R$5 edição nº 35 janeiro/ fevereiro 2015
NENHUMA VIDA VALE MAIS DO QUE OUTRA Na(s) barbárie(s) do capitalismo, somos solidári@s a todas as vítimas EDIÇÃO DIGITAL REDUZIDA Com conteúdo
FAZENDO
MEDIA +
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o i e r l r a o C Vir
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Rafael Marcon: Chegaram as revistas. Elas são lindas, já dei uma lida nelas, bem massa o trampo de vocês, mano. Parabéns. Tiko Arawak compartilhando a imagem à esquerda (ilustração de Thais Linhares postada em nosso facebook no dia do natal: “O dia de hoje é uma data muito especial para os cristãos e até por isso cabe-nos lembrar o principal ensinamento expresso por Jesus: Amai vos uns aos outros! E saúda os cristãos que compreendem que esse amor é incondicional e que respeita e protege a diversidade sexual.” Wow, CLAP CLAP CLAP! Parabéns à família Vírus Planetário!
Anônimo: Olá pessoal! Gostava da maioria das postagens de vocês! Agora com o modismo do Charlie da França notei que vocês estão fazendo piadas sobre crenças também. Não acho inteligente cutucar ninho de marimbondo, os idiotas franceses cutucaram os idiotas fanáticos e pagaram o preço. Agora vocês querem chamar a atenção dos fanáticos também??? Achei que fosse uma revista inteligente, com vocês eu não “colo”. Estou descurtindo a página com muito prazer! E por favor não chamem a atenção dos homens-bomba para o Brasil, por favor! Nossa Resposta: As charges em questão NÃO pretendem representar o pensamento d@s muçulman@s e/ou atacar os seguidores do Islã. A intenção é denunciar uma visão completamente deturpada e ensandecida de extremistas que fazem atrocidades em nome de Alá e de Maomé, sendo que a religião islâmica prega exatamente o contrário.
Capa: Ilustração de Tiago Silva Edição 35 da Revista Vírus Planetário Janeiro/Fevereiro 2015
EXPEDIENTE: Rio de Janeiro: Alexandre Kubrusly, Ana Chagas, André Camilo, Artur Romeu, Bruna Barlach, Bruno Costa, Caio Amorim, Camille Perrisé, Catherine Lira, Chico Motta, Débora Nunes, Didi Helene, Daniela Fi Diego Novaes, Eduardo Sá, Fernanda Alves, Joyce Abbade, Julia Campos, Leandro Santos, Mariana Adão, Mariana Moraes, Regina Gomes, Thais Linhares | São Paulo: Ana Carolina Gomes, Duna Rodríguez, Gustavo Morais, Hamilton Octávio de Souza, Jamille Nunes, Jéssica Ipólito, Luka Franca, Marcelo Araújo | Brasília: Alina Freitas, Diogo Cardeal, Edemilson Paraná, João Apolinário Passos, Maiara Zaupa e Thiago Vilela | Minas Gerais: Ana Malaco e Laura Ralola | Ceará: Caio Erick, Joana Vidal, Livino Neto e Lucas Moreira | Piauí: André Café, Diego Barbosa, Mariana Duarte, Nadja Carvalho e Sarah Fontenelle | Bahia: Mariana Ferreira | Paraíba: Iarlyson Santana e Mariana Sales | Paraná: Elisa Riemer e Tiago Silva | Mato Grosso do Sul: Bárbara de Almeida, Eva Cruz, Fernanda Palheta, Jones Mário, Marina Duarte, Rafael de Abreu e Tainá Jara | Rio Grande do Sul: João Victor Moura, Maiara Marinho e Rafael Balbueno Diagramação: Caio Amorim
Conselho Editorial: Adriana Facina, Amanda Gurgel, Ana Enne, André Guimarães, Claudia Santiago, Dênis de Moraes, Eduardo Sá, Gizele Martins, Gustavo Barreto, Henrique Carneiro, João Roberto Pinto, João Tancredo, Larissa Dahmer, Leon Diniz, MC Leonardo, Marcelo Yuka, Marcos Alvito, Mauro Iasi, Michael Löwy, Miguel Baldez, Orlando Zaccone, Oswaldo Munteal, Paulo Passarinho, Repper Fiell, Sandra Quintela, Tarcisio Carvalho, Virginia Fontes, Vito Gianotti e Diretoria de Imprensa do Sindicato Estadual dos Profissionais de Edução do Rio de Janeiro (SEPE-RJ)
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virusplanetario.com.br A Revista Vírus Planetário - ISSN 2236-7969 é uma publicação da Malungo Comunicação, Editora e Comércio de Revistas com sede no Rio de Janeiro. Telefone: 21 3502-7877
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DDH
contra a desigualdade
Afinal, o que é a Vírus Planetário?
