Voz das Águas 8

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Impresso Especial

LAGOS SÃO JOÃO

9912274607 CORREIOS

DEVOLUÇÃO GARANTIDA

Jornal do Comitê da Bacia Hidrográfica Lagos São João (CBHLSJ)

CORREIOS

www.VozDasAguas.com – www.LagosSaoJoao.org.br Ano 2 – no 8 – Março/Abril 2012 – DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Av. Getúlio Vargas, 603 - Salas 304/305/306 – Centro – Araruama/RJ – CEP 28970-000

Lagoa Vermelha

Empossado o Conselho do Parque Estadual Costa do Sol

Foto gentilmente cedida por Waldo Siqueira

Páginas 4 e 5

Edimilson Soares

As artesãs da Cooperativa Nós da Trama, Regina, Lucia e Sandra, que trabalham com resíduos da Wetland Ponte dos Leites Página 7

Programa Agenda Água na Escola é uma das “Soluções para Água” recomendadas pelo 6o Fórum Mundial

– Página 3


EDITORIAL

EXPEDIENTE

Atlas Água Brasil mapeia os municípios pela qualidade da água

U

m sistema que mapeia a qualidade da água, o saneamento básico e o impacto na saúde da população foi desenvolvido pela Fiocruz e Ministério da Saúde. Fruto de uma parceria entre o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica (ICICT) e Secretaria de Vigilância em Saúde, o atlas Água Brasil – Sistema de Avaliação da Qualidade da Água, Saúde e Saneamento foi coordenado pelo pesquisador do ICICT, Christovam Barcellos, que assumiu a tarefa de organizar as informações do Ministério da Saúde, onde havia muitos dados, porém dispersos e sem informações sistematizadas. Os atuais dados são oriundos de diversas fontes como o Censo Demográfico do IBGE, a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (também realizada pelo IBGE), o Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água (Sisagua), além de informações sobre agravos à saúde do Ministério da Saúde. O cruzamento de dados visou facilitar o diagnóstico e a intervenção governamental na questão da qualidade da água, saneamento básico e saúde. Até agora, as informações eram coletadas pelas secretarias de Saúde e se revela-

vam insuficientes para monitorar a situação. Com a publicação do atlas Água Brasil, a relação entre água, saneamento e saúde pode ser melhor avaliada. A existência de banheiro nos domicílios e rede de esgoto nas cidades, a incidência de doenças relacionadas à água e à proteção dos mananciais influem diretamente na qualidade de vida e saúde dos cidadãos. O tratamento da água é fundamental para que não haja transmissão de doenças como a amebíase, cólera, dengue, esquistossomose, leptospirose, hepatite A e outras. Voltado para os gestores de saúde, saneamento e planejamento urbano, o atlas também está sendo usado pela sociedade civil e cidadãos interessados em conhecer e melhorar o acesso à água, com qualidade e segurança. Mesmo com falta de informações de algumas cidades, é possível ter um mapeamento da situação geral em todo o país, com informações de qualidade, devidamente contextualizadas. O atlas Água Brasil – Sistema de Avaliação da Qualidade da Água, Saúde e Saneamento está disponível através do endereço eletrônico aguabrasil. icict.fiocruz.br, com links para o Ministério da Saúde. Verdadeiro guia para nortear as políticas públicas

para o setor, o atlas insere a coleta e o tratamento de esgoto como um dever de casa de governos e companhias de saneamento. Mas também o cidadão deve investir no saneamento básico, fazendo sua parte, da porta de casa para dentro, com a construção de instalações sanitárias adequadas, banheiro e rede interna de água e esgoto. Em situação de miséria, os governos devem ajudar os moradores, oferecendo financiamento e assistência técnica. No relatório, há ainda uma avaliação dos recursos hídricos do mundo, a descrição das principais mudanças, incertezas e riscos que ocorrem atualmente e suas ligações com os recursos hídricos. A qualidade da água, sua escassez e a falta ou precariedade do saneamento básico são assuntos debatidos na ONU, que estabeleceu o dia 22 de março como sendo o Dia Mundial da Água. Segundo dados das Nações Unidas, estima-se que 1 bilhão de pessoas não tenha acesso a um abastecimento suficiente de água, o que gera problemas não só de saneamento básico como de saúde. Atenta ao problema, a ONU lançou a 4ª edição do Relatório de Desenvolvimento Mundial da Água no 6º Fórum Mundial da Água, realizado em março, em Marselha, França.

Decreto de Criação n.° 36.733, de 8 de dezembro de 2004; instalado em 25 de fevereiro de 2005

Mandato 2011-2012 Presidente: Marcello Xavier (Zelão) – Prefeito de Silva Jardim Vice-presidente: Carlos Gontijo – Superintendente da Concessionária Águas de Juturnaíba Secretário executivo: Jaime Azulay – Engenheiro da Companhia Estadual de Águas de Esgoto (CEDAE)

Membros do CBHLSJ Poder Público: Prefeituras Municipais de Araruama, Armação de Búzios, Arraial do Cabo, Cabo

Frio, Cachoeiras de Macacu, Casimiro de Abreu, Iguaba Grande, Rio Bonito, São Pedro da Aldeia, Saquarema e Silva Jardim, Departamento de Recursos Minerais (DRM-RJ), Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro (EMATER-RJ), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) , Instituto Estadual do Ambiente (INEA) e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).

