, pudessem também tornar real o sonho da casa própria, algo totalmente impensável até há bem pouco tempo.
Esse processo turbinou o setor imobiliário e, por conseguinte, toda a atividade econômica, criando esse novo Brasil que aí está, a caminho de se tornar a quinta economia mundial. Eu dizia há pouco que muitos brasileiros ainda não reconhecem nossos verdadeiros feitos heroicos, nossas grandes conquistas, como essa de Lula que acabo de mencionar e tantas outras. Podemos imaginar quanto sono não foi perdido na heroica tentativa de reduzir o índice de pobreza do nosso país. Apesar de ainda criticado, o período militar foi o que chegou a uma das maiores e mais importantes conquistas de nossa economia, com a criação do BNH e do Sistema Financeiro da Habitação, o SFH. Poucos brasileiros sabem que, não fosse aquela aposta dos militares na indústria da construção, seguindo o preceito de De Gaulle, Lula não teria conseguido fazer do Brasil essa bola da vez de primeira grandeza que é hoje. Depois, veio a Nova República. Por mais que tivesse errado, Fernando Collor de Mello foi quem nos brindou com a tão ansiada abertura econômica, sem a qual Lula também não teria alcançado sucesso na construção desse novo “Brasil Grande” que aí está. Em seguida, tivemos Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, a quem peço aplausos... ...Os dois nos agraciaram com novos marcos regulatórios e a necessária segurança jurídica, acabando com o fantasma da inflação. Sem isto, também não teria sido possível, a Lula, fazer esse surpreendente “up grade” no nosso querido Brasil. Em suma, tudo o que Lula fez até aqui pelo País - e não foi pouco só pôde ter sido viabilizado graças a esses feitos heróicos de nossa História. São atos de quem, como De Gaulle e Lula, teve a grandeza e a perspicácia de enxergar, na indústria da construção, a verdadeira saída rumo ao desenvolvimento sustentado. São feitos gloriosos de quem foi capaz de entender com rapidez que só por essa via - da aposta na indústria da construção - poderemos fazer do Brasil um país melhor, realmente de Primeiro Mundo. São feitos que precisam ser reconhecidos, valorizados e estimulados, como faz agora a jovem revista Vida Imobiliária, de origem portuguesa e cujo conselho editorial tenho a honra de presidir. É como começa a fazer também, de forma tão brilhante, nossa presidente Dilma, com a recente e conciliadora carta a Fernando Henrique Cardoso, gesto que aplaudo agora. Tenho certeza de que a presidente Dilma recebeu todo apoio e estímulo de Lula nesse gesto tão simpático, caloroso e afetuoso.
Enfim, são feitos de quem faz a História e de quem está acima das mesquinharias tão presentes nas atuais rivalidades da vida pública e, principalmente, da vida privada. São feitos que estão acima dos partidos e dos preconceitos, e só engrandecem a Nação. Precisam ocupar lugar de destaque na memória nacional e na imortalidade. É o que estão fazendo agora a revista Vida Imobiliária e o nosso setor, com esta homenagem a esses dois grandes brasileiros. Muita coisa ainda há por fazer no nosso setor, como o aprimoramento dos marcos regulatórios, a padronização dos contratos, a criação de novas formas de captação para garantir o necessário equilíbrio na oferta de crédito imobiliário, entre tantas outras. Mas os passos mais importantes já foram dados. É, sem dúvida, um caminho sem volta graças a todos esses feitos e, principalmente, a Lula e à ação de empresas como a Rodobens, que tem se destacado pela dedicação, de corpo e alma, à construção de moradias para as faixas de baixa renda, em todo o Brasil. Daí o nosso discurso de conciliação nacional. Daí a justa homenagem que a revista Vida Imobiliária e todo o nosso setor prestam agora a Lula e a Eduardo Gorayeb, que, juntamente com diversas outras empresas, vêm contribuindo de maneira decisiva para a redução de nosso crônico déficit habitacional. Tornando real o sonho da casa própria às faixas populares. Todo esse empenho não teria alcançado sucesso sem a ação da Caixa Econômica Federal, sob a presidência de Maria Fernanda Ramos Coelho e agora com Jorge Hereda no seu comando. A franqueza e a honestidade me obrigam agora a admitir que a maioria de nós, do setor imobiliário, não é petista nem provavelmente votou em Lula e em Dilma. Mas essa mesma franqueza e honestidade também me obrigam a dizer que não poderíamos jamais deixar de reconhecer esse valoroso empenho de Lula e da Presidente Dilma em prol da atividade da construção e, portanto, do País. Sim, porque - como já vimos - todo homem público e todo empreendedor que aposta na construção está apostando no desenvolvimento da Nação. Não permitamos jamais, que os pessimistas tomem a palavra entre nós. Por pior que seja a situação de nossos empreendimentos, não podemos nos entregar ao comodismo da omissão, da crítica gratuita e da oposição sistemática, que nada constroem. De nós, empresários, a Nação espera criatividade, disposição para assumir riscos, trabalho e fé. A fé que consegue remover as montanhas do pessimismo que, as vezes, por um descuido, permitimos que se formem em nossos espíritos.
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25 de Julho de 2011 - Clube Atlético Monte Líbano São Paulo - SP Prêmio Personalidade Vida Imobiliária - Colegiado Votante Romeu Chap Chap - Presidente do Conselho Editorial
Conselheiros:
Paulo Safady Simão (Presidente da CBIC - Camara Brasileira da Indústria da Construção); Luiz Antonio de França (Presidente da Abecip - Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança); Felipe Cavalcante (Presidente do Conselho de Administração da ADIT Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil); Celso Petrucci (Economista Chefe do Secovi-SP); Lair Krähenbühl (ex-Secretário de Habitação do Governo de SP); Henrique Falzoni (Sócio da Enplanta e Sonae Sierra Brasil); Élbio Fernandez Mera (Presidente da Fernandez Mera Negócios Imobiliários); Arthur Parkinson (Sócio da Parkinson Desenv. Imobiliário); Celina Antunes (CEO da Cushman & Wakefield para América do Sul); Walter Cardoso (CEO da CB Richard Ellis Brasil); José Ernesto Marino Neto (CEO da BSH International Consultoria Hoteleira); Paulo Gaudenzi (ex-Secretário de Turismo da Bahia e Consultor de Turismo); Pedro Cesarino (Presidente do Grupo Archote de Publicidade); Victor Mirshawka (Diretor Cultural da FAAP) e Caio Sérgio Calfat Jacob (Sócio da Caio Calfat Real Estate Consulting). Luiz Sampaio - Diretor Executivo Vida Imobiliária Brasil
PONTO DE VISTA
© Gladstone Campos/Realphotos
Roberto Perroni Presidente da CCP 46
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Roberto Orlando Cavalieri Perroni, 48 anos, esteve presente no desenvolvimento dos primeiros escritórios triple A de São Paulo, na região da Av. Faria Lima, e já foi responsável por empreendimentos da ordem de R$ 5 bilhões em mais de 40 projetos de escritórios triple A. Engenheiro civil, formado pela Faap, em 1985, Roberto Perroni fez pós-graduação em concreto armado pela Universidade Politécnica de Milão, em 1988. Iniciou sua trajetória como estagiário na construtora Gomes de Almeida Fernandez, atual Gafisa, em 1983. Trabalhou em obras durante 10 anos em algumas construtoras de médio porte e, em 1993, entrou na Birmann como Gerente de Obras, mas logo no primeiro ano mudou para a área imobiliária da empresa, onde atuou como gerente de negócios. “A Birmann foi pioneira em desenvolver escritórios triple A e lá fiz parte dos primeiros prédios triple A. Vários prédios da Birmann na Av. Faria Lima são filhos meus”, conta. Em 2002, Perroni foi chamado pela Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI) para liderar a transformação da empresa de uma companhia de gerenciamento de ativos para uma das mais importantes incorporadoras do mercado. Em 2007 realizou com sucesso o IPO da CCDI, no qual foram levantados R$ 530 milhões. O engenheiro permaneceu na empresa por seis anos e em maio de 2008 foi convidado para abrir as operações do fundo americano JER no Brasil, onde atuou até setembro de 2009 como Diretor e Head. Desde janeiro de 2010 ocupa a presidência da CCP (Cyrela Commercial Properties), empresa reconhecida por desenvolver os melhores e mais bem localizados escritórios triple A da atualidade. Desde 2004, o engenheiro também é professor no curso MBA de Real Estate do programa
FUPAN, entidade ligada a FAU-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP-Universidade de São Paulo.
no mesmo ritmo nos próximos anos, a vacância deve aumentar mas permanecer baixa, e não tem espaço para o valor subir mais”.
Momento especial no mercado de escritórios
Carência de espaço inibe crescimento
Para Perroni, estamos vivendo um momento especial em função do ambiente econômico, que favorece a expansão das empresas, e estas, por sua vez, irão demandar novas áreas. Além disso, muitas empresas estrangeiras estão se instalando no Brasil. “As empresas estão crescendo e procurando valorizar seus funcionários, buscando ambientes com mais qualidade. Mesmo que uma empresa não cresça, ela procura mais conforto”.
Hoje, 70% da receita de aluguel da CCP é proveniente de escritórios, 20% de shoppings e o restante de empreendimentos industriais. Porém, quando os projetos em andamento estiverem rendendo, a relação cairá para 50% de escritórios, 30% de shoppings e 20% de galpões. “Isso mostra que estamos crescendo mais em shoppings e industriais do que em escritórios, por uma série de fatores. Os três mercados estão muito bons, mas hoje crescer em escritórios está difícil pela falta de terreno nas regiões ideais, tanto que estamos diversificando um pouco as regiões. Sempre olhamos localizações alternativas”, explica o executivo.
Prova deste cenário otimista é a baixa vacância do mercado, especialmente a ocupação observada nos prédios da CCP. “Temos 99,9% de ocupação nos prédios. A vacância é praticamente zero, há apenas meio andar de um edifício antigo desocupado. Vamos viver uns bons anos com vacância baixa, a demanda por área de qualidade está aumentando”, afirma. A valorização também tem sido fantástica, com um aumento de mais de 40% nos últimos três anos, ultrapassando cidades como Nova York e Manhattan, mas, para Perroni, devemos atingir um equilíbrio a partir de 2013. “Tem alguns contratos nossos que há três anos o metro quadrado era R$ 100 e hoje está em R$ 170/m2, um aumento de mais de 40%. Os valores de aluguel subiram muito e acima da inflação. Essa aceleração dos valores de locação não deve continuar
“Nós não temos uma obrigação de crescer a qualquer custo, olhamos o projeto,e o mercado, pois o empreendimento ficará pronto daqui a quatro anos e preciso entender como vai estar o mercado no futuro, somos muito conservadores em relação a isso. Vamos continuar a crescer no segmento de escritórios, mas não tão rápido como vínhamos crescendo nos últimos anos”, completa.
Especializado em projetos triple A em localizações estratégicas A Cyrela começou a trabalhar com propriedades comerciais no início dos anos 90, em parce-
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PONTO DE VISTA
dimentos. Além disso, tem a mitigação de risco, prefiro ter participação em vários projetos do que investir todo dinheiro em um só, essa estratégia de trabalhar em três segmentos também é uma forma de mitigar risco. Hoje os três estão bons, mas a qualquer hora um mercado pode estar melhor que outro e eu consigo manter um fluxo de receita estável, mais equilibrado, estando nos três”. A CCP também administra todos os seus empreendimentos, tendo assim um feedback dos inquilinos. Ao entender quais são as principais necessidades deles é possível evoluir nos novos projetos e atender da melhor maneira possível. “Esses prédios tem uma parte tecnológica tão sofisticada que não posso dar para qualquer um administrar, quem não tem experiência nesse tipo de empreendimento não vai tirar proveito de todos os recursos”, diz Perroni. ria com a empresa argentina Irsa. Inicialmente a preferência era por aquisição de imóveis comerciais, mas percebeu-se que com a incorporação seria possível conseguir maiores retornos e prédios melhores. Em abril de 2007, a Cyrela transferiu para a CCP seus ativos relacionados às atividades de desenvolvimento, aquisição de edifícios corporativos e shopping centers, bem como a prestação de serviços de administração. Os acionistas receberam uma ação da CCP para cada ação da Cyrela. Em 2008, em meio a crise, a CCP iniciou conversação com alguns fundos e em 2009 realizou duas joint ventures com os fundos CPP (Canadian Pension Plan) e com GIC de Cingapura. “Nós achamos importante ter sócios desse naipe, primeiro porque temos uma imagem muito forte no Brasil e eles têm uma imagem forte internacionalmente, sócios como estes agregam não só na nossa imagem no Brasil como fora. E com o dinheiro desses fundos poderíamos crescer mais rápido e ganhar em escala (poder para negociar com fornecedores), e assim melhorar nosso retorno da participação nesses empreen-
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VIDAIMOBILIÁRIA JULHO/AGOSTO 2011
Novos projetos Hoje a CCP tem um portifólio de aproximadamente 190 mil m2 nos segmentos corporativo, shopping centers e industrial, dos quais 80 mil m2 são de escritórios, e mais de 300 mil m2 em desenvolvimento. Com esses novos empreendimentos a empresa vai crescer quase o triple em termos de tamanho e mais que o dobro em receita. Em São Paulo estão sendo desenvolvidos dois empreendimentos corporativos. O Thera Corporate é um mixed use com três torres, uma residencial, um edifício com conjuntos de escritórios e uma torre corporativa triple A. Em uma das últimas áreas disponíveis na Av. Paulista, em um terreno pertencente à família Matarazzo, será construído um prédio de escritórios em cima do Shopping Cidade São Paulo. Perroni diz que ainda há em fase de aprovação um projeto na Av. Faria Lima. No Rio de Janeiro, a empresa executa as obras do CEO, na Barra da Tijuca.
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FÓRUM
DEMANDA NOS PRÓXIMOS ANOS SERÁ FAVORÁVEL
Hoje temos um cenário positivo, com uma demanda alta e carência de espaços apropriados, favorecendo uma baixa vacância e valores elevados do metro quadrado. Porém, muitos empreendimentos estão sendo lançados em função deste aquecimento do mercado e, quando estes forem entregues, o novo estoque irá suprir parte dessa demanda. O que acontecerá daqui alguns anos? É vantajoso pensar em um projeto hoje, que entrará no mercado daqui a três ou quatro anos somente?
Daqui a alguns anos, quando os lançamentos comerciais atuais entrarem no mercado, a demanda ainda será favorável a uma boa performance dos novos empreendimentos? Eduardo Rossi
Fundador e presidente da ERC Desenvolvimento Imobiliário Sim. A taxa de retorno atual para quem aplica em imóveis comerciais no Brasil (11%) é o dobro das taxas obtidas em outros mercados como Nova York, Londres, Milão e Paris. Estudos apontam que em 2011 São Paulo terá uma taxa média de vacância de 5%. Este índice é o menor em dez anos na capital e bem abaixo da taxa de vacância de equilíbrio que gira em torno de 15%. Somada a esta situação o fato que a economia brasileira cresce a taxas anuais superiores a 5%, a demanda por escritórios realmente é muito forte. Muitos prédios comerciais em São Paulo também não têm infraestrutura adequada para seus ocupantes. São prédios antigos, com poucas vagas, sem piso elevado, sem ar condicionado central ou infraestrutura do tipo split, sem pacote de serviços prestados pela administradora, hall de entrada pouco atrativo e com alto custo de manutenção mensal devido ao envelhecimento. Naturalmente está acontecendo uma migração de inquilinos para os prédios mais modernos e atrativos. Está ocorrendo também o “retrofit” ou reforma com melhorias dos prédios mais antigos. Outro fato que esta impulsionado as vendas é a demanda por novos projetos em bairros tradicionalmente residenciais. Hoje, devido ao transito, os paulistanos estão buscando escritórios dentro do próprio bairro. A região da Faria Lima, Paulista e Itaim por terem um preço de locação mais elevado faz com que muitos inquilinos procurem escritórios em bairros alternativos.
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Antonio Carlos Moraes Rego Diretor comercial da Comasa
A continuação da demanda e a correspondente alta taxa de ocupação dos empreendimentos comerciais estará diretamente ligada à capacidade e ao índice de crescimento da economia. O Rio de Janeiro, em particular, foi finalmente redescoberto e retoma uma posição de destaque no cenário econômico nacional, onde se destacam atividades como
a siderurgia, prospecção de petróleo e refino, gás, atividades portuárias, indústria naval e centro de pesquisas, isso tudo sem esquecer a logística. Dessa forma, estamos numa direção favorável para o crescimento, daí a crença de que a oferta de espaços de escritórios – quer sejam corporativos ou para profissionais liberais – obtenha liquidez positiva.
Ricardo Barbieri
Gerente de Incorporação da Performance Empreendimentos Imobiliários Os projetos comerciais seguem o ritmo dos empreendimentos residenciais, porque as pessoas querem ter serviços (comércio, médicos, advogados, etc.) que sejam de fácil acesso, assim como os empresários e profissionais liberais preferem trabalhar perto de casa, para gastar menos tempo e dinheiro com deslocamentos. O setor imobiliário está em crescimento, as cidades estão se desenvolvendo e a economia brasileira está em um momento muito positivo, o que in-
dica que demanda deve continuar alta. Mas para valer um investimento daqui a três ou quatro anos, é cada vez mais importante identificar as melhores localizações e entender como funciona o pólo comercial do bairro em questão - o perfil de negócios, a frequência do público passante, e outras tantas questões para desenvolver um projeto assertivo. Com a oferta de empreendimentos aumentando, esses são os diferenciais que farão um investimento valer a pena.
Roberto Perroni
Presidente da CCP (Cyrela Commercial Properties) Sim, se não tiver nenhum problema na economia brasileira, o mercado ainda estará bom. Eu começaria tranquilamente um projeto hoje, mas não com uma projeção grande da receita de locação como aconteceu nos últimos anos.
Acho recomendável pensar que vai haver demanda, mas não um crescimento continuo do valor de locação, hoje é mais fácil alugar a R$ 170/m2 do que vai ser daqui a três anos, lógico que a inflação tem que ser considerada.
Luiz Henrique Rimes
Diretor Nacional de Negócios da João Fortes Engenharia Sim. Quando esses empreendimentos forem entregues, o novo estoque irá suprir parte dessa demanda. Acho que apesar do forte crescimento do mercado de imóveis comerciais nos últimos anos, ainda estamos no início do ciclo de crescimento, após mais de 20 anos de paralisia, criou-se uma demanda reprimida razoável
e novas demandas serão criadas em razão das perspectivas de grandes investimentos já definidos para os próximos anos. Do ponto de vista do incorporador, o ciclo se fecha no período do lançamento ou poucos meses depois, se o empreendimento for bem vendido. Para o investidor acho que ainda há espaço para ganhos.
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FÓRUM
DEMANDA NOS PRÓXIMOS ANOS SERÁ FAVORÁVEL
Rafael Camargo
Sócio-diretor da Binswanger Brazil Desde que seja um bom produto em comparação com a oferta existente, o empreendimento tende a sempre ter uma boa performance. Talvez os patamares de preços não sejam os mesmos de hoje, mas a qualidade do empreendimento (custo/benefÍcio), sempre será a melhor referência para uma boa performance.
Paula Côrtes
Gerente de Marketing e Comercial da Rubi Engenharia Acredito que sim, mas tudo dependendo da localização do empreendimento e do projeto. Existem áreas que daqui a alguns anos ficarão mais saturadas do que outras, mas de uma forma geral daqui há 3 ou 4 anos o cenário também será outro, estaremos em um período de Copa do mundo e Olimpíadas e muito ainda vai acontecer. Os em-
preendimentos que estão sendo lançados hoje estão suprindo uma demanda atual do mercado, os empreendimentos que serão lançados nos próximos anos vão atender a outra demanda, terão um outro foco. Podemos sofrer um pouco com relação a velocidade de vendas. Para performarem tão rápido quanto hoje, os empreendimentos de-
verão ter todas as suas etapas muito bem estruturadas, com estudo detalhado do comportamento do consumidor, projeto muito bem pensado, etc. Acredito que o mercado será muito mais seletivo e não haverá espaço para improviso. Somente terão sucesso aqueles que se preparem para a nova realidade de intenso profissionalismo do mercado.
