Sementinha EDIÇÃO 02 • MAIO 2016
Conteúdo desta edição: - Introdução : Distúrbio de déficit de Natureza - Primeira Infância: Três formas de brincar - As estações e os Ritmos da Natureza - O Outono e os Ventos - O despertar dos sentidos: Por um brincar mais natural - Brinquedo do Mês: A importância do Elemento AR - Manualidade: Raquete de bolhas de sabão - Sugestão de Canto de época de Outono História: O mingau doce História: Do menininho que queria ser levado a todas as partes - Brincadeiras Sugeridas: Elemento AR - Receita: Mingau Doce - Plantando em Família: Alecrim - Sobre a Pedagogia Waldorf - O que é Antroposofia? -Oração
Introdução: Distúrbio de déficit de natureza Com frequência, as crianças pequenas ficam confinadas em casa ou em creches tendo um horário “útil” de atividades orientadas e de aquisição de conteúdos já inserido em uma rotina bem ocupada. Com o estilo de vida urbano atual, praticado cada vez mais no mundo todo, tem sido mais difícil brincar em espaços naturais e ao ar livre. O termo “distúrbio de deficit de natureza” foi criado pra descrever como as crianças estão se tornando carentes desse contato direto com a natureza, para sua infelicidade. As crianças precisam ter tempo e espaço para respirar internamente. Elas adoram o mundo natural, que é o lugar onde algumas de suas descobertas mais impressionantes são feitas. Isso se torna cada vez mais importante conforme ela se desenvolve. As qualidades espirituais da natureza tocam diretamente a alma infantil, e a criança se identifica com isso e aprecia de forma integral esse ambiente natural.
Nem sempre é uma tarefa fácil contrabalançar a ausência da natureza e o fornecimento de tais espaços acessíveis se torna uma responsabilidade da comunidade, em cunho social, pois com o aumento da urbanização tem se tornado difícil encontrar espaços abertos para tal interação. Mas a partir de experiencias na Holanda e na Suécia, entre outras iniciativas, se tem dados comprovados de que a força da comunidade em lutar por espaços de socialização em meio a natureza ajudaram não somente as crianças, mas a população em geral, sendo um benefício para a sociedade como um todo. Portanto, seguir o desejo da criança em descobrir a natureza é uma forma de encontrar coesão social. Em casa, traga as suas observações sobre a natureza nas brincadeiras, lembrando a seu filho o que ele viu, sentiu e vivenciou. O pássaro na árvore ou as vaquinhas no campo podem se tornar o bicho de pelúcia nas mãos; o respeito que ele demonstra é um eco do respeito e amor pelo mundo natural em geral.
“Havia uma criança que seguia adiante todos os dias E a primeira coisa que ela observou, naquilo ela se tornou E essa coisa nela se incorporou por um dia ou por uma parte desse dia Ou por muitos anos ou por longos ciclos de anos.” - Walt Withman
Primeira Infância: Três formas de brincar Em 1932, Susan Isaacs, a grande pioneira inglesa em estudos sobre a primeira infância, identificou três formas de brincar nesta fase:
• o amor ao movimento e o aperfeiçoamento das aptidões físicas;
• o interesse pelas coisas e acontecimentos reais - a descoberta do mundo externo;
• o prazer do faz-de-conta - que expressa o mundo interno.
Isso corresponde bem a visão trimembrada de Rudolf Steiner do ser humano como vontade (fazer), pensamento e sentimento. Embora nenhuma atividade aja única e exclusivamente em uma dessas áreas, todas desempenham um papel menor ou maior em qualquer coisa que a criança esteja fazendo. Por exemplo, quando a criança brinca com os anéis de vento ela se alegra com a descoberta do vento soprando pelas fitas ao mesmo tempo em que exercita o próprio corpo correndo. A brincadeira com a criança é o encontro entre o seu propósito e a natureza da criança. Tanto seu filho quanto você podem contribuir para essa comunhão e, ao fazer isso, combinar o propósito espiritual da criança com aquilo que é, em geral veladamente, sua própria natureza. Esse é o reino das descobertas para todos nós. Os olhos surpresos e brilhantes de uma criança maravilhada podem ser os seus olhos interiores de descoberta, em total comunhão com a criança. Trabalhando com compreensão e amor, desenvolvemos criativamente a conexão emocional entre seres humanos. Brincar com seu filho e deixar a brincadeira ser conduzida por ele vão lhe proporcionar aquilo que ele necessita de você. E você também não estará sozinho. Uma criança pode nos conduzir a domínios além de nossa natureza, ajudando a nos tornar pais e indivíduos melhores. Temos muito a aprender com os pequenos!