Usuários: Concessionária Águas de Juturnaíba, Concessionária Prolagos, Companhia Estadual de Água e Esgotos (CEDAE), Secretaria de Abastecimento de Água e Esgoto (SAAE) de Casimiro de Abreu, Associação Livre dos Aquicultores das Águas do São João (ALA), Clube Náutico de Araruama (CNA), Esmeraldas Mineração, Reflorestamento e Recuperação Ambiental de Áreas Degradadas Ltda, Associação das Empresas Produtoras de Areia de Silva Jardim (APAREIA), Associação dos Pescadores Artesanais e Amigos da Praia da Pitória (APAAPP) de São Pedro da Aldeia, RRX Mineração e Serviços Ltda, Associação de Pescadores de Iguaba Grande, Associação dos Trabalhadores Rurais de Sebastião Lan Gleba II, Associação Unidos Venceremos dos Produtores do Assentamento Cambucaes (AUVPAC), Colônia de Pescadores Z-6 (São Pedro da Aldeia), Colônia de Pescadores Z-24 (Saquarema), Federação da Indústria do Rio de Janeiro (FIRJAN/Leste Fluminense), Sociedade Industrial de Granitos (SIGIL) e Sindicato Rural de Silva Jardim. Sociedade Civil Organizada - ONGs: Associação MicoLeão-Dourado, Universidade Veiga de Almeida (UVA) Campus Cabo Frio, Organização Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável (OADS), Associação das Mulheres Empreendedoras Acontecendo em Saquarema (AMEAS), Associação de Arquitetos e Engenheiros da Região dos Lagos (ASAERLA), Centro de Logística e Apoio à Natureza (CLEAN), Associação de Defesa da Lagoa de Araruama (Viva Lagoa), Grupo de Educação para o Meio Ambiente (GEMA), Instituto de Pesquisas e Educação para o Desenvolvimento Sustentável (IPEDS), Lions Clube de Casimiro de Abreu, Movimento Ambiental Pingo d’Água, Conselho Regional de Biologia (CRBio), Universidade Estácio de Sá / Campus Cabo Frio, Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA-RJ) - Coordenadoria Regional Leste, Associação do Meio Ambiente da Região da Lagoa de Araruama (AMARLA), Arte por Arte Brasil.

Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ)

Entidade delegatária das funções de competência da Agência de Água do Comitê da Bacia Hidrográfica Lagos São João, de acordo com a Resolução do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERHI-RJ) nº 47, de 26 de maio de 2010 Presidente: André Luiz Mônica e Silva - Prefeito de Araruama Vice-presidente: Ana Paula Medina - Concessionária Prolagos Secretário executivo: Mário Flávio Moreira Coordenadores de programa: Agnes Avellan, Artur Andrade, Denise Pena e Natalia Ribeiro; Assistente Administrativo: Bianca Carvalho

Conselho de Associados do CILSJ Poder Público: Secretaria Estadual do Ambiente/Instituto Estadual do Ambiente, Prefeituras dos

Municípios de Araruama, Armação de Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Cachoeiras de Macacu, Iguaba Grande, Rio Bonito, São Pedro da Aldeia, Saquarema e Silva Jardim.

Empresas privadas: AGM Empreendimentos Hoteleiros, Oriente Construção Civil, Concessionária Rodovia dos Lagos, Concessionária Águas de Juturnaíba, Concessionária Prolagos, Construtora Mil/Villa Rio, Dois Arcos Transporte e Tratamento de Resíduos Sólidos Ltda. e Tosana Agropecuária S/A.

Agenda

Plenária das Organizações Não Governamentais: OADS - Organização Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável (Adelina Volcker / Ana Maria), suplente: GEMA - Grupo de Educação para o Meio Ambiente (Lucia Lopes / Gleice Máira), IPEDS - Instituto de Pesquisas e Educação para o Desenvolvimento Sustentável ( Dalva Mansur), suplente: MOMIG - Movimento das Mulheres de Iguaba Grande (Zilda Santos), VIVA LAGOA (Yan Bonder / Arnaldo Villa Nova), suplente: UEPA-RJ União das Entidades de Pesca e Aquicultura do Estado do Rio de Janeiro (Chico Pescador), AMEAS - Associação das Mulheres Empreendedoras Acontecendo em Saquarema (Laila Garrido), suplente: ALA - Associação Livre dos Aquicultores das Águas do São João (Sival).