Acredite num jornalismo pela diferença,
Muitos não entendem o que é a Vírus Planetário, principalmente o nome. Então, fazemos essa explicação maçante, mas necessária para os virgens de Vírus Planetário: Jornalismo pela diferença, não pela desigualdade. Esse é nosso lema. Em nosso primeiro editorial, anunciamos nosso estilo; usar primeira pessoa do singular, assumir nossa parcialidade, afinal “Neutro nem sabonete, nem a Suíça.” Somos, sim, parciais, com orgulho de darmos visibilidade a pessoas excluídas, de batalharmos contra as mais diversas formas de opressão. Rimos de nossa própria desgraça e sempre que possível gozamos com a cara de alguns algozes do povo. O bom humor é necessário para enfrentarmos com alegria as mais árduas batalhas do cotidiano. O homem é o vírus do homem e do planeta. Daí, vem o nome da revista, que faz a provocação de que mesmo a humanidade destruindo a Terra e sua própria espécie, acreditamos que com mobilização social, uma sociedade em que haja felicidade para todos e todas é possível. Recentemente, unificamos os esforços com o jornal alternativo Fazendo Media e Revista o Viés de Santa Maria (RS) nos tornamos um único coletivo e uma única publicação impressa. Seguimos, assim, mais fortes na luta pela democratização da comunicação para a construção de um jornalismo pela diferença, contra a desigualdade.
Editorial
sumárioda edição completa
U
m novo ano chegou e trouxe com ele acontecimentos impactantes logo na primeira quinzena. Com todos no Brasil ainda em clima de férias, foi com grande choque que recebemos as notícias vindas da França, de que jornalistas haviam sido mortos pelo exercício de sua função. Nessa edição, falaremos sobre o acontecimento e sobre ser ou não ser Charlie Hebdo. No entanto, neste editorial, vamos chamar atenção para tantas mortes que não são noticiadas. Desde as mortes de grupos de muçulmanos opositores ao Estado Islâmico (ISIS) e Boko Haram (na Nigéria) até as mortes de pessoas que vivem a poucos metros de nós, nas favelas do Rio de Janeiro, como o garoto de 11 anos executado pela polícia carioca com um fuzil.
Chegou 2015 e nós da Vírus seguimos na luta para transformar essa realidade (e para transformar toda a sociedade). E, como sempre, contamos com vocês para virem junto conosco. Construamos juntos um ano de vitórias para a esquerda e para Vírus. Bora fazer acontecer!
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Internacional_”Vivos os levaram, vivos os queremos”
10 Entrevista Inclusive_Alexandre Costa
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De fato, as motivações das mortes podem ser diferentes: se o ISIS luta pela instauração de um Califado (um estado onde a lei islâmica seja a lei corrente, sob suas regras de conduta), a polícia, como um braço do estado brasileiro aqui luta contra o povo negro e pobre das favelas, como se eles fossem o inimigo. Nenhuma dessas mortes é justificável. É fato que vivemos em tempos difíceis. Difícil, também, segue sendo nossa luta para continuar construindo a Vírus como uma revista sempre à esquerda e de resistência contra o capitalismo e seu modo de funcionamento. Entramos o ano com as contas no vermelho e por isso, pedimos sua compreensão em relação ao não lançamento da edição de dezembro. Nessa edição, falamos de liberdade de expressão e liberdade de imprensa, então não podemos nos esquecer que vivemos num dos países com as leis de imprensa menos democráticas. E menor democracia quer dizer maior dificuldade de financiamento, mais dificuldade de distribuição e por aí vai.
