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e-vilacondense 008 OUTUBRO / NOVEMBRO 2013

“UM OLHAR SOBRE VILA DO CONDE” POR MIGUEL LARANGEIRA

EPIGRAFIA DO CONCELHO DE VILA DO CONDE A EPÍGRAFE DE RIO MAU VILA DO CONDE PELA LENTE DE ... NELSON QUINTANS DA SILVA


e-vilacondense 008 AGOSTO / SETEMBRO 2013

CAPA Fotografia de Gisela Cruz Título Sunset @Vila do Conde Local Azurara Agosto 2013

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03 EDITORIAL OLHAR SOBRE 05 “UM VILA DO CONDE” Por Miguel Larangeira

05

11 CRÓNICAS da Cidade e do Mundo DO 23 EPIGRAFIA CONCELHO DE

VILA DO CONDE A Epígrafe de Rio Mau

23

39 FOTOVILA “Embarcações” DO CONDE PELA 43 VILA LENTE DE ...

Nelson Quintans Da Silva

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O MUNDO QUE NÓS PERDEMOS Uma reflexão final

POR CÁ... 65 ACONTECEU Fashion’ In Vila

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DO 101 INVENTÁRIO ESPÓLIO DO MOSTEIRO DE SANTA CLARA Parte V

101


Alexandre Maia Diretor e-vilacondense alexandre.maia@lexart.com.pt

Sai à rua mais um número da revista e-vilacondense, para dar a conhecer os cantos e recantos da nossa cidade. Nesta edição começaremos por partilhar o olhar sobre Vila do Conde de Miguel Larangeira, que nos dá a conhecer a sua cidade e as razões pelas quais esta o encanta. De seguida, deitamos uma espreitadela atenta ao que se passa na cidade e no mundo pela pena de Hélder Guimarães, que nos traz as suas costumadas crónicas. É ainda este autor

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que termina a sua série de artigos sobre o mundo que nós perdemos, com uma reflexão, um balanço final, do que foi sendo abordado e aprofundado no decorrer da sua pesquisa. Continuamos a dar a conhecer a riqueza do Mosteiro de Santa Clara através do trabalho de Valquíria Costa e de Mónica Sousa, que também nos leva a visitar as freguesias. Desta vez, a eleita é Rio Mau, e o objeto de estudo a sua


EDITORIAL

epígrafe. No campo da fotografia, damos especial destaque ao que aconteceu por cá: Fashion' In Vila, um evento fotográfico que ocorreu na cidade e que contou com a participação de diversos fotógrafos de renome. Ainda no campo da fotografia, exploramos a nossa cidade pela lente de Nelson Quintans da Silva, que nos traz as suas imagens e o olhar da sua lente. Por último, damos o mote para o

concurso Fotovila, nesta edição sob o tema "Embarcações". Não deixe de conhecer a sua cidade, e conte connosco para o guiar pelo que se vai passando em Vila do Conde.


UM O

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OLHAR SOBRE VILA DO CONDE POR MIGUEL LARANGEIRA

Deitar um “Olhar sobre Vila do Conde” é, pelo prazer que dá, das mais fáceis tarefas de realizar. Escrever sobre esse olhar avizinha-se uma árdua tarefa pela dificuldade em sintetizar tudo o que me fascina nesta nossa maravilhosa terra. Apesar de no meu bilhete de identidade constar como naturalidade a freguesia de Santo Ildefonso, concelho do Porto, sinto-me vilacondense de alma e coração, pois foi sempre nesta terra “espraiada entre pinhais rio e mar” que vivi. As minha memórias mais profundas estão nas Caxinas pois foi ai que passei

os primeiros anos da minha vida. Os meus pais eram proprietários da Farmácia Central, a única que aí existia nessa altura, e que ficava em frente à Igreja das Caxinas, onde hoje está erigida a Igreja dos Navegantes. O adro da Igreja era o meu local predilecto de recreio. A andar de bicicleta, a jogar à bola ou a brincar a outra coisa qualquer, aí passava grande parte do meu tempo de livre. As Caxinas eram muito diferentes do que são hoje. Uma coisa era idêntica! As gentes das Caxinas. Gente trabalhadora, genuína e sempre pronta a ajudar o vizinho ou familiar.


Mas era no Verão que eu mais gostava das Caxinas. Passava a grande parte das minhas longas férias nas suas praias magníficas, com o seu característico cheiro a sargaço e a maresia. Recordo com saudade esses tempos passados em família na Praia do Sr. Vila Cova, em frente ao Praia Mar e nas brincadeiras com os meus irmãos e com os nossos vizinhos de barraca de tantos anos. Também porque tenho a sorte de viver em frente à praia, não me canso de diariamente contemplar o mar de Vila do Conde. O mar é sem dúvida o que mais me fascina nesta terra e sempre que posso não deixo

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de tomar o meu banho de mar, seja verão ou inverno. Sobretudo pela sua proximidade ao mar, a Capela da Srª da Guia é um dos monumentos que mais aprecio. Nas minhas memórias de infância estão também as famosas e muito visitadas Corridas de Automóveis de Vila do Conde onde me deslocava pela mão do meu pai; os jogos do Rio Ave no Campo da Avenida onde ia com o Dr. Firmino Couto; as regatas de Remo no Rio Ave com dezenas de espectadores nas suas margens; as idas à Feira de Artesanato; as Festas de S. João com as idas à praia e as sessões de cinema do Neiva.


Quem passeia por estas bandas não consegue seguramente ficar indiferente a Vila do Conde. A imponência do Mosteiro de Santa Clara e a dimensão do Aqueduto, o serpentear da marginal ribeirinha ao longo das margens do Rio Ave, a secular Igreja Matriz, a original Capela do Socorro, o casario do centro histórico, a minha preferida Capela da Srª da Guia e as praias vilacondenses, criam um conjunto de atractivos que simbolizam a qualidade natural desta cidade. Mas não é só na cidade que conseguimos encontrar motivos de

interesse. As praias das freguesias do litoral a sul do rio Ave, as pontes D. Zameiro e de S. Miguel (Arcos), a cividade de Bagunte e o Castro de S. Paio, os Mosteiros da Junqueira e de Vairão e as muitas casas de Lavoura e senhoriais são exemplos do que podemos encontrar no nosso concelho. Por todos estes aspectos serem diariamente “expostos” aos nossos olhos, muitas vezes nos esquecemos como é bela a nossa terra.


No início da minha adolescência e com a mudança para ”Vila do Conde” comecei a minha prática desportiva. O Hóquei em Patins no Ginásio Vilacondense, desporto que pratiquei até à modalidade ser extinta no clube e a Vela no Fluvial Vilacondense. Claro que também passei pela natação das Piscinas, pelo surf nas praias de Vila do Conde, o futebol com os amigos, o ténis no Ginásio ou o BTT pelos inúmeros caminhos do nosso concelho. Esta última modalidade permitiume conhecer ainda melhor Vila do Conde. Pelas suas características naturais, são muitas as opções para praticar desporto em Vila do Conde e com condições bem melhores do que as da minha adolescência. Os clubes desportivos têm tido ao longo da sua história papel fundamental na criação de condições para que os jovens possam praticar desporto competitivo. Por sentir que foi muito pelo trabalho dos clubes desportivos que eu consegui praticar desporto, achei que estava na altura de retribuir tudo o que me proporcionaram. Foi assim que entrei na vida associativa assumindo responsabilidades no Fluvial Vilacondense. Os clubes e associações desportivas de Vila do Conde tiveram ao longo dos anos um forte apoio das autarquias e do tecido empresarial. Foi este apoio, aliado ao árduo trabalho dos dirigentes, atletas e treinadores, que permitiu que o desporto vilacondense conseguisse alcançar um conjunto de resultados de excelência nas suas diferentes modalidades. Foi esse esforço e dedicação que proporcionou a prática desportiva a milhares de 9 e-vilacondense

vilacondenses. No entanto, os tempos mudaram e essa dependência criou, e está a criar, fortes constrangimentos na prática desportiva nas associações e clubes. É importante ter imaginação e criatividade para alterar estes tempos difíceis. Uma das formas de mudar este cenário é apresentar o concelho como um importante destino do turismo desportivo. Os clubes e órgãos de decisão podem ter uma palavra a dizer nessa transformação. As características do mar e rio, as infra-estruturas, entretanto criadas, a


tradição desportiva dos clubes e a qualidade dos seus técnicos e dirigentes, os infindáveis trilhos para BTT, Caminhada e Orientação que existem no concelho, a tradição do desporto automóvel e a nossa tradição marítima garantem sucesso nesse objectivo. Não nos podemos esquecer que Vila do Conde também se tornou conhecida pelos sucessos e organizações do Fluvial, do Ginásio, do Kayak e do Rio Ave. O desporto está fortemente ligado à projecção do nome de Vila do Conde em Portugal

e no Mundo. Vila do Conde é rica em património histórico e natural. E rica em gentes e costumes. É a terra do Mosteiro e da Sra. da Guia. Das Rendas de Bilros e da doçaria conventual. Dos estaleiros navais e das conservas. Possui tradição desportiva e cultural. Tem o Fluvial e o Rancho do Monte. O Ginásio e a Praça. O Rio Ave e o CCO. Terra de poetas e escritores, de pintores e desportistas e de cantores e artistas. Dos Clã e dos Praças, da feira de Artesanato e do Curtas.


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Por tudo isto eu gosto de diariamente “DEITAR UM OLHAR SOBRE VILA DO CONDE”!


CRÓNICAS DA CIDADE E DO MUND POR HÉLDER GUIMARÃES Mestre em História Contemporânea Investigador do CITCEM

Next stop… Rome! (próxima paragem, Roma) Começo esta reflexão sobre o que de mais importante aconteceu no último mês, com um tema que tem escandalizado os alemães: a riqueza oculta da sua Igreja Católica. A ponta do iceberg tem sido um excêntrico bispo de Limburg, no Estado de Hesse. O bispo e Dr. Franz-Peter Tebartz-van Elst é um “jovem” bispo, de 53 anos, oriundo da linha conservadora do Papa Emérito, Bento XVI, também ele alemão. Foi considerado uma estrela teológica em ascensão, conhecido pela forma austera como governava a diocese de Limburg, na qual entrou em 2008, para acabar com os excessos liberalizadores do clero diocesano. Antes de avançar mais, é preciso explicar que os alemães consignam uma parte das suas contribuições para a Igreja de que são fiéis (o protestantismo domina o panorama religioso alemão), de forma a compensar a Igreja pelas expropriações de que foi alvo, aquando da Guerra Napoleónica (início do século XIX). Diga-se, a título de exemplo que, apesar de também ter sido expropriada sucessivamente em 1834 e 1911, a Igreja Portuguesa nunca recebeu qualquer indemnização. Em resultado destas compensações, a Igreja Católica 13 e-vilacondense

alemã é um autêntico potentado económico: presta assistência social no campo da educação, saúde e terceira idade, o que gera ainda mais lucro. Mas serão as comunidades de Limburgo ricas? A resposta é não! Desde que tomou posse em 2008 o bispo e Dr. Franz-Peter Tebartz-van Elst, mandou cortar nos gastos das comunidades, como, por exemplo, no aquecimento das igrejas (o inverno alemão, costuma ser rigoroso), nos centros de terceira idade, etc.. Também parece que não gosta muito que lhe digam não, e por isso, desde 2008 todos os seus opositores têm sido dispensados dos serviços prestados. Tudo porque o Eminentíssimo, Reverendíssimo e Douto Prelado tem outros planos e outras prioridades. E não é à toa que agora é mundialmente conhecido como o “Bispo de Luxo”: sendo um bispo dos duros, logo se levantou o interesse do jornal Der Spiegel, que seguiu os passos do Bispo e do seu Vigário Geral, numa viagem até à Índia, onde o piedoso prelado foi fazer caridade em favor das criancinhas desfavorecidas. O periódico alemão noticiou que o