CÚPULA DOS POVOS Denunciar as causas da crise socioambiental, apresentar soluções práticas e fortalecer movimentos sociais do Brasil e do mundo. Esses são os 3 pilares da Cúpula dos Povos que vai se realizar durante a Rio+20, entre 15 e 23 de junho. Com a denúncia das causas estruturais das crises, das falsas soluções e das novas formas de reprodução do capital, a Cúpula dos Povos pretende expor as razões dos problemas de ordem social e ambiental do planeta. O atual sistema econômico, baseado na alta produção e no consumo, é visto pela Cúpula

Comitê das Bacias Hidrográficas das Lagoas de Araruama, Saquarema e dos Rios São João e Una (CBHLSJ)

dos Povos como um entrave ao desenvolvimento sustentável. O capitalismo estaria encontrando novas formas de exploração e mercantilizando os recursos naturais do planeta. Por isso, a economia verde seria uma farsa e não uma solução. Com a participação de representantes da sociedade civil de mais de 20 países, a Cúpula dos Povos vai apresentar novos paradigmas para os graves problemas enfrentados hoje no mundo. Muitas das soluções já são praticadas; são alternativas, mas não têm visibilidade. Ficam restritas a uma

região e geralmente não são assumidas pelos governos. Uma delas é a agroecologia, que permite a produção de produtos agrícolas sem o uso de agrotóxicos, não maltrata o solo e, ainda, gera empregos e renda ao estimular a agricultura familiar. Outra prática é a da economia solidária, que valoriza, acima de tudo, o capital humano, com base no cooperativismo para a produção de bens e serviços. Além desses modos de produção, a Cúpula também vai mostrar tecnologias sociais, como a construção de cisternas sustentáveis no semiárido nordestino.

Av. Getúlio Vargas, 603 - Salas 304/305/306 – Centro – Araruama/RJ – CEP 28970-000 Telefones: (22) 2665-0750 / (22) 8841-2358 www.lagossaojoao.org.br / cilsj@lagossaojoao.org.br

Voz das Águas

Jornal do Comitê da Bacia Hidrográfica Lagos São João Telefone: (22) 2651-7441

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Edição: Tupy Comunicações | Jornalista Responsável: Dulce Tupy (registro 18940) Projeto Gráfico: Subito Creative – www.subito.cr | Edição de Arte: Lia Caldas Fotógrafo: Edimilson Soares Colaboradoras: Alessandra Calazans e Monique Barcellos Tiragem: 5.000 exemplares | Gráfica Esquema Conselho Editorial: Layla Garrido, Adriana Pereira, Dalva Mansur, Arnaldo Villa Nova, Jaime Azulay, Mario Flavio Moreira, Ricardo Machado

COMUNICAÇÕES

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Voz das Águas

Março/Abril 2012


MUNDO

Programa Agenda Água na Escola é considerado “Solução para Água” no 6° Fórum Mundial na França

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Programa Agenda Água na Escola - Mobilização Social e Educação Ambiental para Gestão das Águas do Estado do Rio de Janeiro - desenvolvido pelo Grupo de Educação para o Meio Ambiente (GEMA) foi considerado como uma das Soluções para Água (Solutions for Water) pelo 6 º Fórum Mundial da Água. Solutions for Water é uma plataforma on line lançada no 6 º Fórum Mundial da Água, realizado em março, em Marselha, na França, que apresentou soluções relacionadas a problemas de água em todo o mundo. O principal objetivo da plataforma é se tornar um centro de conhecimento das soluções concretas para o dilema da água. Além disso, que seja um site de rede social, voltado para pessoas, instituições, organizações, empresas e ONGs. Com foco na gestão integrada dos recursos hídricos no Estado do Rio de Janeiro, o Programa Agenda Água na Escola teve uma atuação pioneira nos municípios de Arraial do Cabo, Araruama, Armação dos Búzios e Cabo Frio. O objetivo é a formação de jovens gestores ambientais para o monitoramento da qualidade da água e controle da ocupação da faixa marginal permanente de rios e lagoas. Revelando-se um eficaz instrumento de mobilização social, gestão integrada dos recursos hídricos e conservação ambiental, o programa atingiu diversas escolas da rede pública, municipal e estadual nos municípios. Na primeira fase, o programa capacitou agentes multiplicadores, trabalhando especificamente as questões relativas ao ciclo da água, os resíduos sólidos e os espaços de gestão. Sensibilizando professores e alunos, o Agenda

Água na Escola desenvolveu de forma participativa um diagnóstico socioambiental, promoveu a coleta da água, elaborou relatórios e organizou dados do monitoramento da qualidade da água. A partir daí, construiu uma agenda de prioridades, com propostas de ações nos pontos monitorados. O programa realizou também eventos culturais, para divulgação de dados e pactuação da Agenda Água. E, finalmente, preparou um seminário de avaliação. Recentemente, em Casimiro de Abreu, o Programa Agenda Água nas Escolas contou com o apoio do Fórum da Agenda 21, para ações que envolveram estudantes da Escola Estadual Mataruna, de maio a dezembro de 2011. Nos encontros, os alunos aprenderam sobre reflorestamento, plantaram mudas e visitaram a Escola da Mata Atlântica, no Distrito de Aldeia Velha, em Silva Jardim.