Textos adaptados do livro: Brincadeiras criativas para o seu filho, de Christopher Clouder e Janni Nicol. Publifolha, 2009
As estações e os Ritmos da Natureza Em um Jardim de Infância Waldorf, as crianças vivenciam e descobrem o mundo exterior a partir dos ritmos da natureza. Com isso, ocorre uma conexão imediata entre a criança e o ambiente com o qual ela interage, formando-se um elo que será mantido para o resto da vida. O respeito e o cuidado com a natureza como um todo são as experiencias mais puras e verdadeiras para os pequenos, além de proporcionarem descobertas que revelam toda a força anímica da relação da criança com a natureza.
No Jardim, ritmos da natureza e os ciclos do ano (como as estações e os elementos da natureza, por exemplo) permeiam todas as atividades. Todas as vivências que acontecem são voltadas para o que a natureza nos diz e assim, a criança encontra no mundo externo o que ela sente também no seu mundo interno, em seu corpo e isso faz com que ela se sinta segura, pois ela percebe que faz parte de algo maior ao qual ela se conecta através destas vivências Brincadeiras, rodas de ciranda e rodas rítmicas com o tema da estação ou da festa cristã da época, as comidas feitas e servidas pelas próprias crianças, os frutos dos pomares, as hortaliças e todo um ambiente é preparado para celebrar a época correspondente. Com isso, a criança consegue absorver ao máximo o que aquele período do ano está trazendo e assim cria-se uma relação com o que é verdadeiramente bom e necessário para esta fase da vida. A infância, desta forma, é vivida de maneira integral.
O Outono e os Ventos O outono é uma estação que vem pra nos trazer recolhimento e um maior contato com os ritmos da natureza, já que através desta estação percebemos mudanças mais efetivas no lugar onde vivemos. Por mais que essas mudanças não se mostrem tão rapidamente e às vezes tenhamos estações um tanto atípicas, como esta que estamos vivendo agora, ainda assim, sutilmente, sentimos as sensações outonais através de nossa natureza anímica. Aos poucos, nos damos conta de como a natureza ao nosso redor se transforma. A paisagem já não está mais tão verde, e um marrom alaranjado vem chegando aos poucos, até que enfim, as folhas começam a cair. Agora mais evidentes, os ventos vão chegando e aumentando de intensidade... Sopram cada vez mais forte, movimentando a vida e movendo tudo de seu lugar. A vegetação parece que aos pouquinhos está se recolhendo e se protegendo das baixas temperaturas que virão, como se entrasse num sono profundo, aguardando até que
esse longo período termine. Os pássaros cantam de outra maneira, anunciando novos tempos. Os animais se acalmam, as formigas passam mais tempo dentro de seus formigueiros. O céu é mais azul e também se mistura a lindos nuances, formando nuvens tão belas quanto a chuva que aos poucos começa a cair, molhando... lavando e penetrando a terra. Mãe Terra, que calmamente respira e nos acolhe, nos presenteiacom os frutos da estação, tão doces e tão necessários para alimentar nossos corpos e nossos corações. É tempo de observação. De olhar pra fora, pra tudo o que nos rodeia. De olhar pra dentro, pra tudo o que nos permeia. É tempo de rever nossos pensamentos, de nos acercar só do que é bom, só do que nos aquece e mantém a nossa chama viva e acesa dentro de nós. É tempo de perceber os ritmos da natureza, nos religar a ela e viver o que ela tem de bom a nos oferecer, mesmo em tempos de recolhimento: a vida!
O despertar dos sentidos: Por um brincar mais natural Uma brisa súbita afeta a sensação de temperatura; o sentido de movimento e equilíbrio muda conforme sopra um vento forte. O simples fato de estar em contato com a natureza pode alegrar todo o nosso sentido da vida. Rudolf Steiner dizia que o mundo entra pelos sentidos para nutrir o espírito, e o espírito sai para mudar, para transformar o mundo sob uma nova ótica. Por isso é importante fornecer um ambiente e experiências que nutram todos os sentidos da criança pequena. A natureza é um desses ambientes e quanto mais tempo for gasto nela, melhor. A criança acaba conhecendo os elementos por meio de brincadeiras, ao descobrir as maravilhas da natureza. Muitos brinquedos estão ligados a estes elementos e quando brinca com eles, a criança começa não só a descobrir o mundo ao redor, mas também a ver o que acontece com os brinquedos quando estão em contato com esses elementos e como eles influenciam o cotidiano. Crianças estão sempre em comunhão com a natureza. Adoram brincar com todos os tipos de água, desde poças até o mar. Elas escavam a terra, a areia, as pedras e a argila, brincam com o barro quando misturam a terra com água. Adoram observar a chama de uma vela; ficam fascinadas com o vento e sentem-se atraídas por qualquer coisa que flutue no ar: a poeira dançando contra o sol, uma borboleta voando sobre uma flor, uma pena levada pela brisa ou simplesmente as diferentes cores e formas das nuvens se movimentando no céu. Pode-se brincar com o elemento AR apenas observando o modo como as folhas caem das árvores em espiral ou como o vento sopra nas flores. Qualquer coisa que fizer na natureza que requeira movimento ativo por parte de seu filho é saudável, não só para o desenvolvimento físico dele, mas também para uma boa noção de equilíbrio e confiança sobre o que o seu corpo é capaz.
Brinquedos do mês: A importância do Elemento AR O contato com a natureza reaviva todos os sentidos, assim como as varias atividades que envolvem os quatro elementos (ar, fogo, terra e água). Sentimos o vento na pele como um toque suave, ouvimos os sons das folhas roçando nas árvores, vemos as nuvens cruzando o céu e sentimos o cheiro da chuva na terra após uma tempestade. Os anéis de vento são ótimos brinquedos para o ar livre: são uma forma simples de apreciar o movimento do vôo e são precursores das pipas, que são mais elaboradas. Este mesmo brinquedo pode ganhar uma nova forma, amarrando a argolas, fita de crepom que fazem um som maravilhoso quando se esfregam umas nas outras. Enquanto as fitas de cetim fazem um movimento suave e fluído, e suas cores fortes ficam fantásticas voando juntas ao vento.
O Cata-vento que gira gira sem parar em contato com a força do ar… Este brinquedo faz necessário o movimento do corpo, em busca de um vento mais forte, além de pedir para a criança um impulso pra que o brinquedo funcione! Balance muito os anéis de vento no ar! Corra com o cata-vento a girar! Você e seu filho poderão correr juntos por um gramado cada um com seu anel de vento, cada um com seu cata-vento… A família toda pode brincar! Quanto mais tempo passar ao ar livre brincando com esse tipo de brinquedo com seus filhos, mais eles fortalecerão as pernas e assim, ativarão os sentidos. Textos adaptados do livro: Brincadeiras criativas para o seu filho, de Christopher Clouder e Janni Nicol. Publifolha, 2009
Manualidade: Raquete de bolhas de sabão Um pouquinho de água, sabão... uma boa raquete de bolhas, e pronto! Felicidade em bolinhas coloridas pelo ar! O conceito de voar é uma alegria para as crianças pequenas, e seu filho vai adorar observar as bolhas subindo e descendo ate caírem suavemente no chão, estourando ou se misturando a outras bolhas, além dos variados tamanhos que elas podem ter, dependendo da intensidade do sopro que se dá na raquete. Aqui, seu filho vai trabalhar o processo de respiração e através disso, poderá dosar a quantidade de bolhas que vai formar e também o tamanho! Quem nunca ficou feliz em conseguir fazer uma grande bolha de sabão e observar ela até se perder no
horizonte? Ou então soprou varias vezes e saiu saltitando pelo ar até estourar todas as bolhas que soprou? É uma brincadeira pra toda a família e crianças de todas as idades vão gostar! Inclusive os adultocrianças! Mas CUIDADO! Evitem o contato do sabão com os olhos! Vamos lá, construir nossa raquete de bolhas? Materiais: - Vareta de Bambu - Arame - Barbante - Cola branca - Alicate (recomendado)
Passo 1 Com a mão (ou com ajuda do alicate), enrole o arame em uma das extremidades da vareta de bambu (fiquem atentos para que a ponta do arame esteja bem presa e voltada para a vareta, pra que não haja risco de arranhar as crianças).
Passo 2 Faça um círculo (do tamanho que será a raquete) e prenda a outra ponta do arame na extremidade da vareta.
Manualidade: Raquete de bolhas de sabão
Passo 3 Comece a enrolar o barbante pela parte debaixo da raquete. Vá cobrindo toda a vareta de bambu. Quando chegar na emenda de arame, passe várias voltas do barbante, para garantir que esta parte fique macia e bem protegida.
Passo 4 Continue enrolando a lã em volta do círculo de arame. O ideal é que fique bem apertado, para que não afrouxe com o uso. Se você quiser, pode fazer um desenho com o barbante no meio do circulo como por exemplo, passar a linha de cima abaixo formando uma linha divisória no circulo (2 semicírculos ou coração) como nas fotos ao lado.
Passo 5 Quando terminar de cobrir, finalize com um nozinho e passe a cola pra garantir que nao vai soltar. Espere a cola secar e é hora de brincar!!! Além de fazer as bolhas, as raquetes servem pra apará-las no ar. Pratique estes movimentos, tentando pegar as bolhas sem estourá-las!
Sugestão: Canto de época de Outono Os cantinhos de época são práticas muito comuns nos Jardins de Infância Waldorf e podem facilmente ser adotados como inspiração pra sua casa. Esses espaços geralmente levam a essência daquela época para as crianças e são locais muito respeitados, então, os pequenos não costumam brincar neste espaço, pois sabem da importância que estas imagens tem em cada período do ano. Para formar um espacinho desse na sua casa, você pode fazer um passeio por um bosque, por um parque ou pelas ruas e junto com seu filho encontrar pequenos elementos da natureza que possam compor o cantinho de época de vocês. Pedrinhas, pinhas, folhas e pequenos galhos secos, flores, até mesmo algum brinquedo especial ou plantinha podem ajudar a deixar a natureza do outono mais vivo dentro de cada um. Uma vela pode trazer a sensação de aquecimento e conforto antes de contar uma historinha pro seu filho. Se quiser, pode também confeccionar pequenos elementos artesanais que possam adornar este canto. Basta usar um tecido de preferencia sua para acomodar todos estes elementos e transformar este pequeno ambiente em um local da casa a ser respeitado e venerado, pois para a criança é uma forma de alimentar seu interior tendo um contato mais constante com o mundo ao seu redor e com a natureza.
História: O mingau doce (Um conto de fadas dos Irmãos Grimm)
Houve, uma vez, uma menina paupérrima, A panelinha pôs-se a fazer o delicioso embora muito piedosa, que vivia só mingau e a mãe comeu, comeu, até com a mãe. não poder mais. Agora queria mandar a panelinha parar mas não sabia a palavra. Chegou um dia em que nada mais E a panelinha continuou fazendo mingau, tinham para comer; então a menina foi o mingau foi aumentando, aumentando, e à floresta em procura de alguma coisa e transbordou, e encheu a cozinha, e encheu lá encontrou uma velha que conhecia a toda a casa, e encheu a casa da vizinha, sua situação; muito penalizada, a velha e mais uma casa, encheu a rua e tudo o deu-lhe uma panelinha que bastava mais, como se quisesse alimentar o mundo dizer: “panelinha, faz mingau” e logo a inteiro. Houve um grande desespero e panelinha preparava um mingau doce, de ninguém sabia mais o que fazer! farinha, que era uma delícia; e bastava dizer; “chega, panelinha!” e ela parava Faltava apenas encher uma última casa de fazer mingau. quando, finalmente, chegou a menina, que disse: A menina correu para levar a panelinha à mãe; desde, então, ficaram livres da fome - Chega, panelinha! e da penúria, e elas comiam mingau doce A panelinha logo parou de fazer mingau; sempre que queriam. mas todos que queriam entrar novamente Um dia em que a menina tivera de sair, a na cidade eram obrigados a abrir caminho mãe disse: “faz mingau, panelinha!” comendo mingau.
História: Do menininho que queria ser levado a todas as partes Imaginem só, o menininho saiu a passear sozinho. Os coelhinhos pulavam, os passarinhos cantavam. Então o menininho riu cantando, e disse: “Aqui é tão lindo, quero continuar andando!” Assim o menininho foi passeando sozinho. Mas depois cansado ficou e suspirou: “Ah, se alguém passasse e me levasse!”
Mas o caracol é muito devagar... e o menininho começou a reclamar: “Assim não quero mais viajar! Ah, se alguém passasse e me levasse!” Chegou um cavalinho que levou o menininho. Sentado no cavalinho, pensou logo o menininho: “Assim é bom viajar!”
Chegou o riachinho e levou o menininho. Sentado no riachinho, pensou o menininho: “Assim é bom viajar!’
