Seen through the Helmet's visor. Motorcycle trip to Ushuaia Past II

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Viajar de motocicleta: hobby ou paixão?

O que faz com que algumas pessoas se aventurem em viagens de motocicleta mesmo sabendo dos riscos e perigos do motociclismo, hobby ou paixão?

Fazer parte do cenário e não só estar passando por ele, indescritível sensação de liberdade, a visão sem janelas, sentir os cheiros, a temperatura, o vento, poder sair fora do caminho, interagir e fazer conexão com outras culturas, explorar e descobrir lugares incomuns, pilotar a moto por si só.

Hobby ou paixão?, não importa, as recompensas superam os riscos.

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JORNADA AO FIM DO MUNDO

Ushuaia, cidade argentina conhecida como a mais austral do mundo, foi o destino escolhido para nossa viagem.

Num roteiro limitado a 15 dias, iniciando em Temuco no Chile, percorreríamos 6.500 km da Patagônia no sul do Chile e Argentina.

No Chile, pela Carretera Austral, iríamos cruzar diversos parques nacionais, viajando entre montanhas, vulcões, geleiras, fiordes, rios, florestas e lagos, numa região tida como uma das mais cênicas do mundo.

Do Chile cruzaríamos a Cordilheira dos Andes para a Argentina e seguindo pela Ruta 40 continuaríamos indo

na direção sul, até Ushuaia.

Na mítica Ruta 40, paralela à Cordilheira dos Andes, percorreríamos a Patagônia argentina passando pelo Parque Nacional Los Glaciares.

No final da Ruta 40, após atravessar o Estreito de Magalhães, entraríamos na Terra do Fogo, em pouco mais de 450km chegaríamos a Ushuaia. O retorno de Ushuaia a Temuco, seria quase todo pela Ruta 40 na Argentina, passando agora pelo Parque Nacional Los Alerces e pela Ruta de los Siete Lagos

Um roteiro com todos os ingredientes para uma aventura inesquecível.

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Estuário Reloncavi - Caleta La Arena

El Calafate a Ushuaia

Ultimo trecho para chegarmos a Ushuaia, o destino de nossa viagem.

Ainda teríamos cerca de 1000 km a percorrer em três dias.

Nosso plano de viagem era voltarmos ao Chile novamente pousarmos em Puerto Natales.

No dia seguinte iríamos para Punta Arenas onde atravessaríamos o estreito de Magalhaes e tentaríamos chegar a Ushuaia.

Mas um imprevisto nos fez mudar de planos. Ao chegar em Punta Arenas descobrimos que a balsa só fazia a travessia as 9:00h e quando chegamos já era 12:30h. Nos orientaram então a seguir para Punta Delgada, onde a travessia era bem mais curta e talvez fosse possível a travessia.

Isso nos custou mais 2 horas de atraso só de estrada.

Mas em Punta Delgada a travessia também estava suspensa, e só foi retomada 2 horas depois.

Com isso chegamos a Puerto Natales já era noite.

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De El Calafate seguimos para Rio Turbio, onde atravessamos a fronteira com o Chile para Puerto Natales, totalizando cerca de 500 km.

Acabamos nos desviando da rota e só em La Esperança nos demos conta disso.

Percorremos cerca de 170 km a mais do planejado.

Atravessamos a fronteia no Paso Dorotea, no Chile, já anoitecendo.

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Já passava das 21 horas quando chegamos a Puerto Natales.

Sem perder tempo logo nos alojamos em hotel de frente mar e famintos fomos jantar, num aconchegante restaurante onde desfrutamos deliciosos frutos do mar regado a bom vinho .

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Como havíamos chegado a noite não tivemos oportunidade de conhecer Puerto Natales. Antes de seguirmos viagem aproveitamos para um passeio pela via costaneira da cidade.

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Puerto Natales está situada na margens do canal Señoret, de onde partem a muitos barcos que percorrem os fiordes no sul do Chile e também porta de entrada para o Parque Nacional Torres del Paine, que infelizmente não tínhamos tempo de ir conhecer.

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Na avenida Costaneira vimos um monumento estranho, era de um animal pré-histórico chamado Milodonte semelhante a uma preguiça gigante que viveu na região há 10.000 atrás. Fósseis encontrados mostram que teria cerca de 3 metros de altura e pesar cerca de 200 kg. Outro monumento interessante eram dedos de concreto emergindo do solo, similares aos que já tínhamos visto em Punta del Este no Uruguai. O tempo estava fechado e ventava muito, decidimos nos apressar e seguir viagem.