DO

bispo viajou em primeira classe (com direito a cama, refeições, etc.). O bispo, por seu turno, afirmou em tribunal e sob juramento, que viajara na austera executiva. Lá apareceram umas fotos do bispo refastelado na primeira classe. Resultado: o bispo enfrenta uma acusação de perjúrio que lhe é movida pela Procuradora de Hamburgo, tribunal onde terá alegadamente mentido duas vezes sob juramento. Mas a saga do bispo de luxo, não pára por aqui. Tendo herdado um palácio episcopal decrépito, lançou mãos à obra para recuperar o imóvel, junto à catedral da cidade de Limburg. A obra, cujo valor inicial estava estimada

entre os 2,5 e os 5 milhões de euros, derrapou! Em agosto o valor cifrava-se nos 10 milhões de euros. Agora, sabese que poderá chegar aos 40 milhões de euros. Este é o mesmo bispo que durante a homilia da Assunção (15 de agosto) disse: “Quem experimenta a pobreza em pessoa descobrirá a verdadeira grandeza de Deus”. À priori poder-se-ia justificar o despesismo com o facto de que a colina onde está o Paço Episcopal é classificada, o que exige sempre gastos acrescidos com a escolha dos materiais. Mas quando se verifica a fatura da construção onde, por exemplo, se gastaram uns meros 15 mil euros na banheira do apartamento, aquecimento para o telhado da sua


capela, obras de arte sacra, etc., etc…, a teoria cai por terra. Resultado: o clero de Limburg revoltou-se e o conselho de fiéis leigos que, supostamente controla as contas, mas efectivamente não controla nada, demitiu-se em protesto; os católicos alemães exigem transparência sobre as opacas contas das ricas dioceses, fazem filas para assinar abaixo-assinados. Milhares deixam a Igreja! Quem também não gostou nada da fama luxuosa do bispo alemão foi o papa Francisco que tem apelado a uma maior sobriedade e abertura da Igreja, uma «Igreja pobre e para os pobres». Assim, a próxima paragem do bispo e Dr. foi o Vaticano. E desta vez viajou num voo da Ryanair, onde se fez fotografar, para que todo o mundo veja, o quão penitente e arrependido está das extravagâncias passadas. Isto, porque, agora e se for preciso, para manter o seu cargo, mandará destruir o luxuoso complexo, deitando fora os 31 milhões de euros despendidos. O bispo, de quem se espera ser fiel administrador, vagueia, pois, entre a extravagância e a demência. Quem me conhece, sabe que sou católico e não exponho um caso em vão. Queria pôr em evidência estes meses de pontificado do papa Francisco. E faço-o não por ser unicamente católico, mas porque Francisco é um homem sensato: trouxe uma mensagem universal de bom senso que vai muito além dos sapatinhos, dos brocados e sedas, dos carros e dos palácios. O papa Francisco tem sabido estar com os mais desfavorecidos: vimo-lo em Lampedusa, com aqueles que procuram na Europa um futuro melhor; vimo-lo no Brasil a apelar a uma juventude 15 e-vilacondense

diferente, desprendida dos valores materiais; vimo-lo a rezar pela paz na Síria, evitando-se o grave erro que seria a intervenção Norte-Americana, a expansão de um conflito que nos comprometeria a todos. Numa época em que, mesmo na rica Europa, tanta gente passa fome, a Igreja dá exemplo escandaloso de despesismo, que se vem somar aos casos de pedofilia. O papa Francisco está bem ciente disto e o mundo espera, suspenso, o sinal de que a Igreja se tornará mais simples,


sob seu comando. Penso que o tempo dos pastores autoritários e das ovelhas submissas acabou. Os pastores devem dar exemplo, sse querem preservar a sua autoridade. E neste ponto, permitam-me que dê graças a Deus porque em Portugal não há tanto dinheiro para gastar. Ficamos, assim, poupados a tanta miséria humana. Tanta eminência, tanta reverência, tanto doutor em Teologia: nada! Ninguém é capaz de descortinar a beleza e a simplicidade

de ser cristão: que é tão simples como fazer o bem. Quão enganados estão (e induzem em erro os outros) aqueles que julgam ser aprazível erguer belas igrejas, enquanto a verdadeira Igreja está na rua a passar necessidades. Sendo católico, atrevo-me a recuperar uma ideia de Lutero, o monge alemão que em 1517 iniciou o processo da Reforma, tendo por base a riqueza do clero. 500 anos depois, o clero da pátria de Lutero ainda não aprendeu a lição!


Portugal: as eleições e o orçamento dos órfãos e das viúvas

Em Portugal, setembro foi mês de eleições. Como já vinha enfatizando, Pedro Passos Coelho, nosso primeiroministro declarou “que se lixassem as eleições”. E o povo fez-lhe a vontade: o PSD foi enxovalhado e perdeu as eleições autárquicas. Das poucas vezes que apareceu não pareceu ter um discurso muito consistente: ora estava tudo a correr muito bem, ora vinha aí o inferno do segundo resgate. Como os portugueses já estão no inferno e mais resgate, menos resgate do segundo não se deve escapar, os portugueses retribuíram a gentileza. Certo será que, se houver segundo resgate, a culpa não será do PSD, nem do CDS, como em 2011, ainda que o garante da estabilidade ficou seriamente abalado quando, no meio da crise da governação, Paulo Portas decidiu bater com a porta. Sabemos, agora, a “fatura com IVA” que os portugueses terão de pagar: Portas é vice Primeiro-Ministro, o Governo está maior (para contrabalançar a 17 e-vilacondense

força política dos dois parceiros da coligação Governamental) e a despesa com o Governo cresce para cerca de 1,8 milhões de euros. Enquanto isso, os juros da dívida estiveram acima dos 7%. Os mesmos atores que estiveram na origem da crise da Governação e, por consequência, do resgate, (excetuando Sócrates) ainda continuam na cena política. A minha questão é: o PSD não tem mais ninguém que defenda a raiz social democrata da linha de Sá Carneiro? Subsistirá o PSD ao terrível ciclo eleitoral que se avizinha? É que em maio do próximo ano haverá eleições para Parlamento Europeu; em 2015 haverá eleições para o Parlamento e em 2016 para a Presidência da República. O PSD corre o risco de ser varrido do poder nos próximos três anos. E isso não é intrinsecamente bom, porque, contrariamente ao que o Governo diz, em democracia é altamente positiva a discordância e a alternativa.


Mas o PS também não escapa. Ganhou o maior número de Câmaras, mas o número de votantes não subiu. Aliás, a vitória de Movimentos Independentes, ainda que na generalidade sejam dissidências dos partidos, mostram como a Democracia precisa de reforma. Os portugueses consideram-se reféns da partidocracia que tem gerado gente incapaz de resolver os problemas, porque o único contato que tem com a sociedade é o das campanhas eleitorais. Contra esta ideia de que a elite partidocrática está cristalizada e não consegue atrair mais gente, o PS, se quer ser maioria em 2015, tem de convocar a sociedade e tomar o pulso. A lição das autárquicas 2013 é aquela que Rui Moreira, e tantos independentes, deram pelo país fora. A seguir das autárquicas veio o Orçamento para 2014. Este governo sempre se assumiu como neo-liberal e burguês. Os valores da burguesia e o liberalismo não são intrinsecamente maus. A burguesia significa honradez, esforço, sacrifício, sucesso e mérito pessoal. Estranhamente, o que

esta política do Governo e, muito especialmente este Orçamento, são a negação de todos estes valores. Estranhamente, o liberalismo tem dificuldades em se implantar no mundo fechado dos negócios e dos monopólios. Portugal é agora um case study para os teóricos da economia. Diz a teoria que quando a procura baixa em relação à oferta, os preços baixam. Em Portugal, e muito concretamente na EDP, do Dr. Catroga (entusiasta e negociador da Troika) passa-se o contrário: diminui a procura e o preço da fatura aumenta. E isto acontece para espanto da própria Troika, pelo que sou obrigado a concluir que a Troika não é tão má quanto a pintam, o Governo é que faz más escolhas. Talvez agora seja claro que a privatização de setor tão estratégico (e que era nacional) e transferi-lo para outro estado não tenha sido uma boa ideia. Em Portugal inaugurou-se uma nova teoria económica: a “liberal-incompetência”. Afinal de contas, o que estava espera quando elegeu um primeiro-ministro em cujo currículo está a falência da empresa em que era gestor?


Há ainda outro ponto que gostaria de abordar: trata-se da chamada “gordura” do Estado. Não sou pelas teorias de um movimento (que considero serôdio), que baixa salários a especialistas ao nível das pessoas que têm baixa instrução. Não desmerecendo obviamente o trabalho destas pessoas, um especialista denota-se por um percurso académico ou empresarial, um testemunho de vida que possa ajudar o Governo a alcançar o sucesso que será, obviamente, de todos. Mas confesso que esta minha teoria cai por terra quando, das múltiplas nomeações feitas pelo executivo, quarenta e três foram feitas a “especialistas” com menos de trinta anos. E a contabilização não é perfeita, porque o austero ministério das Finanças não revela a idade dos seus assessores. Talvez pela proximidade à Escola é na Educação que existem mais “especialistas” com menos de trinta anos e que ganham em média 1960,26 € (um professor com esta idade ganhará em termos brutos e sem cortes, cerca de 1300 €). Certo é que estas 46 nomeações, todas feitas por este Governo, custam a módica quantia de 114.762,07 €. Ora, dividindo este número pelo salário mínimo, cortando nesta despesa poderíamos ter, por exemplo, cerca de mais 255 operacionais técnicos nas escolas a tomar conta dos seus filhos e assim, prestar um melhor serviço aos cidadãos. Mas como Governar é fazer escolhas, é melhor dar emprego a 46 boys, do que criar 255 empregos em

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sítios em que as pessoas são realmente necessárias. É que enquanto o Estado decide encerrar repartições e mandar trabalhadores para a rua, os cidadãos terão que gastar mais dinheiro em deslocações, perder dias de trabalho e tudo isto é dinheiro que sai dos nossos bolsos, mais os impostos, mais os cortes, etc. Dirão alguns que a despesa que o Estado tem é da proporção de 65% em salários e pensões e tudo o resto em 45%. E isto choca! Mas como é que se quer que o Estado funcione ou controle sem pessoas? E afinal o que representam estes 45%? PPP’s, rendas, consultadorias absolutamente redundantes, quando existem no aparelho de Estado e nas Universidades, gente capaz de dar pareceres. Não devemos esquecer que os reformados e pensionistas são tão credores do Estado como o são os credores internacionais. Não seria de taxar as PPP’s antes de agravar o pior problema que assiste o país (o desemprego)? Como vemos, dinheiro há sempre. Pode não haver em abundância, mas que o há, há! E mesmo aqueles que continuando a ser sobrecarregados com impostos, acham que não vão ser afectados com os cortes, sê-lo-ão sempre, porque não haverá dinheiro para comprar revistas, nem mercearia, nem ir ao café. Este orçamento será a falência de muitas pequenas e médias empresas. Mas governar é fazer escolhas. E o Governo decidiu ir ao bolso do portugueses!


Vila do Conde: uma mudança histórica

A eleição autárquica em Vila do Conde prometia ser histórica. Em primeiro lugar começo por dizer que a lei que limita os mandatos autárquicos é uma lei iníqua, cheia de irregularidades. É daquelas produções legislativas que, a par da lei da paridade, impede que as populações de escolherem quem querem para o exercício do poder político. A própria lei da paridade, que

obriga ao preenchimento de cotas por mulheres, é uma aberração: agora não se escolhem mulheres por serem as melhores candidatas, escolhemse por imposição legislativa. E nisto não se expressa qualquer posição anti-feminista. Esta lei continua a reconhecer que as mulheres são seres mais frágeis e que, portanto, só poderão ser eleitas, por força da lei.