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Hamilton Octávio de Souza_ Dilma 2 consagra estelionato eleitoral
Meio Ambiente_Crise hídrica é política
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CAPA_Ser ou não ser Charlie, eis a questão
22 Fazendo Media_Nigéria=França? 23 Bula Cultural_Indicações e Contraindicações
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Bula Cultural_Bienal Internacional de Guarulhos
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Bula Cultural_Movimento Punk de Teresina_Resistência e Cultura na selva de pedras
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HAMILTON
OCTAVIO DE SOUZA Hamilton é jornalista, professor na Pontifícia Univerdade Católica de São Paulo (PUC-SP) e membro da equipe da Revista Vírus Planetário
DILMA 2 CONSAGRA ESTELIONATO ELEITORAL O novo governo contraria o discurso da campanha de 2014, promove a direita e prepara a estocada derradeira naquele PT nascido em 1980 como a grande esperança política de amplos setores da esquerda.
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esde o final do ano passado, muitos brasileiros que se empenharam em barrar o avanço da direita nas redes sociais, nas ruas e nas urnas, com o voto em Dilma Rousseff, estão agora desarvorados com os rumos adotados pelo novo governo. Primeiro ficaram estupefatos com os aumentos dos juros e dos combustíveis; depois foram surpreendidos com a esdrúxula composição do ministério, não apenas pela total rendição da economia à ortodoxia neoliberal, que era a plataforma do candidato da direita, mas, sobretudo pelo catado geral de mediocridades na nova equipe ministerial, alguns notórios espécimes do mais bizarro conservadorismo. Quem acompanhou o noticiário do dia 5 de janeiro, por exemplo, ficou sabendo que tomaram posse em seus respectivos cargos os novos ministros da Fazenda, da Agricultura, dos Transportes e das Cidades. E quem são eles? Antigos e respeitados militantes petistas? Reconhecidos especialistas do campo progressista e da esquerda? Brilhantes acadêmicos? Nada disso, muito longe disso. Nesses cargos, assim como em mais da metade do ministério, o novo governo conta com a fina flor do que existe de mais grotesco na política brasileira – desde gente sem qualquer escrúpulo com a coisa pública até devotados vassalos do mercado e do sistema dominante. O da Fazenda, Joaquim Levy, veio direto da colaboração com o programa do candidato Aécio Neves, derrotado nas urnas, com o aval dos bancos, já com passagem nas gestões anteriores e com currículo semelhante aos de ilustres servidores das elites e com diplomas nas mais reacionárias escolas do país e do exterior. O seu leque de medidas joga na lata do lixo todo o discurso que o publicitário João Santana idealizou para a candidata Dilma ganhar as eleições. As contradições começam com cortes no orçamento – inclusive das áreas sociais – e seguem na sequência da crise que se abateu sobre a Europa após 2008. Podem-se prever também reajustes nas tarifas públicas, mais impostos, arrocho salarial, desemprego e, como consequência, greves e protestos de trabalhadores. O operariado tende a romper as amarras do peleguismo e ir pras ruas. Ou seja, Levy vai fazer acontecer com Dilma tudo aquilo que o PT dizia que aconteceria com Aécio Neves. A da Agricultura, Kátia Abreu, é impensável até mesmo num governo liberal democrático, tendo em vista a sua folha corrida de serviços prestados ao setor mais arcaico do País, o ruralismo da devastação ambiental, da grilagem, dos jagunços, das mamatas no Banco do Brasil, do escravismo e da perseguição visceral aos movimentos sociais e aos direitos dos trabalhadores. Até pouco tempo atrás, a dirigente rural de Gurupi era a cópia tosca do Ronaldo Caiado, conhecida como a Rainha da Motosserra e inimiga número 1 do MST, da CPT, do Cimi, da Funai e de tudo o mais que
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Vírus Planetário - janeiro/fevereiro 2015
Ilustração: Tiago Silva
tinha a ver com a reforma agrária, a luta dos trabalhadores, a defesa dos povos indígenas, a preservação das florestas e a construção de um modelo agrícola mais justo e equilibrado.
