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5ª Mostra Mulheres no Cinema

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Outros Projetos

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Atualizando as Lutas

Se os tempos são novos, é preciso que as lutas tenham suas pautas atualizadas cotidianamente para que sejam atendidas. Em sua 5ª edição, a Mostra Mulheres no Cinema reforça o compromisso de exibir os diversos olhares e provocações de nossas cineastas buscando trazer para as telas os desdobramentos das lutas das mulheres. Na edição de 2020, foram 260 curtasmetragens enviados e quatro selecionados para a mostra, que será totalmente virtual devido ao isolamento social necessário para conter a pandemia do novo Coronavírus. Dentre as demandas, algumas apontam caráter de urgência, como apresentar os feminismos e suas pautas sob a perspectiva da diversidade de mulheres e suas especificidades. Essa discussão é reivindicada pela diretora Larissa Nepomuceno em Seremos Ouvidas (Livre, PR, 2020), documentário sobre a trajetória das mulheres surdas numa sociedade sexista e ouvinte.

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Marília Nogueira nos proporciona um pouco de leveza com a ficção Angela (Livre, MG, 2019). A terceira idade, para muitas mulheres, por vezes é marcada pela solidão. Angela encontra a sua inusitada maneira de escapar dessa condição. As práticas para sustentar um padrão de beleza inalcançável é pauta bastante difundida entre as mulheres, mas que ganha novo desenho, com analogias a relacionamento abusivo, pelo olhar da diretora Gabriela Altaf em seu Esmalte Vermelho Sangue (Documentário, 16 anos, RJ, 2020). E encerrando a mostra, Mariana Campos nos presenteia com Minha História É Outra (16 anos, RJ, 2019). O documentário potente sobre o amor entre mulheres negras, autoestima e jornada de afeto. Um respiro nestes tempos marcados pelo ódio e pela intolerância. Em todas essas narrativas, o machismo é condição mínima a ser enfrentada (soma-se a ele outras, como a deficiência, o etarismo, a aparência estética e a raça). No recorte definido pelas curadoras da mostra, selecionamos narrativas em que nos reconhecemos e nos acolhemos em nossas diferenças, ora por sororidade, ora por dororidade, buscando, em cada olhar, os lugares onde nos irmanamos como mulheres.

Bárbara Cazé, Hegli Lotério e Saskia Sá, curadoras

SEREMOS OUVIDAS

Larissa Nepomuceno DOC, Cor, Digital FulHD, 13’, PR, 2020 Classificação indicativa: Livre Direção de Produção: Larissa Nepomuceno, Lucía Alonso e Lucas Veiga Produção Executiva: Gil Baroni Roteiro: Larissa Nepomuceno Direção de Arte: Lucas Veiga Fotografia: Lucía Alonso, Eduardo Sanches e Rodrigo Franco Montagem: Larissa Nepomuceno, Lucas Teixeira e Fábio S. Thibes Som: Cristiano Vaz Edição de Som: Carmen Agulham Elenco: Celma Gomes, Klicia Campos e Gabriela Grigolom Filmografia da Diretora: Megg - A Margem Que Migra para o Centro (2018) Sinopse: Como existir em uma estrutura sexista e ouvinte? Gabriela, Celma e Klicia, três mulheres surdas com realidades diferentes, compartilham suas lutas e trajetórias no movimento feminista surdo.

ANGELA

Marília Nogueira FIC, Cor, 2k, 15’, MG, 2019 Classificação indicativa: Livre Direção de Produção: Clara da Matta Produção Executiva: Clara da Matta e Marília Nogueira Roteiro: Jaqueline M. Souza, Maria Fernanda Moreira e Marília Nogueira Direção de Arte: Rimenna Procópio Fotografia: Lucas Barbi Montagem: Fernanda Teixeira Som: Marcela Santos Edição de Som: Bernardo Uzeda Trilha Sonora: Natasa Paulberg Elenco: Teuda Bara, Gláucia Vandeveld, Antônia de Resende Ramos, Alzira Pereira e Maria José Novais Oliveira Filmografia da Diretora: Prazer, Camila... (2006); 12 Anos (2007); Antes Que o Verão Acabe (2012) Sinopse: Angela vive sozinha e coleciona diagnósticos de doenças que nunca teve. Sua ficção segue imperturbável até a chegada de Sueli e o vislumbre de uma nova existência.

ESMALTE VERMELHO SANGUE

Gabriela Altaf DOC, Cor, HDTV, 13’, RJ, 2020 Classificação indicativa: 16 anos Produção Executiva: Gabriela Altaf Roteiro: Gabriela Altaf e Vitor Medeiros Montagem: Vitor Medeiros e Paula Schuabb Edição de Som: Arthur Mendes e Paula Schuabb Filmografia da Diretora: Diários sobre o Corpo (2017); Aperto (2019); Felicidade (2020) Sinopse: A partir de entrevistas com mulheres vítimas de violência doméstica, e usando apenas imagens de arquivo – de filmes de ficção e de tutoriais de canais do Youtube –, o documentário trata da intercessão entre práticas de beleza e relacionamentos abusivos.

MINHA HISTÓRIA É OUTRA

Mariana Campos DOC, Cor, 2k, 22’, RJ, 2019 Classificação indicativa: 16 anos Direção de Produção: Luana Dias Produção Executiva: Ana Beatriz Silva Roteiro: Lumena Aleluia e Mariana Campos Direção de Arte: Ana Clara Tito Fotografia: Lílis Soares Montagem: Raquel Beatriz Som: Pedro Moraes e Vita Parente Edição de Som: Ricardo Mansur Trilha Sonora: Verônica Bonfim Elenco: Leilane Ribeiro, Niázia Ferreira, Camila Muniz, Ariane Bernardes, João Gabriel e Aurélia Ferreira Filmografia da Diretora: Amanhecer (2010); Samba, 100 Anos de Resistência (2017); Tia Ciata (2017); Universidade da Correria (2018); O Rio e Elas (2018) Sinopse: O amor entre mulheres negras é mais que uma história de amor? Niázia, moradora do Morro da Otto, abre a sua casa para compartilhar as camadas mais importantes na busca por essa resposta. Já a estudante de direito Leilane nos apresenta os desafios e possibilidades de construir uma jornada de afeto com Camila.

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