Capacitação de jovens para o monitoramento da qualidade da água

Março/Abril 2012

Nas reuniões, os jovens pesquisaram sobre a hidrografia local, realizaram biomapas e desenvolveram uma agenda de propostas sustentáveis, entre elas a mudança de hábitos relacionados a saneamento e à gestão de recursos naturais. O Programa Agenda Água na Escola é desenvolvido em parceria com o Consórcio Intermunicipal Lagos São João e Comitê da Bacia Hidrográfica Lagos São João.

Agenda 21 Casimiro de Abreu

O Agenda Água na Escola com membros do Fórum da Agenda 21 de Casimiro de Abreu em ação integrada

6° Fórum Mundial da Água realizou-se em Marselha

O

6º Fórum Mundial da Água, maior evento global sobre o tema, ocorreu de 12 a 17 de março em Marselha, na França. Cerca de 20 mil pessoas de 140 países reuniram-se em torno da busca de soluções para os principais desafios que envolvem a água, uma das prioridades da agenda internacional. Organizado pela Seção Brasil do Conselho Mundial da Água, a participação brasileira ocorreu em 2 frentes: nas mais de 100 sessões oficiais do Fórum e nas atividades do Pavilhão Brasil, organizado por mais de 40 instituições. A delegação brasileira foi chefiada pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Vários representantes dos Comitês de Bacia do Brasil estiveram presentes. Representantes de todos os Comitês de Bacia do Rio de Janeiro também foram a Marselha, além de técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) e da Secretaria Estadual do Ambiente (SEA), entre eles a presidente Marilene Ramos, o subsecretário Luiz Firmino, o superintendente regional Túlio Vagner e a diretora de PSA (Pagamento de Serviços Ambientais) Fátima Casarim e outros. Do Comitê de Bacia Hidrográfica Lagos São João (CBHLSJ) foi o secretário executivo Jaime Azulay, que fez uma apresentação do programa de reuso da água da CEDAE e Mário Flávio Moreira, secretário executivo do Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ).

Jaime Azulay, secretário executivo do CBHLSJ, Marilene Ramos, presidente do INEA e Luiz Firmino, subsecretário executivo da SEA

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PRESERVAÇÃO

Conselho Consultivo do Parque Estadual da Co

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ealizou-se em abril, a posse do Conselho Consultivo do Parque Estadual da Costa do Sol (PECSol), no Teatro Municipal de São Pedro da Aldeia. Os conselheiros foram empossados pelo Diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), André Ilha. Participaram da cerimônia de posse representantes de todas as secretarias ou coordenadorias de meio ambiente dos municípios da região, o chefe do PECSol, Sérgio Ricardo, o superintendente regional do INEA, Túlio Vagner, o chefe das APAS da Massambaba e da Sapeatiba, Luiz Vieira, entre outras autoridades. Desde o ano passado, realizaram-se no auditório da Universidade Estácio de Sá, em Cabo Frio, reuniões para a formação do Conselho Consultivo do Parque Estadual da Costa do Sol (PECSol). Inicialmente, foi feito um Diagnóstico Rápido Participativo (DRP) do PECSol, coordenado pela engenheira florestal e chefe do Serviço de Diagnóstico Social do INEA, Márcia Barroso. O PECSol abrange várias unidades de conservação, situadas em 6 municípios (Saquarema, Araruama, Arraial do Cabo, Cabo Frio, São Pedro da Aldeia e Búzios) e 3 Áreas de Proteção Am-

biental (APAs): a APA da Massambaba, a APA de Sapeatiba e a APA do Pau Brasil. Participaram das reuniões membros dos Conselhos Consultivos das 3 APAs, técnicos, ambientalistas, estudantes, lideranças comunitárias e autoridades civis e militares. A dinâmica de construção do DRP foi feita por etapas, a partir da descrição e visão do Parque feita pelos presentes, além dos prós e contras sua implantação e gestão. Foram salientados pontos importantes como a proteção ambiental, a valorização turística e o potencial econômi-

Mapa do Parque Estadual da Costa do Sol

Mesa das autoridades na posse dos conselheiros do PECSol, realizada no Teatro Municipal de São Pedro da Aldeia

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Fotos: Edimilson Soares

O PECSol abrange unidades de conservação em seis municípios Março/Abril 2012


osta do Sol toma posse em São Pedro da Aldeia

O diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do INEA, André Ilha, entre os secretários de meio ambiente de São Pedro da Aldeia, Luciano Pinto e de Saquarema, Gilmar Magalhães para o Desenvolvimento Sustentável (IPEDS), Instituto Ecológico Búzios Mata Atlântica (IEBMA), Instituto Federal Fluminense Campus Cabo Frio (IFF), Movimento Ressurgência, Núcleo Ecológico José Gonçalves, Organização Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável (OADS), Ordem dos

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Advogados do Brasil - 22ª Subseção (OAB), União das Associações dos Moradores e Amigos de Cabo Frio, Universidade Estácio de Sá, Universidade Veiga de Almeida, Viva Lagoa e Prefeituras de Araruama, Armação de Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, São Pedro da Aldeia e Saquarema.