Mas o cavalinho galopava rapidinho e o menininho mal conseguia se segurar. “Pare”, gritou, “não vou aguentar!” Mas o cavalinho não quis parar e o menininho, pimba!, foi-se ao chão! “Ah, se alguém passasse e me levasse!”
Mas a água era fria, e o menino não queria passar frio neste dia. E logo assim dizia: “Ah, se alguém passasse e me levasse!”
Chegou um pastor que levou o menininho. Agora, eram dois andando pelo caminho.
Chegou um barquinho que levou o menininho. Sentado no barquinho, pensou logo o menininho: “Assim é bom viajar!”
A ovelhinha deitou-se e na relva acomodou-se. O pastor falou: “A noite está escura, mas não temas. As estrelas velam por nós. Durma bem!”
Mas o barquinho era tão pequenininho, que o menininho teve medo de cair, e logo foi dizendo: “Do barquinho quero sair! Ah, se alguém passasse e me levasse!” Chegou um caracol que levou o menininho dentro de sua casinha bem protegido do sol. E o menininho pensou: “Assim é bom viajar!”
De manhã cedinho, acordou o menininho. Escute, quem está chamando? Olhe, quem vem chegando? E a mãezinha querida! Ela abraça seu filhinho e o menininho agora diz: “O melhor lugar para ficar é com a mamãe. Agora estou feliz!”
Fonte: Conte Outra Vez - Contos Rítmicos, de Karin Stasch. Editora Antroposófica, 2012
Brincadeiras Sugeridas: Elemento AR Para interagir com a natureza e sentir da melhor forma possível a presença do elemento AR na nossa vida, que tal algumas brincadeiras simples, mas que tocam profundamente as nossas crianças? Abaixo fizemos uma lista de brincadeiras que podem ser feitas a qualquer momento com seus filhos: - Simplesmente correr e sentir o vento passar pelo rosto, pelos cabelos... - Correr fazendo aviãozinho com os braços abertos. - Construir uma pipa com seu filho e soltar em uma tarde de sol e piquenique! - Balanço! Que tal con struir um balanço pro seu filho tendo ele mesmo como ajudante?! As crianças adoram ajudar os pais nos afazeres, e a construção de um brinquedo que será usado depois por um longo tempo, só reforça ainda mais a relação entre pais e filhos. A criança vai vivenciar tudo isso enquanto o vento toca suavemente em seu roso lembrando que a natureza é tão bela quanto a vida! Ah! Isso vale também pras preguiçosas redes! As crianças adoram brincar na rede! - Construir um barquinho de papel e usar uma bacia ou qualquer recipiente grande como um rio e soprar, soprar o barquinho até ele avançar na água é uma brincadeira maravilhosa entre pais e filhos! - Relembrar os nossos tempos de criança é uma ótima e quem sabe até podemos trazer de volta os famosos piões a rodopiar pelo chão! - Aviãozinho
de papel! Seu pequeno vai adorar seguir aviõezinhos pelo ar. - Petecas, peixes e estrelas voadoras: Brinque de peteca com seu filho. Se não
tem peteca, lembre-se que (quase) qualquer brinquedo pode ganhar asas e voar. - Paraquedas de tecido ou de saco plástico… Jogar pra cima e acompanhar o paraquedista descendo calmamente através de seu paraquedas. O importante aqui é relembrar as nossas brincadeiras de criança, utilizar os espaços ao ar livre e levar as crianças pra brincar e usar a imaginação!
Receita: Mingau Doce
“Panelinha, faz mingau!” Nesse friozinho, preparar um mingau doce é um ótimo afazer! As crianças vão adorar preparar um bom mingau junto com os pais! Ainda mais depois de ouvirem o Conto dos Irmãos Grimm! Vamos lá?
Receita de Mingau de Aveia Ingredientes: - 2 colheres (sopa) de aveia em flocos - 1 banana prata média - 2 colheres (sopa) de leite de coco - 2 colheres (sopa) de água filtrada - 1 colher (chá) de mel de abelhas - Canela a gosto
Modo de preparo: Liquidifique a banana com a aveia, o leite-de-côco e a água. Leve ao fogo até engrossar. Sirva com o mel e canela.