Dito isto, penso que o PS escolheu a melhor candidata, não desmerecendo todos os outros possíveis. Era alguém que conhecia, com profundidade, o tecido social de Vila do Conde, as suas instituições e penso que aparte esta lei, era a candidata mais forte. Assim também pensaram os eleitores de Vila do Conde, que lhe atribuíram a maioria absoluta, ainda que de uma forma mais reduzida que nas eleições de 2009. A eleição decorreu num dia chuvoso e ficou marcada pelo recorde da abstenção (dizem que os cadernos eleitorais não são limpos dos mortos e ausentes), com a perda de um Vereador para o PS que, contudo, continuou a ter maioria absoluta. A Assembleia Municipal continua dominada pelo PS e nas Juntas, reduzidas em número pela Reforma Administrativa, o PSD conquistou 3, Movimentos Independentes conquistaram, igualmente, 3 Juntas e o PS todas as restantes. Ao longo de mais quinhentos anos de municipalismo em Vila do Conde, Elisa Ferraz entra para a História como a primeira líder do município vila-condense. Nunca uma mulher havia ocupado os Paços do Concelho. Como vila-condense desejo a todos os que vão ocupar cargos políticos, sejam da maioria, sejam da oposição um bom trabalho. O futuro da nossa bem-amada terra assim o exige. Quem escrever a História de Vila do Conde no último quartel do século XX e início do século XXI, deparar-se-á, incontornavelmente, com o nome de Mário Almeida, que ora ocupará o

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cargo de Presidente da Assembleia Municipal. Uns gostarão, outros nem tanto. Mas não escreverei nada mais do que a verdade se disser que Mário Almeida foi o único que soube captar o voto e a simpatia dos vila-condenses ao longo destes quase quarenta anos. A minha tese de mestrado foi sobre as Vereações de Vila do Conde no século XIX, não me sendo estranho nomes como Bento de Freitas ou Júlio Graça. Esses homens depararam-se com uma


Vila do Conde decadente, parada no seu tempo áureo dos descobrimentos, e não hesitaram em endividar a Câmara para dotar Vila do Conde das infra-estruturas que a trouxessem diretamente do séc. XVI para o século XIX. Quando Mário Almeida chegou à Câmara, primeiramente como Vereador, e depois como Presidente da Câmara, Vila do Conde era estrela, bela, mas apagada. Hoje Vila do Conde é chique e reconhecida em todo o

lado como um concelho bom para viver. Já não somos a vila de Vila do Conde, que Mário Almeida herdou dos tempos de Salazar: somos cidade de Vila do Conde! Mário Almeida trouxe Vila do Conde do século XIX para o século XXI. Penso, pois, que ao lado de Bento de Freitas e Júlio Graça, figurará o nome de Mário Almeida, como filho dileto desta terra.


EPIGRAFIA DO CONCELHO DE A EPÍGRAFE DE RIO MAU POR MÓNICA SOUSA Licenciatura em História - variante Arqueologia Pós graduação em História da Educação FLUP Viremo-nos para trás e exploremos o passado, vamos ao passado para descobrir o “novo”. Nessa direção ao passado retomamos o tema da epigrafia do concelho de Vila do Conde 1, este mês destacámos a epígrafe medieval da Igreja Românica de Rio Mau. A história religiosa e artística da Igreja reflecte-se nos seus templos e na fé das populações. Herdeiros de um valioso património devemos cuidá-lo, preservá-lo e respeitá-lo. Ouçamos então o que as pedras têm para nos dizer. Relembrámos que a Epigrafia é genericamente apresentada como a ciência que se ocupa das inscrições feitas nas superfícies de materiais duros: pedra, bronze, cerâmica. A epigrafia estuda a forma como em determinado momento, uma sociedade selecionou e transmitiu mensagens para as gerações futuras, sendo o espelho da sociedade que a criou. Através da Epigrafia os acontecimentos transformam-se em conhecimento histórico.

1. Ver revista e-vilacondense, artigo “Epigrafia do concelho de Vila do Conde – estudo de um caso – a epígrafe de Guilhabreu.

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VILA DO CONDE


Pedra de Ielada (Congo), século XV, com as inscrições de Diogo Cão.

Durante a Idade Média a multiplicação do número de documentos é acompanhada igualmente de uma diversificação dos suportes da escrita, de conteúdos, de tipos de epígrafes e de motivações. Encontramos inscrições em lápides, silhares, tampas de sepultura, sarcófagos, mesas, pés-de-altar, lâminas de bronze, sinos, objetos litúrgicos, imagens devocionais ou em simples rochedos mas também em esteias, tímpanos, lintéis, pilares, aduelas, modilhões, capitéis ou em impostas 2. Relativamente aos conteúdos, proliferam os epitáfios, mas também são de destacar as inscrições monumentais, comemorativas de eventos religiosos, de reformas arquitetónicas nos mais diversos tipos de construções, de obras de iniciativa régia ou de particulares, de eventos militares ou políticos marcantes, até às simples legendas, mensagens pias 25 e-vilacondense

ou divisas pessoais 3. O lapicida tinha à sua disposição uma série de instrumentos: o martelo, o cinzel, os malhos ou maços. Para os trabalhos de desbaste dispunha, ainda, das escodas, martelos de aço com dois gumes dentados, martelos com gumes simples, quer horizontais quer verticais, que eram utilizados na regularização da superfície da pedra 4. Dentro da gama de instrumentos cortantes incluíam-se os escopros, os cinzéis e os ponteiros. Os escopros são instrumentos de aço, de secção circular ou poligonal com cabeça para rebatimento e, na outra extremidade, um gume cortante. Este pode ser mais largo ou mais estreito, de acordo com a precisão de trabalho pretendido. Quando o gume é mais afiado o escopro recebe o nome de cinzel. O cinzel utiliza-se para acabamento de superfícies e para gravar letras, podendo a superfície cortante assumir diferentes dimensões, de acordo com as funções 5.


Afloramento rochoso de Dighton, EUA

2. Em arquitetura esteias são apoios; tímpano é o espaço geralmente triangular ou em arco, liso ou ornamentado, limitado pelos três lados de um frontão e que assenta sobre o portal da entrada de uma igreja, templo, etc; lintel é a peça dura que assenta nas sombreiras e que constitui o acabamento da parte superior de portas e janelas; aduelas são blocos em cunha que compõem a zona curva de um arco, a aduela que fecha o arco chama-se “chave”; modilhões é o ornamento que sustenta o teto das cornijas por onde as águas escorrem e a imposta é o bloco superior do pilar que antecede a aduela de arranque. 3. BARROCA, Mário - Epigrafia Medieval Portuguesa (862-1422), pp.28-29. 4. Créditos das estampas dos instrumentos – BARROCA, Mário – Epigrafia Medieval Portuguesa (862-1422), v. I, p. 125. 5. BARROCA, Mário - Epigrafia Medieval Portuguesa (862-1422), pp.122-126.


O lapicida dispunha ainda dos ponteiros que apresentam a extremidade afilada, sem gume, utilizados para trabalhos de pormenor. As goivas (apresentam gume em forma de meia-cana ou terço-decana, podendo esta assumir diferentes diâmetros, de acordo com o trabalho a que se destinava), utilizadas sobretudo no trabalho da madeira,

também eram utilizadas nas oficinas epigráficas para trabalho em pedras brandas, nomeadamente o calcário. Segundo Mário Barroca uma oficina epigráfica deveria contar também com instrumentos de precisão para o traçado de campos epigráficos e letras: compassos, esquadros e réguas e moldes (quer de letras, quer de perfis de molduras).

O ESPAÇO: ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO São Cristóvão de Rio Mau foi vigararia do Convento de S. Simão da Junqueira, tendo pertencido ao concelho de Barcelos e, posteriormente, da Póvoa de Varzim, sendo integrado no ano de 1853 no concelho de Vila do Conde. O seu território está situado na margem direita do Rio Este, um pouco a montante da confluência com o Ave. Confronta a sul com Touguinhó e Junqueira, a nascente com Arcos e a norte e oeste com o concelho da Póvoa de Varzim. Localizada junto à Serra 27 e-vilacondense

de Rates (modesta elevação xistosa), a paisagem da freguesia revela a sua ruralidade. Segundo alguns autores, o seu topónimo terá surgido de “ribeiro negro” 6. Já a tradição oral em tempos houve uma enorme cheia, que vitimou os habitantes da região, alguns ficaram sem as suas casas, outros perderam a vida, perante tal crueldade natural, passou-se a conhecer assim por “rio mau”. Para outros autores o rio Este é que terá dado nome à freguesia.


Em Sobrado, localiza-se um pequeno cabeço onde abunda a tégula - telha romana. Não se conhece a estação com mais precisão. Esta freguesia apresenta um dos “mais notáveis edifícios do românico rural português” como se refere Jorge Rodrigues, à sua igreja, monumento

Nacional 7, datada do século XII. A igreja seria rapidamente transformada num mosteiro, e integrado, mais tarde, no mosteiro de S. Simão da Junqueira, por bula papal de Martinho V. Os dízimos desta paróquia eram pertença de S. Simão da Junqueira.

6. GOMES, Paulino (coordenação geral) – Vila do Conde, espraiada entre pinhais, rio e mar, Anégia Editores p. 85. 7. A Igreja românica de Rio Mau é monumento nacional desde 1910. MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910.


ENQUADRAMENTO HISTÓRICO O templo de Rio Mau encontrase já referido no Censual do Bispo D. Pedro, dos fins do séc. XI. Os vestígios materiais mais antigos estão catalogados a partir de 1151, ano em que o sacerdote Pedro Dias terá patrocinado a obra românica, de acordo com a inscrição comemorativa do arranque dos trabalhos, localizada no ângulo sudeste do interior da abside. Esta inscrição de 1151 corresponde à construção de um segundo templo, tendo o primeiro, de acordo com Mário Barroca pré ou protoromânico 8. Em 29 de Abril de 1103, um diploma de doação ao mosteiro refere o "... cimiterio Eglesiam ad Sancti Christophori et Sancti Silvester...", sendo então seu abade Oduarius. Em 1161 recebeu doação testamentária de D. Ausenda Soares, quando era seu Abade Vermudus Godini. Localizado entre as casas monásticas beneditinas de S. Simão da Junqueira e de S. Pedro de Rates, o mosteiro de S. Cristóvão de Rio Mau teve uma existência pautada por dificuldades económicas, nunca tendo chegado a atingir a envergadura que, por exemplo, S. Simão da Junqueira conseguiu alcançar. Espelho dessas dificuldades são as várias fases construtivas por que passou o templo, com a Capela-Mor iniciada em 1151 e a nave apenas concluída no séc. XIII. À fase iniciada em 1151 devem ser associados os celebrizados capitéis da Capela-Mor, particularmente importantes para a iconografia do românico. Em 1443 o mosteiro de São Cristóvão de Rio Mau, da ordem dos Cónegos regrantes de Santo 29 e-vilacondense

Agostinho, é incorporado no mosteiro de São Simão da Junqueira. A 23 Maio de 1758 nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco Nuno Rodrigues de Castro, é referido que a Igreja tem três altares, o mor e os colaterais de Nossa Senhora da Purificação e de São Sebastião; o pároco é vigário apresentado pelo prior do Mosteiro de São Simão da Junqueira e rende para este 600$000 e para o pároco 80$000. Em 1910 uma fotografia da igreja revela a existência de uma torre sineira com dois sinos no lado norte da porta principal, em 1929 dá-se a demolição da sineira e construção de uma torre à entrada do cemitério 9.


