ED IÇÃ OE SP EC
IAL
4 | DEZEMBRO 2013 / JANEIRO/FEVEREIRO 2014 – Floresta Brasil Amazônia
Sumário )))))))))))))))))))))))) 101 7 8 9
80
Editorial REGISTRO O que acontece na região Notas Fique por dentro
62
51 86
Cooperativas Cooperativas se fortalecem em Rondônia
88
Artigo/Desafio Logística na Amazônia
Educação Encontro PRONATEC
90
Sustentabilidade Líderes comunitários debatem o Bolsa Floresta
52
Sucesso Empresário Juscelino Salla é pioneiro na fabricação de ração animal em RO
56 58 61
Parlamento Paulo César Quartiero apoia Forças Armadas na Amazônia
Artigo Valdir Raupp comenta cenário de prosperidade para Rondônia
92
Artigo Valdelino Cavalcante escreve sobre os 10 anos da ADS
62
Entrevista Confúcio Moura, governador de RO, concede entrevista exclusiva
94
Tecnologia Feira Internacional da Amazônia chega à sua 7ª edição
67
Artigo Virgílio Viana – arquearia e os povos tradicionais
100
Status Amazonas avança no combate à Febre Aftosa
68
Merenda Escolar Produtores recebem parcela do PREME
101
Artigo General Villas Bôas comenta parceria do CMA
70
Empresa Familiar Natucarne há 13 anos no mercado de Manaus
102
Manejo Ribeirinhos lucram com o abate de jacaré
75
Artigo Petrúcio Magalhães comenta prioridades para 2014
105
Destaque Nacional 2013 Pesquisa IBOPE aponta Omar Aziz como o melhor governador
10
Feira Agropecuária Expoagro movimenta R$ 42 milhões em sua 40ª edição no Amazonas
22
Bacia Leiteira Festival do Leite de Autazes tem ordenha mecanizada
26
Carauari Calha do Juruá se reúne para celebrar a Festa do Açaí
28
Maués Festa do Guaraná incorpora agronegócio
34
Rodeio e Cultura Envira realiza sua exposição agropecuária
37
Artigo Presidente da FAEA, Muni Lourenço, comenta cursos do SENAR Amazonas
38
Exposição e Feira Parintins realiza feira agropecuária e escolhe rainha
76
Publicações wega Editora Wega publica livros sobre agricultura familiar
107
Artigo Marco Antonio Carballo Perez comenta missão do 7º Comar
40
Vaquejada Esporte comemora 25 anos no AM
80
Setor Primário José Melo é um profundo conhecedor do produtor rural
108
CaçaS da FAB Brasil aposenta Mirage e anuncia Gripen
45
Artigo Senador Eduardo Braga faz balanço de 2013
83
Artigo Domingos Nogueira comenta importância das hidrovias
110
Personalidade regional Prefeitura de Apuí apresenta balanço de gestão
46
Empresário do ano Augusto Salla é destaque nos negócios
84
reflorestamento Omar Aziz inicia reflorestamento no sul do Amazonas
112
Artigo Edimar Vizolli escreve sobre extensão rural
51
Artigo Ulisses Girardi e a sustentabilidade
85
Artigo Senadora Vanessa Grazziotin luta na defesa do planeta
114
POESIA Nora Prado – Risonho rio tristonho
45
105
85
61
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))) Floresta Brasil Amazônia - DEZEMBRO 2013 / JANEIRO/FEVEREIRO 2014
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Diretor Executivo Epifânio Leão Diretor de Redação e Antonio Ximenes Jornalista Responsável MTB: 23.984 DRT-SP
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Periodicidade Trimestral
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Engenheira Agrônoma
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))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))) Editorial
Produtores de alimentos Quarenta anos da Expoagro. Uma história do desenvolvimento regional do setor primário do Amazonas, que começou com Eurípedes Ferreira Lins, o fundador da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (FAEA). Hoje, depois de quatro décadas, a memória deste visionário está preservada com o nome do parque de exposições que será construído na Cidade Universitária de Iranduba, depois de ter sido transferido da Avenida Torquato Tapajós e que, este ano, funcionou, provisoriamente, na Pista de Arrancada no quilômetro 6,5 da Rodovia Manuel Urbano (AM-070), do outro lado da Ponte Rio Negro. O Amazonas é dependente do modelo do Polo Industrial de Manaus, onde a isenção tributária permite que as mais de 600 empresas existentes nele faturem acima de US$ 40 bilhões, uma riqueza que gera aproximadamente 125 mil empregos diretos. O que parece ser uma potência de sustentabilidade econômica não é, porque mesmo que a base governista no Congresso consiga estender por mais 50 anos este benefício em 2014, como quer a presidente Dilma Rousseff, o risco da volta dos anos de decadência, à exemplo do fim do ciclo da borracha, na primeira década do século vinte, permanece como uma sombra. Dito desta forma,o setor primário, que hoje responde por apenas 7% do PIB do Amazonas, é a saída definitiva para o crescimento econômico em bases concreta e ambientalmente correta da maior unidade federativa do Estado brasileiro. Daí a importância histórica das iniciativas como o Terceiro Ciclo de Amazonino Mendes, Zona Franca Verde de Eduardo Braga e Amazonas Rural de Omar Aziz. Todas com acertos e erros, mas, conceitualmente avançadas em suas épocas. Feito que a base delas é o fortalecimento dos produtores rurais, dentre eles os extrativistas e os ribeirinhos, que representam a força motriz do Amazonas Profundo. Os mestres Samuel Benchimol e Leandro Tocantins estavam certos quando escreveram que a Amazônia tem todas as condições de surpreender o mundo com o que existe na floresta, nos rios e no povo que vive nesta região do planeta. Pois bem, é nela, na floresta, no campo e na sabedoria do caboclo que reside a redenção econômica dos amazônidas. O sucesso do açaí; do melhoramento genético do rebanho bovino; do plantio de plantas nativas para reflorestar o sul do Amazonas; o acervo científico do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA); a exploração da silvinita/potássio; do calcário; da piscicultura em grande escala; dos biocosméticos; provam que além do PIM, a terra do genial poeta Luiz Bacelar, tem muito mais do que crédito de carbono e de beleza arrebatadora. O Amazonas tem respostas para o seu desenvolvimento e elas passam pela agricultura, pecuária, mineração responsável, preservação ambiental, mas, sobretudo, pelas mulheres e homens que vivem na maior floresta tropical do planeta. Essas pessoas, a maioria anônimas, estão muito além do Polo Industrial de Manaus. São os heróis da resistência, os produtores rurais.
Antonio Ximenes Diretor de Redação Jornalista Responsável
registro da floresta
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) lançou no final de dezembro o Sistema de Cadastro Ambiental Rural (SiCAR) no Acre. O Cadastro Ambiental Rural (CAR) faz parte do processo de implantação do novo Código Florestal. Entre os seus objetivos está a regularização ambiental dos imóveis rurais. Esse cadastro eletrônico permitirá ao proprietário ou possuidor do imóvel rural exercer suas atividades de forma legal, com segurança jurídica e sustentabilidade ambiental.
A presidente Dilma Rousseff sancionou, em dezembro, a lei que autoriza o Executivo a criar a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater). O principal objetivo da instituição é qualificar e ampliar os serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) no Brasil.
Foto: CMA
Passagem de comando Foto: CMA
Nova sede da poupex
Foto: CMA
O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) anunciou investimentos de R$ 252 mil em ações voltadas ao melhoramento genético da tilápia, uma das principais espécies de peixe atualmente cultivadas no País. Os recursos vão apoiar o projeto “Implementação de estratégias genéticas e reprodutivas para selecionar reprodutores de tilápias”, vencedor de um concurso realizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/Ministério da Ciência e Tecnologia). De acordo com dados do MPA, a produção de tilápia cresce, em média, 17% ao ano, no Brasil. Segundo dados do mais recente boletim estatístico do MPA, a produção oficial de tilápia ultrapassou 253 mil toneladas em 2011, mostrando crescimento sustentado: 155 mil toneladas em 2010; 133 mil, em 2009; e 111 mil toneladas, em 2008.
lei da Anater Foto: Roberto Stuckert
Cadastro Ambiental Rural começa no AC Foto: Divulgação
Governo Federal investe na tilápia
Inaugurada a nova sede da POUPEX em Manaus, localizada na Av. Djalma Batista. Na ocasião, o Gen. Villas Bôas, comandante do CMA, prestigiou o evento com a participação no corte da fita inaugural.
8 | DEZEMBRO 2013 / JANEIRO/FEVEREIRO 2014 – Floresta Brasil Amazônia
No dia 19 de dezembro, no Comando Militar da Amazônia, houve a passagem de comando do Estado Maior da instituição. Assumiu o general de brigada Paulo Sérgio Nogueira da Silva no lugar do hoje general de Divisão, Jaborandy, que está no comando da 8ª Região Militar de Belém. No mesmo dia e lugar aconteceu a passagem do cargo de Chefe do Centro de Operações do Comando Militar da Amazônia, do Cel. Pedro Aurélio de Pessoa para o General de Brigada Ubiratan Poty.
NOTAS FAS participa da Clinton Global Initiative Foto: Divulgação
Emater inaugura agroindustrias em ROndônia
A Fundação Amazonas Sustentável (FAS) participou do encontro da Clinton Global Initiative para a América Latina realizado em dezembro no Rio de Janeiro. O encontro, um dos principais fóruns não-governamentais para a discussão de problemas globais, chegou à América Latina para debater soluções para os problemas da região. Entre os participantes, estavam o ex-presidente norte-americano Bill Clinton, a presidente brasileira Dilma Rousseff, empresários, acadêmicos e representantes de organizações não-governamentais. O representante da FAS no encontro foi o superintendente geral da entidade, Virgílio Viana.
O Governo do Estado de Rondônia, por meio da Emater-RO, continua o projeto de ampliar a quantidade de agroindustrias familiares no interior do Estado. Em dezembro, foi inaugurada a mais recente unidade, no município de Monte Negro, localizado a 250 quilômetros de Porto Velho e a 50 quilômetros de Ariquemes, no Vale do Rio Jamari. De acordo com o secretário de Estado de Agricultura e Pecuária
de Rondônia, Eduardo Padovani, a meta é fechar 2013 com pelo menos mil novas agroindustras familiares inauguradas no interior de Rondônia.
Nova espécie de anta é descoberta Uma nova espécie de anta foi descoberta na divisa dos Estados do Amazonas e Rondônia e catalogada por cientistas. A Tapirus kabomani é a primeira espécie da ordem Perissodactyla, que inclui cavalos e rinocerontes, encontrada nos últimos cem anos, e a primeira anta dos últimos 150 anos. Em comparação com a Tapirus terrestris, conhecida como anta
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
brasileira, a nova espécie tem as patas curtas, cor mais escura e crista menos proeminente.
campeão NACIONAL DE Laço Comprido
Estudo mapeia Leis de Mudanças Climáticas
O atleta paraense Eduardo Dornelles da Rocha se sagrou campeão nacional na modalidade Laço Comprido, em competição realizada em dezembro no Estado de Mato Grosso do Sul. Eduardo vive no município de Novo Progresso e sua participação na competição nacional contou com o apoio do Governo do Estado do Pará. Eduardo recebeu o título das mãos do Ministro dos Esportes, Aldo Rebello.
Uma pesquisa feita pelo Núcleo de Economia Socioambiental da Universidade de São Paulo (USP) divulgou um estudo constatando que apenas 15 dos 26 Estados e Distrito Federal possuem uma lei estadual voltada para enfrentar as mudanças climáticas. O levantamento foi lançado pelo Fórum Clima, que reúne o Fórum Amazônia Sustentável, o Instituto Ethos e a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
Floresta Brasil Amazônia - DEZEMBRO 2013 / JANEIRO/FEVEREIRO 2014
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Feira Agropecuária
REPORTAGEM: Antonio Parente Melo, Diárcara Ribeiro, Lineize Leal, Omar Gusmão F0TOS: Alexandre Fonseca, Antonio Ximenes, Diárcara Ribeiro, Antonio Parente Melo, Lineize Leal e Divulgação Sepror
Edição histórica da principal Feira Agropecuária do Estado movimenta R$ 42 milhões 10 | OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2013 – Floresta Brasil Amazônia
A abertura da 40ª Exposição Agropecuária do Amazonas (EXPOAGRO) foi marcada pela comemoração da data histórica e pelos avanços conquistados no setor primário. Entre os dias 06 e 15 de dezembro, os visitantes participaram de diversas atrações, como rodeio em touros, torneio leiteiro; cavalgada; bicicleta; desfile das rainhas e show musicais de bandas locais e nacionais. Pela primeira vez a EXPOAGRO ocorreu fora da capital Manaus, sendo realizada na Pista de Arrancada, localizada no Km 6,5 da Rodovia Manuel Urbano no município de Iranduba. Após a cavalgada, ciclistas atravessara a ponte do Rio Negro em direção ao parque de exposição onde houve confraternização entre eles. Outra notícia comemorada na abertura foi que o Estado do Amazonas recebeu nas últimas semanas do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) o status de médio risco de febre aftosa. “Provavelmente até junho do próximo ano, vamos ser um estado livre de febre aftosa, o que garante mais segurança para os produtores e população, além da possibilidade de melhorar geneticamente o rebanho amazonense com a vinda de matrizes”, afirmou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (FAEA), Muni Lourenço. A expectativa da Secretaria de Produção Rural (SEPROR) foi de dobrar os negócios realizados no parque. “Um decreto assinado pelo governador, Omar Aziz, garantiu a redução de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para os negócios realizados dentro da feira, essa foi mais uma iniciativa de incentivo. O produtor rural que comprou maquinário, por exemplo, recebeu descontos significativos”, disse o secretário de produção rural, Eron Bezerra. Sobre o novo local, o vice-governador, José Melodeclarou: “o governo teve que tomar a decisão de montar um grande hospital em Manaus, e tomou a decisão também de construir um novo local para a realização das feiras, como nós temos uma área grande aqui em Iranduba (se referindo à Cidade Universitária), então, vamos preparar para que, no próximo ano, já aconteça em um local definitivo. Ganham a população e os produtores rurais”, disse. “Nosso município sempre teve uma economia baseada no setor, e essa feira vem estimular e beneficiar a cidade e os produtores rurais que aqui residem, é um estímulo para nossa economia”, celebrou o prefeito do município, Xinaik Medeiros.
Floresta Brasil Amazônia – OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2013
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Feira Agropecuária
»» Vice-governador José Melo afirmou durante a abertura da Feira que o novo parque será construído na Cidade Universitária em Iranduba
»» Secretário de Produção Rural, Eron Bezerra e vice-governador José Melo durante a visita aos estandes
12 | DEZEMBRO 2013 / JANEIRO/FEVEREIRO 2014 – Floresta Brasil Amazônia
»» Empresário José Azevedo, presidente da FAEA, Muni Lourenço, e criador de ovinos Demilço Vivian (Alemão)
Cavalgada na travessia da ponte sobre o Rio Negro
»» Cavalgada deu início à 40ª Expoagro
O primeiro dia da 40ª edição da Exposição Agropecuária do Amazonas (Expoagro), começou em grande estilo. Em uma bela tarde de sol na capital amazonense, cerca de 25 cavaleiros e apaixonados pela montaria, e mais 18 mil veículos atravessaram a ponte do Rio Negro, em direção à grande arena montada na Pista de Arrancada. O deputado estadual Chico Preto (PMN/AM), e o Diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (IDAM), Edimar Vizolli, estiveram à frente da caminhada. Apaixonado por cavalos e um grande amante do esporte, o deputado Chico Preto falou da importância da EXPOAGRO para o desenvolvimento do setor primário do Estado. “Assim como a Zona Franca tem a Feira Internacional da Amazônia, onde são divulgados os produtos do Polo Industrial de Manaus, os trabalhadores do setor primário têm a EXPOAGRO como vitrine para os seus negócios. Ainda que em um ambiente improvisado, o evento é o fruto da ousadia de pessoas que investem no setor e em nosso Estado. Ali é a reunião de ações, onde se tem uma clara noção da importância do setor que traz perspectiva socioeconômica para o Estado junto com o conjunto de atividades que os caracteriza. A EXPOAGRO é a concentração dos sonhos e possibilidades de nós criarmos e consolidarmos alternativas para o pequeno produtor”.
»» Deputado estadual Chico Preto (PMN/AM) e o Diretor-presidente do IDAM, Edimar Vizolli
“Perspectivas, renda e sonhos para o pequeno produtor” Chico Preto, deputado estadual
Floresta Brasil Amazônia - DEZEMBRO 2013 / JANEIRO/FEVEREIRO 2014
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Feira Agropecuária
Campeonato de hipismo
»» Competidores celebram o título
»» Bruno Machado levou para casa o prêmio
A forte chuva que caiu não foi capaz de apagar os ânimos dos apaixonados pelo hipismo. Oito cavaleiros entusiasmados duelaram dentro da arena de rodeio, dando um verdadeiro show de habilidade e emoção para as 200 pessoas que estavam presentes prestigiando a competição. A arena molhada e escorregadia foi um obstáculo a mais para os guerreiros da montaria. A competição foi difícil e exigiu muita técnica. A harmonia entre o cavalo e os cavaleiros tinha que estar sintonizada, para ambos alcançarem o grande objetivo: a passada perfeita. Por ser uma arena de espaço pequeno, a organização resolveu reduzir a quantidade de obstáculos e diminuir o tamanho deles, para que os cavaleiros pudessem realizar de forma eficaz suas apresentações.
14 | DEZEMBRO 2013 / JANEIRO/FEVEREIRO 2014 – Floresta Brasil Amazônia
»» Familiares comemoram a dedicação e o esforço que levaram à vitória
A competição foi dividida em três: a primeira foi a categoria escola, destinada a jovens cavaleiros de idade entre 10 e 18 anos, onde os obstáculos eram de 80 centímetros de altura. A segunda era a categoria aberta, onde cavaleiros de qualquer idade poderiam participar, e enfrentaram obstáculos de 1 metro, a terceira tinha o grau de dificuldade mais elevado, obrigando os cavaleiros a fazer a série em menor tempo possível, enfrentando obstáculos de 1,10 m. Na categoria escola, a arena ficou pequena para os três cavaleiros que disputavam a premiação: Bruno Machado, de 14 anos; Laysa Ketlen, 16; e Leandro Abraão, de apenas 10 anos de idade. O pequeno cavaleiro foi um verdadeiro gigante dentro da arena, e não se intimidou com a habilidade dos seus concorrentes e deu um verdadeiro show de técnica.
“O hipismo é um esporte que mantém o adolescente com a cabeça ocupada e longe de coisas ruins. Ensina os adolescentes a ter responsabilidade e os ajuda a focar nos objetivos que se tem na vida. Além da convivência com o animal é um esporte que se trabalha em dupla, o condutor e o animal, e isso exige concentração”
FAMÍLIA GUAKUETA
Claudia Guakueta
Bruno Machado levou a melhor, e fez uma série quase que inquestionável, em menor tempo, com apenas uma infração, levando para a casa o prêmio de R$ 500. Animado com o bom desempenho na grande arena, Bruno Machado, destacou a importância de vencer a competição. “Estou muito feliz de vencer a disputa, agradeço aos meus pais que me dão apoio e coragem no esporte, e nunca deixaram de me incentivar. Agradeço aos meus professores Pedro Paulo e a Taís, pois o pouco que sei veio deles. Essa competição é uma grande chance de eu crescer e aprender mais. Ganhar é sempre bom, mas poder conhecer e aprender com outros competidores é melhor ainda”. A segunda colocação só deu ânimo e coragem para o pequeno cavaleiro Leandro Abraão, que na mesma tarde, além de ter conquistado a vice-colocação na categoria escola, disputou a etapa com obstáculos de 1 metro e levou para casa o primeiro lugar e o prêmio de R$ 1 mil. “Estou muito feliz com o hipismo e com essa conquista. Minha mãe sempre me incentivou a praticar esse esporte. Antes eu tinha muito medo de tudo. Quando comecei a praticar hipismo e a ter mais contato com os animais, eu perdi esse medo. Hoje sei que sou capaz de fazer muita coisa”, disse o animado cavaleiro. Feliz com a conquista do filho, a mãe Ana Cristina Abraão, não escondeu a satisfação de ver seu filho conquistar um título concorrendo com grandes competidores e resumiu de forma alegre e emocionada, que o esporte tem trazido de benefícios para o seu filho. “Sou muito grata a Deus e ao esporte. Ele sempre foi apaixonado por cavalo desde pequeno. Ele é extremamente disciplinado e comprometido por causa do esporte, e sou uma mãe feliz e realizada de ver meu filho crescendo fazendo o que ele mais gosta, que é o hipismo”.
Natural do Rio Grande do Sul, o trio de irmãs foi acostumado desde cedo a enfrentar dificuldades. Animada e feliz com as três filhas, a colombiana, Claudia Guakueta, contou animada como suas filhas entraram no hipismo e deixou claro a sua paixão pela cavalgada. Gabriela e Isabela ficaram com o segundo e terceiro lugares na categoria com obstáculos de 1 metro “A Caroline e Isabela são irmãs gêmeas, e quando elas tinham 8 anos de idade o ortopedista detectou nelas um problema na coluna e nos orientou a procurar a montaria que ajudaria elas a se desenvolverem e terem uma vida mais saudável. A partir de então, elas gostaram e começaram a praticar o esporte, participando de várias competições e conquistando muitos troféus. Hoje temos em casa cerca de 50 troféus e sou grata a esse esporte fantástico. Foi a Gabriela, que é a mais nova, com 12 anos de idade, que deu realmente o primeiro passo para iniciarmos na prática do hipismo. O meu tio fazia hipismo e o meu pai achava que cavalo era só para montar na fazenda. Então eu montava na fazenda, e quando tivemos que enfrentar o fato de elas terem que montar em cavalo, eu pensei, vamos fazer bem feito. Vou colocar elas primeiro para fazer aula de hipismo. E lá em casa, no café da manhã, almoço e jantar, só se fala em cavalo.
Floresta Brasil Amazônia - DEZEMBRO 2013 / JANEIRO/FEVEREIRO 2014
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Feira Agropecuária
Plano Estadual de Agricultura de Baixo Carbono ABC
O Estado do Amazonas lançou o Plano Estadual de Agricultura de Baixo Carbono (ABC) durante a EXPOAGRO. Instituições estaduais assinaram a elaboração do Plano que visa a reduzir a emissão de gases de efeito estufa na agricultura e na pecuária. Representantes do município de Autazes participaram da cerimônia. Algumas das ações que estão no plano já são praticadas no município, como ressaltou o engenheiro agrônomo Francisco Braga, que é coordenador do Programa Pecuária Verde. “O objetivo do programa é buscar uma alternativa para pecuária, onde tínhamos uma demanda muito grande. Entre as ações realizadas está a recuperação de áreas degradadas, tornando-as férteis, além de melhorar o manejo e a produção”. Segundo o agrônomo, a parceria das instituições envolvidas e o empenho da prefeitura municipal foram essenciais para o sucesso. “Hoje o projeto completou dois anos e atualmente já são cinco unidades demonstrativas financiadas pelo Banco do Brasil”. O Plano Estadual do ABC prevê que sejam realizadas ações como atividades agropecuárias sustentáveis e de baixa emissão de gases de efeito estufa, recuperação de pastagens degradadas, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) entre outras. As metas do Plano Estadual de Agricultura de Baixo Carbono estão divididas em duas etapas que compreendem o período de 2013 a 2015 e a segunda etapa, de 2016 a 2020. Para que essas tecnologias cheguem até o produtor, as instituições de pesquisa e educação são primordiais. O chefe de pesquisas e desenvolvimento da Embrapa Amazônia Ocidental, Celso Azevedo, destaca: “esse é um momento muito especial, uma vez que os Estados tem
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que ter o compromisso de desenvolver um plano que seja adequado com sua realidade. O papel da Embrapa é de disponibilizar as tecnologias, e temos as que vão de encontro com as que estão estabelecidas no plano, como o plantio direto”. Através do Programa ABC, os agricultores têm crédito disponível para desenvolverem seus projetos, para o ano-safra 2013/2014 o valor e de R$ 4,5 bilhões. Durante o lançamento do plano estadual, o Banco do Brasil, Banco da Amazônia e Caixa Econômica Federal, participaram e palestraram para os agricultores e pecuaristas; exemplificando taxas de juros e como fazer um financiamento. O presidente da FAEA, Muni Lourenço, enfatizou que o Plano vai ser um divisor de águas para o setor agropecuário do Amazonas. “Nós mais que todos os produtores rurais brasileiros, que estamos no coração da Amazônia, não podemos abrir mão de acessar o dinheiro que está disponível dentro da linha do ABC, com juros atrativos para que o produtor rural possa colocar em prática em sua propriedade tecnologias conciliando produção com preservação. Porque estamos convencidos de que não há nenhum tipo de antagonismo entre produzir e preservar. Nós temos todas as condições de triplicar a produção agrícola e o rebanho sem desmatar novas frentes; isso tudo graças às tecnologias, mas para isso precisamos de crédito”. Para o secretário, Eron Bezerra, “Não há sustentabilidade sem desenvolvimento. O Plano vai de encontro com as politicas que se deseja praticar em nossa agricultura e pecuária; são medidas eficazes que auxiliam no processo produtivo”.
Montaria profissional em touros agita o público
O paraense Raidouglas Pereira foi o peão mais valente da 40ª Expoagro e levou o título do rodeio, ao desafiar o touro Megaton, da Companhia de Pedro Arruda. Pereira acumulou 245 pontos durante as três noites de desafio e foi o grande vencedor da prova. A disputa foi transmitida pela TV Rodeio, em rede nacional, e acompanhada por representantes de entidades protetoras dos animais. Eron Bezerra, fez a abertura do evento e enalteceu a grandeza da festa, lembrando que a feira já faz parte do calendário cultural do Estado e, consequentemente, do setor primário.
O boiadeiro, que já vinha competindo há seis edições da Expoagro, levou a melhor na edição histórica da maior feira de agronegócios do Norte do país. Ele agora acumula mais um título em sua carreira, que já inclui prêmios em São Paulo, Pará e aqui mesmo no Amazonas, em Autazes e no Careiro Castanho, onde é bicampeão. O vencedor ganhou uma moto. Os demais finalistas receberam uma importância em dinheiro. O amazonense Gedeão Martins, do município de Apuí, foi o terceiro colocado com 237 pontos. A final do rodeio atraiu uma grande multidão que começou a chegar à arena por volta das para assegurar um lugar e conferir a final da festa de peão, além do show de Amado Batista.
Floresta Brasil Amazônia - DEZEMBRO 2013 / JANEIRO/FEVEREIRO 2014
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Feira Agropecuária
Raça Jersolando produz vinte e dois quilos de leite por dia
Vacas das raças Jersolando e Girolando disputaram o Concurso Leiteiro, realizado nos dias 12 e 13, durante a 40ª Expoagro. O vencedor da ordenha leiteira foi o pecuarista Nilmar de Miranda Peixoto de Azevedo, 38, proprietário da vaca “Vitória”, da raça Jersolando, que veio do Mato Grosso exclusivamente para participar da Expoagro e do concurso. “Essa festa está de parabéns. Para mim é orgulho participar. Ano que vem estarei aqui, com certeza, trazendo bastante gado e disputando novamente esse torneio leiteiro”, afirmou. Para transportar os animais trazidos para a feira, Nilmar utilizou caminhão, da fazenda Dois Irmãos-MT até Itaituba-PA, e mais um percurso que durou seis dias, de balsa, até chegar a Iranduba. Foi a primeira vez que o campeão participou do concurso leiteiro no Amazonas. Natural do Piauí, Nilmar chegou ao Mato Grosso em 2012 e sempre trabalhou com a criação e compra e venda de gado na fazenda Dois Irmãos, ele chega a comercializar cerca de 200 cabeças ao mês, todos da raça Jersolando. As vacas alimentam-se de casca da soja e farelo de trigo. Elas produzem, diariamente, de 14 a 15 litros por tirada. Durante a Expoagro, “Vitória” chegou a produzir 22 kg de leite por dia. Após ser anunciado como o vencedor do concurso, o criador de gado falou
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sobre a vitória. “Estávamos disputando e a briga estava acirrada, mas vamos levar o prêmio para o Mato Grosso”, comemorou. Antonio Edineudo Pinheiro é cearense e há 20 anos está no Amazonas. Desde a época que morava no Ceará trabalha com a criação e comercialização de gado. O pecuarista ficou com o segundo e o terceiro lugares do Concurso Leiteiro. As vacas “Carinhosa” e “231” chegaram a produzir 21 kg e 20,5 kg por dia, respectivamente. Os animais vieram do Sítio União, quilômetro 11 no ramal do Janauari, município de Iranduba. Para disputar o concurso, o fazendeiro levou vacas da raça Girolando, que é a mistura do GIR com o Holandês. “No próximo ano será melhor, com mais estrutura para os animais e os visitantes”, disse. Os animais são alimentados com cevada, casca de farelo de milho e capim. Segundo o zootecnista Paulo César de Sena Costa, que é organizador do Concurso Leiteiro há 11 anos, o critério básico para esse torneio leiteiro é a produtividade de leite. “O objetivo é ver a vaca que dá maior produtividade. No primeiro dia do concurso fazemos um procedimento chamado de “secagem”que é uma ordenha feita às 18h. E a partir do segundo é feita a ordenha oficial às 6h e, às 18h, faz-se a somatória é dá o resultado final do torneio”.
