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Tempo de reparação e reconciliação Podemos e devemos viver este tempo sagrado (quaresma) com um foco: Jesus Crucificado, Coração transpassado. Dando de Si a nós até a última gota de sangue e água. Tempo de Quaresma, tempo privilegiado para vivermos atos de reparação às injúrias e ás indiferenças contra a ternura infinita do Sagrado Coração! É tempo de orações, esmolas e jejuns! Estamos em plena Quaresma! Podemos e devemos viver este tempo sagrado com um foco: Jesus Crucificado, Coração transpassado. Dando de Si a nós até a última gota de sangue e água. Assim, Ele cumpre a palavra do Evangelista: “Amou-nos até o fim!” (Jo 13,1). Com Amor eterno nos amou! Deu a Sua vida por Amor. Então? “Agora vai e também ama teu irmão ... “ Esta é a lição do Apóstolo São João em sua primeira Carta: “Eis como reconhecemos O Amor: Ele (Jesus, nosso Senhor) entregou Sua Vida por nós. Assim também nós devemos dar a vida por nossos irmãos. Se alguém tiver bens neste mundo e vir seu irmão passando necessidade e lhe fechar o coração, como o Amor de Deus permanecerá nele? Filhinhos, não amemos só de palavras, nem só de língua, mas com atos e verdade” (ver 1Jo 3,16-18). Tempo de Quaresma, tempo privilegiado para vivermos atos de reparação às injúrias e ás indiferenças contra a ternura infinita do Sagrado Coração! É tempo de orações, esmolas e jejuns! A conversão, a mudança de vida que a Quaresma possibilita, é um itinerário de libertação pessoal, comunitário e social.
A Quaresma A Quaresma é um período que vai da quarta-feira de Cinzas até a Missa da Ceia do Senhor exclusive. São quarenta dias dedicados à preparação para a celebração da Páscoa, que a Igreja relaciona com os quarenta anos de peregrinação do povo hebreu rumo à Terra Prometida, os quarenta dias de jejum total de Moisés, no Monte Sinai, preparando-se para receber a Lei da Aliança; os quarenta dias em que Elias seguia a caminho do Monte Horeb, fugindo da perseguição e o retiro de Jesus no deserto, onde passa quarenta dias e noites em jejum, preparando-se para sua vida pública. A Quaresma é o tempo que precede e predispõe à celebração da Páscoa. Tempo de escuta da Palavra de Deus e de conversão, de preparação e de memória do Batismo, de reconciliação com Deus e com os irmãos, de recorrer com mais frequência à oração, ao jejum e à esmola. Nesse período, devemos nos abrir para acolher a Palavra de Deus e intensificar a prática da caridade em busca da conversão de nossos pecados. O povo cristão percebe claramente que durante a Quaresma, é preciso orientar os ânimos para as realidades que verdadeiramente importam. Por isso exige-se empenho evangélico e coerência de vida, traduzida em boas obras, em formas de renúncia àquilo que é supérfluo, em manifestações de solidariedade com os sofredores e os necessitados. A palavra de Cristo ressoa em nossos ouvidos neste período: “Convertei-vos e crede no Evangelho.” As cinzas são sinais de que a vida depende de Deus e que, sem Ele, nada podemos nada somos. Somos frágeis e pecadores, mas a graça de Deus se realiza na vida de quem se dispõe a ouvir, acolher e viver o ensinamento de Cristo. O convite é para que reconstruamos a vida e, por isso, o Tempo da Quaresma é a grande oportunidade, pura graça divina que está ao nosso alcance.
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A oração, o jejum, a penitência e fundamentalmente a escuta da Palavra do Senhor devem nos conduzir para a prática do bem, da caridade, da misericórdia, fazendo-nos também “Cultivar e guardar a criação”. Somente reconhecendo a infinita misericórdia do Pai e com humildade e sinceridade de coração, confiantes em seu perdão, podemos de fato recomeçar a vida e tornar-nos verdadeiramente livres.
