Floresta Brasil Amaz么nia - DEZ 2011 / JAN 2012
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wega
CAPACITAÇÃO DO PRODUTOR RURAL
O SENAR contribui para a profissionalização, integração e sustentabilidade dos produtores rurais amazonenses. A instituição desenvolve ações de formação e atividades de promoção social voltadas para o homem do campo, contribuindo com sua especialização científica e melhoria da qualidade de vida, para o pleno exercício da cidadania. 4 | DEZ 2011 / JAN 2012
w w w. s e n a r. o r g . b r
- Floresta Brasil Amazônia
AMAZONAS
)
Sumário ))))))))))))))))))))))))
10
Expoagro 2011 O maior evento do agronegócio do Norte movimentou mais de R$ 30 milhões
86
GUERRA NA SELVA Treinamento para fortalecer as fronteiras do Brasil
»» Notas
44
»» Ping Pong
Produção de 43 milhões de frutos em 2011 é celebrada
»» Registro
O que acontece – Pág 8 Fique por dentro – Pág 9 Entrevista com o presidente do Sindicato Rural de Boca do Acre – Pág 20
festa do Abacaxi
30 Maués
»» Prêmio Agrícola
Fortalecimento da cadeia produtiva do interior e a realização da tradicional Festa do Guaraná
A 14ª edição da Medalha da Ordem do Mérito Agropecuário foi para empreendedores que se destacaram em 2011 – Pág 22
»» Embalagem Agrotóxico
»» Fas Bolsa Floresta
»» Juta e Malva
»» Anamã
Entregue as embalagens vazias de agrotóxico, faça a sua parte – Pág 24 Inauguração de uma fábrica no Distrito Industrial de Manaus impulsiona o mercado de juta e malva – Pág 26
»» Artigo
48
Muni Lourenço faz um balanço do desenvolvimento Feira Internacional da Amazônia atrai da pecuária no Estado – Pág 37 investidores nacionais e estrangeiros
Mulheres que realizam o exame preventivo têm mais chances de cura se diagnosticado precocemente o câncer – Pág 40
»» Artigo
Senadora Vanessa Grazziotin escreve sobre saúde das mulheres – Pág 43
Francisco Cruz e a retomada do extrativismo no Amazonas – Pág 68
Produtos mais baratos direto de produtores do interior – Pág 90
»» Km 180 Matupi
»» Centenário
Ennio Candotti comenta a importância das áreas úmidas da Amazônia – Pág 85
»» cma
»» ARTIGO
Unidade de conservação se prepara para receber turistas – Pág 82
»» Artigo
Melhoramento genético do guaraná – Pág 38
»» Prevenção
Preservação de cardumes entusiasma pescadores do município – Pág 80
»» Parque Rio Negro
Fiam 2011
»» Cultivo
Lideranças debatem o programa Bolsa Floresta – Pág 78
Carauari comemora seus 100 anos – Pág 69
Matupi recebe fiscalização de órgãos ambientais – Pág 94
»» Seminário de Pecuária
»» Artigo
»» Artigo
»» Cimento Composto
»» Artigo
»» Mapa Mineral
»» Vida nos Rios
»» Artigo
»» Promove 2011
Moveleiros recebem curso de qualificação – Pág 58 O cientista Hiroshi Noda escreve sobre o melhoramento genético das hortaliças – Pág 61
A região se destaca pela diversidade mineral – Pág 62
Em busca de conhecimentos para uma pecuária sustentável – Pág 70
O composto que pode baratear os custos de uma construção – Pág 72 A história dos navegantes da maior bacia hidrográfica do mundo – Pág 74
Virgílio Viana na COP-17 em Durban, África do Sul – Pág 96 O senador Eduardo Braga pontua sobre o novo Código Florestal – Pág 98 Manoel Cunha conta sobre a força da cultura do açaí – Pág 102
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Diretor Executivo Epifânio Leão Diretor de redação e Antonio Ximenes Jornalista Responsável MTB: 23.984 DRT-SP
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Editora Assistente Diárcara Ribeiro Diretor de Criação Marcelo Duque Helcio Ferreira Jr. Diagramação MTB: 556 SRTE-AM Repórteres Ana Paula Sena Antonio Ximenes Clarice Manhã Diárcara Ribeiro Jaíze Alencar Kenia Leal Laila Pereira Lemmos Ribeiro Marcello de Paulo Suelen Araújo Fotógrafos Antonio Ximenes Bruno Kelly Euzivaldo Queiroz JJ Soares Michell Mello Ricardo Oliveira Sérgio Oliveira
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Revisão Epifânio Leão Peças Publicitárias Marcelo Duque Concepção da Capa Marcelo Duque e Assinatura Visual Impressão Gráfica Ampla
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))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))) EDITORIAL O ano de 2011 encerra com o Estado do Amazonas dando um exemplo de sustentabilidade ambiental e produção rural. O trabalho desenvolvido pelo governador Omar Aziz de valorização dos homens e mulheres do interior, tem mostrado que a agricultura, agropecuária e o manejo florestal tem lugar em uma economia de produção de riquezas, geração de empregos e diversidade biológica da maior floresta tropical do planeta. O retorno ao extrativismo, como bem diz o presidente da Afeam, Pedro Falabella, se evidencia com a retomada das culturas da malva e da juta, da castanha do Brasil, da borracha e de frutas nativas como o açaí. Também o pirarucu, transformado em “Bacalhau da Amazônia”, mostra que o mercado está pronto para aceitar o maior pescado com escama, de água doce do mundo, como uma iguaria que tem permitido a melhora da qualidade de vida de milhares de pescadores e ribeirinhos da Amazônia profunda. O secretário Eron Bezerra, titular da Sepror, é o pioneiro nesta iniciativa. “O Amazonas tem o melhor bacalhau do mundo de água doce”, pontua Bezerra. Na condição de fruta responsável pela longevidade da população, segundo apontam pesquisas científicas, o guaraná se apresenta como uma das melhores opções econômicas, como observamos em Maués, que este ano realizou uma das festas mais extraordinárias dos últimos tempos tendo à frente o prefeito “Belexo”. Um dos destaques do Polo Industrial de Manaus foi a realização da Feira Internacional da Amazônia, que contou com o apoio da Suframa e parceiros como o Sebrae, ADS, SDS e demais órgãos do governo estadual e federal. Também o Exército brasileiro, através de iniciativas como a realização da feira do Cigs, demostrou as potencialidades dos produtores da região. “Queremos comprar a produção rural local para abastecer a nossa tropa”, disse o general comandante do Comando Militar da Amazônia, Eduardo Dias da Costa Villas Bôas. Finalizando, o Estado teve a oportunidade de assistir ao sucesso da 38ª Expoagro, que faturou mais de R$ 30 milhões, com ênfase para a isenção de ICMS aos produtos comercializados no parque de Exposição Dr. Eurípedes Ferreira Lins. Antonio Ximenes Jornalista Responsável
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»» registro da floresta Foto: SDS/CEUC
mercializar pelas restrições impostas
pecuária do Brasil – CNA e os 20 anos
pela legislação vigente.
de atividades do Serviço Nacional
»» Cooperativas
de Aprendizagem Rural – Senar. O
O ano de 2012 foi escolhido pela ONU,
as entre elas a senadora Kátia Abreu,
como o ano Internacional das Coo-
o Ministro da Agricultura, Pecuária e
perativas. Segundo o presidente da
Abastecimento, Mendes Ribeiro e a
OCB- SESCOOP/AM Petrucio Maga-
presidente Dilma Rousseff.
lhães Júnior, no mês de março vai ser
»» Cop 17
inaugurada nova sede na Av. Japurá.
»» GT dos Quelônios apresenta os primeiros resultados
"Vamos aumentar nossa base de asso-
A 17ª Conferência das Partes da Con-
ciados".
venção-Quadro das Nações Unidas so-
»» CNA Comemora 60 anos de atuação no Brasil
bre Mudança do Clima, aconteceu em
No dia 23 de novembro foi realizado
Cop é o fórum multilateral mais am-
em Brasília, o seminário sobre “Os
plo com a participação de centenas de
desafios do Brasil como 5ª potência
países, incluindo o Brasil e a União Eu-
Mundial e o papel do agronegócio”,
ropeia, para discutir e adotar medidas
em comemoração aos 60 anos da
contra o aquecimento global.
Confederação da Agricultura e Agro-
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), criou um Grupo de Trabalho para o manejo de quelônios, reunindo instituições envolvidas na cadeia produtiva da espécie. O GT trabalha na elaboração de instrumentos jurídicos que se aproximem da realidade do Amazonas, com o objetivo de proteger a espécie, combater o mercado ilegal e possibilitar a geração de renda para as comunidades tradicionais que preservam, mas não podem co-
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evento recebeu cerca de 1500 pesso-
- Floresta Brasil Amazônia
»» Nardelio Delmiro Gomes, 48, presidente da Associação dos Produtores Rurais de Santo Antônio do Matupi, tombou com dois tiros no dia 30 de novembro em Humaitá. Ele deixou um legado de amor à produção rural. Seus amigos e familiares homenageam sua memória, como um brilhante líder e pai exemplar
Durban na África do Sul entre os dias 28 de novembro a 9 de dezembro. A
Foto: Alex Pazuello/Agecom
»» NOTAS »» Processo Fundiário Aconteceu em novembro na Assembleia Legislativa do Amazonas o encontro que teve como destaque a agilização dos processos fundiários e assinatura de convênios na ordem de R$ 100 milhões que subsidiarão as ações do Plano Safra da Agricultura Familiar em todo o Amazonas. Os convênios, assinados pelo Ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, e o governador Omar Aziz, pertencem ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), e serão aplicados em operações de crédito de investimento e operações de custeio, fomentando um dos setores fundamentais
Foto: Chico Batata
à Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que acontece em junho de 2012. Com o objetivo de sistematizar um diagnóstico e propor alternativas para solucionar os principais problemas relacionados à questão ambiental.
»» Festa do Leite Entre os dias 11 e 17 de dezembro aconteceu no município de Auta-
empregos e renda ao seu povo. Di-
zes, o Festival do Leite e a Feira
versas atrações animaram o públi-
Agropecuária de Autazes. O Even-
co presente na festa como: shows
to já está em sua 19ª edição e tem
musicais, parque de diversões, área
como objetivo principal introduzir
de alimentação e o tão esperado
nova genética ao rebanho local,
rodeio profissional, que contou
trazendo oportunidades de agro-
com o prova do laço, prova do tam-
negócio, turismo e lazer, gerando
bor e torneios leiteiros.
na realidade sócio-econômica do
Foto: Antonio Ximenes
país, que envolve cerca de 4,8 milhões de agricultores familiares em todo o Brasil, sendo destes mais de 270 mil amazonenses.
»» Diretoria da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas em almoço de confraternização com parceiros
»» Rio+20 Manaus realizou um encontro no dia 23 de setembro, na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, sobre o tema: Biomas: preservação, conservação e os serviços ambientais que prestam para a qualidade de vida no planeta. O debate faz parte da programação referente
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Expoagro
rEporTAgEm: Ana Paula Sena, Diárcara Ribeiro, Jaíze Alencar, Marcello de Paulo e Suelen Araújo FoToS: JJ Soares, Euzivaldo Queiroz e divulgação
AGRONEGóCIO, CURSOS, SEMINÁRIOS, TECNOLOGIA, RODEIO E ENTRETENIMENTO NA
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- Floresta Brasil Amazônia
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MAIS DE 500 MIL PESSOAS PRESTIGIARAM A FEIRA AGROPECUÁRIA, EM BUSCA DE FAZER NEGóCIOS, LAZER E CAPACITAçãO. ESTE ANO TIãO PROCóPIO, O PEãO DE RODEIO CONHECIDO MUNDIALMENTE, MINISTROU UM CURSO DE CAPACITAçãO, ALéM DE SER O JUIZ DO RODEIO
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Expoagro durante a feira teve um incentivo a mais. Foi isento o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), aumentando assim o volume de negócios. De acordo com o Secretário de Produção Rural, Eron Bezerra, essa foi uma oportunidade que os produtores tiveram para comprar máquinas que vão auxilia-los no trabalho do dia-a-dia. “A mecanização do campo é essencial para quem deseja realizar um trabalho com menos tempo e mais resultados. O que estamos buscando é cada vez mais ajudar no desenvolvimento do setor primário do Estado”, disse. » Durante a abertura autoridades discursaram sobre os avanços do setor primário
A
A mobilização prévia da equipe do Instituto de Desenvolvimento do Estado do Amazonas (Idam), movimentou produtores para conseguir financiamentos de máquinas de implementos agrícolas através de agências bancárias, devido
38a Expoagro movimentou R$ 30 milhões. Com a responsabilidade de estimular o agronegócio e capacitar os produtores e peões, a Feira Agrope-
cuária do Estado do Amazonas (Expoagro), que aconteceu de 26 de novembro a 4 de dezembro, não focou tanto no entretenimento, mas na cultura regional e nos negócios. O evento ocorreu no Parque de Exposições Agropecuárias
haver uma verba destinada para o fortalecimento da agricultura dentro do Programa do Governo Federal chamado Mais Alimento. No dia 3 de dezembro, por volta das 9 horas, ocorreu entrega simbólica de máquinas agrícolas para produtores em torno de Manaus, visando à mecanização agrícola, como um grande ganho para o setor primário.
Dr. Eurípedes Ferreira Lins, na Av. Torquato Tapajós, Km
O Coordenador Geral da Expoagro, Marcan
10. Mais de 500 mil pessoas passaram por suas instalações.
Zik, destacou o que acontece nos bastido-
Quem deixou para comprar maquinários como tratores, bomba d’água, além de produtos agrícolas e pesqueiros
res do evento. “Com aproximadamente 45 dias de antecedência da realização da feira,
» AS CoWgIrlS Com ESTIloS próprIoS E IrrEVErEnTES No Brasil as festas com estilo Country já existem há
regiões como São Paulo, devido à atividade
mais de 40 anos. Se tornando populares em rodeios
do marido em participar de rodeios. “A cowgirl
e festas sertanejas. O estilo encontrado no sul dos Es-
original vem de família de criadores de gado,
tados Unidos pode ser visto na Expoagro. Mulheres e
gosto muito desse visual. É tradição familiar,
moças com a calça jeans justa que até parece que foi
você tem que gostar de bicho”, ressalta Sales com
costurada no corpo, blusa quadriculada, madeixas sol-
entusiasmo.
tas ou tranças com muito estilo. Os tradicionais cintos com fivela para todos os gostos, botas com modelos básicos até mais ousado feitos de pena de avestruz, fez sucesso entre o público feminino.
Kelriane Couteiro Longo é casada com um tropeiro (nome dado ao dono de touros de rodeios), e adora o estilo. “Sempre uso esse visual nestes eventos”. Para ela as cowgirls
Todos estes itens foram usados pela cowgirl, Kalina
sempre usam acessórios originais, mesmo
Renaldo Sales, 26, o que custou cerca de R$ 600,00.
com custo elevado. Mas, existem algumas
Alguns acessórios ela conta que costuma comprar em
contrariedades na moda. “Quanto maior a
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- Floresta Brasil Amazônia
» Os maquinários comercializados dentro do complexo tiveram incentivos
começam as providências da parte de infraestrutura e
tar. Avaliou, ainda, que o setor da ovinocaprinocultura
logística da produção. Há também o processo de ne-
vai muito bem. “O rebanho de ovinos e caprinos do Es-
gociação de contratação de pessoas terceirizadas para
tado cresceu consideravelmente, hoje, conta com 105
trabalhar no rodeio, vaquejada, segurança, além de
mil cabeças. Os produtores estão introduzindo raças de
serviços de revisão elétrica, hidráulica e estacionamen-
excelente padrão genético”, ele disse também que em
to”. Este ano foram gerados cerca de 500 empregos
agosto a 2ª Exposição de Ovinos e Caprinos Sustentável
diretos.
(Expovicam), movimentou R$ 2 milhões.
Para o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas – Faea, Muni Lourenço, a feira é o momento que o produtor tem a oportunidade de fazer negócios e de se capaci-
fivela, menor a fazenda ou propriedade”, segundo Kelriane Longo, essa frase é muito usada para homens e mulheres que costuma exibir fivelas com tamanho anormal.
» ESTIlo próprIo As simpatizantes da moda country adaptaram a moda e criaram um estilo em uma versão mais ousada no misto de rock e cowgirl. “Não somos cowgirls,
Mesmo tendo origem em países orientais, usada há sé-
apenas usamos outros acessórios em nosso visual,
culos por guerreiros para proteger os pés, a bota não
nosso estilo é próprio e usamos no dia-a-dia”. Res-
pode faltar no vestuário, o que se tornou uma marca re-
salta a estudante Kalyane Ribeiro de 19 anos.
gistrada nas festas agropecuárias, não somente em adultos, mas também em crianças. E Kalina Sales, já insere a moda nos filhos. “Sempre vesti meus filhos na moda country em ocasiões desse segmento”, conta.
Para Cristiane Lacerda,18, a mistura de bandas de rock com moda country faz parte do seu visual. "Gosto de roupas pretas, botas, calças coladas estilo anos 80, só coloquei o chapéu como mais um acessório”, afirmou .
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Expoagro
»» Durante os dias de rodeio a população lotou as arquibancadas da arena
»» Mercados
Quanto às moças que não são de tradição familiar do
Em eventos desse segmento há também lojas especializadas na moda country. “Estou vendendo muito chapéu que tem de vários valores e modelos”, conta a proprietária da Loja Country, Maria Rita. Segundo ela, os chapéus telados estão em torno de R$ 30,00, e os de material mais simples custam R$ 20,00. Há também de couro que podem ultrapassar os R$ 90,00.
segmento de rodeios, vaquejadas, pecuaristas e se casam com homens desse ramo, segundo Kerlriane Longo, são denominadas de “Fora de Eixo”. Em relação ao visual e comportamento, ela percebe muito bem outro estilo: As “Breteiras”, são mais ousadas, estão sempre em busca de fisgar um peão, conhecidas também na versão “Fura Olho”, que em geral nem sempre conseguem investir tanto na moda country como as
Na Caipira Country, por exemplo, as botas que podem
originais cowgirls.
ser de pelica mais fina, couro de boi, de cobra e até de
»» Rodeio
arraia, que são para todos os gostos e bolsos, podem ultrapassar R$ 1.000.
Participaram mais de 60 peões no rodeio, que contou com toda infraestrutura da companhia Pedro Arruda de Rodeios. Foi o quarto ano consecutivo que a companhia »» O cinto é um dos adereços mais cobiçados do mercado
montou todos os equipamentos da Expoagro no quesito rodeio. "A nossa experiência conta muito e nos sentimos realizados em oferecer o melhor da área para o povo do Amazonas", disse Pedro Arruda responsável geral dos equipamentos, pessoas e animais do rodeio.
Bacalhau da Amazônia O "Bacalhau da Amazônia" é feito a partir do processamento do pirarucu, oriundo da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) de Mamirauá (a 635 quilômetros de Manaus), onde já foi inaugurada uma agroindústria. Lançado durante a Expoagro o "Bacalhau da Amazô-
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- Floresta Brasil Amazônia
nia " já pode fazer parte da ceia de natal. De acordo com o secretério da Sepror, Eron Bezerra, o preço agrada a todos e, principalmente quem não podia comprar o tradicional bacalhau. “O quilo do Bacalhau da Amazônia deve custar entre R$ 35,00 e 45,00. O consumidor também poderá encontrar o produto nas redes de supermercado locais e no feirão da Sepror”, avaliou ainda que poderá ser comercializado pelo grupo Pão de Açúcar – maior empresa varejista do Brasil, o qual pode ir para distribuição no resto do Brasil.
»» A vida de Tião Procópio
»» Janete Fernandes presidente da Abrasel, com o secretário Eron Bezerra, no lançamento gourmet do Bacalhau da Amazônia
Responsável direto pela difusão do rodeio em touros no Brasil, Sebatião Procópio Ribeiro, mais conhecido como Tião Procópio, foi criado em uma fazenda, em São José
e conseguimos organizar o primeiro rodeio. Trouxemos
do Rio Preto, São Paulo. Tímido declarado relata que
a boidada, peões e estrutura de rodeio do Pará, Mato
a família inteira sempre trabalhou com bois, cavalos,
Grosso e São Paulo”, disse.
e que é fruto desse meio. “No Estado de São Paulo e em todo o Sudeste, o rodeio tem muita estrutura, e o meu pai, juntamente com o meu avô, ajudou a fundar o primeiro rodeio de Barretos, há aproximadamente 57 anos”, pontuou.
Tião Procópio trouxe a modalidade dos EUA para o país no início da década de 80. Foi neste período que competiu nos rodeios em diversos Estados Americanos, participando, inclusive, do mais antigo e tradicional campeonato de rodeio do mundo: PRCA (Professional
Casado, com duas filhas, Tião conheceu Manaus pela
Rodeo Cowboys Association). Experiência que deu a Tião
primeira vez em 2002, a convite do presidente da Agên-
o título de campeão de Barretos em 1980. Montou em
cia de Desenvolvimento Sustentável (ADS), Valdelino
touros por dez anos. Foi um dos primeiros a formar uma
Cavalcante, e descreve que na época, nunca tinha acon-
boiada e exerceu a função de tropeiro por uma década.
tecido um rodeio na capital. “O primeiro ano que nós
Atua como juiz há oito anos nos melhores rodeios e
fizemos rodeio em Manaus a Expoagro estava total-
circuitos do país e do mundo. É tri-campeão do prêmio
mente sem estrutura. Depois voltei, montei um projeto
Arena de Ouro como melhor juiz.
»» Os peões pedem a proteção divina antes do espetáculo
»» Tião Procópio foi o juiz do rodeio
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Expoagro Segundo Tião, a vontade de montar em bois veio do sangue. “Eu fui para os Estados Unidos em 1980, não tinha rodeio de touro aqui ainda e eu sabia que lá tinha. Participei de um curso de três dias na Califórnia, fizeram um teste comigo para ver se eu tinha condições de participar do rodeio deles. Tive que comprar todo o equipamento lá, esporas, cordas e luvas. Acabei sendo campeão da escola”, relatou. Tião foi então para o Colorado Springs, para receber a carteirinha de profissional e poder participar dos rodeios, com 19 anos, permanecendo por seis meses. Voltou ao Brasil em 1982 ganhando vários rodeios.
»» Acidentes O primeiro acidente de Tião aconteceu no mesmo ano, onde se classificou para uma final, se enroscou no touro, causando uma luxação no ombro. Em 1986 voltou ao
»» Tradicional rito religioso antes do rodeio
Brasil durante um rodeio em Barretos, levou um coice do touro, teve uma fratura externa na clavícula e uma fratura
os americanos e se aprofundou no assunto, nas regras,
na costela que perfurou pulmão. “Quase morri, fiquei um
tipo de pulo do touro ou do cavalo, para poder avaliar a
ano parado, depois voltei, mas tive que colocar pino no jo-
montagem.
elho. Quando tinha 9 anos caí do cavalo e quebrei o crânio,
»» Novela
mas nunca pensei em parar, fui forçado a dar um tempo por causa do ombro, que a qualquer movimento brusco,
Uma vida com tantas histórias chamou a atenção de Glória
luxava”, disse.
