Revista Manaus Casa & Construção – 01

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Editorial

A publicação é sua. Ela traz reportagens sobre a construção civil, tendências arquitetônicas e de interiores, paisagismo em áreas públicas e artigos com especialistas em transporte, urbanismo e história. Oportunidades de negócios, tecnologia de materiais, educação, sindicalismo e empreendedorismo fazem parte de sua pauta. Os canteiros de obras da cidade, orla, porto, desenvolvimento sustentável, reformas e restaurações também são abordados. No aspecto humano valorizamos os profissionais da região. Boa leitura. Celso Gick, editor

Índice

04

Porto e orla de Manaus

32

O caos e a solução

54

Requinte na cozinha

08

Paisagismo e jardins

36

Monotrilho

56

Banheiro personalizado

13

Biblioteca pública

38

Aço e solidez

58

Madeira certificada

16

A leveza do vidro

40

Fundação

60

Caminho da cidade

20

Gesso na construção

43

Sinduscom

62

Universitários

23

Varejo

45

Operários

64

Reforma

26

Segurança

47

RD Engenharia

66

Presidência da Província

29

Toque feminino

51

Sala

Áreas nobres de Manaus precisam de modernização Praças e parques revitalizados

Restauração revelou pintura original do prédio Material permite a entrada de luz

Ele faz a diferença no acabamento

Vendas nesta área estão aquecidas Tecnologia na hora de proteger a residência

Uma iniciativa ousada e polêmica Rusticidade, mas com toque de classe Onde tudo começa em uma construção Instituição quer mais sócios em seus quadros Trabalhadores querem participação nos lucros Quinze anos de sucesso na Amazônia Bom gosto e praticidade no descanço em casa

Modernidade e design arrojado

Momentos de harmonia na intimidade Sustentabilidade empresarial

Uma proposta de discussão urbana

Estudantes defendem conhecimento Escritório reformado com estilo autoral Prédio no centro conta história da política local

Foto da capa: Francisco Araújo "Teatro Amazonas, com ponte sobre o Rio Negro ao fundo"

Foto: JJ Soares

Mulheres são referências de qualidade nas obras

Cidade vive momento difícil, mas há alternativas

Jornalista responsável Antonio Ximenes MTB 23.984 DRT/SP

Conj. Jardim Yolanda, Rua B, Qd 2, n° 18 – Parque Dez CEP: 69055-090 – Manaus-AM Fone: +55 92 3082-4693 e-mail: wega@wegacomunicacao.com.br www.wegacomunicacao.com.br

Editor Celso Gick Repórteres Moara Cabral Katley Anny Omar Gusmão

Fotógrafos JJ Soares Francisco Araújo Designers gráficos Suellen Freitas (responsável) Hugo Furtado Marcelo Duque Produção Giselle Costa

Diretor comercial Epifânio Leão Diretor de criação Ricardo Litaiff Consultoras comerciais Mônica Duarte Josiane Damasceno Periodicidade: Bimestral Tiragem: Cinco mil exemplares


Orla

Porto e orla de Manaus à espera de modernização Bons exemplos não faltam, mas ao invés de revitalização, lixo e abandono comprometem cartão postal da cidade

O

Porto de Manaus deixou de ser uma atração para

a população manauara e turistas, mesmo sendo uma das maiores estruturas para ancoragem flutuante do mundo em água doce, com uma área total de 34.000 m², que atende diariamente cerca de mil passageiros e recebe até 10 mil usuários.
 No porto atracam e partem embarcações que levam passageiros e mercadorias para cidades nos estados do Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Acre e áreas do Norte do Mato Grosso. Porém, apesar dos navios ancorados e dos passageiros apressados, comerciantes, ambulantes e outros frequentadores, o porto, agora, privatizado, tornouse uma parede, entre o Centro da cidade e o Rio Negro. Segundo o diretor do Porto de Manaus, Alessandro Bronze, existem várias obras em execução no próprio complexo portuário e áreas adjacentes, como o Museu Thiago de Mello, que ficará onde hoje funciona o prédio da Receita Federal e o Minishopping. Algumas destas

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obras serão entregues ainda este ano, outras antes da Copa das Confederações, em 2013. “O prazo para conclusão é amplo por se tratar de várias obras, mas nem todas vão se estender, algumas já vamos entregar em outubro”, afirma. Em novembro do ano passado, uma equipe da Marinha do Brasil apresentou laudo técnico apontando problemas de infraestrutura e segurança no cais do Rodway, no cais das Torres e na ampliação do porto privatizado. As operações nos cais foram suspensas, mas voltaram a funcionar por meio de uma liminar. No mês de março deste ano, começaram as obras de readequação das balsas, com prazo de três anos para conclusão. A Capitania é responsável pela fiscalização. As obras nos cais contribuirão para a segurança dos usuários. Assim como o porto sofre com a falta de estrutura, a Manaus Moderna enfrenta a mesma situação. Hoje, a imagem desse terminal e entreposto de alimentos é de desorganização, sujeira e falta de infraestrutura. Os usuários