Guardas-parques do INEA combatem incêndios no PECSol

Yan Bonder

de São Pedro da Aldeia definiu a formatação do Conselho do PECSol, com 24 membros. As reuniões do Conselho Consultivo são públicas, de caráter consultivo e abertas à comunidade. Todas as instituições da sociedade civil podem participar das reuniões. Porém, só os conselheiros terão direito a voto. O mandato dos conselheiros é de 2 anos. Fazem parte do Conselho do PECSol: a Associação dos Comerciantes e Amigos da Praia das Conchas (Amaconchas), Associação de Arquitetos e Engenheiros da Região dos Lagos (Asaerla), Associação de Vela da Costa do Sol (Avecsol), Associação dos Empresários da Área de Proteção Ambiental do Pau-Brasil (Assemp), Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ), Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA-RJ), Grupo de Educação para o Meio Ambiente (GEMA), Instituto de Pesquisas e Educação

Fotos: Luiz Freire

co intermunicipal e estadual no manejo do PECSol. Entre os pontos negativos, foram destacados como ameaças o turismo predatório e a ocupação desordenada do solo. Nas reuniões ficou definido que uma das funções mais importantes do PECSol é ficar aberto às pesquisas científicas, biológicas e geológicas, mas para a proteção integral será preciso uma fiscalização integrada entre o poder público e a comunidade. O PECSol é uma unidade de conservação integral, segundo a classificação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). O SNUC se divide em 2 grupos: Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável. As Unidades de Proteção Integral são as Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os Parques Estaduais, os Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre. Em fevereiro, uma reunião no Horto Escola

O fogo se alastrou destruindo uma extensa área de rica vegetação nativa

O

Instituto Estadual do Ambiente (INEA) deslocou guardaparques de várias unidades de conservação para combater incêndios no PECSol. Os incêndios ocorreram por causa do longo e atípico período de estiagem na região. Em apenas uma semana, o fogo consumiu uma área de 16 hectares, incluindo partes da restinga da Massambaba, em Praia Seca, Araruama, e do bairro de Vilatur, em Saquarema. Foram várias ocorrências combatidas pelos guarda-parques, que vão permanecer na região até o fim da estiagem. Além dos 16 hectares atingidos, dos quais 11 da APA Massambaba e 4,7 do PECSol, o fogo também atingiu outros 4 hectares de áreas fora dos limites das unidades de conservação. Os

guardas-parques permaneceram na área monitorando toda a área do Parque que se encontra em fase de implantação. Atualmente, o PECSol conta com apenas 2 guardas-parques, contingente que deverá aumentar para 30, após o concurso público que está sendo promovido pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro. A APA da Massambaba abrange áreas de 3 municípios: Arraial do Cabo, Araruama e Saquarema.

Curso de prevenção e combate a incêndios

A Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Inea realizou, em parceria com a Prefeitura de Arraial do Cabo, um curso de prevenção e combate a incêndios florestais, para formar brigadistas, membros voluntários das comunidades e dos

bairros próximos às unidades de conservação. Técnicos do Serviço de Guardas-Parques do INEA ministraram o curso, que incluiu aulas práticas. O ambientalista Yan Bonder, da ONG Viva Lagoa, por exemplo, atuou como um autêntico brigadista e foi um dos primeiros a denunciar os incêndios na Massambaba, inclusive registrando em fotos as labaredas e a fumaça do fogo. “O trabalho dos brigadistas é da maior importância para o primeiro combate e alerta aos órgãos ambientais, antes que os incêndios se propaguem e provoquem destruição ainda maior da vegetação nativa. Nosso objetivo é promover cursos em todos os municípios que compõem o Parque Estadual da Costa do Sol”, disse o diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do INEA, André Ilha.