Arnaldo Halpern
Diretor Geral da Halna Empreendimentos Sim. O mercado imobiliário, assim como outros tantos, sempre tem espaço. A relação oferta e procura é o que define os investimentos e preços dos bens. A escolha do local e produto, quando feita com base em pesquisa e avaliação que identifique demanda, é sinônimo de sucesso. O que não pode existir é fazer empreendimento por fazer, em função de aquecimento de mercado, é preciso ter base de demanda, preço, produto e localização. Feito isto, o negócio é certo.
Roberto Gerab
Diretor executivo da Kallas Incorporações e Construções S/A Acho que a demanda deverá permanecer alta. A não ser que tenhamos gravíssimas crises internacionais, o que, nesse caso, foge ao meu raciocínio. A economia deverá continuar crescendo em função da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. Além disso, as atuais baixíssimas taxas de atratividade das economias desenvolvidas, aliadas à percepção internacional de que nossa economia vai bem (o Brasil passou a ser um país bastante confiável para investimentos externos) fará com que esse crescimento se
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sustente. Ainda com relação à Copa do Mundo e às Olimpíadas, esses eventos exigirão grandes investimentos em infraestrutura (aeroportos, saneamento, hotelaria, estradas, ferrovias, infraestrutura urbana, etc). Esses investimentos acabam por trazer ainda mais crescimento, pois valorizam ainda mais os locais onde acontecerão, trazendo, portanto, mais investimentos imobiliários para essas regiões. Em resumo, acredito ser interessante lançar hoje um empreendimento comercial que vá ficar pronto daqui há 3 ou 4 anos.
Bianca Mengatti
Gerente de Novos Negócios da Matec A tendência é que haja uma migração de lajes corporativas para locais residenciais que possuem uma boa infraestrutura, como por exemplo, Alphaville, em São Paulo, e Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, além de possuírem incentivos da Prefeitura para que isso ocorra. Espera-se para os próximos anos que a vacância do mercado de São Paulo continue estável, com um leve aumento devido a entrega dos novos empreendimentos, sendo que os preços continuarão em ascensão, porém não da mesma forma “agressiva” dos últimos anos. No mercado do Rio de Janeiro, devido ao grande investimento em infraestrutura,espera-se que o crescimento de estoque supere o de São Paulo, uma vez que o Rio possui uma demanda reprimida, contando com o apoio da Prefeitura e investidores, por exemplo, podemos citar o Projeto Porto Maravilha, que já possui investidores atuando no retrofit do local, afim de adaptar os imóveis para edifícios comerciais.
Mariana Hanania
Gerente de Pesquisa de Mercado para América do Sul da Cushman & Wakefield A expectativa é que os novos empreendimentos venham a atender a demanda pelo mercado de alto padrão, que vem se mostrando em constante crescimento em decorrência do cenário eco-
nômico favorável, combinado com os padrões mais elevados procurados pelas empresas. Esse novos inquilinos buscam melhorar suas condições de trabalho, seja para fins de produtividade,
sustentabilidade, bem como para ser competitivo no mercado de trabalho, e isso pode resultar no aumento da absorção histórica, principalmente em determinadas regiões.
Dossiê Mercado de Escritórios No início da década de 2.000 se produzia o dobro da demanda de mercado, o que resultou em altas taxas de vacância e queda de preços. Nos últimos cinco anos, a situação se inverteu passando a demanda, calculada pela absorção líquida de espaços, a registrar volumes bastante superiores ao que se produzia, o que ocasionou uma queda progressiva das taxas de vacância, que hoje está em 3,8% na cidade de São Paulo, menor patamar histórico, de acordo com dados da CB Richard Ellis. Os valores de locação em São Paulo e Rio de Janeiro também batem recordes, superando cidades como Manhattan e Nova York. “O final de 2010 e início deste ano foram os melhores dos últimos tempos no mercado de escritórios de alto padrão. São Paulo teve a vacância mais baixa e preço mais elevado desde 2.000, ou seja, são os melhores valores registrados dos últimos 10 anos. E a performance do mercado está prevista para continuar neste mesmo patamar esse ano e início de 2012”, afirma Mariana Hanania, gerente de Pesquisa de Mercado para América do Sul da Cushman & Wakefield. O mercado está muito aquecido, segundo os especialistas, com grande demanda tanto para relocalização de empresas quanto para expansões. “O mercado de escritórios nas principais cidades brasileiras tem registrado bons resultados nos últimos anos, fruto do aumento da demanda por espaços e consequente queda nas taxas de vacância. Em decorrência da baixa taxa de vacância de escritórios, as incorporadoras e construtoras passaram a investir em novos projetos, muitas delas utilizando o capital obtido em ofertas públicas de ações e através de parcerias com investidores internacionais”, conta Adriano Sartori, diretor de Locações da CB Richard Ellis. Neste dossiê reunimos projetos de algumas empresas atuantes no segmento, como Brookfield, Kallas Engenharia, Halna, CLAVI, Erc, Even, João Fortes e Sig Engenharia, e apresentamos os números otimistas deste mercado, monitorado pelas consultorias Cushman & Wakefield, CB Richard Ellis e Colliers, além da opinião dos especialistas para os próximos anos.
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Trade Penha Office, em S達o Paulo, da Erc Empreendimentos
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DOSSIÊ MERCADO DE ESCRITÓRIOS
Mercado de escritórios vive seu melhor momento dos últimos 10 anos Ano marcante no segmento de edifícios comerciais de alto padrão O desempenho registrado no 1º trimestre de 2011 sinaliza que este será mais um ano marcante para o mercado imobiliário nacional, principalmente no segmento de edifícios comerciais de alto padrão. De acordo com dados registrados pela Cushman & Wakefield, a absorção líquida no trimestre, considerada um dos principais indicadores da demanda neste mercado, registrou alta de 16,2% em relação ao mesmo período do ano passado, considerando os principais mercados brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Salvador e Vitória. Segundo a CB Richard Ellis, a baixa oferta de espaços classe A impulsionou a construção de novos edifícios de alto padrão, que segundo estimativas atuais, poderão representar mais de 70% das entregas em 2011. Entretanto, no primeiro trimestre essa tendência ainda não foi observada, uma vez que apenas 19% das entregas em volume são consideradas classe A. Para o restante do ano, a inauguração dos novos espaços de alto padrão poderá entrar no mercado já pré-locada por grandes empresas, o que manteria a vacância em tais edifícios em patamares históricos baixos. Nesse ano, a maioria dos edifícios previstos no Rio de Janeiro, segundo a CB Richard Ellis, consiste em produtos de alto padrão, que deverão suprir a demanda de grandes empresas por escritórios modernos em falta na cidade. “Nos últimos anos temos observado forte demanda por edifícios de alto padrão tidos como triple A ou classe A, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, que proporcionam uma melhor acomodação para as empresas e maiores retornos para os investidores em função do aumento da receita de locação, durabilidade do contrato e ocupação por empresas de grande porte, muitas das quais multinacionais”, explica Adriano Sartori, diretor de Locações da CB Richard Ellis. Os locatários também estão cada vez mais exigentes quanto ao nível de tecnologia e sustentabilidade dos edifícios. “Isso é consequência da
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exigência das empresas na redução de custos operacionais, bem como preocupações com a preservação do meio ambiente”, conclui Rafael Camargo, sócio-diretor da Binswanger Brazil. De acordo com o executivo, eficiência das lajes, tecnologia embarcada nos edifícios para minimização de custos operacionais e flexibilidade na expansão e redução de áreas, localização com boa infraestrutura de transportes e serviços também são exigências dos locatários, assim como custo x benefício.
Preço de locação em São Paulo e Rio de Janeiro está entre os mais altos do mundo O ano começou com recorde nos indicadores de mercado de edifícios de alto padrão nas principais regiões de São Paulo: taxa de vacância mais baixa e preço pedido médio de locação mais alto desde 2005, fechando o 1º trimestre de 2011 em R$ 92,4/m²/mês, valorização de 8,5% em relação ao mesmo período de 2010, de acordo com dados da Cushman & Wakefield. Todas as cidades pesquisadas (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Salvador e Vitória) registraram valorização anual em seus preços pedidos médios de locação, entretanto, os maiores percentuais foram observados no Rio de Janeiro, Salvador e Curitiba: 44,6%, 24,5% e 19,6% respectivamente. As regiões da Avenida Faria Lima, em São Paulo, e a Zona Sul do Rio de Janeiro são as mais valorizadas. A média do metro quadrado de locação nessas regiões cresceu fortemente nos últimos anos, passando inclusive a figurar na lista das 10 regiões com maiores preços pedidos de locação para escritórios no mundo em 2010. A Faria Lima passou a registrar preços pedidos superiores a R$ 160,00/m² em edifícios padrão Triple A. Já a Zona Sul do Rio de Janeiro superou os R$ 200,00/m2 em algumas transações pontuais, constituindo-se assim, no endereço com mais elevado preço pedido de escritórios do país e da América Latina. “Ainda é prematuro afirmar se o teto de preço já foi atingido ou não. A resposta é pontual e depende do contexto de cada região. Na Avenida Faria Lima,
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por exemplo, a incorporação de novos empreendimentos comercias está limitada a falta de estoque de metros quadrados disponíveis na Operação Urbana Faria Lima. Na Zona Sul do Rio de Janeiro a dificuldade é encontrar terrenos ou edifícios a serem retrofitados. Ou seja, se a demanda continuar forte para estas regiões e não houver oferta capaz de atender, pode ocorrer sim maior pressão nos preços. Trata-se de um problema estrutural”, avalia Adriano Sartori.
São Paulo De acordo com a CB Richard Ellis, o mercado de escritórios de São Paulo manteve-se aquecido no primeiro trimestre com elevados preços pedidos de locação, baixíssimas vacâncias e forte demanda, principalmente por edifícios de alto padrão. Os preços de locação registraram forte alta nos últimos anos em função da contínua queda das vacâncias em todas as subregiões estudadas. O aumento dos preços também ocorreu devido ao impulso dado à construção de novos edifícios classe A e superior, que atraíram uma alta demanda de empresas estrangeiras com interesse em contratos de pré-locação. A média dos preços pedidos de locação continuou a registrar altas em São Paulo, de acordo com a consultoria, devido à combinação de baixa oferta, volume limitado de novas entregas e o crescente aumento da criação de empregos. Além disso, a adição de novos edifícios de altíssimo padrão projetados para entrar no mercado em 2011 ajudaram a aumentar a pressão sobre uma alta de preços.
Faria Lima, Itaim, Paulista, Vila Olímpia e Marginal Pinheiros são as regiões mais valorizadas Dentre as dez regiões de escritórios corporativos classes A e A+ analisadas pela Colliers, metade apresenta valores de locação acima da média do mercado. São elas: Marginal Pinheiros, Vila Olímpia, Paulista, Itaim e Faria Lima. “Os valores em edifícios de alto padrão vão de R$ 85,00 a R$ 200,00/m² na Avenida Faria Lima para locação e de R$ 10.000,00 a R$ 18.000,00/
Conjuntos comerciais lançados por Zona de Valor — São Paulo 2009 e 2010 1 108
1 044
297 581 272 112 160
449 107
Aclimação Alto da Lapa
100
Barra Funda
Bela Vista
132
Brooklin
811
426 197
120
Campo Belo
Chácara Santo Antônio
Ipiranga
Itaim Bibi
104
Jabaquara
451 373 220 52
271 134
Jardim Paulista
Jardim Sul
Moema
126
65
Mooca
135
288
264
273
168
Jardim América
100
Morumbi Panamby
Paraíso
174 84 90
316
Perdizes Pinheiros
779 593
229 456
261 550
210
332
Santana
Santo Amaro
Tatuapé
229 112
Tucuruvi
132 97
66
395
60
Vila Vila Vila Vila Clementino Guilherme Leopoldina Madalena Total de unidades lançadas 2010
261
165
Vila Maria
134
Vila Olímpia
Total de unidades lançadas 2009
Bases: 3742 conjuntos comerciais lançados em 2009, 5748 em 2010 Fonte: Lopes Inteligência de Mercado
m² para a compra”, conta Rafael Camargo, sócio-diretor da Binswanger Brazil. “A provável revisão do Plano Diretor Estratégico em 2012 deverá modificar a lei 13.885/04, que estabelece normas complementares ao Plano Diretor Estratégico dispondo sobre o parcelamento do solo. Novas possibilidades de construção serão vislumbradas com o possível aumento do estoque potencial construtivo adicional nas regiões onde já não é mais possível construir. Nos próximos anos, algumas obras importantes de infraestrutura podem dar origem a novos pólos de escritórios corporativos. O prolongamento das linhas amarela e lilás do metrô, por exemplo, aumentará o interesse das empresas em áreas próximas às estações e com potencial para valorização”, diz a Colliers em seu relatório.
Subregiões de São Paulo apresentam maior absorção Segundo números da CB Richard Ellis, a absorção bruta geral registrou um volume de 177.000 m² no primeiro trimestre, estando assim acima da média trimestral de 160.000 m² em 2010. A
absorção líquida classe A ainda registrou alta de 4% mesmo considerando um cenário de baixíssima oferta de espaços. As subregiões Marginal e Jardins continuam a registrar os maiores volumes de absorção sendo as principais responsáveis pelos últimos resultados positivos da absorção líquida na cidade. Juntas essas subregiões representaram 86% da absorção bruta classe A no primeiro trimestre do ano. “Na cidade de São Paulo o mercado de escritórios continua a se desenvolver em sentido a Zona Sul da cidade, fruto da maior disponibilidade de terrenos e infraestrutura de serviços, principalmente no entorno da Marginal Pinheiros. Como alternativa a baixa oferta da cidade, novas regiões, como Alphaville e mais recentemente o ABC, cresceram muito nos últimos anos por apresentar terrenos mais baratos e edifícios com preços de locação bem inferiores aos praticados na cidade de São Paulo”, relata Adriano Sartori. Segundo a Colliers, a cidade de São Paulo terá 170.000m² de absorção durante o ano de 2011. As regiões da Faria Lima e de Alphaville con-
centrarão as maiores taxas de absorção, por concentrarem juntas a maior parte do novo inventário. A região de Alphaville, com atuais 12% do inventário, deverá ultrapassar a marca dos 20%, devido à entrega de 150.000m² e à aprovação de parte de outros 200.000m² que ainda estão em fase de projeto. A Marginal Pinheiros contará com a entrega de cerca de 200.000m² nos próximos anos e permanecerá com a maior quantidade de inventário, ultrapassando os 500.000m². “A Zona Sul da capital é a região que deverá se transformar no principal pólo comercial de alto padrão da cidade, sendo que em curto e médio prazo, a região do entorno da Chucri Zaidan até a Chácara Santo Antônio apresentará um rápido desenvolvimento, e em longo prazo, se estenderá até a Ponte João Dias e Transamérica. Além disso, apesar da complexidade da formatação de novas áreas para desenvolvimento (junção de pequenos imóveis), ainda há potencial para construção de novos empreendimentos na Av. Faria Lima, entre a Av. Juscelino Kubitschek e a Av. Santo Amaro”, avalia Rafael Camargo, sócio-diretor da Binswanger Brazil. “Alphaville está sendo muito procurada e crescendo bastante. Com a previsão de entrega de novo estoque para o 2º semestre de 2011, o estoque será quase o dobro de 2007”, completa.
São Paulo atinge a menor taxa de vacância da década Os novos edifícios classe A recentemente entregues nas principais regiões de escritórios em São Paulo têm sido rapidamente ocupados devido a necessidade de expansão das grandes empresas, levando a taxa de vacância à níveis nunca antes observados na cidade, que segundo pesquisa da Cushman & Wakefield é de 6,9%, 3,3 pontos percentuais inferior ao mesmo período do ano passado. A queda mais expressiva é observada se a comparação for com o início da série analisada, onde a vacância era de 21,3%. A taxa de vacância no município de São Paulo caiu pelo 6º trimestre consecutivo, de acordo com a Colliers, chegando a 1,2%, a mais baixa taxa da década. Tal fato é atribuído a entrega de apenas 30 mil m2 durante o ano de 2010, o que não atendeu às necessidades da demanda. Quando comparada ao mesmo período do ano passado, essa taxa apresenta uma queda de 5%, evidenciando a movimentação em um mercado com baixa oferta. Alphaville é uma das únicas regiões de São Paulo onde a oferta de área ainda é grande. Nesta região é possível encontrar áreas corporativas superiores a 1.000m², situação muito rara
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DOSSIÊ MERCADO DE ESCRITÓRIOS
Rio de Janeiro No Rio de Janeiro, a maior demanda histórica por espaços de escritórios esteve concentrada no Centro da cidade, fruto de maior infraestrutura existente. Porém, as baixas disponibilidades tem levado muitos investidores a investir em oportunidades de desenvolvimento de novos produtos na região da Barra da Tijuca com maior disponibilidade de terrenos e preços mais acessíveis em relação aos praticados no Centro. “No Rio de Janeiro tem aumentado o número de edifícios com perfil de salas comerciais, que tem sido divulgados para áreas como Jacarepaguá e Niterói, regiões mais afastadas do Centro”, diz Adriano Sartori.
Vacância sobe devido a novos espaços na Barra da Tijuca De acordo com a CB Richard Ellis, a taxa de vacância em edifícios classe A subiu para 5%, saindo dos 2,9% anteriores, como resultado
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Evolução do Mercado de Escritórios — São Paulo
Absorção m2
Absorção Líquida x Bruta Geral/Taxa de Vacância — Classe A x Mercado Geral 250.000
25
200.000
20
150.000
15
100.000
10
50.000
5
0
0
Taxa de Vacância %
-5
Absorção Líquida
Absorção Bruta
Vacância Classe A
Vacância Geral
1T 2011
4T 2010
3T 2010
2T 2010
1T 2010
4T 2009
3T 2009
2T 2009
-50.000 1T 2009
no município de São Paulo. Segundo a Colliers, a elevada taxa de vacância da região é de 9,3%. Já a região da Berrini permanece com a maior vacância da cidade de São Paulo: 7,5%. As demais regiões possuem taxas muito próximas a 0% e apresentaram ligeira mudança em relação a última pesquisa, com exceção a Chácara Santo Antônio. A taxa de vacância paulista, se comparada a outros importantes mercados da América Latina e do mundo, encontra-se em patamares baixos, explicando, em parte, os altos valores de locação praticados em São Paulo. De acordo com a Colliers, os pouquíssimos espaços disponíveis foram disputados neste primeiro semestre do ano. A absorção de 15.000m² é três vezes superior à média trimestral dos anos anteriores. Adicionando a região de Alphaville, este número aumenta para 51.000m². O mercado de escritórios em São Paulo permaneceu, segundo dados da CB Richard Ellis, com baixíssimas disponibilidades representadas por uma taxa de vacância geral de 3,8%. De maneira notável, a vacância em edifícios classe A atingiu seu menor índice histórico com seus atuais 4%. Comparada ao trimestre anterior, a vacância recuou 1,1 pontos percentuais em razão de uma política agressiva de investimento em expansão por empresas, muitas das quais estrangeiras, que iniciaram novas operações na cidade. As subregiões dos Jardins e da Marginal foram os destaques do trimestre, ao registrar novas quedas da vacância para os patamares atuais de 1,6% e 5,4% respectivamente, recuando assim aos seus menores índices de vacância na história.
Fonte: CB Richard Ellis
Estatísticas por subregião — São Paulo Subregiões
Estoque Taxa de Absorção Novo Faixa de Preço Pedido de total m2 Vacância % Bruta m2 Estoque m2 Locação (Classe A) R$/m2/mês
Centro
362.400
2,0%
4.900
—
$14 — $35
Paulista
1.022.400
3,7%
37.100
—
$75 — $125
Jardins
980.000
1,6%
31.800
—
$90 — $170
Marginal
2.212.900
5,4%
72.400
—
$45 — $125
Outros
1.319.800
3,2%
30.900
35.000
$50 —- $70
Mercado Geral 5.897.500
3,8%
177.100
35.000
$45 — $170
Alphaville
17,6%
7.500
1.600
$30 — $65
437.300
Fonte: CB Richard Ellis
dos espaços adicionados na subregião da Barra da Tijuca. A vacância classe A permanece relativamente baixa em todas as áreas. Entretanto, a previsão de inauguração de novos produtos classe A poderá pressionar esse indicador para novas altas no futuro. No primeiro trimestre de 2011, o aumento da vacância classe A levou a vacância geral a um aumento de 0,8 pontos percentuais para o índice atual de 3%. Contrário à tendência geral de alta, a taxa de vacância no Centro diminuiu para 1,3%, saindo de 2% em dezembro. O aumento da demanda por espaços de alto padrão no Centro também resultou na queda de 1,6 pontos percentuais na vacância classe A para os atuais 1,5%. A estimativa para a vacância do Centro é de leve aumento dada a entrega estimada de um maior volume de edifícios de alto padrão nessa subregião.