Fotos: JJ Soares

Sem nenhuma obra de reforma estrutural, do atracadouro partem e atracam embarcações para seis estados, incluindo a maioria dos municípios no Amazonas

não tem dignidade na hora do embarque e desembarque, pois as cargas são colocadas nas embarcações na mesma hora da entrada dos passageiros, o que coloca a vida deles em risco, por falta de fiscalização permanente das autoridades. “É uma falta de dignidade humana e ilegalidade total”, alerta o secretário municipal de Meio Ambiente, Marcelo Dutra. Para solucionar este problema existe um projeto intitulado “Manaus mostrando a cara”, de autoria do arquiteto João Bosco Chamma e sua equipe, com dados estatísticos de um ano de pesquisa, iniciada em 2008. Segundo Chama, neste projeto não se pode errar, como aconteceu com o dos ônibus expressos (projeto caro que teria frustrado as expectativas dos usuários e se tornou um problema crônico no transporte coletivo). O projeto prevê dois portos flutuantes (Delta do Educandos e Delta do São Raimundo), que atenderiam, separadamente, as embarcações vindas dos rios Negro, Madeira, Solimões e Amazonas. Uma orla ambientalmente correta conectada às zonas verdes existentes permitiria a criação de áreas de lazer, atraindo, assim, a população local e os turistas. Desta forma, junto com os novos portos, também seriam oferecidos embarque e desembarque dignos à população do interior do Estado, já a maioria das sedes dos municípios do Amazonas são ribeirinhas e ligadas por vias fluviais.

Embarcações e usuários se confundem com sujeira em cais improvisado na orla da capital

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Orla

O estudo foi apresentado à Prefeitura de Manaus, ainda na gestão do prefeito Serafim Correa, que se mostrou interessado em implantá-lo, porém, na época, não havia verbas. O mesmo projeto foi também apresentado ao governo estadual, mas a Sociedade Nacional de Portos e Hidrovias (SNPH) não liberou nenhum técnico para ir ao Distrito Federal. Segundo João Bosco Chamma quem também conheceu o projeto e aprovou foi o exministro dos Transportes Alfredo Nascimento, que conseguiu R$ 115 milhões para fazer a primeira etapa do Porto Rio Negro/Amazonas, mas para o outro porto Solimões/Madeira ainda não foi alocada a verba necessária. “Esperamos que o governo estadual ou a prefeitura, assim como o Ministério dos Transportes

se sensibilizem e viabilizem o que necessário for para a implantação do novo porto e da orla ambiental”, afirma Chamma. Com a implantação da orla sustentável, as pessoas poderão sair do trabalho e contemplar o rio, namorar, estudar, encontrar com os amigos para um bate papo e com isso diminuir o estresse. “Queremos dinamizar a orla da cidade, criando um cartão postal vivo e propiciando ao manauara momentos de lazer, descanso e, aos turistas, um espaço nobre”, disse Chamma. A ideia é tranformar a orla de Manaus em uma das melhores áreas portuárias de serviços do mundo, como a de Barcelona, o Puerto Madeiro em Buenos Aires, as docas de Londres, entre outras. ■

Teatro Chaminé é um dos exemplos de recuperação de uma das áreas mais tradicionais da orla de Manaus

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Fotos: JJ Soares

Paisagismo

Paisagismo da Praça Jefferson Péres, sob responsabilidade da Secretaria Estadual de Cultura, junto ao complexo Centro Cultural Palácio Rio Negro, é referência estética

Paisagismo público Em uma ação integrada, governo do estado e prefeitura conseguem melhorar as praças da cidade

P

arques urbanos e praças são locais onde as pessoas vão correr, pedalar ou simplesmente caminhar em meio a um ar mais puro e uma sombra agradável. Assim, recupera-se as energias gastas no corre-corre do cotidiano e, ainda, pode-se fazer uma pausa na hora do almoço ou levar as crianças para um passeio. Você já imaginou uma metrópole como Manaus, sem árvores, praças e verde? Seria uma visão terrível, no meio desse caos urbano que estamos vivendo. No espaço público não é diferente. Nos últimos anos observa-se que as coisas estão mudando para melhor, 8|Manaus casa & construção

como percebe-se na qualidade ambiental e paisagística da praça Jefferson Péres, na Praça da Saudade, na praça Heliodoro Balbi, nos jardins do Palácio Rio Negro, no Parque Ponte dos Bilhares e no Parque do Mindú. O gestor do Departamento de Arborização, Paisagismo, Gestão Territorial Ambiental e Áreas Protegidas, Nildo Menezes, disse que a Prefeitura Municipal de Manaus criou o projeto “Manaus mais verde”, um plano executivo de arborização e paisagismo, cuja responsabilidade em executar essas obras é da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMMAS).


Praça da Saudade restaurada pela Prefeitura, em um dos projetos mais ousados de recuperação da identidade visual urbana, em frente ao Rio Negro Clube

Com objetivo de fazer a manutenção e instrumentalização dos espaços de relevância ambiental públicos, a Secretaria do Estado e Cultura (SEC) responsável pela antiga Praça da Polícia, pelo Largo São Sebastião e a Praça Senador Jefferson Péres contribui, de forma histórica, para melhorar a qualidade de vida da população e a integração desta com esses espaços fundamentais para a memória da cidade. A revitalização dessas praças estimulou a sociedade amazonense a frequentar mais esses espaços públicos, que estavam marginalizados. Segundo dona Maria Eduarda da Silva, 55 anos, e frequentadora da Praça da Saudade há 20 anos, a nova estrutura do local possibilitou mais conforto e segurança, o que não havia antigamente. “Os jardins, por exemplo, deram mais vida e harmonia para as pessoas que passam por aqui”, afirma. O projeto de revitalização e paisagismo preparado pelos técnicos do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) e Secretaria de Cultura visa por ordem nas praças, bem como no seu entorno onde são vendidos lanches por ambulantes de forma desorganizada. A partir de agora, a nova estrutura permite que as praças sejam utilizadas, não apenas como áreas de lazer, mas também como espaços culturais, a exemplo do que acontece no

Coreto da Belle Époque, na Praça Heliodoro Balbi, em área do Centro restaurada pela SEC

