6 minute read

10ª Mostra Competitiva Nacional de Longas

Next Article
Outros Projetos

Outros Projetos

O Cinema Que Resiste. Resistir no Cinema

A curadoria de longas-metragens buscou selecionar filmes que demonstram a força estética e política do cinema brasileiro. Para isso, selecionou narrativas em que o poder da diversidade é demonstrado em sua capacidade de articular narrativas plurais sobre corpos, subjetividades, territórios e questões étnicoraciais e sociopolíticas. Essa seleção evidencia um duplo aspecto inerente ao campo cinematográfico no Brasil: sua resistência, a despeito de forças que buscam sua destruição, e sua potencialidade em reinventar-se, ao ser assumido por diversos artistas à frente e detrás das câmeras.

Advertisement

Leila Bourdoukan e Gilberto Alexandre Sobrinho, curadores

PUREZA

Renato Barbieri FIC, Cor, 2k, 101’, DF, 2019 Classificação indicativa: 12 anos Direção de Produção: Mariangela Furtado Produção Executiva: Marcus Ligocki Jr., Marcelo Goedert e Affonso Beato Roteiro: Renato Barbieri e Marcus Ligocki Jr. Direção de Arte: Zé Luca Fotografia: Felipe Reinheimer Montagem: Marcelo Moraes Som: Zezé D’Alice Edição de Som: Caetano Cotrim de Blasiis e Eric Ribeiro Christani Trilha Sonora: Kevin Riepl Elenco: Dira Paes, Flavio Bauraqui, Mariana Nunes, Sérgio Sartório, Matheus Abreu e Alberto Silva Neto Filmografia do Diretor: Malagrida (2001); As Vidas de Maria (2005); Félix Varela (2007); Sagrado Segredo (2012); Cora Coralina - Todas as Vidas (2017); Servidão (2019) Sinopse: Pureza é um filme sobre uma mulher muito simples do interior do Brasil, que se vê obrigada a se lançar no mundo em uma perigosa jornada para tentar encontrar seu filho, vítima do trabalho escravo contemporâneo em uma fazenda nas profundezas da Amazônia.

YÃMĨYHEX: AS MULHERES-ESPÍRITO

Sueli Maxakali e Isael Maxakali DOC, Cor, HDTV, 76’, MG, 2019 Classificação indicativa: 12 anos Direção de Produção: Carolina Canguçu e Roberto Romero Fotografia: Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Alexandre Maxakali, Cassiano Maxakali, Patrícia Yxa Py, Roberto Romero e Carolina Canguçu Montagem: Luísa Lanna em colaboração com Carolina Canguçu e Roberto Romero Edição de Som: Pedro Portella Filmografia do Diretor: Tatakox (2007); Xokxop pet (2009); Yiax Kaax – Fim do Resguardo (2010); Xupapoynãg (2011); Kotkuphi (2011); Yãmiy (2011); Mîmãnãm (2011); Quando os yãmîy vêm dançar conosco (2011); Kakxop pit hãmkoxuk xop te yũmũgãhã (“Iniciação dos filhos dos espíritos da terra”, 2015); Konãgxeka: o Dilúvio Maxakali (2016)

Sinopse: Após passarem alguns meses na Aldeia Verde, as yãmĩyhex (mulheres-espírito) se preparam para partir. Os cineastas Sueli e Isael Maxakali registram os preparativos e a grande festa para sua despedida. Durante os dias de festa, uma multidão de espíritos atravessa a aldeia. As yãmĩyhex vão embora, mas sempre voltam com saudades dos seus pais e das suas mães.

UM DIA COM JERUSA

Viviane Ferreira FIC, Cor, 2k, 74’, SP, 2020 Classificação indicativa: 14 anos Direção de Produção: Isis Valenzuela Produção Executiva: Bruna dos Anjos Roteiro: Viviane Ferreira Direção de Arte: Jamile Coelho Fotografia: Lilis Soares Montagem: Daniel Ferreira Correia Som: David Aynan Edição de Som: Eric Christani Trilha Sonora: Allan Abbadia Elenco: Léa Garcia, Débora Marçal, Antônio Pitanga e Tássia Reis Filmografia da Diretora: Dê Sua Ideia Debata (2008); Mumbi7Cenas Pós Burkina (2010); Marcha Noturna (2011); Peregrinação (2014); O Dia de Jerusa (2014); Pessoas (codireção, 2019) Sinopse: Um Dia com Jerusa conta o encontro da sensitiva Silvia, uma jovem pesquisadora de mercado que enfrenta as agruras do subemprego enquanto aguarda o resultado de um concurso público, e da graciosa Jerusa, uma senhora de 77 anos, testemunha ocular do cotidiano vivido no bairro do Bixiga, recheado de memórias ancestrais. No dia do aniversário de Jerusa, enquanto espera sua família para comemorar, o encontro entre suas memórias e a mediunidade de Silvia lhes proporciona transitar por tempos e realidades comuns às suas ancestralidades.