A partir do ano Mil surge uma nova manifestação artística - o Românico. O Românico é o primeiro estilo artístico internacional da Cristandade Ocidental, um estilo original com diversas escolas regionais, congregando elementos romanos, germânicos, bizantinos, islâmicos e arménios. As transformações económicas, demográficas, políticoadministrativas e de mentalidades permitiram que o românico se fosse instalando na arquitetura religiosa, militar e civil ao longo da Idade Média. A renovação material, proporcionada pelo renascimento do comércio e do artesanato, do uso da moeda, e pelo

desenvolvimento da agricultura para responder às necessidades de uma população em crescimento, refletiuse nesta renovação material, cultural e religiosa. Em Portugal, na região norte, o estilo românico teve uma longa permanência, prolongando-se até aos séculos XIII e, por vezes, XIV, numa altura em que na Europa já se construía ao estilo gótico. Esta longa permanência está relacionada com a própria história da região 10. No centro e no sul do país este fenómeno foi mais efémero devido à conjuntura política e económica e à confluência de influências muçulmanas e a moçárabes.

8. Cf. BARROCA, Mário, p. 237. 9. http://www.monumentos.pt, entrada “Igreja de São Cristóvão de Rio Mau”. 10. Na freguesia da Póvoa de Varzim, na venerável e antiga “Vila de Rates” localiza-se outro ex-libris do românico em Portugal - a Igreja de São Pedro de Rates, local de passagem do Caminho de Santiago de Compostela. A Igreja de Rates é um dos monumentos mais curiosos e ricos do românico: beleza e mística dos seus capitéis, rica temática dos seus portais, associação à lenda do martírio do Primeiro Bispo de Braga e das Espanhas.


O EDÍFICIO

Relativamente à Igreja velha tratase de edifício típico do estilo românico, composto por nave e abside de planta retangular. A fachada principal apresenta pórtico, encimado por uma cruz dos Templários, com três arquivoltas apoiadas em seis colunelos com capitéis esculpidos. É de salientar o tímpano da porta principal, onde se retratou um bispo (com báculo e a mão direita erguida, como que abençoando) ladeado por dois diáconos e pelos símbolos do Sol e da Lua, possível representação de Santo Agostinho, autor da Regra dos Cónegos Regrantes. Decoração com esferas. O complexo programa iconográfico dos capitéis da cabeceira, assim como as representações dos tímpanos dos três portais são manifestações maiores da nossa arte do século XII e princípios de XIII. A sua análise tem conferido ao monumento um estatuto singular no panorama da arte românica 31 e-vilacondense


em Portugal. Destaque ainda para um dos capitéis com a representação de dois flamingos que bicam os próprios pés, podendo estar associada a uma simbologia de ascenção. No portal virado a norte estão esculpidas duas sereias ou nereidas, um motivo serpentiforme, uma cena de aves a devorar um animal, um centauro, um cavalo-marinho e capitel coríntio. No tímpano vemos baixo relevo esculpido com duas figuras mitológicas afrontadas uma à outra. No interior, a nave é coberta por teto de madeira curva enquanto a cabeceira apresenta abóbada de berço, com restos de decoração vegetalista. A cabeceira, verdadeira obra maior do nosso românico apresenta escassa altura, com dois tramos abobadados. O principal interesse desta


parte do edifício reside nos seus capitéis, que veiculam um programa iconográfico de difícil explicação e ainda longe de totalmente esclarecido. O que mais tem suscitado interesse por parte dos investigadores é o capitel do lado Sul do arco triunfal, decorado nas suas três faces: um jogral na frente voltada à nave; dois homens prendendo possivelmente uma mulher na principal e uma mulher transportando uma figura com um bastão nas mãos na última. Vários autores debruçaram-se sobre esta peça mas não foi ainda possível chegar a um consenso qualidade dos capitéis da capela-mor, pinturas de grotesco e a representação de barcos na pedra o que não é muito frequente nas igrejas românicas. Poderão ser representações das incursões dos Vikings? Fica a questão. Na parede lateral externa encontrase um singelo e discreto relógio solar de aplicação posterior. A igreja está apenas a 500 m da estrada nacional que liga Vila do Conde a Famalicão.

mais vasto 11. Estudiosos aludem para a prisão de D. Afonso Henriques após a Batalha de Badajoz e outros para a Canção de Rolando. Os materiais utilizados na sua construção e decoração são: granito, cantaria, madeira e talha. A pedra utilizada na construção é originária do Alto da Serra de Rates. O que distingue esta pequena jóia do românico do noroeste peninsular são os seus bonitos cachorros, a excepcional 11. http://www.igespar.pt 12. http://www.monumentos.pt, entrada “Igreja de São Cristóvão de Rio Mau”.

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INTERVENÇÕES REALIZADAS Com escassas obras ao longo da época moderna, e perdidas as dependências monásticas, só nos finais da década de 60 do século XX se procedeu ao seu restauro. O coro-alto, presumivelmente barroco, foi demolido em 1980, adquirindo o templo, então, o aspeto que mantém até hoje. DGEMN: 1968 - Trabalhos de conservação; 1969 - trabalhos de consolidação; conservação da fachada sul; 1972 - reparação dos estragos do último temporal; 1974 - revisão de telhados; 1975 - trabalhos de conservação, tratamento adequado das cantarias da porta principal em desenvolvida corrosão; 1976 - execução de vitrais,

reconstrução da cobertura da capelamor; 1977 - reparação da cobertura da nave; 1979 - reparação do telhado da sacristia; 1980 - trabalhos de conservação na sacristia e anexos; demolição do coro e escada de acesso em caracol; 1981 - conclusão das obras de conservação; Paróquia: tomação das juntas do passeio de lajeado da igreja, construção de uma caleira em betão envolvendo a sacristia e de um degrau de acesso, também em betão; colocação de cimento no murete de pedra rústica circundante; DGEMN: 1993 - trabalhos de conservação: telhados, reparação de portas, pintura da sacristia 12.


FICHA DE INVENTÁRIO DA EPÍGRAFE DE RIO MAU 1- IDENTIFICAÇÃO: Distrito – Porto Concelho – Vila do Conde Freguesia – S. Cristóvão de Rio Mau (código geográfico nacional: 1316222 RF 190) Lugar do Achado – Igreja de S. Cristóvão de Rio Mau Tipo de Inscrição – Inscrição comemorativa gravada em silhares Material – granito Dimensões – 0,43 x 1,10 cm Cronologia – 1151 (século XII) 2 - DESCRIÇÃO 13: Inscrição comemorativa gravada ao longo de cinco silhares na face interna da parede Leste da Capela-Mor, na pilastra do lado direito. Comemora o início das obras românicas na Igreja de S. Cristóvão de Rio Mau. Segundo Mário Barroca a primeira tentativa de publicação da inscrição terá ocorrido por parte de Pinho Leal em 1878, pouco depois da sua localização, incorrendo em vários erros como a sua datação 14 e não conseguindo decifrar o letreiro na sua totalidade. Encontra-se nova referência à epígrafe de Rio Mau a 28 de Novembro de 1883, quando em epístola endereçada por Martins Sarmento ao Padre Martins Capela, Sarmento apresenta o croquis e lê a inscrição quase totalidade. Apenas incorreu em erro na data, lendo "Era M C -XXXV" e colocando o L em ponteado, com traço oblíquo (leu ERA 1135 em vez de ERA 1189). A leitura correta da

inscrição é realizada pelo Monsenhor José Augusto Ferreira publicando-a por duas vezes, primeiro nas páginas do “Archeólogo Português” em 1909 e depois em livro. A versão divulgada na “Grande Enciclopédia PortuguesaBrasileira”, correta na generalidade, incorre em pequenas imprecisões. Armando de Mattos publicou também esta inscrição, assim como José Maria Cordeiro de Sousa, que procedeu à sua publicação em 1948 com alguns erros. Carlos Alberto Ferreira de Almeida também a publicou. A inscrição de S. Cristóvão de Rio Mau revela-se um curioso testemunho paleográfico, utilizando abundantemente quer as letras inclusas (nove vezes), quer as letras geminadas (seis vezes) quer as letras de módulo menor sobrepostas (oito vezes). Mário Barroca destaca ainda a forma como Petrus Didaci é classificado: "Indignas Sacerdos". Este pormenor pode indicar que terá sido o próprio sacerdote Pedro Dias que redigiu o texto da inscrição de Rio Mau, sendo, portanto, o seu autor. Tratando-se de uma expressão que só ganha pleno sentido se utilizada pelo próprio, espelhando mentalidade piedosa, nunca satisfeita na busca de perfeição e veneração a Deus, considerando-se sempre indigna de Deus e do cargo que desempenhava. Neste aspeto, a inscrição de Rio Mau revela-se também um interessante documento para a História das Mentalidades.

13. Com um dos raros exemplos de sobreposição de três letras: os três últimos caracteres de "Sacerdos" (1.6). As letras "DOS" apresentam uma altura de 2,5 cm, contra os 7 a 7,5 cm dos restantes caracteres. Igualmente na linha 6, "CEPIT" apresenta "CE" e "IT", sobrepostas, com 4,5 cm de altura e o P, em módulo normal, com 10 cm de altura. Na linha 4, as letras DA e Cl de "Didaci", sobrepostas, apresentam um módulo de 3.5 cm contra os 8 cm de Dl (onde o "i" é incluso no "D"). Cf. BARROCA, Mário – Epigrafia Medieval Portuguesa. 14. Pinho Leal apontava a data de 635. Cf. Mário Barroca - – Epigrafia Medieval Portuguesa, p.235.

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3- LEITURA Mário Barroca IN ERA / M i Ca / LXXXVIIII / PETRUS! DIDACI / INDIGNUS / SACERDOS i CEPIT / EDIFICARE ECCLE / SIAM ; ISTAM / In HONORE(m) S(an)C(t)I ! / XPOtoFORI MartyRIS Armando de Mattos IN ERA MILESIMA CENTESIMA OCTAGESIMA NONA PETRVS DIDACI INDIGNVS SACERDOS CEPIT EDIFICARE ECCLESIAN ISTAM IN HONORE SANCTI CHRISTOPHORI MARTYRIS Martins Sarmento Era M C ª – XXXV… (colocou o L em ponteado, com traço obliquo. Não tomou em conta a presença do L e ignorou a presença dos IIII que encerram a data.

4 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: - LEAL, Augusto Soares d´Azevedo- Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1873-90, s.v. "Rio Mau", vol. VIII, p. 208; - SARMENTO, Francisco Martins – A Igreja de Rio Mau – a vida Moderna, v. V, Porto, p.1 e Dispersos, Coimbra, 1933, pp. 181-182; - FERREIRA, Monsenhor José Augusto –A Igreja de S. Sristovam de Rio Mau, o Archeólogo português, 1-ª série, v. XIV, Lisboa, 1909, pp. 73-84; - SARMENTO, Martins – Cartas de Martins Sarmento ao padre Capela, v. XL, revista de Guimarães, 1930, pp. 5-10; - GEPB – Grande Enciclopédia Portuguesa Brasileira, 1935-60, s.v. "Rio Mau", vol. XXV, p. 749; - MATTOS, Armando de - Nótulas Epigráficas (IaSérie), Porto, 1943 (sep. de Douro-Litoral, fase. VII); - MATTOS, Armando de - Epigrafia do Douro Litoral, II, inventários das inscrições do Douro Litoral 1946-48, (sep. de Douro-Litoral, fase. vol. VIII), p. 72, n.° 61; - SOUSA José Maria Cordeiro de – Inscrições dos séculos VIII a XII existentes em Portugal, Ethnos, v. III, Lisboa, 1948, pp. 113-133; - COSTA Avelino Jesus da – A ordem de Cluny em Portugal, ed. Cenáculo, Braga, 1948; . - COSTA, Avelino Jesus da – Apontamentos de Epigrafia, I edição, Coimbra, 1954, p. 16; - ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de – Arquitetura Românica de Entre – Douro- e – Minho, 2 v., Dissertação de Doutoramento, Porto, ed. Policopiada, 1978; - BARROCA, Mário - BARROCA, Mário - Epigrafia Medieval Portuguesa (8621422), V. II, tomo I, pp.234-238. 37 e-vilacondense