Valores continuam em ascensão pela baixa disponibilidade A escassez de espaços disponíveis no mercado carioca faz com que o custo de ocupação em
VIDAIMOBILIÁRIA JULHO/AGOSTO 2011
edifícios de alto padrão seja o mais elevado do país e das Américas. O mercado de escritórios continuou a registrar alta nos preços pedidos de locação durante o primeiro trimestre de 2011, de acordo com a CB Richard Ellis, em função das baixas disponibilidades observadas em todas as subregiões. Em particular, a subregião da Zona Sul comandou o crescimento dos preços devido à limitada oferta associada a quase ausência de novas entregas nos últimos trimestres. “O maior aumento de preços observado nessa subregião não deve ser atribuído apenas à baixa disponibilidade. A manutenção do aquecimento econômico beneficiou as empresas a investir em expansão fruto das crescentes expectativas quanto aos investimentos em infraestrutura e eventos esportivos”, diz a consultoria em seu relatório. A média dos preços pedidos de locação, de acordo com a CB Richard Ellis, aumentou 8% no trimestre, com destaque para o significativo aumento dos preços nas subregiões de Flamengo e da Zona Sul. A subregião da Zona Sul coman-
Evolução do Mercado de Escritórios — Rio de Janeiro 100.000
10
80.000
8
60.000
6
40.000
4
20.000
2
0
0
Taxa de Vacância %
Absorção m2
Absorção Líquida x Bruta Geral/Taxa de Vacância — Classe A x Mercado Geral
-2
Absorção Líquida
Absorção Bruta
Vacância Classe A
Vacância Geral
1T 2011
4T 2010
3T 2010
2T 2010
1T 2010
4T 2009
3T 2009
2T 2009
1T 2009
-20.000
Fonte: CB Richard Ellis
Estatísticas por subregião — Rio de Janeiro Subregiões Centro
Estoque Taxa de Absorção Novo Faixa de Preço Pedido de total m2 Vacância % Bruta m2 Estoque m2 Locação (Classe A) R$/m2/mês 1.770.300
1,3%
26.000
—
$115 — $180
Botafogo
356.200
2,0%
12.100
—
$115 — $160
Flamengo
51.500
0,9%
—
—
$100 — $185
Barra da Tijuca
343.000
10,7%
5.100
26.400
$80 — $120
Zona Sul
144.100
5,3%
1.900
—
$150 — $250
Outros
148.100
5,5%
—
—
$60 — $100
3,0%
45.100
26.400
$60 — $250
Mercado Geral 2.813.200
Fonte: CB Richard Ellis
dou o aumento de preços com os mais elevados valores ofertados que atingiram a marca de R$ 250,00 /m²/mês. “Esse valor é considerado o maior já registrado no mercado. O forte aumento dos preços na Zona Sul que possui um estoque limitado de escritórios demonstra que os preços no Rio ainda poderão subir em razão das baixas disponibilidades”, conclui a consultoria em sua pesquisa. A média de preço pedido de locação registrada pela Cushman & Wakefield neste 1º trimestre foi de R$ 131/m²/mês, 44,6% superior aos preços praticados no mesmo período do ano passado.
Maior volume estimado de entregas poderá equilibrar a diminuição da absorção A atividade construtiva no mercado carioca permanece aquecida em 2011, ano em que o volume de novo estoque previsto pode ser o maior da série histórica (167 mil m²), 25,6% superior ao registro mais elevado de 2008. O volume previsto poderá aumentar em 10,5% o
estoque existente de alto padrão. A absorção líquida acumulada no ano deverá repetir o mesmo patamar atingido em 2009, ano de maior registro. O volume absorvido neste trimestre representa 18% do total previsto para 2011. Apesar do aumento pontual da taxa de vacância durante o primeiro trimestre, existe uma tendência de retorno a patamares históricos baixos, dado os altos índices de pré-locação dos novos produtos. Os dados são da CB Richard Ellis. A subregião do Centro registrou uma maior movimentação ao absorver 57% da absorção bruta em 2011. Enquanto o Centro registrou melhoras, mesmo em um cenário adverso de baixa oferta, a absorção total no trimestre não foi suficiente para equilibrar o volume de espaços que retornou ao mercado e que foi responsável pelo aumento geral da vacância. A baixa disponibilidade de espaços de alto padrão impulsionou, segundo a CB Richard Ellis, a construção de novos edifícios classe A na subregião da Barra da Tijuca.
Durante o primeiro trimestre do ano, quatro novos edifícios, todos no mesmo complexo, foram entregues, o que representa uma adição de 26.400 m² ao mercado classe A da cidade. Essa nova entrega levou a taxa de vacância na Barra a um aumento instantâneo para 10,7% saindo dos 3,2% anteriores. De acordo com a forte demanda por produtos de alto padrão, tais áreas deverão ser tomadas nos próximos trimestres o que manteria a vacância bastante limitada. O maior volume estimado pela CB Richard Ellis de entregas nos próximos trimestres poderá equilibrar a diminuição da absorção registrada nos primeiros três meses do ano. Tais edifícios poderão beneficiar as subregiões do centro e da Barra devido as oportunidades geradas pelos retrofts no centro e da maior disponibilidade de terrenos para novos projetos na subregião da Barra da Tijuca. Em relação aos próximos trimestres estima-se que o mercado de escritórios no Rio de Janeiro será favorecido pela forte demanda por produtos de alto padrão, o que manterá as vacâncias baixas. Tal fato induzirá os preços a manter os elevados valores atualmente praticados.
Demais regiões O preço médio praticado em Salvador registrou o 2º maior aumento anual. A alta foi de 24,5% em relação ao mesmo período do ano passado. O preço pedido médio neste trimestre foi de R$ 55,8/m²/mês. Curitiba, que teve em seu preço médio de locação um incremento de 19,6% em relação o 1º trimestre do ano passado, registra R$ 39,3/m²/mês. A média de preço pedido praticada em Brasília e Porto Alegre atingiuR$807/m²/mês e R$ 52/ m²/mês respectivamente 19 2% e atingiu R$ 80,7/m /mês e R$ 52/m /mês respectivamente, 19,2% e 13,8% acima da média registrada no mesmo período do ano passado. O preço pedido médio de locação em edifícios de alto padrão em Vitória e São Paulo (CBD + Non CBD) fechou com as menores variações anuais – 2,6% e 2,5% respectivamente – fechando em R$ 45,1/m²/mês e R$ 86,9/m²/mês. Com exceção do Rio de Janeiro e Salvador todas as cidades pesquisadas apresentaram redução em suas taxas de vacância em comparação com o ano anterior, entretanto a vacância para todo o Brasil apresentou pequeno incremento, fechando em 7,7% contra 7,3% há um ano. A alta na vacância é momentânea no Rio de Janeiro e Salvador e resulta da entrega recente de novos edifícios e ainda não totalmente ocupados. Os dados são da Cushman & Wakefield.
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DOSSIÊ MERCADO DE ESCRITÓRIOS
“Nessas outras cidades a melhor qualidade de estoque está em Brasília, e os melhores inquilinos está sempre demandando novos espaços, é um mercado bem promissor. Nos demais mercados também verifica-se movimentação, Curitiba e Porto Alegre ainda tem baixo novo estoque em comparação com outras cidades, como Salvador e Brasília”, diz Mariana Hanania gerente de Pesquisa de Mercado para América do Sul da Cushman & Wakefield.
A tendência ainda será de valorização devido à manutenção das baixas disponibilidades no curto prazo Mariana Hanania acredita em mais dois ou três anos de demanda aquecida, quando então atingiremos o equilíbrio com a entrega de grande estoque de novos empreendimentos. “A maioria do novo estoque previsto para entrar até o início de 2012 tem demanda para ser absorvido, para depois 2014 fica difícil prever. Pelo menos os próximos dois anos são aquecidos e garantidos que terá absorção. Os próximos anos dependem do cenário econômico, mas hoje as perspectivas são ótimas e de que o mercado vai conseguir absorver o que está previsto”.
2011 F
Vacância
12,4
11,0 8,0
9,0
8,2
2,8
Curitiba
Salvador
14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0,0 São Paulo*
2010
Taxa de Vacância entre mercados importantes da América Latina e Mundo A e Mundo A+ (%)
36% 32% 28% 24% 20% 18% 16% 12% 8% 4% 0% Rio de Janeiro*
Vacância (%) Curitiba
Vitória
Porto Alegre
Salvador
Brasília
São Paulo*
1º Trimestre 2010
* Todas as Regiões (CBD + Non CBD)
2009 Locação
Entregue
Brasil — Vacância Classe A
150 135 120 105 90 75 60 45 30 15 0 Rio de Janeiro*
R$/m2
Brasil — Locação Classe A
5% 2008
1Q 2011
1,2
2,0
SP + Alphaville
Em construção
Fonte: Cushman & Wakefield
60
2010
7%
São Paulo
2009
9%
Rio de Janeiro
16,2
Vitória
141
Porto Alegre
121
Brasília
Absorção líquida trimestral (.000)
11%
Nova Iorque
R$58,6 R$70.1 19,6
13%
Londres
15%
Cidade do México
0.4
90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0
Buenos Aires
Previsão
7,7%
1.000 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0
Locação x Taxa de Vacância
R$/m2/mês
Comp. (%)
7,3%
.000 m2
Preço pedido médio locação
1T 2011
Vacância
1T 2010
Estoque em Construção x Entregue
Bogotá
Indicadores
1º Trimestre 2011
Fonte: Colliers International
Fonte: Cushman & Wakefield
“Em 2011 ocorrerá pequenos ajustes nos indicadores de mercado, com aumentos pontuais na taxa de vacância, tanto em São Paulo como no Rio de Janeiro, devido a entrega de grandes edifícios. Mas este ajuste não significa um desaquecimento, uma vez que a demanda por espaços permanece forte. As empresas que buscam expansão encontram grande dificuldade de encontrar espaços vagos em edifícios prontos de melhor qualidade técnica. Consequentemente, muitos dos nossos edifícios em construção estão sendo pré-locados como forma de garantir a ocupação futura das grandes empresas”, diz Adriano Sartori. “No curto prazo a tendência ainda será de valorização devido à manutenção das baixas disponibilidades. Nos próximos anos está prevista a entrega de um volume maior de novos espaços, apesar disso é provável que a influência seja ainda baixa, uma vez que muitos destes prédios entrarão no mercado com uma parte significativa de suas áreas já pré-locadas. No longo prazo pode ocorrer um maior equilíbrio entre oferta e demanda. Vai depender do desempenho da demanda”, completa o diretor de locações da CB Richard Ellis.
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Custo de Ocupação Médio A+ e A Cidade
Valor de Valor de locação locação m2/mês/R$ m2/mês/USD
Hong Kong
284,10
172,20
Tókio
155,40
94,20
Paris
151,20
91,60
Londres
147,70
89,50
Rio de Janeiro
140,20
85,00
São Paulo
124,70
75,60
Taipei
121,20
73,50
Cingapura
111,00
67,30
Geneve
108,80
65,90
Perth
102,30
62,00
Estocolmo
101,30
61,40
Brisbane
96,90
58,70
Nova Iorque
96,30
58,30
Sydney
95,30
57,80
• Taxa de Conversão: USD = 1,00/ R$ = 1,65 • Valores Incluem valor de locação, despesas operacionais, e IPTU Fonte: Colliers International
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Kallas aposta em salas comerciais em São Paulo com 4 projetos A empresa tem quatro empreendimentos comerciais em andamento. No dia 7 de julho lançou o Double Office Santana, um prédio de salas comerciais na zona norte de São Paulo, na Rua Doutor César. “O local é especial, tem toda infraestrutura e possibilidade de fazer tudo a pé. Além da localização ser diferenciada, não há muita oferta de salas na região”, diz Thiago Kallas, diretor de incorporação da Kallas Incorporações e Construções. O terreno fica próximo da Marginal Tietê e da Av. Cruzeiro do Sul, com acesso rápido para as rodovias Anhanguera, Bandeirantes e Dutra. O local possui uma completa infraestrutura de transportes, comércio e serviços, com metrô, hospitais, supermercados, universidade e o Shopping Center Norte. A moderna fachada em vidro e cerâmica é outro diferencial do empreendimento, que oferece 168 unidades, das quais 108 tipo e 60 duplex, com metragem entre 39 e 63 m², distribuídas em 14 pavimentos. Os amplos terraços nos conjuntos centrais (fachadas frontal e posterior) são outro destaque. Internamente, o Double Office Santana terá uma série de serviços como encadernação, cópias e plotagens à disposição dos usuários; locação de equipamentos, celulares e veículos; serviços convencionais de motoboy; de limpeza e concierge para reserva de serviços diversos. O empreendimento tem investimento de R$ 50 milhões e está sendo vendido a R$ 9mil/m2. O estacionamento terceirizado disponibiliza uma vaga por unidade. Também estão envolvidas no projeto, desenvolvido pelo arquiteto Itamar Berezin, as empresas Kamo Participações e Triedro Engenharia. A kallas prevê lançar, até o final deste ano, na Av. Mofarrej, no bairro da Lapa, zona oeste de São Paulo, um edifício comercial com 440 salas de 30 m2 e opção de junções que chegam a 700 m2. O projeto prevê, além dos 18 pavimentos de escritórios, 8 lojas no piso térreo, onde serão instalados comércio. A garagem possui 460 vagas. O investimento está estimado em R$ 70 milhões e o preço do metro quadrado será R$ 8 mil.
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Também programado para ser lançado em 2011 está um empreendimento com 60 unidades na Chácara Klabin, o qual a Kallas estima vender em um final de semana, devido a carência de conjuntos comerciais na região. “Está numa rua de passagem, na Av. Caio Prado, em um dos poucos locais que ainda se pode fazer empreendimentos comerciais”, destaca Kallas. O projeto, ainda em fase definição, está sendo elaborado por Itamar Berezin. A empresa aposta na aquisição de uma grande área de cerca de 15 mil m2 na Av. Tiradentes, no centro da capital paulista, onde deverá ser desenvolvido um empreendimento de uso misto, com edifícios comerciais e residenciais, shopping center e hotel. Ainda em fase de negociação do terreno e elaboração do projeto, deverá ser lançado somente em 2012. Uma tendência nos projetos, de acordo com Thiago Kallas, é a otimização dos espaços, com arquiteturas que possibilitem uma flexibilidade maior da planta. “Temos que fazer caber 50m2 em 30m2. Fazemos um banheiro e deixamos o outro opcional. O piso elevado também facilita essas mudanças”.
“Faltou muito empreendimento comercial nos últimos anos. São Paulo tem déficit de salas comerciais, perto de outras megalópoles mundiais o mercado ainda é deficitário e terá alguns anos de demanda forte. Há uma grande demanda e pouca oferta, os profissionais liberais estão tendo aumento de renda e não estão saindo tantos empreendimentos comerciais. E com a revisão do Plano Diretor, está cada vez mais difícil conseguir áreas para o desenvolvimento de novos empreendimentos”, acrescenta.
Cidade é carente de espaço A empresa busca também oportunidades em Brasília e Rio de Janeiro, mas aposta principalmente em São Paulo, cidade que representa 55% do VGV nacional. “Ainda acho que há muita demanda em São Paulo e um poder aquisitivo maior que em outras cidades. Pretendemos investir também em empreendimentos populares no interior do estado”, conta o diretor de incorporação da Kallas.
O Double Office Santana tem 168 salas e R$ 50 milhões de investimento
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Brookfield lança mixed-use em área do hotel Ca’d’oro, em São Paulo O hotel Ca’d’oro, ícone da cidade de São Paulo nos anos 1950, começa agora outra fase de sua história. A Brookfield Incorporações lança, no mesmo terreno onde o hotel operou por quase seis décadas, o Ca’d’oro São Paulo, empreendimento mixed-use que será composto por uma torre residencial e outra de uso misto, com unidades comerciais e a nova edição do hotel. Localizado em uma das áreas mais estratégicas da cidade, na esquina da rua Augusta com a rua Caio Prado, o projeto segue uma tendência muito comum em todo o mundo e que vem ganhando força no País, que é a de facilitar a vida das pessoas, unindo moradia, trabalho e opção de hospedagem em um só lugar. “O Ca’d’oro São Paulo inicia um novo capítulo urbanístico na cidade”, afirma Alessandro Vedrossi, diretor Executivo da Unidade São Paulo da Brookfield Incorporações. Em seu projeto, a tradição do hotel Ca’d’oro será preservada, mas a história se renovará. O espaço que recebeu figuras ilustres, como Di Cavalcanti, Luciano Pavarotti, Nelson Mandela e Pelé, será recriado. O hotel ficará no topo da torre comercial, que tem um total de 27 pavimentos. Do 1º ao 18º funcionarão as 387 salas comerciais de 26 m2 a 38 m2. E do 19º ao 27º funcionará o Ca’d’oro, com um total de 147 apartamentos. Haverá piscina, academia panorâmica, sauna, SPA, lobby bar e o famoso restaurante, que trouxe para a cidade os prazeres da refinada cozinha italiana. “A tradição e sofisticação do passado serão mantidas, pois Aurélio Guzzoni, filho do criador do antigo hotel, atuará como nosso sócio, sendo proprietário e administrador das dependências do hotel”, conta Vedrossi. Já a torre residencial terá 31 andares e 374 unidades, com 11 opções de planta, que variam entre 40 m2 a 79 m2. O empreendimento oferecerá diversas opções de lazer como piscina na cobertura, mirante, enoteca, área de jogos,
paredão para jogar tênis, salão de jogos e de festas e área para ginástica.
Projeto Para desenvolver o projeto, a Brookfield Incorporações contou com a participação de profissionais reconhecidos. José Lucena assina o projeto arquitetônico, Benedito Abbud elaborou o projeto paisagístico e Patricia Anastassiadis desenvolveu a arquitetura de interiores. Ao dar início ao projeto do empreendimento, José Lucena tinha como objetivo aproveitar a área ao máximo, ampliando-a até seis vezes. Entretanto, ao se aprofundar na história do hotel e sua importância para São Paulo, seu foco mudou. “Percebi que estava projetando um ícone, um novo Ca’d’odo, moderno, atual e que não poderia nascer em qualquer lugar do prédio, principalmente no térreo, onde estava antes. Então, projetei a torre do Cad’oro a partir do 20º andar”, conta o arquiteto. Na parte superior do hotel haverá piscina, sauna e toda a infraestrutura de lazer, com uma vista panorâmica da cidade invejável. “Além disso, o fato de ele poder ser visto de longe por uma boa parte da cidade, mostrará que ele renasceu e que novamente vai marcar a história de São Paulo”. Para valorizar a identidade do local, o projeto paisagístico de Benedito Abbud terá um charme que ajudará a manter o requinte do Ca’d’oro, com soluções que completam a paisagem urbana, integrando o verde à arquitetura dos edifícios. A torre comercial terá um grande pórtico de entrada com painel cascata, enriquecendo o acesso do empreendimento com um jardim escalonado em chapas de aço e vegetação marcante. Tudo isso destacado pela imponência das palmeiras demarcando o local. No residencial o ponto principal é a paginação e canteiros na forma orgânica, com diferentes
Ca'd'oro São Paulo: Do 1º ao 18º funcionarão as 387 salas comerciais e do 19º ao 27º o hotel, no topo da torre comercial
espécies de árvores nativas que cria um clima de bosque através do plantio de flores e plantas que proporcionam conforto em ambientes de convivência ao ar livre. As áreas de lazer chamam a atenção pela diversidade. Além do lazer convencional, haverá um pavimento com área de estar e bangalôs. “Terá aparelhos de ginástica ao ar livre, horta, casa do Tarzan para as crianças e espaço para cachorros. É um projeto paisagístico que atende os anseios dos moradores mais exigentes”, conta Abbud.