Misericórdia e Reconciliação “ Misericórdia: é o caminho que une Deus e o homem, porque nos abre o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado”. São estas palavras que introduzem o documento pelo qual o Papa Francisco inicia a carta Misericordiae Vultus (O Rosto da Misericórdia). Tal proclamação nos convida para que este tempo de quaresma no Ano santo da Misericórdia possa ser para nós uma bela reflexão para a nossa vivencia espiritual. Quero, portanto, unir as palavras desta nossa pequena reflexão. Misericórdia está para o CAMINHO e, Reconcialição para UNIDADE. Que ponto unificadores para neste tempo rezarmos, meditar e agir nas obras de misericórdia. A misericórdia é o caminho por que nos remete a bondade infinita de Deus que não se cansa de nos amar e de nos oferece o seu perdão. E é exatamente na caminhada que acontece os entraves da vida humana como decadência do homem velho que insiste em aparecer em nós. Não nascemos para o pecado. Nem é meta do homem chegar sempre ao pecado, mas por nossa inteira liberdade caímos e falhamos. Somos seres limitados e frágeis. Só Deus é santo. Devemos ser santos como ele é santo. E como seremos santos se não for a sua misericórdia infinita oferecida gratuitamente a cada ser humano. O caminho é a estrada que cada um de nós percorremos e que como cristão deve assemelhar aquele percorrido por nosso Mestre Jesus Cristo – o do calvário. O cristianismo não é a religião da dor mas sim a religião que não nega a condição humana e nem exclui o corpo passível do sofrimento. É neste sentido que entra a misericórdia divina como abraço do corpo de Cristo em cada ser humano que sofre e padece neste mundo. São cristos que sobem ao calvário e precisam de sirineus para lhes ajudarem a carregar a cruz. O que oferecemos àqueles que encontramos em nosso caminho? Não chegaremos ao domingo da ressurreição sem passar pela sexta-feira da cruz. O caminho do homem é marcado por esta realidade nas suas mais diversas expressões de grito de dor. Cristo tornou a nossa fé mais credível nos introduzindo no mistério pascal de sua vida, morte e ressurreição. Assim somos também nós chamados a nos configurar a ele com a cruz, no calvário e na ressurreição. A quaresma é, portanto, o tempo do caminho, do deserto, do calvário, do retiro para ressurreição. Pois, jamais encontraremos o Cristo ressuscitado se não o encontrarmos no mistério da cruz. Entender que a nossa vida tem cruz é passar pelo processo da purificação para sorrir com o ressuscitado. De igual modo, cantamos: eis o tempo de conversão. Converte-se quem está no caminho e caminha quem deseja se converter. O modo mais unitivo do cristão ser imitador de Jesus Cristo é unir-se com ele no mistério da paixão. Isto significa reconciliação que remete entender quem é Jesus e o que fez ele por mim. Significa então conversão na qual se deseja fazer o caminho junto com Ele. A quaresma é tempo de reconciliar-se com Deus. Mas como me reconciliarei com ele se não me uno ao seu filho em sua paixão, morte e ressurreição. Assim em meio a tantas sugestões dadas pela Igreja apresento algumas aqui para que a unidade com Cristo seja mais autentica e de testemunho. Unir a Cristo pela palavra para que ele como palavra eterna nos direcione para o que é eterno. Unir-se a Cristo
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pela caridade para que ele, concreta caridade, nos faça ver o mundo com o olhar de um Deus caridoso e misericordioso. Por fim, unir-se a Cristo na oração para que ele homem feito oração nos faça deificados em nossa mística cotidiana. (Pe. Dalmir Cornélio da Silva)
Vivendo a Quaresma Desde os primórdios do Cristianismo a “Quaresma marcou para os cristãos um tempo de graça, oração, penitência e jejum, com intenção de se obter a conversão. Ela nos faz lembrar as palavras do Mestre divino: “Se não fizerdes penitência, todos perecereis” (Lc 13,3). Esses quarenta dias que precedem a Semana Santa são colocados pela Igreja para que cada um de nós se prepare para a maior de todas as Solenidades litúrgicas do ano, a Páscoa, a grande celebração da Ressurreição de Jesus, a vitória Dele e nossa sobre o mal, sobre o pecado, sobre a morte e sobre o inferno. A celebração litúrgica não é mera lembrança do passado, não é algo que aconteceu com Jesus e passou. Jesus está presente na Liturgia. O Catecismo diz que: “Pela liturgia, Cristo, nosso redentor e sumo sacerdote, continua em sua Igreja, com ela e por ela, a obra de nossa redenção.” (CIC §1069). Isto é, pela Liturgia da Igreja Ele continua a nos salvar, especialmente pelos Sacramentos, e faz tornar presente a nossa redenção. Mas, para que o cristão possa se beneficiar dessa celebração precisa estar preparado, com a alma purificada e o coração sedento de Deus. A Igreja recomenda sobretudo que vivamos aquilo que ela chama de “remédios contra o pecado” (jejum, esmola e oração), que Jesus recomendou no Sermão da Montanha e que a Igreja sempre nos lembra na ocasião da Quaresma. A meta da Quaresma é a expiação dos pecados; pois eles são a lepra da alma. Não existe nada pior do que o pecado para o homem, a Igreja e o mundo. Todos os exercícios de piedade e de mortificação têm com objetivo de livrar-nos do pecado. O jejum fortalece o espírito e a vontade para que as paixões desordenadas, especialmente aquelas que se referem ao corpo (gula, luxúria, preguiça), não dominem a nossa vida e a nossa conduta. A esmola socorre o pobre necessitado e produz em nós o desapego e o despojamento dos bens terrenos; isto nos ajuda a vencer a ganância e o apego ao dinheiro. A oração fortalece a alma no combate contra o pecado. Jesus recomendou na noite de sua agonia: “Vigiai e orai, o espírito é forte mas a carne é fraca”. A Palavra de Deus nos ensina: “É boa a oração acompanhada do jejum e dar esmola vale mais do que juntar tesouros de ouro, porque a esmola livra da morte, e é a que apaga os pecados, e faz encontrar a misericórdia e a vida eterna” (Tb 12, 8-9). “A água apaga o fogo ardente, e a esmola resiste aos pecados”(Eclo 3,33). “Encerra a esmola no seio do pobre, e ela rogará por ti para te livrar de todo o mal” (Eclo 29,15). Jesus ensinou: “É necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo” (Lc 18,1b); “Vigiai e orai para que não entreis em tentação” (Mt 26,41a); “Pedi a se vos dará” (Mt 7,7). E São Paulo recomendou: “Orai sem cessar” (I Ts 5,17). Quaresma é tempo de rompimento total com o pecado. Alguns pensam que não têm pecado, se julgam irrepreensíveis, como aquele fariseu da parábola que desprezava o pobre publicano (Lc 18,10 ss); mas na verdade, muitas vezes não percebem os próprios pecados por causa de uma consciência mal formada que acaba encobrindo-os. Para não cairmos neste erro temos de comparar a nossa vida com aqueles que foram os modelos de santidade: Cristo e os Santos.