REGULAMENTO 1. Tema Livre nos procedimentos técnicos a empregar, deverá obedecer a um tema genérico “Vila do Conde” e ao sub-tema do mês, definido no site e na revista e-vilacondense, registando qualquer pormenor, situação ou acontecimento, desde que ocorridos dentro do concelho de Vila do Conde. 2. Obras O número máximo de fotografias a apresentar por concorrente é uma. A dimensão mínima é 21cm por 30cm, sendo requisito a orientação vertical. 3. Prazos e formas de entrega O concurso terá a duração de dois meses, devendo os trabalhos ser enviados através de e-mail para o endereço fotovila@vilacondense.pt até ao final do primeiro mês. O e-mail deverá conter os seguintes dados. - Nome do fotógrafo; - Título da fotografia; - Local da fotografia; - Data da fotografia (mês e ano) 4. Prémios 1º Prémio - Utilização da fotografia como capa da revista e-vilacondense com os devidos créditos do autor. 2º e 3º Prémio - Publicação da fotografia na revista e-vilacondense com os devidos créditos do autor. 5. Juri O juri sera composto por todos os utilizadores do nosso site (www. vilacondense.pt), através da atribuição de uma classificação (rating) a cada fotografia. Os premiados serão os trabalhos que obtiveram a classificação mais alta até ao dia 25 do segundo mês. Os trabalhos premiados ficam propriedade do Vilacondense - Roteiro Online, o qual se reserva o direito de os poder utilizar no nosso site www.vilacondense.pt e na revista e-vilacondense sempre que entenda conveniente, referindo sempre os respetivos direitos autorais. Quaisquer informações adicionais podem ser solicitadas através do e-mail fotovila@vilacondense.pt. 39 e-vilacondense


CONCURSO DE FOTOGRAFIA

TEMA OUTUBRO

“EMBARCAÇÕES”



PREMIADOS SETEMBRO 1º LUGAR Gisela Cruz Título Sunset @Vila do Conde Local IAzurara Agosto 2013

BREVEMENTE EM WWW.VILACONDENSE.PT

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VILA DO CONDE PELA LENT NELSON QUINTANS DA SILV 081 e-vilacondense 43 e-vilacondense


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O MUNDO QUE NÓS PERDEMOS Uma reflexão final POR HÉLDER GUIMARÃES Mestre em História Contemporânea Investigador do CITCEM

Durante estes meses fomos vislumbrando os meandros de um mundo que julgamos perdido. Tendo por base as Memórias Paroquiais que o todo-poderoso Sebastião José, Ministro de D. José I ordenou a todas as Paróquias do Reino, fomos escrutinando as informações sobre o modo de vida dos homens e mulheres que viveram nestas terras próximas ao Ave. Impõe-se, por isso uma reflexão final, as lições da História que são tão úteis nos dias de hoje.


Em 1758, Portugal vivia um sistema social injusto. Uma pequena elite detinha todos os privilégios, enquanto a grande maioria da população vivia para se sustentar e para sustentar este grupo de privilegiados, chefiados pelo Rei. O Reino era um quintal, propriedade do monarca, que o distribuía a seu bel-prazer, por nobres e clérigos que se submetiam docilmente ao governo autocrático e pouco limitado. Este sistema político e social não era exclusivo de Portugal. Aplicavase, grosso modo, à generalidade das monarquias católicas do sul da Europa e do Leste Europeu 1. O seu expoente máximo era o Reino de França, onde o absolutismo régio se tinha imposto ao caos do feudalismo medievo. Luís XIV era o protótipo de monarca absoluto e a sociedade europeia foi aceitando o Absolutismo porque este representava a sobrevivência do tecido social. Assim, 57 e-vilacondense

faz sentido lembrar a obra teorizadora da Monarquia Absoluta, Leviathan, de Thomas Hobbes, onde se recupera a velha máxima de Plauto (séc. III) do homo lupus homini est (o homem é o lobo do homem). A sociedade só sobrevivia porque se celebrou um contrato entre o governo e os governados e estes se submetiam à sua autoridade incontestável. Desacreditava-se, por completo, o indivíduo como detentor de direitos. Era Deus que o ordenava, escolhendo os reis que assim se faziam por Sua graça e a sociedade o exigia para sua conservação e aumento. E, se durante o reinado de Luís XIV a França prosperou, já com Luís XVI as coisas não correram tão bem… E quando as coisas começaram a correr mal, no final do século XVIII, o Rei e a minoria privilegiada (constituída por nobres e clérigos) foram considerados culpados de todos os males que assolaram a


França. No ajuste de contas com o poder absoluto dos reis, isto é, durante a Revolução Francesa, acabou por rolar no cadafalso a cabeça do próprio Luís XVI, subjugado pelos problemas de uma nação inteira. Em Portugal, porém, a situação havia sido menos sinuosa para atingir a plenitude do poder. Os historiadores viram poucos sinais das autonomias e os reis, desde cedo, subjugaram os poderes que se lhes iam opondo. Não fora D. João II, apodado de Príncipe

Perfeito por Maquiavel, em “O Príncipe”? No século XVIII, os senhores locais e os poderes autonómicos das localidades eram insignificantes ou simbólicos. Tal era o caso de Vila do Conde e das povoações que, mais tarde viriam a constituir o concelho contemporâneo: praticamente todas as povoações eram vassalas da Coroa ou da Casa de Bragança (como a própria Vila do Conde), o que equivale ao mesmo, uma vez que o Rei era o administrador desta casa ducal, constituída em sustento da herdeira do trono. Vila do Conde ainda possuía Câmara, mas toda ela tinha que ser confirmada pelo Duque de Bragança que era, simultaneamente, Rei de Portugal. Havia juízes da vintena para julgar crimes pouco importantes nas localidades, como era o caso da Honra de Aveleda (que incluía Macieira) ou Guilhabreu… insignificâncias! A nobreza e o clero detinham alguns privilégios no território, como alguns pesqueiros nos rios, rendas, e, sobretudo, direito de apresentação para os benefícios paroquiais. O povo, esse, era uma grande massa insignificante, sem educação, sem acesso aos recursos, sem hipóteses de singrar numa sociedade cujo único valor era o berço, os feitos dos antepassados, pagos, geração a geração, a uma elite, muitas vezes, indigna da nobreza que ostentava.

1. A execeção mais importante era a Inglaterra e os reinos que com ela formaram o que hoje conhecemos por Reino Unido. Aqui não houve uma revolução, no sentido de mudança brusca da estrutura existente, mas uma série de pequenas revoluções que, paulatinamente, culminaram na total limitação dos poderes reais. A Magna Carta, imposta pelos nobres ao rei João sem terra, condicionou largamente a ação dos reis Plantagenetas e Tudores. Contudo, um novo afrontamento se avistou quando a dinastia escocesa Stuart chegou ao poder: Rei e Parlamento enfrentaram-se numa cruel Guerra Civil que culminou com a cabeça do Rei Carlos I a rolar no cadafalso às mãos de Oliver Cromwell. A Inglaterra tinha feito a sua revolução cem anos antes dos franceses. Mas como a experiência da Commonwealth não tivesse corrido bem, a Monarquia foi restaurada na pessoa de Carlos II, esposo da infanta portuguesa, D. Catarina de Bragança. Carlos II foi o último monarca inglês digno deste nome. Apoiado nos subsídios que o Rei Francês Luís XIV lhe concedia, e não necessitando de dinheiro, dissolveu o parlamento e governou sem este. Mas o irmão e sucessor, Jaime II, católico, não sobreviveu à Gloriosa Revolução, obrigando-se definitivamente os Reis de Inglaterra que lhe sucederam a governar com o parlamento. Discutida a forma de Governo, a Inglaterra estava livre para se desenvolver a sua economia enquanto que as outras nações do velho continente estavam mergulhadas em guerras civis.


Mas a natureza do poder absoluto da monarquia portuguesa estava a mudar na segunda metade do século XVIII. Na primeira metade do século, Portugal beneficiou largamente das remessas de ouro brasileiro que chegavam aos nossos portos. O Reino viveu um segundo período áureo. O que fizeram os portugueses de então? Largaram as indústrias 2 e a agricultura e rumaram à corte, onde o magnificente D. João V, empregava o seu dinheiro em palácios, jóias, futilidades. E todo um país abandonou os seus trabalhos, para gravitar em torno do Rei, fonte das honrarias e das benesses. O ouro, esse, era desperdiçado porque o país não produzia nada e tinha que importar tudo Ora, com a diminuição das remessas do ouro brasileiro e a decadência económica - que, aliás, as Memórias Paroquiais refletem sob as queixas do Prior, o qual via com amargura a

decadência do outrora fervilhante porto do Ave e, por essa ventura, a mingua de gentes que Vila do Conde estava a atravessar em 1758 – conjugaramse com outras condicionantes, que na década de 1750, tornaram explosiva a situação política portuguesa: em primeiro lugar o terramoto de 1755, que provou quão vão era a riqueza adquirida com o ouro do brasileiro. A cidade que outrora ficou conhecida por ser cabeça de um império era sacudida pela terra, lavada pelas ondas do mar e purificada pelas chamas. Tudo se foi com o terramoto de 1755; em segundo lugar, um monarca incapaz de resolver os problemas, que, por milagre, se salvou da tragédia de 1755 porque estava em Belém (e jamais viveu num palácio de pedra) e se apoiou num homem enérgico que exerceu, de facto, o poder real até às últimas consequências: Sebastião José de Carvalho e Melo, oriundo da nobreza provincial, mal quisto da nobreza tradicional que o via como um arrivista. O futuro Marquês de Pombal jamais perdoaria a oposição da nobreza e dos poderosos jesuítas; em terceiro lugar, e embora D. José tivesse uma vida familiar relativamente feliz, a sucessão política não estava assegurada: a herdeira do rei era uma mulher e nunca Portugal havia sido governado por uma mulher. Uma parte da nobreza do Reino, liderada pelo Duque de Aveiro, sentia-se capaz de disputar o trono à família Bragança. A política da coroa foi, então tão sagaz quanto (aos nossos olhos) incestuosa, casando a princesa D. Maria com o seu tio, D. Pedro III,

2.Não obstante as Pragmáticas Sanções do conde da Ericeira, ministro de D. Pedro II e impulsionador do mercantilismo português, foi assinado em 1703 o Tratado de Methuen que permitia a entrada de lanifícios ingleses que, mais baratos, destruíram a incipiente indústria têxtil portuguesa.

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irmão do rei; em terceiro lugar, todos os recursos deviam ser canalizados para a reconstrução da cidade de Lisboa. Isto, associado à decadência económica, deixou o Rei sem recursos económicos para alimentar as fidelidades e aumentou as disputas e os descontentamentos na sociedade. A partir de 1756, todos os elementos se conjugaram para uma catástrofe social e para a rebelião e, para a evitar, Sebastião de Carvalho e Melo exerceu com mão de ferro o poder que lhe havia sido confiado: entre 1757 e 1759 decapitou toda a oposição social ao despotismo esclarecido exercido por si, em nome do monarca. O povo foi o primeiro a sofrer a cruel ira do real ministro. Em 1756 foi criada a Real Companhia Velha, que detinha o monopólio do comércio do vinho do Porto. A medida era gravosa para a população do Porto que vivia do comércio dos vinhos e afetava especialmente a comunidade inglesa e os taberneiros. Foram precisamente estes que se revoltaram naquela Quarta Feira de Cinzas, dia 23 de fevereiro de 1757, no que ficou conhecida pela revolta dos Taberneiros. A revolta só não foi maior porque, pelas três horas da tarde saiu a Procissão de Cinzas, que fez serenar os ânimos 3. A afronta ao poder real não foi esquecida, e sofreram de pena capital vinte e seis pessoas, cujos corpos ficaram expostos para servir de exemplo e a cidade militarmente ocupada e obrigada a custear essa humilhante ocupação. Em 1758 era a vez do clero e da nobreza se sujeitarem ao poder real. Quando em 3 de Setembro de 3 OLIVEIRA: s.d., 19

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1758 o Rei regressava, incógnito, de um dos encontros com a sua amante, a marquesa nova de Távora, foi assaltado e ferido. A tentativa de regicídio foi o pretexto para condenar à morte o Duque de Aveiro, seus cunhados, os marqueses de Távora, e à expulsão dos jesuítas que se opunham a Sebastião José. Mas a morte, de cujas redes nenhum mortal escapa, nem mesmo os monarcas eleitos por Deus, apanhou D. José em 1777. Com ele morria,


politicamente, o Marquês de Pombal. A nova soberana, D. Maria I e seu augusto esposo, jamais perdoou as crueldades de Sebastião José e este foi proscrito da corte, embora jamais seguisse a sorte dos que mandou supliciar. A dupla que governou Portugal no pós-terramoto de 1755, isto é, D. José I e o seu Ministro – o Marquês de Pombal – compareceram de mãos dadas ante o inapelável juízo da História, única forma de sobreviver na cidade dos vivos ou, por outras palavras, “aqueles que por

obras valerosas. se vão da lei da morte libertando”, como muito bem escreveu Camões. E esse julgamento condenou uma das personagens a viver na sombra, na menoridade do outro: essa pessoa foi D. José, tido como incompetente. Uns dirão que foi pela “graça de Deus”. Outros dirão que foi o acaso. Mas a época de D. José I ficou designada por “Pombalina”. Isto diz muito acerca do enérgico Sebastião José e outro tanto acerca do rei, seu senhor.