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Paisagismo

Palácio Rio Negro, ícone da história e da arquitetura amazonense, depois de ampla restauração de seus jardins, na Avenida Sete de Setembro, dobrou o público visitante

Largo São Sebastião. As administrações públicas do governo estadual e municipal estão conseguindo trabalhar de forma integrada, o que tem contribuído para uma cidade com mais verde. 10|Manaus casa & construção

Essa prática de harmonia paisagística tem todas as condições de oferecer à população e aos turistas, um ambiente mais qualificado de convivência pública, gerando um bem estar social e ambiental


AMAZON GRAMAS Além de produtora e fornecedora das gramas Batatais e Esmeralda, também desenvolve serviços de revitalização de gramados, jardins para áreas industriais e campos de futebol. A empresa conta com pessoal capacitado e de larga experiência no ramo, para garantir a excelência dos serviços e prazos de entrega. No mercado de gramas naturais há oito anos, como produtora das espécies Batatais, Esmeralda e Regional, tem o empresário José Roberto de Albuquerque, como responsável pelo planejamento estratégico da empresa, principalmente no fornecimento de matéria prima para condomínios, praças, canteiros e ambientes fechados. Segundo ele, deve-se levar em consideração que a manutenção das áreas plantadas é fundamental, especialmente pelas características do clima tropical da região. O gerente da construtora ETAM, José Deraldo de Lima, disse que quando precisa de gramas “a empresa dirigida por Albuquerque fornece a matéria prima dentro dos prazos, o que facilita o plantio e diminui os custos”. ■

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Fotos: JJ Soares

Restauro

Secretário Robério Braga (SEC) à esquerda, vistoria obras de restauro da biblioteca, uma atividade extremamente complexa devido à fragilidade dos livros e da estrutura do prédio

Biblioteca pública, 140 anos de história Restauração realizada pela Secretaria de Estado de Cultura encontrou as cores originais do prédio, que abriga acervo com mais de 250 mil livros

A

biblioteca pública tem 140 anos de atividades. Ela ocupa um edifício de arquitetura eclética no centro da capital, o que dá um toque artístico a esta parte da cidade. Quem passa em frente ao local, nem imagina que lá dentro estão armazenados mais de 250 mil livros, um acervo com obras gerais, documentação amazônica, periódicos (coleções de jornais e revistas) e coleção em Braille. Que contam e retratam as mudanças

da antiga “Paris dos Trópicos”, que hoje tornou-se uma das principais metrópoles brasileiras. Mas para tudo isso ser preservado e apresentado ao público, a biblioteca passou por uma restauração completa. Dos oito ambientes que compõem o prédio, sete já estão finalizados, aguardando apenas a montagem do acervo. O último salão, de acordo com o secretário de Cultura do Estado, Robério Braga, ainda não foi Manaus casa & construção|13


Restauro

concluído devido à necessidade de substituição do assoalho. O prédio é formado por três partes, sendo a central mais elevada do que as laterais, e por onde se tem acesso à edificação. No hall, observase a monumental escada em ferro fundido, com degraus e guardacorpo vazado em bordaduras. Ela foi projetada pela firma escocesa Mac Farlane. O prédio é formado por dois pisos sobre um porão. Tanto no térreo quanto no superior, o número de salas e halls são iguais, formando, assim, uma perfeita simetria no conjunto arquitetônico. História

A biblioteca do Estado começou a funcionar em 1870 num prédio onde existia um liceu e era apenas uma sala de leitura. Contava com apenas 1,2 mil volumes. Em 1883, já com 3 mil volumes passou a funcionar na Igreja

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Matriz de Nossa Senhora da Conceição e, em 1887 foi transferida para o Colégio Dom Pedro II, o Colégio Estadual. No governo de Eduardo Ribeiro, em 1895, o governador alugou uma casa na rua Guilherme Moreira, onde pôs a biblioteca em atividade. Dois anos depois, no governo de Felipe Pires, a biblioteca foi extinta. O prédio da atual biblioteca pública de Manaus, localizado na Rua Barroso, começou a ser construído no governo de Antônio Constantino Nery entre 1904 e 1907.

à biblioteca. Os demais vieram de doações voluntárias. A biblioteca voltou à atividade em 1947. Em 1982, ela passou por um novo restauro na administração do governador Gilberto Mestrinho. Segundo o secretário Robério Braga a reforma atual orçada em R$ 2,7 milhões deveria ter se estendido por seis meses, mas extrapolou o prazo em virtude de restaurações que não constavam no projeto inicial. O prédio está interditado desde fevereiro de 2008. A sua reabertura integral acontecerá em setembro.

Incêndio

Na madrugada de 22 de agosto de 1945, a biblioteca foi destruída por um incêndio, apenas 60 livros expostos fora do prédio foram salvos. O governador Álvaro Botelho Maia reinaugurou o prédio com um acervo de 45.000 volumes, o próprio Álvaro Maia doou 2.500 volumes

Tombamento

Em 1988, o prédio foi tombado pelo Patrimônio Histórico do Estado. Atualmente, ele abriga um vasto acervo de mais de 250 mil obras gerais, documentação amazônica (Sala José Lindoso), periódicos, jornais antigos (a partir de 1887) e biblioteca Braille. Oferece, também, serviços de leitura de microfilmes, CD-ROM e acesso à internet (gratuito). Segundo o diretor da biblioteca pública, Sharles Costa, a última etapa foi a transferência dos acervos guardados no Centro Cultural Povos da Amazônia, Sambódromo e Biblioteca Luso Brasileira Arthur Reis, para a biblioteca. “É importante frisar à população que parte do acervo guardado no Sambódromo, irá permanecer no local, mesmo após a conclusão da obra”, ­explica. Ao novo projeto foram incorporadas rampas de acesso em todos andares. A climatização da biblioteca será algo novo, assim como outras instalações inclusas para melhorar a infraestrutura do prédio; como câmeras de segurança, alarme contra incêndio e um elevador que irá facilitar a vida Biblioteca convive com desordem do comércio ambulante no centro histórico de Manaus