Amado Batista reúne 10 mil fãs em noite inspirada
Com show do cantor Amado Batista e realização das finais e semifinais do rodeio, o encerramento da 40 ª EXPOAGRO foi um sucesso de público. Moradores de Manaus, Iranduba, Manacapuru e Novo Airão, além de visitantes de várias outras localidades do Estado, garantiram uma arena lotada e um vaivém constante na pista de arrancada, em Iranduba. Um congestionamento que se estendia até alguns quilômetros antes e depois do local também denunciava que o público compareceu maciçamente. A mudança de local, aposta incerta após décadas em que a feira foi realizada no mesmo lugar, em Manaus, afinal, não tinha afetado tanto a frequência da mais importante feira agropecuária do Estado. Satisfeito com o resultado, o secretário de Estado da Produção Rural, Eron Bezerra, comemorava no último dia
de feira. “Superamos em muito a nossa expectativa porque trabalhamos com a ideia de uma EXPOAGRO lá, como sempre foi realizada, mas houve problema com o espaço. O terreno aqui em Iranduba também deu problema. Não chegamos a um acordo. Muita gente achava que a EXPOAGRO sequer aconteceria. Mas quem dizia isso não me conhece. Eu não desisto de nada”, disse. Eron Bezerra conta que teve que encontrar uma solução rápida para que a 40ª EXPOAGRO fosse realizada. “Conversei com o governador Omar Aziz. Disse a ele que haveria uma nova alternativa, um novo espaço para a gente realizar a EXPOAGRO, que era aqui na Pista de Arrancada. Não preciso falar mais nada. Quem veio pôde ver a quantidade de gente que passou por aqui”, comemorou.
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PEDALADA A exemplo do que aconteceu na abertura da 40ª Feira Agropecuária do Amazonas (EXPOAGRO), no dia 6 de dezembro, o encerramento da maior feira agropecuária do Norte do País, foi marcado por uma pedalada. Sessenta ciclistas do Pedala Manaus, comandados pela secretária Executiva Adjunta de Planejamento da Sepror, Tatiana Schor, e pelo Prefeito do município de Iranduba, Xinaik Medeiros, saíram em pedalada da cabeça da Ponte Rio Negro até a Pista de Arrancada no km 6,5 da Rodovia Manoel Urbano (AM-070).
A 40ª Feira de Exposição Agropecuária do Amazonas (EXPOAGRO), realizada entre os dias 6 e 15 de dezembro registrou um crescimento de 20% nos negócios financiados em relação à edição passada. “Batemos todos os recordes da EXPOAGRO, seja em público ou em volume de negócios. Agradecemos o incentivo dado pelo governador Omar Aziz, que isentou a cobrança de ICMS em negócios firmados na feira, ao município de Iranduba, agradecemos também à Secretaria de Segurança Pública e todos os parceiros que fizeram a festa acontecer”, avaliou Eron Bezerra. Durante dez dias, passaram pelo Parque de Exposição, instalado na Pista de Arrancada, localizada no km 6,5 da Rodovia Manuel Urbano (AM-070), 600 mil pessoas. De acordo com o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), mais de 100 mil veículos trafegaram pela ponte Rio Negro em direção ao Parque de Exposição. Em volume de negócios, foram financiados R$ 30 milhões em equipamentos. “Diante disso, sabemos que cada visitante consumiu cerca de R$ 20, correspondendo ao montante de R$ 12 milhões. Logo, o volume de negócios desta edição supera a ordem de R$ 42 milhões”, calcula Eron. A isenção do ICMS este ano foi um dos maiores atrativos da EXPOAGRO e refletiu no financiamento de equipamentos agrícolas beneficiando o diretamente produtor rural. A empresa Sotreq S/A, sozinha atingiu um volume de negócios de R$ 7.270.000,00.
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DADOS
BALANÇO
600 42
mil visitantes
milhões em negócios
100
mil veículos passarram pela ponte
Bacia Leiteira REPORTAGEM: Antonio Parente e Diárcara Ribeiro F0TOS: Antonio Parente
Ordenha mecanizada no Festival do Leite em
Produtores do município vivem uma nova fase com investimentos em novas tecnologias e melhoramento genético Localizado na margem direita do rio Amazonas, o município de Autazes (a 120 km de Manaus), é conhecido como “Terra do Leite”. Os produtores estão vivenciando uma nova fase do agronegócio; com investimentos em novas tecnologias para a recuperação de pastagens e melhoramento genético. De 3 a 10 de novembro ocorreu na cidade o 21o Festival do Leite e 20ª Feira Agropecuária, no Parque de Exposição do município. Segundo a organização do evento, passaram pelo local cerca de 60 mil pessoas.
A feira Agropecuária, que acontece simultaneamente com o Festival do Leite, vem se revelando como uma oportunidade para que pequenos produtores possam adquirir mais conhecimento e investir na propriedade com compra de matrizes e financiamentos. O público presente pôde prestigiar novas ferramentas que têm alavancado o setor primário do município. Com bastante entusiasmo, o secretário de produção de Autazes, Elias Reis, destacou que “o Festival do Leite e a Exposição Agropecuária representam o resultado da principal atividade econômica do município. Na criação
»» Ordenha mecanizada diminui o risco de contaminação provocado pelo tradicional contato com as mãos do ordenhador
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»» Alguns peões que participaram do rodeio do Festival do Leite de Autazes
»» Valdelino Cavalcante, presidente da ADS com o prefeito Wanderlan Sampaio
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»» A beleza das mulheres de Autazes foi destaque na principal festa do leite do Estado
»» Corrida rústica de cavalos é tradição no Festival do Leite
"Hoje estamos vivenciando uma nova realidade quando se fala em produção rural, Autazes produz com tecnologia" Wanderlan Sampaio, prefeito de Autazes
de animais temos cerca de 1.500 pecuaristas, envolvendo aproximadamente 3.000 famílias. Somente o frigorífico de carne da cidade produziu, em 2012, cerca de 506 toneladas de carne equivalente a 3.000 cabeças. Além da criação de animais para leite e carne, também temos agricultura familiar, agricultores indígenas e pescadores artesanais. O município está trabalhando com informações e tecnologia”. Segundo dados da Secretária de Produção Rural de Autazes, este ano, a feira movimentou cerca de R$ 838 mil em financiamentos. O Banco do Brasil aprovou quatro projetos no valor de R$ 100 mil cada. A Agência de Fomento do Estado do Amazonas (AFEAM), R$ 208 mil negócios efetuados e o Banco da Amazônia (Basa), com o projeto Amazônia Florescer R$ 230 mil. No total foram beneficiadas 87 famílias.
Para ajudar os pequenos produtores a acompanhar o crescimento da agricultura e pecuária e auxiliá-los a investir, foram disponibilizados também, no amplo espaço do parque, estandes que ofereceram uma infinidade de ideias e novas oportunidades de crescimento. É o caso do estante do Sistema FAEA-SENAR, bastante movimentado. Durante o evento, os visitantes conheceram os cursos que a instituição oferece, como o de Promoção Social e Formação Profissional Rural. Também foram distribuídas cartilhas para as boas práticas de derivados do leite, bovinocultura e informações atualizadas. O presidente do Sistema Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (FAEA) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-AR/AM), Muni Lourenço, que também é pecuarista do município, enfatizou que a feira vai além do entretenimento. “Este é um espaço para superarmos os desafios e mostrar as potencialidades de Autazes, que está cada vez mais com uma bacia leiteira fortalecida, setor primário aquecido com investimentos na qualidade do rebanho. O resultado é a diversificação da economia e melhoria da qualidade de vida de quem tira seu sustento do campo”. Para o prefeito Wanderlan Sampaio, este é o real objetivo deste evento. “O município passou a ter inúmeras conquistas no setor primário e uma delas é a visibilidade para a cidade. Passamos a ser mais observados
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»» Apresentação do rodeio de montaria em touros
»» Presidente da FAEA, Muni Lourenço, com pecuaristas vencedores do concurso leiteiro
e prestigiado, tanto pelos investidores, quanto pelos órgãos do nosso Estado. Podemos observar a melhoria que está acontecendo nas propriedades, e melhoria da qualidade do rebanho. Hoje, Autazes se destaca como um dos melhores rebanhos na produção leiteira, com todo o controle veterinário e medidas que cuidam da saúde dos animais”, disse. De acordo com o prefeito, fora a estrutura permanente do parque, foram investidos no festival uma receita de R$ 100 mil, levando-se em consideração a receita anual do município que é de R$ 35 milhões. O festival foi realizado pela Prefeitura Municipal de Autazes, Governo do Estado do Amazonas, Secretária de Estado de Produção Rural do Estado do Amazonas (SEPROR) e a Secretária de Estado da Cultura (SEC).
cimento, pastejo rotacionado e novas práticas. Para gerenciar o programa, um comitê técnico foi formado. São 46 unidades demonstrativas na região conhecida como Autaz Açu e Autaz Mirim, todas identificadas com placas que leva o nome das entidades parceiras envolvidas. As famílias do projeto estão cumprindo o rigoroso cronograma de execução das ações, que envolve visita do técnico na propriedade, estando em fase de irrigação. O sucesso do programa desenvolvido pela EMBRAPA é tanto que, durante este ano, o programa foi ampliado para o município de Presidente Figueiredo.
Diversão e entretenimento O festival contou com várias atrações artísticas, entre elas a cantora gospel Ludimila Ferber e o cantor Latino. Os cavaleiros do rodeio duelaram em plena arena contra fortes touros de aço, e levaram ao delírio todo o público que lotou as arquibancadas. A beleza interiorana de nove beldades abrilhantou ainda mais o festival, desfilando encanto e simpatia no concurso da Rainha do Leite. Quem levou o título foi Agatha Dantas, de 18 anos. “Essa é uma sensação única de alegria, de missão cumprida, pois nos preparamos muito para esse desfile. E ganhar o título de rainha da cidade, onde cresci e tanto amo foi um sonho realizado”, discursou. Entre os rapazes que duelaram na passarela pelo título do Rei do Leite, Hugo Chaves, 17, foi o escolhido pelos jurados. “Fico muito feliz por ter vencido esse desfile. Ainda mais porque é tradição nessa cidade que amo tanto”.
Programa Balde Cheio O Programa Balde Cheio, que é sucesso em outros estados do País, já vem dando alegrias aos produtores de Autazes. O programa utiliza tecnologia e melhoramento genético para aumentar a produção com qualidade e estimula o pecuarista a trabalhar com conhe-
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Ordenha Mecanizada Uma das novidades da feira foi o concurso do gado leiteiro, no qual a ordenha foi feita de forma mecanizada. Segundo o veterinário Jeferson Lidijusse, o processo é realizado por um aparelho que extrai o leite de forma mecânica e leva o líquido por meio de uma mangueira a um reservatório, onde ele é armazenado e fica livre de impurezas externas. De acordo com Jeferson, a ordenha mecânica é o processo de automação. “Nós não olhamos a máquina em si, e sim uma automatização do processo na extração do leite da vaca. Ele é um processo eficaz porque o homem não tem o esforço físico de tirar o leite da vaca. A ideia é tirar o leite de forma mecânica e econômica. E se não olharmos o lado econômico passa a ser um problema e não uma solução”. Para o pequeno produtor José Sena, terceiro colocado no concurso de gado leiteiro, a feira é uma oportunidade de crescer e aprender. “Com o conhecimento que aprendemos nós vamos aprimorando e somando. E o projeto Balde Cheio é uma chance enorme de desenvolvermos um trabalho melhor. Porque com o apoio de técnicos podemos fazer a coisa certa e vamos melhorando a qualidade do leite cada vez mais”, conta o animado pecuarista. As vacas do concurso leiteiro são todas do município e participam do Programa Balde Cheio.
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Carauari
Festa do Açaí REPORTAGEM: Antonio Ximenes F0TOS: Divulgação
valoriza o povo da floresta em Carauari Durante dois dias, mais de cinco mil pessoas participaram do evento, que mobilizou comunitários do interior
»» Apresentação de artistas regionais foi o ponto alto da festa
»» Rainha da Festa do Açaí, Poliana Lopes, com o prefeito de Carauari, Chico Costa
A 1ª Festa do Açaí de Carauari reuniu representantes de 20 comunidades do interior do município e mais de cinco mil pessoas participaram do evento nos dias 29 e 30 de novembro, na sede do município, na calha do rio Juruá. Organizada pela Prefeitura em parceria com a Agroindústria Açaí Tupã e colaboração da Agência de
Desenvolvimento Sustentável (ADS), a festa mobilizou os produtores rurais extrativistas, especialmente de açaí, a fruta que tem movimentado a economia local, depois que a Coca-Cola passou a comprar o produto diretamente da agroindústria do município. O carauairense Miberwal Jucá disse que a festa representa a valorização dos trabalhadores da floresta que,
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»» Candidatas a rainha visitam agroindústria Açaí Tupã
»» Rainha da festa com Miberwal Jucá e candidatas melhor classificadas
historicamente, têm abastecido o mercado regional e, agora, nacional, com açaí. “Nós realizamos a festa para dar visibilidade à cidade e ao seu povo”, disse Jucá, uma das lideranças mais respeitadas da região e diretor e o coordenador da festa.
Rainha Com atrações que fizeram a alegria dos participantes, como a banda Bagaceiros do Forró, e o concurso de rainha da Festa do Açaí, que foi vencido por Poliana Lopes. Em segundo e terceiro lugares ficaram as belas Indra Oliveira e Nayrrana Alves, respectivamente. O evento mobilizou a cidade. “Carauari precisa ter mais festas como estas, onde a gente pode se divertir e mostrar a nossa beleza e cultura”, disse Poliana Lopes, que recebeu um banho de suco de açaí por ter sido escolhida rainha.
Calendário
»» Produtor rural Sebastião Amaral, bi-campeão na coleta de açaí, com Miberwal Jucá, incentivador do plantio do açaí no município
O prefeito Chico Costa disse que a Festa do Açaí vai fazer parte do calendário oficial da Prefeitura e que em 2014 vai buscar mais apoios e patrocínios para o evento, pela importância que ele tem para as comunidades locais. “O açaí é uma nova esperança e nós vamos aproveitar esta força econômica do nosso município”, comentou.
Prêmio Na condição de maior colhedor de açaí da região, o produtor Sebastião Amaral, da comunidade Providência, ganhou como prêmio um forno de farinha por ter conseguido, pela segunda vez, sagrar-se o maior colhedor da fruta na região. “A gente faz o que sabe e rápido, porque a fruta não pode esperar muito tempo fora do pé, ela tem que ir para a indústria senão perde qualidade”, disse Amaral.
»» Rainha da festa, toma banho com o suco de açaí
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Maués
Celebrando o REPORTAGEM: Omar Gusmão F0TOS: Divulgação
Feira de Agronegócios e shows musicais de Cidade Negra e Latino marcaram a 34ª edição da já tradicional Festa do Guaraná, realizada anualmente no município de Maués
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Maués é uma cidade que mora na praia. Não por acaso, durante os três dias da tradicional Festa do Guaraná, a cidade praticamente se muda para a praia da Maresia, onde acontecem diversas atividades de dia e à noite. Não foi diferente neste ano, na 34ª Festa do Guaraná, que reuniu um público de aproximadamente 30 mil pessoas nos dias 28, 29 e 30 de novembro. Durante o dia, a praia era tomada por disputas de torneios desportivos e pelos banhistas, que, em Maués, frequentam as areias durante todo o ano. À noite, apresentações de grupos musicais como a banda Cidade Negra, que se apresentou na segunda noite, e o cantor Latino, que levou o público ao delírio na noite de encerramento.
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»» Prefeito de Maués, Padre Carlos Góes, discursa durante abertura da I Feira de Agronegócio
»» O prefeito entre o deputado estadual Arthur Bisneto e o secretário municipal de educação de Manaus, Humberto Michiles
“O guaraná tem ganhado muito mercado no País inteiro. Estamos no nosso melhor momento de venda de guaraná. E cada vez mais vamos contar com a produção daqui de Maués” Márcio Fróes, vice-presidente da Ambev
“Esse momento é o ápice. Nós encerramos o ano com o Natal e o Ano Novo, mas a Festa do Guaraná em Maués tem uma importância muito grande porque ela reúne turistas, o guaranacultor que vem do campo, os filhos de Maués que moram em Manaus e voltam nessa época, a imprensa, os parceiros, como Ambev, Embrapa, o Governo do Estado. Enfim, é um momento muito significativo para Maués”, afirmou o prefeito, Padre Carlos Góes.
AGRONEGÓCIOS Uma das novidades da festa deste ano foi a realização da I Feira de Agronegócios, que promete render investimentos de R$ 3 milhões em 2014 na agricultura de Maués. “Temos a possiblidade, com a Feira de Agronegócios, de trazer os investidores para Maués. A gente sabe que um dos nossos desafios é o desemprego e a gente precisa desvendar os caminhos para que haja esse atrativo para os investidores, para que isso possa trazer emprego e renda para a nossa população”, disse o prefeito.
»» Autoridades visitantes são recebidas nos estandes da feira de agronegócios na Festa do Guaraná
A realização da feira durante a Festa do Guaraná foi também uma forma de fortalecer ainda mais a agricultura familiar, um dos pilares econômicos do município. “A feira veio para quebrar o paradigma de que a cidade só produz guaraná. Vamos investir em parceria com o Banco do Brasil, em outros segmentos como o manejo do pirarucu, a produção dos derivados do guaraná os doces, o caldo e tantas outras atividades que precisam ser exploradas a partir da feira”, declarou o prefeito. A feira foi realizada pela Prefeitura de Maués por meio da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror), com a parceria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Instituto de Desenvolvimento Agro-
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Maués
pecuário e Florestal Sustentável (Idam), Servico de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Amazonas (Sebrae-AM), Senar, Governo do Estado do Amazonas e OCB/AM.
PREMIAÇÃO A última noite da Festa do Guaraná foi marcada pela homenagem aos guaranacultores. Foi o ponto mais alto dos festejos e teve o objetivo de valorizar quem produz o melhor guaraná da região. O prefeito, Padre Carlos Góes, premiou os guaranacultores nas categorias melhor bastão do guaraná artesanal, artesanato de guaraná, maior área em produção, mulher produtora e o mais antigo produtor, o senhor Luiz Neves (84). Na opinião do secretário de Cultura e Turismo, Benedito Teixeira, a festa resgatou a identidade cultural do povo de Maués. “Vamos fortalecer essa festa porque queremos que ela volte a ser a segunda maior festa cultural do Norte, depois dos bois de Parintins”, ressaltou. O simbolismo contido nos festejos também não é esquecido pelos mauesenses. Para o padre Carlos Góes, prefeito da cidade, nos três dias da Festa do Guaraná, Maués celebra um grande ritual, uma liturgia, com a junção de sentimentos, valores, esperanças e expectativas do povo de Maués. “É uma verdadeira festa tribal no meio da floresta. Moderna, com atrações nacionais, locais, as mulheres belas de Maués, o ritual tradicional que conta a lenda do guaraná. É um espetáculo que se agiganta com essa beleza natural que a gente tem em Maués. É um apogeu que a cidade vive antes do Natal”, tesificou o padre-prefeito.
PARCERIA Patrocinadora máster da Festa do Guaraná e compradora de 80% da produção do fruto naquela região, a Am-
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»» Cantor Latino com o prefeito Padre Carlos Góes
bev leva anualmente uma comitiva para conhecer Maués, a Festa do Guaraná e as plantações. Neste ano, o vice-presidente da empresa, Márcio Froes, fez sua estreia nos festejos. “Fisicamente é a primeira vez que estou aqui, mas tenho participado da vida desta cidade há muito tempo. Afinal, daqui sai a matéria-prima do carro-chefe de não-alcoólicos da nossa companhia”, disse. Froes ressaltou que em 2014, mais parcerias de incentivo ao produtor rural serão implementadas na região. “Nossa parceria é antiga com a população de
Maués. Vamos duplicar nossa produção a longo prazo. Isso é muito importante para a região porque incentiva o produtor rural”, frisou. O vice-presidente da Ambev afirmou que interessa para empresa o aumento de produtividade dos guaranacultores de Maués. “O guaraná tem ganhado muito mercado no País inteiro. Estamos no nosso melhor momento de venda de guaraná. E cada vez mais vamos contar com a produção daqui de Maués. Vai ter mercado para que se produza mais”, disse.
A RAINHA DO GUARANÁ Ovacionada pelo público presente na última noite da Festa do Guaraná, a representante do bairro Ramalho Jr., Raiane Pereira (21), conquistou o título de Rainha do Guaraná versão 2013. O concurso, que existe desde o iní-
cio da festa, é tradicionalíssimo e super disputado, já que é o título máximo da beleza mauesense. Várias rainhas do Guaraná já disputaram outros concursos de beleza, como o Miss Amazonas Oficial. Raiane, de 21 anos, que era uma das favoritas ao título foi anunciada como Rainha após a soma das notas do traje típico e maiô. Em segundo lugar ficou Jéssica Serra, do Centro, como a 1ª Princesa do concurso, e a candidata Karini Almeida, da Maresia e Santa Tereza, faturou o terceiro lugar. Raiane ganhou o premio de R$ 5 mil. Ela foi coroada pela rainha do Guaraná 2012, Iatrice Guimarães, uma das rainhas mais atuantes na área da cultura na história do concurso. Raiane Pereira disse estar muito feliz em representar a beleza máxima da mulher mauesense. Ela elogiou a beleza das concorrentes e disse que o clima
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Maúes
que antecipou a disputa foi harmonioso e que o relacionamento entre candidatas, coordenadores de bairro e comissão organizadora foi satisfatório.
LENDA DO GUARANÁ O Festival de Lendas, espécie de espetáculo teatral em três atos montado pelos grupos de dança de Maués, marcou a segunda noite da 34ª Festa do Guaraná. Em três versões diferentes, os grupos contaram a Lenda do Guaraná. Com o “Mito do Guaraná”, o grupo Maraguás apresentou a versão ancestral da origem do guaraná. Alcinei Pimentel, coordenador do grupo, desse que a montagem levou dois meses de ensaios. Na versão da Lenda do Curumim, o grupo Companhia de Dança de Maués-CDM se baseou na história do folclorista Simão Assayag. Segundo Marquinho Moreira, coreógrafo e coordenador do grupo, o trabalho foi voltado para o estilo tribal. O grupo tem participação direta nas apresentações do Boi Caprichoso, no Festival de Parintins. Baseado no conto de Homero de Miranda Leão, o grupo de dança Porantim revelou a Lenda Cereçaporanga, o romance proibido entre uma índia Sateré-mawé e um
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»» Grupos de dança folclórica apresentaram três versões da Lenda do Guaraná
índio Munducuru. Djalma Cardoso, coordenador do grupo, ressaltou a criatividade para interpretar a Lenda do Guaraná. O grupo também tem relação com Parintins, atuando no Boi Garantido.
PROSAI-MAUÉS O prefeito de Maués, Padre Carlos Góes (PT) comemorou a aprovação no Senado, de projeto autorizando o Governo do Amazonas a contratar o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para fazer o empréstimo de US$ 24,5 milhões, equivalente a R$ 53 milhões, para o Prosaí-Maués. O projeto piloto criado em Maués, visa a solucionar os problemas de saneamento básico, urbanístico e socioambiental atendendo na área urbana 25.832 habitantes e 400 na área indígena. Padre Carlos destacou o compromisso do Governador Omar Aziz (PSD) que na semana passada enviou o projeto ao Senado e aos senadores Eduardo Braga (PMDB) e Vanessa Gazziotin (PC do B). “Todos compartilharam esse projeto e demonstraram o compromisso com o Amazonas e, principalmente, com Maués”, disse Góes. A partir de agora, o Governo do Estado e BID formalizarão o acordo de empréstimo que tornará possível o repasse de recursos da instituição financeira para o Governo do Estado e a prefeitura de Maués. Segundo o prefeito, está sendo executada a primeira etapa do projeto realizado com adiantamento de recursos do Governo do Estado e envolve a construção de cinco poços tubulares nas comunidades
indígenas, dois reservatórios elevados na área urbana e desocupação da área. As próximas etapas serão discutidas com a equipe técnica do projeto. São prioridades a urbanização da Lagoa da Maresia, otimização do Sistema de Abastecimento de Água, Ampliação do Sistema de esgotamento, Abastecimento de água potável para 13 comunidades indígenas, Urbanização da Lagoa do Prata, e Donga Michiles. As famílias que residem em área de risco ou em trechos de intervenções de obras serão reassentadas em moradias instaladas em áreas de seguras e dotadas de infraestrutura. A proposta foi aprovada primeiro na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). O relator do pedido de autorização, de autoria da Presidência da República, foi o senador José Pimentel (PT/CE). Segundo o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB/AM), o programa, conhecido como Prosai de Maués, vai proporcionar melhor qualidade de vida para os moradores, a exemplo do que ocorre na capital, com o Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim). A proposta foi aprovada em regime de urgência, conforme requerimento apresentado pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM).
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Rodeio e Cultura
VI ExpoEnvira REPORTAGEM E FOTOS: Antonio Ximenes
mobiliza calha do Juruá Eventos de cultura e educação, bem como um animado rodeio animaram mais de 10 mil pessoas no município
»» Peão aguenta a força bruta do touro indomável
»» Peões na apresentação para o público antes de começar o rodeio
A VI ExpoEnvira de 2013 foi um sucesso. Durante oito dias, de 9 a 16 de novembro, atrações como a banda nacional Falamansa, rodeio de montaria em touros, paraquedismo, moto cross, concurso de rainhas e uma diversificada praça da alimentação mobilizaram mais de quarenta mil pessoas. “Nós organizamos a festa com apoio da Secretaria de Cultura do Estado, do Sebrae, do 7º Comando Aéreo Regional, Associação Amazonense de Municípios e do governador Omar Aziz diretamente e conseguimos oferecer às pessoas uma festa muito bonita”, disse o prefeito de Envira, Ivon Rates, ele mesmo um cowboy, como costuma dizer. O Centro de Exposição e Negócios Agropecuários (CENA) recebeu moradores de Ipixuna, Itamarati, Juruá, Eirunepé, Carauari, Feijó (Acre) durante a VI ExpoEnvira.
De Manaus, a banda da Base Aérea compareceu com mais de 50 músicos. O 7º Comar montou uma exposição militar para a população no CENA. “Nós fomos a Envira, através de um convite do prefeito Rates, que nos ofereceu todas as condições para a nossa apresentação. Foi muito bom levar a Aeronáutica para uma feira do interior”, disse o Major Brigadeiro do Ar, Perez, comandante do 7º Comar. Os prefeitos de Eirunepé, Itamarati, Ipixuna,Guajará, o vice-prefeito do Juruá e autoridades do governo estadual, como o presidente da Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS), Valdelino Cavalcante, e José Ramonilson Gomes, diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural do IDAM, compareceram à feira.