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De Puerto Natales tomamos a excelente Ruta 9 para Punta Arenas, onde iriamos atravessar o Estreito de Magalhaes e entrar em definitivo na Tierra del Fuego.

Encontramos a primeira placa com a indicação de Ruta del Fin del Mundo, nosso destino. O tempo estava aberto, mas o vento era muito forte, com rajadas que chacoalhavam as motos.

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Chegamos em Punta

Arenas por volta das 12:20h para atravessarmos o Estreito de Magalhaes, mas ficamos sabendo que só havia uma balsa as 9:00h. Assim iriamos perder um dia da viagem. No orientaram então a seguir para Punta Delgada, a 170km, onde a frequência de balsas atravessando o estreito era maior e com sorte nós conseguiríamos atravessar e seguir viagem.

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Antigos barcos de guerra da Marinha Chile expostos em praça de Punta Arenas

A caminho de Punta Delgada uma placa de atração turística indicava San Gregório, nos fez parar para ver do que se tratava. Alguns edifícios praticamente intactos, eram o que sobrou da Estância San Gregório, que havia sido nos idos de 1900 a maior fazenda de ovelhas do mundo.

Encalhados na praia se via destroços de dois grandes barcos.

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Casas da Fazenda San Gregório abandonadas às margens da rodovia.

Edifícios abandonados da antiga Estância San Gregório.

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Os destroços enferrujados e encalhados na praia eram do vapor Amadeo, com casco feito de aço com cerca de 45 metros, e que operou em San Gregorio de 1892 até 1932.

O outro casco era do veleiro Ambassador, de 55 metros, com casco construído em armação de aço e revestido com pranchas de madeira, já consumidas pelo tempo. Ambos foram declarados como Monumentos Históricos do Chile

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A possibilidade de chegar bem próximos destroços renderam boas fotos

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“El Capitan” Michael na cabine de comando do vapor Amadeo
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Chegando a Punta Delgada mais uma surpresa: uma enorme fila de carros e caminhões parados aguardavam para fazer a travessia.

Mas devido aos fortes ventos havia sido suspensa, exatamente na hora que chegamos, estávamos sem sorte hoje. Sem outra opção, ficamos esperando no restaurante local e torcendo para que os ventos diminuíssem e a travessia fosse retomada.

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Todos torcendo para que os ventos diminuíssem e a travessia fosse retomada. O tempo fechado não dava muitas esperanças

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Duas horas depois a travessia foi retomada e todos começaram a embarcar.

Saímos rapidamente do restaurante e Michael embarcou na minha frente.

Quando eu estava saindo me distraí com um turista me perguntando sobre a nossa viagem e minha moto também demorou um pouco para dar partida.

Esse tempo perdido foi suficiente para que a barcaça zarpasse sem que eu conseguisse embarcar por pouco metros.

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Fiquei desolado, mas por sorte uns 20 minutos depois outra barcaça atracou para fazer a travessia.

Desta vez eu fui o primeiro a embarcar.

Já com a moto na Barcaça, descobri que havia esquecido meu celular no restaurante, correndo voltei ao restaurante e consegui recuperar o meu celular.

“Há males que vêm pra bem”, se não tivesse perdido a primeira barcaça provavelmente não teria recuperado meu celular. Michael me aguardava no desembarque e seguimos viagem.

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Logo após atravessarmos o Estreito de Magalhães a primeira placa indicando que estávamos na Tierra del Fuego.

Nome dado a essa região pelo navegador Fernão de Magalhaes que em 1501 quando passou pela região avistou muitas fogueiras que os indígenas utilizavam para se aquecer.

A região compreende uma ilha principal e outras menores ao sul até o Cabo Horn.

Metade da Ilha principal pertence a Argentina e o resto ao Chile.

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Do Estreito de Magalhaes, seguimos em asfalto por 90km e depois mais 50 km em rípio até chegarmos no Paso

Fronterizo San Sebastian onde atravessamos a fronteira para Argentina novamente.

Já passava das 20h quando chegamos a Ruta 3 na Argentina.

Decidimos viajar por mais uma hora até chegarmos a cidade de Rio Grande para pernoitar.

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Algo que não havíamos ainda enfrentado nessa viagem finalmente ocorreu: chuva. Rio Grande amanheceu chovendo e com forte neblina.

Saímos sob chuva, passando em frente a base Aérea da cidade que participou da guerra das Malvinas.

Esse tempo chuvoso e nos acompanhou por 200 km até chegarmos a Ushuaia

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Ruta 3 passando ao lado do Lago Escondido, a 40 km de Ushuaia. A chuva e neblina não davam trégua.

Mesmo sob chuva, esse trecho se mostrava espetacular, cruzando montanhas e entre lagos

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Após nove dias e 3.800 km do início de nossa viagem, finalmente chegamos a Ushuaia.

Nove dias muito intensos e com tudo que tínhamos visto e vivido.

Agora desfrutar Ushuaia por dois dias antes de iniciarmos nosso retorno..

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A chegada a Ushuaia não foi a que tínhamos sonhado, a chuva e a neblina estavam nos acompanhando desde Rio Grande por mais de 2 horas.

Após nos instalarmos em hotel e um bom banho a chuva parou, aproveitamos e saímos para conhecer Ushuaia.

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Já passava das 15:00h quando a chuva parou e o sol finalmente apareceu. Sem a neblina o colorido da cidade se mostrou vibrante.

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Reinvindicação das Malvinas sempre presente , uma historia que ainda não chegou ao fim.

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Fomos visitar o antigo Presidio de Ushuaia, que se confunde com a própria fundação da cidade.

Foi a partir da decisão do governo argentino de construir esse presidio que surgiu a cidade de Ushuaia.

O presidio funcionou de 1902 até 1947, onde recebeu criminosos civis e militares e em seus últimos anos e também presos políticos. Foi construído pelos próprios presos, contando com 5 pavilhões, hoje transformados em museus.

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Os cinco pavilhões foram transformados em uma galeria de Artes e quatro museus: Marítimo, Antártico, De Artes, e do Presídio.

O museu do Presídio, foi mantido com as celas como eram no período de seu funcionamento.

Algumas delas foram mobiliadas e com manequins representando os presos com suas roupas da época.

Abertas aos turistas que podiam posar com os “presidiários”

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“Visitando os presidiários em suas celas.”

Ao redor do pavilhão do presídio, cenários simulando situações de prisioneiros tentando fugir eram atrações divertidas nas proximidades do antigo presídio.

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Massacre dos nativos da Terra do Fogo: Quando os europeus chegaram à Terra do Fogo, quatro etnias de indígenas viviam em paz na região: os Auch, Yamanas, Tehuelche e os Selknan.

Durante o período de colonização entre 1880 e 1910, foram brutalmente mortos e exterminados por fazendeiros e mercenários. Vitimas de genocídio os Selknan são considerados extintos atualmente.

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Os Yámanas viviam nas pequenas ilhas ao sul. Viajavam em canoas e levavam fogo dentro das embarcações para se manterem aquecidos.

Muito poucos restaram e vivem na região de Puerto Willians, no Chile.

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Réplica do primeiro farol construído na Terra do Fogo pelos argentinos em 1884.

Confundido como Farol do Fin do Mundo, na realidade se chama “Faro San Juan de Salvamento”

Esta instalado na Isla de los Estados, no extremo leste da Ilha Grande da Terra do Fogo.

Foi desativado em 1902 e em 1998 foi reconstruído e instalado novamente na Isla de los Estados, por um francês, e declarado Lugar Histórico Nacional da Argentina.

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Já passava das 15:00h quando fomos almoçar comida típica da patagônia, acompanhado de excelente vinho argentino.

Para o dia seguinte planejamos passeio de barco pelo canal de Beagle logo de manhã para aproveitarmos o dia.

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Estreito de Beagle, recebeu esse nome por conta do navio inglês de mesmo nome, que fez expedições nesse local, Numa delas estava a bordo Charles Darwin.

Entre montanhas, separa a grande ilha da Tierra del Fuego, das remotas ilhas chilenas ao sul.

É a principal via fluvial para a cidade mais austral do mundo, Ushuaia, ligando o Oceano Atlântico ao Pacífico

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Estreito de Magalhaes Estreito de Beagle

Ilha dos Lobos: Repleta de lobos e leões marinhos, que se amontoam nessa formação rochosa.

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Sobre as geladas rochas nuas os animais e pássaros se abrigavam

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Isla de Los Pájaros.

Outra elevação rochosa que fica repleta de aves marinhas e migratórias. Entre muitas espécies predomina o cormorão imperial, nativo da região.

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Farol Les Eclaireurs, seu nome francês significa Farol dos Vigias. Foi construído em 1920 sobre as ilhotas de mesmo nome, que haviam sido batizadas pelo capitão Luís Fernando Martial da expedição francesa La Romanche em 1882.

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Durante o passeio desembarcamos na Ilha Bridges e lá pudemos apreciar a flora e fauna características e os restos arqueológicos do povo Yámana, que viviam nessa região.

Encontramos remanescentes de alguns buracos que eles cavavam para se proteger dos fortes ventos.

A vegetação rasteira domina com uma diversidade de arbustos de forma e coloração únicos.

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Vegetação típica da Ilha Bridges.

Encontramos no solo, umas aves muito bonitas, com uns 60 cm de altura. Eram os Gansos de Magalhães.

O macho tem a plumagem da cabeça e pescoço branca, enquanto a fêmea um tom mais amarronzado.

Se alimenta de folhas e sementes.

Seus ninhos são construídos no solo em buracos ou depressões.

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Retornamos do tour pelo Estreito de Beagle por volta das 12:00h.

O tempo estava espetacular, com céu muito azul e o sol iluminando as montanhas ao redor de Ushuaia.

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Aproveitamos para almoçar uma das iguarias da região, a Centolla, o famoso caranguejo gigante das aguas geladas do sul.

Após almoço, resolvemos fazer um tour de moto pelas redondezas de Ushuaia.

O plano inicial era percorrer a Ruta 3 até seu final, e fazer um passeio pelo famoso Tren del Fin do Mundo.

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Parada obrigatório para foto no marco turístico de Ushuaia, antes de seguirmos para o Parque Nacional Terra do Fogo.

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Outro ponto obrigatório para os turistas, a agencia postal argentina do Fim do Mundo.

Infelizmente era domingo e estava fechada.

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Estação Postal mais austral da Argentina às margens do Canal de Beagle.

Percorrendo as estradas de cascalho pelo parque, encontramos dois brasileiros que também estavam viajando de moto na região.

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A estrada de cascalho em alguns trechos passava ao lado da famosa Ferrovia do Fim do Mundo.

Tivemos a sorte de ver o trem passando ao nosso lado.

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Parte da história de Ushuaia, o Tren del Fin del Mundo

Decidimos fazer o mesmo percurso de trem que era feito pelos penitenciários eram trazidos nesta região cortar árvores para servir de lenha.

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Um trem diferente dos padrões atuais, estreito e com cabines com fileiras de 3 lugares, uma de frente para a outra.

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Chegando a Estação do Trem do Fim do Mundo, voltamos com nossas motos Ushuaia.

Fomos jantar com os dois brasileiros que havíamos conhecido naquela tarde e comemoramos nossa última noite em Ushuaia com muita cerveja e boa comida.

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Ushuaia a El Bolsón

Após 2 dias em Ushuaia, a hora de começar o retorno havia chegado. Após 11 dias muito intensos, havíamos realizado o sonho de viajar de moto pelo sul da Patagônia Chilena e Argentina. Mas agora tínhamos 5 dias para percorrer os mais de 2.600km que nos separavam de Temuco no Chile.

Nosso plano original era retornar pela costa argentina até Comodoro Rivadavia e dai em frente retornarmos a Ruta 40 e atravessar a fronteira para o Chile próximo a Pucón.

Mas os ventos estavam muito fortes na costa Argentina, jogando nossas motos de um lado a outro da pista, fazendo a pilotagem cansativa e perigosa.

Desistimos de seguir nessa rota, e faltando 600 km de Comodoro Rivadavia, fomos a oeste nos afastando da costa até alcançarmos a Ruta 40 em Gobernador Gregores, de onde seguimos para nosso destino final em Temuco.

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O dia de iniciarmos o retorno havia chegado. O carimbo em nossos passaportes era a testemunha que registrava nossa passagem pela Terra do Fogo.

Embora tivéssemos ainda muito a desfrutar nos 2200 km no retorno pela patagônia Argentina, um sentimento de nostalgia já nos dava os sinais de que em alguns dias mais nossa aventura estaria terminando.

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Assim como no dia que chegamos, o dia amanheceu chuvoso, quando iniciamos nossa viagem de volta em direção ao Estreito de Magalhães.

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A chuva nos acompanhou na saída de Ushuaia, mas logo o tempo abriu ensolarado.

Encontramos nossos amigos Roger e Rose no trecho da estrada em cascalho.

Eles tinha passado dois dias acampados no parque Torre del Paine, e agora seguiam para Ushuaia.

Os ventos estavam muito fortes, anemômetro de Michael chegou a registrar velocidade das rajadas de vento de até 60 nós.

Tivemos que segurar as motos para que não fossem tombados pelos ventos.

Os ventos fortes também criavam rodamoinhos de areia que tiravam toda nossa visibilidade.

Nossas viseiras e lentes das câmeras ficaram danificadas com o impacto da areia e cascalhos nelas.

Pilotando com bastante precaução vencemos esse trecho sem nenhum incidente.

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Antes do Estreito de Magalhães atravessamos fronteira com o Chile no Paso Fronterizo San Sebastián e 200km depois voltamos novamente para Argentina no Paso Integração Austral, onde tomamos a Ruta 3 em direção a Rio Gallegos.

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Pousamos em Rio Gallegos e na manhã uma das moto não dava partida novamente.

Já com a experiência do problema, rebocamos com a outra moto e conseguimos faze-la funcionar.

Seguimos viagem pela estrada litorânea, Ruta 3 com destino a Comodoro Rivadavia.

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Logo saindo de Rio Gallegos, os ventos eram muitos fortes, com rajadas que jogavam as motos de uma pista para outra.

Desistimos de seguir pela Ruta 3, e em Puerto Santa Cruz, tomamos a Ruta provincial 27, no sentido oeste com retas a se perder de vista, mas com muito menos vento.

Retornamos à Ruta 40 em Gobernador Gregores.

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As longas retas pela patagônia Argentina.

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Patagônia Argentina, deslumbrante mesmo em suas regiões mais inóspita.

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Já na Ruta 40, chegamos ao pequeno vilarejo de Bajo Caracoles, onde reabastecemos nossas motos.

Encontramos aí com três argentinos motociclistas que estavam vindo do Chile, suas motos bastantes avariadas mostrava que tinham passado por trechos difíceis.

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Chegamos a cidade de Rio Mayo depois de 930km, nosso recorde de quilometragem num mesmo dia.

Nos hospedamos em um hotel de nome peculiar: Covadonga.

Descobrimos depois que o nome era referencia a um santuário católico da Europa

A decoração e mobília muito vem conservadas, remetiam a épocas passadas, dando a impressão que o Hotel tinha parado no tempo

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Depois de uma noite bem fria, foi a vez da moto do Michael não pegar, mas já tínhamos comprado corda, prevendo esses imprevistos novamente..

Tínhamos ainda cerca de 1200 km para nosso destino final.

O plano de viagem para hoje era rodarmos entre 600 km a 700km, para ser possível chegar a Temuco no dia seguinte.

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Pela Ruta 40, íamos nos divertindo e passando pelas pequenas cidades e vilarejos ao longo dela.

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Já conhecíamos esse trecho da patagônia argentina, mas mesmo assim era muito prazeroso estar aqui novamente. Paramos em Esquel, um linda cidade, onde almoçamos.

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Almoço em Esquel, uma linda cidade rodeadas de montanhas com cumes nevados e porta de entrada para o Parque Nacional Los Alerces.

Em Esquel deixamos a Ruta 40 e seguimos para El Bolsón por dentro do Parque Nacional Los Alerces, pela Ruta Provincial 71, Que para nossa surpresa estava sendo pavimentada.

Uma pena, mantê-la em ripio dentro deste parque espetacular nos parece muito mais racional do ponto de vista turístico e ecológico.

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Vista espetacular do Mirador del Valle no Parque Nacional Los Alerces.

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Lago Futalaufquen e rio Arrayanes. Parque Nacional Los Alerces.

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Rua Provincial 71, Argentina, trecho ainda em rípio ao lado do Lago Rivadavia, Parque Nacional los Alerces
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Espetáculo do sol sobre o lago Rivadavia, Parque Nacional Los Alerces
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Algo inusitado para nós, descobrimos que o Vilarejo de Cholila havia sido refugio para os fora da lei norte americanos Butch Cassidy e Sundance Kid

Eles chegaram aqui em 1902, compraram uma estancia e viveram até serem descobertos por detetive americano.

O Bar Museu com objetos da época estava fechado infelizmente.

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A caminho de El Bolsón, Ruta Provincial 71, a imensidão da patagônia argentina, a se perder de vista.

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Depois de 550km, resolvemos pernoitar em El Bolsón, uma bonita cidade. Cidade que de acordo com alguns historiadores recebeu alemães foragidos após a segunda guerra mundial, com anuência de Perón.

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El Bolsón a Temuco

Último trecho de nossa viagem com cerca de 600km a serem percorridos.