Perez e, sua vida serviu de inspiração para a autora criar o
Com a sua própria boiada, Tião começou a julgar os rodeios porque percebeu que estava faltando gente que entendesse do assunto. Ele realizou diversos cursos com
personagem Tião, de América, novela da Rede Globo, que foi ao ar no ano de 2005. Tião conta que Glória foi em Barretos dois anos antes de começar a escrever a novela e ouviu sua história. Depois, foram
»» Alunos durante o curso sobre montaria e prevenção de acidentes
vários encontros em São Paulo e Rio de Janeiro. “A novela não foi 100% a minha vida, a história é escrita de acordo com a audiência, por isso saiu um pouco da realidade. Eu participei de alguns capítulos, e era bem interessante me ver ali (risos). Depois eu fui vendo que não tinha muito a ver e me desiludi ainda mais com novelas, nunca mais assisti”, citou. Mesmo assim, Tião afirma que a experiência trouxe muitos benefícios. “Fiquei um pouco mais conhecido, e ganhei muitas amizades. O Murilo Benicio veio fazer um estudo conosco, ficou uma semana na minha casa, ele é gente boa”, completa.
»» Investimentos Tião conclui que atualmente o Brasil possui os melhores competidores do mundo, mas o que deixa um pouco a
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“O rodeio é como qualquer outro esporte, é preciso ter um pouco de dom, não é qualquer um que consegue, é preciso treinar muito”. Tião Procópio, Juiz do rodeio da Expoagro 2011
é parecida com uma moeda e não machuca o touro, e o capacete que não é obrigatório.
»» Movimento correto Muitos participantes perguntaram sobre o movimento correto, Tião Procópio falou: “a montaria começa dentro do “brete”, o local onde o peão se prepara para a saída, na largada o peão precisa sair com o melhor posicionamento, pra dar continuidade e fazer uma boa montaria”. Ele explica que é preciso apertar a corda bem forte, no meio do touro, e usar equilíbrio e força, procurar ficar bem centralizado, se
desejar é a profissionalização, seguindo o exemplo do Es-
o touro girar para direita ou esquerda tem que acompanhar
tados Unidos, que possui a liga e montadores profissionais
e voltar a centralizar, manter o queixo no peito para olhar o
de touro, e no Amazonas o que falta é incentivo. “Eu dei,
touro, e sempre fazendo o “pêndulo”.
há alguns meses, um curso em Santo Antônio do Matupi (distrito de Manicoré). E eu já fiquei sabendo que os meninos que participaram das aulas comigo estão ganhando muitos prêmios, então, a tendência é melhorar”, pontuou.
“O Pêndulo é o movimento ideal que proporciona a boa montaria, se o touro sobe com a frente o peão tem que estar posicionado na frente, se levantar a parte traseira tem que se posicionar atrás, fazendo um pêndulo, nunca pode
»» Tião Procópio realizou curso de montaria
atrasar, tem que estar sempre junto”, salientou Tião.
Este ano Tião Procópio ministrou o curso de Montaria e
»» Meliponicultura
Prevenção de Acidentes a convite do Sistema Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Compartilhando seus
A Meliponicultura ou criação racional de abelhas nativas,
inúmeros títulos de campeão e sua experiência durante
em particular das abelhas-sem-ferrão se apresenta como
três dias de teoria e prática.
uma atividade simples de ser replicada e fácil de ser ado-
Para Tião, o posicionamento na montaria é o que atrapalha o bom desempenho dos peões. “São 8 segundos, as pessoas acham pouco, mas para quem está ali em cima é uma eternidade. Tem que procurar fazer tudo certo, para sair tudo bem no final”, disse. Para realizar uma excelente montaria alguns materiais
tada para que gere uma alternativa de renda. Especialista em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia, Davi Grijó Cavalcante, há 11 anos trabalha com abelhas, e fala que as pessoas ainda têm muito a ideia de abelha com ferrão, “quando você fala em abelha é essa ideia que existe, então é preciso ainda um trabalho para repassar informações”, declarou Davi.
são necessários. Como a corda americana, que é trançada e toda trabalhada, tem um couro na parte em que é colocada a mão e ela fica mais aderente. Essa técnica foi introduzida no Brasil pelo Tião que ao realizar um curso de montaria nos Estados Unidos percebeu que a utilização dessa corda facilitava a montaria. A luva, o colete, o chapéu, a bota, o cinto, a camisa de manga cumprida, também fazem parte dos equipamentos de montaria, além do breu usado para dar aderência, a espora que é utilizada pra ajudar o peão a montar e ficar mais tempo em cima do touro, não pode ser pontia-
»» Ensinamentos de como melhorar a Meliponicultura no Estado foi ministrado durante a Feira
guda, é proibido o uso de material perfurocortante, ela
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Expoagro Na maioria das vezes se prioriza espécies de fora, que possuem ferrão, as do gênero Apis mellifera que atuam na polinização ajudando a agricultura, na produção de mel, geleia real, cera, própolis e pólen. Elas têm uma boa produção, mas não têm a adaptabilidade que a abelha nativa tem. São conhecidas cerca de vinte mil espécies diferentes. Davi garante que essa produção e seus derivados ainda vai alcançar voos altos. “Ainda temos muito a explorar, das abelhas hoje em dia a gente já consegue ter um nível de produção razoável de 5 mil abelhas nativas”, informou.
»» Avicultura Caipira Carlos Modestino há 28 anos trabalha com avicultura. Durante o curso abordou sobre as vantagens da galinha caipira melhorada sobre a criação de aves de corte comercial. O Amazonas não tem como competir com as fábricas do Sul do país, em função da matéria prima, a produção de grão, o abatimento, o evisceramento e o congelamento que tornam o valor do produto mais elevado, por não serem encontrados aqui na região. Em função dessa desigualdade na competitividade de pre-
Ana Sheila, 41, é finalista do curso de Engenharia florestal no Instituto Federal do Amazonas, assistiu às palestras de Meliponicultura e de Lavoura, Pecuária e Floresta. Destacou a importância de participar enquanto finalista do curso de Florestal. “A gente percebe a importância do manejo, que não está atrelada apenas a floresta, quando
ços, fecharam-se as portas da avicultura comercial, surgindo a alternativa da avicultura caipira melhorada, “e essa alternativa foi a salvação da região. Você pode criar o frango com um custo mais barato e vender por um preço mais elevado, com uma margem de lucro de 100%, é a febre do momento”, disse Carlos.
você atua com outro produto, no cultivo de abelhas, por
A ração do frango caipira é a mesma do frango comercial.
exemplo, quando se tem uma criação, às vezes o produ-
Mesmo sendo uma ave mais rústica, com crescimento pre-
tor não tem preocupação com cada fase desse produto,
coce, existiam aquelas de fundo de quintal, que tinham um
não há um manuseio diferente e para agregar valor ao
crescimento tardio, para atingirem o peso de 1.800 kg leva-
produto, é importante obter conhecimento para não
vam 12 meses, enquanto que as caipiras melhoradas estão
perder produtos pela falta de cuidado, tanto no cultivo,
pesando 3.200 kg em 79 dias. “Olha a diferença, isso é tec-
como na fase final”, disse.
nologia, é ciência”, destacou Carlos.
»» A "largada" é a parte mais perigosa do rodeio
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- Floresta Brasil Amazônia
O fator principal que impulsiona esse crescimento acelerado é a ração balanceada à base de milho, elemento energético, soja, proteína de origem vegetal, farinha de carne e osso, proteína de origem animal, calcário calcifi-
»» Sorriso no meio da arena
co, cálcio para fortalecer a carcaça do animal, tem ainda o sal, mineral essencial e as vitaminas, nesse processo existe também o semi-confinamento, quando o animal é liberado para comer outras coisas como restos de frutas e hortaliças, e isso permite ao pequeno produtor economizar com ração. Dona Maria do Carmo é uma produtora que começou criando de maneira meio empírica, e ela resolveu buscar informações, conhecer um pouco mais sobre a criação de galinhas e aprendeu a trabalhar com a avicultura caipira, e hoje em dia ela possui seis galpões de galinha caipira melhorada e uma fábrica de ração própria, a renda mensal chega a R$ 12 mil.
»» Inseminação artificial em suínos Davi Anderson Tamborini é médico veterinário, e há 8 anos trabalha com suínos atendendo os produtores rurais. A técnica da inseminação aqui no Amazonas ainda é vista como novidade, apesar de ser utilizada há bastante
Ele logo se destaca no meio da multidão. Tem a grande missão de animar crianças e adultos, além de servir de distração para os ferozes touros do rodeio. Com seu rosto pintado de forma bem singular, Valdeci Aparecido, o palhaço Charlie Chaplin, entra na arena no momento da oração, com a imagem de Nossa Senhora de Aparecida nas mãos, iniciando o que promete ser um dos rodeios mais difíceis dos seus 19 anos de carreira.
tempo. Para obter êxito é necessário que o produtor já
“Este é um momento complicado e muito emo-
possua um plantel formado e com uma genética boa.
cionante pra mim. Meu irmão, palhaço, e grande
Em sua palestra, o médico veterinário repassou algumas informações importantes à cerca de quando utilizar a técnica. Para ele, o fator principal é a inserção de uma genética forte na produção ou quando se tem um número alto de matrizes (fêmeas parideiras), que já estão prontas para gerar filhotes.
»» Tipos de inseminação A inseminação em suínos se torna mais barata. A mais comum é a inseminação com sêmen à fresco, onde é coletado o sêmen de um reprodutor na granja e através do
parceiro de rodeios faleceu há quatro dias, e este vai ser o primeiro rodeio que vou olhar para o lado e ele não vai estar ali. Mas com certeza o riso não pode parar”, afirmou Chaplin, tentando segurar as lágrimas que brotavam de seus olhos, mas fazendo questão de logo desfazer a cara de choro e arrancar o sorriso de uma criança que passava no colo de seu pai. Para ele, apesar de todo perigo e do coração dilacerado pela recente perda do irmão, o momento de estar dentro da arena era ansiosamente aguardado.
processo de diluição pode transformar essa única coleta
“Parece brincadeira, mas não é. Os touros são
em várias doses para inseminar várias matrizes . Existem
muito perigosos, mas nós palhaços somos movi-
outros tipos, o chamado sêmen refrigerado, onde o pro-
dos por esta emoção. É o que faz o nosso coração
dutor pode adquirir o sêmen em outros Estados, e existe
bater mais forte, quando distraímos o touro para
o tipo de inseminação com sêmen congelado que tem
o peão ter tempo de sair ou arrancamos aplausos
ilimitada capacidade de conservação. ■
e risadas do público.
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Entrevista reportagem e FoToS: Diárcara Ribeiro
lÚCIo gArdIno
[
SECRETÁRIO DE MEIO AMBIENTE E PRESIDENTE DO SINDICATO PATRONAL RURAL DE BOCA DO ACRE FALA SOBRE A SITUAçãO DOS PECUARISTAS
F
]
oi inaugurado no município de Boca do Acre, o
: Atualmente o Sindicato Rural patro-
Sindicato Rural Patronal do município. A cidade
nal do município de Boca do Acre conta com quantos
que está frequentemente nos noticiários quando
associados?
se refere à criação de bovinos no Estado se mostra atenta as normas ambientais. Conversamos com o secretário de Meio Ambiente e presidente do Sindicato Patronal Rural, Ildo Lúcio Gardingo, 35, pecuarista desde 2000. Veio do Estado de Minas Gerais para a região, atualmente possui um rebanho com 650 cabeças de bovinos da raça Nelore. Durante a solenidade de inauguração estiveram presentes diversos pecuaristas, o Secretário Estadual das Oportunidades de Tocantins, Omar Hennemann, diretores da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ama-
Lúcio Gardino: Inicialmente estamos com 52 associados. De acordo com a Secretaria de Produção Rural (Sepror) e do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), a quantidade do município com o sul de Lábrea é de 1.364 produtores rurais. Almejamos no mínimo alcançar 60% deles. FB: Como o senhor avalia a inauguração do Sindicato, com uma sala para o programa de Inclusão Digital?
zonas (Faea), e do Serviço Nacional de Aprendizagem Ru-
LG: A inauguração do Sindicato já é um fato que fortalece
ral (Senar) e a prefeita Maria das Dores.
a classe, nosso trabalho é fazer com que ele tenha uma
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- Floresta Brasil Amazônia
A inauguração do Sindicato
Na secretaria de meio ambiente,
já é um fato que fortalece a
estamos acompanhando o
classe, nosso trabalho é fazer
Zoneamento nas propriedades rurais.
com que ele tenha uma força
Estamos ajudando os produtores
e expressão dentro do Estado.
a virem para a legalidade.
força e expressão dentro do Estado. Queremos trabalhar juntos de uma forma integrada, trazendo os produtores para a legalidade do setor, que é sindicalizar essas pessoas. Nós temos 49 pessoas inscritas para fazer o curso, essa demanda vai crescer, pois vamos atender os produtores em três turnos. Favorecendo assim quem não pode estudar durante o dia. FB: Quais são as atividades que o Sindicato vai desenvolver? LG: A primeira meta do Sindicato é fazer associados. Vamos trabalhar junto com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) nos cursos de capaci-
FB: O município está participando do Cadastro Am-
tações. Não só para os homens, porque o Senar tem
biental Rural (CAR)? Quando foi aderido e quantas
cursos voltados para as mulheres também. Queremos
propriedades rurais já foram cadastradas?
ligar a produção com preservação, capacitando quem vive no campo.
LG: O cadastro tem como objetivo promover a regularização ambiental das propriedades, já foi aderido há quatro
FB: Como presidente representando os produtores
meses aqui no município, mas sofreu alteração por causa
na região, quais são as dificuldades encontradas pe-
da área de zoneamento ecológico. Cerca de 100 proprie-
los pecuaristas?
dades já estão cadastradas no Cadastro Ambiental Rural
LG: A principal dificuldade é a questão fundiária e a questão ambiental. Porque não tem documento para se licen-
(CAR). Esse número é até um pouco baixo, porque ainda tem o trâmite do Código Florestal.
ciar ambientalmente. Assim, o produtor não consegue
FB: Há recuperação das áreas desmatadas, como tam-
fazer financiamento. Se nós brasileiros conseguirmos re-
bém a prevenção ambiental são pautas do Sindicato?
solver essa situação o caminho vai estar aberto para produzir, preservar e proporcionar uma qualidade de vida melhor para o produtor rural.
LG: Na Secretaria de Meio Ambiente, estamos acompanhando o zoneamento nas propriedades rurais. Estamos ajudando os produtores a virem para a legalidade. ■
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Premiação »» Presidente Muni Lourenço durante a abertura da premiação discorreu sobre os trabalhos realizados pelos homenageados
»» Robson Marmentini com a família e o amigo Edimar Vizolli
REPORTAGEM: Diárcara Ribeiro FOTOS: Matias Oliveira
14ª edição da Medalha da Ordem do Mérito
Agropecuário
[
Receberam a Medalha os empreendedores que mais se destacaram em três categorias: Agricultor, Agroindustrial, e Pecuarista
A
]
festa do setor rural do Estado do Amazonas acon-
a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (SDS), com
teceu no dia 21 de setembro. Na ocasião da 14ª
objetivo de evitar a abertura de novas áreas de desmata-
edição da Medalha da Ordem do Mérito Agrope-
mento e recuperar áreas degradadas.
cuário, destinada aos empreendedores rurais que mais se destacaram nas categorias: Agricultor, Agroindustrial, e Pecuarista. A menção honrosa foi concedida pela Federação de Agricultura e Pecuária do Amazonas e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Faea/Senar). Na solenidade também foi assinado um termo de cooperação com
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- Floresta Brasil Amazônia
A cerimonia ocorreu no Dulcila Buffet, na Estrada da Ponta Negra, estiveram presentes autoridades, pecuaristas e políticos locais. Desde quando foi criada em 1995, já foram premiadas mais de 70 pessoas. De acordo com o presidente do Sistema Faea/Senar- AM, Muni Lourenço, a iniciativa é o reconhecimento do trabalho
desenvolvido pelos empreendedores rurais, servindo
com a Usina São João, produzindo derivados da cana-de-
também como incentivo. “É feita uma seleção pela
açúcar. A rapadurinha produzida pela agroindústria é
mesa diretora da Federação considerando a trajetória
vendida para o Programa de Regionalização da Merenda
de cada um deles. A iniciativa é importante para dar
Escolar (Preme) do Estado, a empresa entrega uma vez
visibilidade do empreendedor de sucesso, para que
por semana caldo de cana para as escolas do município,
os governantes cada vez mais considerem o setor
onde a usina está instalada.
agropecuário uma alternativa econômica real para o desenvolvimento do interior do Estado em bases sustentáveis”, ressalta.
O pecuarista Robson Ávila Marmentini também recebeu o prêmio. Ele se destaca pela criação de bovinos com genética apurada, investimento no melhoramen-
Quem recebeu a Medalha da Ordem do Mérito na cate-
to do rebanho no município de Apuí, no sul do Estado,
goria Agricultor foi Paulo Sérgio Santana, considerado
além de fornecer animais para outras cidades. “Estou
um dos maiores produtores de laranja do Estado. Segun-
muito contente pelo reconhecimento, é minha pri-
do o citricultor a propriedade gera 76 empregos diretos
meira homenagem. O Amazonas não tem como cultu-
e possui 76 mil pés de laranja, diariamente são retirados
ra a pecuária, mas estamos fazendo um trabalho mui-
cerca de 100 mil unidades. “Sinto-me com orgulho, acre-
to bom. Nosso gado está evoluindo geneticamente”,
ditei e consegui realizar um bom trabalho”, disse Paulo
o pecuarista ofereceu o prêmio à família.
Sérgio Santana.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embra-
Na categoria Agroindustrial, Celso Scherer recebeu a
pa) da Amazônia Ocidental representada pelo pesqui-
homenagem pelo trabalho desenvolvido na região de
sador Luiz Marcelo Brum Rossi, recebeu, em nome da
Maués. O empresário é formado em Veterinária pela
instituição de pesquisa, a Menção Honrosa Dr. Eurípedes
Universidade do Paraná e investe no município de Maués
Ferreira Lins. ■
»» Desmatamento Um estudo feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpe), Embrapa e o Ministério do
ampliar a produtividade mantendo as áreas que já está aberta. Aqui se sela um compromisso Federação e Governo de criar ações estratégicas”, afirma.
Meio Ambiente, de Ciência e Tecnologia, mapeou
O presidente do Sistema Faea/Senar-AM, Muni Lou-
o desmatamento da região até o ano de 2008. Esse
renço destacou que o acordo firmado “é uma demons-
levantamento serviu para que a Faea e a Secretaria
tração que o segmento o agropecuário do Estado está
de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento
disposto a produzir de forma sustentável, praticar mo-
Sustentável (SDS), firmassem um acordo para conter
delos para utilizar menos áreas e não desmatar mais.
o desmatamento e utilizar da melhor forma o pasto
Vamos desenvolver ações conjuntas”, disse.
em especial para a pecuária.
»» Dados
De acordo com a Secretária da SDS, Nádia Ferreira, esse compromisso promoverá mais incentivos a novas tecnologias e atividades educativas, incorpora novos conhecimentos da Embrapa. “Assinamos um termo com o compromisso de não abrir novas frentes de pastagens. Ou seja, com a área que nós temos é possível
A pastagem para a pecuária atualmente soma 0,67% (10.482,96 km2) do território estadual, evitando a abertura de novas áreas para pecuária e recuperando pasto com solo exposto (0,87 km2), pasto sujo (1.683,37 km2), e do pasto com regeneração natural (2.200,51km2) que somam 37% do total de pasto (3.884,75km2).
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Embalagem rEporTAgEm: Diárcara Ribeiro FoToS: JJ Soares
DEVOLVA A
EmBAlAgEm DE AgroTóxICo E proTEJA A VIdA
[
COM UMA INICIATIVA SIMPLES O AGRICULTOR PODE SE PROTEGER DE UMA CONTAMINAçãO E AO MESMO TEMPO PRESERVAR O MEIO AMBIENTE. é Só ENTREGAR AS EMBALAGENS VAZIAS DE AGROTóXICO NOS LOCAIS DE RECOLHIMENTO DA SUA CIDADE
A
]
s embalagens vazias de agrotóxico representam
De acordo com a gerente da Aram, Joice Oliveira Lima, 38,
perigo de contaminação para o agricultor quando
alguns produtores preferem não entregar as embalagens,
manuseadas de forma errada e para o meio am-
ou por falta de conhecimento ou pela logística, outros le-
biente onde será depositada. Por esse motivo é obrigatória
vam direto para a central. “Alguns produtores entregam as
sua devolução para os postos de recolhimento. Proteja a
embalagens diretamente aqui no posto de recebimento,
vida entregando as embalagens.
mas temos as lojas na cidade que fazem o recolhimento,
Em Manaus existe a Associação dos Revendedores de Agro-
basta a pessoa entregar onde comprou”, avalia.
tóxicos do Amazonas - Aram, formada por lojistas preocu-
O material recebido é selecionado de acordo com as ca-
pados com a saúde do homem do campo e com a nature-
racterísticas, separado e prensado. Eles serão enviados
za. No Estado do Amazonas existem mais de 40 lojas que
para o Instituto Nacional de Processamento de Embala-
revendem esses produtos, mas apenas 12 fazem parte da
gens Vazias (Inpev). Que possui matriz no Estado de São
associação que foi criada em 2007. A central está localizada
Paulo, conta 421 unidades de recebimento no Brasil, sen-
no Distrito Industrial II, próximo ao Puraquequara.
do 308 postos e 113 centrais.
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»» A gerente Joice Lima e funcionário na Central de recebimento, que funciona durante a semana em horário comercial
»» Augusto Salla ressalta a importância da devolução das embalagens.
O Instituto recebeu de todo o país em 2007, 21.129 toneladas de embalagens e em 2010, 31.266 toneladas. O que representa que os produtores estão cada vez mais conscientes, avalia Joice Lima.
»» Destino Final As embalagens que não podem ser aproveitas são incineradas, o resto é transformado em acessórios como: suporte para sinalização rodoviária, cruzeta de poste, caixa
Segundo a gerente, o Brasil é considerado campeão de
para descarga, caixa para massa de cimento, caixa para
recolhimento de embalagens de agrotóxicos. No Amazo-
bateria automotiva, roda plástica para carriola, embala-
nas a Aram está promovendo palestras em escolas para
gem para óleo lubrificante, caixa de passagem para fios
conscientizar as crianças sobre a importância da devolu-
e cabos elétricos, conduíte carrugado e duto carrugado.
ção. “A ideia é que elas sejam multiplicadoras, e passem
»» Interior inaugura posto de recolhimento
essa informação para os pais”, avalia a ação promovida na data do Dia Nacional do Campo Limpo. Para o presidente da Aram, Augusto Salla, o posto de recolhimento tem capacidade de receber mais material, o que está faltando é a conscientização de quanto é importante dar um destino certo para as embalagens.
Foi inaugurado no município de Rio Preto da Eva um posto de recolhimento de embalagem vazia de agrotóxico, que está funcionando na propriedade do Idam com a Comissão Executiva de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Codesav). O posto tem capacidade para receber até cin-
»» O que diz a Lei
co toneladas que serão trazidas para Manaus.
O site do Inpev cita a Lei Federal nº 9.974/2000 e o De-
A ideia é que esta iniciativa se repita em outros municí-
creto Federal nº 4.074/2002, que tratam de cada elo
pios, principalmente na região metropolitana de Manaus,
da cadeia produtiva agrícola (agricultores, fabricantes,
disse o secretário de Estado da Produção Rural, Eron Be-
canais de distribuição e poder público), responsabili-
zerra. “A ideia é fortalecer em torno de Manaus como
dades que possibilitam o funcionamento do Sistema
Itacoatiara, Manacapuru, entre outros municípios, onde
Campo Limpo (logística reversa de embalagens vazias
temos produção de alimento significativa. Dessa forma,
de agrotóxicos).
nós asseguramos a vida das pessoas e também garantimos a preservação ambiental”, afirmou. ■
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Brasjuta REPORTAGEM: Laila Pereira FOTOS: Sérgio Oliveira
BRASJUTA MARCA RETOMADA DA INDÚSTRIA DE FIBRAS naturais NO AMAZONAS
[
A cadeia produtiva da Juta e da Malva está fortalecida com o subsídio para garantir preço de venda aos produtores, distribuição de sementes para o plantio, associação e cooperativas até o produto final
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]
»» A separação é fundamental no processo de fabricação das sacarias
»» A inauguração da fábrica contou com a presença do governador Omar Aziz, Pedro Falabella e Eron Bezerra
N
o inicio de novembro foi inaugurada, no Polo Industrial de Manaus (PIM), a maior indústria de beneficiamento de juta e malva, do Estado do
Amazonas: a BrasJuta, que consome, por mês, 500 toneladas de fibras, a qual devem ser ampliadas com o aumento gradativo da produção nos próximos meses. É uma parceria público-privada, que envolve o Governo do Estado, por meio da Agência de Fomento do Amazonas (Afeam) e o grupo do empresário Mário Guerreiro. O investimento na fábrica foi de R$ 30 milhões, sendo R$ 13,5 milhões da Afeam e os outros R$ 16,5 milhões do empresário. Para Mário Guerreiro a BrasJuta é saída da mesmice, é a chance de impulsionar a malva e a juta como produtos
»» Trabalham na empresa 208 funcionários
importantes na economia do Amazonas. A Brasjuta iniciou, há três meses, a fase piloto de produção de beneficiamento de juta e malva. Trabalham diretamente na fábrica 208 funcionários, mas a expectativa é que esse número aumente gradativamente. Além desses, os produtores de todo o Estado que fornecem a fibra para a indústria também são beneficiados.
»» Cultivo A juta é uma fibra têxtil vegetal que pode alcançar uma altura de até 4 metros. O plantio deve ser feito em locais em climas úmidos e tropicais. De acordo com o diretor da Afeam, Pedro Falabella, o Estado distribui as sementes para os produtores do interior, que semeiam quando as águas dos rios começam a descer, três meses depois o produtor vai cortar e deixar de molho durante sete dias”. O processo para a retirada da fibra é feito de maneira manual. Cerca de quatro meses depois do plantio, as árvores precisam ser cortadas rente ao solo por meio de foices, o que exige força dos trabalhadores. A fibra útil está entre a casca e o talo interno, antes de ser encaminhada para a indústria precisa passar por um processo de
»» Visita do empresário as instalações da fábrica
enxague e secagem.
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Brasjuta » produção dE SEmEnTES De acordo com o governador do Amazonas, Omar Aziz, hoje a produção é pouco mais de 10 mil toneladas por ano, e só a Brasjuta vai necessitar de quase 6 mil toneladas por ano para que seja possível produzir em grande escala. Atualmente a matéria-prima é importada, princi-
»
Com maquinários importados e em plena produção , a matéria prima também vai ser importada do Pará
palmente do Estado do Pará, em razão do Amazonas não suprir as necessidades. “Estamos distribuindo as sementes, financiando o produtor e mesmo assim é preciso fazer mais. Há seis meses determinei que a Secretária de Produção Rural (Sepror) encontrasse um lugar no interior do Estado para produzir semente de juta e de malva. Nós temos condições e capacidade para produzir essas sementes”, afirmou Omar Aziz. Uma área no município de Itacoatiara, distante mais de 200 Km de Manaus, está sendo estudada para que seja possível produzir as sementes. O investimento no interior permitirá que o Amazonas se torne auto-suficiente na produção de juta e malva. ■
» Governador Omar Aziz confere o estoque de fibras
» CopErJuTA A produção é abastecida com o cultivo de juta e malva do interior do Estado. De acordo com a Afeam, a produção de maior expressão dessas fibras é nos municípios de Iranduba, Manacapuru, Codajás e outros. Só o município de Manacapuru, distante cerca de 80 Km de Manaus, é responsável por mais da metade da produção do Estado. A Cooperjuta é uma das cooperativas que ficam no município e reúne os produtores da área. Ela está legalizada há apenas três meses, mas já possui 45 associados. De acordo com a representante da Cooperjuta, Verônica Mesquita, mais de 100 famílias já foram beneficiadas e a cooperativa já firmou parceria com a Brasjuta para fornecer a matéria-prima. Quando chega na Brasjuta, a malva e a juta são processadas industrialmente para produção de telas e sacarias.
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Floresta Brasil Amaz么nia - DEZ 2011 / JAN 2012
| 29
Maués
REPORTAGEM: Diárcara Ribeiro e Marcello de Paulo FOTOS: JJ Soares
o que maués tem de melhor
[
Conhecida como a terra da longevidade e do guaraná, o município de Maués trabalha na revitalização do setor primário
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- Floresta Brasil Amazônia
]
O
ribeirinho João Rocha se destaca pela vitalidade e longevidade. Com 102 anos trabalha no roçado e toma o guaraná mais de uma vez ao
dia. Onde estaria a tão sonhada fonte da juventude? João Rocha não pensa muito ao responder: “acho que está na alimentação”. Trabalhando com o cultivo dos 400 pés de guaraná e algumas verduras e a tradicional mandioca, mora no interior do município de Maués, localizado a 267 Km da capital Manaus. Casado com Zenaide da Gama Gomes, 72 anos, tiveram 13 filhos, a família é composta por 38 netos e 3 bisnetos. Um estudo está sendo desenvolvido pelo médico e diretor da Universidade Aberta da Terceira Idade (UnATI) da Universidade do Estado do Amazonas, Euler Ribeiro, sobre as possíveis causas da longevidade na região, entre as análises está a dieta natural dos ribeirinhos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade possui 52.236 habitantes, e o índice de pessoas acima de 80 anos na cidade é de 1% enquanto que a média no Brasil é de 0,5%. Há muitos moradores com idades entre 80 e 100 anos. Personagens como o senhor Joao Rocha e sua família, moram cercados por rios e lagos, muitas vezes de difícil acesso. A prefeitura de Maués dividiu os moradores ribeirinhos em 12 polos, o que corresponde a 220 comunidades rurais, com o objetivo de mapear a área oferecendo um melhor atendimento à população. No mês de novembro a cadeia produtiva do município ganhou vários incentivos como novas casas de farinha, ovinos Puro Sangue, horta e casas novas. No total, o projeto de revitalização da cadeia produtiva e desenvolvimento agropecuário rural beneficiou cerca de 3.000 famílias.
»» Seu João Rocha com 102 anos e a esposa Zenaide Gomes
Floresta Brasil Amazônia - DEZ 2011 / JAN 2012
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Maués Uma agroindústria de beneficiamento do guaraná está »» Produtores receberam ovinos Puro Sangue para melhorar o rebanho
sendo construída no município, o valor inicial do investimento é de R$ 700 mil. O objetivo é beneficiar a safra de 2012-2013. De acordo com o secretário da Secretaria de Produção e Abastecimento (Sepror), Luiz Antonio Nascimento, a capacidade da agroindústria será de 500 toneladas ano, a safra esperada no próximo período é de 360 toneladas. Uma pesquisa desenvolvida vai melhorar geneticamente o fruto, que já é considerado o melhor do mundo no gênero orgânico.
»» Puro Sangue O rebanho de ovinos do município de Maués ganhou mais um incentivo, foram entregues inicialmente, a 165 O prefeito da cidade, Miguel Paiva (Belexo), destacou a
famílias, dez matrizes e um reprodutor de animais da
importância de projetos como esse que beneficia o ho-
raça Santa Inês por família, em um total de 1.500 animais.
mem do campo. “Estamos fazendo fomento, para que as outras gerações também tenham oportunidade. Conseguir tudo isso não foi fácil, os projetos também ajudam o homem do campo a desenvolver a economia local sem ter que voltar para a cidade”, disse. O presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural Sustentável (Idam), Edimar Vizolli, disse que “em projetos como esse que está sendo desenvolvido percebemos o fortalecimento da agricultura familiar e dos outros setores, com tecnologias novas que permitem o avanço com qualidade de vida”, avaliou.
»» Projeto Cultivar O produtor de hortaliças poderá utilizar novas tecnologias melhorando assim a capacidade de produção. O Projeto Cultivar beneficiou 88 famílias. Um incentivo a mais foi a inauguração de 10 casas de vegetação, cada uma custou em média R$ 8 mil . Pimentão, tomate, pepino, repolho, alface, couve, coentro, cebolinha e feijão de corda, ganham destaque. “As casas de vegetação ajudam nas condições do clima. O produtor recebeu mudas, acessórios como irrigador, e assistência técnica para desenvolver o próprio negócio”, ressaltou o secretário Nascimento.
32 | DEZ 2011 / JAN 2012
- Floresta Brasil Amazônia
As famílias que obtiveram resultados positivos receberam nessa etapa animais Puro Sangue, com o objetivo de melhorar o rebanho. Foram entregues mais 75 ovinos das raças Dorper e Santa Inês, os quais podem estar prontos para o abate com 18 meses, pesando aproximadamente 40 quilos. Para o criador José Adalto Sá Pessoa, 36, que recebeu mais 12 animais da raça Santa Inês, esta é uma boa oportunidade de investir. “Estou recebendo essa ajuda e pretendo aumentar o rebanho”, avaliou.
»» Inauguração do abatedouro de aves, com capacidade de abate de 500 frangos dia
»» As famílias das comunidades receberam casas e beneficios em várias comunidades rurais
Atualmente, a cidade conta com um plantel de 3.600 cabe-
O prefeito Miguel Paiva destacou o investimento que
ças. O presidente da Associação de Criadores de Ovinos e
vem sendo feito nos polos. “As casas de farinha que eram
Caprinos do Estado do Amazonas (Acocam), Camilo Morato
de chapéu de palha e chão de terra, hoje são protegidas,
Neto, ressaltou que os animais doados possuem qualidade
cobertas e bem equipadas. No total foram entregues
genética. “A meta é melhorar a qualidade aumentando o
45 casas. As comunidades também receberam 10 barra-
rebanho e o ganho final do criador. Os animais foram esco-
cões de guaraná com nova tecnologia de preparo, mas
lhidos por técnicos e doados às famílias”, afirmou.
mantendo a tradição do forno de barro, o descascador, a
Na entrega dos ovinos, o criador Demilço Valdemar Vivian, mais conhecido por Alemão, criador respeitado da área,
fermentação que se fazia no rio, agora tem um tanque o qual permite mais qualidade e higiene”, afirmou.
enfatizou que esses animais são de fácil criação e rentá-
Segundo Belexo, o tradicional forno de barro, onde é fei-
veis. As famílias que fazem parte do projeto receberam
ta a farinha e a torra do guaraná está sendo recuperado.
orientação de como proceder.
“O outro forno contamina com ferro, interfere na colo-
»» Abatedouro de Aves
ração e se gasta mais tempo. Com o modelo do forno de
Foi inaugurado o primeiro abatedouro de aves do mu-
produção. Os fornos de barro obedecem à tradição dos
nicípio, equipado com câmara frigorífica, sangria, depe-
ribeirinhos”, disse.
nador, mesa de embalagem e outros, onde o produtor vai poder ter o frango beneficiado, agregando valor ao produto. A capacidade de abate é de 500 frangos por dia.
barro o produtor ganha qualidade e uma hora a mais de
Líder da comunidade desde 2008, Euclides Manoel Paes de Negreiro, 49, que sempre morou no local e trabalha com o cultivo de mandioca e guaraná, fez questão de
De acordo com o secretário Luiz Antonio Nascimento, o
contar que a comunidade esperava por essa melhoria.
abatedouro vai gerar 12 empregos diretos. Cerca de 120
“Os moradores trabalharam juntos, a casa de farinha e o
famílias serão beneficiadas. “Foi investido aproximada-
barracão do guaraná vão ajudar a todos nós”.
mente R$ 170 mil no abatedouro. O objetivo é melhorar
»» Moradias
a produção para aproveitar os frangos na merenda escolar do município”, afirmou.
No total foram entregues 240 novas casas, distribuídas
»» Casas de farinha e barracão do guaraná
nos doze polos. Localizada no polo I, a comunidade Ebene-
Localizada no polo VIII, a comunidade Nossa Senhora de
No local residem 9 famílias e todas foram contempladas.
Lourdes, no rio Curuçá, recebeu o prefeito Belexo e sua comitiva para a inauguração da casa de farinha e do barracão do guaraná. Quem passou a madrugada construindo um forno foi a merendeira da escola local, Zilene Pinto de Macedo, 50 anos, junto com outra amiga, ela afirmou que fez questão de ajudar, pois o benefício vai ser de toda a comunidade.
zer está distante uma hora e quarenta minutos de Maués.
A líder comunitária Maria Letícia Gomes Viana, 57, disse que os moradores só têm a agradecer. Depois das casas chegou também a luz elétrica do Programa Luz Para Todos, do governo Federal. “Estamos felizes com as casas, é mais segurança para todos nós”, disse.
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Maués tivo, segundo o prefeito Miguel Paiva, é aproveitar o lixo, »» Comitiva visita aterro sanitário visando implantar um projeto para transformar lixo em energia
como reciclagem do papelão, plástico e outros. Além do aproveitamento de biofertilizantes e do biogás. O químico e engenheiro florestal Jucilanir Vidal dos Santos, ressaltou a importância de tratar e aproveitar o lixo que é produzido. “O lixo orgânico, através do seu processo de fermentação e decomposição, produz o chorume (gás metano próprio), que poderá ser usado para a produção de energia”, ressaltando que toda a população vai ganhar com esse projeto.
»» Meio Ambiente A secretária executiva de desenvolvimento e meio ambiente (Sedema), Shirlley Fernandes Antunes, falou da conscientização. “Estamos desenvolvendo várias ativida-
»» Geração de energia a partir do lixo O lixo pode ser aproveitado de várias maneiras, como para
des com as crianças, que acabam sendo multiplicadoras para a comunidade, os resultados são positivos”, avaliou.
a reciclagem e para a geração de energia. Os aterros sani-
O trabalho conjunto entre a secretaria e a escola está
tários que vira problema nas cidades têm suas vantagens
transformando o município. Um dos projetos consiste na
quando bem empregados, oferecendo, por exemplo, me-
plantação de mudas em toda a orla de Maués, e em cam-
nos riscos ao meio ambiente e à saúde humana.
panhas no combate à poluição e à queimadas. Ao todo,
Dois empresários americanos, que trabalham com a produção de biogás, visitaram o aterro de lixo da cidade, que recebe diariamente cerca de 40 toneladas de lixo. O obje-
»» As crianças aprendem desde cedo como preservar o meio ambiente
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120 alunos estão participando ativamente. Cada atividade vale pontos para a escola, que no final vai receber uma premiação em dinheiro.
»» XXXII Festa do Guaraná De pés descalços e com uma enorme euforia estampada nos rostos bronzeados pelo sol mauesense, cerca de 80 mil pessoas desceram à praia Ponta da Maresia para serem coadjuvantes de uma das festas mais importantes e tradicionais do Estado: A XXXII Festa do Guaraná, durante os dias 2, 3 e 4 de dezembro. Visitantes de todo o mundo, que se encantaram com a beleza natural do lugar e das musas concorrentes à Rainha do guaraná 2011, acompanharam as lendas do guaraná e extravasaram a energia com os grandes shows musicais, que fizeram a areia da praia ferver.
move um avanço importantíssimo no contexto econômi-
Os destaques da festa, além do espetáculo proporciona-
co do nosso município. Ao todo, nós, juntamente com o
do pelos três grupos artísticos que concorreram contan-
governo do Estado e Ambev, investimos na Festa mais de
do, em forma de musical, a lenda do guaraná, ficou por
R$ 1,7 milhão, que acaba gerando uma renda direta e in-
conta das atrações nacionais: A banda de forró Rabo de
direta de cerca de R$ 5 milhões”, afirmou.
Vaca, de rock Detonautas e a dupla sertaneja, César Menotti e Fabiano.
Para Belexo, o evento vem comemorar o grande patrimônio mauesense, o produto valorizado, o que reflete
A Festa, que juntamente com o Festival folclórico de Pa-
diretamente na renda de milhares de produtores e suas
rintins, encabeça o calendário anual de grandes eventos
famílias, que compõem o município que mais produz
do interior do Amazonas, evolui a cada ano, crescendo
guaraná em todo o mundo. “Nós mauesenses, com muito
em importância cultural, assim como em estrutura e for-
esforço e determinação, conseguimos, através do traba-
ça econômica, é o que afirma o prefeito de Maués, Bele-
lho desenvolvido, aumentar o valor do quilo do guaraná
xo. “Este teatro ao ar livre, que conta a história do povo
de R$ 7,80 para R$ 28,00. Estes avanços são grandes con-
Saterê-Maué e de seu maior bem natural, o guaraná, pro-
quistas dos nossos produtores e do povo”, comemorou.
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“Nós, hoje alcançamos o objetivo, que era de desenvolver um grande espetáculo para o público aqui na praia. Foram dois meses de intensos ensaios, envolvendo cerca de setenta pessoas entre dançarinos, artistas plásticos, costureiras, cenógrafos. E o resultado é este espetáculo maravilhoso”, comemorou Cardoso.
beleza amazonense A beleza mauesense foi exaltada pelas dez candidatas ao concurso de Rainha do Guaraná, que representavam dez Segundo a secretária municipal de governo, Andréa Santos, a Festa celebra anualmente estas conquistas. “É nesta oportunidade que nós comemoramos os avanços do produto e o sucesso dos produtores do guaraná, que é o que dá sustentação à base econômica do nosso município”, enfatizou.
localidades, entre bairros e comunidades. O anúncio da escolha da Rainha 2011 foi feito no dia 2, após a apresentação das candidatas em surpreendentes e criativos trajes típicos amazônicos, e do esperado desfile em traje de banho, arrancando suspiros do "mar de gente" que preenchia a Ponta da Maresia. Suelem Lopes, de 20 anos, representante do bairro Senador José Esteves, foi eleita,
»» Produção artística-cultural
iniciando imediatamente o seu reinado.
A lendária estória do surgimento do fruto do guaraná,
“A minha expectativa, na verdade, se baseou no incenti-
através de intervenções do deus Tupã no cotidiano
vo popular que ganhava a cada dia, nas ruas onde passei
Mawé; os rituais da tucandeira; relações entre o índio e a
e nas conversas que tive. É muito importante receber
floresta, vida e morte do curumim mais querido da tribo;
esse carinho de pessoas que simpatizaram comigo, tor-
baseiam os roteiros das três manifestações artísticas que
ceram por mim e hoje me vêem, pela primeira vez, como
foram apresentadas à população. Djalma Cardoso, diretor,
a Rainha do Guaraná”, contou a rainha Suelem, emocio-
coreógrafo e pajé da “Porandi” Companhia de Dança,
nada, lembrando que foi a última concorrente a se ins-
explica a importância do trabalho feito pelos artistas.
crever no concurso. ■
»» A rainha Suelem Lopes da Fonseca (quinta da direita para a esquerda)
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A Pecuária Sustentável no Amazonas Em 2011, o segmento pecuário amazonense iniciou um diálogo maduro e construtivo com os setores ambientais, em especial com a esfera estadual, através da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável – SDS, tendo como premissa fundamental a convicção de que é possível conciliar produção e respeito ao meio ambiente, sempre tendo como norte a manutenção de dois valores de mesma grandeza para a nossa sociedade, quais sejam, a preservação do meio ambiente e a produção de alimentos. Com isso, estamos superando momentos pouco inteligentes de antagonismo e falta de entendimento, para alcançarmos um patamar de identificação de convergências positivas, para o bem de todos. Nessa linha, é que a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas – Faea, em nome da classe patronal agropecuária amazonense, assinou com diversos órgãos federais e estaduais, em praça pública nos municípios do sul do Estado, o Pacto pelo Desmatamento Ilegal Zero, numa demonstração inconteste de que o desmatamento já não é mais prioridade dos produtores rurais, que estão convencidos da real possibilidade de se duplicar ou até triplicar nossa produção agrícola e nosso rebanho pecuário, sem promover novos desflorestamentos, somente utilizando a recuperação das áreas degradadas ou em processo de degradação e, principalmente, se valendo das tecnologias já existentes, desenvolvidas por instituições de pesquisa, como a competente Embrapa.
Muni Lourenço Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do
Além disso, nosso setor pecuário apoiou integralmente a implantação pelo
Estado do Amazonas – Faea
Governo do Estado do Cadastro Ambiental Rural – CAR, desde a fase de elaboração da Lei estadual até a fase ora em curso de adesão dos produtores,
Com isso, estamos a demonstrar com
momento em que estamos mobilizando a classe a formalizar o referido docu-
ações concretas, que os pecuaristas
mento e alcançar a tão almejada regularização ambiental das 18.500 proprie-
amazonenses estão conscientes de sua
dades pecuárias amazonenses, que representam o contingente significativo
nobre responsabilidade, de produzir
de 60.000 pessoas que vivem dessa atividade.
alimentos no “coração” da Amazônia,
Como parte desse esforço, a Faea, mais uma vez em nome da classe dos criadores, firmou com a SDS no dia do fazendeiro (21/09), um Termo de Cooperação Técnica para desenvolvimento nos próximos três anos de ações de sustentabilidade na pecuária, objetivo já iniciado, com a realização em outubro, do 1º Seminário de Pecuária Sustentável do Amazonas, evento promovido pelo Sistema Faea/Senar, com apoio da Confederação da Agricultura e Pecuária
sem promover degradação ambiental, assimilando cada vez mais o sentido de que desenvolver uma pecuária com sustentabilidade representa também uma oportunidade de ter mais rentabilidade na atividade criatória.
do Brasil – CNA, que reuniu no auditório da Assembleia Legislativa cerca de quatrocentos pecuaristas e técnicos de vários municípios do Amazonas, para conhecerem informações sobre a tecnologia integração lavoura-pecuáriafloresta, o programa de agricultura de baixo carbono – ABC, técnicas de recuperação de pastagens etc, ocasião, inclusive, em que foi possível um valioso intercâmbio de experiências com pecuaristas de outras regiões do país, que já implantaram com sucesso modelos de produção sustentável.
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Cultivo REPORTAGEM: Marcello de Paulo FOTOS: Michell Mello
Novos Guaranazeiros produzem até
cinco vezes mais
[
Maior produtividade, resistência às doenças e alto teor de cafeína nestas novas espécies, prometem levar o Amazonas à ponta do ranking nacional
J
]
osé Firmino prepara sua porção matinal de guara-
próximos cinco anos, à produção da Bahia, ou a supere,
ná e passeia em sua bicicleta pela área de plantio
tornando-se o maior produtor de guaraná do Brasil.
dos guaranazeiros na sede da Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), na estrada AM010, em Manaus. Os olhos do veterano pesquisador contemplam o que deve ser o início de uma nova realidade na produção de guaraná em terras brasileiras. O surgimento de quatro novas cultivares clonais de guaranazeiro, geneticamente melhoradas, deve aquecer a cadeia produtiva local, por se tratar de espécies que possuem o potencial produtivo cinco vezes maior, além suas pro-
De acordo com André Luiz Atroch, pesquisador da Embrapa e coordenador do Programa de Melhoramento Genético do Guaraná, “esta alta produtividade depende do uso destas cultivares e da observação e cumprimento do sistema de produção recomendado pela cartilha desenvolvida pela Empresa”. Ditadas as regras, resta ao sistema produtivo apostar nesta linha de produção, pra ver os resultados prometidos.
priedades garantirem uma resistência estável às pragas e
Neste sentido, a Empresa Brasileira de Pesquisas
sete vezes mais cafeína por hectare.
Agrícolas (Embrapa – Amazônia Ocidental) promoveu o
A notícia do ano para os produtores amazonenses surge em meio a um mercado amplamente promissor, causando uma expectativa de que, com todas estas vantagens, incluindo a compatibilidade de plantio em qualquer região do Estado, o Amazonas se iguale, nos
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Curso Manejo do Guaranazeiro, durante o lançamento destas novas cultivares nos dias 26 e 27 de outubro, em Maués, promovendo uma grande reunião de produtores e a apresentação destas novidades tão esperadas nos últimos meses. ■
»» Maior Resitência às Doenças Segundo José Clério, pesquisador da área de Fitopatologia da Embrapa, “estas novas cultivares não são imunes à Antraquinose, principal doença que afeta os guaranazeiros no Amazonas. Entretanto, a sua resistência garante que apenas de 8% a 10% (o que não afeta uma produção satisfatória) das copas sejam atacadas pelo fungo Colletotrichum Guaranicola, agente patogênico da doença, enquanto que os guaranazeiros atuais sofrem um ataque de até 89% de suas copas”, explica. “O fungo ataca as folhas novas causando nelas manchas necróticas reduzindo em até 70% a área folhear ativa e se reproduz em regiões que possuem temperaturas acima de 28 graus, agindo durante o período chuvoso e quente, no Amazonas, de janeiro a maio”, afirma o pesquisador, que trabalha na pesquisa que tem completado trinta anos de estudos.
»» O guaraná modificado geneticamente garante o aumento da produção
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Prevenção REPORTAGEM: Diárcara Ribeiro FOTOS: Divulgação
mulheres do campo são beneficiadas com
exames preventivos
[
Mulheres que moram no campo foram beneficiadas com exames preventivos e serviços de salão de beleza, Além de receberem palestras de como se prevenir de doenças como o câncer do colo do útero
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]
»» Coordenadores da ação de campo orientam as agricultoras
M
»» Antes de realizar os exames as mulheres passaram por uma triagem
ais de 500 mulheres de várias comunidades ru-
Na primeira vez que foi realizado o programa nacional de
rais participaram do Programa Nacional Útero
saúde para a mulher rural, foram atendidas cerca de 234
é Vida. O evento aconteceu na Escola Munici-
pessoas no município de Codajás. Segundo o superinten-
pal Fernando Carvalho, localizada na comunidade Nossa Se-
dente do Senar, Aécio Filho, esse é um dos programas vol-
nhora do Perpetuo Socorro do Laguinho, distante 30 km do
tados para a mulher que vive no campo e que muitas vezes
município de Parintins. Elas tiveram acesso ao teste rápido
fica esquecida. Assim como cursos que ajudam a qualificar
de HIV, atendimento oftalmológico, cadastro social, pales-
essas trabalhadoras, o programa “Útero é Vida”, cuida da
tras, tratamento de estética, e no fim receberam um Kit de
saúde de pessoas tão importantes para o setor.
Beleza. O exame preventivo foi realizado em 136 mulheres.
»» A prevenção é o melhor remédio
Realizado pelo Sistema Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o Programa no Estado do Amazonas está na segunda edição. De acordo com o presidente da Faea, Muni Lourenço, “a mulher é o pilar da família, e quando ela não está bem a família também não fica. Com as atividades oferecidas elas se sentiram melhor e poderão realizar exames preventivos, avaliar a saúde com profissionais e aproveitar para participar de algumas palestras”, afirmou.
O câncer do colo do útero e o câncer de mama são os tipos com maior incidência entre mulheres na cidade de Manaus. Na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), a estatística aponta 1.426 neoplasias malignas diagnosticadas em 2009 e 1.172 em 2010, apresentando uma redução de 17,8% entre um ano e outro. O Setor de Estatística mostra que, no caso do câncer de mama, foram registrados 324 novos diagnósticos em 2009 contra 248 no ano passado. A redução foi de 23,5%. Já o câncer de colo uterino passou de 218 casos em 2009 para 205, redução de 6%. Entre janeiro e junho deste ano, foram registrados 149 novos casos de câncer de mama e 204 de útero. De acordo com a presidente da coordenação médica do Instituto da Mulher e chefe do Departamento de Ensino e Pesquisa da Fundação Cecon, Grasiela Leite, na maioria das vezes as mulheres procuram ajuda quando a doença está avançada, muitas vezes devido a logística que o Estado oferece ou mesmo pela falta de visita aos médicos. “Isso acontece porque na maioria das vezes elas não se previnem sexualmente e não realizam exames no médico para saber se existe algo errado, ou quando fazem, não buscam o exame e deixam de mostrar”, avalia a ginecologista.
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Prevenção
»» A equipe do programa Útero é Vida comemora o sucesso
Ainda de acordo com a médica, a melhor forma de evitar
De acordo com estimativa do Inca, feita a cada dois anos,
a doença é prevenção. “A infecção pelo papilomavírus hu-
em 2011, 4.780 novos casos de câncer de tipos variados
mano (HPV) tem papel importante no desenvolvimento
serão diagnosticados no Amazonas, exceto de pele. Des-
do câncer do colo do útero. O vírus está presente em cerca
ses, 54,2% atingirão as mulheres. No caso específico do
de 99% dos casos. A prevenção pode ser feita usando-se
câncer de mama, o órgão aponta 310 novos casos (12%
preservativos (camisinha) durante a relação sexual e rea-
do total entre o sexo feminino). Em todo o país o dado é
lizando exames preventivos como o Papanicolau”, avalia
ainda mais alarmante: 49.240 novos casos da doença. Já
que um dos principais fatores de risco estão relacionados
o câncer de útero deve acometer 560 mulheres no Esta-
ao início precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros.
do e 18.430 no Brasil. ■
»» Outubro Rosa O evento, Outubro Rosa, buscou por meio da iluminação de prédio públicos com a cor rosa, símbolo da luta contra o câncer de mama, conscientizar a população feminina sobre a importância da prevenção. A iniciativa ocorreu simultaneamente em várias cidades brasileiras e em outros países, mobilizou gestores em 14 municípios do Estado (Manaus, Parintins, Coari, Borba, São Gabriel da Cachoeira, Maués, Manacapuru, Apuí, Nova Olinda do Norte, Autazes, Itacoatiara, Japurá, Tefé e Tabatinga).
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Fortalecer o SUS para atender a saúde integral da mulher O Governo Federal precisa acentuar as ações positivas e de grande envergadura que estão em curso no país, principalmente na área social. As metas são audaciosas, como a retirada de 16 milhões de pessoas da extrema pobreza até 2014. Entre outros programas em andamento, destaco a política de assistência integral à saúde da mulher. Atualmente R$ 4,5 bilhões estão sendo investidos em prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de mama e de colo do útero. Ampliou-se a faixa etária das beneficiadas para 64 anos, antes era dos 25 aos 59 anos. Para padronizar o diagnóstico, centenas de ginecologistas estão sendo capacitados. Ao todo, 14 Estados começaram a construir os centros regionais de qualificação dos profissionais. Os dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer) justificam os investimentos. No Brasil morrem todos os anos, por causa do câncer de colo de útero, quase cinco mil pessoas e o risco estimado é de 18 casos a cada 100 mil. O câncer de mama é o que mais causa mortes entre as mulheres brasileiras. O governo também investe R$ 9,4 bilhões no Programa Rede Cegonha, que pretende garantir pelo SUS (Sistema Único de Saúde) atendimento adequado às mulheres desde a confirmação da gravidez, envolvendo o pré-natal e par-
Vanessa Grazziotin Senadora (PCdoB -AM)
to, até os dois primeiros anos de vida dos bebês. A orientação é que os programas tenham maior foco na Amazônia, Nordeste e nas regiões metropolitanas onde os problemas são mais crônicos, com alto índice de mortalidade materna e infantil.
O objetivo é fornecer um atendimento de qualidade às brasileiras no SUS, sistema que precisa ser fortalecido,
Com o Rede Cegonha, espera-se mudanças quantitativas e qualitativas na
sobretudo com aplicação de recursos.
rede pública, especialmente na garantia do atendimento especializado, aces-
Afinal de contas só 3,5% do PIB são
so às consultas e diagnósticos. Trata-se de um programa amplo que engloba
destinados à rede pública de saúde.
inclusive o transporte às gestantes.
Nesse sentido, é preciso votar o Projeto
É importante que o ministro Alexandre Padilha (Saúde) inclua nele a assis-
de Lei Complementar 306/2008, que
tência farmacêutica plena, garantido às gestantes acesso gratuito aos nutra-
regulamenta a Emenda 29, pela qual
cêuticos e complementos vitamínicos, produtos que estão fora da cesta de
são fixados os percentuais mínimos de
medicamentos.
investimentos na área de saúde.
Há anos lutamos por uma política integral de assistência à saúde da mulher
Por isso é fundamental o entendimen-
mais efetiva. No legislativo, são muitos os projetos de lei que tratam sobre
to entre Governo e Congresso visando
o assunto, especialmente na fase reprodutiva, pois além da dificuldade do
à construção de uma pauta única que
acesso aos exames de diagnóstico, maior ainda são os obstáculos para quem
nos permita avançar em questões fun-
procura tratamento na rede pública.
damentais nas áreas de saúde, educação e infraestrutura.
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))) Abacaxi rEporTAgEm: Jaíze Alencar FoToS: Jaíze Alencar e Michele Duarte
noVo rEmAnSo COMEMORA A MAIOR produção dE ABACAxI DO ESTAdo do AmAzonAS
[
COM PRODUçãO DE 43 MILHõES DE FRUTOS EM 2011 E AUMENTO DA PRODUTIVIDADE EM 30% AO ANO, A COMUNIDADE REALIZOU O SEXTO FESTIVAL DO ABACAXI DURANTE OS DIAS 14 E 15 DE OUTUBRO
V
]
inte mil pessoas participaram do sexto Festival do
o MDA – Ministério da Agricultura, com duração de um
Abacaxi. Nesta edição foi comemorado o aumen-
ano, nele nós realizamos 4 intercâmbios, 30 reuniões,
to de 30% da produção. A comunidade de Novo
600 visitas, e resolvemos realizar um curso intensivo nes-
Remanso, no município de Itacoatiara, esteve mobilizada
sa comunidade, que é referência na produção de abacaxi,
durante dois dias. A organização geral do evento foi da As-
pois queremos implantar essa cultura em nosso municí-
sociação de Desenvolvimento Econômico de Novo Reman-
pio”, afirmou o Gerente do Idam Maués, Ademir Viana,
so, a programação contou com cursos, palestras e a escolha
que levou 15 produtores para participar das atividades.
da rainha, os produtores que se destacaram no ano foram premiados, a banda Calypso foi a grande atração artística.
Maria Cezina, 55, produtora rural de Maués, participou da excursão nas plantações de abacaxi, pretendendo ini-
A cultura do abacaxi tem colocado a vila de Novo Re-
ciar o cultivo em seu terreno. “É uma cultura muito inte-
manso como a maior produtora do estado do Amazonas,
ressante e rápida, e eu acredito que dê certo em Maués”,
atraindo novos adeptos. “Nós temos um convênio com
disse ela após chegar da visita às plantações.
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»» sgsdgsdg sdfg sdfg sfg sddddASDD sdfgsd dg
»» Produtores comemoram a safra deste ano
»» sgsdgsdg sdfg sdfg sfg sddddASDD sdfgsd dg
Giovane Soares, presidente da Associação do Desen-
idade, fazendo aparecer a roseta foliar ou "cabeça do fru-
volvimento Econômico de Novo Remanso - Idem, fez
to" de 30 a 40 dias após a aplicação. “Nós não temos en-
uma análise do evento. “A abertura da primeira noite
tressafra, porque utilizamos a técnica de Indução Floral,
foi um espetáculo muito bonito, com queima de fogos,
que diminuiram os custos, a mão de obra, e uniformiza a
nós conseguimos trazer uma banda nacional de suces-
produção, então o produtor está plantando com a certe-
so, para comemorar essa terra e esse solo que é tão
za de que vai colher tudo o que plantou, é investimento e
fértil”, declarou.
retorno certo”, afirmou Michele Duarte.
A Prefeitura de Itacoatiara, a Secretaria de Infra Estru-
Cinco meses após a Indução o fruto pode ser colhido,
tura, a Secretaria de Cultura do município disponibiiza-
dependendo da coloração e maturação, normalmen-
ram ao todo R$ 270 mil , para investir na contratação
te varia entre o verde, meio amarelado e o amarelo,
de bandas, sonorização, iluminação e ornamentação da
o que vai definir essa extração é a distância do campo
área da festa.
até o mercado. Os meses de setembro, outubro e no-
Na primeira noite de evento, segundo o prefeito de Itacoatiara Antônio Peixoto, todos estavam celebran-
vembro são considerados para os produtores como o "pique da safra".
do aproximadamente 43 milhões de unidades do fruto. Além da reativação da Secretaria de Produção que havia sido extinta há oito anos, “Elegemos uma equipe de técnicos competentes da área agropecuária, da área da piscicultura, da área veterinária e fizemos um dos maiores investimentos do setor primário”, afirmou.
»» Cultura do Abacaxi Os abacaxizeiros se desenvolvem melhor em solos arenoargilosos, bem drenados e profundos. Durante o plantio é necessário fazer uma boa escolha das mudas, selecionando aquelas que não apresentem nenhum tipo de doença. Elas são plantadas em fileiras duplas, com espaçamento de 40 cm entre as plantas. De acordo com a gerente do Instituto de Desenvolvimento Rural Sustentável (Idam), Michele Duarte, é possível ter abacaxi o ano inteiro, isso ocorre devido ao desenvolvimento de uma técnica chamada Indução Floral, que usa uma substância indutora, o carboreto de cálcio, no "olho da planta" quando esta possui de dez a doze meses de
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))) Abacaxi segredo é dar um 'susto' no abacaxi, cozinhando ele até começar a sair uma água que é a acidez”, revelou. No próximo Festival, dona Maria vai montar uma barraquinha só com as comidas que aprendeu a fazer. Esse ano os quitutes ainda competiram com as bijuterias artesanais que ela confecciona.
»» Investimento Econômico De acordo com o gerente geral do Banco da Amazônia, »» Vários tipos de guloseimas foram comercializadas
Rezende Júnior, os investimentos realizados no ano de 2011 foram cerca 700 mil contratos formalizados pela prefeitura e pelo governo. E em 2010 mais de 15 milhões
»» Delícias
foram liberados para o projeto da Agricultura Familiar.
Durante todo o Festival os visitantes puderam apreciar as
Foi realizado um empréstimo de R$ 9 milhões de reais
delícias produzidas no curso de culinária do abacaxi, desen-
pelo Basa de Manaus e o município de Itacoatiara, R$ 15
volvido pela equipe técnica do Idam/ Sepror para 16 mulhe-
milhões para a agricultura familiar. Para o próximo ano a
res da comunidade que estiveram durante três dias apren-
safra já está garantida, porque o Banco já disponibilizou
dendo a fazer variedades de guloseimas a partir do rei das
R$ 2 milhões durante a Festa.
frutas: geleia, pudim, bolo, torta, trufa, din-din, sorvete, suco, sanduiche, biscoito, creme, bala cristalizada, brigadeiro e licor. Ainda tem os complementos que é a pimenta, o peixe, o arroz, a farofa e carne com o abacaxi. Além de abacaxi assado com canela e o típico abacaxi gelado.
Para o Secretário de Cultura do município Kêdinho Pantoja, a comunidade do Novo Remanso é uma das maiores produtoras do fruto, o que representa para o município de Itacoatiara um aquecimento econômico. “O Basa é o principal financiador, juntamente com a prefeitura de
A cabeleireira Maria Antônia, 52, mora ha três anos em
Itacoatiara que fizeram uma parceria para que essa pro-
Novo Remanso, e decidiu fazer o curso, ela afirma que
dução seja mais elevada desenvolvendo a região, temos
agora sabe preparar a comida com abacaxi e com sabor,
que pensar na zona rural, na sustentabilidade, na econo-
ela revela um segredo “muitas pessoas fazem sucos e
mia não só do município, mas de todo o Estado”, afirmou.
comidas com abacaxi e não fica com sabor agradável, o
»» Desfile das Candidatas Rainhas Durante o Festival é realizado o desfile das candidatas a Rainha. É realizada uma seleção prévia dentro das comunidades vizinhas que escolhem suas representantes. A ganhadora do concurso foi a representante da Comunidade do São José do Amatari, Maria Isabel, 17 anos, que participou pela primeira vez. A Rainha possui altura 1,61 e pesa 55 Kg. “Senhor dai longa vida aos meus inimigos, para que de pé possam aplaudir a minha vitória”, disse.
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»» As vencedoras do desfile que movimentou a comunidade
»» O show da banda Calypso mais esperado pela comunidade emocionou o público presente
O presidente do Idam, Edimar Vizolli, ao falar da importância da Festa afirmou: “esse Festival é a representação do trabalho do cultivo do abacaxi, do setor primário. Ele tem crescido e inovado modalidades, vale a pena ressaltar que 100% da produção é absorvida no mercado local em Manaus”. Outro fator importante, destacado por Vizzolli foi o controle de defensivos orgânicos, desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que melhoram a qualidade do fruto, a conscientização do cultivador para não perder o fruto e a qualidade.
»» Ascope uma ideia que deu certo A Associação Ascope, criada em 1993 com slogan “Uma ideia que deu certo”, e teve como primeiro presidente Alcíades Holanda. Em 1997 ela passou a ser Cooperativa,
»» Maior Produtor de Abacaxi da Vila de Novo Remanso
contando com 20 cooperados. Atualmente o presidente
Adalberto Pessoa, 51, é um dos cultivadores que
da cooperativa é o produtor Edsomar Mendonça que atua
mais produz abacaxi por ano em Novo Remanso.
com Gilberto Oliveira, tesoureiro, Raimundo Nonato, se-
Em 2011 plantou cerca de 600 mil frutos, ele traba-
cretário, Fabrício Pessoa 1º Suplente, e Raimundo Nonato
lha com seis tratores que são utilizados para fazer
Ferreira, 2º Suplente e cerca de 42 cooperados.
a borrifação de inseticidas e a colheita. Ele conta
Edsomar Soares de Mendonça, 43, casado com Nazira da Silva é o quarto filho de José Pereira, um dos homens que incentivou a formação do perfil de liderança em Edsomar. Aos 10 anos de idade começou a trabalhar no roçado e de lá não parou mais. Quando o pai viajava para realizar os cursos de formação da Igreja Católica sempre assumia a responsabilidade de chefe da casa. Iniciou a primeira plantação de abacaxi com 16 mil frutos e o es-
que essa paixão pela plantação passou de pai para filho, o pai Antônio Pessoa trabalhava no cultivo desde 1972. “Na época não tinha motosserra, nem muitas tecnologias, a gente tinha que fazer tudo manualmente, a gente plantava 12 mil frutos por hectare, hoje em dia são 30 mil, antes não tinha adubação e nem tinha praga e a gente vendia para o barco regatão ou barco recreio”, lembra.
coamento do produto era realizado por canoas, que le-
Atualmente a produção do senhor Adalberto, conta
vavam pelos igarapés até os rios onde os barcos ficavam
com o apoio dos filhos Renato e André Pessoa.
esperando. ■
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FIAM Reportagem e fotos: Diárcara Ribeiro, Jaize Alencar, Laila Pereira, Lemmos Ribeiro, Marcello de Paulo e Kenia Leal
VI Feira Internacional da Amazônia ATRAI investidores Globais
[
Rodada de negócios, seminários e exposições atraíram o público e empresas regionais, nacionais e internacionais
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- Floresta Brasil Amazônia
]
G
eração de conhecimento sobre a região amazô-
e Pequenas Empresas (Sebrae), obteve beneficios, o re-
nica e dos países vizinhos, investimentos, rodada
sultado atingido foi de US$ 13.119 milhões em negócios
de negócios e seminários, fizeram da VI Feira In-
acertados para curto e médio prazos. O superintenden-
ternacional da Amazônia – FIAM 2011, com o tema "Ama-
te em exercício da Superintendência da Zona Franca de
zônia e Você – o encontro é aqui", o maior evento multis-
Manaus (Suframa), Oldemar Ianck, disse que resultado
setorial da região Norte.
comprova o sucesso. “A cada edição, superamos as ex-
A feira ocorreu entre os dias 26 a 29 de outubro no Studio 5 Centro de Convenções. Contou com 400 expositores e 208 estandes, em 2 pavilhões e um espaço de 10 mil metros quadrados. A primeira edição ocorreu em 2002, nessas cinco últimas edições foram mais de US$ 33,8 milhões de negócios realizados. A média de visitantes foi de 100 mil por evento.
pectativas com recordes em resultados, não apenas em negócios, mas também em número de expositores e de público”, destacou.
»» Polo Industrial de Manaus As empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM) levaram, para a sexta edição da Fiam, produtos que estão sendo
Quem participou da rodada de negócios que ocorreu
fabricados com a mais alta tecnologia. Comitivas de mais
em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro
de 10 países participaram das rodadas de negócios.
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FIAM
»» Filmes em 3D foram oferecidos aos participantes
O faturamento do PIM, de janeiro a agosto deste ano, atingiu a marca de US$ 26.8 bilhões, um crescimento de 23% em relação ao mesmo período de 2010. Esse índice é o novo recorde na história dos indicadores de desempenho da Zona Franca de Manaus. O Polo Eletroeletrônico continua sendo o setor com melhor desempenho, responsável pelo faturamento de US$ 8,75 bilhões, o representa 32,67% do total. Os televisores LCD estão entre os destaques de produção e vendas. »» O faturamento do PIM atingiu a marca de US$ 26.8 bilhões em 2011
No estande da LG Electronics Brasil o destaque foi para a linha de áudio e vídeo, mas o que chamou a atenção do público que visitou a feira foi a TV 3D. Para visualizar o efeito em três dimensões é necessário utilizar os óculos especiais que acompanham o equipamento, sem os óculos a imagem será a tradicional. O modelo permite, também, converter conteúdos de vídeo em qualidade comum também para 3D. Já a Samsung apresentou as TVs Smart, também conhecidas, como TVs Inteligentes. A fabricante sul coreana investiu nesse novo conceito de televisão que permite ter, além dos habituais canais, também internet. A pessoa poderá,
»» Alarico Cidade e Osmar Andrande participaram da Fiam expondo a borracha
enquanto assiste televisão, também, navegar pela internet. Quanto à produção de tablets no PIM, foram aprovados os projetos no Conselho de Administração da Suframa
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- Floresta Brasil Amazônia
»» A Samsung apresentou as TVs que possibilita o acesso a internet
(CAS), e estão autorizadas Digibras, Greenworld, Compa»» Área internacional foi composta por nove stands, que ofereceram ao público o que o país tem de melhor
nhia Brasileira de Tecnologia Digital, a Positivo Informática e a Samsung. Com integração de outros municípios à Manaus e mudança na região metropolitana, o superintendente em exercício da Suframa, Oldemar Ianck, declarou que o modelo Zona Franca de Manaus já não existe mais e que agora precisa ser construído um novo conceito. Para ele esse termo já não retrata a extensão e a expectativa de crescimento para o Polo Industrial.
»» Área Internacional destaca potencial de nove países Nove países coloriram com suas bandeiras a Área Internacional. Nesta “vitrine mundial”, oito países sul-americanos, juntamente com a Áustria, expuseram o melhor de suas potencialidades turísticas, econômicas e sócio-culturais. promovendo esta divulgação através de vídeos institucionais, folders, baners, destacando a culinária, artesanato e vestuário, como foi o caso do estande do Peru. “Eu sempre me interessei muito pelo artesanato e roupas peruanas, são criativos, bem trabalhados e de um colorido de encher os olhos, hoje estou levando uma bolsa pra mim e um colar lindo para minha filha”, contou a empresária Rita Souza, deslumbrada com a diversidade de joias e roupas expostas no estande mais visitado do setor. “Se eu pudesse levava tudo pra casa, mas não vão faltar oportunidades”, ressalta Rita, que pretende visitar o país em suas próximas férias.
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FIAM Assim como Rita, os outros visitantes do estande tiveram o desejo de visitar o país banhado pelo oceano Pacífico, fortalecido, devido a gama de informações, mapas e destinos turísticos expostos, como manifestações culturais, de saúde e misticismo, programas de esporte e aventura, além dos sítios arqueológicos, como a cidade de Machu Picchu, símbolo máximo do império Inca, estabelecido em meados do século XV.
»» Produtores amazonenses expõem orgânicos Formada por um material misto, composto de algodão cru, juta e garrafas pet, a sacola ecológica da Arte Nativa da Amazônia foi um dos destaques do setor de produtos orgânicos. Produtores amazonenses de guaraná, mel, cosméticos, licores, biscoitos, entre outros, que com iniciativa e um forte apoio da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS), desenvolvem produtos inovadores, de forte apelo ambiental e com propriedades livres de quaisquer substâncias que prejudiquem à saúde humana.
»» Os doces com frutas da região ganham um toque especial com embalagens feitas por artesãos locais
»» A Covema levou para feira produtos como a castanha embalada a vácuo
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»» Um grande espaço foi destinado para o artesanato
com fortes propriedades medicinais e terapêuticas. É o que avalia Christopher Hans, diretor presidente da Cooperativa Mista do Médio Amazonas, com sede no município de Caapiranga. “Os licores, polpas e outros produtos provenientes do Noni têm sido exportados por nossa cooperativa para São Paulo e Rio de Janeiro, embora em pequena escala e sob encomenda de pessoas que nos visitaram, provaram e sentiram no seu dia a dia os benefícios medicinais que estes produtos lhe trouxeram”, afirma Hans, exibindo o licor concentrado de Noni. É o caso das castanhas embaladas a vácuo, expostas pela Cooperativa Verde de Manicoré (Covema), que desde
»» Artesanato ganha destaque
2006 comercializa o produto para a capital amazonense e
Um dos destaques foi o espaço destinado ao artesanato
outros Estados, como o vizinho Pará. “Nossos castanhei-
regional. Quem visitou a tenda localizada na área exter-
ros, que somam em torno de 800, trabalham numa área
na, teve oportunidade de conhecer de perto lançamen-
que abrange os municípios de Manicoré e Novo Aripuanã,
tos em produtos artesanais produzidos por artesãos da
somando uma média de 300 toneladas de castanha ao
área de abrangência da Zona Franca de Manaus – ZFM,
ano”, afirma Clodoaldo Lima, representante da Covema
que inclui os Estados do Acre, Amazonas, Amapá, Rondô-
na Fiam 2011.
nia e Roraima.
Outra prova de que o cooperativismo tem fortalecido os
Empreendedores de várias regiões representados por
produtores do setor primário no Amazonas é o estande
sindicados de artesanato, associações e grupos individu-
de produtos à base de Noni, árvore que produz um fruto
ais, colocaram em evidência suas peças confeccionadas
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FIAM com os mais diversos materiais de natureza orgânica, design amazônico com qualidade e elegância. O estande do Projeto Artesanato Sustentável do Amazo-
»» Desing Jab Pasollini durante oficina
nas que trabalha com artesãos de: Presidente Figueiredo, Barreirinha, Tefé, Acajatuba, Novo Airão, Parintins, através de iniciativas da Amazonastur e Governo do Estado, já divulgaram os seus produtos em outras feiras no Brasil e no exterior. Rosineide Santos da Silva, 48 que trabalha no projeto há cinco anos disse ''por meio do artesanato conheceu vários estados e países, nossos produtos são bem aceitos lá fora”, afirma. O Estado de Roraima participa todos os anos da Fiam, seus produtos são feitos a partir de sementes de jarina, tucumã, buriti, paxiúba, jupati, fio de tucum, juta e tururi que despertaram interesse dos visitantes. Ana Lúcia Silva, 50, que é do estado do Rio Grande Sul, ficou impressionada com a qualidade dos produtos em exposição. ‘‘Aqui na feira, já comprei as lembranças de todos os meus familiares’’, diz. Todos os produtos expostos são sustentáveis, onde se trabalha o manejo florestal da matéria prima que garante a
»» Reciclagem de latinhas atrai a atenção do público Cada vez mais o mundo se preocupa com o meio am-
terias, boi garantido e caprichoso, bonecas, e uma varie-
biente, todas as empresas estão investindo alto em
dade de modelos.
projetos de preservação e reciclagem. Durante a Feira, foi possível encontrar um desses exemplos de investimento em reciclagem. A Coca-cola trouxe um stand com muitos modelos de reutilização de latinhas e um artista cheio de humor, o que atraiu a atenção dos vi-
zando palestras em comunidades e associações ensinando o que melhor sabe fazer. “Eu ensino as pessoas a ganhar dinheiro com o que o pessoal considera lixo”, afirmou. Atualmente um catador vende 1 kg de latinha, o equiva-
sitantes. A cada dez latinhas que são descartadas no meio ambiente, pelo menos nove são recicladas, por se tratar de um material que pode ser transformado várias vezes sem perder sua característica O artista plástico conhecido como Sérgio Luiz, trabalha há 18 anos com reciclagem de latinhas, aprendeu sozinho a fazer os objetos são carrinhos, motos, cavalos, ba-
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Há pelo menos 8 anos trabalha viajando pelo Brasil, reali-
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lente a 70 latas, por 2 reais, e com a mesma quantidade, é possível ganhar até 200 reais, é o valor agregado acima de tudo, as pessoas vivem de dinheiro, afirma Serginho. Para confecção dos objetos não é necessário fazer nenhum tipo de tratamento especial nas latas, é preciso apenas alguns materiais como tesoura, cola e material para fazer o acabamento como: emborrachado, fitas, brilho, lantejoula e muita criatividade.
perenidade dos recursos naturais. O artesanato regional
A tesoureira da Cooperativa Florat Carpam, Maria Rodri-
divulga a beleza da cultura e proporciona oportunidades de
gues, 48, que vive no município de Presidente Figueiredo
emprego e renda a artesão de várias regiões.
e esteve assistindo as oficinas, disse que tem uma plan-
» oFICInAS no ESTAndE do SEBrAE
tação de flores ornamentais e resolveu participar para
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas
hectares, lá eu tenho cerca de 12 espécies, acho interes-
Empresas (Sebrae), trouxe pela primeira vez à Fiam,
sante saber como aproveitá-las”, afirmou.
amostras e oficinas de arranjos regionais, reciclagem
» prEVISão do TEmpo
e confecção de fantoches, cachepot de fibras de
aprender um pouco mais. “Tenho uma plantação de dois
bananeira e buriti, para os visitantes. O objetivo é
O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) trouxe para
ensinar as pessoas a produzirem e aproveitarem a
a feira explicações sobre novas estações e as previsões para
época do natal para aumentar a renda da família e
Manaus até janeiro de 2012. Segundo a chefe e Meteorolo-
conquistar sua independência financeira, utilizando
gista do INMET, Lúcia E. M. Gularte da Silva, “O Instituto tem
matéria-prima da região.
um papel importantíssimo na Amazônia e com isto estamos
O desing Jab Pasollini esteve realizando a oficina de ar-
ampliando as estações de monitoramento na região”.
ranjo floral para mesas. Estiveram presentes participantes
O Instituto trabalha em companhia do CPTEC/INPE e ou-
do município de Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo,
tros centros regionais de meteorologia de todos os es-
que trabalham com esse tipo de cultura. Para ele é impor-
tados do Brasil . Ela informa que Manaus até janeiro de
tante mostrar as variedades de flores que o Amazonas
2012 terá chuvas acima da média. ■
tem, a fibra da bananeira é uma novidade nós transformamos o tronco dela em arte, afirmou Jab.
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- Floresta Brasil Amaz么nia
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Promove
Reportagem e fotos: Diárcara Ribeiro
Móveis com Qualidade Para as Escolas Públicas do Estado
[
O curso foi realizado nos municípios contemplados com o Programa de Regionalização do Mobiliário Escolar, o objetivo é padronizar e melhorar a qualidade
T
]
rabalhar com mobiliário não é tarefa fácil, se-
“É uma grande oportunidade fazer este curso. O que
gundo o moveleiro Herbelly Mateus Martins, 27,
sabemos, foi repassado por outros profissionais e no dia-
que desde 2005 está no setor. Começou como
a-dia. Este curso vai me oferecer conhecimento técnico
ajudante e atualmente constroi de tudo um pouco. Pen-
e o certificado vai fazer toda a diferença na hora de
sando nas exigências do mercado tem a certeza que a
arrumar um emprego”, avalia Herbelly Martins.
qualificação profissional é essencial. Assim como ele, outros moveleiros que fornecem carteiras, mesas e kits escolares para o Programa de Regionalização do Mobiliário Escolar (Promove), vão receber um curso como objetivo de padronizar e melhorar a qualidade dos bens aumentando sua vida útil.
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Através da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS), em parceria com o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam), Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e do Trabalho (Setrab), deram início ao Programa de Qualificação dos Produtores de Mobiliário Escolar, o qual vai ser oferecido a
- Floresta Brasil Amazônia
15 municípios, contemplando 18 organizações de moveleiros. De acordo com dados da ADS, o Promove atende 2.500 produtores, entre produtores rurais, associações, cooperativas e agroindústrias. Em quase sete anos de programa, o governo do Estado já repassou cerca de de R$ 22 milhões na compra de mobília escolar diretamente ao setor moveleiro. Para o Diretor de Negócios Florestais da ADS, Fernando Guimarães, o Promove atende apenas 11% da demanda da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), num universo de milhares de alunos, e que o curso vai aumentar no qualitativo e no quantitativo. “A maior finalidade é que possamos ampliar a solicitação de carteiras pela Seduc e qualificar os moveleiros e associações para que eles
»» Diretor de Negócios Florestais da ADS Fernando Guimarães
possam também além de produzir esses mobiliários que
»» Moveleiros receberam instrução para melhorar os acabamento dos movéis escolares
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Promove o Estado precisa, produzir também móveis para terceiros, e outros municípios”, observa.
» IlhA TupInAmBArAnA No município de Parintins (a 369 quilômetros de Manaus), uma solenidade abriu oficialmente o Programa no auditório do Centro de Educação de Tempo Integral Gláucio Gonçalves. As autoridades presente ressaltaram a importância da capacitação e do Polo Moveleiro para a cidade. No município, 36 profissionais estão sendo qualificados. A Presidente da União dos Micro e Pequenos Empresários Industriais e Artesãos de Parintins (Unipar), Cacilda Aporcino Colares, 64, ressaltou que o curso vai ajudar no acabamento do material entregue. “A qualificação é importante, porque
» Para os moveleiros o Promove é a garantia de um retorno financeiro certo
mesmo que os trabalhadores saibam, é necessário atentar para os detalhes”, diz. Atualmente a Unipar conta com 59 associados, destes, 18 são moveleiros, beneficiando cerca de 600 famílias.
estamos retomando a atividade. O curso vem para qualificar mais, afinal o programa só vai se manter se o produto tiver
De acordo com Cacilda Aporcino Colares, a Unipar entregou
qualidade” disse. Com 50 moveleiros associados, estão ge-
para o Promove 32.265 carteiras escolares e 1.500 kits para
rando direta e indiretamente cerca de 1200 empregos.
os alunos, o que corresponde a um total de R$ 2.193.670,00. “Antes do Promove não tínhamos uma produção com a certeza de venda. Trabalhamos com madeira de manejo e com a garantia que o produto vai ser comercializado”, ressalta.
O Governo do Amazonas, através da - ADS, está credenciando fornecedores para o Programa de Regionalização da Merenda Escolar - Preme e para o Programa de Regionalização do Mobiliário Escolar - Promove. O
O presidente da Associação dos Moveleiros de Parintins
prazo de credenciamento estende-se até o dia 16 de ja-
(Amopin), Edgar Lima da Silva, 41, fala que este ano é o pri-
neiro e os interessados devem retirar o edital na ADS,
meiro convênio, e que a Amopin fornecerá 4.000 carteiras.
localizada na Avenida Getúlio Vargas 1.127, Centro, no
“Estávamos desativados há 16 anos. Por conta do Promove
horário das 8h às 17h. ■
» ComprAS dE móVEIS A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) comprou
gerando menos gastos e mais eficiência. O curso de
este ano 60.000 mil carteiras, 1.000 Kit professor (car-
qualificação vem somar ”, avalia.
teira e mesa) e 6.000 kit aluno. O Gerente de Operações da Seduc, Luís Fonseca, disse que a proposta do governo é regionalizar ao máximo os móveis escolares, como por exemplo, a aquisição de quadro branco e armários, o que já está sendo pensado. “A partir da implementação do Promove ouve um avanço de fomento na economia dos polos moveleiros. A Seduc avança também na logística por conta dos polos no interior,
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O curso vai ser ministrado pelo Cetam com aulas teóricas e práticas, com duração de uma semana. Os municípios que estão sendo contemplados são: Parintins, Manacapuru, Itacoatiara, Carauari, Eirunepé, Manicoré, Apuí, Humaitá, Lábrea, Boa Vista do Ramos, Tefé, Borba, Rio Preto da Eva, Envira e Manaus.
Melhoramento genético de hortaliças para Trópico Úmido Brasileiro: o desafio do desenvolvimento de cultivares adaptadas à Amazônia A exuberância das florestas na Amazônia evidencia a enorme biodiversidade contida em seus ambientes naturais. Entretanto, os solos dos ecossistemas de terra firme apresentam, predominantemente, baixa capacidade de troca catiônica, indicando baixa fertilidade, segundo os padrões usuais da Agronomia. A ciência explica a colossal fitomassa contida nas florestas amazônicas de terra firme a partir da dinâmica de reciclagem de nutrientes das árvores e a parte aérea das mesmas funcionando como um imenso reservatório. Portanto, a fertilidade dos solos de terra firme ocorre a partir da manutenção do equilíbrio desse sistema complexo e frágil e o manejo inadequado desse recurso natural pode comprometer a sustentabilidade da atividade agrícola, principalmente em se tratando de cultivo de espécies de ciclo anual, como no caso da maioria das hortaliças. Por outro lado, os solos do ecossistema de várzea dos rios de água branca apresentam alta fertilidade natural, mas constituem uma pequena porção do território amazônico e são possíveis de serem utilizados apenas durante o curto período das vazantes. Assim, uma produção sustentável de hortaliças na Amazônia depende da adoção de estratégias e tecnologias que, além de possibilitar a superação das mencionadas limitações sejam capazes de adequar geneticamente às espécies agrícolas aos estresses ambientais prevalecentes nos trópicos úmidos.
Dr.Hiroshi Noda Pesquisador Titular INPA/Coordenação de Sociedade, Ambiente e Saúde
cais usando como sementes e mudas
O Programa de Melhoramento Genético de Hortaliças do INPA tem como objetivo gerar conhecimentos e produtos destinados aos agricultores familiares da região do trópico úmido e, com isso, contribuir para uma produção diversificada de alimentos. A estratégia escolhida foi trabalhar em duas vertentes, levando-se em conta os níveis de adaptabilidade genética das espécies olerícolas aos ambientes quentes e úmidos: Espécies Convencionais – aquelas mais conhecidas e consumidas, mas com baixos rendimentos quando cultivadas em ambientes tropicais úmidos e; Espécies Não Convencionais – apresentam elevados valores nutricionais, são adaptadas geneticamente para o cultivo no ambiente amazônico, mas são pouco conhecidas e consumidas.
matrizes as variedades geneticamente melhoradas para cultivo no trópico úmido. Por que não utilizarmos o trabalho do Professor Marcílio Dias da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", como um exemplo para superar os desafios para a construção de uma horticultura sustentável no trópico úmido brasileiro? Para isso contamos com políticas públicas voltadas ao agricultor familiar, a nível mu-
Em 2007 o Inpa celebrou um convênio de colaboração técnica científica com
nicipal, estadual e federal e, principal-
a Secretaria de Produção Rural do Estado do Amazonas com o intuito de pro-
mente, com um sistema, já montado e
duzir e disponibilizar aos agricultores, com ênfase na unidade familiar de pro-
em funcionamento, constituído pelas
dução, as sementes e mudas necessárias para o desenvolvimento sustentado
universidades, órgãos de pesquisa e
da agricultura regional. O diferencial desta proposta de desenvolvimento da
extensão rural em toda a região norte.
horticultura nesta região em relação a outras tentativas é que, na maioria dos casos, a multiplicação de sementes e mudas será realizada por produtores lo-
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Mineração
rEporTAgEm: Diárcara Ribeiro e Laila Pereira FoToS: Diárcara Ribeiro e Divulgação
ExplorAção DOS rECurSoS mInErAIS ESTÁ NA pAuTA DO dESEnVolVImEnTo
[
AS RESERVAS DO AMAZONAS DE POTÁSSIO SãO TãO IMPORTANTES QUANTO AS DUAS MAIORES ÁREAS PRODUTORAS DO MUNDO, QUE FICAM NO CANADÁ E NA RúSSIA. NO MêS DE OUTUBRO A PETROBRAS COMEMOROU 25 ANOS DE ATUAçãO EM URUCU, COARI
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- Floresta Brasil Amazônia
]
O
Estado do Amazonas foi agraciado pela natureza com uma configuração geológica altamente favorável para um grande número de
bens minerais e energéticos. O desenvolvimento dessa atividade na região está começando frente à potencialidade de sua geodiversidade. Um dos maiores desafios mundiais hoje é integrar a atividade econômica com a preservação ambiental e com preocupações sociais. Entre os principais minérios do Amazonas estão o calcário, ouro, estanho, potássio, gás e óleo.
» CAlCárIo Na região Sul do Amazonas há presença de calcário, especificamente o calcário dolomítico, utilizado na agricultura. O objetivo é a partir da produção dele dar suporte para o Pólo de Desenvolvimento Agrícola e Pecuarista da região do município de Apuí. Porém ainda não está em produção porque o calcário está dentro de uma Unidade de Conservação de uso Sustentável. Para produzir é necessário fazer com que o calcário chegue ao centro consumidor em Apuí, mas a área de exploração prevista está localizada na Floresta Estadual de Apuí e também pode afetar o Parque Estadual Sucunduri e o Parque Nacional Juruena. Será preciso desmatar vários quilômetros para construir uma estrada que permita a passagem de veículos com o produto.
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Mineração “Estamos discutindo uma maneira de como fazer o escoamento desse calcário sem prejudicar uma região que pretende alcançar um programa de Desmatamento Zero. Queremos que seja possível abastecer a atividade agrícola
“Da província mineral são retirados diariamente cerca de 11 milhões de metros cúbicos de gás natural e 54 mil barris de óleo. O Estado do Amazonas é o terceiro do país em produção, basicamente de Urucu”. Luís Ferrandans, gerente geral da Unidade de Operações de Exploração e Produção da Amazônia
daquela região e também o plano de reflorestamento que exige a correção do solo com o calcário”, declarou o secretário de Geodiversidade e Recursos Hídricos, Daniel Nava.
»» Garimpo do Juma A extração de ouro do garimpo do Juma, no município de Novo Aripuanã, é responsável por uma das mais graves degradações ambientais do Estado do Amazonas. A atividade no local permaneceu ilegal durante quase 4 anos. Durante esse período não houve controle de escoamento da produção, e o produto chegou a beneficiar outros Estados. A área do garimpo do Juma tem uma área de 10 mil hectares, mas a extração acontece em pontos específicos que ficam em cerca de 10 a 30 hectares.
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»» Secretário Daniel Nava planta as bases do desenvolvimento com sustentabilidade
O garimpo deixou de ser clandestino e foi legalizado no
que irá pagar os royalties. Porém só será possível avaliar
dia 1 de maio de 2011. Com a legalidade teve início um
a produção a partir do primeiro ano fiscal, em 2012, por
programa de recuperação das áreas degradadas, que im-
meio de um relatório anual de lavra. Com isso serão ob-
plica o replantio de mudas nos locais onde o produto era
tidas informações de quanto foi gerado de riqueza tanto
lavrado e recuperação do rejeito.
para o município quanto para o Estado.
“Esse processo é lento porque ficou ilegal durante muito
»» Mina do Pitinga
tempo, mas esperamos que nos próximos dois anos seja possível ter respostas positivas. Temos que levar também para o local um programa de recuperação de cidadania. Precisamos reverter o quadro que encontramos em qualidade de vida desses trabalhadores, na proteção e segurança do trabalho e produzir”, afirmou Daniel Nava. A atividade que chegou a atrair mais de 5 mil pessoas de todo o país, hoje conta com cerca de 250 famílias. Todos os atuais garimpeiros são vinculados a cooperativas e só possuem permissão de trabalhar mediante a esse cadastro. Eles fazem o controle da qualidade de água, para que se caracterize que eles estão buscando a recuperação das áreas. De acordo com o secretário Daniel Nava, a produção atual começou a ser licenciada, ou seja, há um comprador
A Mina do Pitinga, em Presidente Figueiredo, foi descoberta na década de 80. É a principal mina de estanho no Brasil. Já chegou a representar quase que 80% da produção brasileira. Há dois anos eles diminuíram a produção para estudar as rochas fontes e definir locais onde existem os depósitos de estanho (cassiterita). “Nós temos uma mina e um pólo eletroeletrônico que é consumidor desse estanho. Temos um projeto focado no melhor aproveitamento desta matéria prima na região”, disse Daniel Nava. A Mina do Pitinga é poliminerálica, ou seja, não produz apenas estanho ela também tem uma série de outros elementos que direcionados podem gerar muita riqueza. Já é produzido também ferro e nióbio, e há possibilidade de
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Mineração
»» Secretário Daniel Nava (em pé) e o presidente da CPRM Marco Antônio Oliveira (segurando o microfone)
utilização de minerais de terras raras (grupo específico
Para explorar é preciso construir uma mina, submersa,
da tabela periódica), que é utilizada inclusive, na indústria
com pelo menos dois poços, um para exploração e o ou-
automobilistíca.
tro para a descida dos equipamentos.
A exploração é feita pela empresa licenciada Mineração
As reservas do Amazonas são consideradas tão importan-
Taboca que pertence ao grupo peruano Minsur, que pos-
te quanto as duas maiores áreas produtoras do mundo,
sui concessão pública. Os direitos pertencem a essa em-
que ficam no Canadá e na Rússia. Elas possuem um am-
presa e qualquer outra que tivesse interesse de explora-
biente geológico muito similar.
ção tem que se associar a ela.
»» Tantalita
»» Reservas de Potássio
A tantalita é um mineral composto de ferro, manganês, nió-
Atualmente são reconhecidas reservas na região de Nova
bio e tântalo. É um minério utilizado na insdústria do aço, do
Olinda do Norte e Itacoatiara, onde existem depósitos de
vidro e de eletrônicos. O empresário Martinelli Gonçalves da
sais de potássio. Os direitos de exploração são da Petro-
Costa possui duas áreas no municipio de Barcelos, diatante
bras, elas ainda não estão em produção, por isso ainda
mais de 400 km de Manaus, onde há incidência de tantalita.
são jazidas, mas podem chegar a fabricar 300 milhões de toneladas ao ano.
Um área com cerca de 6 mil hectares e a outra com cerca de 7 mil hectares, onde só é possível chegar por meio
Em Autazes os direitos são da empresa Potássio do Bra-
fluvial. Martinelli possui as áreas desde 2000, mas encon-
sil. Os investidores estão desenvolvendo pesquisas e já
trou dificuldades de retirar as licenças em razão de serem
possuem dois locais onde encontraram reservas de Po-
locais próximos ao Parque Estadual Serra do Aracá.
tássio mais próximas da superfície.
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- Floresta Brasil Amazônia
“Nós já conseguimos a autorização do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) para pesquisas e estamos pleiteando a licença do Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam). Ainda não há extração do minério, mas espero que possamos iniciar os trabalhos em 2012”, declarou o empresário. Martinelli já trabalhou com minérios e realizou pesquisas em Macapá e no Pará. De acordo com ele a intenção é trabalhar com o beneficiamento do minério, que poderá ser extraído tanto de maneira artesanal quanto industrial. ■
»» Luís Ferrandans, gerente geral da Unidade de Operações de Exploração e Produção da Amazônia
»» Petrobras comemora 25 anos de descoberta de urucu Em 1986, no município de Coari (a 650 km quilômetros de
funcionários, com o lançamento do livro. "A Petrobras na
Manaus), aconteceu o primeiro jorro comercial de petróleo.
Amazônia - a riqueza que vem do Solimões", da historiadora
Em outubro a Petrobras comemorou 25 anos da descober-
amazonense Etelvina Garcia. No livro, a história é contada
ta de petróleo na reagião, onde a empresa desenvolve ativi-
cronologicamente como ressaltou a escritora: “As sucessivas
dades de exploração e produção de petróleo e gás natural.
experiências em se encontrar óleo na região, as tentativas e o
O petróleo de Urucu é de alta qualidade e considerado
sucesso. Escrever essa história foi uma honra”, declarou.
o mais leve entre os óleos processados nas refinarias
Foi lançado também um selo comemorativo em parceria
do país. A característica resulta em seu aproveitamento
com os Correios. Quem participou da festa pode conferir
especialmente para a produção de gasolina, nafta petro-
a exposição fotográfica de Antonio Iaccovazo. “Retratei
química, óleo diesel e GLP (gás de cozinha). O processa-
os 25 anos, em várias viagens que fiz até lá, procurei in-
mento de GLP, supera 1,3 mil tonelada diária, equivalen-
teragir com as pessoas para sentir o trabalho realizado
te a 155 mil botijas de 13 kg, abastecendo os Estados do
por elas. São 12 paineis alusivos ao número 12, data da
Pará, Amazonas, Rondônia, Maranhão, Tocantins, Acre,
descoberta de Urucu, mas a exposição pretende ser iti-
Amapá e parte do Nordeste.
nerante com 25 paineis”, comenta.
O resultado de produção de acordo com o gerente geral
Em Urucu existem 740 quilômetros de dutos, sendo 600 ter-
da Unidade de Operações de Exploração e Produção da
restres e 140 submersos. Os dutos ligam os poços até o Polo
Amazônia, Luís Ferrandans, são: “Da província é retirado
Arara, onde se realiza os processos. Em cada clareira aberta
cerca de 11 milhões de metros cúbicos de gás natural por
para a perfuração de poços petrolíferos é realizado um traba-
dia e 54 mil barris de óleo. O Estado do Amazonas é o ter-
lho de recomposição da cobertura florestal, mantendo ape-
ceiro do país em produção, basicamente da província de
nas uma área para os equipamentos de produção.
Urucu”, afirma destacando ainda a preservação do meio ambiente realizado pela empresa. São gerados diretamente seis mil e cem empregos. Em co-
Os municípios que mais recebem investimentos, seja de produção ou para encontrar novas reservas são Coari, Carauari, Tefé, Tapauá, Silves e Itapiranga.
memoração aos 25 anos uma festa foi preparada para os
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A rETomAdA ExTrATIVISTA no AmAzonAS O recente processo de recadastramento das cooperativas de extrativismo de Humaitá e Manicoré, municípios do Sul do Amazonas, onde estão localizadas as maiores tensões fundiárias e ambientais do Estado, marcam um novo ciclo na história do extrativismo aqui na região. O recadastramento é a exigência para participar do “Programa Extrativismo Mineral e Familiar”, do Governo do Amazonas. O passo é importante para orientar e mapear áreas e trabalhadores que retiram o sustento dessas cooperativas. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), à qual está ligada a Secretaria Executiva de Geodiversidade e Recursos Hídricos (SEGEORH), encarregada do programa, já recadastrou mais de 500 cooperados, de um total de 1.034 existentes. Os trabalhadores, após o recadastramento, deverão ainda participar de um curso de capacitação denominado “Boas Práticas Ambientais”, e somente após todo o processo, estarão aptos a seguirem com suas atividades na área. O “Programa Extrativismo Mineral e Familiar” foi iniciado em 2005 e vem apoiando o processo de extração de ouro no rio Madeira, beneficiando famílias que desenvolvem essa atividade no período da vazante. Os extrativistas estão organizados em duas cooperativas, Humaitá e Manicoré. As atividades seguem a Instrução Normativa SDS 003/2007, que dispõe sobre as práticas ambientais do extrativismo mineral. O avanço na organização do extrativismo em nossa região, chega após déca-
Francisco Cruz Procurador Geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Amazonas
das de abandono. O extrativista tradicional da Amazônia mora no coração da floresta, vive da coleta das riquezas naturais, borracha, castanha e comple-
Quem é contra e a favor, concorda em
menta sua renda com a caça, a pesca, a coleta de frutos, como o açaí.
um ponto importante: a necessidade
Mesmo incentivando e protegendo esses trabalhadores, ainda há muito o que fazer para proteger a atividade e, consequentemente, a susbistência do homem na floresta. Apesar das ações dos Governos Federal e Estadual, grandes empresas ainda burlam as leis e invadem a floresta explorando o extrativista e comprando madeira e outras riquezas naturais por valores irrisórios, sem recolher os devidos impostos. O novo Código Florestal, aprovado recentemente pelo Senado, determina como será a exploração das terras e a preservação das áreas verdes do país, e apesar de envolto em polêmicas, poderá nortear melhor a questão do extrativismo. O Código estabelece parâmetros e limites para preservar a vegetação nativa e determina o tipo de compensação que deve ser oferecido por setores que usem matérias-primas, como reflorestamento, assim como as penas para responsáveis por desmate e outros crimes ambientais relacionados.
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- Floresta Brasil Amazônia
de incluir incentivos, benefícios e subsídios para quem preserva e recupera a mata, como acontece na maioria dos países que vem conseguindo avançar nessa questão ambiental. Resta-nos torcer para que o modelo dê certo e consiga resgatar a dignidade do homem da floresta.
Centenário FoTorEporTAgEm: Antonio Ximenes
CEnTEnárIo DE CArAuArI REúNE mIlhArES dE pESSoAS
[
A FESTA EM COMEMORAçãO AOS 100 ANOS DO MUNICíPIO DE CARAUARI REUNIU MILHARES DE FAMíLIAS NA PRAçA PRINCIPAL DA CIDADE, NO DIA 27 DE SETEMBRO
]
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Seminário
REPORTAGEM e FOTOS: Kenia Leal
EM BUSCA DA
PECUÁRIA SUSTENTÁVEL NO AMAZONAS
[
]
Novas tecnologias, Licenciamento ambiental e o novo código florestal foram os principais assuntos abordados no I seminário de pecuária sustentável, realizado na Assembleia Legislativa
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- Floresta Brasil Amazônia
C
erca de 300 pessoas participaram do I seminário
transformar os projetos isolados, as unidades demons-
sobre pecuária sustentável do Amazonas. Estive-
trativas de pecuária sustentável numa verdadeira política
ram presentes deputados, Ongs, Universidade e
pública. O deputado estadual Sidney Leite (DEM), cobrou
produtores rurais que debateram questões agrárias no Es-
mais flexibilidade no crédito para produtores rurais e mu-
tado. A cerimônia ocorreu no auditório Berlamino Lins na
danças nas regras para concessão de financiamento.
Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), no dia 20 de outubro.
O Seminário se mostrou fruto de amadurecimento das políticas públicas, ambientais e também uma nova cons-
A realização do seminário é uma forma dos pecuaristas
ciência da sociedade no sentido da mudança de postura
trabalharem com a consciência no meio ambiente, pois
de uma produção sustentável, disse a secretaria de Es-
a pecuária de corte vem sendo colocada na berlinda
tado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
nas questões de sustentabilidade, aquecimento global,
(SDS), Nádia Ferreira.
balanço de carbono. Por este motivo entre os assuntos abordados estavam: código florestal, licenciamento ambiental, novas tecnologias de processo e insumo, irrigação de pastagem e os impactos da extensão rural.
O evento contou com mais de 50 pecuaristas, entre eles o presidente da Associação dos Produtores Rurais de Santo Antônio do Matupi, Nardélio Gomes, que, posteriormente foi assassinado com dois tiros em Humaitá.
Palestrantes de outros estados também estiveram pre-
Nardélio participou do seminário e falou da importância
sentes no seminário, Luiz Cesar Drumond de Minas Ge-
da legalização fundiária no sul do Amazonas. "A terra tem
rais falou sobre Irrigação de pastagem. Já o palestrante
que ter dono". disse.
Emerson Simões, veio da Bahia e falou sobre os impactos da Extensão Rural na produtividade da fazenda.
Universitários do curso de veterinária da Escola Superior Batista do Amazonas (Esbam) participaram do evento como
De acordo com o Presidente da Federação da Agricultura
forma de aprimoramento em suas atividades como futuros
e Pecuária do Amazonas e Serviço Nacional de Aprendi-
veterinários. Para a estudante Priscilla Rodrigues “ A inicia-
zagem Rural (Faea/Senar), Muni Lourenço, "A expectativa
tiva foi ótima, principalmente por destacar o conceito de
foi a melhor possível, um evento como este é grandioso
sustentabilidade aos pecuaristas do Amazonas”, avaliou.
e histórico para o setor primário da pecuária do Estado do Amazonas".
O Estado do Amazonas, atualmente, conta com 16 municípios onde a principal atividade econômica é a pecuária
Para o Deputado Estadual Luiz Castro (PPS), o seminário
de corte e de leite, entre eles, Rio Preto da Eva, Apuí, Pa-
é uma junção de esforços pela liderança da Faea, para
rintins, Boca do Acre entre outros. ■
»» O evento contou com as principais lideranças da área rural
»» Muni Lourenço avaliou o seminário como um momento histórico do setor primário
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Embrapa rEporTAgEm: Marcello de Paulo FoToS: Michell Melo
CompoSTo INOVADOR E ECologICAmEnTE VIáVEl
[
]
AMAZONAS SAI NA FRENTE E LANçA UM COMPOSTO DE MADEIRA E CIMENTO RESISTENTE QUE DEVE SE TORNAR FONTE DE RENDA PARA PEQUENOS PRODUTORES
» Os pesquisadores Roberval Lima e Fernando Almeida
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- Floresta Brasil Amazônia
» O plantio de Tachi Branco, Amapá Doce e Eucalipto é essencial para a produção
T
rata-se de um composto de madeira e cimento
Inicialmente as espécies selecionadas para a pesquisa são
que substituirá 60% da matéria-prima da cons-
de madeira branca e que se desenvolvem rapidamente,
trução civil, tornando tais construções mais
num período médio de dois anos. É o que explica Ro-
econômicas, resistentes aos fatores climáticos e am-
berval Lima, pesquisador da Embrapa, responsável pela
bientalmente sustentáveis. O Projeto Sil-
silvicultura que abrange uma área de um
vitec, que desenvolveu a pesquisa duran-
hectare, nas dependências da instituição.
te dez anos, combina a silvicultura da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) com a tecnologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), resultando em uma matéria-prima inovadora e economicamente viável.
“Nós desenvolvemos um plantio consorciado de espécies como Tachi Branco, Amapá Doce e Eucalipto, madeira tropical amazônica, que têm se mostrado essenciais para a produção do ‘Compósito Madeira-Cimento’, o que permitirá que pequenos produtores possam tornar-se fornecedores potenciais para este mer-
O composto pode tornar-se uma fonte de renda para
cado que se desenvolverá nos próximos anos”, avaliou,
pequenos produtores, em pequenas áreas e em curto
ressaltando ainda que o valor social vai além de geração
prazo em uma alternativa importante para a redução do
de renda para as famílias amazonenses, como também
desmatamento de floresta nativa na Amazônia. “A ma-
servirá de alternativa para a construção de casas popula-
deira sólida é triturada e unida ao cimento aglutinante,
res para a população de baixa renda.
juntamente com um aditivo e prensada durante 24 horas. O resultado é um produto resistente à biodegradação e biodeteriorização amazônicas, totalmente à prova d’água, que substituirá o mármore, o tijolo, a areia e o barro usados nas construções convencionais, além de servir como matéria-prima de móveis diversos”, explica o pesquisador do Inpa, Fernando de Almeida, responsável pelo desenvolvimento da tecnologia e pelos testes que comprovam a durabilidade e confiabilidade do produto.
Ainda não se calcula o valor de mercado deste novo produto. Entretanto, pode-se considerar que o maquinário necessário para esta produção não demanda a encomenda de grandes fornecedores de tecnologia, não necessita de grandes áreas de plantio e os recursos naturais abundantes em nossa região selam o futuro promissor desta tecnologia que promete revolucionar o conceito estrutural das edificações futuras. ■
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Vida nos rios REPORTAGEM: Clarice Manhã FOTOS: Diárcara Ribeiro e Euzivaldo Queiroz
Os navegantes dos grandes rios
[
]
As estradas de água no Estado do Amazonas revelam muito mais do que um simples trajeto. Elas estão cheias de histórias de vida de pessoas que trabalham nas embarcações ou que utilizam o transporte fluvial
N
a maior bacia hidrográfica do mundo, que ba-
os riscos de naufrágio e acidentes durante a viagem. Um
nha a região Amazônica, navegam cinco mi-
incêndio que fez o barco que ele pilotava afundar no Rio
lhões de passageiros por mês, confiantes na
Solimões, há 11 anos, ainda assombra a memória do pi-
experiência dos comandantes. Entre partidas e chegadas
loto. “Um vazamento de gás na cozinha provocou o fogo,
são paisagens paradisíacas que se repetem em horas de
no início da manhã. Perdemos o barco todo, e as mer-
viagem e a sinfônia de redes rangendo dia e noite nas
cadorias, mas a tripulação e os 90 passageiros a bordo
embarcações tradicionais.
conseguiram se salvar”.
No Porto de Manaus e Porto da Manaus Moderna, de do-
O comandante viaja regularmente de Manaus para Taba-
mingo a domingo, é dia de embarque e desembarque. Lá
tinga. A cada 14 dias navegando, passa sete na BR-174,
chegam e partem barcos para quase 100 destinos, com
onde mora com a família. De calça branca de linho, ca-
turistas, gente que vem procurar oportunidades na capital,
misa de botão e os cabelos grisalhos penteados sobre
gente que volta para rever familiares, comerciantes, pesqui-
os olhos verdes, ele se diz adepto da velha máxima dos
sadores ou simplesmente viajantes. Diferente dos portos à
navegadores: em cada chegada um apito, em cada porto
beira do mar, que aguçam o olfato com a maresia, o Rio
um novo amor.
Negro captura seus observadores sobretudo pelo sentido da visão. Quem olha aquela imensidão de água da cor de coca-cola se impressiona. Em seguida, são os ouvidos que situam o ambiente, no embalo dos grandes sucessos do brega, do tecnobrega, e do chamado “sertanejo universitário”.
O piloto Manoel Rozoaldo Marquês, 73, se preocupa mais com os piratas de rio. “Fui assaltado em uma viagem, há 14 anos, por ladrões que se fingiram de passageiros. Hoje só viajo prevenido, e controlo pessoalmente quem entra e quem desce do barco”. Desde que
Para o comandante Antônio de Oliveira, 56, a viagem
arrendou o barco Amazônia Hum, Rozoaldo não tem
começa na véspera, durante a preparação. Ele enumera
tempo de se aproximar do leme no percurso entre Ma-
os cuidados com a manutenção da embarcação, recebi-
naus e Manicoré, no rio Madeira. Com a colaboração da
mento de encomenda e estoque de alimentos para as
esposa e filhos, ele coordena o embarque e desembar-
refeições. “Sou comandante há 26 anos e nunca fiz uma
que de 142 passageiros, recebimento e entrega de até
viagem sem antes checar todos os itens de segurança e
180 toneladas de carga e manutenção do barco, além
fazer uma oração. Um imprevisto pode ser fatal no rio”,
de fazer a segurança do barco.
diz. Quando se vê o barco tingido de ponta a ponta pelo colorido das redes, é que chegou a hora de partir.
Assim, o comandante deixa a direção do barco nas mãos do prático Bianor Brasil de Souza, 63, especialista na calha do
Aos 67 anos com 30 de profissão e aposentado, mas sem
Madeira, ele acumula 35 anos de experiência navegando
deixar o batente, o comandante Manoel Araújo, destaca
neste rio. Bianor viu chegar ao Amazonas a tecnologia que
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- Floresta Brasil Amazônia
Floresta Brasil Amaz么nia - DEZ 2011 / JAN 2012
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Vida nos rios »» Os barcos seguem o curso lotados com mercadorias e passageiros
trouxe mais segurança aos navegantes do mundo todo, o GPS. Também aprovou os avanços da engenharia naval, que permitiram a substituição dos barcos de madeira, ainda nem todos abandonados, para as construções em ferro. “Hoje a navegação está mais segura, temos os radares, não é mais preciso guardar na cabeça cada curva do rio”, compara. Atenção é o requisito essencial ao bom comandante, define o proprietário do barco Calipso I, Manoel Amaral 55. No ramo há 30 anos, ele conta que já trabalhou com mais de
»» O porto recebe cerca de 25 transatlânticos por ano
10 comandantes, em barcos diferentes, e por experiência aprendeu que o bom piloto é sobretudo o mais responsável. “Pilotar um barco é como dirigir um carro numa pista coberta de lona, sem saber o que está embaixo da pista”.
»» Em família No barco Nova Conquista I, o clima familiar na tripulação envolve os passageiros. O marido é o comandante, a mulher é enfermeira de bordo e os três filhos são tripulantes. O casal começou a trabalhar na navegação logo após o casamento, em 1978. Recém casada, levou o companheiro Francisco Pereira, 52, cearense, para trabalhar no barco do avô. Há dez anos a família adquiriu o barco próprio, e desde então fazem a travessia do Rio Solimões, de Manaus a Fonte Boa, a rotina da casa. Francisco comanda a viagem durante as 72 horas que sobe o rio, na saída de Manaus à Fonte Boa, e nas 40 horas no caminho de volta. Durante o dia ele reveza o leme com três marinheiros, e faz breves pausas para o descanso. À noite é ele que enfrenta o rio escuro e silencioso. “Não há condições de se contratar mais comandantes. Eles cobram de R$ 2 mil a R$ 3 mil para uma viagem de 9 dias, nosso lucro seria muito reduzido”. ■
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- Floresta Brasil Amazônia
»» Passageiros aguardam a hora do embarque na praça de alimentação
»» Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental A Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental realiza provas para emissão da Carteira de Habilitação de Arrais (CHA), que atesta o piloto como hábil à função, toda quinta-feira. Em 2009 foram emitidas 459 carteiras, em 2010, 488. De janeiro a novembro de 2011 a Capitania emitiu 752 habilitações, informou o comandante Odilon Leite de Andrade Neto. “Atribuímos esse crescimento ao aumento da fiscalização e maior conscientização sobre a importância da habilitação”, disse. O candidato a Arrais-Amador deve ser maior de 18 anos, apresentar atestado médico- mental e de acuidade visual-auditiva para fazer a prova. A taxa de inscrição custa R$ 40. A Capitania calcula que diariamente, 70% da população da região Norte usa o transporte fluvial. O Ministério dos Transportes anunciou no fim de novembro que está elaborando um projeto de lei com orçamento de aproximadamente R$ 70 milhões para melhorar o transporte de passageiros pelos rios da Amazônia. Batizado como PL pró-passageiro, o projeto vai viabilizar o financiamento de construção e modernização de barcos para ribeirinhos. A proposta está no Ministério dos Transportes e seguirá, pela segunda vez, para a Casa Civil para ser avaliada. O próximo passo será na Câmara dos Deputados, com pedido de tramitação em regime de urgência.
»» Barcos de linha compõem o cenário da orla de Manaus
Floresta Brasil Amazônia - DEZ 2011 / JAN 2012
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Bolsa Floresta
REPORTAGEM: Marcello de Paulo FOTOS: Divulgação/FAS
AÇÕES DO
BOLSA FLORESTA SÃO DISCUTIDaS EM MANAUS
[
O Encontro serviu de parâmetro do Programa existente em 15 Unidades de Conservação do Estado do Amazonas
U
]
m encontro como este nos dá a oportunidade de
comunicação e transporte, produção sustentável. Segun-
expor e receber ideias que nortearão as nossas
do o líder da Reserva de Desenvolvimento Sustentável
ações futuras, pois uma grande organização se
do Rio Madeira, Marcos Torres, o maior benefício con-
baseia na multiplicidade da colaboração das pessoas e tam-
quistado por eles é o poder de decisão em direcionar tais
bém no comprometimento mútuo", afirmou o Presidente
benefícios nas áreas que eles mais necessitam.
da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Luís Fernando Furlan, durante o VI Encontro das Lideranças das Associações das Unidades de Conservação do Programa Bolsa Floresta, realizado em parceria com o Centro Estadual de Unidades de Conservação (CEUC).
“Hoje, nós sabemos que o auxílio disponibilizado junto à Fundação Amazonas Sustentável vai ser usado no que a comunidade estiver mais necessitada. Com o Bolsa Floresta nós colocamos a roçadeira na mão, agilizando o nosso trabalho, que no tempo dos nossos pais era feito
O encontro, que apresentou resultados e discutiu me-
com terçado na mão e muitas horas a mais no campo”,
canismos para melhor beneficiar as famílias alcançadas
avaliou Torres, que foi eleito pela maioria dos líderes para
pelo Programa, aconteceu do dia 14 a 17 de novembro,
representá-los como porta voz na avaliação do Encontro.
na Maromba, reunindo a iniciativa pública e privada, conselheiros e comunitários num grande palco de debates em defesa da floresta e de seu maior patrimônio, as 7 mil famílias ribeirinhas que se encontram dentro dos 10 milhões de hectares que somam juntas as 15 Unidades de Conservação do Amazonas.
Entretanto, uma das deficiências diagnosticadas foi a pouca divulgação, por parte das associações, dos resultados destas conquistas, além da dificuldade do escoamento da produção interna das UCs. “Nós precisamos de uma feira para que possamos vender nossos produtos por um preço digno”, afirmou Torres, tendo como resposta que
Cerca de 30 mil comunitários são hoje beneficiados pelo
uma providencia neste sentido já estava sendo estudada
Programa Bolsa Floresta, que contempla mensalmente
para auxiliar as famílias na venda de seus produtos.
as Unidades de Conservação (UC) com recursos individuais e coletivos, como projetos ligados à saúde, educação,
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- Floresta Brasil Amazônia
A Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS) foi acionada e chegou a noticia de um espaço destinado a estes
»» O que é o Bolsa Floresta? O Programa Bolsa Floresta é um projeto de compensação ambiental que beneficia as populações tradicionais comprometidas com a preservação da floresta em pé e empenhadas na redução dos danos predatórios aos recursos naturais que nela existem. O Programa possui quatro vertentes: O Bolsa Floresta Renda, que apoia a produção sustentável e certifica tais produtos, somando um investimento anual de R$ 140 mil por Unidade de Conservação. O Bolsa Floresta Social, que aplica R$ 140 mil anu»» Lideranças participam de reunião para debater o programa Bolsa Floresta
ais em cada UC para a melhoria de serviços como saúde, educação, transporte e comunicação nas comunidades contempladas.
produtores na futura Feira da Aeronáutica, arrancando um forte aplauso de todos os presentes no encontro.
»» Comunicação e Fiscalização De acordo com a Coordenadora do Bolsa Floresta, Val-
O Bolsa Floresta Associação, que fortalece as associações de moradores das UC´s, promovendo a aquisição de bens como voadeiras, computadores e outros componentes que propiciam uma melhor ação por parte destas associações.
cléia Solidade, o processo de divulgação e aproximação
O Bolsa Floresta Familiar, que promove o envolvi-
é uma das prioridades do Programa. “O nosso desejo é
mento das famílias associadas através do pagamen-
que estas associações sejam uma ponte que liga as comu-
to de uma recompensa mensal de R$ 50, efetuado
nidades à FAS, demonstrando aos comunitários as ações
às mães de família das comunidades.
aplicadas em seu beneficio. Com isso, certamente o desafio de atrair mais sócios seria executado com sucesso”, avaliou, anunciando que até fevereiro de 2012, 121 estações de rádio serão implementadas nas UC's, diminuindo a distância e logística neste processo de assistência às associações. O poder de fiscalização ambiental, delegado aos comunitários, também será intensificado com estas novas ferramentas. É o que e avalia o superintendente geral da FAS, Virgílio Viana. “Nós teremos, com este sistema integrado de rádio, mais mecanismos para combater a pesca predatória, grilagem de terras, extração ilegal de madeira, e outras ações criminosas praticadas fora das UC's, acionando imediatamente o Centro Estadual de Unidades de Conservação e a Polícia Ambiental”, concluiu. ■
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| 79
Anamã
Reportagem e fotos: Marcello de Paulo
SETOR PESQUEIRO defende a PRESERVAÇÃO DE CARDUMES
[
O período de defeso no município de Anamã conta com a conscientização e fiscalização promovida por Associações, Sindicatos, Colônias de Pescadores e Secretaria Municipal de Meio Ambiente
80 | DEZ 2011 / JAN 2012
- Floresta Brasil Amazônia
]
O
peixe é a principal receita de proteína da popu-
Somente no setor pesqueiro, três associações promovem
lação do interior, como também principal fonte
a reunião da classe organizada em Anamã: A colônia de
de renda dos pescadores. Em tempos de vazan-
pescadores Z-44, a Associação de Pescadores Artesanais
te, período que dura de novembro até março, algumas
de Anamã (Aspean) e o recém fundado Sindicato dos Pes-
espécies correm sérios riscos devido à caça predatória.
cadores Anamaenses (Sindpesca), que surge como mais
No município de Anamã (a 129 quilômetros de Manaus), a
uma alternativa de potencializar a pesca no município.
tendência é que os pescadores, organizando sua classe as-
De acordo com o secretário de meio ambiente e desen-
sumam a responsabilidade de preservar e fiscalizar ações
volvimento sustentável de Anamã, Hidemberg Barroso,
que prejudiquem os cardumes.
“A ‘Semads’ tem lutado em conjunto com as associações
De acordo com o presidente da Associação dos Pescadores Artesanais de Anamã (Aspean), Ocindo Martins, a
pela defesa dos cardumes e impedimento da prática da pesca predatória no município”, afirma.
conscientização e união da classe têm sido intensificadas
É o que também considera o prefeito de Anamã, Jecimar Pi-
junto às famílias anamaenses, através do processo de
nheiro, que o fortalecimento da cadeia produtiva local passa
associativismo. “Nós temos nos preocupado muito em
pelo processo do cooperativismo e associativismo. “Só assim
cumprir os acordos firmados junto à secretaria municipal
nós vamos ser mais fortes. Hoje em Anamã, graças a Deus, to-
de meio ambiente para que a geração dos nossos filhos
dos os presidentes de cooperativa, seja de pescadores, cria-
possa usufruir da mesma fartura de peixes que temos
dores ou produtores, têm nos procurado e a prefeitura está
hoje, praticando, nestas épocas, apenas uma pesca para
totalmente empenhada para que possamos fortalecer o nos-
o sustento da família e denunciando, sempre que neces-
so setor primário, valorizando o homem do campo e promo-
sário, os arrastões e qualquer tipo de pesca comercial e
vendo um desenvolvimento sustentável de nossos recursos.
predatória”, explicou Martins, ressaltando que os acor-
»» CETAM e ASPEAN promovem curso de beneficiamento de pescado
dos locais impedem que a pesca comercial seja praticada no período de setembro a fevereiro. A partir de novembro, até o mês de março, os pescadores são auxiliados pelo Governo do Estado através do auxílio defeso, o que reforça a motivação para esta postura fiscalizadora das famílias locais. “Hoje, graças a Deus, nossos mais de 700 pescadores filiados à Aspean são auxiliados e recebem o seguro defeso para que possam se sustentar, assumindo uma responsabilidade ambiental que não se via há alguns anos”, afirmou Martins.
Empanados de filé de peixe, patês, empadões e assados de peixes inteiros sem espinha, foram alguns dos produtos finais do Curso de Beneficiamento de Pescado, promovido pelo Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam) em parceria com a Aspean, no mês de setembro, onde cerca de quinze famílias tiveram a oportunidade de aprender a desenvolver pratos inovadores usando o pescado local. ■
»» Presidente da Aspean Ocindo Martins
Floresta Brasil Amazônia - DEZ 2011 / JAN 2012
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Reserva
REPORTAGEM: Diárcara Ribeiro FOTOS: Lemmos Ribeiro
Roteiro turístico para Copa de 2014 inclui Unidades de Conservação
[
O Parque Estadual Rio Negro Setor Sul oferece paisagem exuberante. o turista além de conhecer o cenário pode comprar artesanato local
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- Floresta Brasil Amazônia
]
L
ocalizada em frente à ilha Comprida do Parque
mudança de categoria em uma parcela do PAREST Rio
Nacional de Anavilhanas, a comunidade Boa Vis-
Negro Setor Sul, sem que haja prejuízos à conservação.
ta faz parte do Parque Estadual Rio Negro Setor
Ano passado, um projeto de lei foi submetido e apro-
Sul, uma Unidade de Conservação de proteção integral,
vado na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam),
criada através do Decreto Estadual n.0 16.497, de 2 de
onde o governador assinou a lei que autoriza a rede-
abril de 1995. Na comunidade residem 106 famílias, que
limitação. “O parque é uma unidade de categoria de
mantém sua fonte de renda com o turismo comunitário.
proteção integral e está passando por um processo de
A comunidade está distante 34 quilômetros de Manaus.
redelimitação de seus limites. Uma parte da área vai ser
A área atual do Parque é de 157.807 hectares. A comunidade conta com atrativos naturais como praia, cachoeira, trilha, campina, igapó, animais como o Sauim-de-Coleira. É com o olhar cansado e muita experiência a cerca da
transformado em reserva de desenvolvimento sustentável e irá abranger a área de uso das comunidades que hoje vivem nele. Já realizamos oficinas, agora vamos partir para consulta pública”, afirmou. ■
fauna e flora amazônica, que o morador Manoel Gomes, 62 anos, reside há 44 anos na comunidade, sustenta a família com a aposentadoria e fazendo serviço como guia para turistas. Gomes quer que a área vire reserva de
»» Durante o passeio nas trilhas o instrutor compartilha o conhecimento sobre a fauna e flora local
Desenvolvimento Sustentável. “Queria que virasse uma reserva sustentável, pelo menos, para melhorar as condições das famílias que moram aqui”, afirma. Seu Gomes leva os turistas para fazerem trilha no terreno do filho. “Durante a trilha eu mostro as plantas da região, algumas são medicinais. Falo também dos animais”, disse ainda o que ganha é muito pouco e nem sempre tem turistas. De acordo com a Chefe de Unidade de Conservação, Alcilene de Araújo Paula, já existe uma proposta de
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Reserva »» Turistas aproveitam para comprar o artesanato nativo
»» O morador Manoel Gomes leva os turistas para fazerem trilha no terreno do filho
»» Turismo para a Copa Os visitantes que conhecem a comunidade têm a oportu-
De acordo com o Coordenador do Centro Estadual de Uni-
nidade de comprar o artesanato local, como as bijuterias,
dades de Conservação (Ceuc, SDS) Sérgio Gonçalves, “os
além de conferir um pouco do sabor das frutas amazônicas
projetos que vai vão ser concedido à iniciativa privada já
com o chocolate. Alguns cursos também estão sendo ofere-
estão em fase final de elaboração, para início do processo
cidos para os moradores.
de licitação previsto para o decorrer no fim do ano”, avalia.
A vendedora Missilene Pereira de Souza, 27 anos, tra-
O Amazonas possui 41 Unidades de Conservação que
balha com as bijuterias feitas com sementes, disse que
equivale há 18,8 milhões de hectares. Destas, 31 são de
aprendeu novas técnicas o que a ajudou a contribuir com
uso sustentável e oito de proteção integral. Segundo o
a renda da família. “Trabalhamos e preservamos a natu-
coordenador as Unidades que devem ser escolhidas esta-
reza. Os cursos de qualificação são essenciais”, diz.
rão localizadas próximas a Manaus.
Pensando na Copa do Mundo de Futebol de 2014, o turis-
Para chegar ao local, os visitantes podem comprar pas-
mo nas Unidades de Conservação da Amazônia, deve ser
seios turísticos. O Parque Estadual Rio Negro setor Sul
ampliado. O trabalho já teve inicio e cerca de sete unida-
abrange as comunidades: Araras, Baixote, Bela Vista,
des foram identificadas para receber os visitantes, as quais
Barreirinha, Boa Esperança, Caioé, Deus Proverá, Nova
vão passar por adequação.
Esperança e parte da comunidade Tatulândia.
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- Floresta Brasil Amazônia
As margens úmidas do Código Florestal Na próxima Conferência Internacional sobre o meio ambiente a Rio +20, o Brasil deverá explicar o que tem feito para proteger as ‘wetlandas’, as áreas úmidas, uma vez que é signatário desde 1994 da Convenção de Ramsar. Nestas áreas estão incluidas as várzeas e florestas inundadas amazônicas, que cobrem cerca de 50 milhões de hectares. No Brasil as áreas úmidas se estendem por mais de cem milhões de ha, somando as áreas com e sem florestas. Até agora estas áreas eram protegidas uma vez que a lei extende o patrimonio da União até as margens altas dos rios. Isto é, as margens demarcadas pela água em épocas de cheia ( a Secretaria do Patrimonio da União, a SPU, as define através de uma media das margens das dez maiores cheias registradas, excetuando as extremas. O novo Código Florestal deslocou a margem de referência da margem alta para uma linha denominada de ‘regular’. Dizem os senadores que examinaram o projeto de lei enviado pela Câmara do Deputados que a lei busca disciplinar e regularizar as áreas de propriedade privada. As áreas públicas, portanto, não deveriam ser incluidas nas novas definições de ‘curso regular das águas’ e na consequente abrangência do Patrimônio da União. Se isso for verdade, como ficarão então as áreas de propriedade
Ennio Candotti
privada localizadas entre as margens ‘regulares’ e altas quando estas se su-
Diretor Geral do Museu da Amazônia
perpõem às públicas? Cria-se assim um imbroglio jurídico que alimentará os foros da magistratura superior, uma vez que a questão tangencia determinações constitucionais (no Atrigo 20 define-se como Patrimônio da União os leitos dos rios). O importan-
rísticas dos biomas amazônicos, roraimenses e pantaneros que correspondem a metade do país).
te não é apenas preservar o Patrimônio Nacional, mas consolidar as responsabili-
Caso contrário, o Projeto para o novo
dades da União com a proteção das áreas úmidas, assim como determina o bom
Código teria diferenciado os diferen-
senso e os compromissos subscritos pelo Brasil na Convenção de Ramsar.
tes ambientes separando ao menos
Se as áreas alagadas forem devastadas o maior prejudicado será a própria agricultura e a segurança alimentar, que para suprir as carências das épocas de seca, necessita das chuvas decorrentes da evaporação da água que cobre o solo alagado e das àguas que se armazenam no subsolo.
os amazônicos dos planaltinos, se de fato o seu proposito é o do aperfeiçoamento de normas jurídicas que disciplinem o uso da terra, florestas e águas em nosso país. Creio que na
As áreas inundadas muitas vezes correspondem a terras de grande fertilidade
defesa da proteção das áreas úmidas
que sazonalmente podem ser exploradas. Caso a caso deveria sim ser estu-
não deveriamos
dado o aproveitamento agrícola de cada área. No entanto deve ser evitada é
ses ambientais contra produtivos mas
a devastação destas áreas para fins de exploração agropecuária extensiva de
procurar promover o uso criterioso
alto impacto ambiental. O prejuízo no futuro pode ser irreparável.
das águas abundantes para evitar que
Na questão da proteção das áreas úmidas e, em particular, das florestas ala-
contrapor interes-
as secas devastem a lavoura.
gáveis no Código Florestal, observamos que prevaleceu novamente a mal informada opinião dos Congressistas que revelaram desconhecer as caracte-
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Guerra na Selva
REPORTAGEM: Ana Paula Sena e Diárcara Ribeiro FOTOS: Michel Mello e Divulgação
Centro de treinamento intensivo na selva
[
]
Ao longo de 47 anos , o CIGS já formou 5.213 combatentes de selva, sendo 419 de outras nações. A Instituição é referência mundial na área
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- Floresta Brasil Amazônia
É
no meio da selva amazônica que o Exército Brasileiro prepara centenas de combatentes para as mais diversas situações, a fim de proteger a população que no país habita. As bases de treinamento são utilizadas por militares
brasileiros, e combatentes de países que fazem fronteira com o Brasil. Nela as mais diversas atividades como, por exemplo, sobreviver aproveitando o que a floresta amazônica oferece, como reconhecer se alguma planta é venenosa, conhecer o solo e como atacar o inimigo. Os alunos formados levam os ensinamentos para as outras localidades. Atualmente estão sendo formados 93 guerreiros de selva, destes 42 são sargentos e 51oficiais. O curso tem duração de três meses, como explica o Tenente Coronel responsável pelo treinamento Capitão Dorea. “O curso se desenvolve em três fases, a parte de vida na selva, a parte técnica e a parte de operações . Cada base do Cigs é vocacionada para uma dessas fases. A parte técnica é dividida em técnica terrestre e técnica fluvial”, afirma. A duração do curso é de 11 semanas. Uma semana administrativa, nove de curso e a última semana de mobilização. Os exercícios físicos que os alunos praticam são supervisionados para que nenhum incidente ocorra. “Em todos os exercícios existe um acompanhamento técnico, da sessão psicotécnica, da sessão psicopedagogia, além de serem acompanhadas por oficiais, sargentos, e um oficial de prevenção de acidentes. Tudo é documentado e existe um caderno que fala da simulação de estresse de combate , o qual regula tudo que pode ser feito e tudo o que não pode ser feito”, diz. O aluno Flávio Henrique Magalhaes do Valle, é um dos mais antigos na turma que está em formação, serve ao Exercito há 15 anos, com muita satisfação, segundo ele. O pai também era militar, o incentivando ainda mais. De acordo com ele, o curso é um grande ensinamento inclusive de superação dos próprios limites. “O treinamento é intenso, porém produtivo, os resultados vão somar nas organizações militares do país, porque passamos um período aqui fazendo o curso e depois vamos difundir o conhecimento para a nossa base”, avalia. Segundo o aluno as maiores dificuldades são as atividades intensas e o desgaste que a própria mata oferece ao combatente, além da aproximação da realidade do combate. “Tudo isso é superado e o que aprendemos vamos levar para os outros, é trabalhar com uma equipe preparada e bem profissional”, ressalta.
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Guerra na Selva O conselho dado pelos instrutores aos alunos, é que eles aprendam rapidamente a conhecer o que a floresta tem de alimento perecivel. Procurar as coisas certas, como as frutas de cada região, no caso da Amazônia, o açaí, o cupuaçu, o buriti, ingá, carambola e outros.
»» História O Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs) foi cria»» O treinamento oferecido na base de instrução é levado para outros estados pelos alunos
do em 2 de março de 1964, pelo decreto número 53649, tendo como seu primeiro Comandante o então Major de Artilharia Jorge Teixeira de Oliveira, o Teixeirão. Segundo o atual Comandante do Centro, Coronel Ed-
»» Alimentação que a floresta oferece Com o objetivo de ensinar como encontrar alimentos que a própria floresta oferece, os alunos aprendem reconhecer frutos, insetos, animais etc. Os cuidados com a
mundo Palaia Neto, o primeiro curso de Guerra na Selva funcionou no ano de 1966, os cursos eram de duas categorias, uma para oficiais e outra para subtenentes e sargentos, desde então, o Cigs é referencia no mundo.
alimentação devem ser enormes, pois problemas intesti-
“A partir de outubro de 1969, o curso passou a ser de três
nais, infecções e outras crises de saúde podem ocorrer se
categorias: “A” para oficiais superiores, “B” para Capitães
for ingerido algo não recomendado.
e Tenentes e “C” para subtenentes e sargentos. Até ju-
Uma regra básica é que todo fruto de palmeira é comestível e frutos comidos por animais são confiáveis. Ensinamentos como esses salvam vidas, como explica o tenente Monzon. Plantas medicinais também são encontradas para comba-
nho de 1969, o Cigs foi subordinado ao Grupamento de Elementos de Fronteira. Em fevereiro de 1970, passou a ser subordinado à Diretoria de Especialização e Extensão (DEE)”, explicou Palaia.
ter a malária, é o caso da andiroba, que funciona como re-
Em outubro de 1970, passou a designar-se Centro de
pelente natural contra insetos, além de ter outras dezenas
Operações na Selva e Ações de Comandos (Cosac), com
de funções benéficas à saúde.
a missão de ministrar além dos cursos de Operações na
»» História: as primeiras turmas
»» Os instrutores compartilham com a tropa os conhecimentos sobre os frutos e as plantas que a floresta oferece
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- Floresta Brasil Amazônia
Selva, o de Ações de Comandos. De acordo com Palaia, os treinamentos são de total importância para a preparação dos futuros guerreiros de selva. “Pessoas de todas as partes do mundo vêm apreciar o nosso treinamento, e todos ficam impressionados com nosso conhecimento, que adquirimos com o informações do ‘Povo da Terra’, como os ribeirinhos e indígenas. E digo ainda que, ninguém tem mais ciência sobre a Amazônia do que nós, que vivemos aqui”, afirmou Palaia. Em 1978, o Cigs retomou à antiga designação, deixando de ministrar o curso de Ações de Comandos. Em setembro de 1982, o Cigs passou a subordinação do Comando Militar da Amazônia, permanecendo vinculado tecnicamente à DEE, Atual DETMil. Ao longo de seus 47 anos de existência, o Cigs especia-
»» Edmundo Palaia Neto - Coronel de Infantaria
lizou 5.213 combatentes de selva, sendo 419 de nações
Edmundo Palaia Neto, incorporou ao Exército em
amigas. Para o comandante Palaia, devido o trabalho da-
16 de fevereiro de 1976, na Escola Preparatória
queles que antecederam a atual geração, o Centro tem
de Cadetes do Exército, sediada em Campinas,
o status e a responsabilidade de especializar o melhor
São Paulo. Cursou a ESAO em 1992 e a ECEME em
combatente de selva do mundo.