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»» Apresentação de maculelê (capoeira)
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»» A festa de Emília do Sítio do Pica-Pau Amarelo
»» Apresentação de Carimbó
»» Praça da alimentação
"Conheci e convivi com padre Theo. Ele contribuiu muito para a felicidade de muitas famílias de Envira. Sua partida nos tocou a todos" Valdelino Cavalcante, presidente da ADS
“Eu não perco uma festa como esta, por nada deste mundo, principalmente porque tem rodeio”, disse o prefeito de Eirunepé, Joaquim Neto Monteiro, conhecido como “Bara”, que, entusiasmado, aproveitou para montar em um touro bravo na arena, o que agradou ao público. A médica Kátia Regina Rates disse que a festa tem tradição e que as novas instalações ajudaram. “O povo gosta de coisa bonita e bem organizada e a gente fez tudo para agradá-lo”, comentou.
Padre Theo O convidado especial e na ocasião representando o governador Omar Aziz e o vice-governador José Melo, Valdelino Cavalcante, que já foi secretário de Agricultura de Envira, emocionou centenas de pessoas quando, no centro da arena de rodeio, fez uma homenagem ao padre Theo, que havia falecido durante a VI ExpoEnvira. “Conheci e convivi com padre Theo. Ele contribuiu muito para a felicidade de muitas famílias de Envira. Sua
»» Estátua do peão de rodeio no “touro de ouro” com “chaplin”, pai e filho
partida nos tocou a todos, mas o povo soube homenageá-lo orando e fazendo uma exposição mais linda ainda”, disse Cavalcante.
Animais O prefeito de Itamarati, João Campelo, gostou do que viu em Envira.”A exposição está bem organizada com animais bem tratados e bons preços para o produtor. A piscicultura está em alta também”, destacou.
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Rodeio e Cultura
»» Trabalhador rural acompanhado pelo prefeito de Eirunepé, Bara (boné branco), prefeito de Envira, Ivon Rates (chapéu), José Ramonilson (IDAM), Valdelino Cavalcante (ADS) e prefeito de Itamarati João Campelo
»» Presidente da ADS, Valdelino Cavalcante com Big, apresentador do rodeio
»» A oração para Nossa Senhora Aparecida é sagrada para os peões de rodeio
»» Juiz do rodeio, Mineiro
Educação A prefeita de Ipixuna, Aguiomar Silvério, foi outra que teve boa acolhida da população pela sua espontaneidade e jeito simples de ser. “Eu sou uma administradora que valorizo a Educação e vim aqui para me reunir com os outros prefeitos da Calha do Juruá, mas também para ver as escolas estaduais apresentarem seus resultados”, disse após assistir a apresentação de quatro escolas. »» Trabalhador deficiente auditivo com o amigo Valdelino Cavalcante
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Artigo Pronatec, conhecimento dos produtores da floresta O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) pactuado com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) tem sido para o Estado do Amazonas um divisor de águas. Os cursos não se restringiram somente às cidades, nossos instrutores foram até às comunidades rurais mais distantes. Segundo depoimento dos próprios participantes, houve comunidades em que nenhuma instituição em tempo algum tinha ofertado treinamentos. Isso para nós é mais um motivo para continuarmos cumprindo nossa missão de realizar cursos de Formação Profissional Rural para os jovens, produtores e trabalhadores rurais. Estamos convencidos que a educação é fator chave para o desenvolvimento e para que possamos continuar produzindo e respeitando o meio ambiente. Neste mês de dezembro realizamos o 1˚ Encontro Pronatec Amazonas, evento que reuniu em Manaus mais de 200 participantes, entre eles os instrutores dos cursos, alunos da região metropolitana que representaram os demais e os funcionários da instituição. No decorrer da solenidade o renomado palestrante, Omar Hennemann, envolveu a todos com palavras de estímulo e esperança. Sem dúvida, foi um momento para celebrar as conquistas – de 2011 a 2012 o SENAR Amazonas aumentou 294% o número de alunos treinados pelo PRONATEC. O que significa recursos humanos qualificados para o setor primário. E dando aos nossos jovens uma oportunidade ímpar de continuar no campo; porém, produzindo com novas técnicas e gestão da propriedade rural. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 276 mil pessoas têm como atividade o nosso setor primário. O Estado tem demonstrado claramente que preserva e produz com sustentabilidade. O SENAR Amazonas atende o programa com uma cartilha de cursos, ofertados gratuitamente. Entre eles, Horticultura, Preparador de pescado, Doces e Compotas, Bovinocultura de Corte, Bovinocultura de Leite, Cultivo e Beneficiamento da Mandioca, Fruticultura e Piscicultura. Para o próximo ano temos a perspectiva de avançarmos 54% a mais; serão atendidos cerca de 2.115 alunos, iremos dobrar o número de municípios beneficiados. No sentindo de oferecer cada dia mais cursos e serviços para nosso público alvo, outra conquista neste ano, se deu através do Programa Sindicato Forte, conseguimos ser o segundo estado brasileiro a realizar o Índice de Desenvolvimento Sindical (IDS) em todas as bases filiadas à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (FAEA). O IDS funciona como uma “radiografia” das atividades que estão sendo realizadas pelo Sindicato, como também da gestão de seus dirigentes, podendo ser comparado com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que avalia vários fatores. Após a avaliação os sindicatos recebem orientações. O Sistema FAEA-SENAR conclui este ano com o sentimento de dever cumprido e preparado para iniciar 2014 cheio de planos, lutando para atender o anseios da classe rural amazonense.
Muni Lourenço
Presidente do Sistema Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (FAEA) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR)
Exposição e Feira
Expopin mostra tradição pecuarista REPORTAGEM E F0TOS: Jonas Santos
Desafio de diminuir a dependência do Amazonas em relação à carne bovina importada de outros Estados foi debatido
»» Vacinação do gado contra febre aftosa visa à erradicação da doença
»» A rainha Haillane Santos Pessoa (de rosa), garota Expopin 2013, e outras candidatas
Até o final do primeiro semestre de 2014, o Amazonas dará um salto qualitativo na produção de carne bovina. Na semana passada, o ministro da Agricultura baixou portaria reposicionando a qualidade sanitária do rebanho do Estado colocando o centro produtor local na classificação de médio risco. Diminuir a dependência do Amazonas em relação à carne bovina importada de outros estados. Esta é principal meta para 2014 da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea). Durante a 31ª Edição da Exposição Feira Agropecuária de Parintins (Expopin), o presidente da Faea, Muni Lourenço, afirmou que o Estado começa a dar os primeiros passos para reduzir essa dependência. De acordo com ele, 75% de toda carne bovina consumida no Amazonas vem de outros estados.
Entre as principais ações governamentais tomadas para minimizar o problema está a intensificação da vacinação do gado amazonense contra a febre aftosa. “Temos pela frente um grande desafio de diminuir a importação de carne de outros estados. Estamos prestes a dar um passo importante nesta direção. Estimo que até o final do mês de junho do ano que vem estaremos livres de realizar a vacinação contra a febre Aftosa”, afirmou o presidente da Faea, Muni Lourenço. O presidente da Faea esteve em Parintins – distante 325 quilômetros da capital Manaus – participando do encerramento da Expopin. Muni avaliou o evento como um meio de reforçar a tradição e o valor do segmento agropecuário amazonense. Parintins tem o terceiro maior rebanho bovino do Estado, atrás de Boca do Acre e Apuí. “Verifica-se o esforço e a mobilização da classe agrope-
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»» Matriz Nossa Senhora do Carmo é um símbolo religioso da cidade
»» Presidente da FAEA, Muni Lourenço, defende o melhoramento genético como prioridade para o rebanho de Parintins
cuária nesta festa. As exposições têm papel importante para o desenvolvimento deste segmento, principalmente para viabilizar o acesso dos produtores a financiamentos de crédito e às novas tecnologias”, analisou. A 31ª edição da EXPOPIN foi realizada entre os dias 1o e 8 de dezembro. Além de fomentar negócios e promover a troca de experiências entre os pecuaristas, a exposição contou com eventos como concurso de laço, vaquejada, leilão virtual, shows artísticos e a escolha da Garota Expopin 2013. No âmbito dos negócios, a feira movimentou um volume financeiro de R$ 800 mil. Os dados são do presidente da Associação dos Pecuaristas de Parintins, Lucivaldo Pereira.
a culinária rural, a vestimenta e os rodeios que aqui são realizados”, acentuou. Muni visitou em Parintins, uma Unidade de Observação de propriedade do médico veterinário Octacílio Ferreira Neto, que serve para experimentações do IDAM, Embrapa e IFAM. “As unidades de Observação são importantes para conquistar o desenvolvimento que precisamos”, assinalou o presidente da FAEA. A unidade funciona na “Fazendinha vovô Octacílio”. Lá são desenvolvidos testes com técnicas de lavoura, pecuária e floresta, pastejo rotativo, melhoramento genético, inseminações artificiais convencionais e em tempo fixo. “Há mais de cinco anos estamos trabalhando nesta área, mas somente há dois anos é que essa área vem servindo como Unidade de Observação também para o Idam e a Embrapa. Ela funciona como um órgão multiplicador”, informou Octacilio Ferreira Neto.
MELHORANDO A GENÉTICA Os produtores que estiveram na Exposição Agropecuária puderam tomar parte no leilão virtual nacional, organizado pelo Canal do Boi, um dos maiores canais do agronegócio brasileiro. Segundo Lucivaldo Pereira, os pecuaristas de Parintins estão interessados em melhorar a qualidade genética do seu rebanho por meio da introdução de novas técnicas, entre elas inseminação artificial e a compra de matrizes com boa genética vindas de outras partes do País. “Se quisermos competir no mercado nacional, teremos que investir na qualidade da genética do nosso gado. Precisamos sair desse processo rudimentar”, disse. O presidente da Faea, Muni Silva Júnior, também acompanhou o leilão virtual e se reuniu com produtores locais. Ao final do encontro, ele se disse contente com o resultado. “A EXPOPIN é um momento de congraçamento dos produtores, reforça os laços de amizade e a troca de experiência. É um momento em que matemos viva as tradições e os hábitos do campo, desde
ANO ATÍPICO O presidente da APP, Lucivaldo Pereira, ressalta que 2013 foi um ano atípico para todas as feiras agropecuárias. “A exposição de Barreirinha teve sérios problemas. Manaus também passou pela mesma situação para realizar a Expoagro. Muitos fatores como a questão climática, as pastagens e as enchentes estão causando sérios transtornos aos produtores, não apenas de Parintins, mas de todo o Amazonas”, argumentou o presidente dos pecuaristas.
ALEGRIA DA RAINHA Haillane Santos Pessoa foi eleita a rainha da Pecuária (a garota EXPOPIN 2013) e recebeu uma premiação no valor de R$ 5 mil. Ela desfilou para um público recorde de sete mil pessoas. “Estou muito feliz e emocionada com a escolha”, disse.
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Vaquejada
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25 anos de vaquejada no Amazonas REPORTAGEM: Leandro Prazeres FOTOS: Leandro Prazeres e Divulgação
Modalidade de esporte genuinamente brasileira ganha cada vez mais adeptos no Amazonas. Meta é consolidar calendário
Um esporte de raça, força e técnica e genuinamente brasileiro. Assim pode ser definida a vaquejada, modalidade que nasceu no Nordeste e que, neste ano, comemora 25 de sua chegada ao Amazonas. Ainda engatinhando por aqui, a vaquejada avança firme no Estado arregimentando fãs, admiradores e atletas deste esporte em que a interação entre o homem e o animal é a chave do sucesso. A vaquejada surgiu há cerca de 80 anos no Nordeste brasileiro como uma evolução da prática cotidiana dos vaqueiros do sertão que tinham de correr atrás das
reses que desgarravam do rebanho. O esporte consiste em uma dupla de vaqueiros montados a cavalo que perseguem um novilho em uma pista de 100 metros de comprimento. Na pista, há duas marcas de cal. Faz mais pontos a dupla que conseguir derrubar o novilho dentro do espaço entre as marcas. A modalidade é praticada em todo o Brasil, mas é na região que existe o maior número de praticantes. No Amazonas, o esporte chegou há 25 anos, trazido por migrantes nordestinos. O empresário maranhense Assis Cavalcante é, sem dúvida, a melhor pessoa no Amazonas para falar sobre a vaquejada no Estado. Criado em Teresina, capital do Piauí, onde ele começou a montar quando ainda era um adolescente. Assis conta que a primeira tentativa de organizar o esporte no Amazonas aconteceu quando João Batista Torres, Givaldo Lopes, José Lopes, Tom Vieira e João Formoso fundaram a Sovama (Sociedade dos Vaqueiros do Amazonas), em 1988. “A vaquejada chegou no Amazonas trazida por alguns pioneiros que vieram do Nordeste. Algumas pistas foram criadas, mas depois de um tempo o esporte deu uma caída. Em 2003, eu montei uma pista no Careiro Castanho e a gente começou a retomar o esporte”, conta Assis Cavalcante. Até hoje, as corridas no Careiro Castanho estão entre as mais importantes do Estado. Assis conta que ele se uniu aos pioneiros da vaquejada no Estado. Em 2009, Assis se uniu a novos amantes do esporte (Darcilo Zanini, Elídio Antônio Barbosa, Jurandir Vanderlei e Neto “Bompreço”) e fundou a AVAM (Associação dos Vaqueiros do Amazonas). “Desde que fundamos a AVAM, o esporte deu um salto de qualidade e quantidade. Hoje, temos muitos vaqueiros de ótima qualidade e os nossos eventos estão atraindo vaqueiros de diversos lugares do País”, afirma Ilídio Antônio Barbosa Formoso, mais conhecido como “Formozão”.
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O dirigente afirma que o principal desafio da vaquejada no Amazonas é continuar atraindo vaqueiros de outros estados nas competições realizadas no Estado. “Por conta da distância geográfica, é difícil trazer atletas e animais de outras regiões. Mesmo assim, temos contado com a presença de gente muito boa”, comemora. No Amazonas, a principal competição de vaquejada é promovida pela AVAM na segunda semana de agosto. Em 2013, o evento contou com a participação de 230 duplas de todo o Brasil e distribuiu uma premiação de R$ 200 mil, uma das maiores do País.
PISTAS NO INTERIOR O renascimento da vaquejada no Amazonas tem sido a responsável pelo aumento do número de pistas no interior. Hoje, além da pista no Careiro Castanho, de Assis Cavalcante, existem pistas em Presidente Figueiredo e Apuí, além de pelo menos três pistas em Manaus. Darcilo Zanini, um dos pioneiros da vaquejada no Amazonas, diz que o esporte está ganhando cada vez mais força no Estado e está passando por um processo que ele chama de “familiarização”. “As famílias estão se tornando mais próximas da vaquejada. Nas competições, nós temos os pais, os filhos, casais, todo mundo envolvido. É uma coisa muito boa porque isso faz com que essa tradição seja resgatada e todo mundo se envolve”, comemora.
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»» Diretoria da AVAM se reúne para celebrar aniversário de Pedro Zanini
Uma amostra de que a vaquejada corre no sangue da família Zanini é o filho do patriarca, Pedro Zanini. Ele começou a montar cavalos quando tinha apenas um ano. Hoje, aos 22, é um dos principais atletas da modalidade no Amazonas. Em 2014, a sua meta é participar do Campeonato Nacional Portal Vaquejada, principal competição nacional do esporte que conta com 30 etapas ao longo de todo o ano. “Acho que a principal meta da
vaquejada, não apenas do ponto de vista do Amazonas, mas nacionalmente, é acabar com um certo preconceito que as pessoas têm em relação ao esporte. A vaquejada é tipicamente brasileira e precisa ser valorizada”, diz o vaqueiro.
INTERAÇÃO Como todo esporte de montaria, a vaquejada requer um nível elevado de interação entre o homem e sua “máquina”, no caso, o cavalo. “É como se fosse na Fórmula 1. Não adianta você pilotar uma Ferrari se você não é um bom piloto. Da mesma forma que um bom vaqueiro, sem um bom cavalo não consegue bons resultados, afirmou Assis. Na vaquejada, a meta é derrubar o novilho antes da segunda marca de cal feita na pista. Para isso, dois vaqueiros correm em dupla. No dicionário do esporte, um exerce a função de “esteira” e o outro a de “puxador”. O esteira é o responsável por emparelhar o animal, conduzindo-o até a extensão de areia entre as duas faixas de cal de forma a facilitar o trabalho do puxador. O puxador é o responsável por puxar o rabo do novilho e derrubá-lo antes do animal ultrapassar a segunda faixa de cal. Um trabalho em equipe a velocidades que podem chegar 60 quilômetros por hora. Apesar da aparência radical, Assis Alves afirma que o esporte não tem nada de violento. “É um esporte que requer força, mas requer muito mais técnica. Aqui, eu nun-
»» Interação entre homem e animal é fundamental para dominar a vaquejada, esporte que tem sua origem no Nordeste
ca vi graves acidentes”, diz Assis Alves. Darcilo Zanini concorda com Assis. “Não tem nada de radical. É um esporte qualquer. As pessoas podem se machucar jogando futebol e ninguém diz que futebol é violento”, argumenta.
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Artigo As conquistas para o Amazonas em 2013 e que venha 2014 Todas as realizações, algum dia, já foram um sonho. Os sonhos são, portanto, a base de todo grande projeto. É por isso, inclusive, que ensinamos as nossas crianças a sonhar. Da mesma forma, na administração, pública ou privada, os executivos e governantes buscam transformar seus sonhos, suas metas, em ganhos e melhorias de vida para a população. Com isto em mente, em janeiro, conseguimos estender o “Programa Luz para Todos” até 2014, expandindo o acesso à energia elétrica e facilitando a integração das famílias aos programas sociais do governo. Segundo cálculos do Ministério de Minas e Energia, no Amazonas, mais de cem mil pessoas já foram beneficiadas. Já em abril, trabalhamos para a aprovação do Estatuto da Juventude, reafirmando o direito do jovem amazonense à educação de qualidade, acesso aos ensinos fundamental e médio, obrigatórios e gratuitos, e assegurando aos jovens índios e jovens dos povos de comunidades tradicionais, a utilização de suas línguas maternas e de seus processos próprios de aprendizagem. Também em abril, por meio da relatoria da Medida Provisória dos Portos, previmos a abertura de novos terminais no Amazonas, o que vai melhorar o fluxo de exportação e escoamento dos produtos da Zona Franca de Manaus e ainda permitirá aos portos privados, movimentar cargas de terceiros, aumentando as possibilidades de transporte na região. Medidas que vão gerar mais emprego e renda no Estado. Em junho, com a adoção das novas regras para a divisão do Fundo de Participação dos Estados, o Amazonas receberá mais R$ 1,7 bilhão até o ano de 2020. Assim, foi corrigida uma injustiça, pois cabia ao nosso Estado um dos menores percentuais na divisão. Com isso, teremos mais recursos para investir em saúde, educação e em serviços essenciais para a população. Em outubro, com a aprovação do “Programa Mais Médicos”, conseguimos beneficiar os brasileiros que moram em regiões distantes dos grandes centros, como é o caso de muitos amazonenses, proporcionando atendimento básico de saúde. Pelo menos 62 profissionais já começaram a trabalhar e o número de pessoas atendidas pelo Mais Médicos ultrapassará 200 mil moradores do Estado. Sem dúvida, 2013 foi um ano de grandes conquistas para o Amazonas e para o Brasil. Além de projetos importantes aprovados no Senado, o Estado recebeu importantes recursos do governo federal para investimento em obras de infraestrutura. Vale citar os R$ 86 milhões destinados aos terminais hidroviários do Estado, o início das licitações para a construção e reforma de aeródromos e construção de agências do INSS nos municípios. Este ano pudemos, com muita alegria, inaugurar a agência em Boca do Acre, que vai atender toda a população do sul do Amazonas e microrregião do Purus. Nelson Mandela, líder sul-africano que morreu neste ano, dizia que tudo parece impossível, até que seja feito. Como Senador e como líder do governo da Presidente Dilma, a minha visão, de tornar o Amazonas uma referência de sustentabilidade e qualidade de vida para o Brasil, ficou mais próxima da realidade. Que venha 2014.
Senador Eduardo Braga (PMDB-AM)
Líder do Governo no Senado
Empresário do ano REPORTAGEM: Diárcara Ribeiro FOTOS: Antonio Ximenes e Diárcara Ribeiro
Augusto Salla, da Comercial Risadinha, é destaque do ano
Líder no ramo de vendas para o produtor rural tem como lema de sua empresa crescer junto com o homem do campo Investimento na capacitação da equipe é grande diferencial O ano de 2013 foi de muitas alegrias para o empresário Augusto Salla; a empresa que começou pequena, hoje é líder no ramo de vendas para o produtor rural, com preços competitivos e assistência técnica. Este ano mesmo com a concorrência do mercado, conseguiu crescer em faturamento comparado aos anos anteriores em torno de 25%. Já emprega 100 funcionários com carteira assinada. No segundo semestre para agradecer o seu principal cliente, a Comercial Risadinha promoveu uma semana de intercâmbio, com palestrante vindo até do México. “Nosso lema é crescer junto com homem do campo, pois sem ele não existíamos”. Quem olha o empresário de hoje, com vários certificados em participações na área rural, entre eles uma medalha de Mérito Agrícola do Estado do Amazonas; investindo em capacitação de sua equipe, buscando os melhores treinamentos e produtos com tecnologias; como mesmo revelou, gosta de estar junto nos eventos do setor; participando de congressos inclusive fora do País, nem imagina como sua carreira começou. Uma sacola na mão e um propósito: Fazer a vida no Norte do Brasil. Foi assim que o empresário Augusto Salla, saiu de sua terra natal, Tenente Portela, no Rio Grande do Sul, em busca de novos horizontes. Com apenas o ensino fundamental, o empresário chegou ser destaque nos negócios graças ao espírito empreendedor e como ele mesmo diz, muito suor. “a caminhada não foi fácil, foi preciso trabalhar muito, e ainda é, para podermos chegar até aqui”. Quando Augusto, mais conhecido como Risadinha, fala em chegarmos, porque sempre esteve de braços dados com os irmãos. “Nossa família sempre foi unida”.
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»» Empresário Augusto Salla aposta na qualifição dos seus funcionários
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"A caminhada não foi fácil, foi preciso trabalhar muito, e ainda é, para podermos chegar até aqui" Augustio Salla, empresário
Augusto Salla, começou com uma venda, no bairro Alvorada, em Manaus em 1994 e não se espante caro leitor, eram apenas oito produtos, entre eles, o arroz e o feijão vindos do Estado de Rondônia. Hoje a Comercial Risadinha é moderna, com 2.400m² em área construída já é reconhecida no ramo por fornecer produtos de qualidade, atendendo os setores da agricultura, pecuária, horticultura, fruticultura, vacinas, fertilizantes, produtos como enxadas, carrinhos de mão, piscicultura, avicultura, agropecuária e na linha Pet. Os produtos são entregues na capital, municípios da Região Metropolitana e nos barcos, onde seguem para os interiores mais distantes.
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Empresário do ano
»» Os produtores durante a Segunda Semana do Produtor Rural
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"Nossa equipe está preparando o planejamento estratégico para 2014. Uma das novidades será a realização da III Semana do Produtor Rural," Augusto Salla, empresário
Segundo Augusto Salla, uma empresa só cresce se quem estiver à frente conseguir enxergar as demandas do mercado. “Já estamos pensando em 2014, nossa equipe está preparando o planejamento estratégico. Uma das novidades será a realização da III Semana do Produtor Rural, que promete ser inesquecível”. Durante a entrevista, Augusto Salla revela um sonho antigo. No sítio da família já tem a criação de ovinos, mas o que deseja é ser criador de gado. “Se Deus quiser vou conseguir”. Assim ele se despediu da nossa equipe, cheio de entusiasmo e planos para 2014.
»» Augusto Salla, Jucelino Salla, Amabli Salla, Ricciere Salla, Marlene Salla, Roque Salla
»» Ricciere Salla e Amabli Salla, pai e mãe da família Salla
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Artigo De Olho na Sustentabilidade No término do II Fórum Mundial de Sustentabilidade que aconteceu entre os dias 22 a 24 de março de 2012 em Manaus, recebi o convite do jornalista Antonio Ximenes para elaborar uma matéria sobre a Visafértil – Fertilizantes Orgânicos. Na ocasião chegamos à conclusão que havia assuntos mais relevantes e urgentes para serem divulgados pela revista Floresta Brasil Amazônia e foi elaborado o artigo: “Usina de Incineração do “Lixo” Urbano – O Brasil na Contramão da Sustentabilidade”. As usinas de incineração do lixo trazem inúmeros malefícios, têm tecnologias absoletas que estão sendo desativadas em países europeus, causam desemprego das pessoas envolvidas na coleta e reciclagem. Elas não oferecem segurança em relação à eliminação dos gases cancerígenos, tóxicos que são acumulativos. Na edição nº 4, no artigo “Matéria-Prima Vira Lixo”, mostramos que dar o destino adequado aos resíduos domésticos não é enviá-los aos aterros ou queimá-los, mas sim, transformá-los em fertilizantes orgânicos. Posteriormente a revista publicou: “Compostagem: Destino Nobre e Sustentável do Lixo Orgânico Doméstico”. Não há a menor dúvida e que a compostagem é uma solução sustentável, inteligente, adequada e definitiva, pois transforma os resíduos orgânicos em um adubo de qualidade, rico em substâncias húmicas e nutrientes que alimenta as plantas, recuperam solos degradados, melhorando as estruturas físicas, químicas e biológicas. Aumenta a produtividade, a oferta de alimentos e colabora para mitigar a fome no mundo. Dar outro destino ao lixo orgânico doméstico e não transformá-lo em fertilizante é um retrocesso da agenda socioambiental nacional. Para 2014, entendo que haverá novos e grandes desafios. Sem dúvida, a destinação adequada dos resíduos é dever de todos, mas cabe às autoridades federais, estaduais e municipais fazerem sua parte. Na questão ambiental e social, não deveria existir direita ou esquerda. Deveríamos desenvolver projetos que beneficiassem o planeta e a humanidade.
Ulisses Girardi Ambientalista e Diretor Executivo do Grupo Visafértil contato@ulissesgirardi.com.br
“Precisamos transformar mentes para que os resíduos não sejam vistos como lixo, mas matéria-prima para a produção de novos produtos.”
»» Reunião dos funcionários e proprietários do Grupo Visafértil
Sucesso
Expansão da fronteira agrícola REPORTAGEM: Leandro Prazeres F0TOS: Divulgação
Migrante sulista apostou no futuro de Rondônia e se tornou um dos empresários mais bem-sucedidos da Região Norte
A história da colonização de Rondônia é repleta de relatos de luta e superação. A de Juscelino Salla, 54, é, sem dúvida, uma das mais emblemáticas delas. O migrante sulista conseguiu se transformar em um dos empresários mais bem-sucedidos da Região Nor-
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te e atua num ramo vital para a expansão da fronteira agrícola brasileira: ração animal. Diretor e proprietário da Multifós, Juscelino abastece cinco estados e aposta na expansão de uma pecuária ambientalmente eficiente.
Juscelino deixou o Rio Grande do Sul ainda jovem, em 1979, com os pais e nove irmãos. Como milhares de sulistas, ele chegou a Rondônia quando o Estado era apenas uma grande promessa repleta de dificuldades. “A gente veio para apostar no futuro do Estado. Quando chegamos, a estrada de Cuiabá a Porto Velho era de chão. Não tinha asfalto. Demoramos oito dias para sair do Rio Grande do Sul até chegar a Vilhena”, conta.