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CLAVI investe R$ 110 milhões em 3 edifícios comerciais A empresa, constituída em 2010 a partir da experiência de 30 anos de Vitório Panicucci no mercado imobiliário, lança seus primeiros projetos. São três edifícios de salas comerciais nos municípios de Alphaville, Osasco e Guarulhos, em São Paulo, que somam o investimento de R$ 110 milhões. O Air Offices, em Alphaville, foi lançado neste mês de julho e está sendo comercializado por R$ 7.500/m2. “A expectativa de vendas é bastante otimista, pois fizemos uma pesquisa de mercado antes. Imaginamos vender tudo em até 120 dias”, diz o executivo. O empreendimento está previsto para ser entregue em 30 meses. O Air Office tem 426 salas, distribuídas em 34 andares de forma escalonada, começa com com 16 salas por andar, passa para 14 e termina com mais 23 andares de salas duplex. Com esse projeto, a fachada ganha um movimento e um formato que vai estreitando da base para o topo. As salas tem metragem de 30 m2 a 590 m2. No último andar há um SPA e um centro com alimentos naturais. O empreendimento também oferece serviço de concierge e sala de reunião com paisagismo. “Nosso empreendimento é o primeiro triple A com salas pequenas, tem tudo que um corporativo oferece, como piso elevado, automação, ar condicionado central e elevadores inteligentes. Percebemos que é um nicho pouco explorado, as salas pequenas são projetos mais simples, não arrojados, que atinge um público de renda menor, mas existe uma demanda e muita gente procura colocar o seu investimento em um imóvel que possa ter valorização. Na pesquisa que fizemos procuramos terrenos com essa característica de alto padrão”, conta Panicucci. O investimento é de R$ 60 milhões. Já os empreendimentos de Osasco e Guarulhos serão lançados em outubro de 2011 e vendidos a R$ 6 mil/m2. Cada um deles terá cerca de R$ 25 milhões de investimento. O empreendimento de Osasco terá 14 andares e 226 salas de 30 a 510 m2. Já Guarulhos terá 320 salas em 17 andares. Ambos terão um mezanino com um pequeno auditório e um centro de apoio com secretárias. A ideia é que os 30 m2 de um conjunto sejam bem otimizados, dispensando espaços como sala de reunião ou recepção.
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Uma das principais preocupações da empresa é com a segurança. Nos empreendimentos há uma entrada exclusiva para motoboys.
Air Office é o primeiro de Alphaville a receber certificação AQUA Os três empreendimentos possuem o selo Aqua. “A CLAVI já tem intenção de certificar todos os projetos desde o início. O Aqua tem as adaptações que mais atendem a nossa realidade. Para atender a esses critérios, os cuidados adotados pela CLAVI Incorporações começam no próprio projeto, o que contribui para evitar erros em etapas mais avançadas, economizar em futuras correções e prevenir danos ambientais”, explica o presidente da empresa. O Air Office é o primeiro da região a obter o selo. O empreendimento terá vidros que garantem uma melhor iluminação natural, insolação, ventilação, menor exposição a ruídos, etc, além de sistemas de reaproveitamento de água e coleta seletiva em cada andar. Se essas medidas forem consideradas logo na fase do projeto arquitetônico, o custo da habilitação sustentável pode ser similar ou menor do que o da convencional. “É bom lembrar que quanto mais alto o desempenho ambiental, menores os custos operacionais da edificação”, diz Manuel Carlos Reis Martins, coordenador executivo do processo AQUA na Fundação Vanzolini. Ele destaca que, hoje em dia, é necessário repensar o custo da obra, levando em conta também a fase da operação. “Em um horizonte de trinta anos, o custo total de construção e operação de um edifício, cerca de 20% correspondem a construção e 80% a operação. Na Europa, o período de retorno do investimento em uma obra sustentável gira em torno de dois a seis anos, aproximadamente. Além disso, uma construção sustentável certamente terá um valor patrimonial mais alto ao longo do tempo do que uma convencional, justamente pela durabilidade e facilidade de manutenção e pelo baixo custo operacional”. A CLAVI também investiu em um bicicletário coberto com vestiário, a fim de criar condições para as pessoas irem trabalhar de bicicleta.
VIDAIMOBILIÁRIA JULHO/AGOSTO 2011
O Air Offices, em Alphaville (SP), terá investimento de R$ 60 milhões
Os andares são escalonados, dando movimento à fachada
Halna desenvolve três empreendimentos comerciais em São Paulo Atualmente, a Halna está desenvolvendo três empreendimentos comerciais, segmento que hoje representa 40% dos lançamentos da empresa. O Icon Alphaville, em Alphaville, região metropolitana de São Paulo, será entregue em abril de 2012 e tem valor estimado em R$ 120 milhões. Até o final do ano a empresa vai lançar mais dois empreendimentos. O Henri Dunant, na capital paulista, e um complexo multiuso em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, ainda em fase de aprovação do projeto. Serão duas torres, um edifício de escritórios e um prédio residencial com atividade comercial no térreo. “Temos uma boa expectativa de demanda para estes empreendimentos”, avalia Arnaldo Halpern, diretor geral da Halna Empreendimentos. O executivo afirma que vislumbra pelo menos cinco anos positivos para o mercado imobiliário. “Havia uma demanda reprimida por muitos anos. Como o Brasil ficou 20 anos estagnado, sem lançamentos e com uma demanda reprimida, parece que temos muita euforia. O que temos hoje não é uma bolha imobiliária, mas um mercado carente que está sendo atendido”, conclui.
Icon Alphaville O Icon Alphaville, que está sendo incorporado pelas empresas Halna, JBens e Lati e construído pela Vista Engenharia, terá valor de mercado será da ordem de R$ 120 milhões, segundo especialistas do setor. O investimento é da Halna, juntamente com investidores, com o objetivo de locação. O valor do metro quadrado está estimado entre R$ 70 e 75. A Cushman & Wakefield deverá iniciar até o final de 2011 a comercialização do edifício. Com obras iniciadas no final de 2009, será entregue em abril de 2012. A obra está em ritmo adiantado, na 18ª laje dos 22 pavimentos. O empreendimento está localizado em uma área de 2.200 m2 na Av. Mamoré, e será também um dos poucos de conceito ‘triple A’ desta disputada região. “Estamos em um lugar privilegiado, é a Vieira Souto de Alphaville, tem uma linda vista, de frente para o Alphaville 1 e 2”, diz Halpern.
O Icon Alphaville tem valor estimado em R$ 120 milhões e será entregue em abril de 2012
O empreendimento oferece 74 unidades, totalizando 13.500 m² de área privativa e 23.800 m² de área construída. Cada laje tem 680 m2, divididas em quatro conjuntos. O projeto do arquiteto Jonas Birger também contempla uma loja no térreo, heliponto e quatro subsolos com 374 vagas de estacionamento, que será administrado e terá vagas rotativas para visitantes. “O empreendimento será entregue completo, com ar condicionado central, forro, luminária, piso elevado e elevadores de última geração. Há uma boa flexibilidade de layout nos andares, porque não tem pilar, há apenas o corpo central e o resto é espaço livre, dando uma liberdade grande de layout”, conta o diretor da Halna.
Henri Dunant Em Santo Amaro, próximo do Shopping Morumbi e do Consulado Americano, na capital paulista, será lançado o Henri Dunant, em sociedade com a construtora Luciano Wertheim Empreendimentos Imobiliários. Os 23 andares de 580 m2 serão divididos em conjuntos de 45 a 120 m2, totalizando 205 salas. O empreendimento tem 13.495,60 m² de área privativa e 13.000 m² de área útil total, instaladas em um terreno de 3.397,80 m². O estacionamento rotativo, com uma vaga para cada 32 m2, soma 385 vagas.
O edifício Henri Dunant, na região no Morumbi, em São Paulo, será lançado no final de 2011
O projeto é de Israel Rewin e possui quase todas as ferramentas de um triple A, como ar condicionado central e piso elevado. O investimento em conjunto com investidores tem como objetivo geração de renda e venda. O valor de locação está entre R$ 75 e 85/m2 e de comercialização cerca de R$ 10.500/m2. O valor de mercado está estimado em R$ 130 milhões.
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Complexo RibeirãoShopping ganha 3 expansões e 8 novos empreendimentos O Grupo Multiplan anuncia o plano master de desenvolvimento do complexo RibeirãoShopping, que completa 30 anos em 2011. Em linha com sua estratégia de crescimento, a empresa realizará o desenvolvimento em etapas de três expansões e oito empreendimentos integrados ao shopping, um investimento total estimado em R$ 750 milhões. As três novas expansões devem adicionar cerca de 32 mil m² de ABL (Área Bruta Locável) ao RibeirãoShopping, que ganhará ainda um deck parking para 1.200 vagas cobertas, um centro de convenções e uma academia, todos com interligação ao shopping center. O plano master prevê ainda o desenvolvimento, nos próximos anos, de quatro edifícios residenciais de alto luxo, com 86 mil m² de área privativa para venda, uma nova torre comercial com 19,2 mil m², um apart-hotel e dois hotéis de alto padrão. Os novos empreendimentos reforçam o conceito do complexo multiuso, que já conta com o Centro Profissional RibeirãoShopping, edifício comercial totalmente vendido e atualmente em construção.
Centro Profissional RibeirãoShopping O Centro Profissional RibeirãoShopping possui uma torre de 18 pavimentos, interligada ao RibeirãoShopping por uma passarela exclusiva. O empreendimento terá 12.569 m² de área privativa e VGV (Volume Geral de Vendas) estimado em R$77,9 milhões. A participação da Multiplan no projeto é de 100%. O projeto reforça a estratégia da companhia de desenvolver complexos multiuso, que combinam empreendimentos comerciais e residenciais com operações de shopping centers, aumentando o fluxo de consumidores e promovendo o efeito sinérgico entre comércio e serviços. A entrega está prevista para dezembro de 2012.
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O Centro Profissional RibeirãoShopping possui uma torre de 18 pavimentos e VGV estimado em R$77,9 milhões
O Centro Profissional RibeirãoShopping terá infraestrutura completa para oferecer o máximo de conforto e funcionalidade aos seus usuários. São 288 conjuntos de salas, 349 vagas de estacionamento, sendo 327 cobertas, com sistema de valet parking; cinco elevadores de última geração; duas salas de reunião com capacidade para até 70 pessoas; café com deck externo, fitness center com academia de ginástica e SPA; intranet condominial e acesso à internet nas salas e aéreas comuns.
gurado até o final do mês de julho. O empreendimento da Multiplan na Zona Sul de Porto Alegre contabilizava 93,5% das unidades vendidas em março. O VGV está estimado em R$ 70 milhões. O superintendente de Incorporação da Multiplan, Pedro Côrtes, comenta que boa parte dos compradores é constituída de profissionais liberais, mas ressalta que o cenário atual da economia brasileira trouxe uma oportunidade excelente de investimento em imóveis.
Os conjuntos têm 40 m2 de área, com plantas flexíveis, que permitem junções de até 772 m2 (um andar inteiro). São 32 mil m2 de área de construção.
Estão previstos, ainda, outra torre empresarial, uma torre residencial com serviços e um apart-hotel no mesmo terreno. A passarela de interligação permitirá às pessoas que trabalharem na torre o acesso direto ao mall, convertendo-se em um grande conforto.
O Centro Profissional está sendo construída pela Zion, construtora formada pelas empresas Halna, JBens e EWP. O diretor da Zion, Arnaldo Halpern, diz que a obra do Centro Profissional Ribeirão Preto é de alta complexidade. “O sucesso desse projeto demonstra o potencial do mercado em Ribeirão Preto para empreendimentos do gênero”, sinaliza.
Cristal Tower, interligado ao BarraShoppingSul, será inaugurado em julho O Cristal Tower, prédio comercial de 22 andares interligado ao BarraShoppingSul, deve ser inau-
VIDAIMOBILIÁRIA JULHO/AGOSTO 2011
O Cristal Tower terá 290 salas com infraestrutura completa e plantas flexíveis, que se adaptam totalmente às necessidades dos profissionais que ali se instalarem. A torre terá entrada exclusiva e independente, hall de acesso com pé-direito duplo, duas salas de reunião no mezanino, seis elevadores, central de segurança 24h, com controle de acesso automatizado, CFTV (circuito fechado de televisão), automação predial, gerador, garagem exclusiva e independente, com uma vaga coberta para cada conjunto e interligação direta com o BarraShoppingSul. As obras do Cristal estão gerando cerca de 1.000 empregos diretos e 2.000 indiretos.
Allta constrói a primeira ‘Cidade de Negócios’ do Brasil na região de Barueri (SP) A Allta Desenvolvimento Imobiliário, empresa do Grupo Servape, começa a construir este ano a Cidade de Negócios Allta, um complexo imobiliário sem similar no País formado por 9 torres de escritórios, hotel & resort, centro de convenções, shopping center e helicentro. Certificado com o selo green building, o empreendimento ocupará uma área de 250 mil m² no km 30 da rodovia Castello Branco, na região de Barueri, em São Paulo. De acordo com Manfredo Costa Neto, diretor da consultoria imobiliária Cushman & Wakefield empresa responsável pela comercialização do empreendimento -, a Cidade de Negócios Allta surge como uma resposta de mercado à “saturação” verificada na cidade de São Paulo. Costa enfatiza, por exemplo, que os altos preços de locação dos melhores escritórios da capital, além dos conhecidos problemas urbanos sem solução de curto prazo, como os da violência e trânsito intenso, já movimentam empresas em busca de novas alternativas de ocupação no vetor Oeste da cidade. A região é claramente percebida como estratégica, “pois fica num eixo de crescimento acelerado da região Metropolitana de São Paulo, o mesmo que abriga os bairros de Alphaville e Tamboré”, afirma Costa. Autor do projeto arquitetônico da Cidade de Negócios Allta, o arquiteto Heitor Coltro diz que a concepção do empreendimento levou em consideração, sobretudo, o processo de ocupação ordenada da região de Barueri, “uma área que vem recebendo grandes investimentos, bairros planejados, centros empresariais e autoestradas.” Coltro ressalta que o complexo será construído tendo à frente uma ampla área verde, com 52 mil m², que foi totalmente preservada e integrada ao conceito do empreendimento. O arquiteto assinala ainda que a formatação do projeto contou com a participação de mais de 35 empresas especializadas, e foi inspirada em cidades de negócios já construídas em Londres (Canary Warf), Xangai (Xin Tian Di) e Santiago do Chile (Ciudad Empresarial), entre outras.
Perspectiva da Cidade de Negócios Allta
O diretor da Allta Desenvolvimento Imobiliário, Leonardo Nunes, acrescenta que a construção das ‘cidades de negócios’ conhecidas fora do Brasil resultou, principalmente, de processos de expansão imobiliária decorrentes da saturação de grandes centros. Esses empreendimentos, segundo ele, estão hoje classificados como polos corporativos de última geração e têm localização “escolhida a dedo”, pois ficam em regiões invariavelmente bem-servidas por infraestrutura viária e logística. Especialistas do setor imobiliário avaliam que a Cidade de Negócios Allta teria hoje um valor de mercado superior a R$ 3 bilhões. O engenheiro Marcelo Tessler, diretor da Tessler Engenharia, uma das empresas que aderiram ao projeto, calcula que a obra deverá custar em torno de R$ 1,6 bilhão. Este número, segundo o executivo, tem atraído propostas competitivas de parte de construtoras de grande porte interessadas em tocar o projeto - os nomes destas, porém, ainda são mantidos em sigilo.
Polo de negócios único As 9 torres de escritórios (Allta Work) serão construídas com 20 pavimentos cada, e as lajes serão superiores a 2 mil m². O empreendimento oferece 7.800 vagas de estacionamento. Segundo Leonardo Nunes, o projeto obedece aos mais modernos padrões mundiais quanto à sustentabilidade e à gestão eficiente da infraestrutura condominial, por exemplo.
No tocante à estrutura prevista para os escritórios, o executivo destaca a alta tecnologia aplicada aos sistemas de voz, dados e imagem, além dos recursos previstos para que as empresas operem com eficiência energética e respeito ao meio ambiente. As torres serão servidas também por um helicentro dotado de serviços de hangaragem, com capacidade para cerca de 40 aeronaves. “Esses diferenciais certamente impulsionarão o fechamento de contratos de locação, antes mesmo da conclusão das torres”, acredita. O empreendimento hoteleiro (Allta Live) contará com 264 suítes e terá área construída de 45,8 mil m². O projeto contempla um resort completo, planejado para prover as melhores soluções de conforto aos usuários do complexo. Apegado ao hotel, o centro de convenções terá 18 mil m² de área útil, espaços exclusivos para receber um calendário permanente de feiras e eventos; 40 salas de reuniões e um auditório para 460 pessoas. Será o primeiro espaço do gênero distante a menos de 100 km da cidade de SP, apto a abrigar, portanto, eventos de empresas sediadas na capital e nos demais municípios da região metropolitana. Já o shopping center (Allta Shop), segundo o executivo, contará com até 26 mil m² de ABL (Área Bruta Locável) e será focado em alimentação e serviços. “Estamos certos de que não há nenhum empreendimento no Brasil, nos dias de hoje, que se assemelhe à Cidade de Negócios Allta”, conclui Nunes.
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ERC desenvolve o primeiro edifício comercial de alto padrão do bairro paulista Penha Com o desenvolvimento da zona leste nos últimos 30 anos, o distrito da Penha, um dos mais antigos de São Paulo, deixou de ser pacato e com o perfil estritamente residencial. A região recebeu investimentos nas áreas de transportes, comércio e educação e conta atualmente com quatro estações de metrô, lojas de departamento, o Shopping Penha e importantes universidades. Porém, um segmento não se desenvolveu e começa a atrair a atenção de empreendedores: os edifícios comerciais. Atentas a essa oportunidade no mercado imobiliário, as incorporadoras ERC Desenvolvimento Imobiliário e GR Properties anunciam parceria para a construção do primeiro empreendimento comercial de alto padrão da Penha. O projeto, que recebe o nome de Trade Penha Office, terá investimentos de R$ 22 milhões em VGV (Valor Geral de Vendas) e busca atender a empresas, profissionais liberais e investidores que procuram por unidades de qualidade e com localização privilegiada. Lançado em junho deste ano, será entregue em dezembro de 2013. Eduardo Rossi, fundador e presidente da ERC Desenvolvimento Imobiliário, destaca a localização e a infraestrutura do Trade Penha Office como determinantes para atender a essa demanda. “Estamos levando à Penha um conceito atualizado de escritório, com flexibilidade de layout, rede Wi-Fi no térreo, lobby com pé direito duplo e que será administrado por uma empresa especializada”, diz. O empreendimento ficará localizado na Rua Padre Benedito de Camargo, 356, distante cinco minutos da Marginal Tietê e seis quarteirões do Shopping Center Penha, com acesso fácil a diversos meios de transporte como metrô, trem, terminal e corredores de ônibus. O Trade Penha Office oferece salas comerciais de 35, 40 e 44 m2, com opção de junção para um total de até 350 m2. Entre os diferenciais do edifício destacam-se a segurança 24 horas com CFTV (Circuito Fechado de TV) e gerador de emergência para áreas comuns e elevador. O estacionamento será rotativo e com manobrista e a administração será feita por empresa especializada.
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O Trade Penha Office terá R$ 22 milhões de VGV
Os proprietários também terão a facilidade de contar com serviços de limpeza e manutenção, portal de serviços, gestão patrimonial, sistema de controle de acesso com catracas eletrônicas, comercialização de locações e administração dos contratos de locação, que poderão ser fechados de acordo com o interesse de cada um. A ERC Desenvolvimento Imobiliário irá gerenciar os recebíveis, a carteira de locações e o mix de novos inquilinos. Fundada em 2009, a companhia tem no portfólio empreendimentos comerciais e residenciais, malls (centros comerciais e shoppings) e condomínios de logística, bem como projetos Built Suit, feitos sob medida. Em 2011, o faturamento da empresa será de cerca de R$ 65 milhões e a expectativa é atingir um VGV de R$ 200 milhões nos próximos três anos.