Judeth Costa, gerente do Ateliê de Conservação e Restauro de Obras de Arte da SEC, coordenou as obras no local

dos deficientes físicos. “A entrada dos deficientes será pela rua Henrique Martins. O portador de deficiência física que chegar ao local poderá encontrar a facilidade de usar o prédio e todos os serviços que o espaço dispõe. Para isso, todo o mobiliário foi renovado, além de aquisição de novos equipamentos”, disse Costa. Fios

De acordo com o secretário Robério Braga foi solicitado à Amazonas Energia e comunicado ao Ministério Público do Estado (MPE) a necessidade da retirada de toda a rede elétrica externa próxima à biblioteca. “As pessoas que frequentam e usam o pequeno pátio superior ficam de frente para os fios, que podem causar acidente ou até mesmo um incêndio,

porque a biblioteca abriga material altamente inflamável como livros e jornais. Se houver outro incêndio como de 1945, não fica nada”, adverte Braga. Ambulantes

Os vendedores ambulantes que estão ao lado e na frente da biblioteca vão ser deslocados para outro local. A Secretaria de Cultura e a Prefeitura Municipal estão verificando a possibilidade de remove-los, pois se eles continuarem ao redor, irá dificultar o acesso dos usuários. Restauração

De acordo com a gerente do Ateliê de Conservação e Restauro de Obras de Arte e Papel, Judeth Costa, todo trabalho executado pela equipe

de conservadores e restauradores da SEC, segue os procedimentos mencionados nas Cartas Patrimoniais. “Nós obedecemos rigorosamente os critérios éticos e estéticos, seja para os bens móveis, quanto para os bens imóveis” explica. Vale ressaltar que o foco da restauração consistiu em manter os traços históricos, tanto na área externa, quanto na interna, obedecendo, criteriosamente, os ­originais. Para realizar a restauração foram contratados três restauradores e dez assistentes de restauro. Eles descobriram o que há por trás da tinta que reveste as paredes até chegar a pintura original. Essa será uma das surpresas da nova biblioteca. A moldura das portas há mais de cem anos imitava pedras. Uma das obras já expostas é um quadro de quase oito metros de altura de Aurélio de Figueiredo, intitulada “A Redenção do Amazonas”, que representa a Libertação dos Escravos no Amazonas, em 1874. Escritórios

Outra novidade é a criação de dois escritórios. O primeiro, para que os escritores amazonenses possam registrar suas obras junto à Fundação Biblioteca Nacional. “Durante uma das viagens realizadas percebi que, devido à quantidade de livros lançados no Amazonas, era necessário possuir um escritório com essa função”, comenta Sharles Costa. O segundo escritório funcionará como um depósito legal do Governo, o qual, recentemente, publicou uma lei que determina que todas as casas publicadoras de livros deverão doar cerca de dois ou três exemplares para a biblioteca. ■ Manaus casa & construção|15


Vidros

Residência em estilo contemporâneo, que valoriza o vidro como material que permite a entrada de luz, dentro de um conceito de sustentabilidade energética

A leveza do vidro

bonito, prático, econômico material valoriza a iluminação natural, trazendo conforto e modernidade aos projetos

O

vidro é parte integrante e fundamental nos projetos arquitetônicos. Melhora a estética e tem influência no conforto, economia e segurança de qualquer construção, principalmente, em edifícios. Na construção civil em Manaus essa tendência cresce a cada dia, por ser um produto encontratdo no mercado, dar leveza a construção, ser de fácil manutenção, reposição e instalação, além de trazer consigo modernidade, bem como atrair o gosto dos clientes. Para Ricardo Benzecry, diretor da Platinum Construções, o vidro é uma opção prática e pode ser usado como elemento decorativo e ser um apelo de venda. “No edifício

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Daytona Park, o arquiteto usou o vidro como lâminas na fachada. Nós colocamos lâmpadas verdes, transformandoo numa das referências da cidade. Já no Miami Park, o lado no qual colocamos vidro, apesar de ser onde incide o sol da tarde, foi vendido mais rapidamente que os outros”. A Platinum Construções trocou a madeira por vidro na construção de shafts (compartimento por onde passam várias instalações verticais, como água, luz e telefone). A mudança foi aprovada pelos clientes, porque torna a obra mais bonita e ainda contribui para a preservação da natureza. Atualmente, já existem fábricas na capital com têmperas locais que produzem qualquer tipo de desenho com


a utilização do material. Devido a essa facilidade o uso do vidro vem sendo cada vez mais adotado em projetos arquitetônicos. Segundo o arquiteto Roberto Moita, graduado em arquitetura e urbanismo pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), em São Paulo (SP), e mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o diferencial do vidro é a modernidade, transparência e beleza. “O vidro é um material que proporciona beleza e integração entre interior e exterior”. Para tanto, deve-se fazer a escolha adequada em função das necessidades do projeto. Há no mercado um variado leque de opções com características técnicas específicas para cada uso, como o vidro impresso, refletivo, temperado, laminado, aramado, duplo ou termo-acústico e vidro duplo com cristal líquido. De acordo com Roberto Moita, para a utilização de vidro em pisos, devem ser escolhidos os laminados de alta resistência. Já para coberturas e parapeitos podem ser colocados os laminados ou aramados de menor resistência e custo mais reduzido. Na indústria Vidro Rios, que possui um dos melhores fornos da Região Norte, são encontrados os vidros fanta-