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Teremos um ano de muitos protestos e de recrudescimento da repressão política e social”
Em seu alpinismo governista, a então convicta militante do DEM procurou abrigo na variante direitista criada pelo ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o PSD, e logo depois se aboletou no saco de gatos do PMDB – o principal aliado do PT no governo. Essa operação de “limpeza” curricular e “apagamento” do passado pregresso, foi uma verdadeira metamorfose para conquistar o Palácio do Planalto. A questão é saber por que diante das inúmeras opções para essa pasta (empresários bem sucedidos e modernos, dirigentes de entidades de classe, especialistas, estudiosos, professores respeitados etc), a escolha recaiu exatamente na pessoa que mais tem atritos acumulados com segmentos sociais que compõe importante base política do PT. Queiram ou não, o desgaste da Rainha da Motosserra vai mesmo sobrar para o partido do Lula.
Nos outros dois ministérios citados, as importantes pastas dos Transportes e das Cidades, a presidente nomeou dois políticos de São Paulo, respectivamente Antonio Carlos Rodrigues, do PR, e Gilberto Kassab, do PSD – ambos com militância na direita, ambos com histórias políticas medíocres, ambos com vasta folha corrida de desmandos e irregularidades. No caso de Kassab, continua umbilicalmente vinculado a políticos do PSDB, PRB, PTB e DEM. De novo, a pergunta que não pode calar: um governo que entrega importantes ministérios
a tais cidadãos espera mesmo um desempenho de bom nível e a realização de obras do interesse popular? Tais ministérios estão nas mãos de pessoas com formação democrática e compromisso de fazer diálogo civilizado com todos os movimentos sociais urbanos que atuam nessas áreas? Mais uma vez, com certeza, vai sobrar desgaste para o PT, que abriu mão de cargos tão relevantes.
Tal análise pode ser estendida para várias outras pastas, tanto da infraestrutura, da economia ou da área social. Vale para a Educação, Indústria e Comércio, Minas e Energia, Integração Nacional, Trabalho, Previdência, Esportes e Turismo, entre outros. Isso sem contar aqueles ministérios que estão nas mãos de filiados do próprio PT, mas os quais não têm maiores compromissos com os avanços sociais e com a democratização da sociedade. Enfim, o quadro geral do governo Dilma-2 é o pior possível, um rebaixamento do que aconteceu no Dilma-1. Só que agora, depois de muitos malabarismos, a crise do capitalismo tende a corroer mais profundamente aquilo que estava sendo anunciado como as virtudes do lulismo, como o aumento real do salário mínimo, o baixo desemprego e os programas de inclusão social. A cada dia que passa, a percepção do estelionato eleitoral tende a elevar o nível de crítica e de insatisfação popular. Teremos um ano de muitos protestos e de recrudescimento da repressão política e social. O PT de 1980 não existe mais. Agora, a atuação articulada e a organização das esquerdas são fundamentais para propor outro rumo ao Brasil.
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meio ambiente
Por Laura Ralola e Lu Sudré
Enquanto o povo sofre com o racionamento velado, megaempresas continuam lucrando e desperdiçando água à vontade.
O
fervor da última campanha eleitoral coincidiu com um dos períodos de seca mais intensos no Brasil. Enquanto a crise hídrica que vivemos é discutida e refletida, na maioria das vezes, apenas pela questão da falta de chuva, a Vírus Planetário buscou olhar de forma menos superficial para o assunto. Enquanto a sociedade civil abre as torneiras em vão, grandes empresas mineradoras têm preferência na utilização da água. Em São Paulo a falta de responsabilidade com a gestão da água é apontada por especialistas. Se os debates no contexto eleitoral e a crise hídrica têm algo em comum, certamente a semelhança se encontra no fato de os problemas não serem discutidos efetivamente em suas raízes.
o, çã la pu po a ou o dr Pe o Sã ar lp cu a Não adiant
CRISE HÍDRICA
É POLÍTICA!