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Sig Engenharia conclui obra do Rio Office Tower Está chegando ao fim a obra do Rio Office Tower, executada pela Sig Engenharia. O edifício está entre os novos prédios construídos na avenida Presidente Vargas, Rio de Janeiro, que passa por uma revitalização, e foi elaborado com o propósito de aliar todo o requinte de um Triple A com as características de um green building, prédio verde gold. Com sua fachada espelhada, O Edifício Rio Office Tower é a combinação moderna de um grande projeto de engenharia e arquitetura ímpar para refletir as belezas naturais do Rio de Janeiro. Com 14 andares, o edifício possui três subsolos, térreo e jirau. Para obter a certificação de selo verde, para a obra foram adotados critérios de seleção de materiais pela distância de fabricação e efeitos poluidores do mesmo. Visando eficiência energética, foram adotadas fachadas com vidro duplo e ar-condicionado com sistema de volume de ar variável (vav) de alto rendimento. A obra iniciou em junho de 2009. Para cumprir o prazo, A Sig adotou uma tecnologia pouco utilizado no Brasil: ao mesmo tempo, fez as fundações e a estrutura superior. “Instalamos fundações provisórias sobre perfis metálicos para executar a estrutura superior em concreto protendido a partir do térreo, e simultaneamente fizemos a execução dos três subsolos com escavação confinada”, explica o diretor Otavio Grimberg. Outro destaque foi o sistema Unitized para esquadrias. Quadros de alumínio, granito e vidro sobem prontos, com característica de montagem monobloco para fechamento das fachadas. “As esquadrias já vinham montadas junto com vidro e granito e começaram a ser
Rio Office Tower aliou requinte de um Triple A com as características de um green building
Também foram utilizadas paredes diafragma, que permite maior segurança para a execução de três subsolos, junto a bens tombados.
A avenida Presidente Vargas é uma das principais vias da cidade. Toda sua extensão dá acesso a várias modalidades de transporte público. O Complexo viário da Central do Brasil, o Metrô, das estações Presidente Vargas e Uruguaiana e as barcas interligam o Centro a várias regiões do Rio e outros municípios. Além disso, a proximidade aos aeroportos Santos Dumont e Tom Jobim fazem do Centro a localização perfeita para empresas com atuação em diversos estados.
O Rio Office Tower fica no Centro do Rio de Janeiro. Historicamente, é a região comercial mais importante da cidade. Embora seja um bairro bastante plural, o Centro destaca-se pela vocação financeiro-empresarial. Lá encontramos desde prédios históricos a modernos arranha-céus com um número elevado de empresas.
A infraestrutura que cerca o Rio Office Tower é outro ponto alto da sua localização privilegiada. A proximidade ao centro de compras mais importante da cidade traz com ela várias opções em alimentação, comércio e serviços, garantia de total conveniência e comodidade às empresas que irão ocupar o edifício.
colocadas quatro pavimentos abaixo do último pavimento que estava sendo concretado. Este sistema permite maior agilidade. A montagem do fechamento das fachadas é feita para atender ao prazo da obra, durante a execução da estrutura”, diz Grimberg.
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Matec entrega última torre do Centro Administrativo Rio Negro A Torre “D”, localizada no Condomínio Centro Administrativo Rio Negro, no município de Barueri (SP), juntamente com seu edifício-garagem, acaba de ser concluída. A Matec, construtora responsável pela obra, finalizou neste mês de julho o acabamento da Torre Jauaperi, última do complexo que já possui três torres em funcionamento e vem sendo desenvolvido desde 2004. Por isso, as obras foram planejadas de forma a causar o menor impacto possível aos usuários do empreendimento. A fachada pré-moldada em pastilhas otimizou custo e prazo. “Como a construção está dentro de um complexo em funcionamento, quanto mais industrializado, menos impacto causamos para aos usuários dos outros empreendimentos”, explica Bianca Mengatti, gerente de Novos Negócios da Matec Engenharia. “Esse tipo de manutenção é mais fácil e de menor custo também, não é preciso pintar todo ano, apenas uma lavagem a cada três anos”, completa. A Matec investe muito em tecnologia, o que reduz riscos, evita atrasos e problemas com mão de obra. “Temos uma área específica voltada à tecnologia, um grupo sempre olhando o mercado de fora e aplicando novas tecnologias no Brasil. Com tecnologia aplicada nas obras não ficamos refém da mão de obra. Somos muito mais reféns da tecnologia e gestão de engenharia do que de mão de obra”, afirma Bianca.
Projeto Elaborado por Ricardo Julião Arquitetura e Urbanismo, o projeto tem um desenho em U, com a abertura voltada para o norte. No espaço não edificado (o centro do U) foi criada uma praça central, para onde se volta o setor de convivência, que ocupa o embasamento do conjunto com lojas e serviços. O subsolo possui dois níveis para estacionamento e estende-se por todo o perímetro do lote. São quatro torres, que contam com os nomes de afluentes do rio Negro - Jaçari, Padauiri,
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A torre Jauaperi é a quarta e última do Centro Administrativo Rio Negro, em Barueri (SP)
Demini e Jauaperi, interligadas pela marquise com estrutura metálica. A torre mais alta e mais próxima da rua, com heliponto, é a Jaçari, que soma 769 m2 de área privativa por andar. Ela é composta por 15 pavimentos-tipo, cada um deles divisível em até oito unidades de escritórios de 88 m2. O núcleo centralizado e a disposição dos elevadores - seis equipamentos em dois grupos
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de três - permitem a divisão do andar em dois blocos e a opção de criar um hall privativo para cada quatro conjuntos. Outro recurso do desenho foi alternar escada e elevadores nos dois halls, para que os escritórios apresentassem áreas semelhantes. A outra edificação concluída é a Padauiri, com 13 pavimentos-tipo e 1.221 m2 de área livre por laje, que podem ser ocupados por até duas empresas. Descontando as quinas irregulares, a primeira torre possui planta quadrada e a segunda é retangular. Ambos os prédios dispõem de sistema central de ar condicionado, shafts para telecomunicações, recursos de automação e de segurança patrimonial e contra incêndio. Eles foram entregues com piso elevado, forros e instalações de iluminação. Com a entrega desta última torre o complexo somará 120 mil m2 de área construída. A estrutura dos prédios é de concreto moldado in loco e protendido, o que resultou em vãos maiores entre os pilares e pé-direito maior que o convencional. Pré-fabricados, os banheiros chegaram prontos ao canteiro e foram conectados em seus locais definitivos. O valor destinado à obra foi predeterminado e implicou a constante busca por soluções compatíveis com os recursos. “Contratamos um orçamentista para acompanhar o desenvolvimento do projeto”, relata o arquiteto Ricardo Julião. A solução de fechamento foi em decorrência do orçamento limitado, que inviabilizava o uso de granitos, painéis de alumínio composto ou grandes extensões em vidro. “Procuramos uma solução estética de custo compatível e chegamos aos painéis pré-fabricados com cimento branco de alta resistência, que receberam proteção hidrofugante para facilitar a limpeza”, detalha Julião. Apesar do uso do cimento branco, os elementos têm tom de areia clara, escolhido com base em amostras elaboradas com diferentes cores de agregados.
Even aposta em edifícios comerciais em São Paulo A Even Construtora e Incorporadora S/A tem no momento dois empreendimentos em São Paulo, o Sena Madureira Offices e o Airport Offices, que terão suas obras concluídas, respectivamente, em dezembro de 2012 e outubro de 2013.
Airport Offices O Airport Offices está sendo implantado em uma área privilegiada, em um terreno de 1.560 m2 ao lado do Aeroporto de Congonhas, a principal porta de entrada e saída da cidade de São Paulo. A região conta ainda com infraestrutura completa de comércio e serviços, além de fácil acesso às principais vias da cidade. O empreendimento possui uma torre de 10 pavimentos (1 intermediário e 9 pavimentos tipos), que abrigará 157 conjuntos. Com arquitetura moderna e exclusiva, o Airport Offices possui varandas em todas as unidades e plantas flexíveis que se adaptam às necessidades de empresas de qualquer porte ou segmento de atuação. Outro diferencial do projeto são os serviços oferecidos aos clientes, como lounge interno para fazer o check-in antes de ir ao aeroporto, espaço para guardar malas e bagagens e acesso público a carregadores de aparelhos celulares e notebooks.
O projeto de arquitetura é de Jonas Birger Arquitetura, paisagismo de EKF Paisagismo e decoração de José Ricardo Basiches
Sena Madureira Offices O empreendimento fica em um dos maiores corredores da cidade de São Paulo: a 600 metros do metrô Vila Mariana e a 700 metros do metrô Santa Cruz. As plantas são flexíveis com salas de 31m² a 460m², com previsão para instalação de ar condicionado, dois banheiros e copa, além de forro e piso elevado. São duas torres e edifício-garagem em uma área de 2.572,08 m2. O empreendimento possui seis sobressolos, um térreo, 1º pavimento, 10 pavimentos tipos e um ático. Um diferencial do Sena Madureira Offices é o brise vegetal, cujas vantagens são: aumento da biodiversidade, redução da emissão de carbono, atenuante da poluição do ar, diminuição da temperatura de micro e macroambientes externos, conforto térmico e acústico para ambientes internos e contribui para a maior durabilidade dos prédios, pois diminui a amplitude térmica. Além disso, contribui para inclusão social, aumenta a oportunidade de convívio com a natureza em diferentes lo-
O Airport Offices está sendo construído ao lado do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e abrigará 157 conjuntos
cais, embelezamento dos centros urbanos, e contribui significativamente na pontuação de certificações como LEED. O projeto é de Jonas Birger Arquitetura, paisagismo da Núcleo Arquitetura da Paisagem e projeto de decoração de José Ricardo Basiches.
O diferencial do Sena Madureira Offices, que possui conjuntos de 31m² a 460m², é o brise vegetal
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Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, recebe avalanche de lançamentos Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, tem recebido uma avalanche de condomínios residenciais nos últimos anos e será beneficiada por uma série de obras de infraestrutura que estão sendo realizadas para as Olimpíadas de 2016, como os corredores expressos que vão ligar a Zona Oeste à Zona Norte do Rio. Com isso, a demanda por novas salas comerciais teve um aumento enorme nessa área e as construtoras, atentas a essa carência, investiram numa série de lançamentos para 2011. Um dos locais que mais tem se destacado em Jacarepagua é o sub-bairro Freguesia, que fica a 10 minutos da Barra da Tijuca e disponibiliza empreendimentos com a metade do valor do metro quadrado da cobiçada região, o que representa uma vantagem em relação ao custo-benefício, avalia Antonio Carlos Moraes Rego, diretor da Comasa, que lançou no dia 28 de junho o Target Offices e vendeu 60% das unidades em um dia. A Rubi Engenharia vendeu 70% das unidades do Unique Offices no dia do lançamento, 26 de maio de 2011. A construtora Leduca lançou agora em junho o Fusion Office Tower. Trata-se de um empreendimento com 240 salas comerciais e 5 lojas, localizado na Freguesia. O VGV (Valor Geral de Vendas) é de R$ 32 milhões e o empreendimento será entregue em dezembro de 2013. O diferencial é o modelo de comercial com área de lazer, conceito trazido dos empreendimentos residenciais. “A ideia é agregar serviços e também áreas de lazer ao empreendimento para dar suporte de con-
O Unique Offices teve 70% das unidades vendidas no lançamento
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veniência a quem optar pelo nosso produto”, afirma Paulo Marques, sócio-diretor da construtora, que já contabiliza o sucesso de vendas do Global Offices na região. Lançado pela Leduca em 2010, o Global Offices Freguesia conta com 154 salas e área de lazer com academia, sauna, hidromassagem, salas de reunião, auditório e cyber café. A incorporadora Latini Bertoletti desenvolveu, em parceria com a Ancar Ivanhoe, um projeto de três torres comerciais que serão erguidas junto ao Shopping Nova América, na Zona Norte do Rio de Janeiro. É o primeiro projeto do tipo no estado dentro do conceito de mixed use. A empresa agora vai exportar esse projeto para São Paulo e Norte do país.
Target Offices O empreendimento da Comasa marca a estreia de uma série de parcerias previstas para 2011 com Gafisa e Capital Management. Composto por três torres, totalizando 518 salas e 45 lojas, o Target Offices tem VGV de R$ 90 milhões. A expectativa é vender 75% das unidades, as quais estão sendo comercializadas a R$ 5.700/ m2, em 30 dias, e o restante ao longo da obra, que deverá ser concluída em 24 meses. O Target Offices é todo envidraço, coberto por um vidro térmico que reflete o calor importado da Espanha. O empreendimento automatizado visa a economia de energia, reaproveitamento de água e possui elevadores inteligentes. As salas têm de 20 a 25 m2, com eixo de 2,90 metros, distribuídas em sete pavimentos, além
O Fusion Office Tower tem VGV de R$ 32 milhões e será entregue em 2013
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de dois subsolos com 380 vagas, que funcionarão no sistema rotativo. “Para disponibilizar uma por sala seriam necessárias muitas vagas. Há uma ordem de 60 a 70% de vagas em relação ao número de unidades, a proposta é garantir a ocupação”, explica o diretor da Comasa. A empresa também está desenvolvendo um empreendimento em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, com 384 unidades entre salas e lojas, que será vendido a R$ 4.500/m2.
Unique Offices Em 2010, a Rubi Engenharia lançou dois empreendimentos comerciais na região. Ambos foram 100% vendidos no dia do lançamento. Agora em junho, a empresa lançou o Unique Offices, que terá seis pavimentos, 178 salas comerciais e sete lojas, com um VGV de aproximadamente R$ 23 milhões. As salas terão de 22 a 102 m² e as lojas de 53 a 164 m². Todas as lojas são de frente para a rua. Há um terraço na cobertura e um estacionamento que oferece 126 vagas rotativas. O empreendimento, vendido a cerca de R$ 5.000/ m2, oferece auditório, salas de reunião e espaço café. De acordo com Paula Côrtes, gerente de marketing da Rubi Engenharia, o Unique Offices será todo revestido com espelho verde e terá uma fachada moderna. O empreendimento também possui catraca eletrônica, controle de acesso no lobby, elevadores independentes, segurança 24 horas e controle de acesso de veículos automatizado. Para reduzir o consumo de energia, as áreas comuns possuem sensores de presença e lâmpadas de baixo consumo e alta durabilidade. A previsão de entregue é abril de 2014. A Rubi também está desenvolvendo mais dois empreendimentos na Freguesia, vendidos 100% no lançamento, o Advance Offices, que terá 144 salas de 21 a 28 m2 e 12 lojas de 41 a 70 m2, e o Evolution Corporate Center, com 64 salas de 22 a 46 m2 e 10 lojas de 59 a 69 m2. Ambos serão entregues em 2012. O segmento de escritórios representa 40% dos lançamentos da empresa, que lançará outro empreendimento comercial no final do ano no Méier, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro.
Grupo Noster implanta projeto inovador em Curitiba
Vista geral do empreendimento Neo SuperQuadra
Perspectiva da fachada do Neo Corporate
O Grupo Noster está desenvolvendo um arrojado complexo imobiliário na capital paranaense, que será entregue em janeiro de 2013. O Neo SuperQuadra é composto por três torres: Neo Residence, Neo Business e Neo Corporate. O empreendimento ocupará um total de 63 mil m² de área construída e terá três frentes e acessos diferentes pelas Ruas da Glória, Heitor Stokler de França e pela Avenida Cândido Abreu, no bairro Centro Cívico, além de um total de 453 vagas de garagem. O empreendimento, que deverá receber cerca de 3,5 mil pessoas por dia, é incorporado pelo Grupo Noster, construído pela Gafisa e comercializado pela Lopes e Galvão. Atualmente 88% das salas e apartamentos do complexo já se encontram vendidos. O Neo Corporate está disponível apenas para locação, pois será administrado pelo Grupo Noster. A concepção da arquitetura foi realizada pelo escritório Baggio & Schiavon Arquitetura.
Neo Business O Neo Business oferece salas individuais ou andares inteiros destinados aos profissionais liberais, que poderão estabelecer seu escritório ou consultório, com metragens de 50 m² até 901,55 m², e ainda dispor de uma série de serviços pay-per-use. Entre os serviços oferecidos estão uma central de cópias e impressões, gestão de documentos ativos e inativos, organização de eventos, serviços de entregas rápidas, mídia eletrônica, layout de escritórios, central de locação e posto de coleta de lavandeira, serviços de chaveiro, sapataria e costura. Também faz parte do empreendimento um importante projeto paisagístico desenvolvido pelo agrônomo e paisagista Marcelo Faisal. O Neo Business terá em seu terceiro pavimento um espaço de 627 m² de área verde privativa projetado por Faisal, e um espaço planejado para receber reuniões informais e confraternizações, desenvolvido pela arquiteta Janaína Leibovitch.
Perspectiva das salas internas do Neo Corporate
Neo Corporate O Neo Corporate será composto por lajes corporativas, destinadas à locação de grandes empresas multinacionais. Uma das facilidades oferecidas pelo empreendimento é a flexibilidade que os locatários terão para instalar escadas internas que permitirão a integração dos andares de acordo com a necessidade de cada cliente. As lajes possuem 1.302 m², moduláveis em quatros salas de 325 m² cada. A área privativa locável é de 8.860 m², com 984m² por andar. O empreendimento também conta com um auditório.
Preocupação ambiental e com a qualidade O Grupo Noster projetou o espaço com o intuito de oferecer qualidade de vida e maior integração com espaços verdes. O projeto utiliza recursos naturais para limitar o uso de grades e muros de proteção, conciliando os espaço comercial e residencial no complexo. Os arquitetos criaram um boulevard central que interligará as três ruas com um ambiente composto por espécies frutíferas, palmeiras variadas, arbustos, espelhos d’ água, fonte e cascata. Todo o complexo do Neo SuperQuadra recebeu da Secretaria de Meio Ambiente a Licença Ambiental de Instalação número 476, a primeira fornecida pela Prefeitura de Curitiba para este tipo de empreendimento. Sua construção é desenvolvida de acordo com o Relatório Ambiental Prévio (RAP), que inicialmente previne os possíveis impactos ao meio ambiente. A obra também dispõe de diversos recursos que visam o melhor aproveitamento de materiais, como reuso de água, fachadas em vidros especiais, ar condicionado não poluente e acendimento automático das luzes nas áreas comuns. As medidas foram adotadas para que tanto o Neo Business como o Neo Corporate estejam aptos para receber a certificação Green Building (prédio verde), concedida pelo GBC (Green Building Council).
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Le Quartier Águas Claras, da João Fortes, é sucesso no Distrito Federal A João Fortes Engenharia, dessa vez com a parceria da LB Valor, leva a marca Le Quartier, que foi sucesso no Plano Piloto, para Águas Claras, e lança um centro comercial que reúne salas e lojas de galeria. O Le Quartier Águas Claras Gallerie & Bureau tem um VGV (Volume Geral de Vendas) na ordem de R$ 127,5 milhões e fica ao lado da principal estação de metrô da região, reunindo um grande fluxo de pessoas. Lançado no final de 2010, teve uma ótima velocidade de vendas. O empreendimento terá 17 pavimentos com 498 salas comerciais com metragens entre 28,94 m² e 121,59 m² e 43 lojas na galeria do térreo com tamanhos de 17,92 m² a 66,76 m². De acordo com Luiz Henrique Rimes, diretor Nacional de Negócios da João Fortes Engenharia, Águas Claras tem ajudado a alavancar o crescimento do mercado imobiliário do Distrito Federal nos últimos anos e faz parte da estratégia da companhia. “Para 2011 e os próximos anos, já temos cerca de 15 terrenos comprados no Plano Piloto, Setor Noroeste e já estudamos outros em Águas Claras também. Brasília hoje já é o segundo maior mercado brasileiro para o setor imobiliário e a João Fortes tem planos de desenvolver cada vez mais negócios na região”, comenta Rimes. O centro comercial contará com uma infraestrutura completa e com serviços pay-per-use como concierge, organização de eventos, copa/ coffee breaks, centro de convenções, salas de reunião, business center, central de fax, cópia e impressão, serviço de mensageiro, central de arrumação e limpeza e central de manutenção e reparo.O estacionamento será rotativo distribuído nos três andares de subsolo e nos três pavimentos de garagem. Já o paisagismo local foi pensado para tornar o ambiente mais agradável com muito verde, flores e espelho d’água.
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O Le Quartier Águas Claras Gallerie & Bureau tem VGV de R$ 127,5 milhões
O Le Quartier Águas Claras Gallerie & Bureau também conta com o serviço Option Line sem custo adicional como: opção de alteração de posição das portas dos banheiros das salas comerciais, opção de junção de salas e lojas e salas entregues com piso elevado. Outras vantagens são opções de acabamentos para os banheiros das salas comerciais, opção de compra de fechadura eletrônica nas portas das salas comerciais e possibilidade de adaptação dos banheiros das salas comerciais para portadores de necessidades especiais.