sia ou comum, um dos mais baratos. O metro quadrado custa em torno de R$ 34,00 o incolor, e R$ 75,00 o colorido. Os vidros coloridos e os laminados são os mais caros. Os vidros temperados saem entre R$ 177,00 e R$ 688,00 o metro quadrado. Os vidros temperados são bastante utilizados para box de banheiro, portas de abrir, portas de correr, janelas, varandas e sacadas. Segundo a supervisora de vendas Keila de Jesus, os vidros temperados são muito procurados por serem mais seguros e resistentes que o vidro comum. “São vidros bem resistentes, pois quando quebrados, se fragmentam em pequenos pedaços e, por isso, se tornam um pouco mais caros que os comuns”. Além de seu uso na construção c­ ivil, o vidro tem beleza que fascina, agrega valor a decoração, integra o ambiente e valoriza a iluminação natural, permitindo criar projetos arquitetônicos modernos, diferenciados e ecologicamente corretos. Vidro impresso

É um vidro translúcido que recebe em uma ou ambas as faces, a impressão de um desenho (padrão ou estampa). É um produto versátil. Ele pode ser utilizado na Fotos: Francisco Araújo

Detalhes da fachada em vidro da Assembleia Legislativa, onde se observa os efeitos das nuvens, como um cenário de beleza provocado pelo reflexo nas janelas panorâmicas

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Vidros

construção civil em janelas, portas e cobertura; na decoração de interiores em divisórias, pisos e degraus de escadas. Podendo ser utilizado, temperado, curvado, espelhado e laminado. Refletivo

São vidros que recebem um tratamento de óxido metálico, com a finalidade de refletir os raios solares, reduzindo a entrada de calor, proporcionando ambientes mais confortáveis e economia de energia com aparelhos de ar-condicionado. Estando em um ambiente menos iluminado, é possível ver através do vidro. Estando em um ambiente mais iluminado, é possível ver a reflexão da imagem, como se fosse um espelho. Portanto, normalmente durante o dia, a privacidade dentro do edifício é mantida, o que não acontece durante a noite, onde a iluminação interna é maior que a externa. Temperado

São submetidos a um processo de aquecimento e resfriamento rápido tornando-o bem mais resistente à quebra por impacto. Apresenta uma resistência cerca de quatro vezes maior que a do vidro comum. São encontrados nas cores: incolor, verde, cinza, marrom e azul. Laminado

É constituído por duas chapas de vidro intercaladas por um plástico chamado Polivinil Butiral (PVB), a principal característica desse vidro, é que em caso de quebra, os cacos ficam presos ao PVB, reduzindo o risco de ferimento às pessoas e também o atravessamento de objetos, que poderiam ameaçar a segurança dos moradores. 18|Manaus casa & construção

Aramado

É composto por uma tela metálica que oferece maior resistência a perfuração e proteção pois, em caso de quebra, os cacos ficam presos na tela diminuindo o risco de ferimentos. É translúcido, proporcionando privacidade e estética ao seu projeto, ampliando o conceito de iluminação com segurança e requinte. Disponível nas cores azul, cinza e incolor, tornase um aliado para os projetos criativos. Recomendado para múltiplo uso em coberturas, guarda-corpos, portas, sacadas, pergolados e outros. Duplo ou termoacústico

Os vidros duplos (ou vidros insulados) são chamados de vidros termo-acústico, pois dependendo da sua composição, podem oferecer isolamento térmico e isolamento acústico. O isolamento térmico se dá, pois a câmara de ar serve como isolante para a passagem de calor do vidro externo para o interior do ambiente. Para melhorar a performance térmica, podese utilizar vidro refletivo. Com relação ao isolamento acústico, o desempenho pode ser melhorado utilizando um dos vidros laminados ou vidros de diferentes massas. Conforme a espessura e camadas internas, o vidro garante perfeito isolamento acústico de ambientes de residências e apartamentos. Duplo com cristal líquido

O SGG Priva-Life Santa Marina Vitrage é um vidro laminado, composto por duas chapas de vidro incolor ou colorido, entre as quais é colocado um ­filme de cristais líquidos em um campo elétrico.

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Fotos: Francisco Araújo

Acabamento

Gesso na construção Com versatilidade material é utilizado há séculos nos interiores das obras. Ele é leve e prático

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U

m material descoberto na antiguidade, ainda hoje faz sucesso entre arquitetos e decoradores. O gesso é usado em grande parte das construções por sua praticidade, resistência, durabilidade e rápida instalação. Ele também contribui para a preservação do meio ambiente, pois produz menos resíduos durante a montagem em relação à alvenaria. Com o passar dos anos, os insumos para a fabricação desse material, devido à evolução industrial, passaram a agregar maior tecnologia facilitando, assim, suas formas de utilização. O gesso se destina, principalmente, a dois tipos de segmento. O construtivo, como em revestimentos, divisórias e forros, e o decorativo, na arquitetura de interiores. O produto é comercializado em duas versões, placas ou acartonado (com estrutura metálica interna). Este último é o mais utilizado, serve tanto para paredes e divisórias, como para forros.