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Confira a reportagem na edição completa digital ou impressa
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O governo é responsável pelo desperdício de quase metade da água dos reservatórios”
Represa Jaguari-Jacarei, que compõe o sistema Cantareira em julho/2014. À direita, as bombas que captam o volume morto Foto: Vagner Campos/ A2 FOTOGRAFIA Vírus Planetário - janeiro/fevereiro 2015
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internacional
SER OU NÃO
SER CHARLIE,
eis a questão.
Por Bruna Barlach
A partir de uma conjuntura política complexa e multifacetada, tragédias se sobrepõe e colocam a discussão do humor e do terror na pauta do dia da sociedade
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Bula cultural
algumas recomendações médico-artísticas
bienal internacional de guarulhos Em dezembro de 2014, aconteceu em Guarulhos a segunda edição da Bienal Internacional do Pequeno Formato, a BIG. Indomáveis, seus idealizadores buscam sempre novas formas de fazer e viver arte, mantendo-se livres das amarras do capital e preservando, assim, a autenticidade de seu projeto e a extraordinária força que une ideais de artistas oriundos de diferentes lugares do mundo. Dessa vez, o objetivo foi agregar todas as linguagens da arte - teatro, performance, música, dança, vídeo, poesia etc., além de oficinas, debates, articulando espaços e artistas locais e de fora.
Confira entrevista com Alexandre Vilas Boas e André Okuma, dois dos organizadores do evento: Por Ana Carolina Gomes
Confira a entrevista na edição completa digital ou impressa Vírus Planetário - janeiro/fevereiro 2015
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sórdidos hes detal A verdade varrida pra debaixo do tapete... Por Leandro Santos
DILMA E OS MINISTÉRIOS “CORAÇÃO VALENTE”
Ilustração: Tiago Silva
No âmbito federal, os sórdidos detalhes ficaram por conta dos ministérios escolhidos pela presidenta Dilma. Algumas das nomeações mais polêmicas ficaram por conta do Ministério da Agricultura, com Katia Abreu, ruralista apelidada de Kátia Motosserra. O Ministério da Educação com o governador do Ceará, Cid Gomes, conhecido pela máxima de que professor tem que trabalhar por amor. Joaquim Levy, diretor-superintendente do banco Bradesco, mais uma vez privilegiando os banqueiros. E por fim, Aldo Rebelo, o negacionista do aquecimento global que ganhou o ministério da Ciência e Tecnologia.
A INDONÉSIA É AQUI No dia 18 de janeiro, foi morto pelo governo da Indonésia por acusação de tráfico de drogas o brasileiro Marco Archer. Houve comoção nacional e do governo brasileiro contra o ato, já que no âmbito legal o Brasil é contra a pena de morte. No entanto sob ordens do governo a polícia extermina, sem julgamento, milhares de pessoas por ano. Nem pena de morte, nem execução: direitos humanos para todos!
Região Serrana: após 4 anos da tragédia a situação permanece precária Em 12 de janeiro, completou-se quatro anos da tragédia climática que abalou a região serrana do Rio de Janeiro. Fortes chuvas ocasionaram o deslizamento de encostas de morros, matando mais de 900 pessoas, deixando outros milhares desabrigados além de centenas de desaparecidos. Após quatro anos desta tragédia a situação dos moradores da região serrana não é nada boa. Teresópolis, Nova Friburgo e Petrópolis seguem aguardando providências do Estado para a reconstrução das cidades, construção de moradias para os desabrigados e pagamento de aluguel social. Cerca de 200 milhões de reais foram destinados apenas pelo Governo Federal para a reconstrução das cidades, mas segundo o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), apenas 77 milhões foram gastos. Há denúncias de desvio de verbas, inclusive para a Fundação Roberto Marinho. Montagem da página facebook.com/Anarcomiguxos III
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E A PM SEGUE BARBARIZANDO
23 ATIVISTAS PERSEGUIDOS NO RIO
A virada do ano começou com o aumento das passagens em algumas capitais do país. No Rio de Janeiro a tarifa que era no valor de R$ 3,00 passou para R$ 3,40. Já em São Paulo o aumento foi de R$ 3,00 para R$ 3,50. Imediatamente foram organizados atos pelo Movimento Passe Livre (MPL). Em São Paulo o primeiro ato, em 09/01, contou com aproximadamente 15 mil pessoas e foi marcado por extrema violência policial. Um número sem medida de bombas e balas de borracha foi usado contra a multidão. 51 pessoas foram detidas e, segundo relatos, sofreram tortura física e psicológica no caminho para a DP.