1999 e realizou diversos cursos e estágios no curso
“Somos preparados para atuar em qualquer situação que possa acontecer dentro da floresta, temos equipamentos especializados e conhecemos as mais diversas técnicas de sobrevivência, inclusive para tratar as doenças da região, que são inúmeras”, concluiu Palaia.
»» Missão do Cigs Especializar militares para o combate na selva, realizando pesquisas e experimentações doutrinárias, para a defesa
de infantaria na AMAN – em 1982; Transporte aéreo – em 1985; Curso de operações na selva categoria b – em 1986; Informações básicas em animais peçonhentos em 1987; Motociclista militar – em 1989; Escalador militar – em 1997; Básico de assistência pré-hospitalar e salvamento – em 1997; Operação na caatinga – 1997; Estadomaior de defesa – em 2002 e política, estratégia e alta administração do exército – em 2008.
e proteção da Amazônia.
Realizou os seguintes cursos na área civil: MBA
»» Zoo
Executivo – FGV/ RJ – em 2008; e credenciado em
Considerado maior centro de animais da região, o Zoo do Cigs, foi construído e é administrado pelo Exército Brasileiro. Os animais encontrados no local são: onças, suçuaranas, jaguatiricas, gatos mouriscos, macacos de diversas espécies, jibóias, sucuris, jacarés-açu, araras, gaviões reais, etc.
língua espanhola – nível b. Foi promovido ao Posto atual em 25 de dezembro de 2006 e condecorado com a Medalha Militar de Ouro, a Medalha do Pacificador, a Medalha de Bronze do Corpo de Tropa, Medalha de Serviço Amazônico Passador de Prata, Medalha do Mérito do Ex-Combatente do Brasil, Medalha
O Cigs promove a recuperação de animais selvagens ma-
Sangue de Heróis, Medalha Jubileu de Ouro da
chucados pela ação ilegal do homem e a sua devolução
Vitória na II Guerra Mundial e Medalha Marechal
aos habitats naturais. Para isso conta com um hospital e
Zenóbio da Costa.
veterinários capacitados. ■
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Cigs REPORTAGEM e FOTOS: Antonio Ximenes
general villas bôas apoia produtores rurais do amazonas
[
No ano de 2011, a feira do Cigs movimentou cerca de R$ 3,1 milhões com a realização de 24 edições
O
]
Exército brasileiro tem interesse em comprar os
sua carreira duas passagens anteriores pelo Amazonas, esta
alimentos para a sua tropa na região. Para isso é
é a terceira, o que o eleva, de forma singular, à condição de
fundamental que os fornecedores estejam habili-
um profundo conhecedor da região amazônica.
tados legalmente e que as condições sanitárias dos produtos comprados sejam as melhores".
Ele sabe, como poucos, que aqui, o Brasil, mais do que nunca, precisa das Forças Armadas. "A Amazônia é nossa respon-
Desta forma, sem rodeios, o general de Exército Eduardo
sabilidade social, geo-política, econômica, cultural e militar.
Dias da Costa Villas Bôas, 60, comandante do Comando Mi-
Nela, atuamos com a aplicação do conceito clássico de: Vida,
litar da Amazônia (CMA), expressou o seu pensamento em
Trabalho e Combate", destacou.
cerimônia de confraternização com os produtores rurais da feira do Cigs, no dia 17 de dezembro.
O comandante frisou, ainda, que os produtores rurais que hoje vendem seus produtos no Cigs (desde 2008), continuarão rece-
Villas Bôas, que nasceu no Rio Grande do Sul, na cidade de
bendo o apoio do Exército e, que, em janeiro de 2012, tudo in-
Cruz Alta, assumiu o CMA em setembro passado, e tem em
dica, as instalações atuais devem ser deslocadas para o estacio-
»» Autoridades participam de conferência no Cigs
»» Generais Villas Bôas, Bringel e coronel Palaia, comandante do Cigs
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- Floresta Brasil Amazônia
»» Produtos orgânicos são comercializados na feira com preços competitivos
namento do Cigs, uma área mais ampla, que melhor acolherá os agricultores e a população em geral, que compra os produtos que vão à mesa das famílias diretamente do produtor.
»» Prestação de contas
»» General Villas Bôas, presidente da ADS, Valdelino Cavalcante e o coronel Palaia
Anfitrião das autoridades do Estado que estiveram no Cigs, o comandante Villas Bôas viu e ouviu a prestação de contas feita pelo presidente da Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS), Valdelino Cavalcante, sobre a feira. "Desde 2008 já foram movimentados R$ 9,374 milhões beneficiando mais de 3,5 mil produtores rurais; somente em 2011 foram R$ 3,1 milhões. O Exército, com sua credibilidade e seriedade inspira confiança, organização, planejamento e qualidade de relacionamento, o que fez com que a população elegesse a feira do Cigs, como uma das mais importantes em Manaus", comentou Valdelino Cavalcante.
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Cigs
»» O Coronel de Infantaria, Palaia, palestra sobre os projetos para a Copa do Mundo de Futebol
»» Visão
deral do Amazonas, Sérgio Fontes, o presidente da Federação da
A secretária da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (SDS), Nádia Ferreira, que representou o governador Omar Aziz na ocasião, disse que o general Villas Bôas é um comandante fundamental nas relações com o governo."Ele tem todas as condições de auxiliar a região com sua visão empreendedora e perfil de conhecedor da Amazônia".
Agricultura e Pecuaria do Amazonas, Muni Lourenço, o coronel Luna da Aeronáutica, dentre outras, o evento se transformou em uma prova natural do acolhimento das forças armadas aos agricultores, que, na ocasião, foram representados pelo agricultor Adalberto Alves de Araújo, produtor de cebolinha, cheiro verde, alface, pimenta do reino, couve, pimentão no município de Iranduba. "Quando comecei aqui na feira do Cigs tinha quatro
Com mais de trezentas pessoas participando do almoço de con-
ajudantes, hoje, tenho dezessete, o que mostra o sucesso da ini-
fraternização, entre elas o superintendente geral da Polícia Fe-
ciativa do Exército e da ADS", afirmou Adalberto Alves de Araújo.
»» Confraternização com os produtores e autoridades
»» General Bringel recebe homenagem pelo seu trabalho junto aos agricultores na região
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- Floresta Brasil Amazônia
»» Homenagens O general de Divisão, Bringel, foi homenageado no evento, ganhando um quadro das mãos do agricultor Adalberto Alves Araújo, pelos seus elevados serviços prestados junto aos agricultores. O coronel Lauro Pastor também foi homenageado pela sua participação na fundação da feira do Cigs. Pela organização do evento, apresentação objetiva e, altamente elucidativa, sobre a preparação do Cigs para Copa do Mundo de Futebol em 2014; e a preparação da nova área da feira local, o coronel Palaia, comandante do Cigs, foi elogiado pelos generais presentes. "Este é um trabalho que fazemos com muita determinação e boa vontade, pela integração com a sociedade em benefício da região", disse Palaia.
»» RESULTADO DAS FEIRAS Projeto integrante da parceria Governo do Estado e Exército Brasileiro, a ADS realiza, com grande sucesso, a Feira de Produtos Regionais, na Quadra Poliesportiva do Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs). O evento abriu novos nichos para o agronegócio sustentável e teve sua primeira edição no dia 16 fevereiro de 2008, colocando frente a frente produtores rurais e os consumidores manauaras, proporcionando a oferta de produtos de alta qualidade a preços competitivos. Em 2009, foram realizadas 25 Feiras, com o mesmo sucesso do ano anterior, com média de R$ 80 mil em recursos movimentados e 2.500 visitantes em cada Feira. Em 2010, com a realização de mais 25 edições, gerou-se um valor superior a R$ 2,7 milhões de recursos, alcançando dessa forma, um montante de mais de R$ 6,5 milhões no decorrer dos três anos de execução. No ano de 2011, a feira movimentou cerca de R$ 3,1 milhões com a realização de 24
»» A Feira movimentou R$ 3,1 milhões ajudando centenas de produtores rurais, que tiveram a oportunidade de vender os produtos diretamente aos consumidores
edições previstas no calendário anual. ■
»» 77 FEIRAS DE PRODUTOS REGIONAIS CIGS (2008-2011) RESULTADOS DAS FEIRAS
2008 (21 Edições)
2009 (25 Edições)
1.597.778
2.140.479
2.766.334
3.100.000
9.604.591
334.583
495.096
660.499
700.000
2.190.178
52.888
64.004
82.829
74.000
273.721
58
61
81
83
71
3.200
3.400
3.500
3.575
3.420
Recursos Movimentados (R$) Produtos Comercializados (kg) Público Visitante (№) Coop. e Assoc. Participantes (média) Famílias Beneficiadas
2010 (25 Edições)
*2011 (24 Edições)
TOTAL 2008-2011
* VALORES AINDA ALTERÁVEIS ATÉ DEZEMBRO DE 2011.
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Distrito REPORTAGEM e FOTOS: Lemmos Ribeiro
OPERAÇÃO GUARICAYA em SANTO ANTÔNIO
DO Matupi
[
]
Madeireiros e comerciantes, os principais afetados com a operação, pedem mais atenção para o Distrito, que sofre com a falta de serviços essenciais de infraestrutura urbana
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- Floresta Brasil Amazônia
S
anto Antônio do Matupi localizado no KM-180 da BR-230 (Transamazônica) trava uma luta para que a sua economia não quebre. O Distrito tem sido
acossado pelas autoridades policiais e ambientais o que tem provocado abalo no comércio local. A cidade parou com a ação da polícia. O movimento de caminhões e trabalhadores nas ruas de barro de Matupi deu lugar ao deserto, desde que a operação batizada de
»» Madeireira Matupi é uma das 12 certificadas no Distrito
Guaricaya foi iniciada. Atualmente no Distrito do Matupi existem cerca de 700 trabalhadores que atuam diretamente com madeira e indiretamente esse número chega a 2.000 pessoas. O grande problema da região é a falta da regularização fundiária. Santo Antônio do Matupi é uma localidade que
se dá nada em troca, intercepta-se qualquer tipo de ação do povo, mas não promove uma maneira do povo viver na legalidade”, é o que afirma Martins.
»» O reflexo da operação no comércio local
cresceu sem a atenção devida, com isso houve um inten-
O comércio também sofreu com a operação no distrito,
so povoamento de pessoas, migrantes do Paraná, Mato
bares, restaurantes e lanchonetes perderam clientes
Grosso, Rondônia que ocuparam o Distrito de forma de-
com a paralisação das atividades nas serrarias, de acor-
sordenada, cometendo crimes ambientais. Para Samuel
do com o empresário Sidney Silva, 34. ‘‘A operação tem
Martins, empresário do ramo madeireiro,‘‘enquanto o
que ser feita, mas o governo deve ter a responsabilidade
governo não se dispor com suas equipes do Ministério do
de oferecer um meio de legalização, e não chegar assim
Desenvolvimento Agrário (MDA) e Instituto Nacional de
de surpresa apreendendo e proibindo’’, afirmou. Sidney
Colonização e Reforma Agrária (Incra) para documentar
possui um restaurante em Matupi e conta como seu co-
as áreas, não haverá ordem em Matupi’’, afirmou.
mércio foi afetado. “Minha clientela são os trabalhado-
Atualmente 24 madeireiras funcionam em Matupi, das quais apenas 12 são legalizadas, segundo Martins ‘‘A briga do setor madeireiro é para que se aumente o número de manejos florestais. Nós madeireiros somos contra o desmatamento, pois cada vez que é desmatada uma área é eliminado o fomento da indústria madeireira, gostaríamos que região se transformasse em áreas manejadas, com desmatamento apenas dos 20% legais’’, ressalta.
res das serrarias, com a paralisação, a maioria deles não almoçam mais aqui, estou perdendo minha freguesia”, ressalta. Segundo ele é de extrema importância a indústria madeireira, pois a renda que a indústria injeta aqui é muito grande na região.
»» Infra-estrutura No Km 180 Não existem serviços básicos como água encanada, iluminação pública, hospitais, ruas asfalta-
A maioria das madeireiras não possui legalização junto ao
das, sistema de esgoto e lixo, sistema de telefonia e
Ministério do Trabalho devido à falta de documentos das
segurança pública local. Para irmã Cândida Amaro que
empresas e dos próprios funcionários, a maioria deles
atua na Igreja Católica e é membro do conselho de ci-
são semi-analfabetos. Para Carlos Santos, 35, que traba-
dadãos Matupi. ‘‘A operação é importante, Matupi pre-
lha com madeira há 15 anos e depende disso para viver.
cisa de ordem, mas antes de vir com penalidades, os
‘‘A serraria é o meu pão de cada dia, é o que sei fazer,
órgãos competentes precisam atender nossas necessi-
preciso disso para sustentar minha família’’, afirmou.
dades básicas”, observa.
Os madeireiros locados em Matupi exigem agilidade a
No Distrito as autoridades policiais exigem a regulari-
respeito da legalização fundiária e dos manejos florestais
zação de veículos, em Matupi não tem Detran, não há
(que estabelece regras para a extração de madeira e a re-
serviços de emplacamentos e em emissão da carteira
composição da vegetação), como também a liberação do
de motorista. O governo presisa fornecer as condições
licenciamento de operação das serrarias. “Inibi-se e não
necessárias a população para cobrar uma legalidade. ■
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AVAnçoS nAS nEgoCIAçõES do ClImA Em durBAn A Conferência das Partes (COP-17) da Convenção Quadro de Mudanças do Clima da ONU, em Durban, África do Sul, mais uma rodada de negociações. Estavam representados cerca de 190 países, num total de mais de 20 mil pessoas. Um dos destaques foi a mudança significativa no posicionamento brasileiro sobre metas de redução de emissões de gases efeito estufa. Antes contrário a metas obrigatórias de redução de emissões para países em desenvolvimento, a delegação brasileira trouxe uma nova posição a Durban: o Brasil aceita assumir metas obrigatórias, desde que isso seja parte de um acordo global, incluindo todos os países. Essa posição, defendida por muitos de nós há alguns anos, pode representar uma mudança significativa no tabuleiro de xadrez das complexas negociações. O novo posicionamento brasileiro pode catalisar mudanças na posição da China, também historicamente contrária a metas obrigatórias para países em desenvolvimento. Caso a China mude, os EUA não terão mais uma justificativa que vêm usando para não participar do Protocolo de Quioto ou um novo instrumento relacionado com metas obrigatórias para redução de emissões. Hoje os
Virgílio Viana
EUA dizem que não participarão enquanto a China e outros grandes poluidores
Superintendente Geral da Fundação
não assumirem compromissos obrigatórios de redução de emissões.
Amazonas Sustentável - FAS
O grande problema é que a economia dos países industrializados enfrenta uma crise generalizada e que já se arrasta há vários anos e a perspectiva não é positiva para o futuro próximo. Isso faz com que instrumentos de mercado passem a ter um papel mais importante diante da pequena capacidade de investimento público em ações de mitigação das mudanças climáticas. O contexto atual pode favorecer REDD+ (redução de emissões por desmatamento e degradação, mais enriquecimento, manejo e conservação florestal). O carbono florestal, por meio do REDD+, representa a melhor relação custo-benefício. Além de ser mais barato do que outras alternativas, as florestas geram outros benefícios para o clima (chuvas), conservação da biodiversidade e redução da pobreza. Isso pode ser muito importante para o futuro da Amazônia.
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- Floresta Brasil Amazônia
Negócios Sustentáveis Em 2011, o Governo do Estado, através da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS) que compõe o Sistema Produtivo do Estado (SDS, Sepror, Idam e Afeam) mostrou a força da cadeia produtiva com a sustentabilidade na prática:
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Beneficiou 5.125 produtores com as Feiras de Produtos Regionais realizadas no Comando da PM, no Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) e no Vitello; Deu incentivos à produção da borracha natural; Alavancou ainda mais a produção de fibras vegetais por meio da liberação de R$ 1,6 milhão em subsídio; Favoreceu cerca de 12 mil produtores com o Programa de Regionalização da Merenda Escolar (PREME), onde foram investidos R$ 16,4 milhões; Trabalhou na organização e dinamização da Cadeia Produtiva do Pescado; Abriu mais oportunidades aos artesãos e marceneiros com o Programa de Regionalização do Mobiliário Escolar - Promove, com investimentos na ordem de R$ 3,9 milhões.
Para 2012, a meta do Governo do Amazonas é ampliar ainda mais as ações com o lançamento de mais uma Feira de Produtos Regionais em parceria com a Aeronáutica e a viabilização da concessão florestal. Iniciativas voltadas a gerar mais oportunidades de trabalho e renda ao homem da floresta. E é com este espírito empreendedor que desejamos um feliz Ano Novo.
Boas Festas! Floresta Brasil Amazônia - DEZ 2011 / JAN 2012
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O que ganhamos com a aprovação do novo Código Florestal O Senado Federal aprovou em plenário o projeto de lei que altera o Código Florestal Brasileiro (PLC 30/2011). Durante o processo de tramitação na casa, trabalhamos para elaborar uma lei boa e justa para os brasileiros de Norte a Sul do país. Uma lei que represente um equilíbrio entre a necessidade de continuarmos batendo recordes na produção agrícola e, ao mesmo tempo, dando exemplo de proteção de nossas florestas. Um dos grandes avanços que tivemos no texto foi a inclusão de incentivos econômicos e financeiros para quem mantém a floresta em pé e protege os cursos d´água. Em se tratando do bioma Amazônia, estes incentivos são importantes porque 80% das propriedades são de Reserva Legal. Agora, com a aprovação do novo Código Florestal Brasileiro no Senado, dentro de 180 dias o governo federal terá que emitir uma Lei para regulamentar esses incentivos econômicos e financeiros para as reservas legais e para os serviços ambientais que a floresta em pé presta à agricultura, ao agronegócio, às hidrelétricas, ao clima e ao sistema hidrológico brasileiro. Isto é um ganho para toda a Amazônia, tal qual o Bolsa Floresta, que representa um ganho para mais de 6 mil famílias, que já complementam sua renda anual por meio desse programa criado quando estivemos a frente do governo do Amazonas.
Eduardo Braga Senador (PMDB-AM)
E a partir do Programa Bolsa Verde, do governo federal e inspirado em nosso Bolsa
Além disso, as culturas tradicionais de
Floresta, entre 2011 e 2014, 80 mil famílias na Amazônia brasileira serão beneficia-
subsistência, dos pequenos produto-
das com complemento de renda. Isso equivale a meio milhão de pessoas.
res rurais, que trabalham com roça e
Com o novo Código Florestal, será possível estabelecer incentivos econômicos e financeiros que representem renda para pequenos, médios e até para grandes produtores. Portanto, a Reserva Legal deixa de ser um ônus para se transformar em um ativo florestal. Esta é uma velha luta que travamos incansavelmente em todas as discussões sobre o assunto dentro e fora do Senado. Graças ao entendimento dos relatores sobre a importância desse tema, os instrumentos econômicos receberam um capítulo especial no texto aprovado no Senado. Outra questão importante incluída no PLC 30 foi a normatização definitiva e que traz para a legalidade o uso dos leitos dos nossos rios durante a seca, principalmente as praias e as várzeas dos altos rios para o plantio de subsistência, aquele feito em terrenos de dois ou quatro hectares. Isso significa que plantar feijão, jerimum, melancia, e até mesmo arroz em muitas áreas de várzeas e praias de leitos de rios secos, que é uma cultura de subsistência, passa a ser absolutamente legal com o novo Código Florestal. Portanto, os pequenos produtores não terão mais o risco de ficar na ilegalidade e de ter seus equipamentos e insumos apreendidos pelo Ibama, pelo Ipaam ou pela polícia federal ou polícia militar.
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ainda fazem queimadas para plantio de mandioca, também passam a ser legalizados. São esses e outros ganhos para os amazônidas, todos os brasileiros e para as gerações futuras que queremos comemorar com a aprovação do novo Código Florestal.
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A vez do açaí O açaí é uma cultura importante para nós, aqui na calha do rio Juruá, porque em todo lugar ele é encontrado. Mas os preços praticados hoje são baixos. O homem da floresta pensa duas vezes antes de colocar todo seu tempo para coletar o açaí no pé. Ele sabe que pode ganhar mais com a despesca do pirarucu, com a pescaria convencional de outras espécies e a borracha, por exemplo. Os preços desses produtos são melhores. O kilo da borracha pode ser vendido a R$ 5,20, o pescado é vendido por R$ 6,00 o K, em média, e o pirarucu apresenta preços ainda melhores; por isso que o que queremos é que o kilo do açaí seja de, no mínimo, R$ 1,00. Nós queremos que as indústrias de beneficiamento do açaí como a Tupã, aqui em Carauri, e outras em todo o Estado, tenham lucros e que gerem renda e empregos, mas também lutamos para que os produtores da floresta tenham melhores condições de preço na hora de entregar o seu produto. A coleta do açaí no cacho é dura, sobe-se nas árvores de maneira artesanal e carrega-se por longas distâncias o fruto do trabalho na floresta, porque aqui tudo é feito na mão e de maneira tradicional. Os sacos têm que ser transportados pelos rios e, agora, com gelo, como querem as indústrias para manter a
Manoel Cunha
qualidade do produto in natura. Há o custo do combustível, do rancho, entre
Presidente do Conselho Nacional
outros.
das Populações Extrativistas (CNS)
Sabemos que assim como a cadeia da borracha, do pirarucu, da castanha, da malva e juta, entre outras culturas que têm melhorado de preço fruto do trabalho desenvolvido pelas autoridades federais, estaduais, municipais e os trabalhadores , também a do açaí, que tem forte apelo de venda nos grandes centros do Brasil e no mundo, para exportação, pode melhorar. O trabalhador da floresta é pragmático, ele vai onde é pago melhor. Temos que buscar novos valores para o açaí, mas também precisamos apoiar o fortalecimento das agroindustrias, para que elas continuem comprando diretamente do produtor rural, especialmente, daqueles que trabalham com extrativismo. Todos queremos desenvolvimento social, econômico e da indústria, mas com dignidade para todas as partes e com sustentabilidade.
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