Além de decorar o ambiente, o forro de gesso pode resolver os problemas de vigas aparentes e rebaixamentos de um modo geral. As características de resistência ao fogo, melhor isolamento termoacústico, economia e rapidez na instalação, fazem com que o forro de gesso seja superior aos demais. A partir do reforço com fibras naturais (principalmente celulose) ou de vidro, são produzidas placas com elevadas resistências mecânicas, para fins estruturais ou preencher grandes vãos (até 3 metros). O gesso também é utilizado em revestimento de paredes de alvenaria ou mesmo como material para construção das divisórias internas dos imóveis. Em Manaus, o gesso começou a ser difundido na mesma época que o isopor, aplicado nas lajes dos edifícios. Os empresários do setor desde o ano de 2000 intensificam o uso do pro-

duto no mercedo local. Antes não existia a tecnologia de aderência no tijolo, agora várias olarias já fabricam tijolos especiais. Nos Estados Unidos e Japão, o consumo per capita do gesso ultrapassa a 75 quilos por pessoa. No Brasil a média não ultrapassa 13 quilos por habitante. As peças fabricadas apresentam bom isolamento térmico e acústico (na forma acartonada, por exemplo, ele pode ter revestimento de lã de vidro, nesse caso há um vão entre a placa e a lã, que impede a passagem de som de um ambiente a outro). Segundo o proprietário da construtora Edec Engenharia e presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (SindusconAM), Eduardo Lopes, o uso do gesso acartonado em divisórias e paredes é bastante utilizado principalmente em ambientes comerciais e hotéis, por facilitar a aplicação e

Particularidades dos ambientes são valorizadas com utilização criativa do gesso, que pode ser usado em forros decorativos com vazados no teto para a iluminação

pela capacidade de isolamento. Além disso, são tão resistentes quanto as paredes de alvenaria. “O gesso acartonado é mais eficiente por ser removível, sendo mais rápido para a instalação e um pouco mais econômico que o cimento”, explica. Porém, além de todos esses pontos positivos, para Tsuyoshi Myamoto, arquiteto urbanista e ex-diretor da

Empresa Municipal de Transportes Urbanos (EMTU), é preciso ter cuidado com a utilização desse material na questão do reboco. “É vantagem utilizar o ­g esso no reboco quando o material usado para construir as paredes permite a aplicação diretamente sobre o bloco ou tijolo, mas o bloco é pouco utilizado em Manaus”, esclarece. Manaus casa & construção|21


Acabamento

A empresa Platinum Construções, conforme o diretor Ricardo Benzecry, utiliza somente o bloco de cerâmica, justamente por permitir a utilização do gesso. “Nós optamos por esse tipo de tijolo porque, assim, trabalhamos com conforto térmico no ambiente, além de ser mais econômico por evitar desperdício, pois os tijolos de cerâmica não quebram como os de barro”, afirma. Em Manaus, diversas olarias fabricam os tijolos de cerâmica. Algumas oferecem o produto sob medida

e espessura estipuladas pelo comprador. Já o gesso em pó é adquirido fora do Estado, por não haver jazidas nesta região, geralmente vem dos estados do Ceará e Pernambuco. E, segundo profissionais do setor, o uso não gera acréscimo no valor final do imóvel, já que enquanto o metro quadrado de uma parede de alvenaria pesa cerca de 180 quilos, numa de gesso, o peso é de 20 a 30 quilos por metro quadrado. O preço do gesso acartonado está em torno de R$ 110,00 o metro quadrado em Manaus. ■

Placa acartonada se destaca pela versatilidade e pode ser usada em forros, divisórias e paredes. Com revestimento adequado oferece proteção térmica e acústica

Histórico do uso do gesso

Em descobertas arqueológicas recentes descobriuse que o emprego do gesso remota ao 8º milênio a.C (ruínas na Síria e na Turquia). No Egito, no ano de 2.800 a.C, o gesso foi usado na pirâmide erguida pelo rei Quéops da 4ª dinastia. Na África, os bárbaros construíram com gesso de alta resistência as barragens e os canais que garantiram por muitos séculos, a irrigação das palmeiras de Mozabe. A partir do século XII, as construções utilizando argamassa com gesso eram conhecidas e desejadas por oferecerem diversas vantagens. A Renascença foi marcada pelo emprego do gesso na decoração, e no período Barroco foi chamado de gesso de estuque (produto resultante do aquecimento do gesso bruto fragmentado ou moído a 250°C em caldeiras ou fornos rotativos).

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Gesso acartonado ou drywall

É o mais usado. Serve tanto para a construção de paredes e divisórias quanto para forros. Com o revestimento adequado, pode se tornar um bom isolante térmico e acústico.

Gesso em pó

Geralmente só para pequenos reparos, como tapar buracos de pregos e rachaduras.

Placas de gesso

Convencional usadas para forro.

Blocos de gesso

Para construção de paredes, divisórias e balcões.


Fotos: Francisco Araújo

Varejo

Estabelecimentos comerciais oferecem grande variedade de produtos e promoções, na tentativa de satisfazer os consumidores, em função da acirrada concorrência

varejo aquece economia popular Crédito fácil e estabilidade econômica animam população a construir. Lojistas querem fidelizar clientes

M

oradores há 11 anos do bairro de Petrópolis, na Zona Sul, Edney de Souza Figueira, 28 anos, e a esposa Mary Jane, 29, vêm há cinco anos construindo, aos poucos, a casa própria, a primeira do casal. Em junho compraram cerâmica para colocar em dois quartos. Escolheram pagar em seis vezes sem juros no cartão de crédito. O casal nem sabe, mas é o perfil clássico do comprador médio de material de construção no varejo. São pessoas como eles que mantêm aquecidas as vendas e fazem surgir novas lojas de material de construção em todas as regiões da cidade. Não por acaso, a Zona Leste é um dos locais onde mais cresce esse tipo de comércio. Por esse motivo, grande parte dos empresários do setor faz questão de manter o maior número de lojas naquela área. Neila Lopes, gerente Manaus casa & construção|23