A vida de ativistas do Rio de Janeiro não tem sido nada fácil. Após os atos da Copa da FIFA em 2014, 23 ativistas tiveram suas vidas arruinadas pela injustiça do Rio de Janeiro. Mandados de busca e apreensão se tornam recorrentes na vida destes ativistas, além das constantes prisões e ameaças.
reprodução facebook
No mesmo dia, o segundo ato do Rio contou com cerca de 3 mil pessoas. No fim do ato, Thamires Fortunato, estudante de filosofia da UFF, mulher e negra, foi arrastada pelo asfalto por policiais da Tropa de Choque antes de ser algemada e detida (foto à direita). A estudante relatou que sofreu mais agressões no caminho para a delegacia.
No final de 2014, a injustiça do Rio de Janeiro, por meio do juiz Flavio Itabaina (guarde este nome), decretou a prisão preventiva de Elisa Quadros (Sininho), Igor Mendes e Karlayne Moraes (Moa). Igor foi preso e já enfrenta mais de 40 dias de encarceramento. Sininho e Moa seguem foragidas. Além de Igor Mendes, também estão presos Fábio Raposo, Caio Silva e Rafael Braga Vieira.
P a r a estes ativistas, o ano de 2015 começou marcado por uma série de audiências no Tribunal de Injustiça do Rio de Janeiro. Na audiência do dia 12 de janeiro ocorreu uma cena no mínimo curiosa: cinco dos processados gritaram a frase “Não Passarão!”, expressão comumente utilizada pela esquerda antifascista. O juiz Flavio Itabaina (guardaram o nome?) disse que vai representar contra os cinco por desacato (oi?) O processo contra os 23 ativistas segue na justiça, além das prisões de Caio Silva, Fábio Raposo, Igor Mendes e Rafael Braga Vieira. Aguardamos os novos desdobramentos do caso.
Mas a barbárie da PM não para por aí... Paulo, no Primeiro ato contra a tarifa em São reprimido dia 9 de janeiro, foi barbaramente pela PM. Foto: Mídia Ninja
Ex-tenente coronel do Bope, Fábio de Souza, exonerado em 2013 após serem encontradas conversas em grupos do Whatsapp nas quais Fábio incentivava agir com violência contra manifestantes e fazia discursos nazistas, está de volta e dessa vez promovido a coronel do Bope. PM realiza disparos de fuzil de sua
viatura.
ACHOU QUE ESTAVA RUIM? PREPARE-SE, POIS AINDA VAI PIORAR... Nesta primeira semana de 2015, foi divulgado um vídeo datado de 2 de agosto de 2014 onde dois policiais militares são filmados pela câmera da viatura durante uma abordagem policial em Nilópolis, Rio de Janeiro. A dupla procurava um veículo suspeito. No vídeo, é nítido o estereótipo utilizado contra as vítimas. Um dos policiais fala ao rádio que viu passar um carro com uns “garotos suspeitos que estavam de boné e tudo”.
Em seguida os policiais abrem perseguição contra outro veículo. É quando a abordagem padrão é colocada em prática: primeiro atiram para depois perguntar. Sete tiros de fuzil foram disparados contra o carro atingindo a jovem Haíssa Vargas Motta, de 22 anos, que faleceu no caminho para o hospital. O assassinato foi filmado pelas câmeras da viatura e os dois policiais estão presos no Batalhão Especial Prisional, mas o inquérito ainda não foi concluído. Chama atenção o comando da PM dizer que foi um acidente e que essa não é a prática da PM, quando sabemos ser extamente assim. Quantas Cláudias, Amarildos, DGs e Haíssa vamos ter para desmilitarizar polícia?
sinada pela
assas A estudante Haíssa, covardemente ook PM do Rio. | foto: reprodução faceb
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