Tanto no mundo que nós perdemos, como nos dias de hoje, Portugal teima em não investir, produtivamente, em tempos de abundância de recursos. A evolução social preconizada por Pombal nunca foi devidamente terminada, porque desse mundo que nós perdemos herdamos o respeito pelo sangue, pela família, ainda que o indivíduo não tenha qualquer valor intrínseco. E, sempre que temos problemas, esperamos pela reprodução de um D. Sebastião ou de um Pombal para resolver os problemas que, enquanto povo, devemos resolver, esquecendo que no mundo que nós perdemos os líderes eram brutais e sujeitos a uma lei criada em seu favor. A grande lição que devemos retirar destas histórias do mundo que nós perdemos é que os portugueses, enquanto povo se sobrepõem a qualquer herói singular. Quanto à Vila do Conde desse mundo, das ordens sociais rigidamente definidas, dos mosteiros e conventos essa foi desaparecendo. A Vila do Conde compartimentada entre os poderes dos concelhos de Barcelos e da Maia, soube triunfar num novo mundo e subtrair-se à decadência a que estava votada no mundo que nós perdemos. Pacheco Neves, em o Mosteiro de Santa Clara de Vila do Conde conta uma história, cuja veracidade se pode duvidar. Em 1832, estando fundeada ao largo da barra da Vila a esquadra liberal, que vinha para tomar o trono e derrubar o último rei absoluto e implantar, definitivamente o liberalismo, a Abadessa do Mosteiro de Santa Clara, ajustando a sua luneta terá afirmado «aquilo vem acabar com isto»! E de facto, profetizava bem. Mas essas histórias de um mundo que já é nosso contá-la-emos quando houver nova oportunidade. Por ora, encerramos estas páginas do mundo que nós perdemos.

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ACONTECEU POR CÁ ...

No dia 7 de Setembro realizou -se em Vila do Conde, um Projeto fotográfico intitulado Fashion’In Vila. Envolvendo mais de 80 entidades, entre parceiros (Maquiadores, Cabeleireiros, Designers, Lojas conceituadas desta cidade, fotografia aérea, video-reportagem, entre outros), fotografos e modelos. Contou com o apoio da CMVC, que abrui as portas de monumentos tão importantes como a Igreja de S .João Batista e a Nau dos Descobrimentos. O Desfile e fecho do evento foi integrado na fantastica iniciativa levada a cabo pelo Centro de Memória de Vila do Conde: “As Memórias no Centro da Festa” Fashio’In Vila foi o início de um projecto, pensado por um jovem fotógrafo, Pedro Figueiredo. O projecto que começou por ser um mero encontro

de fotógrafos e modelos, depressa se tornou um impulsionador de cultura e costumes, talentos fotográficos, empresas ligadas ao mundo da moda e parceiros que acreditaram neste projeto. Não é apenas uma empresa ou um evento. Alia o amor pela fotografia e pela moda, ao gosto pela Cultura Lusitana e a vontade de dar a conhecela por novas pespectivas. São agora uma organização constituida por cinco pessoas (Pedro Figueiredo, Bruno Areias, Márcio Sousa, Vânia Neves e Carla Costa), essencialmente jovens trabalhadores que fazem deste projeto um hobby sério e carregado de iniciativa. Conheçam mais através de www. facebook.com/Fashion.In ou visitem a página www.fashionin.org.

Fotografia: Pedro Figueiredo Fotografia Modelos: Cláudia Sofia Monteiro e João Lopes

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Pedro Figueiredo

Fotógrafo / Organizador Fashion’In Naturalidade: Porto Data Nascimento: 16.08.1982 Fotógrafo amador há cerca de 5 anos, profissional à 1 ano, preferência por retratos e moda, nascido no Porto mas criado em Vila do Conde sentiu a necessidade de aliar o mundo da moda á arquitetura citadina, e de alguma forma levar a mesma ao público em geral.

Em cima: Fotografia de Pedro Figueiredo, com a modelo Camila Marques, Maquilhagem de Catarina Amorim, na Nau de Vila do Conde. Em baixo: Fotografia de Pedro Figueiredo, com a modelo Susana S. Canhoto, na Nau de Vila do Conde.

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Em cima: Fotografia de Pedro Figueiredo, com a modelo Cláudia Monteiro, Maquilhagem de Catarina Amorim, no jardim da Igreja de Santa Clara. Na página seguinte: Fotografia de Pedro Figueiredo, com a modelo Luísa Carolina Campos vestida por Cristina Campos, Maquilhagem de Catarina Amorim, na Marina de Vila do Conde.



Bruno Areias

Fotógrafo / Organizador Fashion’In Naturalidade: Vila do Conde Data Nascimento: 11.03.1987 Bruno Areias é um artista plástico licenciado em escultura que descobriu durante o seu percurso académico a paixão pela fotografia. Foi talvez o contacto com o mundo analógico e primitivo da arte de fotografar que o fez querer aprofundar os seu conhecimentos e tornar-se no que hoje em dia é: um fotógrafo que devaneia por entre tudo o que pode ser fotografado. Ao longo dos últimos oito anos, evolui no mundo da fotografia e procura a cada dia abraçar novos projetos como organização de eventos.

Em cima: Fotografia de Bruno Areias, com a modelo Sara Cecília, vestida por Borsini, num Austin Healey de Jose Teixeira - Carros Antigos, na Marina de Vila do Conde. Em baixo: Fotografia de Bruno Areias, com os modelos Ana Ru Barbosa e João Mesquita, estando a modelo vestida por Cristina Campos e Maquilhagem de Momento de Pausa (Susana Santos), na Nau de Vila de Conde com a Capela de Nossa Senhora do Socorro de Vila do Conde como pano de fundo.

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Em cima: Fotografia de Bruno Areias, com a modelo Mariana Norte, vestida por Borsini, Maquilhagem de Momento de Pausa (Susana Santos) e Cabelo Paulo Veiga nos Claustros da Igreja de Santa Clara. Na página seguinte: Fotografia de Bruno Areias, com a modelo Joana Mendes (Tryssa Nekomimi Mendes), vestida por Angela Melnic, Maquilhagem de Filipa Pedrosa e Cabelo de Ana Guedes Cabeleireiros nos Claustros da Igreja de Santa Clara de Vila do Conde.



Márcio F. Sousa

Fotógrafo / Organizador Fashion’In Naturalidade: Matosinhos Data Nascimento: 22.11.1987 Nasceu em 1987 em Matosinhos, onde vive atualmente. Começou a ligar-se à fotografia há cerca de 9 anos e desenvolve atualmente o seu trabalho principalmente nas vertentes de retrato, fashion, boudoir. Mantém atividade em diversos Cursos/Workshops ligados ao ramo da Fotografia tendo já no seu currículo vários Cursos ligados às Áreas de Retrato, Nu Artístico, Sensual e Fashion. Está atualmente a estudar Áreas de Pós-Produção e tratamento de imagem.

Em cima: Fotografia de Márcio F. Sousa, com a modelo Filipa Lázaro, vestida por Angela Melnic e Maquilhagem de Filipa Pedrosa num Ford Modelo A de Jose Teixeira - carros classicos, com o Convento de Santa Clara de Vila do Conde como plano de fundo. Em baixo: Fotografia de Márcio F. Sousa, com o modelo Victor Falcão, Maquilhagem de Susana Santos no Jardim da Igreja de Santa Clara de Vila do Conde.

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Em cima: Fotografia de Márcio F. Sousa, com a modelo Susana S. Canhoto, vestida por?, Maquilhagem de Filipa Pedrosa no interior da Nau de Vila do Conde. Na página seguinte: Fotografia de Márcio F. Sousa, com o modelo João Rosa, Maquilhagem de Susana Santos no Jardim da Igreja de Santa Clara de Vila do Conde.



Paulo César Fotógrafo

Naturalidade: Setúbal Data Nascimento: 17.08.1972 A fotografia desde sempre foi uma paixão maior na minha vida, foram já milhares as fotos que tirei, mas cada sessão, cada exposição tem o encanto da primeira vez. Criar sonhos, ajudar as pessoas a acreditar mais nelas mesmas são uma enorme mais-valia em tudo isto, juntando tudo... O concurso Miss & Mister FB Portugal teria mesmo de acontecer, e em breve começa a 6ª edição.

Em cima: Fotografia de Paulo César, com a modelo Filipa Lázaro, vestida por Cristina Campos e Maquilhagem de Filipa Pedrosa, cabelo por Luz Divina, no Jardim da Igreja de Santa Clara de Vila do Conde. Em baixo: Fotografia de Paulo César, com o modelo Frederico Feitor, na Igreja de Santa Clara de Vila do Conde.

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Em cima: Fotografia de Paulo César, com a modelo Sara Santos, vestida por Cristina Campos, Maquilhagem de Luisa Sousa e Ana Guedes Cabeleireiros, no jardim da Igreja de Santa Clara de Vila do Conde. Na página seguinte: Fotografia de Paulo César, com as modelos Camila Marques e Susana S. Canhoto, Vestidas por Angela Melnic, Maquilhagem de Susana Santos e Filipa Pedrosa, cabelo por Luz Divina e Ana Guedes, no desfile Fashion’In Vila.



Armando Marques Fotógrafo

Naturalidade: Paredes Data Nascimento: 08 .04.1978 Ao longo de toda a vida foi fotografando avulsamente, porém, o vício da fotografia, per si, foi acicatado pela companheira, a qual vivia a fotografia entusiasticamente. Há cerca de 3 anos a fotografia extrapolou o ceio familiar, com a realização de vários ensaios fotográficos, passando por uma participação pontual em algumas publicações num jornal regional (fotojornalismo de futsal e social), bem como a participação em eventos fotográficos e workshops; Vê-se essencialmente como autodidata, apreciador das vertentes de retrato/ fashion/ boudoir, mas tem sido no âmbito da fotografia infantil e eventos que tem sido despendido maior tempo.

Em cima: Fotografia de Armando Marques, com a modelo Sara Cecília, vestida por Angela Melnic e Maquilhagem de Filipa Pedrosa ( Work the Magic ) num Ford Modelo A de Jose Teixeira - carros classicos. Em baixo: Fotografia de Armando Marques, com a modelo Ana Ru Barbosa, vestida por Borsini e Maquilhagem de Momento de Pausa (Susana Santos), nos jardins da Praça da Republica de Vila do Conde.