O LIVRO DOS PRAZERES

Marcela Lordy FIC, Cor, HDTV, 99’, RJ, 2020 Classificação indicativa: 18 anos Direção de Produção: Manuela Duque Produção Executiva: Marcello Ludwig Maia, Deborah Osborn, Camila Nunes e Rocío Scenna Roteiro: Josefina Trotta e Marcela Lordy Direção de Arte: Iolanda Teixeira Fotografia: Mauro Pinheiro Jr., ABC Montagem: Rosario Suárez, SAE Som: Federico Billordo Edição de Som e Trilha Sonora: Edson Secco Elenco: Simone Spoladore, Javier Drolas, Felipe Rocha, Gabriel Stauffer, Martha Nowill e Theo Almeida Filmografia da Diretora: Sonhos de Lulu (2009); A Musa Impassível (2010); Julie e os Fantasmas (2011); Aluga-se (2012); Ouvir o Rio: Uma Escultura Sonora de Cildo Meirelles (2012); Passionais (2014); Ser o Que Se É (2018)

Sinopse: O Livro dos Prazeres é uma livre adaptação do romance de Clarice Lispector para os dias de hoje. Um drama erótico, baseado num jogo de sedução, numa época de amores líquidos e apatia emocional, que conta a história do encontro de Lóri e Ulisses e seus desafios pessoais na aceitação do amor. Professora do ensino fundamental, melancólica e reservada, Lóri vive só. Uma rotina monótona entre as tarefas da escola e relacionamentos furtivos, que evidenciam sua dificuldade em construir relações com afeto. Num acaso, ela conhece Ulisses, um reconhecido professor de filosofia, argentino egocêntrico e provocador, mas que ainda não entendeu nada sobre as mulheres. É com ele que Lóri aprende a amar enfrentando sua própria solidão.

CHICO REI ENTRE NÓS

Joyce Prado DOC, Cor, HDTV, 94’, SP, 2020 Classificação indicativa: Livre Direção de Produção: André Sobral Produção Executiva: Juliana Vedovato e Laura Riolfi Barzotto Roteiro: Natália Vestri Fotografia: Nuna Nunes Montagem: Tatiana Toffoli Som: Evelyn Santos Edição de Som: João Vitor Santos Trilha Sonora: Sérgio Pererê Filmografia da Diretora: Empoderadas (Renata Martins e Joyce Prado, 2015); Fábula de Vó Ita (Joyce Prado e Thallita Oshiro, 2016); Okàn Mìmó: Olhares e Palavras de Afeto (Joyce Prado e Odara Dèlé, 2017); Cartas de Maio (2018) Sinopse: Chico Rei foi um rei congolês que foi escravizado e se libertou e aos seus súditos durante o Ciclo de Ouro em Minas Gerais. Sua história é o ponto de partida para explorar os vários ecos da escravidão brasileira na vida das pessoas negras dos dias de hoje, entendendo seu movimento de autoafirmação e liberdade a partir de uma perspectiva coletiva.

PARA ONDE VOAM AS FEITICEIRAS

Eliane Caffé, Carla Caffé e Beto Amaral DOC, Cor, 4k, 89’, SP, 2020 Classificação indicativa: 14 anos Direção de Produção: Rui Pires e André Montenegro Produção Executiva: Sônia Hamburguer, André Montenegro e Rui Pires Roteiro: Eliane Caffé Direção de Arte: Carla Caffé Fotografia: Leonardo Feliciano e Manoela Rabinovitch Montagem: Eliane Caffé Som: Vasco Pimentel Edição de Som: Vasco Pimentel e Pedro Noizyman Trilha Sonora: Carlinhos Antunes e Rui Barossi Elenco: Ave Terrena Alves, Fernanda Ferreira Ailish, Gabriel Lodi, Mariano Mattos Martins, Preta Ferreira, Thata Lopes e Wan Gomez Filmografia do Diretor: Era o Hotel Cambridge (2018) Sinopse: Para Onde Voam as Feiticeiras acompanha a deriva de encenações e improvisos de sete artistas pelas ruas do centro de São Paulo, em uma experiência cinematográfica que torna visível a persistência de preconceitos arcaicos de gênero e raça no imaginário comum. No centro desta narrativa polifônica, está a importância da resistência política através das alianças de luta comum entre coletivos LGBTQIA+, negritude, indígenas e trabalhadores sem teto.

This article is from: