Informativo do Apostolado da Oração Jun-17 Paróquia N S Auxiliadora Rito Católico Ucraniano

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Intenção Universal – Eliminar o comércio de armas Pelos responsáveis das nações, para que se empenhem decididamente em pôr fim ao comércio de armas, que provoca tantas vítimas inocentes. O Papa Francisco tem insistido constantemente com o mundo, sobretudo os líderes das nações, para que haja um cessar fogo e que a paz seja a marca de todas as bandeiras das diversas nações. Em sua visita aos Estados Unidos, em 2015, o Papa reafirmou seu pedido para abolir o comércio de armas. Foi profética sua fala em um país onde a ampla maioria defende esse tipo de comércio que enriquece os cofres e bolsos de uma parcela rica da sociedade. No mundo inteiro, é o tipo de comércio que mais tem lucro, pois nesse mercado os ricos lucram com a desgraça alheia. É possível perceber isso nos conflitos armados que rodeiam o mundo como, por exemplo, na África, na Ásia e no Oriente Médio. Segundo o Papa, estar a serviço do diálogo e da paz significa estar verdadeiramente determinado a minimizar e, a longo prazo, acabar com os conflitos armados por todo o nosso mundo. Por que há tantas armas mortais sendo vendidas àqueles que pretendem infligir sofrimento a indivíduos e sociedades? Infelizmente, a resposta, como todos nós sabemos, é simplesmente por dinheiro: dinheiro encharcado de sangue, frequentemente de sangue inocente. Em face deste silêncio vergonhoso e culpável, é nosso dever confrontar os problemas e acabar com o comércio de armas. A nossa prece volta-se para esse problema tão sério e tão grave, constatado também no Brasil. Nosso país destaca-se como o quarto no mundo a fabricar e comercializar armas de pequeno porte, tudo em nome do lucro, do aquecimento do comércio e de uma falsa ideia de desenvolvimento. E para ficar pior, temos o seguinte dado: em 2013, foi assinado em tratado para regular a exportação de armas de guerra, mas até os dias atuais ele não foi ratificado. Tal assinatura foi feita pela Presidência da República, mas a ratificação depende do Congresso Nacional, onde se encontra parado, pois não convém aos nossos congressistas incomodar os empresários das armas. Nossa prece sustenta-se na atitude de Jesus diante do comprometimento violento de Pedro no Horto das Oliveiras, quando este desembainhou a espada e feriu o oficial cortando-lhe a orelha (conforme Lc 22,49-51). São os gestos de paz e diálogo que garantem a vitória sobre o mal.


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Os primeiros anos da vida matrimonial - I O matrimônio é reconhecidamente uma questão de amor: só podem se casar aqueles que se escolhem livremente e se amam. Amor e paixão não são a mesma coisa. Uma das definições de paixão é: sentimento, entusiasmo, predileção tão intensa que ofusca, cega e impede a razão, ou seja, é um desejo muito forte. Já amar é: afeição, ternura, querer o bem de alguém, ou seja, é doar-se pela felicidade do outro. Se o amor se reduzir a uma mera atração (paixão) ou a uma vaga afetividade, isto faz com que os cônjuges sofram duma extraordinária fragilidade quando a afetividade entra em crise ou a atração física diminui. Estas confusões são frequentes, principalmente nos casais novos. E já que são frequentes, torna-se indispensável o acompanhamento dos esposos nos primeiros anos de vida matrimonial, para enriquecer e aprofundar a decisão consciente e livre de se pertencerem e se amarem até o fim. Muitas vezes o tempo de noivado não é suficiente, e se apressam em casar por várias razões e, como se não bastasse, isso atrasa o amadurecimento dos jovens. Assim os recém-casados ainda têm de completar aquele percurso que deveria ter sido feito durante o noivado. Um dos desafios da pastoral familiar é ajudar a descobrirem que o matrimônio não se pode entender como algo acabado. A união é real, é irrevogável e foi confirmada e consagrada no sacramento do matrimônio. É preciso construir o dia-a-dia com a graça de Deus e, por isso mesmo, não se deve esperar que o cônjuge seja perfeito. É preciso pôr de lado as ilusões e aceitá-lo como é: inacabado e em crescimento. Quando o olhar sobre o cônjuge é constantemente crítico, isto indica que o matrimônio não foi assimilado corretamente: um construir juntos, com paciência, compreensão, tolerância e generosidade. Isto pode fazer com que o amor seja substituído pouco a pouco por um olhar inquisidor e implacável e pelas reclamações; tornando-se incapazes de se apoiarem para o amadurecimento e para o fortalecimento da união. O matrimônio implica em passar por diferentes etapas que são um convite a doar-se com generosidade para evitar o desgaste da relação do casal. O gosto da pertença mútua e da compreensão que vida conjugal é um projeto de ambos. Devem desenvolver a capacidade de colocar a felicidade do outro acima das necessidades próprias. O amadurecimento do amor implica também aprender a “negociar”. Não se trata duma atitude interesseira nem dum jogo de tipo comercial, mas, em última análise, dum exercício do amor recíproco, já que esta negociação é um entrelaçado de recíprocas ofertas e renúncias para o bem da família. Em cada nova etapa da vida matrimonial, é preciso sentar-se e negociar novamente os acordos, de modo que não haja vencedores nem vencidos, mas ganhem ambos. No lar, as decisões não se tomam unilateralmente, mas ambos compartilham a responsabilidade pela família. Uma das causas que leva às separações é ter expectativas demasiado altas sobre a vida conjugal. Quando se descobre a realidade é mais limitada e problemática do que se sonhara, a solução não é pensar imediata e irresponsavelmente na separação, mas


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assumir o matrimônio como um caminho de amadurecimento, onde cada um dos cônjuges é um instrumento de Deus para fazer crescer o outro. É possível a mudança, o crescimento, o desenvolvimento das potencialidades boas que cada um traz dentro de si. Cada matrimônio é uma história de salvação, o que supõe partir duma fragilidade que, graças ao dom de Deus e a uma resposta criativa e generosa, pouco a pouco vai dando lugar a uma realidade cada vez mais sólida e preciosa. Talvez a maior missão dum homem e duma mulher no amor seja esta: a de se tornarem, um ao outro, mais homem e mais mulher. Fazer crescer é ajudar o outro a moldar-se na sua própria identidade. Por isso o amor é artesanal. Quando se lê a passagem da Bíblia sobre a criação do homem e da mulher (Gn 2,7) primeiro Deus forma o homem, depois percebe de que falta alguma coisa essencial e forma a mulher, e então vê a surpresa do homem “Eis agora aqui, disse o homem, o osso de meus ossos e a carne de minha carne” (Gn 2,23). Em seguida, quase nos parece ouvir aquele estupendo diálogo no qual o homem e a mulher fazem a mútua descoberta. Com efeito, mesmo nos momentos difíceis, o outro volta a surpreender e abrem-se novas portas para se reencontrar, como se fosse a primeira vez; e, em cada nova etapa, tornam a formar-se um ao outro. O amor faz com que um espere pelo outro, exercitando aquela paciência própria de artesão, que herdou de Deus. (continua próximo mês...)