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»» Multifós foi criada em 2002 e hoje é uma das maiores produtoras de ração animal da Região Norte
»» Rações produzidas pela Multifós abastecem cinco estados: Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima e Mato Grosso
Quem visita hoje as modernas instalações da Multifós em Vilhena, cidade localizada a pouco mais de 700 quilômetros da capital Porto Velho, dificilmente acreditaria que tudo aquilo começou com um moinho de pedra. “Quando chegamos a Rondônia, nós fomos direto para a lavoura. Em 1982, nós decidimos abrir uma beneficiadora de arroz. Foi assim que começou a Risadinha (braço comercial da família Salla). Na época, a gente usava um moinho de pedra e beneficiava arroz, fazia fubá e vendia por aqui mesmo”, conta. O sucesso do negócio, alavancado pela expansão da fronteira agrícola em Rondônia e pela alta no preço das commodities, atraiu os demais irmãos que se juntaram à empresa e também foram responsáveis pelo seu crescimento. Em 2002, foi criada a Multifós, empresa especializada em nutrição animal e uma das poucas a contar com a certificação do Ministério da Agricultura em toda a região Norte. “Foi uma grande conquista para todos nós. Hoje, estamos aptos a vender para todo o Brasil e isso é muito importante para a empresa e para a região”, ressalta Juscelino.
voros, há três opções de ração com diferentes níveis de proteína: 36%, 32% e 28%. Para os peixes carnívoros, a Multifós produz uma ração com 40% de proteína, rica em extrato etéreo e aditivado com aminoácido triptofano. Na linha de produtos destinados a equinos, a empresa fabrica dois tipos de ração: um com 13% e outro com 16% de proteína bruta. A empresa conta ainda com uma pelitizadora, equipamento que transforma rações fareladas em granuladas, o que aumenta consideravelmente a eficiência da ração. Uma das grandes apostas da Multifós é o mercado de animais domésticos. Para isso, ela patenteou e registrou a marca “PET BOM”, uma linha de rações rica em proteínas e enriquecida com Ômega 3, 6 e 9.
PRODUTOS De acordo com Juscelino Salla, a Multifós atende, atualmente, os mercados de Rondônia, Mato Grosso, Acre, Amazonas e Roraima. A planta industrial da empresa está instalada em Vilhena, uma localização estratégica por estar, ao mesmo tempo, próximo aos grandes produtores de grãos de Mato Grosso e de Rondônia, garantindo fornecimento de matéria-prima com baixo custo de transporte. A unidade fabril da Multifós é uma das mais modernas do Brasil e foi inaugurada em 2008 e com uma capacidade de produção de 3 mil toneladas de ração por mês. Atualmente, a empresa comercializa, aproximadamente ,1,5 mil toneladas mensalmente. Entre os produtos fabricados pela Multifós estão as linhas de ração para bovinos, suínos, aves, equinos, peixes e uma nova linha Pet, voltada para animais de estimação como cães. Na linha de psicultura, a Multifós tem linhas de rações específicas para peixes onívoros e carnívoros. Para os oní-
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MERCADO Com pouco mais de 11 anos de mercado, a Multifós aposta no aumento da demanda por rações animais nos próximos anos. De acordo com Juscelino Salla, a estimativa é de que haja um crescimento de 20% em suas vendas em 2014. Ele acredita que as novas tecnologias de recuperação de pastagem irão aumentar a produtividade das propriedades rurais na região Norte e, com isso, a demanda por ração tende a aumentar. “Estamos verificando que há um desenvolvimento rápido nas tecnologias para recuperação das pastagens. Onde antes a gente tinha uma cabeça de gado por hectare, vamos chegar ao patamar de ter cinco ou seis. E isso será muito bom para o nosso negócio”, comenta. Nascido no município de Derrubadas, no Rio Grande do Sul, Juscelino Salla mostra-se preocupado com a expansão da fronteira agrícola e com os impactos ao meio ambiente que isso possa causar. “Acho que os produtores estão cada vez mais conscientes. Eles não desmatam as áreas de proteção ambiental, eles sabem que isso é vital para a saúde das propriedades deles. Por isso que estão investindo tanto em recuperação de pastagem. Tem muita área a ser explorada sem que se precise fazer novas derrubadas”, diz o empresário.
HISTÓRICO
Vilhena, localizada na divisa dos Estados de Rondônia e Mato Grosso, é um dos municípios mais estratégicos da região chamada de Cone Sul de Rondônia, área que compreende municípios como Vilhena, Colorado D’Oeste, Cerejeiras, Pimenta Bueno e Cacoal. A região foi colonizada no início dos anos 1970, ainda durante o governo militar. Na época, o Governo Federal financiou uma série de projetos agrícolas para desenvolver e expandir a fronteira agropecuária brasileira mais ao Norte. De acordo com dados históricos, milhares de colonos, na sua grande maioria composta por agricultores de pequenas cidades dos Estados do Rio
Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Espírito Santo, migraram para onde ainda era o Território Federal de Rondônia. Com pouco mais de 30 anos de criação, o Estado de Rondônia já é o terceiro mais rico da Região Norte. De acordo com dados do IBGE, Rondônia tem o terceiro maior PIB da região (R$ 23,5 bilhões em 2010), ficando atrás apenas de Pará, em primeiro, e Amazonas, em segundo. De acordo com a Secretaria de Estado de Planejamento de Rondônia (Seplan), a agropecuária e a indústria representam 36,1% do PIB de Rondônia.
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Parlamento
Voz grave e firme em defesa da Amazônia REPORTAGEM: Leandro Prazeres F0TOS: Divulgação
Deputado federal Paulo César Quartiero atua na trincheira do fortalecimento da presença militar na região. Após perder a batalha contrária à demarcação da Terra Indígena Raposa Terra do Sol, a maior parte de suas atuais emendas parlamentares se destina à atuação das Forças Armadas na Amazônia
Muitas vozes têm sido ouvidas quando o assunto é a defesa da Amazônia, mas poucas tão graves e controversas quanto a do deputado federal Paulo César Quartiero (DEM-RR). Após perder a até hoje polêmica batalha pela demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, no Extremo Norte do País, Quartiero decidiu atuar em outra trincheira: o fortalecimento da presença militar na região. Hoje, ele destina a maior parte de suas emendas parlamentares para as Forças Armadas na Amazônia. Entre 2004 e 2008, o então prefeito de Pacaraima (RR), Paulo César Quartiero ficou mundialmente famoso por liderar os protestos contrários à demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. À época, foram feitas barricadas, pontes e estradas foram fechadas em protesto contra a medida que resultou na desapropriação de milhares de hectares utilizados por rizicultores.
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Em 2011, ao ser eleito deputado federal pela primeira vez, o engenheiro agrônomo e rizicultor Paulo César Quarteiro (DEM-RR) decidiu mudar sua forma de lutar pelo que ele considera ser o melhor para Amazônia. “A gente sempre conversou com os militares e eles sempre nos deixaram claro que havia uma relativa falta de recursos. A partir daí, eu decidi destinar algumas das minhas emendas para as Forças Armadas porque eu acredito que eles podem fazer frente ao avanço imperialista contra Amazônia”, diz Quartiero. Entre 2012 e 2013, Quartiero destinou nada menos que R$ 15,5 milhões em emendas parlamentares para as Forças Armadas. Entre os projetos tocados pelos militares com os recursos destinados por Quartiero estão a aquisição de ambulâncias de média e alta complexidade, construção de instalações desportivas no 3º Pelotão de
»» Deputado visita canteiro de obras do Exército Brasileiro em Roraima
»» Parlamentar se reúne com militares para esclarecer detalhes de projetos que receberam recursos oriundos de suas emendas
Fronteira de Pacaraima, reforma de alojamentos e construção de uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH) para suprir o PEF de Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, com energia elétrica 100% brasileira. Até então, parte da energia do pelotão vinha do país vizinho que vem atravessando uma grave crise econômica e de infraestrutura. Mas entre todas as emendas, a “joia da coroa” de Quartiero, sem dúvidas, é a emenda no valor de R$ 6 milhões de reais que vai viabilizar a construção de uma agência da Marinha do Brasil na cidade de Caracaraí, às margens do Rio Branco, um dos cursos d’água amazônicos mais ignorados do ponto de vista da fiscalização das fronteiras brasileiras. “O rio Branco é uma importante via de ligação na Amazônia, mas nunca teve uma base sequer da Marinha. Isso era um absurdo. O valor já foi empenhado e as obras estão previstas para começar no primeiro trimestre de 2014. E ela (agência) não será importante apenas para a vigilância da região, mas para atender a população ribeirinha que vive isolada naquela região”, conta Quartiero. Além dos valores já aprovados e empenhados referentes às emendas de Quartiero para os anos 2012 e 2013, o parlamentar já fez indicações no orçamento para mais R$ 12 milhões destinados às Forças Armadas. As emendas deverão ser utilizadas para ampliar a capacidade da Marinha de prestar atendimento às comunidades ribeirinhas, a construção de um complexo desportivo para o 7º Batalhão de Infantaria de Selva e incremento
da capacidade de atendimento do Hospital de Base da Aeronáutica, em Boa Vista.
POR QUÊ? Mas o que levou Quartiero a se manter tão próximo das Forças Armadas durante seu mandato parlamentar? Segundo o próprio deputado, a resposta é simples: afinidade ideológica e patriotismo. “Eu acredito que os militares estão sendo vítimas do Governo Federal. Primeiro com o corte de orçamento e contingenciamento de verbas. E depois com a Comissão da Verdade”, explica o deputado. Quartiero afirma que, durante o período em que o ele foi prefeito de Pacaraima, manteve estreito contato com comandantes das Forças Armadas e que durante essas conversas, os militares relataram a escassez de verbas para obras e manutenção de instalações. Outro motivo pelo qual ele destinou parte de suas emendas parlamentares para as Forças Armadas se deve ao fato de que o deputado confia na honestidade dos militares. “Infelizmente, não são em todos os municípios que a gente tem plena confiança de que o dinheiro será bem investido. Na realidade, não é nem uma questão de desconfiança, mas infelizmente, muitas prefeituras estão inadimplentes e não conseguem receber os recursos. No caso das Forças Armadas, eu tenho plena confiança de que o dinheiro será bem investido”, diz.
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Educação REPORTAGEM: Diárcara Ribeiro F0TOS: Antonio Ximenes e Diárcara Ribeiro
1° Encontro PRONATEC SENAR Amazonas Mais de 1400 pessoas foram beneficiadas pelos cursos durante este ano. Em Manaus, o encontro reuniu alunos, instrutores e funcionários; na ocasião ocorreu a solenidade de certificação
Durante este ano, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR-AM executou cursos de educação profissional em comunidades rurais e nos municípios do estado, triplicando o número de pessoas beneficiadas pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) executado pela Instituição.
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Para comemorar estas ações, foi realizado no dia 17 de dezembro, o 1º Encontro PRONATEC com os alunos, instrutores e parceiros do Programa. O evento ocorreu no auditório Van Gogh do Hotel DaVinci, em Manaus. Na ocasião, 200 alunos receberam os certificados.
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»» Presidente Muni Lourenço com o palestrante Omar Hennemann
"Como eu hoje estou investindo na área, já tenho até tanque no meu terreno, o curso foi excelente, aprendi novas técnicas que vou utilizar agora" Aldenor de Souza, piscicultor
Vindos da comunidade rural Nossa Senhora de Fátima e dos municípios de Manacapuru e Iranduba, os alunos que receberam os certificados participaram dos cursos de preparador de pescado; horticultor; fruticultor; preparador de doces e compotas e piscicultor. A produtora rural, Josefa Nogueira da Silva, 66 anos, moradora da comunidade Nossa Senhora de Fátima, afirmou que, mesmo com a idade, fez questão de estudar. “Eu fiz e não senti dificuldade nenhuma, o instrutor e a forma de passar o conteúdo foram muito bom; foi muito proveitoso para minha atividade”, declarou. De acordo com o instrutor Willes Cardoso, que lecionou a matéria: Empreender no Campo, o aprendizado foi também para quem ministrava. “Para nós foi uma oportunidade única estar envolvido no PRONATEC. É nas aulas que percebemos a dificuldades dos alunos e a necessidade da comunidade. A disciplina de Gestão, sem dúvida, foi um sucesso e envolvia a todos. A metodologia do SENAR é dinâmica e faz com que o aluno sinta facilidade no aprendizado”, explica. Para o piscicultor Aldenor de Souza, o curso veio no momento certo. “Como eu hoje estou investindo na área, já tenho até tanque no meu terreno, o curso foi excelente, aprendi novas técnicas que vou utilizar agora”. Os cursos possuem uma carga horária de 160 a 200 horas com disciplinas que vão além da teoria, os alunos
»» Parceiros do Sistema FAEA-SENAR prestigiaram a entrega dos certificados
aprendem na prática o conteúdo que está sendo ministrado e recebem ainda 40 horas de gestão e empreendedorismo voltado para o campo. Disciplina esta que foi primordial, segundo o superintendente do Ministério da Pesca no Amazonas, Raimundo Nonato. “Só tenho que agradecer esses cursos que foram oferecidos. Foi espetacular, porque o sistema da pesca aqui no Estado não tinha gestão, então o curso veio suprir essa necessidade. Nossa dificuldade era a gestão, e graças a essa parceria estamos evoluindo e conseguindo mudar a realidade através do empreendedorismo e da gestão”. A palestra motivacional, do conceituado Omar Hennemann, emocionou os participantes com palavras de
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»» Aécio Filho, Lilamar dos Santos e Muni Lourenço
»» Luiz Cordeiro da FAEA, aluna Maria Silva, presidente do sindicado de Manacapuru, Mário Jorge e Muni Lourenço
»» Omar Hennemann citou a liderança de Nelson Mandela como referência de dignidade e amor à liberdade
»» Presidente Muni Lourenço e superintendente do Ministério da Pesca Raimundo Nonato (de preto) com os recém formados
apoio e estímulo. Ressaltou ainda que esse programa está mudando o País. “Eu não tenho dúvida alguma de que é uma verdadeira revolução que está acontecendo neste país com os cursos técnicos. O PRONATEC veio ao encontro de uma necessidade que nós da agropecuária brasileira precisávamos. E a logística de fazer chegar esse conhecimento nas regiões mais longínquas e de difícil acesso não foi impedimento para pessoas de garra, como as que conduzem e trabalham na instituição como o SENAR”, afirmou. Em 2013, o SENAR Amazonas executou o PRONATEC em 20 municípios, foram realizadas 90 turmas totalizando 1.416 alunos beneficiados. “Eu tenho uma noção clara da dificuldade e logística de fazer chegar os nossos cursos e salas de aula aqui no Estado. Mas conseguiram dar o exemplo extraordinário de superação das dificuldades quer seja de barco, canoa, ônibus, nos mais diferentes municípios. O SENAR foi até lá e cumpriu com a obrigação de levar conhecimento até os produtores rurais; isso foi muito contagiante, saio daqui renovado com o brilho no olhar dos alunos do PRO-
NATEC e das pessoas envolvidas nesse processo”, declarou Omar Hennemann. O presidente do Sistema FAEA-SENAR, Muni Lourenço, agradeceu a todos os parceiros que pactuaram alianças que juntos vêm contribuindo para a capacitação de mão de obra para o campo. “O programa é, sem dúvida, uma ferramenta indispensável para o desenvolvimento da agricultura e pecuária, e para que os alunos valorizem o lugar onde vivem e possam crescer na atividade. Educação e juventude são indispensáveis para o desenvolvimento não só do Amazonas mas do País”. O superintendente do SENAR Amazonas, Aécio Flávio Filho, anunciou que para 2014 a instituição pretende dobrar o número de alunos atendidos e que já estão sendo feitas parcerias, ressaltando ainda que, “O SENAR não tem medido esforços para chegar até o produtor rural”. O programa ofertado gratuitamente, tem o propósito de levar cursos de Formação Profissional Rural, para os jovens do ensino médio e para os produtores e trabalhadores rurais que participam do Plano Brasil Sem Miséria; alunos da SEDUC e pescadores vinculados no Ministério da Pesca e Aquicultura.
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Artigo A continuidade do ciclo de prosperidade de Rondônia No Senado Federal, desde 2003, tenho contribuído de forma decisiva para o crescimento econômico do Estado de Rondônia e para a Região Amazônica, com a defesa intransigente de projetos de interesse da região Norte. Desta forma, vários projetos já se concretizaram, a exemplo das usinas de Jirau e Santo Antônio, que receberam investimentos de cerca de R$ 30 bilhões. Com a aproximação da conclusão das obras das usinas, a preocupação é seguir com o ciclo de desenvolvimento deixado pelos efeitos positivos desse grande empreendimento. Não podemos dar-nos ao luxo de regredir e de desperdiçar os benefícios acumulados ao longo desses anos todos. Muitas indústrias se instalaram em Rondônia em função da construção das usinas e têm, ainda, alguns anos de atividade forte pela frente, por conta das obras no Rio Madeira e outras, como da usina de Belo Monte e mesmo as obras que o Brasil projeta realizar no Peru e na Bolívia, já que algumas dessas empresas irão produzir peças de turbinas, parte de equipamentos para a usina de Belo Monte, que vai descer pelo rio Madeira até chegar ao Pará. E também para as usinas que poderão chegar ao Peru – já estão sendo estudadas as quedas de águas no Peru, e também na Bolívia: a usina de Cachuela Esperanza, no rio Beni, e Cachoeira Ribeirão, na divisa com Rondônia. É preciso que tenhamos meios de manter a prosperidade em Rondônia, mesmo após ter sido encerrado o ciclo das hidrelétricas. Não falta oportunidade, para darmos continuidade a esse momento feliz de prosperidade. Há importantes obras de infraestrutura para serem realizadas, como a construção das eclusas para facilitar a navegação do rio Madeira e a construção do gasoduto Urucu-Porto Velho; a usina Tabajara, de 350 megawatts, em Machadinho d’Oeste e a usina Ribeirão, próxima de Guajará e Nova Mamoré, que vão gerar mais 3 mil megawatts. Outras obras importantes são a construção da ponte binacional de Guajará-Mirim a Guayara-Merín, dando seguimento a um corredor de exportação, via Bolívia, ao porto de Arica no Chile, passando por La Paz, obra que deverá iniciar-se em breve, além da restauração da BR-364, através do PAC que está em fase de execução. Demais ações que implicam em desenvolvimento são a exploração sustentável de recursos, a instalação de tanques para a aquicultura nos reservatórios de Santo Antônio e Jirau e a criação de uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE), em Porto Velho; a ferrovia Transcontinental, que contemplará o trecho de Vilhena a Porto Velho. No Senado, fui o relator do Plano Ferroviário e mantive os municípios de Porto Velho e Vilhena, no sistema. Além dos inúmeros benefícios que a obra seguramente trará para as duas nações amigas, gostaria de enaltecer os enormes ganhos que auferirão as cidades da Região Norte através das quais correrão os trilhos da ligação bioceânica, com especial destaque para Vilhena e Porto Velho, no Estado de Rondônia, e as cidades de Rio Branco e Cruzeiro do Sul, no Estado do Acre. Tudo isso faz parte do pós-usinas que incluem também a construção das pontes de interligação, como a Porto Velho/Manaus em fase de conclusão; a ponte do Abunã, Rondônia/Acre licitada pelo DNIT Nacional e a ponte binacional Brasil/ Bolívia. Esse conjunto de ações vai permitir que o Estado possa trilhar o caminho do desenvolvimento econômico e social.
Valdir Raupp Senador PMDB-RO Presidente Nacional do PMDB
Entrevista exclusiva REPORTAGEM: Antonio Ximenes F0TOS: Divulgação
Governador Confúcio Moura investe no desenvolvimento do agronegócio em Rondônia Pesquisas, prognósticos e projeções para o futuro apontam o Estado de Rondônia como novo polo de desenvolvimento regional na Amazônia. Para comprovar, basta citar exemplos como o fato de que o Amazonas come peixe vindo de Rondônia e agora está com uma política de comprar leite daquele Estado. Há também uma política, mesmo com o Linhão de Tucurui, de aproveitar de alguma maneira a demanda de energia de Rondônia. A força da agricultura familiar é um dos trunfos e faz do interior um grande pilar econômico para o Estado, que tem com um rebanho de 12 milhões de cabeças, geneticamente melhor posicionado do que o Amazonas. Governado por Confúcio Moura (PMDB), o Estado tem uma administração transparente, sem escândalos de gabinete, e tem todas as condições de transformar a região com o uso da tecnologia. Nas próximas páginas, o governador de Rondônia fala um pouco mais sobre essa pujança desenvolvimentista que o Estado experimenta.
Como o seu governo está traçando o desenvolvimento regional da economia de Rondônia, tanto no âmbito do interior quanto da capital? O Estado de Rondônia já é regionalizado por natureza. A geografia já dividiu o Estado em várias alternativas e várias vocações. Então, o Estado e a população já se acomodaram naturalmente dentro desses eixos vocacionados pela qualidade do solo, pela classificação demográfica das pessoas que chegaram aqui e foram se concentrando. Por exemplo, a maioria dos gaúchos está no sul. A maioria dos baianos está na região de Ariquemes plantando cacau, e também nos garimpos. O que estamos fazendo hoje é abrindo e mostrando o Estado de Rondônia para a nossa população interna, com as oportunidades crescentes, deixando o empresariado animado para fazer investimentos nas mais diversas áreas. E, para isso, estamos criando todos os instrumentos de infraestrutura necessários para favorecer a implantação de empresas novas em Rondônia. Nossas vocações naturais são minério, madeira, agricultura, produção leiteira e ser-
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viços. Basicamente são essas ações que estamos fazendo em Rondônia, além de gerar essa esperança, mostrando as potencialidades de Rondônia através do debate, com a participação do Sebrae, das Federações da Indústria, do Comércio e da Agricultura. E temos trabalhado sempre com esses setores.
O que está sendo feito para ampliar o porto de Porto Velho, com vista aos mercados dos Estados Unidos, Europa e Ásia, no que diz respeito ao desenvolvimento da região? São duas ações. Uma ação privada, do grupo Maggi, que já está em obras o porto graneleiro. Isso é altamente promissor. A segunda é o porto da nossa sociedade de portos, que é uma autarquia, e seu projeto, com recursos do PAC, de construção de um novo porto – não vou dizer público, ele é autárquico – também próximo à mesma área do porto Maggi. Com dois portos dessa dimensão juntos, em torno deles surgirá um complexo industrial forte, como surgiu em outros estados. Atrás do porto, vêm as indústrias.
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"Vou aproveitar o momento para divulgar o Estado de Rondônia, as suas potencialidades e a sua riqueza de infraestrutura"
No dia 4 de dezembro de 2013, na cidade de São Paulo, no Grupo Estadão, da família Mesquita, o senhor vai participar do Fórum Norte de Desenvolvimento Regional, representando praticamente todos os governadores da região. Como é para o senhor ter sido convidado por um dos mais importantes grupos de comunicação do Brasil? Vou aproveitar o momento para divulgar o Estado de Rondônia, as suas potencialidades e a sua riqueza de infraestrutura. Porque o empresariado não vem para o Estado por incentivos fiscais e nem por palavras ditas de qualquer maneira. Depois que eles estudam o mercado e comprovam o que nós estamos fazendo é que eles vêm. Primeiro tem que ver preço do frete; segundo, alternativas multimodais de transporte; terceiro, energia farta; depois, política de incentivos fiscais do Estado; estrutura de apoio à sua implantação temporária; e dinheiro farto nos bancos para que eles possam se capitalizar para investimentos. Tudo isso tem em Rondônia. E sinaliza ainda muito mais alternativas, além da hidrovia do madeira, da rodovia, dos aviões, nós temos também agora ferrovia, que brevemente chega. Basicamente, a parte de Internet de alta velocidade já está interligada no Estado todo. Tudo isso é fundamental. E o restante é crescimento natural da mão de obra. Tendo mão de obra preparada, o empresário vem.
A PetrobrAs e a Coca-Cola estão presentes na política do porto novo, correto? Exatamente. Tem uma série de grupos de importação e exportação que precisam muito de porto para desembaraçar mercadorias e fluir rápido pela hidrovia, que é muito barato o preço do frete. Então, grandes empresas estão interessadas no porto de grandes dimensões.
Uma questão que nos chama atenção é a agricultura familiar, que é a base da economia rural do Estado. Como o senhor está atuando nessa área para melhorar o desempenho das pequenas e médias propriedades, tanto na agricultura quanto na pecuária? A agricultura familiar de Rondônia é a maior do País. Não existe nenhum outro Estado da federação que tenha uma distribuição de terras geopoliticamente correta como tem Rondônia. Digo sempre que é o Estado da reforma agrária. É onde o Incra deu certo. O que o Governo está fazendo: Primeiro, a produção de calcário para a correção da acidez do solo e correção dos solos degradados. Segundo, a regularização fundiária. Inclusive, a presidente Dilma está vindo aqui entre o final de novembro e começo de dezembro para entregarmos juntos, em Ji-Paraná, cinco mil títulos de terra. Outro elemento indispensável é o cadastro ambiental rural: até 240 hectares, o pequeno produtor não paga esse cadastro. Isso é fundamental par o crédito. E, para os maiores, tem o Programa de Recuperação Ambiental (PRA), dentro de uma política ambiental sistêmica do Estado. Rondônia é o Estado mais avançado em todos esses itens aí.
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Entrevista exclusiva A bacia leiteira de Rondônia representa mais de 45% do leite produzido na região Norte do Brasil. A que se deve esse desenvolvimento, essa potencialidade econômica, que levou a ser realizado em Porto Velho o Congresso Internacional do Leite, com especialistas da Austrália, EUA e Canadá? Está bom, mas vai melhorar. Nossas plantas de laticínio já estão preparadas para dobrar essa produção leiteira, têm capacidade tecnológica para isso. Nossa meta agora é aumentar a produção de leite na agricultura familiar, principalmente com a Emater fazendo o monitoramento desses pequenos produtores, levando comida de qualidade para a vaca, ração. Tendo um alimento melhor, mesmo a vaca geneticamente não adequada dobra a produção leiteira. Aí depois, com o tempo, você vem com a mudança da genética e com os manejos adequados de pastagens.
A legalização fundiária é fundamental para se conseguir crédito e financiamento nos bancos. O que está sendo feito para regularizar as propriedades rurais sem documentação? Nós temos uma parceria muito estreita com o Programa Terra Legal e o Incra, inclusive, colocamos técnicos do Estado à disposição para ajudar em toda a parte operacional de mapas e topografia, visitas a campo e mediação de conflitos. O Estado hoje aposta no sistema nacional, sendo o primeiro Estado brasileiro a ter as senhas do Incra e do Terra Legal para creditação do Governo Federal. Estamos também nos assentamentos não emancipados e litigiosos do Incra, fazendo um trabalho de desafetação desses loteamentos.
Hoje nós temos as usinas de Jirau e Santo Antônio exportando energia. Como está o projeto do Polo Industrial de Rondônia? Que indústrias se instalaram no Estado no seu governo e que indústrias deverão chegar? Hoje, o Brasil inteiro passa por uma fase de desindustrialização, de baixo crescimento industrial sistêmico, por conta da falta de competitividade, falta de modernização de parques industriais, falta de investimento em inovação e mão de obra cara, além do componente burocrático. Ninguém sabe quando a indústria brasileira vai recuperar esse prejuízo. O componente tecnológico ajuda bastante, mas passa por modernização, passa por pesquisa científica. A Amazônia toda não pesquisa quase nada. A pesquisa da Embrapa é concentrada no Sul e Sudeste. Por outro lado, o Parque Industrial de Rondônia
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está composto, principalmente na cidade de Porto Velho, Ariquemes e outros municípios maiores do Estado. Isso baseado em incentivos fiscais e distribuição de terrenos para as indústrias. Com toda a adversidade, Rondônia tem absorvido novas indústrias justamente pela quantidade de clientes potenciais que tem, pela capacidade de venda. Indústrias de ração para peixe, de transformação de alimento, temos indústria de produção de insulina, de produção de biodiesel, de transformação de leite a partir do soro e derivados proteicos ricos, de beneficiamento da madeira leve laminada, e de fundição de minerais.
A soja é uma cultura extremamente importante para o desenvolvimento agrícola, mas também tem um impacto na natureza. O que está sendo feito para que os produtores possam plantar soja e, ao mesmo tempo, evitar o desequilíbrio do meio ambiente? Temos que conter a fúria dos investidores que querem plantar muito rapidamente sem as observações dos planos e licenciamentos aprovados pelo órgão ambiental de Rondônia. Estamos mais rigorosos para a proteção das nascentes, das encostas de morros, e também dos igarapés que cortam essas áreas, evitando o uso de inseticidas e de agrotóxicos.
Vilhena está fortemente posicionada em relação à soja. Há uma boa produtividade por hectare. Está se levando em consideração também o direito a plantar, já que é um boom da economia. É uma política também de ocupação de terras degradadas? Se nós recuperarmos as áreas degradadas de Rondônia, nós passaremos a ser o segundo maior produtor de grãos do Brasil. Isso é um trabalho que o ex-ministro Mangabeira (Roberto Mangabeira Unger) fez conosco no
Estado para ser exemplar para o Brasil: a recuperação de áreas e pastagens degradadas possíveis de serem mecanizadas. A grande região de Ariquemes, com seus 14 municípios próximos, será uma grande central de produção de grãos do Estado de Rondônia nos próximos anos.
Aqui também tem o diamante. Como explorar o diamante em escala que permita a geração de royalties para o Estado? Isso passa pela aprovação da nova Lei de Mineração, que está no Congresso Nacional. Inclusive, se o senador Romero Jucá introduzir o pensamento dele em outra lei que tramita lá, permitirá a exploração de minérios em terras indígenas. Com essa possibilidade, controlada pelo governo, com uma só compradora – eu sugiro a Caixa para fazer a compra desse minério –, aí sim podemos evitar o contrabando do ouro, o contrabando do diamante e o contrabando do estanho.
Uma outra questão que nos chama muita atenção é a do rebanho geneticamente avançado do Estado, com mais de 12 milhões de cabeças e todas as condições de exportar para o Amazonas, por exemplo, que tem um mercado bom em Manaus, onde falta carne. Como é que está a questão da genética e da possibilidade de frigoríficos para transformar essa carne em produto acabado para exportação? Nós temos 25 plantas frigoríficas de grande porte. Quem exporta para a Europa e para os países árabes pode exportar para todo o mundo porque eles são altamente exigentes. Os árabes são exigentes até no abate criterioso do gado. Temos perfeita condição de abastecer o mercado de Manaus. Aliás, já estamos abastecendo. Já exportamos muita carne do Rio Madeira para Manaus. E o potencial do nosso rebanho pode dobrar em dez anos. Podemos ter 24 milhões de cabeças de gado na mesma área existente desmatada, sem nenhuma árvore derrubada, apenas recuperando áreas degradadas.
O governador Omar Aziz, do Amazonas, tem defendido que é fundamental que haja mais sinergia entre os Estados para que o desenvolvimento regional seja mais equilibrado. O senhor tem, em algum momento, conversado com ele? Poucas vezes nós temos nos reunido com o governador Omar Aziz. Mais em chamadas oficiais da presidência da república em ministérios em Brasília. Acho que a Suframa e a Sudam seriam as duas grandes instituições da Amazônia responsáveis por essa aproximação. Tem toda
a experiência acumulada ao longo de muitos anos, Se não fazem é porque não querem. É competência da Sudam e competência do Ministério da Integração justamente o desenvolvimento regional e a Amazônia e o Nordeste são os mais desiguais da Federação Brasileira.
Existe uma conversa, ainda de bastidores, no âmbito do Governo Federal, do Ministério do Desenvolvimento, da Suframa, do desmembramento da distribuição da riqueza do Polo Industrial de Manaus (PIM) para outros Estados da Amazônia, em função da energia farta de Jirau e Santo Antônio. Como é que o senhor vê essa questão de empresas que hoje estão no PIM, que possam também ter parte delas atuando em Rondônia? Basta que retornem o que eram as áreas de livre comércio, que foram contidas na época do ministro Pedro Malan, que já dá uma vitalidade muito grande. Seria de bom conceito a mudança do que seja componente regional. Para que a indústria seja beneficiada com os incentivos fiscais da Suframa, ela precisa ter no seu produto acabado um percentual de componentes regionais. O que vem a ser numa geladeira, numa motocicleta num óculos, num relógio ou numa televisão, um componente regional? Isso atrapalha muito o desenvolvimento dos estados. Como é que vai se colocar dentro de um celular um componente regional? Por exemplo, uma casquinha de castanha. O que caberia dentro desse aparelho eletrônico moderno de regional? Clareando isso, ou retirando do texto, aí fica mais fácil para a região Norte. Mas eu acho muito difícil se estender massivamente para outros estados os benefícios da Zona Franca de Manaus porque o critério de Zona Franca é uma região territorializada limitada. Como Juscelino [Kubitschek] colocou em Brasília a cidade livre, onde não se pagava imposto nenhum só naquele território pequeno. Não se pode abrir territórios
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Entrevista exclusiva
livres porque é uma concorrência profundamente desleal aos estados industrializados. Traria uma inversão de valores: São Paulo ficaria pobre e a Amazônia ficaria rica. Apenas trocaríamos as desigualdades.
Levando-se em consideração a sua visão geopolítica e considerando-se que no seu governo não há escândalos no gabinete, Como é, numa primeira administração, tocar um Estado que tinha tantos problemas e que hoje se apresenta como uma referência de gestão no País? Não sei se estou bem classificado, mas nós estamos fazendo a nossa parte aqui em Rondônia, na nossa aldeia. Estamos fazendo o que nos cabe fazer, que é racionalizar gastos, buscar recursos para investimentos, combater o desemprego e, aos poucos, que isso não se faz num golpe de bengala, realizar a modernização administrativa, que é um processo de mudança de cultura do funcionalismo. Para que o Estado seja realmente um prestador de serviços e não um Estado empresário ou patrão.
Muito se tem discutido sobre a saída para o Oceano Pacífico. Como Rondônia vai se posicionar em escala como esse potencial para trazer novos negócios, da China, por exemplo? Os países andinos têm sido tão distantes do Brasil quanto os países europeus e asiáticos. Parece ser mais fácil mandar para a Rússia e para a China do que atravessar aqui para a Bolívia, o Peru e a Venezuela, que são países consumidores onde o Brasil não está ainda afoitamente fazendo negócios. Isso é uma questão cultural. Acho que nós temos que preparar o empresário rondoniense, desmistificar essa visão. O Peru é o país que mais fez reformas estruturais nos últimos cinco anos. A Colômbia também. Tem outros que tiveram retrocessos gigantescos, mas que são consumidores, como a Venezuela, a Argentina e o Equador. Nós temos que começar a fazer essa pregação sistêmica e devocionada aqui em Rondônia para abrir os olhos dos nossos mercadores para atravessar essas fronteiras e fazer negócios.
Como está a sua política de construção de estradas vicinais para o escoamento da produção? As estradas de Rondônia são excelentes. Difícil ter no Brasil um estado com estradas de chão tão boas quanto as que nós temos, além das rodovias estaduais. Inclusive, além da competência do Estado, nós estamos hoje fazen-
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do as estradas da competência dos prefeitos, ajudando as prefeituras a melhorarem suas estradas num projeto audacioso chamado Mão Amiga. Num município pobre que não tem máquinas, fazemos para o prefeito todas as estradas dele. Numa parceria em que ele fornece apenas o combustível.
Como está a participação do cooperativismo em Rondônia? O cooperativismo de crédito aqui é exemplar. O cooperativismo de trabalho avança. O cooperativismo na área da agricultura ainda está na fase de construção, precisando criar experiência e formação. Vamos bem em determinados setores e estamos aprendendo em outros.
Mais de 30% do peixe consumido no Amazonas é de Rondônia. Como está a política de incentivos para a área e a questão dos frigoríficos pesqueiros? Rondônia está só começando a produzir peixe. O potencial pode se multiplicar por dez. Nós vamos explorar por outorga as áreas dos lagos das usinas dos lagos naturais das pequenas centrais hidroelétricas do Estado. Só com essa legalização, nós temos a capacidade de atingir 400 mil toneladas/ano de peixe. Fora os tanques escavados, que hoje já produzem 60 mil toneladas de peixe. Rondônia pode se destacar como o maior produtor de peixe do Norte e Centro-Oeste brasileiro. Isso é uma profecia feita pela Suframa há mais de 20 anos. O José Lindoso, que foi governador do Amazonas já falava há mais de 40 anos que o boi da Amazônia é o peixe. Certo é que nós temos um potencial muito grande. Já temos dois frigoríficos médios trabalhando. E estamos chegando a dez agroindústrias trabalhando com peixe.
Artigo Arco e flecha indígena: da utopia ao ‘fazimento’ As ideias têm um enorme poder. Disso emana o valor da utopia. Depois de concebê-la, o desafio é transformar a utopia em fazimento. Relato aqui os avanços de uma utopia amazônica. O Brasil é a sétima economia e a quinta maior população do mundo. Em Londres, ficamos em 22º lugar no ranking de medalhas olímpicas. Dentre as muitas modalidades olímpicas uma merece especial atenção: arco e flecha. Nenhuma outra modalidade se relaciona de forma tão clara e óbvia com a história do Brasil e da Amazônia. As populações indígenas habitavam todo o território nacional à época da chegada dos europeus. Foram dizimadas por guerras, escravidão e doenças. Temos uma dívida histórica a ser resgatada. O Brasil possui hoje mais de 300 etnias e uma população de cerca de 900 mil indígenas. Existem ainda mais de 50 grupos isolados, ainda não contatados, no interior da Amazônia. De maneira geral, a situação das populações indígenas do Brasil é muito ruim, infelizmente. Os elevados índices de suicídio de diversas etnias atestam de forma eloquente uma trágica realidade. A autoestima das populações indígenas é baixa, fruto da pobreza, preconceito e exclusão social. Os índices de alcoolismo são elevadíssimos. O acesso à saúde e educação está entre os piores do País. Predomina a desesperança. Em 2013 demos vários passos importantes. Primeiro, formatamos o Projeto de Arquearia Indígena e Ribeirinha do Amazonas. Segundo, criamos a Escola de Arquearia Floresta Flecha, vinculada à Federação Amazonense de Tiro com Arco. Terceiro, formatamos uma parceria envolvendo a Secretaria Estadual de Juventude, Esportes e Lazer e a Confederação, a Secretaria Estadual dos Povos Indígenas e a Coordenação dos Povos Indígenas do Amazonas. Ao longo de 2013 realizamos 18 seletivas de arco e flecha indígena em comunidades e aldeias ribeirinhas do Rio Negro, que contaram com aproximadamente 80 participantes. Ao final desse processo, foram selecionados 12 jovens, que receberam treinamento especializado fornecido pelo Centro de Treinamento de Alto Rendimento do Amazonas, da SEJEL. Foram realizados 3 períodos de treinamentos intensivos na Vila Olímpica, com duração média de uma semana cada, nos quais fizemos as transições do arco nativo para o arco escola e depois para o arco olímpico. Em paralelo à formação de atletas de alto rendimento, apoiamos a formação de jovens para a participação no Campeonato Escolar Brasileiro. Na competição estadual, os nossos arqueiros conquistaram as medalhas de ouro, prata e bronze. No ranking nacional, computada a pontuação de todos os atletas do Brasil, conquistamos a medalha de ouro na modalidade infantil masculino! O sucesso desse projeto não é apenas um caminho a mais para a necessária conquista de medalhas olímpicas. Será uma inestimável contribuição para resgatar uma dívida histórica que temos com as populações indígenas. Terá um enorme impacto positivo para a autoestima e o futuro das populações indígenas de todo o Brasil.
Virgílio Viana
Superintendente Geral da Fundação Amazonas Sustentável (FAS)
Merenda Escolar REPORTAGEM: Ana Paula Sena F0TOS: Divulgação
Prefeitura paga última parcela aos produtores que fornecem alimentos para merenda escolar Mais de duzentos agricultores receberam o dinheiro final da compra do seus produtos pela administração municipal
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Os produtores rurais do Amazonas receberam, no auditório da Secretaria Municipal de Educação de Manaus, o pagamento do aditivo referente a quarta e última parcela do convênio firmado entre o Governo do Estado do Amazonas, por meio da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS) e a Prefeitura de Manaus. A última parcela recebida pelos produtores foi no valor de R$ 1.946.230,10 de um total de R$ 9.731.151,80. O convênio, firmado no total de R$ 7.784.921,70 recebeu o aditivo, no valor de R$ 1.946.230,10, devido à ótima aceitação dos alunos em relação aos itens oferecidos no cardápio regional. “Desde que implantamos o Programa de Alimentação nas escolas da rede municipal, temos muitos motivos para comemorar. No início do ano, os exames biométricos feitos na rede mostraram que 43% dos alunos estavam abaixo do peso e altura, mas esses indicadores já apresentam melhoria com alimentação adequada. Deixo a secretaria com o sentimento de dever cumprido”, afirmou o ex-secretário Pauderney Avelino. O PREME beneficiou diversos produtores individuais, cooperativas, associações e agroindústrias do interior do Amazonas que estão fornecendo, este ano, os 24 itens do cardápio da merenda escolar do município para a prefeitura de Manaus, envolvendo 13.534 produtores do Estado, que fornecem alimentos para 289.800 alunos da rede municipal. De acordo com o presidente da ADS, Valdelino Cavalcante, o PREME tem o objetivo de apoiar o desenvolvimento sustentável. “A venda dos produtos do interior para a Prefeitura de Manaus, segue o mesmo modelo da comercialização com o Governo do Estado, que tem como papel principal incentivar a aquisição de gêneros alimentícios diversificados, que são produzidos em âmbito local, valorizando o trabalho das comunidades tradicionais, gerando mais emprego e renda ao interior do Estado e na zona rural do município de Manaus”, explicou. O produtor rural Aluísio Palmieri planta diversas hortaliças em uma propriedade localizada no km 26 da rodovia AM 070, que liga Manaus a Manacapuru. Ele foi um dos beneficiados pelo convênio e comemora os repasses. “É difícil desenvolver um projeto no interior, participar deste programa nos ajudou a expandir os nossos negó-
»» Valdelino Cavalcante, presidente da ADS (blusa xadrez) e Luis Otávio (blusa azul claro) durante pagamento da merenda escolar aos produtores rurais
cios. Grande parte da nossa produção é vendida para a merenda escolar municipal”, diz Palmieri. O novo secretário de Educação municipal, Humberto Michiles, disse que o programa vai ter continuidade pela sua boa performance junto aos estudantes e pela qualidade dos alimentos, que são oferecidos para centenas de escolas. “Estamos satisfeitos com este programa que tem ajudado no crescimento equilibrado dos estudantes”, afirmou Michiles.
PREME O Programa de Regionalização da Merenda Escolar no Estado do Amazonas (PREME) foi criado pelo Governo do Estado, com incentivo do Programa Amazonas Rural, por intermédio da ADS, que também firmou parceria com a Prefeitura de Manaus, com o objetivo de substituir os gêneros alimentícios importados de outros Estados, além de proporcionar alimentos mais saudáveis aos alunos da rede municipal de ensino.
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Empresa familiar
Natucarne atua há 13 anos no mercado manauara REPORTAGEM E F0TOS: Antonio Parente Melo
Investimento na criação de gado de corte e na empresa de beneficiamento de carne levou a família Bento a continuar investindo no mercado regional
Há 13 anos no mercado de produção e distribuição de carnes no Estado do Amazonas, as cooperativas LB indústria de carnes (Natucarne) e JL frios, se consolidam cada vez mais como as empresas que mais crescem e investem no setor agropecuário no Amazonas. No ramo de produção de carne, o empreendimento tem se mostrado um verdadeiro negócio em família. Isso porque cada empresa é administrada por um membro da família Bento, natural do Estado do Rio Grande do Sul. “Trabalhamos como uma cooperativa, somamos esforços para trabalhar juntos. Isso falando em produtor rural, meu pai (Oswaldir Bento) e eu. Na parte de transportadora, existe uma sociedade entre meu pai e minha mãe (Odete Maria Bento da Silva) e existe uma sociedade minha e do meu irmão na distribuidora e indústria de carnes. Um negócio gira em função do outro. Temos uma marca consolidada no mercado que é a Natucarne. Temos
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a JL frios que é a distribuidora de carne, a Natucarne é a indústria que fabrica carne moída, nossa especialidade, entre outros produtos, além de bife e desossas de carne, processamos os produtos da fazenda que é o corte e as tiras de carne que é voltada para a merenda escolar. É a nossa marca que queremos consolidar no mercado”, conta Juliano Bento, dono da JL Frios Distribuidora. Tudo começou em 1996, quando Oswaldir Bento, o patriarca da família veio a Manaus como representante comercial de um frigorifico de Rondônia, onde trabalhou até 2012. No ano de 96, Bento como é conhecido, sofreu um problema cardíaco e teve um infarto, fato que o impossibilitou de realizar as atividades rotineiras. Devido ao ocorrido, Juliano Bento seu filho mais novo e atualmente dono da JL Frios Distribuidora, passou a acompanhá-lo nos negócios e absorveu todos os conhecimentos possíveis sobre o comércio de carne.
»» A empresa aposta na mão de obra local e investe no bem-estar dos seus funcionários
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“Acima de tudo Deus e abaixo dele a família, a base para o sucesso na vida” Juliano Bento, empresário dono da JL Frios Distribuidora
“Nós aprendemos a trabalhar no ramo acompanhando e observando nosso pai. Quando meu pai adoeceu, tive que abandonar a faculdade de engenharia e fiquei trabalhando com ele, dirigindo, fazendo visita e aprendendo tudo sobre o comércio. Aprendi a trabalhar, ainda tenho muito que aprender, hoje ele é nosso conselheiro, apesar das empresas serem distintas, todo negócio que vamos fazer, pedimos os conselhos dele. Nosso trabalho é muito família, e ele tem forte influência na decisão que tomamos”, conta Juliano. O empreendimento tem gerado emprego e renda para 300 famílias na capital e se desenvolve com a expectativa de crescimento. Atualmente, a empresa fornece carne para a merenda escolar municipal e estadual e trabalha para, futuramente, oferecer outros gêneros como macaxeira, jerimum, polpas de frutas e peixe. O objetivo é atender os dois lados do mercado, tanto o pequeno produtor que fornece o produto, quanto o consumidor, no caso as crianças da rede pública de ensino que terão carne de qualidade na merenda escolar e nas redes de supermercado no Estado. A matriarca, Odete Bento, destaca a união que a família vem desenvolvendo ao longo de todo empreendimento e frisa a importância de fazer tudo com dedicação e amor.
»» Odete Maria Bento da Silva é o apoio da família
“A nossa união é muito importante. Tudo o que fazemos em nosso empreendimento é compartilhado e conversado. Compartilhamos ideias e negócios, tudo é decidido em família, tudo conversamos. Nossa parceria é muito forte. A união é a nossa base. Humildade e dedicação aos nossos clientes. Estamos há 18 anos em Manaus. E a qualidade nos serviços aos nossos clientes que nos motiva a trabalharmos melhor”, explica. Juliano destaca a importância de investir no Estado e enfatizou com seriedade que cada funcionário faz parte do crescimento do negócio. “Além das mãos de Deus, que é a razão de tudo, atribuímos parte do nosso sucesso ao investimento que temos feito aqui no Estado do Amazonas. Queremos produzir e investir para o desenvolvimento e crescimento da economia daqui. Criamos cerca de 150 empregos diretos, são 150 famílias sendo tratadas com todo respeito que a própria legislação impõe. Essa empresa está há 13 anos no mercado sem nenhuma ação trabalhista. Temos um respeito muito grande pelos nossos trabalhadores, com plano de saúde, seguro de vida, planos odontológicos. Temos olhos para quem ajuda no crescimento da empresa, eles são um orgulho para nós”, afirma. Com a finalidade de fortalecer o setor primário do Estado, o empresário realiza algumas parcerias com pequenos produtores, focando o mercado interno. “Estamos em parcerias com outro produtor que é o dono do frigorífico de abate, o qual presta serviços para nós. Temos a finalidade de nos fortalecer com o abate do rebanho do próprio Estado. Desejamos que este rebanho ganhe cada vez mais qualidade genética; consequentemente incentivando a produção. Ou então seremos engolidos pelos grandes frigoríficos de fora que estão vindo com força total”, afirma Juliano.
Empresa familiar “Compartilhamos ideias e negócios, tudo é decidido em família, tudo conversamos. E a nossa parceria é muito forte. A união é a nossa base. Humildade e dedicação aos nossos clientes. Estamos há muitos anos em Manaus. É a qualidade nos serviços aos nossos clientes, que nos motiva sempre a trabalhar melhor” Odete Bento
»» Oswaldir e Odete Bento
Além do trabalho na produção de carne, a família vem investindo no plantio de produtos agrícolas. O produtor Oswaldir investe no município de Iranduba, onde trabalha com piscicultura, pecuária, agricultura, e tudo que uma propriedade rural sustentável pode produzir. Na produção rural é o pai que fica na linha de frente, Juliano e Luciano Bento da Silva, donos da Natucarne, dão todo o apoio necessário, acompanhando e fazendo a parte de comercialização, da compra e venda da carne. De acordo com Oswaldir, a expectativa é de aumentar em 200% o rebanho, criando novas estruturas para os coxos, curral, compra de implementos para o plantio de milho que servirá para a alimentação do gado, cortes de capim; com o intuito de chegar até o final de 2014 com aproximadamente 1200 cabeças de gado. Hoje a fazenda da família possui um rebanho com 250 cabeças. “Vamos sempre tirando aquilo que se chama de cabeceira, que é o gado que chega primeiro para a fase de abate, repondo um gado novo, com a ideia de ficar em torno dessas 1200 cabeças. Basicamente nossa história se resume a muito trabalho, luta e dedicação. Passamos por muitas dificuldades, mas sempre trabalhando e tendo esperança no futuro”, conta o patriarca da família.
ALÉM DAS FRONTEIRAS RUMO AO CRESCIMENTO No início da empreitada, o empresário Juliano, atuava apenas na distribuição de carne. Hoje atua como pequeno produtor no município de Iranduba onde faz parceria com o pai desenvolvendo novas atividades. “Eu sou produtor rural e tenho uma parceria com meu pai onde uso parte da estrutura dele. Aproveitamos
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»» O patriarca da família durante a visita com o filho Juliano e Luciano e o vice-governador José Melo
o que ele tem e juntamos tudo. Meu pai comprou a princípio o sítio por lazer, e agora virou um negócio que está dando retorno. Investimos em uma caçamba para trazer de Itacoatiara a casca de soja para compor a ração dos gados. Na medida do possível estamos investindo e aprendendo. Enquanto produtores estamos próximos de um grande polo consumidor que é a capital Manaus, com o Polo Industrial. E os outros fornecedores de carne estão muito distantes, eles tem que enfrentar dias de estradas dias de rios, e nós temos a vantagem de estar perto e de termos os incentivos como as isenções de encargos”.
»» Juliano Bento e a esposa
»» Luciano Bento e sua esposa
FORNECIMENTO Além do fornecimento para merenda escolar da rede municipal e estadual, a Natucarne atua em todos os mercados, fornecendo produtos para o distrito industrial e grandes redes de supermercados como Atacadão, Nova Era, Macro e Big Amigão. Os órgãos atuantes no segmento como o Serviço de Inspeção do Estado (SIE) e Agência de Defesa Agropecuária Florestal do Amazonas (ADAF) estão sempre atuando na empresa verificando a qualidade dos produtos. LB indústrias de carne está no mercado com o nome fantasia de Natucarne. Tem a JL evento empresa que administra a Pista de Arrancada e a JLB Serviços que é uma empresa criada em 2013 com o intuito de locação de máquinas e equipamentos. Dono da indústria Natucarne, a marca que a família luta para consolidar cada vez mais no mercado, Luciano Bento destaca a importância de um empreendimento crescer em função do outro, como engrenagens de uma máquina. Ele falou dos benefícios de trabalhar em família e os planos para o ano de 2014. “Na sociedade em família, é mais fácil de resolver as questões, tudo é resolvido na base da conversa. Quando estamos juntos, surgem ideias novas para colocar no mercado e a proximidade é maior. Em 2014, estamos entrando com a carne desossada, queremos fazer um trabalho que possa atender o consumidor final, embalando, cortando. O mercado está apertando e buscamos alternativas para, além de dar mais visibi-
lidade à nossa marca, oferecer também mais facilidade ao consumidor final. Criar, abater e vender nossa própria carne é uma das nossas principais metas para o próximo ano. Pelo fato de sermos consumidores, prezamos a qualidade na manipulação e produção dos produtos. Investir cada vez mais no estado do Amazonas é uma das nossas prioridades”, explicou. Criar o gado de corte na fazenda com todos os cuidados necessários, onde seu Bento e Juliano são responsáveis. Transportar o produto de forma segura e rápida é a missão de dona Odete.
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wega
CAPACITAÇÃO DO PRODUTOR RURAL
O SENAR contribui para a profissionalização, integração e sustentabilidade dos produtores rurais amazonenses. A instituição desenvolve ações de formação e atividades de promoção social voltadas para o homem do campo, contribuindo com sua especialização científica e melhoria da qualidade de vida, para o pleno exercício da cidadania.
w w w . s e n a r - a m. o r g . b r
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AMAZONAS
Artigo Definindo prioridades para 2014 Ao se aproximar o fim de mais um ano é comum fazermos reflexões, análises e novos planos, seja para vida pessoal, seja para a profissional. Esse momento, aliado, principalmente, ao espírito de Natal que celebra o nascimento de Jesus Cristo, nos faz mais abertos, solidários e dispostos a mudanças. Geralmente fazemos uma lista enorme de ações, atitudes e comportamentos que queremos adotar a partir do ano vindouro. Nas nossas empresas e sociedades cooperativas não é diferente. Os planos estratégicos e calendários de atividades são elaborados visando o atingimento de novas metas e melhores resultados. Entretanto, dependendo do tamanho e complexidade da lista, o risco que corremos é de não conseguirmos realizar o que planejamos e como consequência lógica, frustrarmos os nossos objetivos. Entendo que uma das soluções para resolvermos essas questões de planejamentos de nossas vidas e organizações seja a definição de prioridades. Sermos realistas com nossas capacidades e avaliar os cenários externos, definindo o que efetivamente poderemos realizar, em grau de importância e necessidade, fará toda diferença em nossos planos e ações. A gestão do negócio, seja cooperativo ou não, exige um ciclo permanente que vai do planejamento, execução, monitoramento/supervisão e novo planejamento para o ajuste de direção. Portanto, o plano é essencial, a priorização, também, devemos refletir, avaliar e planejar sempre, porém o desafio maior será o de fazer as coisas acontecerem. E para isso, o fator coragem e desejo real de fazer acontecer faz toda a diferença. Saudações Cooperativistas. Melhor de se viver.
Petrúcio Magalhães Júnior
Mestre em agroecologia, especialista em gestão empresarial, engenheiro agrônomo, bacharel em direito e diretor da Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB
Publicações Wega
Agricultura Familiar REPORTAGEM: Marina Guedes F0TOS: Divulgação
em quatro obras
Pesquisadores do Inpa, Ufam e IRD lançam pela editora Wega coleção baseada em estudos realizados nos últimos dez anos
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A agricultura familiar na Amazônia é o denominador comum de quatro obras lançadas pela Wega Editora: “Pesquisas Agronômicas para a Agricultura Sustentável na Amazônia Central”; “Dinâmicas Socioambientais na Agricultura Familiar na Amazônia”; “Agricultura Familiar no Amazonas: Conservação de Recursos Ambientais” e “Agricultura Familiar no Amazonas: Assessoramento Participativo”. A coleção é uma parceria franco-brasileira desenvolvida principalmente pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), e Institut de Recherche pour le Développement (IRD). Na avaliação da doutora em ecologia na área de conservação da biodiversidade e também uma das coordenadoras dos livros, Sandra do Nascimento Noda, o material corresponde a pesquisas realizadas nos últimos dez anos. “Nesse período, acontecem mudanças metodológicas, teórico-metodológicas que a gente aplica e traz uma descrição mais acurada do que está acontecendo na agricultura familiar nesta parte da Amazônia Central. Há textos dos mais diversos momentos”, observa. A Amazônia Central, como detalha a coordenadora, corresponde ao Amazonas como um todo. “É onde trabalhamos mais concentrados na questão das áreas de ecossistema de várzea, um pouco na área de terra firme também, mas principalmente a estrutura de várzea. São propostas de uma agricultura onde é possível ter alternativas de conservação da biodiversidade para que a biodiversidade permita a reconstrução cultural da sociodiversidade. Esse é o nosso grande foco”, afirma. Dra. Sandra explica que o material representa a possibilidade de tirar da invisibilidade os agricultores familiares e levar para dentro da universidade de forma que contribua para a formação dos futuros profissionais das ciências agrárias. “Para mim eles (os quatro livros) tem esse significado. Mostrar como funciona a agricultura familiar. É o primeiro grande mote. Fazer com que os graduandos, os pós-graduandos – também sou professora da pós-graduação da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) – comecem a enxergar que isto existe aqui na Amazônia”. Ainda sobre a relevância da coleção, ela aponta a questão da qualidade dos dados. “Os dados primários
são aqueles obtidos in loco e por isso muito importantes. São coletados diretamente com as pessoas envolvidas que executam, cotidianamente, as atividades da agricultura e que estão discursando. As quatro obras possibilitam informações para políticas públicas. Basta que haja uma vontade deliberada”, destaca.
Assessoramento Participativo No que diz respeito ao volume que foca no assessoramento participativo, Sandra Noda revela que trata da forma como é feito o assessoramento junto aos agricultores familiares para que incorporem o conhecimento nas suas áreas e atividades. “É uma pesquisa de métodos, como é que vou pesquisar, metodologicamente, esta transferência. Vamos assessorá-los porque a decisão vem deles, o que querem e o que não querem que seja levado para eles, com uma tecnologia produzida nas instituições de pesquisa de ciência, tecnologia e inovação”. Sobre o título, ela conta que grande parte do assessoramento participativo foi conduzida para que os próprios agricultores questionassem os governantes, os representantes políticos de seus próprios municípios. “Principalmente no Alto Solimões, eles fizeram isso. Ocuparam a Câmara dos vereadores várias vezes, questionando. Há fotos deles com cartazes, fazendo movimentos na rua, e alguns órgãos estaduais tomaram atitude por conta dessa mobilização. A importância é essa, poder fornecer dados científicos que vêm da própria população, dos próprios agricultores interessados, para que haja políticas públicas mais próximas das necessidades locais, regionais”, opina a pesquisadora.
Uso dos recursos naturais Especialista em genética e melhoramento de plantas pelo INPA, Dr Hiroshi Noda também foi um dos responsáveis pela organização das obras. Ele reforça que a relevância da temática agricultura familiar está associada à sustentabilidade na Amazônia. “Demos bastante ênfase na questão do uso de recursos da Amazônia em termos de recursos genéticos, plantas que os agricultores conheciam, mas que as pessoas da cidade não. E que por isso não era valorizado. Trabalhamos com a questão de
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trazer este material para a pesquisa e fazer com que a riqueza de espécies agrícolas fosse de conhecimento da população de um modo geral, e com isso valorizada. Por meio dessa valorização pode vir a ser mantido nas áreas do agricultor”. Hiroshi lembra o problema que advém do não cultivo de determinadas espécies. “Há um risco muito grande que quando as espécies não são valorizadas passem a não ser mais usadas e acabem sendo desprezadas e até perdidas. Algumas hortaliças são conhecidas pelas populações tradicionais e eram de uso na culinária tradicional, por terem sido substituídas por outros tipos de alimentos acabam não sendo mais cultivadas”. E completa: “É importante trabalharmos com os agricultores familiares porque eles utilizam as plantas, mas mantêm toda a variabilidade que existe na espécie. Se você valoriza esse conhecimento, faz com que o processo de conservação continue”. No livro “Pesquisas Agronômicas para a Agricultura Sustentável na Amazônia Central”, Hiroshi Noda ressalta que é de sua autoria o prefácio sobre e preocupação a respeito da evolução da agricultura em escala mundial. O pesquisador discorre sobre o fato de que o modelo da agricultura está levando a atividade para uma produção desastrosa e que existe uma dependência da produção em função de insumos usados, como os agrotóxicos. “Há muitos estudos sobre a contaminação destes agrotóxicos. A agricultura em nível mundial, está num dilema: se continua na forma que está até hoje ou muda, e vai pelo caminho da agroecologia. Esse desafio, em termos de pesquisa, é que está colocado. Para que haja essa mudança, a abordagem que os pesquisadores precisam utilizar precisa ser diferenciada. E aqui na Amazônia temos este ambiente que é muito propício para isso, porque temos os agricultores familiares que adotam a técnica de usar o ambiente, o solo, para produzir de uma maneira que não seja necessário usar esses insumos que causam efeito nocivo não só nos seres humanos, mas na própria natureza. Tem
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que haver uma mudança de postura. A agroecologia não é uma tecnologia, mas uma visão de mundo da agricultura voltada muito para a questão das relações naturais da produção e reprodução. Um processo natural de reprodução dos recursos naturais. Se existe agroecologia em algum lugar, é aqui na Amazônia”. Cientista na área de agronomia do INPA, Dr. Luiz Augusto Gomes de Souza atuou na coordenação e edição do volume “Agricultura Familiar no Amazonas: Conservação de Recursos Ambientais”. Ele afirma que o material reflete o trabalho intensivo de pesquisas que o instituto e grupos de pesquisa associados têm desenvolvido nos últimos anos. “O livro traz uma série de informações novas de interesse agrícola para todo Estado, extrapolando os limites da região pesquisada. Quem for acessar os 18 capítulos verá que a maior parte das atividades está relacionada com a olericultura”, explica. Temas como o resgate de fruteiras tradicionais, o cultivo de hortaliças não convencionais de forma que não sejam extintas, a seleção de novas variedades de espécies como o tomate e o cubiu, e a tecnologia de aproveitamento de produtos e cultivo de hortaliça por hidroponia como uma prática de agricultura urbana e de abastecimento dos mercados regionais das grandes cidades da região são alguns dos assuntos apresentados na obra. Na visão do engenheiro agrônomo, reunir uma quantidade de informações em um livro é a possibilidade que os pesquisadores têm de divulgar para um público mais amplo os seus resultados. “Isso se fortaleceu, particularmente, nos últimos dez anos no INPA com a criação de um programa de pós-graduação voltado à Agricultura no Trópico Úmido. Muitos dos resultados de pesquisas apresentadas na forma de capítulos vieram da dissertação de mestrado dos estudantes que se formaram e se titularam no programa, que tem capacitado profissionais para atuar regionalmente”, diz Luiz Augusto.
Livros
O pesquisador acrescenta que quando as tecnologias alcançam as instâncias da sociedade que podem utilizá-las – seja agroindustrialmente, pequeno agricultor que produz para sua alimentação e da sua família, ou ainda para aquele que também visa o suprimento de produtos ao mercado – o trabalho do pesquisador cumpre o seu papel de gerar ciência, tecnologia e inovação para a sociedade. “Disponibilizar é apenas a primeira etapa. Precisamos fazer isso porque uma pesquisa que fica restrita aos limites da academia não é útil ao País. Ela só é útil quando extrapola estes limites. E é preciso que se faça algum esforço em relação a isso”. Viabilizados por meio de recursos dos governos federal e estadual do Brasil e da França, os quatro volumes, como explica Sandra Noda, serão distribuídos no meio acadêmico, vendidos no mercado comercial e, ainda, disponibilizados gratuitamente na versão eletrônica. “As obras são, justamente, para mostrar que existe, sim, uma
agricultura familiar e que produz alimentos sadios. Isso que é o principal, com segurança alimentar, que tem uma quantidade e qualidade limpa, no sentido de que não tem agrotóxico”, afirma. Uma pessoa leiga pode olhar a floresta e não saber reconhecer nada do que tem ali, observa Gomes de Souza. “Os especialistas sabem exatamente o que tem. Precisamos de uma estratégia importante e atual para a Amazônia que é a de ter aqui especialistas em recursos de biodiversidade, uma de suas maiores riquezas. No nosso caso, na agrobiodiversidade, aquela diversidade de plantas que pode compor o cenário agrícola. Sabemos que manter uma propriedade agrícola de agricultura familiar com a sua agrobiodiversidade específica também significa manter material genético e uma estratégia para a preservação dessa variedade em espécies para as gerações futuras”, finaliza.
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Setor Primário REPORTAGEM: Antonio Ximenes F0TOS: Chico Batata
Professor Melo, um olhar do interior no desenvolvimento regional do Amazonas Com seu jeito discreto e identificado com a cultura cabocla, o vice-governador acompanha Omar Aziz no melhor momento da política amazonense, na história recente do Brasil O vice-governador José Melo de Oliveira é um dos políticos amazonenses com o perfil de produtor rural mais bem definido do Estado. Natural de Eirunepé, aos 67 anos, professor Melo, como é conhecido, é um profundo conhecedor do setor primário. Especialistas da área, como o presidente da Afeam, Pedro Falabella, Edimar Vizolli (presidente do Idam), Valdelino Cavalcante (presidente da ADS) e Muni Lourenço (presidente da Faea) dizem que o vice-governador, pela sua longa experiência no setor primário, se transformou em um especialista do homem e da mulher do campo/ floresta.
“Sou do interior. Cresci com as pessoas mais simples da terra. Aprendi muito e, agora, quero passar a minha experiência na plenitude da vida como pessoa pública” 80 | DEZEMBRO 2013 / JANEIRO/FEVEREIRO 2014 – Floresta Brasil Amazônia
Economista de formação e com passagens pelo Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Amazonas (Idam); pela Secretaria de Estado de Coordenação do Interior (Seint); bem como ex-titular da Secretaria de Governo do Amazonas (Segov) de 2006 a 2010; professor Melo discorre, com propriedade, do mais simples tema de pescador, até os mais complexos. “É da minha natureza conversar com as pessoas do interior com naturalidade, porque eu vim de lá, sou como elas. Sempre me senti um caboclo que com a vivência na política, na administração pública, na educação, na agropecuária aprendi a pensar o mundo, a partir da nossa realidade regional”, comentou.
»» Melo vistoria plantação de pimenta de cheiro
»» Observando a produção nativa de mamão
Direto Entregar tratores, maquinários agrícolas, alevinos, colher feijão, melancia, criar agroindústrias, participar de rodeios, vaquejadas, incentivar a produção de malva e juta, de borracha, defender o aproveitamento da silvinita para a produção de fertilizantes ou seja, envolver-se com o agronegócio e o desenvolvimento sustentável da floresta, faz parte do seu dia a dia.“Com os produtores rurais a linguagem é franca e direta, por isso nos entendemos muito bem”, disse.
Experiência Político tarimbado, ele vem da tradição de Gilberto Mestrinho, Amazonino Mendes, e, agora, marcadamente, com Omar Aziz, o mais bem avaliado governador do Brasil, segundo pesquisa do IBOPE/CNI. “Omar, com seu carisma, sabedoria política, pragmatismo, seriedade e visão administrativa mostra ao País que no Amazonas se trabalha em equipe. Me sinto honrado em estar ao seu lado, neste momento tão especial de credibilidade comprovada do nosso governo”, destacou.
Polo gás/químico Professor Melo entende que o desenvolvimento econômico do Estado deve passar por várias plataformas, dentre elas a criação do pólo gás/químico, com aproveitamento do gás existente no subsolo e que tanto a Petrobras, como outras empresas, detém tecnologia e reservas para fazer do Estado uma vanguarda do setor.
Peixes Transformar o Amazonas no maior produtor de peixe de água doce do mundo, com indústrias beneficiadoras de ponta, com capacidade de atender os mercados regional, nacional e mundial, é um dos seus sonhos. “Temos todas as condições para que isso se transforme em uma realidade palpável, afinal, estamos na maior bacia hidrográfica do mundo e com uma diversidade de peixes gigantesca. A piscicultura é o caminho do sucesso”, observou.
»» Conhecendo a qualidade do abacaxi no distrito de Novo Remanso, no município de Itacoatiara
Pomares Aproveitar as áreas desmatadas do Amazonas para plantar todo tipo de frutas da floresta e criar um rebanho de qualidade genética que respeite a sustentabilidade ambiental, é outra de suas metas; como alguém que pensa o desenvolvimento regional em uma lógica de conservação ambiental, mas casada com a geração de emprego e renda no Amazonas profundo.
Potássio Com as reservas de silvinita/potássio em Autazes, Nova Olinda, Itacoatiara – as maiores do mundo, junto com as da Rússia e do Canadá, o Brasil, mais precisamente o Amazonas, passará a ser a nova força da agricultura. Potássio, Nitrogênio e Fósforo são a base tradicional dos fertilizantes, e o Amazonas dispõe de todas essas riquezas minerais. “Somos uma das maiores províncias minerais do planeta e precisamos aproveitar este potencial extraordinário para sair da dependência das importações para o nosso agronegócio”, salienta.
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»» O incentivo à mecanização agrícola do campo é prioridade de governo para aumentar a produtividade e a geração de receita no interior
Portos Agora, para que o Amazonas se viabilize em escala mundial na área de transporte, Melo entende que os portos de Manacapuru e Itacoatiara são fundamentais. “São portos com características diferentes, Manacapuru atendendo as calhas do Juruá, do Purus, do Alto e Médio Solimões, entre outras calhas interiores, e Itacoatiara, a calha do Madeira, do Baixo Amazonas e a saída para o Atlântico com acesso à Europa, Estados Unidos da América e Ásia”, situou. É esta visão cosmopolita e, ao mesmo tempo, tão regional, que nos faz entender porque Melo é chamado de professor.
Energia
Cosméticos
O linhão de Tucuruí e o gás da floresta são matrizes energéticas que servem para alavancar ainda mais os futuros investimentos no Estado, tanto na capital, quanto no interior. “Vamos ter energia limpa e em quantidade suficiente para abastecer a nossa economia sem risco de perda de produção”, destaca.
Mas é no aproveitamento da biodiversidade da floresta, como na área de cosméticos, que reside um nicho econômico extraordinário, na avaliação do professor Melo. “A indústria de cosméticos do mundo precisa da matéria prima que está na floresta, como o Pau Rosa que produz a essência do perfume Chanel número 5”, observa.
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Artigo Hidrovia, o Caminho da Amazônia Um dos principais desafios para o Brasil é conhecer a Amazônia. Sua vocação eminentemente hídrica provocou, ao longo dos séculos, a necessidade do deslocamento de seus habitantes através dos rios. Muito antes da chegada dos colonizadores na Amazônia, os nativos já utilizavam canoas. Ainda hoje, grande parte da população amazônica vive da pesca, além disso, o deslocamento do ribeirinho se dá através da infinidade de rios que retalham a grandeza territorial. Mas para conhecer a Amazônia de verdade é preciso entender sua posição estratégica para o País. E os rios são a chave para esse conhecimento. São as estradas que a natureza construiu em cujas margens se desenvolveram inúmeras populações. Nos dias de hoje é quase impossível imaginar o imenso sacrifício dos primeiros aventureiros que adentraram o rio Amazonas, sofrendo com doenças, ataques de índios e todo o tipo de dificuldades que dizimavam suas tripulações. Mas estes aventureiros foram os responsáveis pelas instalações dos muitos fortes ao longo dos diversos rios, hoje transformados em comunidades. Portanto, é impossível se pensar em Amazônia sem associar a importância que os rios têm para o desenvolvimento econômico e social. Eles devem ser vistos como o grande propulsor do desenvolvimento sustentável da região. Hoje, a grande questão é: em que medida é possível conciliar-se o desenvolvimento econômico com a proteção do meio ambiente? A resposta está nas hidrovias. Hidrovia é uma rota pré-determinada para o tráfego aquático. Há muito tempo o homem utiliza a água como estrada e a Amazônia é o maior exemplo disso. O transporte por hidrovias apresenta grande capacidade de movimentação de cargas a grandes distâncias com baixo consumo de combustível, além de propiciar uma oferta de produtos a preços competitivos. A ampliação da utilização da hidrovia é uma tendência mundial por uma questão ambiental. Mais cedo ou mais tarde, ela se tornará obrigatória. A viabilização de uma navegação segura no rio Madeira, por exemplo, permite o escoamento da produção de grãos de Rondônia e Mato Grosso para o Amazonas e, daí, para o Atlântico. Isso cria um corredor de desenvolvimento integrado, com um transporte de alta capacidade e baixo custo para grandes distâncias, elimina um grave problema estrutural do setor primário com a redução significativa da dependência do modal rodoviário até os portos do Sudeste e representa mais uma opção de integração nacional, com a redução de trânsito pesado nas rodovias da região Centro Sul. A Marinha tem um papel fundamental no desenvolvimento do modal hidroviário. Tanto com a produção deste conhecimento, através de levantamentos hidrográficos, quanto com a formação do profissional para atuar nessas hidrovias. E a Marinha se preocupou com isso – criou o Centro Técnico de Formação de Fluviários da Amazônia Ocidental (CTFFAO) e o Serviço de Sinalização Náutica do Noroeste (SSN9), com previsão de inauguração no início de 2014. Uma outra etapa importante do trabalho da Marinha, feita em parceria com o Ministério dos Transportes, é a sinalização dessas hidrovias, de modo que os condutores saibam onde navegar. No entanto, para que isso ocorra é necessário ao navegante uma boa formação profissional. Daí a necessidade da criação do CTFFAO. Nele serão oferecidos diversos cursos. Mão de obra formada pela Marinha também garante que as normas de segurança sejam compreendidas e respeitadas. A criação do SSN9 vai garantir um aumento na capacidade de atualização cartográfica na região. Para isso, a Marinha do Brasil adquiriu dois novos Navios para realização de levantamentos hidrográficos e um terceiro está sendo construído especificamente para essa tarefa de cobrir os vazios cartográficos da região amazônica. Esses navios são dotados de equipamentos e mão de obra qualificada para a realização de sondagens dos rios com o objetivo de manter constantemente atualizadas as cartas náuticas, garantindo assim a segurança da navegação pelos 22 mil km de hidrovias.
Domingos Savio Almeida Nogueira Vice-Almirante do 9º Distrito Naval
Reflorestamento REPORTAGEM: Nívia Rodrigues F0TOS: Divulgação (SDS)
Reflorestar o Sul do Amazonas para combater o desmatamento ilegal Entre as espécies selecionadas para plantio estão: Castanha, Andiroba, Cedro-rosa, Paricá, Ipê, Cumaru, Guaraná e Cupuaçu O Estado do Amazonas mais uma vez dá um exemplo de sustentabilidade, incentivando a produção sustentável e justificando porque detém 98% de cobertura florestal intacta. Em dezembro, o governador Omar Aziz esteve no município de Lábrea, onde foi iniciado o plantio de 1.450 milhões de mudas, como parte do Projeto de Reflorestamento em Áreas de Intensa Pressão do Desmatamento no Sul do Estado, a ser aplicado nos municípios de Lábrea, Apuí, Boca do Acre e Novo Aripuanã. A ação é uma iniciativa da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), que concentrou esforços na região, como forma de combater o desmatamento. Conta com a parceria do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e Instituto de Terras no Amazonas (Iteam). O projeto está sendo executado com recursos na ordem de R$ 20 milhões, financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com recursos do Fundo Amazônia. O objetivo é promover o controle do desmatamento por meio de ações de reflorestamento utilizando Sistemas Agroflorestais (Safs), com vistas à conservação da biodiversidade, redução de CO2 e inclusão social. O governador do Amazonas, Omar Aziz, ressaltou que o projeto vai muito além do que apenas cobrir uma área desmatada. “O Estado que menos desmata e tem a maior área de preservação dá exemplo para o Brasil e para o mundo com um programa desses de reflorestamento. Não é simplesmente reflorestar, mas investir na produção com renda. O produtor vai ter interesse que sua área seja reflorestada, porque dali ele vai tirar seu ganha pão. Tem frutas, árvores que produzem óleos de essência, mogno, que é uma madeira importante e de muito valor, dentre outros. Se a gente pensa em preservar, pensamos também que o homem vai ter o seu futuro garantido”, destacou o governador. A titular da SDS, Kamila Amaral, acredita que o projeto trouxe uma nova visão para os produtores, além de novas oportunidades. “O Projeto de Reflorestamento no
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»» Governador Omar Aziz dá início ao projeto de reflorestamento do sul do Amazonas, ao seu lado a secretária Kamila Amaral da SDS
Sul do Estado representa um novo caminho, um novo rumo para o uso das áreas já desmatadas. O nosso objetivo é dar assistência técnica rural, trazer uma nova proposta de produção sustentável para os municípios que estão sendo diretamente afetados historicamente pelo arco do desmatamento, e com isso, conseguir levar uma alternativa de produção e de geração de renda para o interior, que pode mudar o futuro dos municípios, fazendo com que a retirada ilegal de madeira seja finalmente combatida”, ressaltou a secretária.
Capacitações Para a disseminação do conhecimento técnico científico de produção sustentável, foram realizados cursos nos quatro municípios atendidos pelo projeto. “O projeto trouxe uma nova proposta e um grande desafio para o Estado. Em três anos de execução, já foram realizadas 163 capacitações, implantados 12 Unidades Demonstrativas, levou mais de três mil assistência técnica rural a cada um dos mil produtores beneficiados, além da contratação de equipe técnica, que gerou diretamente 300 empregos e indiretamente 200 empregos”, disse Alexsandra Santiago, secretária executiva adjunta de gestão ambiental, que está à frente da ação.
Artigo Um ano de luta em defesa do planeta A Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas enfrentou em 2013 grandes desafios. Desafios à altura das necessidades de entender, debater e propor soluções para os impactos trazidos pelas mudanças climáticas em todo o planeta. Debatemos este ano, com as diversas instâncias do governo, com a sociedade civil e as organizações. Mais do que ser um desaguadouro das iniciativas externas, buscamos consolidar toda a discussão realizada nos mais diferentes foros, pois este é um tema transversal e que demanda a maior participação possível. Ouvimos especialistas que trataram da conscientização nas escolas, da valorização dos serviços ecossistêmicos, da prevenção de desastres, o marco legal para a redução de emissões por desmatamento e degradação, do aproveitamento de água pluvial e da Conferência das Partes das Nações Unidas. E não nos conformamos em agir em Brasília apenas, realizamos reuniões em Manaus, Curitiba, e Florianópolis. Também estivemos nos foros internacionais participando ativamente de todas as discussões. Como por exemplo, na 19ª Conferência das Partes de Mudanças Climáticas (COP 19) que aconteceu em Novembro na Varzóvia, capital da Polônia. A COP 19 era uma conferência sobre a qual não pairava qualquer expectativa. E pude registrar que se conseguiram avanços importantes durante a sua realização.Destaco a participação da Ministra de Meio Ambiente do Brasil, Izabella Teixeira, que nos representou com um pronunciamento formal em nome do Governo e do Estado brasileiro. A Ministra iniciou o seu discurso com uma moção de solidariedade às Filipinas pelo desastre ocorrido lá recentemente, de grandes proporções, que levou à morte centenas de milhares de pessoas. Na sequência, falou do orgulho do Governo brasileiro de estar presente naquela conferência com uma grande delegação, e uma delegação representada por Parlamentares do Congresso Nacional brasileiro, assim como por representantes de outras entidades da sociedade civil, acadêmicos. Na COP 19 o principal de todos os avanços foi, sem dúvida nenhuma, o estabelecimento das regras para o pagamento pela proteção das florestas, que é conhecido pelo termo REDD+, que significa redução de emissões por desmatamento e degradação florestal. Isso é muito importante porque há uma mudança de lógica, de paradigma dentro da própria política internacional sobre mudanças climáticas. Até então, o que tínhamos eram regras que garantiam que os recursos fossem conferidos às nações para que essas nações recuperassem florestas degradadas, sem reconhecer, entretanto, nações que preservam e diminuem as suas reduções de gases de efeito estufa, que têm levado a níveis quase insuportáveis o aquecimento global. E isto agora está estabelecido: regras que definem parâmetros sobre a origem dos recursos para fazer esses pagamentos; a metodologia de avaliação dos resultados; assim como instrumentos, ferramentas que possibilitam a transparência dos dados de todas essas nações. Do ponto de vista econômico, o Brasil está na sétima posição. Entretanto, na questão ambiental, nós somos uma Nação líder, não apenas porque somos detentores da maior floresta tropical do Planeta, mas porque temos posições importantes. Aliás, temos tido uma atitude no sentido de fortalecer o grupo dos 77 países em processo de desenvolvimento assim como o grupo que contempla Brasil, China, Índia e África do Sul, chamado de Basic (Brasil, África do Sul, Índia e China), que são grandes países e detentores, também, de grandes florestas. Podemos dizer que este foi um ano de intensa atividade.
Vanessa Grazziotin
Senadora PCdoB-AM e presidente da Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas do Congresso
Mas também temos claro que o trabalho está apenas no começo. As mudanças climáticas são um desafio global. As nossas ações de mitigação na emissão de gases estufa, são insuficientes se não forem acompanhadas de ações de outras nações. Não há como responsabilizar os países em desenvolvimento pela emissão de gases apenas, sem levar em conta o brutal consumo de recursos naturais pelos países desenvolvidos. Assim, como não há como responsabilizar apenas os cidadãos pelo consumo responsável de água, por exemplo, sem levar em conta o consumo industrial. Todas as ações devem estar entrelaçadas e coordenadas. Este tem sido o desafio colocado para toda a humanidade. Temos que construir soluções transversais, em todos os níveis e que levem em conta nossas diferenças econômicas, culturais e geográficas.
Cooperativas REPORTAGEM: Rízio Andrade F0TO: Divulgação
Cooperativismo melhora desempenho da economia de Rondônia Através de práticas igualitárias de distribuição de renda entre os cooperados, cooperativas fortalecem o Estado oportunidades de renda para os cooperados. “Hoje temos um sistema cooperativista forte e confiável, que apoia o desenvolvimento de Rondônia e das comunidades em que as cooperativas estão inseridas”, comenta.
Capacitação
»» Salatiel Rodrigues, presidente do Sistema OCB/SESCOOP-RO
O cooperativismo no Estado de Rondônia vem se desenvolvendo muito nos últimos anos. Grande parte desse sucesso se deve à atuação do Sistema OCB/SESCOOP-RO, entidade que representa e apoia o cooperativismo no Estado. Rondônia conta hoje com mais de 110 cooperativas registradas no sistema OCB/SESCOOP-RO, sendo que os ramos que mais se destacam são Agropecuário, Crédito, Saúde, Educacional, Transporte, Mineral e Trabalho. São mais de 70 mil cooperados. Salatiel Rodrigues, presidente do Sistema OCB/SESCOOP-RO explica que as cooperativas têm apoiado permanentemente o crescimento do estado, gerando riquezas e
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A partir do retorno às atividades do SESCOOP-RO (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo), em 2008, com objetivo voltado à capacitação das cooperativas, pode-se observar um grande avanço em relação à profissionalização da gestão e melhoria da qualidade dos processos internos e produtos. De 2008 a 2012, foram realizadas mais de 450 ações, com mais de 55 mil pessoas atendidas, entre cooperados, dirigentes, funcionários de cooperativas e comunidade em geral. As ações realizadas têm alcançado os objetivos de capacitar, apoiar e desenvolver as cooperativas, com base em um crescimento sólido e constante. O superintendente da OCB/SESCOOP-RO, Júlio Bacelar, explica que a principal função do SESCOOP é a capacitação das cooperativas para a autogestão. “Para isso tentamos levar sempre as melhores práticas na área de administração e gestão, para que possamos formar as pessoas que vão estar à frente das cooperativas”, comenta.
fortalecimento A presidente da COAPRAV (Cooperativa de Agroindustriais e Produtores Rurais de Vale do Jamari), Cátia Bueno, explica que a cooperativa é a única forma que o pequeno produtor encontra de ganhar escala para pagar mais barato na compra de insumos e vender em maior quantidade, podendo barganhar preço. “Em nosso Estado o cooperativismo é recente, mas vem se fortalecendo muito rápido”, comenta. Hoje o cooperativismo de Rondônia conta com a credibilidade de um grande sistema e as cooperativas têm apoiado e contribuído muito para o desenvolvimento do Estado, trazendo geração de renda para as comunidades em que estão inseridas.
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Artigo/Desafio TEXTO: General Guilherme Theophilo F0TOS: Divulgação
O complexo caminho da logística na Amazônia A 12ª Região Militar atende todos os pelotões de fronteira da Amazônia Ocidental, uma difícil tarefa na logística do Exército
»» General-de-Divisão, Comandante da 12ª Região Militar, Guilherme Theophilo é responsável pela logística de uma das éreas mais difíceis do País
No atual cenário mundial, caracterizado por intensas transformações impulsionadas pelos avanços tecnológicos, as integrações comerciais e financeiras e a acirrada concorrência mundial, o tema logística vem se tornando uma das áreas centrais para as organizações. Este reconhecimento decorre do potencial da logística para agregar valores aos clientes e criar vantagens competiti-
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vas às empresas, na medida em que os custos logísticos, principalmente os relativos aos meios de transportes, representam uma parcela expressiva no custo total das mercadorias. Para a logística militar, esses aspectos não são diferentes. A logística e a estratégia sempre foram atividades valorizadas no meio militar, uma vez que o uso adequa-
»» Moradores da região do Puraquequara recebem os títulos definitivos de suas terras, resolvendo uma pendência de mais de 40 anos
do de ambas tem sido fator decisivo para a obtenção de vantajoso poder de combate. Além do mais, existe uma interdependência entre estratégia, tática e logística militares, imprescindível para o sucesso das operações em campo de batalha, seja em exercício ou em situação real. No caso específico do Comando Militar da Amazônia, em decorrência do valor estratégico da Região Amazônica para o Brasil e o mundo, a execução de uma logística eficaz e efetiva é fator determinante para a presença e a atuação das Forças Armadas, vitais para resguardar a soberania nacional. A Amazônia Ocidental, região fronteiriça com cinco países e formada pelos estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima, caracteriza-se pelos grandes vazios demográficos, pelo afastamento dos grandes centros produtores nacionais, por possuir a maior bacia fluvial e a maior floresta tropical do mundo, pelo clima equatorial, quente e úmido, pela constância de chuvas abundantes ao longo do ano, pelas grandes distâncias entre centros urbanos, pela inexistência do modal ferroviário e escassa malha rodoviária, e pelo número reduzido de fornecedores, dentre outros aspectos. Isso posto, percebe-se que as inúmeras peculiaridades da Amazônia Ocidental se convertem em sérios óbices à logística, motivando o desenvolvimento de diversos estudos, investimentos e inovações sustentáveis para aprimorar a gestão do fluxo físico do suprimento dos fornecedores aos clientes finais. Nesse contexto, surge o importante papel da 12ª Região Militar, “Região Mendonça Furtado”, Comando Territorial subordinado ao Comando Militar da Amazônia e com sede em Manaus, responsável pelo apoio logístico do Exército Brasileiro na Amazônia Ocidental. Dentre outras atribuições, a 12ª RM planeja, coordena, executa, integra e controla as funções logísticas de transporte, suprimento, manutenção, salvamento, engenharia, saúde e recursos humanos, beneficiam diretamente os quase 19 mil militares do Exército Brasileiro existentes nos Estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima, os quais são alvos de substanciais benefícios indiretos.
»» Formatura no Comando Geral de Logística da 12ª Região Militar
»» Conferência do general Theophilo para lideranças do setor comercial de Manaus sobre a logística empregada na Amazônia Ocidental
Para exemplificar, em 2013, foram alistados exatos 70.412 jovens, dos quais 4.540 foram incorporados, sendo 107 indígenas. Anualmente, a 12ª RM investe em torno de R$ 32 milhões exclusivamente em alimentação, transporta em torno de 1.500.000 t de carga só no modal fluvial, investe valores superiores a R$ 800 mil em empresas aéreas regionais e quantias de dezenas de milhões em obras da construção civil e serviços de saúde. Destaca-se, ainda, no contexto da integração regional, sobretudo em sua vertente social, a regularização das áreas das comunidades ribeirinhas tradicionais existentes na Área de Instrução do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) com a Concessão do Direito Real de Uso Resolúvel (CDRUR), atendendo 141 famílias, solucionando, assim, uma demanda de 49 anos. Dessa forma, percebe-se que o caminho adotado pela 12ª RM, otimizando a gestão e a aplicação de recursos diretamente na logística militar, contribui efetivamente para o desenvolvimento econômico e social da região, o que a faz ser o verdadeiro elo entre a Estratégia Nacional de Defesa e a Estratégia Nacional de Desenvolvimento.
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Sustentabilidade REPORTAGEM E FOTOS: Felipe Costa/Comunicação FAS
Encontro de Lideranças do Bolsa Floresta Comunitários fazem avaliação positiva do Programa do Governo do Estado em encontro realizado em Manaus
»» Virgílio Viana, da Fundação Amazonas Sustentável, defende a permanente mobilização comunitária para manter a floresta em pé
»» Reunião com lideranças das 15 Unidades de Conservação, onde a FAS participa da administração conjunta com o Governo do Estado (SDS)
O fortalecimento comunitário foi um dos principais avanços dos seis anos de Programa Bolsa Floresta (PBF), avaliaram os líderes ribeirinhos das 15 unidades de conservação (UCs) que participam da iniciativa. Entre os dias 18 e 22 de novembro, foi promovido o XI Encontro de Lideranças do Bolsa Floresta, que teve por objetivo avaliar e aprimorar as metodologias de implementação do Programa. Além dos comunitários, o evento reuniu órgãos públicos, instituições socioambientais e a Marinha do Brasil, em oficinas e seminários participativos de avaliação. Foram cinco dias de evento no Centro de Formação Maromba, localizado na Rua da Maromba, s/n, Bairro Chapada, Zona Centro-Sul de Manaus. Um seminário de avaliação envolveu ribeirinhos na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), onde puderam ser vistos os desafios e avanços de sete anos de Bolsa Floresta.
Para os ribeirinhos, decidir onde cada investimento deverá ser implementado é um diferencial que tem trazido benefícios mais concretos no dia a dia das comunidades. Isso porque o orçamento participativo contribui para um envolvimento real das famílias no processo, fazendo com que atividades de geração de renda compatíveis com cada vocação sejam implementadas. Morador e presidente da Associação de Comunidades Sustentáveis da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro, José Roberto Nascimento, utiliza o manejo de madeira como exemplo de êxito da metodologia do programa. “A reserva do Rio Negro é um exemplo desse processo. Antes, nós tínhamos que derrubar árvore senão morríamos de fome. Com a criação da reserva e a chegada do programa podemos finalmente dizer que nosso interesse é manejar madeira, mas de forma legal, sustentável, correta. Deixamos de derrubar sem planejar, agora o
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»» Lideranças discutiram benefícios produzidos pelos programas: Bolsa Floresta, Bolsa Renda, Bolsa Comunicação e Bolsa Verde
manejo é justo com a natureza e com nossa consciência”, destaca. O fortalecimento comunitário das associações de moradores também é um fato celebrado pelos ribeirinhos. A cada ano o envolvimento com a iniciativa tem aumentado, e o anseio é ter cada vez mais representatividade junto ao poder público, revelou o presidente da associação de comunidades da RDS Rio Amapá, Edmar Pereira de Souza. “Nossa associação tem ganhado força nas reuniões, temos conseguido mais voz. Vamos lutar por um olhar cuidadoso do poder público. Queremos parcerias com a universidade, queremos parceria com o Ceuc, queremos parcerias com esses órgãos. O Bolsa Floresta tem nos fortalecido, precisamos contar com esses órgãos também”, comenta. Os investimentos anuais do PBF por família giram em torno de R$ 1,4 mil. O componente Associação do PBF, específico para apoio ao empoderamento comunitário, investe cerca de R$ 48,5 mil por UC. “O fortalecimento das associações de moradores é um dos importantes instrumentos para promoção do desenvolvimento sustentável. Isso permite que os próprios comunitários gerenciem os investimentos traçados pelo PBF”, comenta o superintendente geral da FAS, Virgílio Viana.
Incubadora de negócios sustentáveis e tecnologias sociais Durante o encontro, foram anunciadas várias iniciativas voltadas à melhoria de qualidade de vida no interior do Estado. No dia 21 de novembro, foi inaugurada a Incubadora de Inovação Tecnológica para Empreendimentos
Sustentáveis no Amazonas, fruto de uma parceria entre FAS, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e Fundação de Amparo a Pesquisa no Amazonas (Fapeam). A ação pretende beneficiar diretamente 1,5 mil ribeirinhos da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro. A incubadora tem por objetivo apoiar novos empreendimentos comunitários da RDS do Rio Negro e fortalecer os empreendimentos existentes por meio de processos de formação, assistência técnica e intercâmbio de experiências, ampliando a geração de renda e condições para sua sustentabilidade. Serão beneficiadas 298 famílias, de 11 comunidades da RDS Rio Negro. FAS e Inpa também assinaram um acordo de cooperação técnica que beneficia cerca de 200 ribeirinhos. O acordo, assinado pelo superintendente geral da FAS Virgílio Viana e o diretor do Inpa, Adalberto Val, está voltado à promoção de tecnologias sociais em unidades de conservação (UCs) atendidas pelo Programa Bolsa Floresta (PBF). O convênio prevê a implementação de um programa para a capacitação de cerca de 200 ribeirinhos em diversas tecnologias para a geração de trabalho e renda.
Encontro de Lideranças
O Encontro de Lideranças do Bolsa Floresta acontece duas vezes ao ano, e tem o objetivo de aprimorar a gestão do PBF, em parceria com as associações comunitárias. Desde 2011, já foram realizados 11 Encontros, envolvendo comunitários de todas as unidades de conservação participantes do Programa.
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Artigo Dez anos da ADS, uma história de parcerias
Valdelino Cavalcante Diretor Presidente da ADS
Desde 1994, durante o Terceiro Ciclo, desempenhamos atividades no setor rural com as políticas públicas buscando alternativas de geração de riqueza econômica e social e como torná-las sustentáveis, iniciando no município de Envira, como Secretário de Produção, dando continuidade ao trabalho em Carauari, na APLUB (Agro Florestal Amazônia S/A), em 1999. Pensar no desenvolvimento regional do Estado do Amazonas implica lidar com as trajetórias de todo o processo de construção. Foi em 2003 que passamos a ocupar o cargo de diretor técnico do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (IDAM), integrando a equipe do Governo do Amazonas, na época lançando o Programa Zona Franca Verde e apostando no ressurgimento das cadeias produtivas no interior do Estado. Mais à frente, dando continuidade a este trabalho, mas com um estilo próprio, o Governador Omar Aziz lançou o Programa Amazonas Rural a fim de tornar o Estado autossuficiente em alimentos e produtos agroflorestais, dinamizando a economia dos municípios.
Para contribuir com o desenvolvimento econômico do Estado, com base nos recursos florestais, agropecuários, minerais e pesqueiros, garantindo a geração de renda local e a conservação ambiental foi criada em 2003 a Agência de Agronegócios do Estado do Amazonas (Agroamazon), onde, desde então, ocupamos o cargo de presidente da agência, com o intuito de fazer o papel do agente catalisador das negociações entre as associações, cooperativas, produtores rurais, extrativistas e os mercados consumidores privados e institucionais. Em 2006, a instituição passou a se denominar Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS). A partir daí, o setor primário tem galgando patamares expressivos com reflexos diretos na qualidade de vida da população rural, atendida com emprego e renda gerados pelos incentivos do programa. No princípio a comercialização se dava nas Redes de supermercados de Manaus. Foi o ponto de partida para que projetos mais altos fossem implantados no Estado do Amazonas, como o Programa de Regionalização da Merenda Escolar (PREME). Em 2004, o passo foi dado em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (SEDUC), com 1.150 famílias fornecendo produtos regionais de 13 municípios, com 20 produtos incorporados no cardápio escolar. O programa inédito no Estado e no Brasil passou em 2007 a fornecer também os itens regionais para a Prefeitura de Manaus, através da Secretaria Municipal de Educação (Semed), com 3.400 famílias, com 19 produtos no cardápio em 25 municípios. O PREME Seduc começou com R$ 2.517 milhões, em 2013 gerou 30 milhões, totalizando em nove anos R$ 132.811 milhões. O PREME Semed iniciou com R$ 2.134 milhões, este ano o convênio firmado foi de R$ 9.731.151,89, gerando em seis anos R$ 28.402.127,89, recursos anteriormente destinados a outros Estados, com a importação desses produtos. Atualmente o PREME conta com aproximadamente 14 mil famílias fornecendo itens para a merenda escolar, dos 62 municípios e 51 produtos incorporados na merenda Estadual e 27 itens para escolas municipais. O PREME possibilitou a organização e instalação de agroindústrias no interior, diante disso, o Governo do Estado por meio da ADS, realizou inúmeras negociações com empresas multinacionais, como a Coca-Cola, agregando valor ao açaí produzido em comunidades extrativistas do interior do Amazonas, iniciando pelo município de Carauari, Manacapuru e Manaus, a partir daí foi lançada uma bebida à base de açaí com banana. O objetivo do projeto é o desenvolvimento do segmento de superfrutas pela marca Dell Valle, aproveitando o vasto potencial do Amazonas, com ênfase no extrativismo praticado nas Unidades de Conservação, reservas extrativistas e demais áreas produtivas, tendo como principais frutas identificadas com potencial de mercado no Estado, o Açaí, o Camu-Camu, o Buriti e o Taperebá. Esta parceria já trouxe como benefício, um aumento de 24% no preço pago ao extrator que era de R$ 0,76/kg de grãos e hoje é de R$ 1,00/kg de grãos. Também em 2005 foi lançado pelo Governo do Amazonas através da agência, o Programa de Regionalização de Mobiliários Escolares (PROMOVE), utilizando madeira manejada, com valorização da mão-de-obra local e geração de renda no interior e fornecendo às escolas do Estado.
Os benefícios decorrentes desse Programa já despontam sob a forma de novos empregos, elevação do nível de renda, agregação de valor aos produtos florestais e a especialização de mão-de-obra nas áreas contempladas. Atualmente os manejadores possuem estufas de secagem de madeira e capacitação em parceria com o CETAM. Dentre os resultados Socioambientais do Promove, estão: avanço da produção de carteiras escolares para mobiliários escolares, incluindo nove modalidades diferentes; estímulo e incentivo à adoção do Manejo Florestal Sustentável; interiorização do desenvolvimento com garantia de trabalho e renda nas comunidades rurais; aproveitamento de matéria-prima regional; substituição de importações; maior durabilidade dos mobiliários; menor custo de aquisição por parte do Governo do Estado; profissionalização dos fabricantes de móveis; desenvolvimento da cadeia produtiva da madeira; relação sustentável entre o Ambiental, o Econômico e o Social. Para garantir outro meio de comercialização aos produtores rurais do Amazonas, a ADS inaugurou em 2008, a primeira Feira de Produtos Regionais do Cigs, em parceria com Sebrae, Faea e Senar. Neste ano a feira gerou recursos na ordem de R$ 1.597.778, comercializaram 334.583 quilos de produtos, com 58 cooperativas, associações e agroindústrias participantes em 21 edições realizadas, atualmente R$ 2.610.550 milhões. Em 2010 foi lançada na Cidade Nova mais uma Feira de Produtos regionais, a primeira movimentou R$ 847.015, comercializou 449.192 quilos de produtos, 16 cooperativas, associações e agroindústrias com 750 famílias beneficiadas, este ano a feira gerou R$ 1.359.104 milhões. A Feira da Policia Militar foi inaugurada em 2011 gerando R$ 756.269, através de 201.598 quilos de produtos comercializados, com 62 cooperativas, associações e agroindústrias participantes, 600 famílias beneficiadas, em 2013 movimentou R$ 1.331.928 milhões. No ano seguinte foi inaugurada a Feira da Aeronáutica, no Cassam, que movimentou R$ 2.420.591 milhões, através da comercialização de 620.689 quilos de produtos regionais, em média 92 cooperativas, associações e agroindústrias participaram 3.400 famílias beneficiadas. Em 2013, a feira passou a gerar R$ 2.460.744. Considerada a atividade mais tradicional da região amazônica, a extração da borracha retoma o fôlego a partir de 2003. O Governo do Estado, através da agência, além de intensificar o investimento para desenvolver a atividade, aumentou o valor pago no subsídio para os seringueiros, o que possibilitou o crescimento da produção. Realizamos desde então o pagamento da subvenção para 599 famílias extrativistas, iniciando com R$ 0,70 por quilo de borracha produzida, a partir de 2011 esse valor aumentou para R$ 1,00 o quilo de BNB (Borracha Natural Bruta), com 2.083 famílias. A ADS como agente catalisador de negócios em parceria com a AFEAM, realizou acordos com a Indústria de pneus Levorin/Neotec, com a utilização da borracha natural para a fabricação de pneus de motocicletas e bicicletas. O pagamento do subsidio da Juta e Malva também é exemplo de valorização no setor de fibras no Estado, a ADS também realiza o pagamento aos juticultores que iniciou em 2005 com o preço pago por quilo a R$ 0,20 passando para R$ 0,40 a partir de agosto de 2013. O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), com doação simultânea, também faz parte das atividades da ADS em parceria com a CONAB, iniciou em 2005 gerando R$ 1.409.441,00. Em 2013 foi realizada uma previsão de R$ 4.120 milhões.
Em 2013 o Governo do Amazonas realizou diversas articulações com empresários, como do setor de calcário. Está sendo implantada uma fabrica de Calcário no município de Manacapuru, a implantação da fábrica é essencial para que o projeto de governo se concretize e possa incentivar a atividade agrícola local através do barateamento dos custos. Atualmente o produtor paga cerca de R$ 450 por tonelada do calcário e com a produção local ele irá repassar apenas R$150,00, um valor bem abaixo do que é praticado hoje e que ficará dentro da faixa de financiamento disponibilizada pela Afeam aos agricultores. Quando estiver em pleno funcionamento, a fábrica terá capacidade para o beneficiamento de aproximadamente 400 toneladas diárias de calcário, insumo essencial para que o produtor rural possa ajustar o pH do solo e assim alavancar a produção local, recuperando áreas degradadas, tornando-as produtivas. Em 2014 o Governo do Estado vai continuar priorizando as políticas publicas de estruturação do setor primário com assistência técnica e extensão rural, créditos, fomento, comercialização, tecnologia, capacitação dos produtores e profissionalização do setor. Para os recursos florestais (não-madeireiros e madeireiros), permaneceremos impulsionando a geração de emprego e renda e para a agricultura familiar o foco será a recuperação de áreas degradadas com tecnologias e insumos produzidos no próprio Estado, utilizando inclusive tecnologias para utilização de várzeas, priorizando o mercado de Manaus, com a agricultura familiar e produtos florestais. Como experiências profissionais históricas, destacamos, que iniciamos a recriação da Sepror, a reestruturação do Idam, a criação da Agroamazon e o Programa de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do interior do Estado, buscando sempre a qualidade de vida do produtor rural.
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VII FIAM REPORTAGEM: Antonio Parente Melo e Diárcara Ribeiro FOTOS: Antonio Parente Melo, Matias Oliveira e Divulgação
discute o futuro da Amazônia
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Passe para o Futuro – Esse foi o slogan da VII Feira Internacional da Amazônia (FIAM), já pautando a Copa do Mundo de Futebol. Considerado o maior evento multissetorial da Região Norte, a feira ocorreu entre os dias 27 e 30 de novembro, em Manaus, recebendo um público estimado em 55 mil pessoas. Os visitantes puderam conferir novidades tecnológicas, opções de investimentos na rodada de negócios e discursos de autoridades em favor da manutenção do modelo Zona Franca de Manaus. A equipe da Revista Floresta Brasil acompanhou ainda o seminário que debateu o desenvolvimento regional pautado no setor mineral.
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"A Suframa tem papel decisivo no desenvolvimento da região e por isso temos que defender o seu modelo nacionalmente" Omar Aziz, governador do Amazonas
Durante a abertura o governador do Amazonas, Omar Aziz, discursou em favor do PIM e de que forma a feira ajudou a Zona Franca. “Mostramos na FIAM, o potencial econômico que temos um modelo vitorioso, que demonstra claramente a importância para economia amazonense. Vamos torcer para que a presidenta Dilma Rousseff prorrogue por mais 50 anos a Zona Franca”. O governador Omar Aziz, discorreu ainda sobre a construção do Polo Naval, projeto que prevê, a instalação de grandes estaleiros. Explicando que está em processo de conversa e que a finalidade é de se construir embarcações para o transporte fluvial de luxo, além de balsas e até grandes embarcações gerando mais emprego e renda. “Temos um estudo, mas nada de concreto, pois não é fácil ter um Polo Naval. Tem que criar pelo menos uma estrutura mínima com energia, água, e não tem absolutamente nada. Há pessoas que moram lá há muito tempo, (se referindo ao local onde poderá ser construído, localizado no Puraquequara), pois tem uma área de 35 km de frente, e área do Exercito Brasileiro. Precisamos desenvolver um trabalho e estamos tentando fazer”, afirmou. Dividido em pavilhões, o principal, onde mais de 300 expositores participaram com espaços para empresas do Polo Industrial, entre elas, a Samsung que levou uma TV de última geração, despertando o interesse de quem
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»» Governador Omar Aziz, na abertura da feira, acompanhado pelo vicegovernador José Melo, o governador de Rondônia, Confúcio Moura, o prefeito de Manaus, Arthur Neto, e outras autoridades
buscou tecnologia. Foi o caso do comerciante José Nascimento, 43, que esperava ansioso para comprar as novidades. “Vim com minha família para a Feira e já estou pensando em comprar. Gostei muito da organização e das exposições”. Quem visitou o local também conheceu mais sobre sete países: Argentina, Venezuela, Chile, Peru, Colômbia, Suriname e Polônia. O país que mais chamou a atenção dos visitantes foi a Venezuela, com um estande amplo com direito a drink, a atração foram os produtos alimentícios. O país muito visitado pelos amazonenses devido ter acesso a via terrestre com praias paradisíacas, o que despertou mais interesse. “Já tinha vontade de conhecer a Venezuela; depois de visitar este estande quero mais ainda”, falou a visitante Lucilene Moraes.
Rondônia investe no setor primário e exporta carne para Israel e Venezuela
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"Rondônia pode abastecer o mercado de Manaus com os produtos do setor primário, bem como da indústria em geral do meu Estado" Confúcio Moura, governador de Rondônia
A Venezuela trouxe uma comitiva com 62 empresários e expôs produtos nos segmentos de bebida, alimentos, manufatura, cosméticos, construção e automotores, fechando mais de US$ 10 milhões em vendas em seu estande, de acordo com a assessoria do evento. Segundo o superintendente da SUFRAMA, Thomaz Nogueira, a participação de outros países na feira só vem a somar, além de promover uma aproximação comercial. O dirigente também agradeceu todos os parceiros e ressaltou as potencialidades dos expositores. O Pavilhão Amazônico, localizado em uma tenda com 1.600 metros quadrados, reuniu empresas e instituições da região, que incluiu artesanato, perfumaria, fotografias, pratos e produtos típicos, o espaço contou ainda com programação cultural. Representando a força que a Juta e Malva representa no Estado, a Cooperativa Mista Agropecuária de Manacapuru (COMAPEM), através de sua presidente, Eliana Medeiro, levou a marca para a Rodada de Negócios, onde a empresa participou pela primeira vez. “Não poderíamos ter ficado de fora desta que é considerada a maior feira; mas ousamos em participar da rodada de negócios e fiquei muito feliz porque recebemos empresas de São Paulo e da Itália interessados em nossas ofertas. Já temos planos para em 2014 diversificarmos os produtos fabricando também sacolas e chapéus”.
O governador Confúcio Moura e o secretário adjunto de governo de Rondônia, Adilson Pereira, participaram da VII FIAM. No estande do Estado o destaque foi o setor primário. Estiveram expostos produtos de laticínios, grãos como a soja, milho e arroz, a extração mineral e a piscicultura. Quem entrava para visitar já se encantava com o piso – detalhe importante na composição do ambiente, era parte de vidro e por baixo os grãos. “Rondônia vem crescendo acima da média nacional nos últimos quatro anos e, sem, dúvida o agronegócio tem sido a mão que tem alavancado o crescimento econômico. Nós temos crescido muito na produção de grãos, soja, milho, arroz e também temos avançado na questão do rebanho bovino. Hoje somos o sétimo lugar no ranking nacional na produção de carne e estamos exportando até para Egito, Israel e Venezuela. O rebanho atualmente está com mais de 12 milhões de cabeça de gado; já somos há dez anos área livre de febre aftosa com vacinação. São aproximadamente são 8 milhões de cabeças de gado para corte e 4 para leite”, destacou o secretário. Segundo o secretário, Adilson Pereira, mais uma usina de calcário será inaugurada. “Estaremos entregando a população uma usina com tecnologia e o que há de mais moderno na indústria. Vamos soltar de uma produção de 5 mil toneladas para 40 mil toneladas mês. Essa é apenas a primeira.”
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Rodada de seminários – ‘A Amazônia e o Programa Nacional de Fertilizantes’
A região de Autazes no Amazonas conta com uma das maiores reservas de potássio já encontradas em todo o mundo; o mineral é um dos ingredientes do fertilizante agrícola NPK, muito utilizado no setor primário. Estudos na região já estão sendo realizados pela empresa Potássio do Brasil, que já investiu cerca de R$ 150 milhões em pesquisas. Hoje o agronegócio do país importa cerca de 94% do que consome. O assunto foi debatido durante o seminário: “Reservas Minerais e de Óleo e Gás Natural na Amazônia Ocidental”, no Studio 5 Centro de Convenções, durante a jornada de seminários da VII FIAM. O Objetivo do seminário foi apresentar uma visão geral dos principais arranjos produtivos de base mineral e de óleo e gás na Amazônia Ocidental, considerados os aspectos de inovação tecnológica, logística, do desenvolvimento de novos clusters industriais, gás químico e de fertilizantes e do uso do gás natural pelas indústrias do Polo Industrial de Manaus (PIM). O painel “A Amazônia e o Programa Nacional de Fertilizantes”, teve como relator o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (FAEA), Muni Lourenço e como palestrante o mestre em direito e assessor da presidência da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Reginaldo Minaré. Ambos defenderam que o alto grau de importação é preocupante e que é fundamental o Brasil buscar a autossuficiência na produção de fertilizantes. Após apresentar um panorama, como logística e tributação, o novo marco regulatório, produção agrícola
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e o uso de fertilizantes, Reginaldo Minaré, indagou os participantes sobre a posição do Estado, também deixou algumas sugestões, entre elas, que se criasse um grupo representativo para enfrentar os desafios e se posicionar nas decisões sobre o tema. Na avaliação do presidente da FAEA, Muni Lourenço, o tema foi muito oportuno, permitindo uma reflexão do assunto. “A viabilização da exploração do potássio e de outros minérios da região para nós é uma condição estratégica de segurança para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro, que é o setor que representa 36% dos empregos formais e 40% das exportações do Brasil. Já temos a confirmação da empresa Potássio do Brasil que está perfurando a jazida de potássio localizada em Autazes, da existência da reserva mineral e da viabilidade técnica e ambiental de sua exploração, iniciando a produção e comercialização no ano de 2018. Com isso teremos a autossuficiência e não ficaremos mais reféns da importação de potássio do Canadá, Rússia, Israel e Bielo-Rússia”. O deputado estadual Sinésio Campos, presente durante o seminário falou da audiência pública realizada em setembro onde foram mobilizados senadores para uma proposta de criação de uma Frente Parlamentar no Congresso Nacional para tratar sobre a exploração comercial das reservas de Silvinita do Amazonas. Foi anunciado por Muni Lourenço que a Senadora Kátia Abreu, Presidente da CNA formalizou sua adesão à Frente Parlamentar de Apoio a Exploração do Potássio, criada recentemente no Congresso Nacional.
Arte, conceito E paixão
Segundo a Suframa, a Rodada de Negócios, organizada em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Amazonas (Sebrae), foi concluída com mais de US$ 17 milhões (R$ 40,8 milhões) em negócios gerados, superando as expectativas dos organizadores. A FIAM foi realizada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) por meio da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA).
Além de apresentar um grande crescimento e desenvolvimento econômico nos últimos anos, o estado de Rondônia tem despertado grande paixão e interesse às pessoas que visitam seu território. Filha de cafeicultor e nascida na cidade de Marília, em São Paulo, a artista plástica Valeria Totti, chegou no estado em 1980, e hoje mora na cidade de Ji-paraná. Como um amor a primeira vista apaixonou-se e encantou-se com a exuberância das riquezas da floresta e sua biodiversidade. Valéria foi uma das grandes atrações do estande do Estado de Rondônia, na FIAM, e tem feito parte da história, valorizando a cultura local, defensora da sustentabilidade, e olhar diferenciado da matéria prima da floresta. A artista se considera uma indígena amazônica, e declara que um dos propósitos que a motiva é ver o crescimento, o desenvolvimento do estado e principalmente o cuidado com o meio ambiente. A artista plástica e também empresária possui um atelier localizado na cidade de Jiparaná, onde expõe seu trabalho. Ela tem em suas principais obras, artes que são frutos da crença na natureza e no ser humano como fontes de riqueza, beleza e mistério. Criando objetos sustentáveis, como móveis, objetos de decoração, arte, artesanato, aproveitando materiais típicos da região amazônica, como lianas, aparas, resíduos de madeira, sementes, resinas, plantas e óleos essenciais de diferentes espécies, tudo da Região Norte, intitulada por ela como “Santuário da biodiversidade”.