Três remédios que curam do pecado na Quaresma O Papa Francisco propôs em uma de suas homilias três “medicamentos ou remédios” que os cristãos podem abraçar para “curar-se do pecado” nesta Quaresma: oração, caridade e jejum.
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1. Oração: “Expressão de abertura e confiança no Senhor: É o encontro pessoal com Ele, que encurta as distâncias criadas pelo pecado”, disse o Papa. “Rezar significa dizer: “Não sou auto-suficiente, preciso de você. Você é a minha vida e minha salvação”. 2. Caridade: O Papa disse que “amor verdadeiro, de fato, não é um ato exterior, não é dar algo de forma paternalista para tranquilizar a consciência, mas aceitar quem precisa de nosso tempo, de nossa amizade e nossa ajuda”. É também “viver o serviço”. 3. Jejum: A penitência “para nos libertar das dependências em relação ao que passa e nos treinar para ser mais sensíveis e misericordiosos”. “É um convite à simplicidade e partilha”. O Papa pediu também que “a Quaresma seja um tempo benéfico para podar a falsidade, a mundanidade e a indiferença”, entre outras coisas, para “reencontrar a identidade cristã, ou seja, o amor que serve, não o egoísmo que se serve”. Sobre a necessidade de reconciliação com Deus, o Santo Padre explicou que “não é simplesmente um bom conselho paterno e nem uma sugestão. É uma verdadeira e própria súplica em nome de Cristo”. “Cristo sabe que somos frágeis e pecadores, conhece a fraqueza de nosso coração”, lembrou. Cristo “vence o pecado e nos reergue das misérias, se as confiamos a Ele” e este “é o primeiro passo do caminho cristão. Trata-se de entrar pela porta aberta que é Cristo, onde Ele mesmo nos espera, o Salvador, e nos oferece uma vida nova e alegre”. O Santo Padre afirmou que “há uma tentação de blindar as portas, ou seja, conviver com o próprio pecado, minimizando-o, justificando-se sempre, pensando em não ser pior que os outros”, mas assim, “se trancam as fechaduras da alma e se permanece fechado dentro, prisioneiros do mal”. Outro obstáculo que o Pontífice assinalou é “a vergonha de abrir a porta secreta do coração” e também o de “distanciarmo-nos da porta: isso acontece quando nos enfurnamos em nossas misérias”. Então, “a tristeza que não queremos, nos torna familiar, nos desencorajamos e somos mais fracos diante das tentações”. “Isso acontece porque permanecemos sós conosco, nos fechando e fugindo da luz, enquanto somente a graça do Senhor nos liberta. Deixemo-nos então reconciliar, ouvindo Jesus que diz a quem está cansado e oprimido: venha a mim”. Existe outro convite da parte de Deus que é a de “retornar ao Senhor de todo o coração”. “Se é preciso voltar é porque nos distanciamos. É o mistério do pecado”, explicou Francisco.
Via Sacra - Quaresma – Calendário Dia 01 – março 08 – março 15 – março 22- março 28 - março 05 - abril
Responsáveis Comissão Paroquial Associação Santana Apostolado da Oração Catequese – crianças e pais POKLONE Famílias, MEJ e Jovens
Horário Após missa 19 horas Após missa 19 horas Após missa 19 horas Após missa 19 horas Após missa 19 horas Após missa 19 horas
(Fontes de adaptação e referência: http://br.radiovaticana.va/news; http://diocajazeiras.com.b; http://cleofas.com.org e http://www.acidigital.com)/
Jesus, manso e humilde de Coração, faça o nosso Coração semelhante ao Vosso. Amém!