Varejo

As condições mais facilitadas de pagamento a crédito incentivaram a família Figueira a construir, aos poucos, a casa própria dos sonhos

comercial e financeira de um grupo proprietário de duas lojas na Zona Leste e uma na Zona Oeste, vê na democratização do poder de compra da população a razão pela preferência. “Antes, tínhamos números que diziam que nossos clientes eram das classes A, B e C. Agora atendemos todas as classes, de A a Z”, arrisca. As lojas se dividem entre as que vendem todos os materiais, das fundações até acabamento e decoração, e outras que se especializam em apenas em um tipo. O importante para todas é fidelizar o cliente. Pois se ele for como o casal Edney e Mary Jane, isso significa anos de vendas para a loja. “Vamos fazendo aos poucos. Já pintei. Agora, estou colocando cerâmica. Tenho a intenção de fazer mais um piso. Quero uma casa de dois andares”, planeja Edney, que além da esposa levou uma das filhas à loja de material de construção. Ir com a família comprar material de construção é outro comportamento recorrente. “Atendemos muitas famílias. Tanto que temos playground na loja. O casal escolhe o que vai comprar e as crianças ficam brincando”, conta Neide Lopes, que gerencia um grupo de lojas que funciona de domingo a domingo. “Vendemos muito nos domingos e feriados porque tem cliente que já sabe que abrimos a loja. Quem trabalha de segunda a sábado prefere comprar nesses dias”, ensina. 24|Manaus casa & construção


A facilidade do crédito é um dos fatores preponderantes para a democratização do consumo de materiais de construção. Assim como Edney, que preferiu pagar em seis vezes sem juros no cartão, a maioria dos compradores parcela suas compras. Há lojas que dividem em até 60 vezes. “Na nossa loja, já parcelamos em até seis vezes no cartão. Queremos ainda este ano estender este prazo para dez meses”, afirma Ana Valéria Ausier, gerente de vendas da loja onde Edney fez suas compras. A loja, que vende exclusivamente material para acabamento de obras, tem na cerâmica seu carro-chefe. A sazonalidade do mercado é ditada por fatores que incluem desde o clima até datas comemorativas como o Natal. Em Manaus, por exemplo, o segundo semestre costuma ser melhor para as vendas do que o primeiro. “Nossa expectativa é sempre a de que a partir de julho as vendas melhorem. É quando terminam as chuvas e as pessoas aproveitam para fazer obras. Têm também os que recebem a primeira parcela do 13º em julho. Além disso, muita gente aproveita para arrumar a casa para as festas de fim de ano”, explica a gerente Neide Lopes. E se depender de famílias como a de Edney e Mary Jane, os comerciantes do ramo de material de construção

podem ficar tranquilos. “Para mim, a minha casa nunca vai ficar pronta. Sempre quero ter uma casa melhor para as minhas duas filhas. Sempre que eu estiver bem de dinheiro, vou investir na minha casa”, afirma Edney, um dos milhões de trabalhadores que, ao aplicarem suas economias na melhoria e reforma de suas casas, mantêm o mercado de material de construção aquecido. ■

Manaus casa & construção|25


Segurança

Segurança especializada população com medo contrata serviços de empresas que oferecem proteção com homens armados e equipamentos sofisticados

O

desenvolvimento das cidades traz muitos benefícios à população, infraestrutura, bairros planejados, áreas de lazer, esporte e cultura. Porém, somado ao crescimento, surge um outro fator: a criminalidade. Em Manaus, uma capital de aproximadamente 2 milhões de habitantes, essa realidade fica mais ­evidente e ameaçadora. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), foram registradas 4,8 mil ocorrências de furtos por mês em 2010. Mesmo alto este número é menor se comparado a 2009, quando ­foram detectadas mensalmente 5,5 mil.

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Há duas razões para que um crime aconteça: vontade e oportunidade. Para a primeira, dificilmente pode-se fazer alguma coisa, mas na segunda, medidas preventivas podem ser tomadas para evitar o delito. Existem duas formas de promover a segurança de empresas, residências e população: a pública de responsabilidade do estado e a privada, realizada por empresas especializadas, podendo ser eletrônica, armada ou feita por vigias. Para tentar coibir a criminalidade na capital, a SSP possui um sistema de vigilância por câmeras. São 232 posicionadas na área urbana. Até o final deste ano, serão instaladas mais

100 unidades nas principais ruas de acesso aos bairros. A maior parte das ocorrências registradas acontece na Zona Norte, de acordo com a assessoria da SSP. A região Central é de responsabilidade do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops). Todo esse sistema conta com apoio das Polícias Civil e Militar, que realizam rondas diárias em diversos pontos da capital, incluindo bairros das Zonas Norte e Leste, Parque Dez, Mauazinho e Vieiralves. “Nesta área (Vieiralves), que tem uma grande concentração de conjuntos residenciais, empresas e restaurantes,


a rua e resolveram colocar serviço de segurança eletrônica, como cerca elétrica, alarmes e vigias. “Tinha casa que já havia sido assaltada umas seis, sete vezes. Por isso, nos unimos e protegemos nosso lar. Mas nossa segurança teve custo, pois gastamos por mês R$ 1,2 mil”, afirma Elielson ­Jardim, morador do conjunto. Empresas especializadas