Entre as espécies que habitam a região do Parque encontra-se a rara Borboleta da Praia e o pássaro Formigueiro-doLitoral, em extinção

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CIDADANIA

Projeto AGente das Águas O envolvimento da população no monitoramento dos rios promove o uso sustentável da água

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Foto: Edimilson Soares

ma alternativa para garantir o equilíbrio dos ecossistemas dos rios, envolvendo a população nas decisões sobre o uso sustentável da água. Este é o resumo do Projeto Agente das Águas que pretende mobilizar membros das comunidades locais que receberão capacitação técnica para realizar a avaliação e o monitoramento de rios na Bacia Hidrográfica Lagos São João. O projeto tem apoio do secretário de Estado do Ambiente, Carlos Minc, e da presidente do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), Marilene Ramos, que participaram da cerimônia de lançamento do Agente das Águas no Hotel Atlântico, realizada em Búzios. O AGente das Águas foi lançado no mesmo dia da entrega à população de um novo sistema de coleta de esgoto em Cem Braças, no município de Búzios, feito pela Prolagos, quando também uma equipe da Cicca (Coordenadoria Integrada de Combate aos Crimes Ambientais), órgão da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), promoveu uma série de remoções de casas construídas irregularmente em áreas de preservação ambiental. Na ocasião, também foi lançado o Programa Coleta Seletiva Solidária, feito em parceria com a Secretaria Estadual do Ambiente (SEA), a Prefeitura Municipal de Búzios e a Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis em Búzios (Cocare). Ainda pela manhã, uma equipe da Coordena-

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doria Integrada de Combate aos Crimes Ambientais (CICA), da SEA, promoveu a remoção de casas construídas irregularmente em áreas de preservação ambiental. O Projeto Agente das Águas é uma parceria entre o Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Ministério da Saúde, as concessionárias de água e esgoto Prolagos e Águas de Juturnaíba, Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ) e Comitê de Bacia Hidrográfica Lagos São João (CBHLSJ). As concessionárias vão investir R$ 260 mil para manter as atividades do projeto pelos próximos 2 anos. O CILSJ e o CBHLSJ colocarão sua estrutura operacional e técnica para apoiar o processo. Foram contempladas microbacias de 3 rios que são os princi-

A mesa em Búzios com o prefeito Mirinho Braga falando entre Marilene Ramos, presidente do INEA, Carlos MInc, secretário da SEA, Luiz Firmino, subsecretário executivo e Pólita Gonçalves, diretora de Gestão das Águas e do Território do INEA pais contribuintes do Reservatório de Juturnaíba (Rio Piripiri, tributário do Rio Bacaxá; Rios Bananeiras e Cambucaes, tributários das margens esquerda e direita do Rio São João; e Rio Imbaú, tributário do Rio Capivari), além do Rio Lontra, tributário do baixo Rio São João e Rio Roncador, principal contribuinte da Lagoa de Saquarema. O projeto abrange rios que drenam uma área de 327,10 km2, que representam cerca de 9% do total da área da bacia (3.825 km2). No projeto, está prevista a capacitação de 120 lideranças comunitárias, que vão atuar no monitoramento das águas. O método integrado alia informações biológicas, ambientais, ecológicas e físico-químicas. A medida per-

A confraternização entre os responsáveis pelo Programa mite a avaliação de impactos em larga escala, que devem estabelecer diretrizes para os múltiplos usos desses recursos hídricos de forma sustentável. Após a capacitação técnica, o trabalho dos grupos de agentes voluntários terá acompanhamento periódico dos pesquisadores, a fim de atingir excelência nos padrões de eficiência e tornar os dados reconhecidos oficialmente. Coordenado pelo pesquisador Daniel Buss, o projeto contempla os municípios de Saquarema, Araruama, Silva Jardim, Casimiro de Abreu e Rio Bonito. “Serão realizadas análises integradas: as físico-químicas e bacteriológicas, as análises ambientais, com base em parâmetros ecológicos, como a observação do volume

de vegetação, e o biomonitoramento”, explica o biólogo Daniel Buss. “Por meio da observação da fauna, que está presente nos rios 24 horas por dia, temos a vantagem de alcançar uma análise mais sensível para refletir possíveis impactos ambientais ocorridos antes das medições”, continua ele. O projeto pretende estimular as comunidades a participar dos processos decisórios sobre o uso e conservação dos rios. Segundo Daniel, a participação ajuda no empoderamento das comunidades com informações científicas e na gestão dos recursos hídricos. “Cada ator tem seu papel; a comunidade científica, os órgãos ambientais, o poder público e as comunidades”, conclui.

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SUSTENTABILIDADE

Mulheres produzem artesanato com fibras originadas na Wetland em Araruama

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núcleo de tecelagem artesanal de Araruama, Nós da Trama, está criando peças com as fibras oriundas da Wetland, a Estação de Tratamento de Esgoto Ponte dos Leites, da Concessionária Águas de Juturnaíba. Na Wetland, plantas aquáticas fazem o papel de filtros naturais, num sistema de tratamento terciário do esgoto, absolutamente natural, que absorvem resíduos e limpam a água. Papiros e sombrinhas são tipos de plantas que vêm sendo reutilizadas pelas artesãs da Nós da Trama, uma cooperativa de tecelãs, famosa pela qualidade de seus tecidos e produtos, vencedora do Prêmio Top 100, do Sebrae, e imortalizada em figurinos de novelas e seriados de TV. A Nós da Trama começou a se formar em 1990, a partir de um grupo de mulheres que decidiu trabalhar com tecelagem manual, visando a geração de renda e a inserção no mercado de trabalho. Em 1996, o trabalho já envolvia quase 20 profissionais e, no ano seguinte, foi constituída a cooperativa, tendo como missão capacitar, sensibilizar e instruir as artesãs, através de uma abordagem continuada, segundo os princípios do

associativismo. Desde o início, a Nós da Trama se voltou para a questão sócio-ambiental e adotou como conceito para a produção a criação e o desenvolvimento de tramas, misturando fios e fibras naturais, algodão, juta, rami, taboa e sisal, criando texturas diferenciadas e exclusivas. Com um design original, misturando linhas à taboa, fibra de bananeira, piaçava e outros materiais, a Nós da Trama conse-

guiu uma excelente reputação e construiu uma rede de relacionamentos comerciais. Mas a falta de capital de giro representou dificuldades para as artesãs, apesar da credibilidade conquistada. Através de oficinas de capacitação, a cooperativa participou na formação de grupos de mulheres, em parceria com o setor público e programas de responsabilidade social da iniciativa privada, entre eles, trabalhos desenvolvidos nos municípios Rio Bonito, Silva Jardim e Iguaba Grande, além do grupo de mulheres da comunidade do Jacarezinho, no Rio de Janeiro. Consagrada no mercado, a Nós da Trama participou de coleções de grandes marcas e se projetou em feiras no Brasil e na Alemanha, participou de programas e projetos do Senai, Sebrae, universidades, Academia Brasileira de Letras, Instituto Zuzu Angel, culminando no Fashion Rio e numa parceria com a Firjan, durante vários anos. Das pistas de moda para a pista do samba foi mais um passo, consolidado no desfile das escolas de samba União da Ilha e Mocidade Independente.

Mas foi nas telinhas da TV, através das novelas e minisséries da Rede Globo, que a Nós da Trama se superou. A beleza dos figurinos elaborados com os tecidos da Nós da Trama, que também começaram a atuar nos cenários, principalmente em reconstituições de época, chamaram a atenção do grande público, da crítica especializada e encantou o público. Nesta emissora, a Nós da Trama participou dos seguintes seriados e novelas: A Muralha, Os Maias, A Padroeira, O Clone, O Quinto dos Infernos, Cabloca, JK, Sinhá Moça e outras. Na TV Record, a cooperativa vem trabalhando na série bíblica: A história de Ester, Sanção e Dalila e o Rei David. Hoje, a Nós da Trama mantém uma parceria com a Concessionária Águas de Juturnaíba que fornece os papiros, resíduos das plantas aquáticas da Wetland, que

viram tecidos, bolsas, sacolas, pastas, panos de mesa, carteiras, e outros produtos que encantam pela forma, trama e colorido. “A ideia é transformar o papiro na nossa grande vedete. É uma fibra maravilhosa, que não tem serrinha, não tem fiapinho e não dá alergia. A fibra da banana tem que ter um tratamento para fungo e mofo; o papiro não”, explica Regina Riglei, uma professora de matemática, que nos anos 70 foi morar em Araruama, para viver perto da natureza. Quando comprou seu primeiro tear, não imaginou chegar aonde chegou. Idealista, consegue manter a cooperativa numa casa, sem nenhum apoio oficial. Somente o desejo de trabalhar, mantendo essa chama viva, junto com outras mulheres tão talentosas como ela, tecendo uma trama que se mantém no tempo, apesar das adversidades, renascendo a cada dia.

O papiro e a sombrinha são plantas aquáticas reutilizadas no artesanato

Foto: Edimilson Soares

Regina Riglei, Lúcia Helena e Sandra Regina com um dos teares da Nós da Trama, que funciona numa linda casa em Araruama

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OPINIÃO

VII Fórum Brasileiro de Educação Ambiental realizou-se em Salvador, Bahia Dalva Mansur

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cidade prometia. Afinal, Salvador foi a primeira capital brasileira e carrega magia no nome. Resolvi matar as saudades da cidade que tanto frequentei, mas não visitava há mais de 10 anos. Ela estava lá, como uma princesa, incrustada no mar da Bahia; mas também como uma plebeia, com todas as características de invasão, falta de planejamento urbano, onde o ambiente é agredido nas encostas, faixas marginais de proteção, topos de morro e línguas negras – muitas línguas negras – que me impediram de entrar na água da praia em frente ao hostel onde me alojei. O fórum que tinha grandes pretensões parecia que não acreditava em si próprio pois, no primeiro dia, não havia água para beber. Perguntei no bar se tinha água e me responderam que estava no engarrafamento. Perguntei: no engarrafamento da água ou no engarrafamento do trânsito? E a moça me disse: não sei – com aquele simpático sotaque baiano... Depois, tentando verificar minha posição na apresentação não tinha ninguém para responder. Soube que se justificava, porque o governador tinha chegado e todos estavam atendendo ao governador... Na verdade, só no dia seguinte consegui entender que trocaram a minha apresentação, mas aceitaram colocar meu banner no lugar certo. Já a educação ambiental, disse-me a garçonete do mer-