Plantando em Família: Alecrim, Alecrim dourado! Este mês vamos plantar Alecrim (Rosmarinus officinalis)! É também conhecido por outros nomes, como alecrim de cheiro, alecrineiro e rosmaninho. Além das denominações citadas, o alecrim também é chamado de “erva da alegria”, devido aos óleos essenciais presentes em sua composição, que favorecem a produção de neurotransmissores responsáveis pelo bem estar. Possui variadas propriedades medicinais e além do cheirinho bom, o gosto do seu chá também é maravilhoso!
Para plantar suas sementinhas vocês vão precisar de: - Um canteiro ou um vasinho de flor de 20 a 25cm de altura com furos embaixo; - Pedrinhas e um pouquinho de areia; - Utensilios de jardinagem; - Terra (preferencialmente adubada);
No vaso, coloque uma camada pequena de pedrinhas e uma de areia. Depois coloque a terra já adubada até preencher todo o vasinho deixando um espaço de dois dedos na borda. Regue bem pouquinho a terra só para umidificá-la. Abra uma covinha e coloque gentilmente suas sementinhas lá dentro, depois cubra com a terra. Molhe seu vasinho de flor uma vez por dia, mas sem encharcar a terra. Faça isso de preferência no início da manhã ou no final da tarde. Estas sementinhas podem ser plantadas durante o ano todo, mas evitem períodos de geada. Portanto, mesmo com o frio podem ser plantadas, mas é preferível escolher uma semana de temperaturas mais amenas. A germinação destas sementinhas é mais demorada, leva de 25 a 30 dias. O que faz com que tenhamos um cuidado com o vasinho de alecrim por mais tempo até
que no final desse período sua germinação ocorra. Outra forma de se cultivar o alecrim é cortando brotinhos novos de uma planta já adulta e fincar estes brotinhos em uma terra com bastante adubo e bem úmida. Regar esta planta todos os dias e ao longo do tempo este broto que foi transplantado começa a criar raizes e se fortalecer, gerando então uma nova planta.
Sobre a Pedagogia Waldorf: O que é Antroposofia? A Antroposofia (do grego “conhecimento do ser humano”) pode ser compreendida como um método de conhecimento da natureza, do ser humano e do universo. Foi introduzida no início do século XX pelo austríaco Rudolf Steiner e atualmente tem aplicações nas mais diversas áreas, como a medicina, a farmácia, a agricultura, as artes, o desenvolvimento organizacional e social, a arquitetura, a educação, dentre outras. Talvez a mais conhecida de suas realizações práticas seja a Pedagogia Waldorf, cujos diferenciais podem ser constatados em mais de 1.000 escolas em todo o mundo. A antroposofia preconiza que a consciência, a auto-consciência, a individualidade e a liberdade são características humanas que devem ser preservadas e desenvolvidas. Nessa perspectiva, o desenvolvimento moral e espiritual baseado em um amor altruísta é a meta do ser humano na Terra. As atitudes morais não devem ser baseadas
em imposições exteriores, mas irradiar do amor e do conhecimento individuais, em plena liberdade. Para a antroposofia, a vida humana não decorre de modo linear, mas se desenvolve em ciclos de aproximadamente sete anos - os chamados “setênios”, ao longo dos quais a pessoa vai se formando a partir das interações entre o querer, o sentir e o pensar, que são diferentemente desenvolvidos em cada fase desse processo. Sendo assim, a educação deverá considerar tais fases e proporcionar um ambiente adequado para que o desenvolvimento aconteça de modo harmonioso e saudável. Ou, nas palavras de Rudolf Lanz (2005, p. 53): “A grande tarefa humana do adulto, principalmente do professor, é fazer o ‘mundo’ chegar até a criança de maneira adequada à sua idade. Então ela terá as vivências que lhe darão forças para a vida inteira.”
Baseado em: LANZ, Rudolf. A pedagogia Waldorf: caminho para um ensino mais humano. Antroposófica, 2005. SETZER, Valdemar. O que é antroposofia. Disponível em: http://www.sab.org.br/antrop/
Oração falada por um adulto para uma criança pequena (Rudolf Steiner) Flua em ti a luz, E possa penetrar-te. Sigo teus raios com cálido amor, Com os meus mais joviais pensamentos.
Desejo reunir, Ante os passos que darás na vida, Os meus mais joviais pensamentos, Para que eles se unam a tua vontade vital.
Penso nos movimentos de teu coração. Que eles te fortifiquem, Que eles te sustentem, Que eles te esclareçam.
E ela, fortificada, Se encontre no mundo todo, Cada vez mais Por si própria.