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Classificação de médio risco de aftosa no AM REPORTAGEM FOTOS: Diárcara Ribeiro
Expectativa do setor primário é alcançar o status livre de aftosa com vacinação, até o primeiro semestre de 2014 A Instrução Normativa nº 28, assinada pelo Ministério da Agricultura – MAPA, publicada no dia (26/11) no Diário Oficial da União, classifica o Estado do Amazonas como risco médio de febre aftosa. A notícia foi celebrada por toda classe agropecuária. Atualmente, o Amazonas conta com 20.000 propriedades com a atividade da pecuária cadastradas na Agência de Defesa (ADAF), o que, aproximadamente, significa um contingente de 60 mil pessoas. O rebanho do Amazonas é de 1,5 milhões de cabeças. O presidente da Agência de Defesa Agropecuária (ADAF), Sérgio Muniz, disse que a agência atua em 47 municípios, com profissionais focados na atividade. “Hoje, se por eventualidade acontecesse um foco, nós rapidamente já entraríamos em ação. Porque estamos preparados. Brevemente, mais uma conquista será anunciada. Vamos lançar juntamente com a FAEA, a Plataforma de Gestão Agropecuária”. De acordo com o secretário de produção rural, Eron Bezerra, a conquista representa um grande passo rumo à classificação de “Estado livre de febre aftosa”. Segundo o secretário, a meta é que o anúncio seja feito até o segundo semestre de 2014. Os municípios de Guajará e Boca do Acre, e o Sul de Canutama e Lábrea, já são considerados livres de aftosa com vacinação. Segundo o superintendente federal do MAPA no Amazonas, Ferdinando Barreto, a mudança de status sanitário para Livre de Febre Aftosa é o que se deseja; essa foi uma grande conquista, e que essa classificação representa mais segurança na saúde da população. O pecuarista e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (FAEA), Muni Lourenço, salientou que, “essa classificação representa segurança para os criadores, manutenção dos postos de trabalho e mostra uma perspectiva real para o melhoramento genético do rebanho”.
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»» Lideranças do setor primário, Muni Lourenço, Ferndinando Barreto, Eron Bezerra, Sérgio Muniz e Edimar Vizolli comemoram novo estágio do rebanho do Amazonas
»» Gado do Amazonas se encaminha para um novo patamar de qualidade sanitária, o que permitirá a venda da carne nacionalmente
Artigo Mais um ano chega ao final Ano em que emblematicamente o Exército seguiu irmanado às populações da Amazônia, garantindo a integridade do território e a soberania nacional, contribuindo com o desenvolvimento e apoiando a população no atendimento de suas necessidades básicas, além de oferecer-lhes alívio nos momentos de dificuldades. Foi um longo caminho percorrido, desde a fundação de Belém em 1616, passando pela construção de mais de 60 fortes, verdadeiros marcos definidores das fronteiras atuais e pela histórica expedição de Pedro Teixeira, em que ele percorrendo todo o Grande Rio, tomou posse das terras e pela ação dos Capitães Gerais Mendonça Furtado e Lobo D’Almada. Dos portugueses recebemos também o legado da concepção segundo a qual um país pequeno e de população restrita logrou conquistar, colonizar e defender um território continental. Nasceu daí a Estratégia da Presença, que o Exército hoje implementa por meio da trilogia: Vida, Combate, Trabalho. As pequenas unidades espalhadas pelo interior da Amazônia trazem consigo a infraestrutura básica – energia, transporte, comunicações, saneamento, saúde e educação – necessárias a que a população se assente e desenvolva atividades de lhe dêm sustento. É dessa maneira que vivificamos a fronteira, fomentamos o desenvolvimento e protegemos a população. Essas unidades são as bases físicas de onde partimos para as missões de vigilância e de combate aos ilícitos na fronteira e de proteção ao meio ambiente, às populações tradicionais, principalmente as indígenas, às riquezas naturais e às infraestruturas estratégicas. Ao longo de 2013, os guerreiros de selva realizaram vinte e duas operações de longa duração. Cabe destacar que operamos sempre junto com a Marinha e a Força Aérea atingindo um alto grau de interoperabilidade, e em um ambiente interagência onde se desenvolveu uma perfeita integração com as dezenas de órgãos e instituições civis. A tradição de cooperação em nossa região já é uma marca registrada, que se intensificou em 2013, quando tivemos 15 agências diretamente envolvidas na Operação Ágata 7 e que nos preparativos para a Copa de 2014 dezenas de atores têm-se reunido em um movimento crescente e indispensável de integração regional. Caracterizar essa integração é muito oportuno, pois e o sucesso e o crescimento de cada uma das instituições que trará benefícios importantes para o futuro, pois é por meio dela que garantiremos o sucesso da realização da Copa do Mundo para a qual, ao longo de 2013, nos preparamos intensamente. Concretizamos um convênio com a Prefeitura de Manaus por meio do qual o Exército contribuirá para a recuperação das principais vias de nossa cidade. Temos certeza de que todos juntos garantiremos que em Manaus será realizada a melhor Copa dentre todas as 12 sedes. Nossa Engenharia de Construção teve também um ano de intenso trabalho. Estamos recuperando as BR 163 e 230 (Transamazônica), a BR 364 e a importantíssima BR 319, anseio de todos os amazonenses que desejam ligar-se ao restante do País. Recuperou áreas degradadas por solicitação IBAMA, recuperou pistas de aterrisagem e construiu poços para garantir o abastecimento d’água no interior. Dois mil e treze foi também um ano promissor para o CMA, graças aos programas de reaparelhamento que o Ministério da Defesa e o Governo federal nos contemplaram. Recebemos mais de 500 novas viaturas, equipamento individual para todos nossos 19 000 militares, novas embarcações, material de comunicações de elevada tecnologia e máquinas modernas de engenharia. Esses programas se intensificarão em 2014, quando passaremos a receber oito helicópteros de grande capacidade, que serão abrigados em um novo hangar em construção junto ao 4º BAVEX em Ponta Pelada.
Eduardo Villas Bôas General de Exército, comandante do Comando Militar da Amazônia
Mais relevante, contudo, será o início da implantação dos equipamentos do SISFRON – Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras – em Rondônia e Acre, de onde passaremos para o Amazonas. Trata-se de um moderno sistema de vigilância, em que radares aéreos e terrestres, redes de comunicações, sensores centros de processamento nos proporcionarão as capacidades para vigiar adequadamente nossas fronteiras. Estamos, portanto, vendo encerrar-se um ano em que os integrantes do CMA sentem a recompensa do dever cumprido. Junto à laboriosa, gentil e hospitaleira população dessa região mágica, onde o exercício da profissão militar adquire um sabor muito especial, dedicamos nosso mais forte e expressivo sentido brado de “Selva!”, desejando a todos um Feliz Natal e que o ano de 2014 seja ainda mais proveitoso e feliz para todos. A cada dia renovaremos nossos compromissos pela frase escrita na entrada de todas as nossas quarteis. “Árdua é.... A Selva nos Une! Tudo pela Amazônia
Manejo REPORTAGEM: Enoque Gonçalves com a colaboração de Leandro Prazeres F0TOS: Divulgação EMATER-RO
Reserva do Cuniã abate jacaré Mercado de Porto Velho consome carne do réptil
Em Rondônia os moradores da Reserva Extrativista do Lago do Cuniã, orientados pela Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RO), se organizaram em uma cooperativa e obtiveram a licença para abater Jacaré-Açu e comercializar a carne no mercado local. A autorização de captura e abate foi dada pelo Ibama à Coopcuniã (Cooperativa de Pescadores Extrativistas e Agricultores do Lago do Cuniã). A população tradicional moradora às margens do lago vinha reivindicando o direito de manejar a espécie há mais de 10 anos, porque o jacaré se reproduz muito rapidamente, e como ele não tem predador natural, se estabeleceu uma super população de jacarés no lago. O excesso de jacarés no lago do Cuniã vinha provocando acidentes, tendo estes, inclusive, matado uma criança e mutilado um adulto, além de concorrer com os pescadores pelos peixes mais nobres, muito cobiçados para o comércio.
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»» Transporte de jacaré capturado ainda vivo até o frigorífico
»» Tratamento do réptil tem que ser cuidadoso em função dos riscos
»» Couro do jacaré é comercializado no mercado nacional
A licença de abate faz parte de um projeto amplo, que inclui a coleta de produtos florestais não madeireiros e o plano de manejo do jacaré. Pela licença, só é permitido o abate de machos com tamanho mínimo de 1,80 m e máximo de 3 m, com obrigação de aproveitamento da carne e da pele. Para atender às exigências, a cooperativa conseguiu apoio do Governo do Estado, para incluir nas compensações ambientais pela construção da Usina de Santo Antonio, a construção da planta frigorífica, item fundamental para execução do plano de manejo. A cooperativa fez um acordo com um supermercado de Porto Velho, para a comercialização da carne, que é vendida em pacotes embalados a vácuo, com pesos de meio e um quilo. O gerente do supermercado diz que a demanda pela carne de jacaré é grande e que não é um modismo passageiro, movido pela novidade, até porque contando com o período experimental já são 3 anos que a carne de jacaré é vendida por eles. Para o secretário da Emater-RO, engenheiro agrônomo, Luiz Gomes Furtado, este é um projeto especial pela relevância social, porque dá sustentabilidade econômica e segurança para as famílias e permite o equilíbrio do meio ambiente, através do manejo das espécies, inclusive porque facilitou uma pausa na pesca do pirarucu.
»» Carne é preparada dentro dos padrões sanitários para consumo humano em Porto Velho
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Foto: Alex Pazuello
Destaque Nacional 2013
Pesquisa Ibope/CNI aponta Omar Aziz como governador de maior aprovação no Brasil em 2013, com 84%.
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Artigo A MISSÃO do VII COMAR Em 1º de março de 1983, nascia o Sétimo Comando Aéreo Regional (VII COMAR). Coube ao caçula dos Comandos Regionais de Área da FAB a atuação nos Estados do Amazonas, Roraima, Rondônia e Acre, uma área correspondente a 25,7% do território nacional. Com a missão de coordenar, controlar e executar, no que couber, as atividades administrativas e logísticas necessárias ao funcionamento das Organizações Militares subordinadas, ou eventualmente aqui desdobradas; realizar as ações de segurança interna de sua competência; e exercer a representação do Comandante da Aeronáutica e o Comando Territorial da área sob sua jurisdição, o VII COMAR, há quase trinta e um anos, vem prestando o já histórico apoio da FAB às comunidades da Amazônia Ocidental, propiciando a defesa, a integração e o desenvolvimento desta importante e sensível região do nosso País. Neste contexto, este Comando vem apoiando, seguidamente, as Forças Armadas coirmãs, os Governos Estaduais e Municipais e vários outros órgãos, como os Ministérios da Saúde, da Educação, da Justiça, a Polícia Federal, a FUNASA, a FUNAI, a Justiça Eleitoral, as Polícias Militares, dentre outros, dando continuidade à obra daqueles que nos antecederam. Seja transportando gêneros alimentícios, suprimento, munição, combustível, materiais de construção, medicamentos, vacinas, urnas eleitorais ou provas do ENEM; seja transportando tropas, médicos e dentistas em atendimentos nas calamidades; ou ainda nas evacuações aeromédicas de pacientes graves, as asas da Força Aérea, por meio do VII COMAR, são mensageiras de solidariedade e de esperança para uma grande parte dos amazônidas, caboclos, indígenas ou ribeirinhos, nas localidades mais distantes e isoladas. A visão estratégica do, então, Ministério da Aeronáutica, criando, em 1983, o VII COMAR e, um ano depois, as Bases Aéreas de Boa Vista e de Porto Velho, acertadamente carreou esforços no sentido de perenizar, ainda mais, a presença da FAB na Amazônia legal brasileira, fonte de constantes interesses internacionais. Mais recentemente, com as diretrizes elencadas na Estratégia Nacional de Defesa, que priorizam as atenções para esta região, várias e grandes operações militares conjuntas têm sido desencadeadas aqui. Com o estabelecimento de novas Unidades Aéreas de Caça e de Ataque na área, que vieram se juntar aos demais Esquadrões de Transporte e de helicópteros aqui já instalados, aliou-se o “braço armado” da Força Aérea que emprega modernas aeronaves armadas na manutenção da soberania do espaço aéreo e no combate aos ilícitos transnacionais, à já histórica “mão solidária” da Aeronáutica, presente na Amazônia há algumas décadas. Utilizando-se de características inerentes ao Poder Aeroespacial, os nossos meios aéreos podem atuar, rapidamente, onde quer que seja necessário e oportuno, para defender ou atacar, apoiar ou socorrer. Hoje, na área de jurisdição do VII COMAR, atuam dezenove Organizações Militares e Unidades Aéreas sediadas em Manaus, Boa Vista e Porto Velho, além dos três Destacamentos de São Gabriel da Cachoeira, Eirunepé e Vilhena e de cinco Postos de Combustível e Lubrificante (PCL) estrategicamente distribuídos em locais do interior, para o apoio logístico às nossas aeronaves. São oito diferentes tipos de aeronaves baseadas na região e quase 6.000 homens e mulheres que, com desprendimento e denodo, trabalham, incansavelmente, para manter, integrar e desenvolver a herança deixada por Pedro Teixeira, explorador, sertanista e militar português, na sua árdua conquista da Amazônia brasileira, em meados do século XVII.
Marco Antonio Carballo Perez Major Brigadeiro do Ar , Comandante do VII COMAR
Caças da FAB TExtoS: Divulgação e do Tenente Coronel Breviglieri, comandante do 1º GDA F0TOS: Divulgação
Adeus Mirage, bem-vindo Gripen Brasil faz opção por caça sueco, Embraer é a grande beneficiada pela transferência de tecnologia da nova aeronave de combate A compra de 36 caças suecos Gripen NG para o projeto FX-2 da Força Aérea Brasileira marca o fim de uma era e início de outra. Sai de cena o Mirage F-2000, que até agora era responsável pelas missões de defesa aérea nacional, operando inclusive na Amazônia. A era que agora finda teve início em 1972, com a aquisição das aeronaves Mirage III. A empresa sueca Saab será a fornecedora dos 36 novos caças que renovarão a frota da Força Aérea Brasileira (FAB), em um investimento estimado em U$ 4,5 bilhões de dólares. Depois de anos de adiamento e especulações sobre a concorrência, que também era disputada pela francesa Dassault (Rafale) e a norte-americana Boeing (F-18), os caças suecos Gripen NG substituirão os Mirage 2000. O Gripen NG foi apontado como o mais barato dos três concorrentes. Segundo informações no site da Saab, o Gripen NG, na configuração de Patrulha Aérea de Combate, alcança um raio de combate de 1.300 quilômetros e tem um alcance máximo de 4.000 quilômetros.
primeiros caças A FAB prevê receber os primeiros caças 48 meses após a assinatura do contrato, que deve ocorrer em dezembro de 2014 e cerca de 12 caças por ano após o início das entregas, segundo o Ministério da Defesa. A Embraer será a principal parceira da empresa sueca no Brasil para a transferência de tecnologia. Segundo a FAB, da frota atual, os Mirage 2000-C têm sua desativação prevista para 2013, os F-5EM deixarão de operar a partir de 2025, enquanto que o A-1M deverá ser desativado a partir de 2023.
A história do Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA), Unidade que opera as aeronaves Mirage 2000, tem sua origem bem antes da sua própria criação. Com a transferência da capital federal para Brasília em 1960, houve a necessidade de repensar sobre a proteção do centro político do Brasil. Nesse processo, ao idealizar a integração do controle do espaço aéreo e da Defesa Aérea, foi criada a 1ª Ala de Defesa Aérea em 1972, sediada em Anápolis e dotada com as aeronaves Mirage III. Em 1979, a 1ª Ala de Defesa Aérea seria dissociada e cederia lugar para a Base Aérea de Anápolis (BAAN) e para o 1º Grupo de Defesa Aérea (1º GDA). Enquanto este continuava de prontidão para executar a atividade fim, a Base Aérea ficou responsável pelo apoio administrativo, cenário que permanece até os dias atuais. Assim, o 1º GDA responde administrativamente à BAAN e operacionalmente à III Força Aérea e ao Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro. Em cumprimento às missões designadas pela III FAE, o grupo mantém o adestramento das equipagens, bem como propicia a elevação operacional dos pilotos em vários níveis. No primeiro ano, o piloto recém chegado realiza a adaptação ao voo numa aeronave de alta performance e, logo depois, continua se dedicando para conduzir missões cada vez mais complexas. Atendendo às determinações do COMDABRA, existe a prontidão de, pelo menos, uma equipe cumprindo o serviço de Alerta de Defesa Aérea. A quantidade de aeronaves e o tempo de reação para que os pilotos decolem varia de acordo com a necessidade do Centro de Operações de Defesa Aérea.
»» Mirage F-2000 sai de operação depois de prestar serviços à Nação
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»» Gripen foi o caça de combate escolhido para aparelhar a Força Aérea Brasileira
Floresta Brasil Amaz么nia - DEZEMBRO 2013 / JANEIRO/FEVEREIRO 2014
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Personalidade Regional
Destaque municipal 2013
O prefeito do município de Apuí, Admilson Nogueira, é destaque entre os prefeitos do Amazonas, pela qualidade de sua gestão voltada para o setor primário no Sul do Estado 1.
Parceria: Foram restauradas 55 pontes e recuperados 530 quilômetros de estradas vicinais, viabilizados por meio de convênio entre a prefeitura de Apuí e o Governo do Estado, além da cooperação com o INCRA e parceria com a iniciativa privada.
2.
Estradas: Recuperados pelo Governo do Estado do Amazonas, 190 quilômetros da AM-174, no sentido Apuí / Novo Aripuanã, mediante solicitação do prefeito de Apuí.
9.
Bacia Leiteira: A prefeitura de Apuí manteve o apoio ao laticínio, através da disponibilização de um caminhão equipado com tanque rodoviário para o transporte de leite. Com quatro tanques adquiridos, se firmou parceria com o Governo do Estado para a aquisição de mais 20 tanques resfriadores de leite, os quais serão distribuídos em setores estratégicos.
10. Gestão Participativa: Todos os instrumentos de gestão citados acima, além do PPA, LDO e LOA, foram ou estão sendo elaborados de forma participativa.
3.
4.
Agricultura Familiar: A prefeitura está construindo uma Unidade de Apoio à Distribuição de Alimentos da Agricultura Familiar – UADAF, que tem a finalidade de recepcionar, beneficiar e acondicionar produtos oriundos da agricultura familiar provenientes do PAA/ CONAB, PREME e PNAE.
5.
Turismo: Em parceria com o SEBRAE, a prefeitura municipal de Apuí está construindo o seu Plano de Ordenamento Turístico – POT, que por sua vez, subsidiará a elaboração do Plano Municipal de Turismo.
6.
Piscicultura: Atualmente o município conta com uma estação de alevinagem.
7.
Café: Existem no município duas agroindústrias de café, sendo uma exclusivamente privada e a outra conta com incentivos governamentais.
8.
Gestão Ambiental: O município possui sistema municipal de meio ambiente (Secretaria, Conselho e Fun-
do), e esta a frente das articulações para a elaboração do Plano de Ordenamento Turístico – POT, Plano Municipal de Prevenção do Controle do Desmatamento de Apuí – PPCDAP, Plano Municipal de Saneamento Ambiental – PLANSAM, além do estabelecimento de parcerias e cooperação com o IDESAM, WWF, FAM, GIZ, FGV, REDE AMIGOS DA AMAZÔNIA, CEPLAC, ADS, SISTEMA SDS/AM e outros. Assistência Técnica: O órgão de assistência técnica oficial atuante no município é o IDAM; A prefeitura municipal de Apuí esta articulando junto ao INCRA/ MDA, MAPA e CEPLAC, com vistas de estruturar e se habilitar para assumir atividades de assistência técnica.
11. EXPOAP 2013: A XXVI Exposição Agropecuária do município de Apuí é a vitrine do agronegócio da região. A festa movimenta a economia da cidade e atrai turistas de diversos Estados. A feira teve atividades como: exposições de animais e produtos da agricultura familiar; provas de tambor; motojada; vaquejada; montaria em carneiros e montaria profissional em touros. 12. Mecanização Agrícola: A prefeitura municipal de Apuí tem convênios firmados com o MDA e o MAPA que objetivam disponibilizar serviços de mecanização, por meio da aquisição de cinco tratores agrícolas. 13. Infraestrutura Urbana: Serviços de asfaltamento, construção de meio fio e sarjeta, e ampliação do sistema de abastecimento de água executados com recursos do Governo do Estado em parceria/convênio com a prefeitura de Apuí.
110 | DEZEMBRO 2013 / JANEIRO/FEVEREIRO 2014 – Floresta Brasil Amazônia
Artigo Extensão Rural colhe resultados positivos no Amazonas em 2013
Edimar Vizolli Diretor Presidente do IDAM
Produzir com sustentabilidade, política de trabalho incentivada pelo governo do Estado por meio do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), vinculado a Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror) vem contribuindo para o fortalecimento das atividades agropecuárias, pesqueiras, florestais e agroindustriais, oportunizando aos agricultores familiares o acesso às políticas públicas voltadas para o setor rural. E com o Programa Amazonas Rural foi possível avançar nas ações de fomento e apoio a produção, assistência técnica, defesa animal e vegetal, crédito rural, transporte e escoamento, como também, a comercialização da produção e as políticas fiscais e extrafiscais. Para a safra 2013/2014 foram disponibilizados aproximadamente R$ 300 milhões em recursos financeiros para crédito rural, por meio do Banco do Brasil, Banco da Amazônia e Agência de Fomento do Estado (Afeam). Até o momento já foram elaborados, pelo Idam, cerca de 4.500 projetos, totalizando um valor de R$ 120.000,00 milhões. No que compete às ações de incentivo que visam o acesso ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e Programa de Regionalização da Merenda Escolar (Preme), neste ano o Idam expediu 7,8 mil Declarações de Aptidão ao Pronaf (DAP) e 12 mil Carteiras de Produtor Rural, contabilizando um total aproximado de 62,2 mil DAP’s e 64,8 mil carteiras. No período destaca-se também, o registro de 4.381 agricultores familiares no Cadastro Ambiental Rural (CAR) totalizando 7.251 cadastros. Os cultivos de mandioca, culturas industriais, fruticultura, hortaliças e grãos foram os destaques na produção agrícola em 2013. Com uma área plantada de 84.354 hectares a produção de farinha de mandioca é uma das principais atividades econômicas desenvolvidas por agricultores que recebem assistência técnica das equipes de extensionistas das 67 Unidades Locais, onde a produção estimada da safra 2013/2014 é de 220 mil toneladas. O mês de novembro foi considerado memorável para o ramo da pecuária no Amazonas, sendo reconhecido como status “médio risco” de febre aftosa. O novo status representa um avanço no setor que assegura a qualidade alimentar e nutricional da população, além de evitar prejuízos econômicos para os pequenos e médios produtores. O número de animais bovinos e bubalinos registrados pelo Idam em 2013 foi de 1.567.464, e de ovinos, suínos e caprinos foi de 150.632. A avicultura também tem sido uma atividade alternativa para as famílias rurais, principalmente, pelo baixo custo que ela proporciona, e os técnicos do Idam trabalharam no sentido de orientar os agricultores sobre a melhoria nas instalações, manejo e sanidade dos animais com um único objetivo de aumentar a produção e, consequentemente, a renda dos criadores. O número de aves cultivadas no Estado, hoje, alcança exatamente um total de 3.487.902, sendo dividida em avicultura industrial e caipira. Além disso, a piscicultura também recebeu forte apoio do Governo do Amazonas. A produção total de pescado foi de 21.220 toneladas, sendo que 98% se refere à produção do tambaqui e o restante se distribui entre as espécies de matrinxã, pirapitinga, surubim e curimatã. Atualmente o Estado dispõe de 81 mil pescadores sobrevivendo diretamente da pesca. No setor florestal é possível destacar o apoio às cadeias produtivas madeireiras, não madeireiras e de animais silvestres.Um dos focos este ano foi o incen-
tivo a regularização ambiental com a elaboração de Planos de Manejo Florestal Sustentável em Pequena Escala (PMFSPE), onde a área manejada foi de 51.274 hectares com produção de 36.173 metros cúbicos de madeira extraídos de forma legal. Outro ponto positivo em 2013 foram os resultados da Chamada Pública SAF/ ATER nº 05/2012 fundamentado nas diretrizes do Plano Brasil Sem Miséria, que por meio do Termo de Parceria nº. 001/2013 Idam/IA contratou 71 novos extensionistas para atuar como assistentes sociais, engenheiros agrônomos, florestais e de pesca, além de técnicos em desenvolvimento social (pedagogo, agropecuária, florestal e pesca). Este ano, o Idam firmou 19 convênios voltados para implantação de casa de farinha higiênica, aquisição de grupos geradores, motores rabeta, locação de máquinas e equipamentos, entre outros. O valor do recurso foi de aproximadamente R$ 7,5 milhões. Também foram adquiridos 10 tratores agrícolas com equipamentos envolvendo um investimento total de R$2.369.540,00, além de 400 grupos geradores para atender as comunidades rurais, beneficiando 8.000 famílias. Fechamos 2013 com 84 mil beneficiários e 2.010 comunidades rurais assistidas pela Instituição, onde é importante ressaltar que aproximadamente 94% são agricultores familiares. E no que diz respeito ao aprimoramento e atualização de técnicas e métodos o Idam capacitou 3.600 agricultores familiares/produtores rurais e 387 técnicos/extensionistas. Os resultados só foram possíveis graças ao apoio de parceiros como o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS), Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Prefeituras Municipais, Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea) e Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Amazonas (Fetagri). Agradecemos ao governador do Amazonas, Omar Aziz, vice-governador José Melo, o secretário de Produção Rural, Eron Bezerra, aos deputados estaduais e demais parceiros. Esperamos que em 2014, as atividades desenvolvidas pelo Idam se fortaleçam ainda mais, e os serviços prestados sejam referência para as famílias rurais que desejam aumentar sua produção e adotar o que há de mais moderno quando se trata de tecnologias para o setor primário.
Poesia
Eleonora Prado, poeta e atriz
Risonho Rio Tristonho Guardo um rio dentro de mim igual ao mar que sonho nadar Volúpia imensa do teu ventre, nascente de passarinhos Guardo um mar dentro de mim igual ao rio que sonho voltar Vitória régia em berço esplendido, encantamento de serpentes. Nada em mim curumim Yansã pelas caboclas chalanas nas mil choupanas de palafitas estrelas da oca Yemanjá. Nado em ti risonho rio, igual ao mar maior que tu Lembro um rio cheio de promessas com botos e araras cor da manhã, capivaras e pajelanças de pacus. Das vilas boas de Cláudio e Orlando nada em ti Curupira aceso, germinação da floresta na imaginação da onça: seduz cunhã, pajé, embaralha até Jaci e Coaraci, Açaí com beija flores, castanhas em igarapés miçangas e tapiocas, lendas de pirarucu. Nado em ti igual ao mar e em mim dentro do rio que geme pelo Xingú nos cantos da taba ardente E do Oiapoque ao Chuí foge a sádica escravidão resistindo ao grileiro, barbeiro, posseiro, varíola febre amarela, rubéola e tiros de carabina. Meus olhos farejam aflitos caçadores e feras brancas Que por febril ignorância e sórdidas empreitadas Afrontam tuas belas margens e em desmedida ganância destroem paisagens, famílias, ofendem entidades Pervertem o altar da vida em toda a sua exuberância.
114 | DEZEMBRO 2013 / JANEIRO/FEVEREIRO 2014 – Floresta Brasil Amazônia
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