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A PRIMEIRA VEZ...
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Confira alguns cuidados e práticas recomendadas na hora de comprar o primeiro carro Texto: Rodrigo Lara – Fotos: Divulgação
Modelos compactos de entrada, como Volkswagen Gol, tendem a ser os escolhidos como primeiro carro
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ara alguns é a realização de um sonho. Para outros, a aquisição de uma ferramenta de trabalho ou um meio de transporte mais confortável. Em todos os casos, a compra do primeiro carro é um momento que gera empolgação. E é justamente nessa empolgação que residem os maiores riscos. “O mercado brasileiro de carros, no passado, tinha pouca oferta de modelos. Então era muito fácil saber muito sobre cada um deles e, com base nisso,
fazer uma escolha mais sensata”, aponta Francisco Satkunas, conselheiro e diretor da SAE Brasil, órgão que reúne engenheiros automotivos. Hoje, há mais de 40 fabricantes vendendo seus produtos no mercado nacional, com uma oferta que chega a superar os 900 modelos distintos. Essa variedade passa longe de ser algo ruim, afinal ela traz competição entre as marcas e tende a beneficiar o consumidor. Ela pode ser, contudo, um fator de complicação para o leigo. E, nesse caso, a recomendação é muito simples: pesquise os modelos e faça contas.
“O primeiro passo é conter a empolgação e fazer uma série de contas para saber se há condições financeiras de não apenas comprar o carro, mas mantê-lo. A recomendação é que se pague o modelo à vista, porém isso nem sempre é possível. Nesse caso, entram na equação, além da entrada e das prestações, o valor das revisões, do combustível, do seguro, dos impostos, entre outros”, alerta Paulo Roberto Garbossa, consultor da ADK Automotive. Segundo o especialista, esses custos correspondem a um gasto que pode se aproximar do valor da parcela e, em alguns casos, até superá-lo.
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“O ideal é fazer a primeira compra com alta dose de racionalidade. Se não puder ser comprado à vista, o ideal é dar a maior entrada possível, para evitar financiar por longos períodos. Outra recomendação é aproveitar os feirões e os momentos de baixa do mercado para poder ter poder de barganha nas concessionárias”, diz Satkunas, da SAE Brasil. Por que não um usado? O mercado de carros novos está aquecido. Só para se ter uma ideia, em 2012 foram vendidos mais de 3,6 milhões de automóveis novos no país. Ao se comprar um carro zero, há algumas vantagens, especialmente no que diz respeito ao financiamento. Também entra na conta o fato de o veículo nunca ter sido usado, o que passa segurança ao comprador em relação ao estado de conservação do bem. Entretanto, é recomendável olhar o mercado de usados. “O recémhabilitado está mais sujeito a danificar o veículo, o que fazia as pessoas automaticamente optarem por um carro usado para ir ‘amaciando’ a habilitação. De qualquer maneira, o mercado de usados oferece boas opções a bons preços atualmente. Não raro, encontra-se modelos de categorias superiores com dois ou três anos de uso pelo mesmo preço de veículos zero, porém mais básicos”, aponta Francisco Satkunas, diretor da SAE Brasil. Uma vantagem é que um veículo semi-novo já passou pela desvalorização mais crítica. Caso opte por comprar um usado, recomenda-se cautela. Uma boa inspeção feita por um mecânico de confiança pode ser a diferença entre um bom negócio e um “mico”. Outra atitude necessária é checar se todas as revisões previstas pela fabricante foram feitas em concessionárias. Para saber isso, basta olhar os carimbos no manual do proprietário.
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Escolhendo de acordo com as necessidades Racionalidade é palavra de ordem na hora de comprar o primeiro carro e, levando isso em consideração, um dos pontos que mais merecem atenção do futuro motorista é se o novo carro é condizente com as suas necessidades. “É uma tendência que se compre carros menores e menos potentes para recém-habilitados, porém é preciso lembrar que carros muito básicos pecam em segurança.
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É preciso levar isso em consideração e evitar economizar quando o assunto é garantir a integridade dos ocupantes em caso de acidente”, alerta Satkunas. Procurar adquirir um carro que tenha boas referências quando o assunto é segurança ainda não é prioridade para o consumidor brasileiro. “Muitas vezes a preferência é dada por itens de conforto, como o ar-condicionado, justamente por eles serem mais perceptíveis no cotidiano. Felizmente, com a adoção obrigatória do airbag e os freios ABS em 2014, a tendência é que o consumidor passe a prestar mais atenção nesse quesito”, afirma Garbossa.
Não há uma fórmula a ser seguida na hora de escolher o tipo de carro que o recém-habilitado irá escolher, entretanto. Observada a regra de comprar um carro que seja adequado ao seu uso, resta apenas um outro conselho. “É preciso ter a consciência de que um carro pode ser uma arma se não utilizado corretamente. Sendo assim, veículos muito potentes devem ser evitados no caso de condutores inexperientes, já que eles demandam um período de adaptação”, salienta Garbossa, da ADK Automotive. Seguindo essas dicas e se munindo de racionalidade e bom-senso, o novo motorista dificilmente terá problemas na convivência com o seu primeiro veículo.