O roteiro que escolhemos passaria por regiões fantásticas da Argentina antes de cruzarmos a fronteira para o Chile.

De El Bolsón seguimos para San Carlos de Bariloche, cidade muito turística principalmente no invernos por suas pistas de esqui.

De Bariloche seguimos pelo trecho conhecido como “Camino de los Siete Lagos”.

Uma região de beleza espetacular, com montanhas e lagos sendo cortados pela Ruta 40 de Villa La Angostura até San Martin de Los Andes.

Após esse trecho atravessamos a fronteira para o Chile no Paso Tromen Ó Mamuil Malal, na Cordilheira dos Andes.

Um desmoronamento da estrada nos atrasou algumas horas, e com isso decidimos pernoitar em Pucón e no dia seguinte de manhã seguir para Temuco , que fica a cerca de 100km ,

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El Bolsón

San Carlos de Bariloche, a bonita cidade junto ao Lago Nahuel Huapi, é destino de muitos brasileiros principalmente no inverno onde podem praticar esqui e se divertir na neve, que não existe no Brasil.

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Praça central de Bariloche
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Lago Nahuel Huapi, deslumbrante entre as montanhas da Cordilheira dos Andes, a caminho de Villa la Angostura.

Villa La Angostura, uma das cidades mais charmosas do chamado

de los Siete Lagos”, que vai pela Ruta 40, até San Martin de los Andes.

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“Camino
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Almoço em charmoso restaurante da Villa La Angostura
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Lagos Correntoso:

Um dos lagos que dão o nome de Camino de los Siete Lagos, nesse trecho da Ruta 40.

Saindo de Villa La Angostura em direção a San Martin de Los Andes os sete Lagos são:

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1. Espejo Grande 2. Correntoso 3. Villarin 4. Falkner 5. Escondido 6. Machónico 7. Lacar.

A magnifica Cascada Vallignanco, uma das muitas atrações do Camino de los Siete Lagos.

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Lago Machónico, um dos lagos mais fascinantes que vimos nos circuito dos sete lagos.

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Chegando a San Martin de los Andes, se abre no horizonte o último lago do circuito, o lindo Lago Lácar.

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San Martin de los Andes, o aconchegante vilarejo as margens do Lago Lácar.

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Após San Martin de los Andes continuamos pela Ruta 40 até Junín de los Andes, onde seguimos pela Ruta 23 até a ponte sobre o Rio Maleo.

Logo após a ponte no entroncamento tomamos a Ruta 60 em direção a fronteira com Chile.

Esse trecho até o paso era de rípio mas em boas condições.

Já nas encostas da Cordilheira dos Andes, as altas montanhas surgiam no horizonte.

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Chegamos no Paso Tromen Ó Mamuil Malal para fazer nossa sexta e ultima das travessias de fronteira entre Argentina e Chile.

Uma montanha muito alta era vista desde o paso, era o Vulcão Lanín.

Em forma de cone e com mais de 3700 m de altitude, é majestoso e domina a paisagem

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Atravessando a fronteira com o Chile, pegamos a Rodovia CH199 asfaltada.

Mas logos tivemos que parar e aguardar por algumas horas a desobstrução da estrada de um grande desmoronamento.

Sem ter o que fazer nos restava esperar apreciando o sol se pondo no bonito Lago Quillelhue ao lado da estrada.

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Lago Quilleihue no Chile, ao lado da rodovia CH199. O por do sol já coloria com seus raios os topos das montanhas.

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Ao amanhecer em Pucón o vulcão Villarrica já se mostrava assustador com sua fumarola negra saindo pela cratera.

O Villarrica é um vulcão ativo. O que atrai muitos aventureiros é a possibilidade de subir ao topo dos seus 2.874 m de altitude. e ver o interior da sua cratera e, com sorte, o poço de lava no fundo.

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Saindo de Pucón, somente 100km nos separava de Temuco onde nossa aventura terminaria.

Aproveitamos por fazer um rápido recorrido por Pucón antes de seguir viagem.

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O majestoso vulcão Villarrica.
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Praia de areias escuras no Lago Villarrica, em Pucón.

Estátuas de madeira representando os nativos Mapuches

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Despedida de Pucón .

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Deixamos nossa bagagem no hotel de Temuco e retornamos à agencia KTM, para devolver as motos: 15 dias após e com 6.666 quilômetros rodados numa viagem dos sonhos, uma aventura para toda vida.

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