Discussão entre casais – Por que acontece? Muitas vezes podem surgir divergências entre os casais, isto é normal. Porém pode acontecer que ao surgir uma discussão, você e seu cônjuge disparem uma rajada de críticas um contra o outro, pois vocês já se acostumaram tanto a ferir com palavras que agora esse é o jeito “normal” de vocês conversarem. Se isso está acontecendo em seu casamento, você pode mudar a situação, mas primeiro é preciso pensar nos motivos desse problema e nos benefícios de se fazerem mudanças Mas por que isso acontece? Vários fatores podem ter influênciado ambos a terem esse tipo de comportamento. O modo de criação familiar de muitos maridos e esposas que cresceram em lares onde era comum ferir os outros com palavras e eles podem acabar repetindo o tipo de linguajar (vulgar) que ouviam de seus pais. Na cultura de algumas sociedades, as pessoas aprendem que um “homem de verdade” precisa ser dominador ou que a mulher precisa ser muito agressiva para não parecer fraca. Durante uma discussão, marido e esposa podem se encarar como inimigos em vez de aliados e acabar usando palavras que machucam. Influência dos meios de comunicação e de entreterimento atuais. Filmes e seriados de comédia, novelas, programas sensacionalistas de mal gosto, transformam a grosseria em motivo de risada e deboche, passando a impressão de que isso é inofensivo, engraçado, passando a ideia de que tudo isso é normal e que devemos aceitá-los, mas que não passam de aberrações ao bom senso. Mas o que podemos fazer quando já há desgaste pela forma que nós falamos? Procure mostrar empatia. Colocar-se no lugar de seu cônjuge e tentar imaginar o impacto que suas palavras causam nele. Se possível, pense numa situação específica em


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que seu cônjuge achou que você disse algo ofensivo. Não se concentre no que você disse, mas em como o que você disse afetou os sentimentos da outra pessoa. Que palavras bondosas você poderia ter dito no lugar daquelas palavras maldosas? Você gostaria de ouvir aquilo que você falou a seu cônjuge? Pela palavra de Deus encontramos respostas em Provérbios: “Uma resposta branda aplaca o furor, uma palavra dura excita a cólera" e ainda “A língua sã é uma árvore de vida, a língua perversa corta o coração” (Pr 15, 1,4). Troque você por eu. Em vez de iniciar um ataque verbal a seu cônjuge, mostre suas preocupações explicando como você é afetado. Por exemplo, dizer “Eu me sinto deixado de lado quando você toma decisões sozinho(a), sem ao menos me ouvir” funciona melhor do que “É sempre assim — você só faz coisas do seu jeito e na hora que você quer e não nunca faz o que peço!”. O Apostolo Paulo nos lembra: “Que as vossas conversas sejam sempre amáveis, temperadas com sal, e sabei responder a cada um devidamente” (Cl 4,6).

Resgate os sentimentos perdidos. A linguagem ofensiva geralmente tem mais a ver com o coração do que com a boca. Por isso, procure alimentar pensamentos e sentimentos positivos sobre seu cônjuge, não fique “ruminando” coisas do passado, pois quando você fica relembrando o que lhe ofendeu, o única pessoa que sofre é você. Relembrem coisas que vocês gostavam de fazer juntos. Vejam fotos antigas. Que coisas faziam vocês darem risada? Quais qualidades os atraíram um ao outro? São Lucas nos recomenda: “O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração, e o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, porque a boca fala daquilo de que o coração está cheio” (Lc 6,45). Observe casais respeitosos. Se sua forma de falar foi influenciado por maus exemplos, então procure bons exemplos em que se espelhar. Preste atenção em casais que têm o hábito de se comunicar com respeito, que vivem com alegria e união e imite seu jeito. Em Filipenses está escrito “Irmãos, sede meus imitadores, e olhai atentamente para os que vivem segundo o exemplo que nós vos damos” (Fl 3,17). Saiba quando parar de falar. Se os ânimos estão começando a se exaltar e a conversa está ficando fora do controle, talvez seja melhor conversar em outra hora. Geralmente, não há nada de errado em sair de uma discussão tensa até a situação se acalmar, porém “nunca mande a outra pessoa calar a boca”. A linguagem ofensiva geralmente tem mais a ver com o coração do que com a boca. "Começar uma questão é como soltar as águas; desiste, antes que se exaspere a disputa” (Pr 17, 14). Lembre-se: - afinal de contas, você deseja ser feliz ou estar com a razão? (Fontes de adaptação e referência: Revista Mensageiro do Coração de Jesus; w2.vatican.va; www.popesprayer.net; www.apostoladodaoracao.pt; www.jw.org;Exortação Apostólica Pós-Sinodal - Amoris Lætitia - Alegria do Amor nr. 217 e ss)

Jesus, manso e humilde de Coração, faça o nosso Coração semelhante ao Vosso. Amém!


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