Vision Work & Live O empreendimento, também lançado em 2010, está localizado em um dos terrenos mais valorizados do Plano Piloto, reúne 226 salas comerciais e 406 unidades de apart-hotel em um ambiente sofisticado e com localização estratégica, próximo ao Eixo Monumental e ao Conjunto Nacional.
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O Vision Work & Live está localizado em um complexo de 22 mil m²
Unir lazer, trabalho e investimento com tecnologia e segurança faz parte de uma tendência já vista em outros grandes centros urbanos e que a João Fortes trouxe para Brasília. O Vision Work & Live está localizado em um complexo de 22 mil m², que terá um clube particular, o Premium Club Le Quartier, com academia, piscina aquecida indoor, sauna a vapor com duchas, massagem, vestiários e espaço para repouso. O empreendimento terá 18 pavimentos – sendo a cobertura uma área de lazer exclusiva do apart-hotel - três subsolos com 385 vagas e duas lojas no térreo. As salas comerciais terão metragens entre 20,47 m² e 85,89 m² e as unidades de apart-hotel de 24,21 m² e 59,26 m², sendo 14 unidades coberturas duplex com metragens entre 67,08 m² e 86,24 m². A fachada será em vidros verdes reflexivos em duas tonalidades diferentes e vidro cinza com detalhes em alucobond, textura e aço inox.
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ANÁLISE IMOBILIÁRIA
Heitor Kuser Presidente do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Econômico e Social (IBDES)
COPA do Mundo 2014
Ovelha não é pra mato No Rio Grande do Sul, tradicional estado criador de ovelhas, há um ditado que diz “ovelha não é pra mato”, que significa dizer que se a ovelha for colocada no mato e não no campo, com espaço plano para pastar, ela não se dará bem e provavelmente morrerá de fome, pois ela não nasceu para ser criada fora desse ambiente, portanto, está completamente fora de seu habitat. Ela não sabe viver no mato e sequer sabe o que está fazendo lá, pois, não é seu lugar. É exatamente isso que está acontecendo com a “ingestão” da Copa do Mundo de futebol que se aproxima - na verdade 2014 é amanhã. “Ingestão” para aludir o ilustre ministro Magri, do presidente Fernando Collor, quando disse que as coisas que lhe interessavam naquele momento eram “imexíveis”. Assim, o que acontece nas coisas da Copa nas cidades e estados sede é a “ingestão”, “agestão” ou para simplificar, a total falta de gestão profissional e demonstração inequívoca de como as coisas não devem ser conduzidas. Cabe até mesmo perguntar aos responsáveis (melhor dizer irresponsáveis?): vocês sabem o que é gestão, pois “ingestão” já vimos que dominam como poucos. Outra pergunta que colocou a ovelha no mato deveria fazer é: você sabe fazer o que deverá ser feito? O Projeto COPA 2014 contempla 26 programas do caderno de encargos firmado com a FIFA e que devem ser implantados pela autoridade pública de cada estado-cidade-sede de controle do projeto - controle? Em geral as cidades sede (em alguns casos com a participação dos respectivos estados) criaram agências ou secretarias especiais para tratar do assunto COPA, identificando oportunidade política e financeira considerando os polpudos recursos envolvidos. O que acontece é que os (ir)responsáveis por esses órgãos criados são eminentemente políticos sem nenhum conhecimento nem experiência sobre o assunto e não raro, entendimento
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sequer conhece a envergadura do projeto e de suas necessidades, que aliás são enormes. Some-se a isso que os servidores dessas estruturas igualmente não conhecem o assunto e não tem sequer entendimento de gerenciamento de projetos, gerenciamento de riscos, cronogramas, integração de projetos, portfólio e sistemas, fruto de suas ações no serviço público que sempre atuou dessa forma. Além disso, temos a falta de compromisso com resultados versos a presença de interesses pessoais, pois como já disse, o Estado sempre atuou dessa forma. O que não perceberam é que a tradicional inércia do poder público em geral sofre adiamentos, aditamentos e prorrogações de prazos, cronograma e recursos, todavia no caso em questão, prazos são imutáveis, pois a abertura da Copa das Confederações, evento preparatório para a Copa de 2014 que igualmente tem data e hora para começar e encerrar. Há a necessidade imediata de se profissionalizar o grupo de trabalho que está cuidando do assunto, que esteja focado em resultados, metas e cronograma, seguindo à risca o que está contratado e firmado junto ao comitê organizador da Copa no Brasil. Afinal, não está claro que não há nenhuma possibilidade de isso acontecer com o status de pessoas que está envolvida com o assunto? Os riscos são enormes e os reflexos políticos maiores ainda. Temos que lembrar que no próximo ano teremos eleições para prefeitos e esse tema será motivo muito explorado por ambas as partes envolvidas, paralisando ainda mais o processo de decisão e o jogo de empurra-empurra como também ataques e defesas que invariavelmente levarão à estagnação de diversas ações. Nesse quesito corre-se risco ainda maior se os responsáveis forem candidatos a vereadores ou prefeitos, pois como sempre acontece, indicam seus substitutos que nada fazem senão – usando o próprio jargão do futebol - “cumprir tabela”, ou seja, a tragédia se aproxima numa velocidade su-
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persônica, enquanto as providências se movem na velocidade de um caramujo aleijado. Uma gestão profissional, subordinada às agências ou secretarias é uma atitude responsável por parte das autoridades diante da irresponsabilidade com que as coisas estão sendo tratadas. Não se está propondo a extinção desses órgãos públicos criados, mas que façam a parte política do processo e deixem na mão de profissionais e de políticos o que estes sabem fazer. Enquanto a maioria fala apenas de estádios os outros 25 programas estão sendo deixados de lado e podem gerar muito mais benefícios às cidades-sede, como exemplo investimentos em turismo, mas não só no lugar comum que todos comentam como treinamento (que apesar de comentarem nada está em curso de maneira profissional e dificilmente trará resultados), mas em artesanato e desenvolvimento de novas oportunidades e empreendimentos. O fortalecimento desse setor trará frutos pós-copa importantíssimos para os estados, isso sem falar na infraestrutura e transportes é claro – pelo menos esses, como giram com grandes volumes de recursos estão sendo olhados, apesar de igualmente estarem em passo lento. O pior é que diversas consultorias nacionais e internacionais tem sido contratadas para ajudar, porém nos casos conhecidos os recursos aplicados foram grandes e os resultados gerados por consultores trainee tão sensacionais quanto uma descrição dos itens que contém uma cozinha, depois de seis meses de análise da cozinha. Ainda assim, o ideal é contratar uma instituição privada que tenha agilidade e velocidades para trabalhar e com profissionais do ramo. Ora, velocidade e agilidade é característica de qualquer órgão público que seja? O problema da falta de profissionalismo é tão grave que os organismos criados nem fiscalizar e cobrar sabem. O que comprova o velho ditado gaúcho: ovelha não é pra mato.
O evento para pesquisadores e prossionais do mercado imobiliário
11 Conferência Internacional da LARES a
Latin American Real Estate Society São Paulo, 14 a 16 de setembro
Temas em debate, por destacados palestrantes brasileiros e estrangeiros: y Estratégias dos fundos de pensão para investimentos em real estate y Os riscos de formação de bolhas imobiliárias no Brasil
y Índices, informações e transparência nos mercados de real estate y Investimentos internacionais no mercado de real estate brasileiro
y Tendências e estratégias para o corporate estate management y Perspectivas globais sobre formação prossional em real estate
Apresentação de estudos e pesquisas sobre os temas: y Formação prossional e educação em real estate y Avaliação de imóveis y Investimentos internacionais para América Latina y Políticas públicas e desenvolvimento urbano y Habitação de interesse social y Sustentabilidade em real estate
y Novas fontes e instrumentos de nanciamento imobiliário y Modelos de parcerias para investimento em infraestrutura y Análise espacial e aplicações SIG/GIS y Sistemas de informação e indicadores para o mercado
Mercado de capitais o real estate Direito imobiliário Corporate Real Estate Management Gerenciamento de Facilidades Empreendimentos de base imobiliária: shoppings, escritórios, hospitais, hotéis e galpões.
Lançamento do escritório para a América Latina da RICS – Royal Institute of Chartered Surveyors
Local: Centro Britânico Brasileiro Rua Ferreira de Araújo, 741 Pinheiros, São Paulo - SP Informações e inscrições www.lares.org.br/2011 | (11) 3091-5459 lares@lares.org.br
Realização
y y y y y
Patrocínio
Entrega dos prêmios: Abecip, International Council of Shopping Centers e Journal of Property Management Visitas técnicas a empreendimentos de destaque do mercado de real estate paulistano
Apoio
INVESTIMENTOS
Santiago Herreros de Tejada*
Regulamentação e Tecnologia: Elementos-chave para a segurança e qualidade do processo de avaliação imobiliária nos mercados internacionais Devido à minha experiência de mais de 10 anos no setor imobiliário internacional, tenho tido a oportunidade de participar como palestrante em diversos foros e congressos de avaliação na Europa Ocidental, Europa do Leste, América Central, América do Sul e Estados Unidos. Nestes anos pude comprovar como vem crescendo a preocupação das autoridades com relação ao mercado de avaliação, principalmente depois da recente crise financeira internacional. De fato, atualmente estes eventos estão repletos de autoridades, entidades financeiras e profissionais envolvidos no mercado de avaliações, buscando soluções que tragam maior segurança a seus respectivos mercado hipotecários. É evidente que em alguns mercados o sistema tradicional de avaliação é ineficiente e que existem diversos fatores que originam riscos que se poderiam evitar. Alguns deles que posso citar são os seguintes: a adoção de critérios heterogêneos entre os distintos profissionais do setor resultando em relatórios com conteúdo também heterogêneo; falta de controles técnicos independentes na elaboração dos relatórios de avaliação; bases de dados não auditadas; ausência de padronização das informações; existência, em alguns casos e em determinadas regiões, de monopólios por parte de avaliado-
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res; trabalhos realizados ainda de forma artesanal, sem automatização dos processos; PDF passíveis de manipulação, entre outros. Todos estes fatores originam riscos sistêmicos no mercado de avaliação que impedem a realização de um controle de qualidade das avaliações que sirvam como garantia dos empréstimos hipotecários. Estes fatores podem, ainda, produzir desvios nas opiniões emitidas pelos avaliadores a respeito dos valores. E quando o valor real de uma propriedade não está refletido corretamente no relatório, o potencial de perda financeira é muito significativo. Esta perda, que a nível microeconômico impacta somente o emprestador e o avaliador, pode ter efeitos devastadores do ponto de vista macroeconômico, prejudicando os mercados hipotecários, imobiliários e domésticos, bem como os mercados e economias globais, fato que testemunhamos nos últimos anos. Por isso estamos conscientes de que isso não pode voltar a repetir-se pelo bem comum da economia mundial. A deterioração do processo de avaliação não foi produzida de um dia a outro, mas sim através de um processo que foi evoluindo influenciado também pela globalização dos mercados.
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A partir do momento em que a concessão de empréstimos hipotecários passou do âmbito local ao internacional, a securitização se converteu em uma faca de dois gumes: se por um lado proporcionava uma grande liquidez para o setor imobiliário, por outro criou uma falsa e perigosa ideia de que se podia eliminar o risco e que as normas de garantia e crédito podiam ser suavizadas. Em alguns casos esta situação acelerou os processos de concessão de empréstimos hipotecários de tal forma que se priorizou a concessão dos mesmos, sem nenhum tipo de controle sobre as avaliações que suportavam as garantias hipotecárias, criando a crise subprime, com uma série de conseqüências nefastas para a economia mundial. A necessidade de mudança nos processos e metodologias já existia em diversos mercados, porém, depois da crise imobiliária e financeira que vivenciamos isso ficou muito mais evidente. São necessárias mudanças significativas e profundas, entre elas, uma melhor definição de como elaborar as avaliações e a implantação de regulamentos, que incluam regimes sancionadores, definição de regras para a realização da avaliação, as informações que devem conter, os controles de qualidade, as incompatibilidades e as autorizações para operar no mercado.
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A partir de agora os mercados secundários irão analisar com maior critério os processos, as metodologias e tecnologias de avaliação que são utilizados nos diversos mercados hipotecários no momento de adquirir carteiras hipotecárias. Para garantir a segurança dos mercados hipotecários é fundamental conseguir um excelente controle do resultado da avaliação e, em minha opinião, combinar a implantação de uma regulamentação estrita por parte das autoridades com ferramentas tecnológicas eficazes. Isso permitiria, por um lado, a realização de análises estatísticas e numéricas dos processos de avaliação, e de outro, a garantia da precisão e rigorosidade tanto no processo de confecção da valoração como no controle técnico de qualidade da mesma. Para que a mudança comece a acontecer é importante o apoio das autoridades e das entidades financeiras. As autoridades devem impor regulamentos estritos e as entidades financeiras devem assegurar-se de que seus avaliadores realizem avaliações de forma profissional, seguindo pautas que garantam as “boas práticas”. Um exemplo a seguir é o modelo aplicado na Espanha, onde existem unidades de avaliação e o mercado está regulado pelo Banco da Espanha. Além disso, os participantes são auditados e sancionados pelo organismo regulador. Através da implantação de uma regulação efetiva e de utilização de tecnologias eficientes de avaliação, o mercado hipotecário terá seu risco amplamente reduzido e conseguirá impor critérios técnicos e conteúdos de relatórios homogêneos, assegurando-se de que se realizam controles técnicos de qualidade, contanto com bases de dados auditadas e compartilhadas e informações padronizadas, o que permitirá realizar uma melhor análise das valorações. Também devemos considerar que nos mercados com volumes consideráveis de avaliações, é virtualmente impossível conduzir o negócio
de forma efetiva sem a utilização de softwares especializados para administração do processo de valoração. Os processos de fluxo de trabalho devem incluir um software que permita receber as solicitações, informar as datas relevantes, monitorar o estado da avaliação, manter um listado da rede de avaliadores, contar com ferramentas de medição de qualidade, controlar que se cumpra a normativa, que os critérios, métodos e procedimentos utilizados sejam os corretos, bem como comprovar, por meio de banco de dados, a adequação dos valores calculados aos parâmetros médios de valores da zona, entre outras funções. E tudo isso com o objetivo de dar maior segurança e controle ao mercado hipotecário. O mercado de avaliação imobiliária em cada país conta com suas próprias características, porém comprovamos que os processos, metodologias e tecnologias de avaliação desenvolvidas na Espanha é 100% adaptável e exportável à ambientes sócio-econômicos e legais diversos e que aportam segurança e garantias aos mercados hipotecários internacionais através da utilização de tecnologias robustas, flexíveis, confiáveis e seguras. É necessário conscientizar a indústria imobiliária de que investir em qualidade e automatização nos processos de valoração é algo rentável. Desta forma, podemos concluir que o binômio regulamentação/supervisão - tecnologia é fundamental para o correto funcionamento de uma atividade tão crucial com a avaliação imobiliária. Especificamente para o mercado hipotecário, a base sobre a qual se sustentam os empréstimos e créditos hipotecários, qual seja, a garantia imobiliária, deve estar corretamente valorada, não somente para que a relação entre o mutuário e o emprestador fique adequadamente configurada, como principalmente para que os investidores em títulos hipotecários, que, de forma direta ou indireta, correspondem na prática à totalidade dos poupadores de um país tenham acesso a estes títulos com segurança e confiança a longo prazo.
*Santiago Herreros de Tejada é Diretor Internacional do Grupo Sociedad de Tasación – Espanha sherreros@st-tasacion.es www.stinternacional.com
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INVESTIMENTOS Patrocinado por:
Caixa lança fundo com proteção do capital investido A Caixa Econômica Federal lançou, no dia 27 de junho, o CAIXA FI Capital Protegido V Multimercado. O produto oferece ao investidor rentabilidade proporcional a do índice Bovespa, preservando o capital aplicado. O Fundo permite aplicações a partir de R$ 5 mil e fica aberto para captação no período de 27 de junho a 26 de julho, podendo encerrar antes dessa data ao atingir o patrimônio líquido de R$ 100 milhões. A estratégia do Fundo consiste em aplicar parte dos recursos em títulos públicos e parte no mercado de derivativos. “O lançamento do FI Capital Protegido V permite a prospecção de investidores, que buscam a possibilidade de ganhos na renda variável, no médio prazo, mas que não querem correr o risco de perda, decorrente de eventual desvalorização da Bolsa”, explica a gerente nacional de Desenvolvimento de Produtos para Ativos de Terceiros da Caixa, Aline de Oliveira Lima. Podem aplicar recursos no Fundo pessoas físicas e pessoas jurídicas, privadas e públicas, com investimentos superiores a R$ 300 mil em ativos financeiros, em qualquer instituição. A taxa de administração do CAIXA FI Capital Protegido V Multimercado é de 1,60%. Por se tratar de fundo fechado, não haverá come-cotas semestrais, o Imposto de Renda só será cobrado em 13 de fevereiro de 2013, quando ocorre a liquidação do produto.
Conselho Estadual de Habitação discute estruturação de fundos O representante do SindusCon-SP junto ao Conselho Estadual de Habitação, João Claudio Robusti, participou em 10 de junho da segunda reunião deste colegiado. Dentre outros assuntos, foi apresentado e debatido o Regimento Interno com o objetivo de racionalizar e otimizar as reuniões do órgão, estabelecendo inclusive que as suas reuniões ordinárias são trimestrais. Na oportunidade também foi discutida a estruturação dos Fundos Garantidor e de Habitação de Interesse Social. Ficou definido que nos próximos 30 dias o Conselho voltará a se reunir extraordinariamente. Presidindo o Conselho, o secretário estadual da Habitação, Silvio França Torres, falou da disposição de utilizar a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) como agência de fomento, para induzir a política estadual de habitação.
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Previ venderá terrenos avaliados em R$ 600 milhões Os oito terrenos do instituto ficam perto da sede da Prefeitura e já tem atraído o interesse de instituições e investidores da iniciativa privada, apesar de custarem cerca de R$ 600 milhões por um potencial de edificação de 270 mil m2. Além da recente valorização imobiliária de todas as áreas do Rio de Janeiro, a região dos oito terrenos colocados à venda deve se beneficiar diretamente do projeto de revitalização da Zona Portuária. Ao contrário da área do Porto, a grande vantagem dos terrenos do Previ-Rio é que já estão livres, ou seja, disponíveis para construção. Além disso, contam com toda infraestrutura: proximidade com duas estações de
metrô, fácil acesso ao trem, às Linhas Vermelha e Amarela, à Avenida Brasil, ao Túnel Rebouças, ao Aeroporto Internacional e ainda a tecnologia de ponta do projeto Teleporto.
Muda regra para fundo imobiliário Audiência pública colocada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pretende tornar obrigatória a atualização do valor dos imóveis em carteira destinados à renda nas demonstrações financeiras anuais. A intenção é aumentar a
transparência e padronizar a forma de contabilização. Hoje os fundos têm a obrigação de reavaliar seus imóveis para renda anualmente, mas é decisão do administrador fazer o ajuste no balanço.
Fundos Imobiliários são melhor aplicação desde 2005 Um estudo feito pela gestora de recursos Rio Bravo mostra que os fundos imobiliários foram a aplicação financeira mais rentável dos últimos seis anos e meio. Esses fundos proporcionaram ao investidor um retorno médio de 375,7% de janeiro de 2005 até o mês passado. De acordo com dados do Instituto Assaf, a segunda melhor aplicação financeira no mesmo período foram os títulos públicos do governo federal. Uma cesta de NTN (papéis que pagam uma rentabilidade equivalente à inflação mais uma taxa de juros) teve valorização média de 176% no mesmo período. No Brasil, não existe um índice que meça a rentabilidade média dos fundos imobiliários. O indicador desenvolvido pela Rio Bravo considerou a taxa média de retorno paga aos investidores por 13 fundos. A rentabilidade reflete tanto as receitas com aluguéis que foram distribuídas aos quotistas quanto o aumento
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do valor das quotas em bolsa. O critério é o mesmo para o Ibovespa, por exemplo, que considera tanto a valorização das empresas incluídas no índice quanto os dividendos distribuídos aos acionistas. Além da rentabilidade bastante superior, outra vantagem dos fundos imobiliários sobre a bolsa foi a menor volatilidade. O retorno foi positivo em todos os anos considerados no estudo ao contrário do que se observa com as ações - o Ibovespa chegou a cair mais de 40% em um único ano. Por outro lado, os fundos imobiliários estão longe de apresentar um ganho tão constante quanto o da renda fixa. Em 2008, a rentabilidade dos fundos foi a pior da séria: apenas 5,62% - ou algo inferior à da caderneta de poupança. Já no ano de 2009 veio o melhor resultado: valorização de 43,43%, suficiente para deixar qualquer investidor feliz.
