Sentimentos Botânicos

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YTA GNO

Sentimentos Botânicos


[ Sou um livro, de autor desconhecido, Capítulos interrompidos, com páginas arrancadas,

2. Botânico Significado de Botânico:

Prestes a ser lido ] Lugar de preservação de diversas espécies de plantas.


[ poema VII ] [ poema V ]

Meu par de botas, anda cansado Meu par de olhos veem desfigurado Meu par, é parte do tudo e vai como vagabundo Meu par, é indeciso e meio par tido

As flores são particulares de nós, suas sinceridades inaudíveis Nos calam em mau-me-quer e bem-me-quer

Gestos confusos, que observado por olhos ali familiares Proseiam entre si, compartilhando de seus sois

Meu ímpar, agora é diminutivo e em dois se desfaz,

Sobre os seus insetos e os infinitos que lhe pousam Sobre os ocasos não assistidos e os coloridos que o céu faz

Só [ zinho Feito meu par.

Sobre os luares esbranquiçados demais, e os olhares grisalhos pouco direcionados

Sobre os ventos que assoviam para as cortinas e felizes bailam Sobre as janelas sem enredo, por traz dos vidros e reflexos

Tais como teus campos de relva, que veste os terrenos De coloris, Tais os cantos dos benditos passarinhos trazendo festas

E colore As flores ainda permanecem em súbito silencio, até os dias Em que serão cobertas por compreensão.


[ poema IV ]

Em meus obituários Escutei declarações de poemas e coisas bonitas.

Sujaram os panos com tintas, Minhas artes tiveram penas, Mancharam minha alma de pipa, Fui embora voando e com saudade de voltar.

(Em meus obituários visitei memórias francesas e escutei óperas nos ecos dos pássaros.)

Tive corações corcundas que se apoiavam na juventude, Cheguei até a morar em ansiedades. Estava tão trêmulo, tão tênue naquele lugar Sem afinidade alguma, que fui a qualquer outro Norte.

( Minha vontade mesmo era de sumir (de mim) Todavia, as incertezas das saudades me amarram.)

Nômades são os que partem, sem início de viagem Sou boêmio nessa vida-de-ser.


[ poema I ]

[ poema VI ]

Aparta-te de mim, [ parte de mim Partiu Para longe do que eu sou.

Os arranha-céus de madeira pensam baixo demasiadamente

A ponto de a todo instante Eles ameaçarem Se atirar lá de cima.

Se o fazem, a paulada come

e quem morre é o homem


[ poema II ]

Em seus mares não se pescam sorrisos com anzóis, Em suas galáxias não se vai a lua com foguetes, Em seu narciso não se ama com o reflexo e Em sua pele preto e branco não imprimem sorrisos sem tinta,

Mas sinto que suas profundezas Me levaram além dos desejos carnais, E em todas essas viagens atrasadas, Sinto que vou demorar.

Isso não precisa ter um ponto inicial, Nem um começo final de nós mesmo.


[ poema VIII ] Em um dia eu quase morri, no outro eu quase vivi Em um dia quase fugi, no outro quase voltei Em um dia quase escrevi, no outro apaguei, e no último dia Quase foi o primeiro

poema IX ]

[ poema III ] Aqui dentro está apertado. Não existe vida dentro de um pote mas você me coloca em um sempre que me esquece, Estou jogado para as formigas, uma colônia de sem ti minto Pois As palavras me odeiam Nunca estão em minha boca E sempre passeiam em meus olhos (O que assistem tanto?)

Enquanto o sol não tardava Meus monólogos já preenchem um capítulo pois de min contei o que as paredes trincadas não ouviram (eu minto)

E a noite não amanhecia,

As cadeiras, o ventilador, as bolsas, o azulejo,

Algumas plantas sedentas por água, as roupas sujas, Os cômodos mal ocupados,

Os corpo já vazio.

Havia cartas cheias de nada, E nada se atrevia a prosear. As luzes falhas O olho nu,

Ainda não fazem pessoas que enxugue a própria lágrima.

Não existe título para ser lembrado, Mas quero morar nas suas memórias a Longo prazo. E se me esquecer, Quero morar no seu esquecimento.


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