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Voz das Águas

Plenária das ONGs se reúne na sede do CILSJ

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Dalva Mansur, a secretária executiva do IPEDS na Bahia cado modelo, já ouvira falar no curso que fizera, mas meio ambiente ela não via preservado não; era só assunto de ouvir falar. Motoristas estressados resolvem ultrapassar em frente aos pontos de ônibus deixando a clientela a esperar horas por um transporte. Restam os táxis. Os taxistas, muito simpáticos, fazem o possível para cobrar menos, porque eles mesmos reconhecem que o custo é grande por aqui; a cidade se espalhou e as distâncias são grandes, com engarrafamentos maiores ainda. Assim foi também o VII Fórum Brasileiro de Educação Ambiental: grande, engarrafado e simpático! As coisas não funcionavam, mas as pessoas eram tão simpáticas. O melhor era não ligar mesmo, afinal, estávamos em Salvador! Pena, pois havia muitos trabalhos interessantes que poderiam ser mais bem apro-

veitados, se fossem feitas salas de apresentação de painéis em conjunto, com discussão entre as pessoas. Era necessário andar muito pelos corredores do Centro de Convenções para encontrar o Auditório Yemanjá , ou o Salão Oxalá Pleno... Foi lá que ouvi os melhores painéis, sobre educação ambiental no âmbito empresarial.

Apesar das diferenças, temos um objetivo comum e universal

Discurso uníssono

Em uma roda de discussão sobre unidades de conservação, tivemos oportunidade de conhecer o trabalho do pessoal de Tocantins, sobre fogo, e o gestor de ambiente do exército, em Salvador, confirmou que tem sob sua responsabilidade várias áreas de reserva que estão sendo preservadas. Em nossa região, Bacia do São João, as áreas mais preservadas estão com a Marinha, simplesmente porque eles cumprem aquilo ao qual se propõem.

nvestimentos da concessionária Prolagos para a captação de esgoto na vala do aeroporto serão viabilizados, assim como o início das obras de Águas de Jutunaíba na Bacia Novo Horizonte. Chico Pescador, da UEPA, e Arnaldo Villa Nova da ONG Viva Lagoa identificaram a necessidade de captar esgoto também na Vila do Sol. A questão do esgotamento sanitário em Arraial do Cabo foi levada ao Ministério Público e aguarda solução. Também foi identificado o problema das captações da praia no Centro de Araruama. Será investigado a vaza de Jacarepiá, em Saquarema, para avaliação de impacto das águas doces na Lagoa de Araruama. Essas questões sobre saneamento foram levantadas na Plenária das ONGs, realizada na sede do Consórcio Intermunicipal Lagos São João, em março, em Araruama. Na

Simples assim. Acho que a educação ambiental deveria incentivar nossos executivos municipais a terem comportamentos tão simples como os dos militares; se é para preservar, vamos preservar! Educação ambiental: definições e perspectivas muito vagas... Uma das poucas afirmações foi de que a rede de educadores ambientais tem capilaridade, formada por atores locais e inúmeras experiências, que devem ser mantidas. Corremos para a perspectiva para a Rio + 20, onde esperávamos falas contundentes, mas faltou isso. Ficamos entre mulheres, Rebal, UCs, etc. A transversalidade, que é o verdadeiro mote da educação ambiental e da educação formal,

reunião, o chefe da APA da Massambaba, professor Luiz Vieira, informou a desativação do Batalhão da Policia Florestal em Praia Seca e sua preocupação com a falta de segurança. A professora Solange Brisson, da UVA/Cabo Frio, fez uma apresentação de estudo das casuarinas, consideradas árvores “invasoras” e concluiu que trazem mais benefícios que malefícios à região. A educadora Dalva Mansur, do IPEDS, solicitou informação sobre a disponibilidade de verbas para incentivos aos produtores de água. E a pedagoga Layla Garrido falou da audiência pública sobre a dragagem da Lagoa de Saquarema, realizada com a presença do secretário municipal de meio ambiente Gilmar Magalhães e técnicos do INEA, o superintendente Tulio Vagner e o Dr. José Augusto, responsável pela obra.

foi muito pouco discutida. Mas valeu a pena! Valeu, porque divulgamos nosso trabalho e o Comitê da Bacia Lagos São João. Sempre vale. Valeu para saber que a educação ambiental é vista como um recurso de mudança social. Valeu aprender algo mais e chegar à conclusão que o importante é estar lá e participar do maior número de eventos possíveis, conhecer pessoas e constatar que este enorme Brasil tem discurso uníssono quando se trata de educação ambiental. Isto já é muito, pois revela que, apesar de nossas diferenças, temos um viés de objetivos comuns e valores universais que nos fazem agir de forma conceitualmente coordenada.

Março/Abril 2012


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