ARQUITETURA INTERNACIONAL
Margarida Ordaz Caldeira*
O caso “Roche” Tendo como tema os edifícios corporativos neste meu habitual artigo sobre Arquitetura Internacional, pensei que seria interessante escrever sobre uma experiência muito enriquecedora que tive ao participar em um projeto de um edifício corporativo destinado à Sede da Companhia. Foi realmente diferente da experiência de projeto de edifício corporativo em que não se conhece à partida o(s) seu(s) futuro(s) ocupante(s). O projeto de um edifício corporativo pode ser particularmente interessante quando se conhece à partida o utilizador final. Enquanto o projeto especulativo tende a ser mais estandardizado, de modo a satisfazer um leque mais alargado de potenciais ocupantes, o projeto encomendado por uma determinada firma acaba sendo feito à medida das suas necessidades, respondendo a um programa bem mais específico. Esse foi o caso do nosso projeto para a farmacêutica Roche, em Lisboa, onde acabamos fazendo um pouco de tudo, desde o levantamento das necessidades até à
distribuição final dos postos de trabalho por funcionário. O projeto era destinado á nova sede da Roche em Portugal, agrupando num único edifício duas divisões até aí separadas fisicamente. No total previa 6.000 m2 de construção acima do solo, mais um estacionamento no subsolo, um ginásio e um pequeno campo de futebol. Um dado fundamental era que as instalações existentes se mantivessem sempre em funcionamento durante a execução da obra. O novo edifício deveria ser construído no mesmo local e o antigo só seria demolido após a conclusão da nova sede. A elaboração do projeto foi um pouco diferente do habitual. A Roche criou um grupo de acompanhamento do projeto, constituído por uma comissão de utilizadores que incluía pessoal da administração e dos funcionários, que tinha reuniões periódicas para análise e discussão do projeto com Broadway Malyan. Uma empresa independente realizava o acompanhamento técnico e a gestão financeira do projeto, garan-
Sede da Roche em Portugal
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tindo o cumprimento dos prazos e do orçamento disponível. Começamos o processo fazendo uma análise às condições existentes no edifício antigo. Foi feito o levantamento das necessidades de cada posto de trabalho específico e um inquérito aos funcionários procurando detectar os melhoramentos que deveriam ser introduzidos. Efetuamos também entrevistas com os diretores de departamento e com o pessoal-chave. Com os dados recolhidos definimos o programa final do projeto, que incluía para além dos espaços de trabalho em “open space”, salas de reunião e espaços técnicos, um auditório para duzentos lugares, uma biblioteca, cozinha e restaurante e outra compartimentação de apoio. O novo edifício foi pensado para ocupar o local de um antigo armazém da Roche e estudamos um planejamento que permitiu realizar a obra de modo faseado, possibilitando a transição gradual dos serviços com um mínimo de perturbação. A Roche pretendia um edifício com parâmetros de qualidade acima da média e
imagem marcante. A nossa resposta foi conceber um edifício de arquitetura bem contemporânea, recorrendo a materiais de qualidade, criando um objeto simples mas funcional, onde imperasse a transparência, a luz solar e a qualidade sem ostentação. Organizamos o edifício em torno da ideia de uma “muralha” separadora entre os espaços semi-públicos e os espaços mais privados de trabalho. Essa “muralha” é formada por dois planos de pedra e atravessa todo o edifício, marcando claramente a fronteira entre as duas ocupações e recebendo simultaneamente toda a compartimentação técnica e de apoio. Na cobertura, escondidos pelos dois planos de pedra, colocaram-se os equipamentos técnicos necessários ao edifício. A planta desenvolve-se em forma de “U”, em torno de um pátio interior. O edifício assenta num embasamento em pedra que corresponde ao nível do subsolo, desmaterializando-se daí para cima num volume envidraçado ligeiro e transparente. Tanto no lado semi-público como no lado privado os grandes envidraçados dominam e a luz natural é uma constante. A transparência transporta visualmente o jardim exterior para o interior, aproxima os pisos, os departamentos e as pessoas.
Esse efeito é acentuado pela implantação em “U” e pelo facto de a compartimentação interior das áreas de trabalho ser mínima. É assim possível ver de uma ala para a outra, através de todo o edifício e do pátio. Os materiais são principais são a pedra e a madeira, conjugadas com o vidro e as caixilharias em alumínio com acabamento semelhante ao aço. Uma única excepção é o volume do auditório, pintado de vermelho e que rompe com o plano da fachada, invadindo a galeria exterior. A frente de chegada ao edifício é a mais festiva, marcada por lâminas verticais de vidro fosco, destinadas a sombrear o edifício, que criam diferentes efeitos de sombra durante o dia, em função da posição do sol, e que são iluminadas à noite. Essa fachada é a mais vísivel do exterior do terreno e representa a face do empreendimento. No final o edifício foi muito bem recebido quer pela direção da Roche quer pelos funcionários. Acabou virando «case study» na história da Roche, serviu de exemplo para vários edifícios desta farmacêutica nomeadamente em São Paulo Acabou ganhando o prêmio de melhor edifício de escritórios desse ano em Portugal da Revista Imobiliária.
* Margarida ordaz caldeira Diretora da Broadway Malyan Brasil
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COPA 2014
PAC da Copa prevê financiamentos de R$ 222 milhões para os 7 projetos de mobilidade em Curitiba A infraestrutura de mobilidade urbana foi prioridade do planejamento de obras em Curitiba, que assinou contratos de financiamento que vão viabilizar a melhoria de acessibilidade da cidade do Aeroporto Afonso Pena ao Estádio Joaquim Américo, rede hoteleira e gastronômica, além de locais de interesse turístico. “A condição do Governo Federal para integrar o PAC Copa era um projeto de mobilidade urbana com transporte público e conclusão viável até Copa das Confederações 2013 e Copa do Mundo 2014. Aliamos as condições aos interesses e Plano Diretor da Cidade e iniciamos os projetos do Corredor Aeroporto – Rodoferroviária (trecho Curitiba), Sistema Integrado de Mobilidade, Corredor Av. Cândido de Abreu, Requalificação da Rodoferroviária e seus acessos, BRT - Extensão da Linha Verde Sul, Reforma e Ampliação do Terminal Santa Cândida e Requalificação do Corredor Marechal Floriano (trecho Curitiba)”, conta Luiz de Carvalho, secretário municipal para a Copa. No dia 30 de junho, o prefeito Luciano Ducci assinou a licitação das obras de implantação da extensão da Linha Verde Sul, a primeira obra que receberá os recursos do PAC da Copa. As obras devem começar no mês de agosto. O Estado do Paraná também desenvolve projetos metropolitanos de mobilidade, integrados
aos de Curitiba, que garantirão a continuidade dos projetos até os municípios vizinhos e Aeroporto. São eles o Corredor Metropolitano, as Vias de Integração Radial, Sistema Integrado de Monitoramento, Corredor Marechal Floriano (trecho São José dos Pinhais) e Corredor Aeroporto – Rodoferroviária (trecho São José dos Pinhais). O PAC da Copa prevê financiamentos de R$ 222 milhões para os 7 projetos de mobilidade de Curitiba. Todos estão em andamento acelerado de projetos, com lançamentos de editais de obras para os próximos meses. As conclusões estão previstas para final 2012 e primeiro trimestre 2013. A INFRAERO também assumiu responsabilidades de melhorias no Aeroporto Afonso Pena e novos setores ainda desenvolvem as matrizes de responsabilidade como a área de Segurança. As áreas de segurança, saúde, promoção comercial e tecnológica, estádios, meio ambiente e sustentabilidade, infraestrutura, transparência, cultura, educação, ação social e desenvolvimento turístico estão em avaliação em Câmaras Temáticas junto ao Governo Federal, com participação do Estado e Município. “Não só a cidade-sede se apresenta neste mega evento, mas também a Região Metropolitana de Curitiba e o Paraná. Seja com participação de empre-
Obras irão melhorar a mobilidade urbana em Curitiba
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“Estudos do Governo Federal mostram que em infraestrutura, estádios, aeroportos e mobilidade, teremos investimentos em torno de R$ 33 bilhões. Teremos 3,7 milhões de visitantes só no mês dos jogos. Nosso país se projeta para o desenvolvimento em todos os setores. O maior legado que a Copa deixará são essas obras para a população e a exposição da cidade como ponto turístico. O nome de Curitiba já é divulgado no mundo inteiro, em razão da Copa de 2014. O setor turístico no Brasil inteiro crescerá com a Copa”
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sas nas atividades comerciais e prestadoras de serviços ligadas ao evento, seja no Turismo, ou como parte funcional do evento, pelos Campos de Treinamento das Seleções (CTS’s), que poderão sediar a moradia das seleções pelo Estado todo”, ressalta Carvalho. “Estudos do Governo Federal mostram que em infraestrutura, estádios, aeroportos e mobilidade, teremos investimentos em torno de R$ 33 bilhões. Teremos 3,7 milhões de visitantes só no mês dos jogos. Nosso país se projeta para o desenvolvimento em todos os setores”, completa. O secretário frisa a importância dessas sete projetos do PAC da Copa. “O maior legado que a Copa deixará são essas obras para a população e a exposição da cidade como ponto turístico. O nome de Curitiba já é divulgado no mundo inteiro, em razão da Copa de 2014. O setor turístico no Brasil inteiro crescerá com a Copa”.
Luiz de Carvalho, secretário municipal para a Copa
“A condição do Governo Federal para integrar o PAC COPA era projeto de mobilidade urbana, com transporte público e com conclusão viável até Copa das Confederações 2013 e Copa do Mundo 2014. Aliamos as condições aos interesses e Plano Diretor da Cidade e iniciamos os projetos do Corredor Aeroporto – Rodoferroviária (trecho Curitiba), Sistema Integrado de Mobilidade, Corredor Av. Cândido de Abreu, Requalificação da Rodoferroviária e seus acessos, BRT - Extensão da Linha Verde Sul, Reforma e Ampliação do Terminal Santa Cândida, Requalificação do Corredor Marechal Floriano (trecho Curitiba)” 87
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Estrutura da Arena Pantanal começa a ganhar forma A agência de organização da Copa de 2014 em Mato Grosso (Agecopa) divulgou texto sobre o andamento dos trabalhos de construção da Arena Pantanal, sede dos jogos do Mundial na capital Cuiabá. Assinado por Rodrigo Amorim, assessor de imprensa do órgão, o texto explica que a construção avança dentro do canteiro de obras - com a conclusão das fundações e início da montagem das estruturas - mas também em outra frente, na indústria que está moldando as peças de pré-moldados de concreto para posterior transporte ao local da obra.
Governo abre orçamentos da Copa para fiscalização O governo decidiu no dia 27 de junho que vai alterar a medida provisória que muda as regras de licitações da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016. Serão feitos ao menos dois ajustes de redação, a fim de deixar “mais nítidas” duas garantias: o acesso permanente dos tribunais de contas às planilhas e a imediata divulgação dos orçamentos tão logo feitos os lances. Pouco antes de votar a MP na Câmara, o governo alterou o seu texto, dificultando a fiscalização dos orçamentos. Pela redação aprovada pelos deputados, a lei retirava dos órgãos de fiscalização o direito de consultar os dados a qualquer momento. As informações sobre licitações seriam repassadas em “caráter sigiloso” e “estritamente” a esses órgãos depois de conhecidos lances da licitação -mas em data que caberia ao governo determinar. O Planalto defende um novo regime de concorrências para a Copa e a Olimpíada, que mantenha sigiloso o orçamento das obras até que as empresas façam os lances. O objetivo é evitar que, cientes do valor que o governo se dispõe a pagar, os interessados combinem um preço entre si, próximo do teto. O senador sugeriu ao líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), que os deputados incluam no texto as “emendas de redação”, o que reduziria o desgaste sobre o Senado.
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Empréstimo para construção da Fonte Nova continua bloqueado pelo TCE
Estádio Castelão segue nos prazos da FIFA
No TCE, continua parado o parecer sobre a liberação de R$ 323 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a construção da arena. Conforme informações da assessoria do TCE, o adiamento ocorreu por três motivos. Em primeiro lugar, porque o governo entregou, um dia antes, cinco documentos que fazem parte do projeto executivo da Fonte Nova. Neste mesmo dia, o órgão recebeu um cronograma com as datas e as etapas em que serão entregues as outras partes do projeto. O segundo motivo do adiamento foi o recurso proposto pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), que solicita a liberação integral do financiamento. A 2ª Câmara do TCE aprovou recentemente a liberação de 20% do empréstimo do BNDES. O terceiro motivo foi o envio de um aditivo que altera o contrato de execução da obra. O aditivo proporcionará redução de R$ 107 milhões para R$ 99 milhões/ano do valor que será pago pelo governo à concessionária (FNP). Os repasses serão feitos durante 15 anos.
A construtora baiana Andrade Mendonça, em consórcio com a Galvão Engenharia, está à frente da construção do Estádio Plácido Aderaldo Castelo, o Castelão, em Fortaleza (CE), uma das 12 arenas que vão sediar os jogos da Copa do Mundo 2014. O estádio é a obra que lidera o cronograma de cumprimento de prazos da FIFA. O local terá sua capacidade aumentada para 64 mil lugares, acima do exigido pela FIFA para atender ao público das semifinais da competição mundial. Também fazem parte do projeto, a construção do novo edifício da Secretaria de Esportes do Ceará, um amplo estacionamento, com capacidade para 1.750 veículos, e uma arena multiuso de 60 mil m². Além do cumprimento de prazos, a construtora se destaca por realizar toda a obra sem perder de vista a responsabilidade com o meio ambiente. Todo material de demolição do estádio está sendo reciclado. Além disso, um sistema de reuso da água está sendo projetado para irrigar o campo. A reabertura do Castelão está prevista para abril de 2013.
São Paulo receberá 285 mil estrangeiros na Copa Estimativa é do Departamento de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo, que está projetando a movimentação nos destinos turísticos brasileiros. A cidade de São Paulo será uma das principais receptoras de turistas estrangeiros na Copa do Mundo de 2014. Dos 600 mil turistas internacionais que virão para o evento, 285 mil deverão passar pela capital paulista e visitarão outras três cidades brasileiras. A projeção foi apresentada, em São Paulo, pela secretária Nacional de Políticas de Turismo do Ministério do Turismo, Bel Mesquita, durante o lançamento do 6º Salão do Turismo.
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terça-feira, 23 de agosto, 2011
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SUSTENTABILIDADE
Projeto SUSHI leva sustentabilidade às habitações populares O CBCS (Conselho Brasileiro de Construção Sustentável) e o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) realizaram no dia 21 de junho a apresentação dos resultados da primeira etapa do Projeto SUSHI (Sustainable Social Housing Initiative) no Brasil, na Escola Politécnica da Universidade (POLI-USP). O evento contou com a presença de Fábio Feldman, consultor ambiental e conselheiro do CBCS; Tomoko Yshimoto, diretora da divisão regional de cooperação UNEP; Marcelo Takaoka, presidente do CBCS; Jean Benevides Jean Rodrigues Benevides, gerente nacional de Meio Ambiente da Caixa Econômica Federal; Cristina Montenegro, representante do PNUMA no Brasil; Elisa Tonda, coordenadora regional do Programa de Eficiência de Recursos no Panamá; Margarita Astrolaga, diretora regional para América Latina e Caribe (UNEP) no Panamá; Marina Bortoletti, representante do PNUMA Brasil; Eduardo Trani superintendente de planejamento da Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU); Maria Salette Weber, técnica do Ministério das Cidades; Raquel Lejtreger, representante do Ministério de Habitação do Uruguai; e Roberto Lamberts, engenheiro da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).
Projeto Sushi O PNUMA lançou o projeto SUSHI simultaneamente no Brasil e na Tailândia em 2008. A liderança do projeto no Brasil ficou sob responsabilidade do CBCS e foi criada uma rede de especialistas multidisciplinares para avaliar os desafios e propor soluções sustentáveis para projetos de habitação social. O Projeto SUSHI foi realizado na cidade de Cubatão, durante o período de outubro de 2009 e março de 2010, com objetivo de identificar, mapear e caracterizar tecnologias que possam ser incorporadas no processo de construção de habitações voltadas para o interesse social no Brasil, envolvendo todos os agentes de sua cadeia, desde projeto, fornecedores e consumidores. O relatório possui como proposta analisar os projetos de habitação no Estado de São Paulo, com a finalidade de definir ações que possam diminuir os entraves para a adoção de soluções sustentáveis. Um dos elementos considerados é que a construção civil alcançou um papel de destaque no desenvolvimento da economia brasileira, mas devido ao déficit habitacional existente é importante que os agentes de desenvolvimento da habitação pública se articulem para aprimorar as técnicas já existentes no mercado. O CBCS estabeleceu parecerias com instituições envolvidas no desenvolvimento e implantação de projetos habitacionais sociais, entre elas, a Caixa Econômica Federal, que é responsável por aproximadamente 70% dos financiamentos de interesse social, a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano do Estado de São Paulo), considerada o maior agente promotor de moradia popular do país, que está vinculada à Secretaria da Habitação, além de importantes universida-
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Palestrantes debatem os resultados da primeira etapa do Projeto Sushi
des, entre elas, a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Também estão entre os parceiros do CBCS Fabio Feldmann, ex- secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, representantes da indústria de materiais do setor da construção e administradores prediais. De acordo com Marcelo Takaoka, o objetivo do Projeto SUSHI é promover qualidade de vida e um ambiente mais saudável para as famílias. “Projetos sustentáveis em habitações populares significam uma geração de economia dos investimentos do governo. Um ambiente agradável resulta em economia de gastos com saúde”, afirma.
Investimentos na habitação social Para Maria Salette Weber, do Ministério das Cidades, é preciso universalizar o acesso à moradia digna e também promover a urbanização, a regularização e a inserção dos assentamentos precários. “Hoje o déficit alcança de 5,6 milhões de domicílios. Há mais de três milhões de domicílios em assentamentos precários urbanos e cerca de 11 milhões de domicílios possuem carência de serviços de infraestrutura urbana. A estimativa é que, até 2013, mais 21,3 milhões de domicílios sejam formados”. Os investimentos do governo com o PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento), de acordo com dados apresentados, estarão presentes nos projetos de infraestrutura, incluindo o programa Minha Casa Minha vida, o Luz para Todos, além de medidas que visam oferecer transporte de qualidade. “O PAC 2 não irá permitir melhorias em áreas irregulares, irá transformar favelas em bairros populares e dará prioridade às famílias de baixa renda, proporcionando moradias de melhor qualidade, com ampliação da área construída para acessibilidade com portas e janelas maiores e aca-
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Técnica do Ministério das Cidades
bamento na entrega. A sustentabilidade na construção das cidades requer a qualificação de todos os setores da cadeia produtiva”, disse Maria Salette Weber. A meta é de que entre 2011e 2014 sejam construídas dois milhões de moradias. O gerente da Caixa Econômica, Jean Benevides, reforçou a necessidade da implantação dos elementos sustentáveis nas habitações de interesse social e a importância da parceria com o Projeto SUSHI para o aperfeiçoamento dos mecanismos, e dos critérios de avaliação como o atendimento a legislação vigente, parcelamento do solo, plano diretor, código de obras, regularidade com normas de trabalho, saúde e segurança, aprovação e projetos por órgãos competentes, licenças ambientais e uso de madeira legal. “Na segunda fase do programa Minha Casa Minha Vida terá incorporado o aquecimento solar, exceto a região Nordeste, um incentivo que atraiu as construtoras e será subsidiado ao morador”, declara Benevides. Além disso, outras medidas sustentáveis serão implantadas, tais como, a medição de água individualizada obrigatória nos condomínios do MCMV, arborização dos empreendimentos, e avaliação de terrenos com potencial de contaminação. No Estado de São Paulo, de acordo com Eduardo Trani, o déficit habitacional alcança um total de 1,2 milhão, e aproximadamente 1,6 milhão encontra-se em situação de precariedade. “Temos três regiões metropolitanas onde se concentram o déficit: São Paulo, Campinas e Baixada Santista. Produzimos periferias em todas as cidades, a especulação imobiliária encarece o terreno de interesse social”, afirma Trani. O estudo concluiu que existem diversas barreiras para uma maior utilização de técnicas sustentáveis nos projetos de habitação social. As principais barreiras são os custos para implantação e manutenção das novas tecnologias empregadas, pois ainda são maiores que os métodos convencionais. A falta de capacitação técnica e de treinamento educa-
Superintendente de planejamento da Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU)
Gerente Nacional de Meio Ambiente da Caixa Econômica Federal
cional do usuário também impede o bom aproveitamento das medidas sustentáveis, pois a primeira pode causar o atraso no desenvolvimento dos projetos e a segunda acarretar a má preservação e redução de desempenho dos equipamentos utilizados na obra. Durante o período de elaboração do estudo, diversas tecnologias foram levantadas como alternativas sustentáveis para as moradias de caráter social, como os coletores coletivos e reservatórios individuais de água quente, bomba de calor para aquecimento de água e do espaço entre os pavimentos, uso de madeira certificada e janelas com 100% de abertura para promover a ventilação cruzada. Após os resultados obtidos na primeira fase do projeto, será iniciada a segunda fase, com o objetivo de continuar informando o setor construtivo sobre métodos disponíveis para incorporar critérios ambientais e de sustentabilidade em habitações de interesse social, que possam resultar ganhos em todas as esferas da construção civil.