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Em cima: Fotografia de Armando Marques, com a modelo Filipa Lázaro, vestida por Cristina Campos, Maquilhagem de Filipa Pedrosa e cabelo de Luz Divina no jardim da Igreja de Santa Clara de Vila do Conde. Na página seguinte: Fotografia de Armando Marques, com a modelo Sara Cecília, vestida por Angela Melnic e Maquilhagem de Filipa Pedrosa ( Work the Magic ) num Ford Modelo A de Jose Teixeira - carros classicos, com a Igreja de Santa Clara como pano de fundo.



Carlos Vilela Fotógrafo

Naturalidade: Vila Nova de Gaia Data Nascimento: 05.06.1967 Fotógrafo Amador e Autodidata...

Em cima: Fotografia de Carlos Vilela, com os modelos João Lopes e Ana Ru Barbosa, a modelo é vestida por Cristina Campos, num Austin Healey de Jose Teixeira - Carros Antigos, na Marina de Vila do Conde. Em baixo: em cima: Fotografia de Armando Vilela, com o modelo Frederico Feitor, num Austin Healey de Jose Teixeira Carros Antigos, na Marina de Vila do Conde.

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Em cima: Fotografia de Carlos Vilela, com os modelos Frederico Feitor e Rodrigo Viegas, no jardim da Igreja de Santa Clara de Vila do Conde. Na página seguinte: Fotografia de Carlos Vilela, com a modelo Filipa Lázaro, vestida por Cristina Campos, Maquilhagem de Filipa Pedrosa e cabelo de Luz Divina no jardim da Igreja de Santa Clara de Vila do Conde.



Filipe Marques Fotógrafo

Naturalidade: Valongo Data Nascimento: 13.03.1979 Desde cedo que tenho a paixão pela fotografia, comecei com a minha primeira máquina fotográfica, uma Kodak Instamatic 155X (que na altura ainda era do meu pai) e outras compactas ao longo dos anos, apenas para registo dos momentos da minha vida. Mas só a partir de 2010, altura em adquiri uma bridge e mais tarde uma reflex é que comecei a fotografar a sério e a evoluir na fotografia artisticamente adquirindo mais conhecimentos em eventos fotográficos e workshops de fotografia, nomeadamente os eventos Devaneios Fotográficos com workshops de Fernando Bagnola. Em 2012, participei num workshop de Moda e Tratamento de Imagem. Atualmente a fotografia por enquanto ainda é um hobby que mantenho ativo e em constante evolução.

Em cima: Fotografia de Filipe Marques, com a modelo Sofia Silva, vestida por Borsini, num Austin Healey de Jose Teixeira Carros Antigos, na Marina de Vila do Conde. Em baixo: Fotografia de Filipe Marques, com os modelos Ana Ru Barbosa e João Mesquita, estando a modelo vestida por Cristina Campos e Maquilhagem de Momento de Pausa (Susana Santos), na Nau de Vila de Conde.

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Em cima: Fotografia de Filipe Marques, com o modelo Frederico Feitor, Maquilhagem de Momento de Pausa (Susana Santos) e cabelo de Paulo Veiga no jardim da Igreja de Santa Clara de Vila do Conde. Na página seguinte: Fotografia de Filipe Marques, com a modelo Sofia Silva, vestida por Borsini, num Austin Healey de Jose Teixeira - Carros Antigos, na Marina de Vila do Conde.



Hélio Leão Fotógrafo

Naturalidade: Paredes Data Nascimento: 21.12.1981 “A fotografia reproduz o que no infinito só ocorre uma vez. Ela repete mecanicamente o que nunca mais poderá repetir-se existencialmente.” Esta é uma das citações pelas quais me leva a caracterizar a fotografia como uma das artes mais belas e fascinantes que a humanidade já teve oportunidade de criar e testemunhar. Os meus estilos favoritos são a fotografia de retrato, moda e de viagens. Adoro a energia emocional de um retrato, a comunicação com o modelo e o ambiente teatral de uma sessão fotográfica, e fascina-me conhecer novos locais e culturas.

Em cima: Fotografia de Hélio Leão, com a modelo Cláudia Monteiro, Maquilhagem de Catarina Amorim, no jardim da Igreja de Santa Clara. Em baixo: Fotografia de Hélio Leão, com as modelos Ana Ru Barbosa, Angela Bernardo e Vera Pinto, vestidas por Cristina Campos, Maquilhagem de Momentos de Pausa (Susana Santos), na Marina de Vila do Conde.

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Em cima: Fotografia de Hélio Leão, com a modelo Joana Mendes (Tryssa Nekomimi Mendes), vestida por Cristina Campos, Maquilhagem de Filipa Pedrosa e Cabelo de Ana Guedes Cabeleireiros na Nau de Vila do Conde. Na página seguinte: Fotografia de Hélio Leão, com a modelo Filipa Lázaro, vestida por Cristina Campos, Maquilhagem de Filipa Pedrosa, na Nau de Vila do Conde.



Jorge Alminhas Fotógrafo

Naturalidade: Pêso da Régua Data Nascimento: 01.11.1970 Comecei na fotografia por curiosidade. Aos poucos fui descobrindo o que era a fotografia e tudo o que ela engloba. Eu costumo dizer que a fotografia é: ´´A MAGIA DO MOMENTO´´ e foi através desta magia que me deixei contagiar, sendo agora uma paixão. Comecei mais a sério vai para 3 anos, sendo o retrato e fashion o que mais adoro fazer. Sei que tenho ainda muito para aprender, mas quero-o muito fazer.

Em cima: Fotografia de Jorge Alminhas, com os modelos João Rosa e Beatriz Marques, a modelo é vestida por Cristina Campos, Maquilhagem de Luisa Sousa na marina de Vila do Conde. Em baixo: Fotografia de Jorge Alminhas, com a modelo Filipa Lázaro, vestida por Angela Melnic, Maquilhagem de Filipa Pedrosa e cabelo por Luz Divina, no Jardim da Igreja de Santa Clara de Vila do Conde.

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Em cima: Fotografia de Jorge Alminhas, com a modelo Camila Marques, Maquilhagem de Momento de Pausa (Susana Santos) e cabelo por Ana Guedes Cabeleireiros no Jardim da Igreja de Santa Clara de Vila do Conde. Na página seguinte: Fotografia de Jorge Alminhas, com a modelo Cláudia Monteiro, vestida por Times Square, Maquilhagem de Catarina Amorim, em Vila do Conde.



João Gavina Fotógrafo

Naturalidade: Vila do Conde Data Nascimento: 08.11.1978 A minha área profissional não tem nada a ver com a fotografia mas há cerca de 6 anos esta paixão despontou com a aquisição de uma pequena Fujifilm e com o início de um blog de fotografia. Atualmente participo em vários eventos fotográficos relacionados com fashion, moda e viagens. Mesmo numa perspetiva lúdica e amadora não abdico de aprender e tenho sempre a pretensão de fazer melhor.

Em cima: Fotografia de João Gavina, com os modelos Frederico Feitor e Rodrigo Viegas, no jardim da Igreja de Santa Clara de Vila do Conde. Em baixo: Fotografia de João Gavina, com a modelo Sara Cecília, vestida por Angela Melnic e Maquilhagem de Filipa Pedrosa ( Work the Magic ) num Ford Modelo A de Jose Teixeira - carros classicos.

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Em cima: Fotografia de João Gavina, com a modelo Filipa Milhazes, vestida por Cristina Campos, Maquilhagem de Luisa Sousa e cabelo por Luz Divina, num Ford Modelo A de Jose Teixeira - carros classicos, com o Convento de Santa Clara de Vila do Conde como plano de fundo. Na página seguinte: Fotografia de João Gavina, om a modelo Fernanda Cipriano, vestida por Cristina Campos, na Nau de Vila do Conde.



Lino Ribeiro Fotógrafo

Naturalidade: Guiães (Vila Real) Data Nascimento: 29.05.1969 Desde cedo tive o fascínio pela Fotografia, mas só em 1994 tive a possibilidade de comprar a minha primeira máquina fotográfica. Foram tempos de algumas experiências e boas descobertas, no tempo do analógico (era tirar a fotografia e ficar à espera dos resultados...). Por ser mais fácil, e porque não vivia da fotografia, ia por norma a locais onde aconteciam eventos, desde desporto, concertos... No entanto, e por falta de tempo, de 2001 a 2010 deixei de parte a fotografia... Regressei há três anos para recordar velhos conceitos e efetuar todo um processo de aprendizagem no mundo digital. Saliento que a edição de imagem não me fascina, pois prefiro captar o momento e vivê-lo e deixar os aspetos da edição para quem sabe, gosta e é de fato competente nessa área.

Em cima: Fotografia de Lino Ribeiro, com os modelos Beatriz Marques e João Rosa, a modelo é vestida por Cristina Campos, Maquilhagem de Luisa Sousa, tendo como cenário a marina de Vila do Conde. Em baixo: Fotografia de Lino Ribeiro, com os modelos Camila Marques e Rodrigo Viegas, tendo como cenário a marina de Vila do Conde.

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Em cima: Fotografia de Lino Ribeiro, com a modelo Susana S. Canhoto, vestida por Times Square, Maquilhagem de Filipa Pedrosa ( Work the Magic ) e cabelo de Ana Guedes Cabeleireiros, no desfile Fashion’In Vila que teve lugar no Centro de Memória de Vila do Conde. Na página seguinte: Fotografia de Lino Ribeiro, com o modelo João Lopes, vestido por Borsini na Marina de Vila do conde.



Marta Marques Fotógrafo

Naturalidade: Braga Data Nascimento: 08.07 .1983 Nasceu com o bichinho da Fotografia. Desde miúda que raptava uma máquina fotográfica dos seus pais e captava aquilo que lhe chamava a atenção. Depois de se licenciar em Arquitetura, voltou a retomar a fotografia como principal arte. Após acabar o curso Profissional de Fotografia em 2011 dedicou-se exclusivamente a fotografar, fazendo vários trabalhos e projetos na área.

Em cima: Fotografia de Marta Marques, com a modelo Cláudia Monteiro, vestida por Times Square, Maquilhagem de Catarina Amorim, em Vila do Conde. Em baixo: Fotografia de Marta Marques, com a modelo Filipa Lázaro, vestida por Cristina Campos, Maquilhagem de Filipa Pedrosa e cabelo de Luz Divina no jardim da Igreja de Santa Clara de Vila do Conde.

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Em cima: Fotografia de Marta Marques,com a modelo Susana S. Canhoto, vestida por Angela Melnic, Maquilhagem de Filipa Pedrosa e cabelo de Ana Guedes Cabeleireiros, no jardim da Igreja de Santa Clara de Vila do Conde. Na página seguinte: Fotografia de Marta Marques, com a modelo Filipa Lázaro, vestida por Cristina Campos, Maquilhagem de Filipa Pedrosa e cabelo de Luz Divina, na Nau de Vila do Conde.



Paulo Machado Fotógrafo

Naturalidade: Leça do Balio Data Nascimento: 01.03.1974 O acto de fotografar foi sempre um fascínio presente, o processo da formação da imagem, o disparo da câmara, até à impressão da fotografia. À cerca de 2 anos decidiu tornar a paixão pela fotografia em algo mais sério e profissional, começou por frequentar alguns workshops/cursos ligados ao ramo da fotografia sempre com a vertente Artística, Fashion e Moda. A composição fotográfica é algo que o fascina e que o leva a querer aprender mais e aperfeiçoar em todos os trabalhos que realiza.

Em cima: Fotografia de Paulo Machado, com os modelos Vanessa Penteado e João de Melo, num Austin Healey de Jose Teixeira - carros classicos, com a Marina Vila do Conde como plano de fundo. Em baixo: Fotografia de Paulo Machado, com os modelos Vera Pinto e Frederico Feitor, com a modelo vestida por Cristina Campos, Maquilhagem de Momento de Pausa (Susana Santos) e cabelo Luz Divina, num Ford Modelo A de José Teixeira - carros classicos, com Igreja de Santa Clara de Vila do Conde como plano de fundo.

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Em cima: Fotografia de Paulo Machado, com a modelo Filipa Milhazes, vestida por Cristina Campos, Maquilhagem de Luisa Sousa e cabelo por Luz Divina, num Ford Modelo A de Jose Teixeira - carros classicos, em Vila do Conde Na página seguinte: Fotografia de Paulo Machado, com a modelo Cláudia Monteiro, vestida por Times Square, Maquilhagem de Catarina Amorim, em Vila do Conde.



Filipe Carmo Fotógrafo

Naturalidade: Porto Data Nascimento: 15.05.1975 O gosto pela fotografia começou logo desde muito novo, começando por aprender como funcionavam as “complexas” SLR analógicas de outros tempos. Desde então, não conseguiu mais desligar-se desta paixão. Foi no entanto, já na era do digital, em 2006, que começou a fotografar com regularidade, aprofundando o seu conhecimento em diferentes áreas da fotografia, nunca se estagnando a só um tema ou tipo de fotografia. Licenciado e com vários cursos de especialização na área da Informática, a fotografia mantém-se exclusivamente o que se sempre foi: uma Paixão. A composição fotográfica é algo que o fascina e que o leva a querer aprender mais e aperfeiçoar em todos os trabalhos que realiza.

Em cima: Fotografia de Filipe Carmo, com a modelo Sofia Silva, vestida por Borsini, na Nau de Vila de Conde. Em baixo: Fotografia de Filipe Carmo, com os modelos Beatriz Marques e Vitor Falcão, a modelo é vestida por Cristina Campos, Maquilhagem de Luisa Sousa, cabelo por Luz Divina, no jardim da Igreja de Santa Clara de Vila do Conde.

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Em cima: Fotografia de Filipe Carmo, com os modelos Ana Ru Barbosa e João Mesquita, estando a modelo vestida por Cristina Campos e Maquilhagem de Momento de Pausa (Susana Santos), na Nau de Vila de Conde. Na página seguinte: Fotografia de Filipe Carmo, com a modelo Filipa Milhazes, vestida por Cristina Campos, Maquilhagem de Luisa Sousa, em Vila do Conde.



Vasco Guedes Fotógrafo

Naturalidade: Vila Nova de Gaia Data Nascimento: 08.10.1974 Apaixonado por fotografia, desde a primeira foto aos 5/6 anos, teve ao longo dos anos passagens pela fotografia, intervaladas por pontuais pausas, mas regressando sempre. Ao longo desse caminho participou em alguns workshops nas mais variadas vertentes, mantendo insaciável a vontade de apreender e aprender. O seu maior desafio, a nível fotográfico, é o projeto seguinte, procurando em cada fotografia, encontrar-lhe alma e dar-lhe corpo.

Em cima: Fotografia de Vasco Guedes, com o modelo Rodrigo Viegas, Maquilhagem de Momentos de Pausa, no jardim da Igreja de Santa Clara de Vila do Conde. Em baixo: Fotografia de Vasco Guedes, com a modelo Luísa Carolina Campos vestida por Cristina Campos, Maquilhagem de Catarina Amorim, na Marina de Vila do Conde.

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Em cima: Fotografia de Vasco Guedes, com a modelo Joana Mendes (Tryssa Nekomimi Mendes), vestida por Angela Melnic, Maquilhagem de Filipa Pedrosa e Cabelo de Ana Guedes Cabeleireiros no jardim da Igreja de Santa Clara de Vila do Conde. Na página seguinte: Fotografia de Vasco Guedes, com a modelo Sara Santos, vestida por Cristina Campos, Maquilhagem de Luisa Sousa e Ana Guedes Cabeleireiros, no jardim da Igreja de Santa Clara de Vila do Conde.



Magal Nunes Fotógrafo

Naturalidade: Rio Tinto Data Nascimento: 13.06.1951 É na década de 80 que me apaixono, literalmente, pela fotografia. Razões profissionais, obrigaram-me a relegar a fotografia para segundo plano. Só em 2005, dedico mais tempo à paixão adormecida, mas com o objetivo de fotografar como hobby. Mas, há sempre um mas... Afinal a fotografia é a comunicação visual que expressa emoções que procuro.

Em cima: Fotografia de Magal Nunes, com a modelo Sara Santos, vestida por Cristina Campos, maquilhagem de Luisa Sousa, cabelo por Ana Guedes CAbeleireiro, no jardim da Igreja de Santa Clara de Vila do Conde. Em baixo: Fotografia de Magal Nunes, com a modelo Vera Pinto, vestida por Cristina Campos, maquilhagem por Momento de Pausa ( Susana Santos), na Nau de Vila do Conde.

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Em cima: Fotografia de Magal Nunes, com a modelo Vanessa Penteado, vestida por Cristina Campos, maquilhagem de Work the Magic ( Filipa Pedrosa), na Marina de Vila do Conde. Na página seguinte: Fotografia de Magal Nunes, com a modelo Filipa Lázaro, vestida por Cristina Campos, Maquilhagem de Filipa Pedrosa e cabelo de Luz Divina no jardim da Igreja de Santa Clara de Vila do Conde.



PARCEIROS

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Revistas e Jornais Grande formato

Obra de Livro

Trabalhos Comerciais

Zona Industrial de Alto da Pega, Pavilh達o 15 4481-909 Vila do Conde 252 640 450 | 966 345 355 | geral@tipografiadoave.pt

www.tipografiadoave.pt


INVENTÁRIO DO ESPÓLIO DO MOSTEIR INVENTARIAR PARA PRESERVAR Parte V

POR MÓNICA SOUSA E VALQUÍRIA COSTA Licenciadas em História-variante Arqueologia - FLUP

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RO DE SANTA CLARA

Imagem gentilmente cedida por D. Olinda Lopes da Cunha

A continuação da publicação do inventário do espólio do Mosteiro de Santa Clara procura mostrar a importância cultural e artística da arte sacra do concelho de Vila do Conde. Os registos deixados pelo tempo e pelo abandono da estrutura arquitetónica numa sociedade cada vez mais acelerada acarretam uma reflexão sobre a importância que este imóvel tem para todos os vilacondenses. Ao publicarmos este trabalho procuramos elevar ainda mais a arte sacra, tornando conhecidas as glórias do passado e ao mesmo tempo tornar o património mais próximo e acessível do público numa altura em que o Mosteiro necessita de todas as atenções e ajudas.


Lavado Datação: Séc. XVIII Estado de conservação: Bom estado. Descrição: Lavabo constituído por lavatório e base simples, adossados à parede decorada com azulejos azuis e brancos. A parte superior representa um rosto ladeado por uma concha irregular. O orifício de saída da água encontra-se na boca. O lavatório tem uma forma retangular ligeiramente

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ovalada nos cantos frontais e sofreu uma intervenção recente, tendo sido acrescentado um canto mais alto em cimento para facilitar a sua utilização. Estampa de 2003.




S. JOÃO EVANGELISTA Datação: Séc. XVII-XVIII Estado de conservação: Razoável. Dimensões: Alt. 67 cm; Larg. 29 cm

Descrição: Escultura de vulto redondo, esculpida de pé, em posição frontal e descalça (uma característica dos apóstolos). Madeira dourada e policromada com motivos decorativos vegetalistas em relevo aplicado, predominando as cores douradas, verde, vermelho e azul. Apresenta a mão direita erguida e com a esquerda segura um cálice. Enverga uma túnica estofada (com decote redondo e mangas compridas e apertadas, bainha em dourado) decorada com elementos vegetalistas e ainda um amplo manto (ricamente decorado com elementos vegetalistas, flores policromadas e pregas) apoiado no seu ombro e cotovelo esquerdo, passando

pelas costas, sob o cotovelo direito e formando pregas laterais. O manto, caído até aos pés, é enriquecido com um bordão dourado e decorado, assim como a gola da túnica. O bordado é minucioso nos elementos vegetalistas. O interior do manto é visível na parte frontal e do lado esquerdo, sendo também decorado com elementos figurativos dourados. Cabelo dourado e solto sobre os ombros, caindo uma madeixa ondulada de cada lado. Face e lábios rosados, rosto expressivo e sereno. Base lisa de secção retangular dourada. Imagem muito requintada. Estampa de 2003.

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ASCENSÃO DE CRISTO

Datação: Séc. XVII-XVIII Estado de conservação: Razoável. Dimensões: Alt. ?; Larg. 106 cm

Descrição: Pintura a óleo sobre tela, representando a ascensão de Jesus ao Céu, composta por dois registos, um superior (celeste) e outro inferior (terreno). Cristo surge representado no registo superior da composição, em elevação, com os braços abertos e envolto numa luz amarela com feixes de raios ladeada por nuvens. A indumentária é simples, uma túnica castanha em pregas provocadas pela cintura marcada e ligeiramente subida. Sobre a túnica Cristo tem um manto vermelho que se apoia sobre o ombro direito e braço esquerdo. Surge ainda representado com cabelos e barbas compridos de cor castanha. No registo inferior estão representados três apóstolos, de joelhos, olhando para baixo e numa atitude de devoção. O apóstolo do meio enverga uma túnica azul-escura e manto bege sobre a perna. Os seus cabelos e barbas são brancos. Está ladeado por uma figura do seu lado 107 e-vilacondense

esquerdo/posterior que traja túnica azul, manto verde sobre a perna e cabelo castanho e por outra figura no lado direito/frontal com túnica azul escura e manto vermelho sobre as costas e pernas e cabelo castanho. Moldura simples, policromada. O episódio aqui representado é narrando nos Actos dos Apóstolos e frequentemente abordado ao longo dos tempos. Na maioria dos registos iconográficos é representada no registo inferior, além dos apóstolos, a Virgem Maria. A ascensão de Cristo marca a transição entre a glória de Cristo ressuscitado e a de Cristo exaltado à direita do Pai. Marca também a possibilidade de que a humanidade entre no Reino de Deus como tantas vezes o anunciou Jesus. Estampa de 2003.




QUADRO

Datação: Séc. ? Material: Madeira Estado de conservação: Mau. Dimensões: Alt. 108 cm; Larg. 100 cm

Descrição: Pintura a óleo sobre tela, em mau estado de conservação e de difícil leitura. Moldura pintada de azul, tipo chinoiserie, com filamentos dourados. É perceptível um fundo azul e figuras religiosas. Estampa de 2003.

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ENCONTRO DE JESUS COM A M Datação: Séc. (?) Estado de conservação: Mau. Dimensões: Alt. 143 cm; Larg. 191 cm Descrição: Pintura a óleo sobre tela em mau estado de conservação. Jesus carrega a cruz sendo visível nas suas vestes tinta azul e a representação da coroa de espinhos na cabeça. A sua mãe é retratada com túnica comprida vermelha e manto azul sobre o ombro esquerdo. Fundo azul e vermelho. Poderá ter sido repintado. Localizava-se no fundo das escadas do 1º andar. Estampa de 2003.

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MÃE A CAMINHO DO CALVÁRIO


Praça José Régio, 168 4480-718 Vila do Conde 252 645 983


e-vilacondense www.vilacondense.pt

Diretor Alexandre Maia - alexandre.maia@lexart.com.pt Editores Alexandre Maia Hélder Guimarães Mónica Sousa Grafismo Alexandre Maia Revisão Paula Miranda Colaboradores Textos Hélder Guimarães Mónica Sousa Valquíria Costa Miguel Larangeira Fotografia AMVC - Arquivo Municipal de Vila do Conde Alexandre Maia Mónica Sousa Valquíria Costa Dr. Flores Gomes Fasion' In Nelson Quintans da Silva Publicidade publicidade@vilacondense.pt Contactos 919 748 989 info@vilacondense.pt Apartado 170 4481-910 Vila do Conde Propriedade Alexandre Maia | Portal Vilacondense Sede: IMANcowork Rua 5 de Outubro, 523 Vila do Conde 4480-649 Vila do Conde ISSN 2182-8709


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