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SUSTENTABILIDADE 83º Enic promoverá discussões sobre o desenvolvimento do país e do setor da construção O SindusCon-SP realizará, nos dias 10, 11 e 12 de agosto, a 83ª edição do Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic). O evento itinerante, promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), acontecerá no World Trade Center, em São Paulo. Após 30 anos sem ocorrer na capital paulista, o Enic voltará à maior metrópole da América Latina, com debates sobre os temas que contribuem para o desenvolvimento do país e do setor. Com presença confirmada da presidente Dilma Rousseff e a participação de especialistas renomados, o encontro discutirá temas como habitação, infraestrutura, construção sustentável, inovações tecnológicas, produtividade, competitividade e capacitação de profissionais. Este será o primeiro Enic que contará com diversas práticas sustentáveis, com o objetivo de estimular os participantes a levá-las para dentro de suas empresas e suas casas. Serão realizadas ações como neutralização de emissões de carbono, que prevê uma compensação ambiental por meio do plantio de mudas; segregação e destinação adequada de resíduos; utilização de materiais que possam ser reciclados ou reutilizados; e uso de materiais reciclados na confecção de panfletos, fôlderes, banners. Para a locomoção dos convidados e palestrantes, haverá o uso de veículos menos poluentes e a hospedagem será realizada em hotéis próximos ao evento para reduzir o uso de veículos. Cuidados com o bem estar dos participantes estão sendo tomados, como a escolha do cardápio saudável para as refeições.
Caixa oferece R$ 4 milhões para gestão de resíduos de construção A Caixa Econômica Federal lançou chamada pública para implementação de projetos para Gestão de Resíduos Sólidos de Construção e Demolição, realizados por consórcios públicos e prefeituras municipais. O Fundo Socioambiental (FSA) CAIXA poderá aplicar até R$ 3,8 milhões nos projetos. O investimento contribuirá com a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A seleção tem como objetivo estimular a reciclagem de resíduos de construção e demolição, e seu reaproveitamento nas obras, além de promover a educação ambiental e a mobilização da sociedade. A geração de resíduos de construção e demolição é oriunda da construção da infraestrutura urbana, e abrange a fase de implantação da obra, execução dos serviços, manutenção, reforma, desocupação e demolição. Estima-se que 40% a 70%, dos resíduos urbanos, sejam de construção e demolição. Os resíduos podem gerar renda, por meio do seu reaproveitamento. No entanto, grande parte desses resíduos é descartada em locais impróprios, comprometendo a paisagem local, e podendo degradar o meio ambiente. Podem se habilitar aos recursos: consórcio público para gestão de resíduos sólidos, prefeituras de municípios com mais de 100 mil habitantes ou instituições vinculadas, responsáveis pela gestão de resíduos sólidos. É condição para a seleção, a existência de Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil ou Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, em vigor no município onde o projeto será implantado. Os projetos serão recebidos até o dia 26 de agosto de 2011.
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Alterdata Software inaugura nova sede “verde” em Teresópolis (RJ) A Alterdata Software, desenvolvedora de sistemas de gestão empresarial, inaugurou primeiro prédio de seu novo complexo administrativo de 12 mil m² em Teresópolis, interior do estado do Rio de Janeiro. O projeto irá triplicar a capacidade produtiva da empresa e gerar mais 400 novos postos de trabalho em três anos, já que a estrutura é cinco vezes maior que a anterior. O objetivo é aumentar a frente de desenvolvimento, suporte e comercialização dos produtos, além de colaborar com o meio ambiente. Os investimentos em tecnologia vão propiciar medidas sustentáveis em geração de energia, redução do uso de água e luz para ajudar a preservar os recursos naturais da Região Serrana. O projeto conta com dois blocos harmonizados, cada um com cinco pavimentos e dois elevadores panorâmicos, que estarão ligados através de plataformas de vidro. Na concepção foi levada em conta a sustentabilidade. Há aproveitamento da água da chuva que será destinada ao uso nos lavatórios, captação de energia solar e estação de tratamento de esgoto própria. Além disso, os vidros das janelas permitem maior entrada de luz e conservação térmica, evitando uso excessivo de ar condicionado. A Alterdata também investiu em espaços direcionados ao bem estar social e pessoal dos funcionários. As salas foram projetadas com diretrizes do departamento Recursos Humanos para gerar maior conforto e integração entre os funcionários, além da criação de áreas de lazer.
Cidades alemãs conseguem transformar esgoto em eletricidade A Alemanha anunciou o fechamento de todas as usinas nucleares do país até 2022 e contagem regressiva dos alemães para encontrar alternativas energéticas já começou, mas eles têm algumas experiências bem-sucedidas nesse desafio. Em Hamburgo, grande cidade com o segundo maior porto da Europa, possui tanques para tratar o esgoto residencial e industrial de 2 milhões de habitantes. Os resíduos líquidos passam por processo de purificação e são devolvidos como água limpa para o rio. Os sólidos, primeiro liberam gás metano, que é distribuído como gás de cozinha à população. Depois são secados e incinerados. O calor toca uma usina termoelétrica, que produz energia suficiente para toda a rede de coleta e tratamento de água e esgoto de Hamburgo. A população gasta menos, os rios ficam limpos e não há emissão de gases que provocam o efeito estufa. Um projeto em que todo mundo ganha. Como na pequena vila de Ivenack, na parte mais pobre da Alemanha. Em Ivenack faltava energia e sobrava esterco de gado, criado confinado em galpões. O prefeito então pensou em resolver os dois problemas de uma vez: com um biodigestor, alimentado com palha de milho e com o esterco, que vem de caminhão das fazendas. Tudo vira gás metano, queimado para esquentar a água que aquece as casas no rigoroso inverno do norte. O calor sai a 95ºC. A água quente passa por todas as casas para fazer o aquecimento e volta, em um circuito fechado, então chega de volta a 70°C. O que significa que é preciso menos energia para manter nesta temperatura sempre. Na reforma da sede da fazenda coletiva dos tempos comunistas, o prefeito encheu os telhados de painéis que mesmo por lá, onde o sol é raro, transformam seu calor em energia elétrica. Toda a energia produzida nesses painéis é jogada na rede de distribuição, que já chega a todas as casas da vila. No fim do mês, o que a prefeitura e a empresa de energia têm que fazer é sentar para fazer o acerto de contas. E a prefeitura só paga a diferença entre o que produziu e o que a vila gastou.
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SindusCon-SP pesquisa como está a gestão dos resíduos da construção Com o objetivo de delinear ações que a construção possa realizar para uma gestão eficaz dos resíduos do setor em conjunto com os órgãos regulamentadores, fornecedores, entidades de pesquisa, transportadores, áreas de destinação e empresas de reciclagem, o SindusCon-SP deu início a uma pesquisa entre suas mil empresas associadas e suas nove regionais no Estado de São Paulo. A ação também dará subsídios ao SindusConSP para a discussão, com o governo federal, dos termos da Gestão de Resíduos da Construção, dentro do Plano Nacional de Resíduos Sólidos. A enquete está sendo impulsionada pelo vice-presidente de Meio Ambiente da entidade, Francisco Vasconcellos, junto com o coordenador do Comasp (Comitê de Meio Ambiente), André Aranha Campos. A pesquisa visa levantar o atual estágio de implementação da Resolução 307 do Conselho
Nacional do Meio Ambiente. Adotada em 2002, a Resolução dispõe sobre como deve ser feito o gerenciamento dos resíduos da construção no país. As empresas estão sendo convidadas a informar se, nos municípios em que têm realizado obras, há disponibilidade de transportadores cadastrados, de ATTs (Áreas de Transbordo e Triagem), de Aterros de RCD (Resíduos de Construção e Demolição), de Áreas de Reciclagem nos locais das obras e se há legislação específica de RCD. A pesquisa também está levantando se as construtoras têm dificuldades no gerenciamento de algum tipo de resíduo; se fazem reaproveitamento de resíduos em suas obras; se implantam o gerenciamento de resíduos em todas as obras; se possuem alguma boa prática de gerenciamento de RCD que gostariam de apresentar e se têm comentários ou sugestões a oferecer.
Gestão Ambiental de Resíduos da Construção Civil A experiência do SindusCon-SP São Paulo, 2005
Esta ação acontece dentro do Programa de Gestão de Resíduos elaborado pelo SindusConSP, que disponibiliza gratuitamente em seu site o Manual de Gestão Ambiental de Resíduos da Construção Civil. Para baixá-lo, acesse: www. sindusconsp.com.br/downloads/prodserv/publicacoes/manual_residuos_solidos.pdf.
O 4º Simpósio Brasileiro de Construção Sustentável confirma a presença de especialistas nacionais e internacionais em seus debates Promovido pelo CBCS – Conselho Brasileiro de Construção Sustentável, organização que reúne lideranças empresariais, pesquisadores, consultores e especialistas do setor, o SBCS11 - 4º Simpósio Brasileiro de Construção Sustentável terá como tema o “Papel da Construção Sustentável no Desenvolvimento das Cidades”, ampliando o debate da sustentabilidade em três diferentes escalas: o espaço urbano, os edifícios e a inter-relação entre as unidades na edificação de um espaço urbano qualificado. A partir do resultado e experiência das três últimas edições, a realização do SBCS11 tem por objetivo discutir formas de avançar na sustentabilidade e qualidade aos espaços urbanos. Já estão confirmadas, para o primeiro dia, 4 de agosto, as presenças de alguns espe-
cialistas do setor da construção sustentável, como Vanderley M. John, professor da Escola Politécnica da USP e Sergio Ângulo, coordenador do Comitê Técnico de Materiais do CBCS e do pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas. O setor cimentício, estará representado pela Holchim Brasil; no de argamassas, pela Saint Gobain Weber Quartzolit; no siderúrgico, por Lucila Caselato, gerente de Meio Ambiente do IABr – Instituto do Aço Brasil; e no setor de insumo de água, por Paulo Massato Yoshimoto, diretor Metropolitano da Sabesp. Outros assuntos também serão abordados, como a sustentabilidade na construção de agências bancárias, com Leonardo Batalha Ornellas, e sobre a experiência do Selo Casa Azul, com Mara Luísa Alvim Motta, ambos da Caixa Econômica Federal. Para discutir sobre
a gestão de resíduos em canteiros de obras, foi convidado Alexandre Britez, gerente de Qualidade e Desenvolvimento Tecnológico da Cyrela. Já no dia 5 de agosto, três painéis contarão com as presenças de Cheng-Li Cheng, professor da Universidade de Tóquio (Japão); Paulo Saldiva, professor da Faculdade de Medicina da USP; Tadeu Fabrício Malheiros, professor de Engenharia Ambiental EESC – USP; Nancy das Graças Cardia, ; e da professora na LSE- London School of Economics and Political Science) e Núcleo de Estudos da Violência da USP; André Corrêa do Lago, diretor do departamento de Meio Ambiente e Temas Especiais; e Sérgio Besserman Vianna, presidente da Câmara Técnica de Desenvolvimento Sustentável da prefeitura da cidade do Rio de Janeiro.
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Legal & Imobiliário
Incorporação de Imóveis e o Limite da Receita Bruta para a Opção pelo Lucro Presumido x Regime Especial de Tributação — Patrimônio de Afetação Por: Verônica Sprangim e Roberto Junqueira S. Ribeiro Sócios do escritório Duarte Garcia, Caselli Guimarães e Terra Advogados Há pouco mais de uma década, as pessoas jurídicas com atividades de incorporação estão autorizadas a optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido apurado com a aplicação do percentual de 8% para cálculo do IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) e de 12% para a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido). A carga tributária efetiva, considerando as alíquotas de PIS (0,65%) e COFINS (3,00%) a que estão sujeitas as pessoas jurídicas obrigadas ao regime da cumulatividade para a apuração dessas contribuições, como é o caso das tributadas pelo regime do lucro presumido, ao final, corresponde a aproximadamente 6,73% da receita bruta decorrente da atividade de comercialização de imóveis. Em razão da simplificação de apuração dos tributos pelo lucro presumido, as pessoas jurídicas incorporadoras têm adotado esse regime, observado o limite da receita bruta auferida no exercício anterior de R$ 48.000.000,00. Com o incremento da atividade imobiliária nos últimos anos, o Poder Público se viu preocupado em oferecer maior segurança àqueles adquirentes de imóveis na planta ou inacabados; bem como as instituições financeiras, dado o grande volume de operações, passaram a exigir maiores garantias visando principalmente à desvinculação entre empreendimentos imobiliários. Criou-se, assim, o Regime Especial de Tributação - RET, introduzido pela Lei n.º 10.931, de 02/08/2004, que à opção do incorporador, relativamente a cada incorporação imobiliária, submete-a à tributação nesse regime formando o patrimônio de afetação que constitui uma garantia de recebimento do bem imóvel aos adquirentes. Sob esse aspecto de garantia aos adquirentes, os principais efeitos da constituição do patri-
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mônio de afetação são: (I) a separação do patrimônio (ativo e passivo) de determinado empreendimento do patrimônio da incorporadora com distinção das responsabilidades; e (II) fiscalização pelos adquirentes dos atos praticados pelo incorporador. O RET implica no pagamento unificado do IRPJ e das contribuições CSLL, COFINS e PIS. Inicialmente o valor devido era obtido com a aplicação do percentual de 7% sobre o valor da receita recebida relativa ao empreendimento. Como esse percentual era superior à carga efetiva do regime do lucro presumido – 6,73%, a adesão ao RET, que depende unicamente de opção do incorporador, não decolou. O Governou, então, decidiu incentivar a adesão ao RET com a redução do percentual de 7% para 6% (Lei nº 12.024, de 27/08/2009, conversão da MP nº 460, de 30/03/2009), representando uma vantagem relativamente ao regime do lucro presumido. Passou-se então a ter maior adesão ao RET, mas na proporção que esta cresce, surgem dúvidas quanto aos seus efeitos. Uma dessas dúvidas diz respeito aos limites da definitividade e secção da tributação do regime RET quanto àquele adotado pela incorporadora relativamente às suas demais atividades. Em outras palavras, qual é a extensão da autonomia do regime RET em relação àquele adotado pela pessoa jurídica incorporadora? A respeito dispõe a Lei nº 10.931/2004 que: (I) o patrimônio de afetação responde exclusivamente pelas obrigações do respectivo empreendimento, inclusive quanto às tributárias; (II) o pagamento no regime RET é definitivo, não gerando compensação com o que for apurado pela incorporadora; (III) as receitas, custos e despesas próprios da incorporação submetida ao RET não devem ser computadas na base de cál-
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culo dos tributos da incorporadora devidos em razões de suas outras atividades empresariais; (IV) a escrituração contábil deve ser segregada para cada incorporação submetida ao RET. Da dicção da lei, verifica-se que há autonomia sob o ponto de vista do patrimônio afetado, a qual somente cede na hipótese de ocorrer a falência ou insolvência do incorporador e os adquirentes não adimplirem as obrigações tributárias no prazo legal (art. 9º). Por sua vez, a incorporadora é sempre corresponsável pelas obrigações tributárias do empreendimento afetado. Apesar dessa evidente autonomia, a Receita Federal tem se manifestado pela vinculação da receita de determinado empreendimento afetado às demais auferidas pela incorporadora exclusivamente para fins de verificação do atendimento ao requisito do limite máximo de receita para a opção pela incorporadora pelo regime do lucro presumido. Com efeito, em Solução de Consulta nº 23, de 23/03/2011, a Receita Federal manifestou-se no sentido de que as receitas decorrentes de patrimônio de afetação de incorporações imobiliárias pertencem à própria incorporadora e como tal devem integrar a receita bruta total, para efeito de verificação do limite de R$ 48.000.000,00, no ano-calendário anterior, autorizador da opção pelo regime do lucro presumido. Essa decisão da Receita Federal contraria os esforços do Poder Legislativo em incentivar a adesão ao RET, pois, sob o aspecto do teto máximo da receita auferida para a opção pelo Lucro Presumido, a Sociedade de Proposito Específico, por exemplo, dada sua indiscutível autonomia patrimonial, pode representar vantagem sobre o patrimônio de afetação, uma vez que, para a verificação do limite de R$ 48.000.000,00, são consideradas exclusivamente as receitas do empreendimento, que constitui o seu objeto social.
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AGENDA
17 a 20 de agosto de 2011 |
Construir Bahia 2011 — Feira Internacional da Construção Local: Centro de Convenções Salvador / BA Informações: www.feiraconstruir.com.br/ba
24 a 28 de agosto de 2011 |
18º Salão do Imóvel — Construfair/SC Local: CentroSul, em Florianópolis (SC) Informações: www.construfairsc.com.br
31 de agosto de 2011 |
Rodada de Negócios Local: Sede do Secovi-SP – R. Dr. Bacelar, 1043 Informações: www.secovi.com.br/cursos-e-eventos/rodada-de-negocios/143/
31 de agosto a 2 de setembro de 2011 |
Concrete Show 2011 Local: Centro de Exposições Imigrantes - São Paulo / SP Informações: www.concreteshow.com.br
31 de agosto a 04 de setembro de 2011 |
Salão Imobiliário do Ceará Local: Centro de Convenções do Ceará Informações: www.simc-ce.com.br/
14 a 16 de setembro de 2011 |
LARES — 11a Conferência Internacional da Latin American Real Estate Society Local: Centro Brasileiro Britânico-São Paulo (SP) Informações: www.lares.org.br/2011
18 a 21 de setembro de 2011 |
Convenção Secovi Local: Sede Secovi-SP –Rua Dr. Bacelar, 1.043-Vila Mariana Informações: www.secovi.com.br/cursos-e-eventos/convencao-secovi/70/
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LETA VÁ nãDoEficaBpaICraIdoC, não polui Você ado. lugar reserv e ainda tem
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O Ponto de Encontro dos Profissionais | Edição Brasil | Ano 3 EDIÇÃO ESPECIAL
www.vidaimobiliaria.com.br | nº 29 JUL/AGO 2011
LULA E EDUARDO GORAYEB RECEBEM “PERSONALIDADE VIDA IMOBILIÁRIA 2011”
LULA E EDUARDO GORAYEB RECEBEM “PERSONALIDADE VIDA IMOBILIÁRIA 2011” EM NOITE DE GALA, LULA E GORAYEB SÃO HOMENAGEADOS MERCADO CORPORATIVO EM ALTA PROJETA CRESCIMENTO Falta de espaços nas metrópoles inibe crescimento ainda maior Vacância nos principais mercados atinge números recordes Preço de locação está entre os mais altos do mundo Projetos de mobilidade em Curitiba para a Copa somam R$ 222 mi