A empresa de segurança eletrônica 3D Alarmes, é uma das 40 do segmento na capital. Fundada em 2003, ela presta serviço de segurança e comercializa equipamentos. Segundo o diretor técnico, Esperidião Gomes, a procura por serviços de proteção e a falta de empresas especializadas em Manaus foram responsáveis pela criação do empreendimento. Na loja, são encontrados modernos equipamentos de segurança pessoal, residencial, condominial e comercial, como bastão de choque, alarmes infravermelho, cercas elétricas e câmeras. Além de um serviço móvel tático, ou seja, se a residência ou estabelecimento comercial que possui o serviço de monitoramento da 3D estiver sendo invadido, o alarme é acionado na loja e os operadores acaba sendo um atrativo para os criminosos. Por isso, é um dos pontos mais policiados, onde temos uma média de 60 policiais, divididos nos três turnos”, explica o major da Polícia Militar, Hermes Macedo. Para as pessoas que não querem contar somente com os meios disponibilizados pela segurança pública e podem arcar com os custos de uma proteção adicional existem os serviços oferecidos por empresas especializadas. Foi o que fizeram os moradores do conjunto Jardim Versalles, no bairro Planalto. Eles sofriam assaltos constantemente e por esse motivo, há dois anos fecharam

de sistema ligam para a pessoa para confirmar a chamada e, em seguida, se deslocam até o local e entram em contato com a polícia. Conforme a consultora de vendas da empresa, Patrícia Carvalho, para estabelecimentos comerciais o sistema mais utilizado é o alarme monitorado; para hotéis, geralmente, são as câmeras e para residências e, condomínios os especialistas recomendam cercas elétricas ou concertina (cerca em formato de arame). “As câmeras são mais utilizadas em hotéis, nas áreas de serviço e na entrada. Em alguns casos, vendemos para residência, isso ocorre para vigiar babás, mas o mais comum são as cercas elétricas. Já nos condomínios, são usadas a cerca elétrica, junto com a concertina”, explica. Outra empresa que se ocupa em oferecer serviços de segurança 24 horas é a Patrimônio Segurança. Ela está programada para atender as necessidades dos clientes mais exigentes. “Temos 780 clientes, a maioria são da Região Sul da capital, por causa do poder aquisitivo e por saber onde há a maior concentração de áreas comerciais. Temos mais de 10 mil equipamentos instalados em toda a

Câmeras sofisticadas são utilizadas para registrar o movimento das pessoas nas proximidades dos condomínios fechados

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Segurança

cidade e atendemos todos com extrema prontidão ”, afirma o consultor Wagner Correia. A empresa Patrimônio também trabalha com monitoramento 24 horas, mas isso depende da escolha do cliente. Há quem prefira fazer o monitoramento por conta própria. Nesse caso, o alarme é instalado onde a pessoa deseja, pode ser no quarto, sala ou mesmo em uma discadora te-

lefônica, que permite o acionamento de até cinco números de telefones celulares diferentes. “O cliente que opta por esse serviço, pode combinar com o vizinho ou familiar para tocar o alarme em seus celulares, assim podem ajudá-lo a vigiar a casa, e em caso de arrombamento podem chamar a polícia”, explica Wagner Correia. Para contratar o monitoramento feito pela empresa, paga-se uma

entrada e as parcelas no valor igual. O equipamento necessário é cedido pela loja. As cercas elétricas variam de preço, a básica de quatro fios é a mais barata. A Super Cerca, com 8 fios, por ser de um material mais resistente, é a mais cara. Com todas essas alternativas de equipamentos de segurança, a classe média pode se sentir mais segura, em uma cidade cada vez mais violenta. ■

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obra

Fotos: Francisco Araújo

Mão de

A presença de operárias é cada vez mais constante nas construções. Devido à eficiência, aos poucos, elas conquistam respeito de chefes e colegas. Trata-se de uma nova oportunidade profissional

Toque feminino nos canteiros de obras Mostrando competência, mulheres vencem o machismo e conquistam espaço na construção civil

D

e longe sua presença passa despercebida no canteiro de obras, onde é finalizada a construção de um condomínio de cinco prédios. Mas de perto dá para perceber que em um dos andaimes há algo diferente. Os brincos em forma de argola e o andar peculiar mostram que um dos trabalhadores que aplicam rejunte na cerâmica que reveste os prédios é uma mulher. O macacão, o capacete e os equipamentos de segurança são iguais aos de todos, porém, chegando mais próximo

sinais de feminilidade denunciam: trata-se de uma operária, mão de obra cada vez mais constante na construção civil. A mulher em questão é Giuliana da Silva Coelho, 21 anos, que há seis meses trabalha em obras. Como a maioria das mulheres que optam pela profissão, Giuliana foi levada pela oportunidade. “Escolhi porque estava sem emprego e não tinha muita opção. Uma amiga me falou da vaga, e eu topei”, lembra. Também como a maioria das mulheres, Giuliana trabalha na aplicação de rejunte em Manaus casa & construção|29


Mão

de obra

cerâmica e não conhecia o ofício quando começou. “Não sabia trabalhar com isso, mas aprendi rápido. Mais rápido do que esperava”, afirma. No caso de Karina Luniere Freitas, 19 anos, são duas gerações de mulheres da família trabalhando em obras. “Minha mãe já trabalha na área há 10 anos. Aprendi com ela. Mas escolhi essa profissão porque foi a oportunidade que apareceu. Já trabalhei em três obras com rejunte de cerâmica”, conta. Albaniza da Silva Barreto, 38 anos, encontrou nos canteiros de obras uma alternativa para o trabalho de empregada doméstica. “Já faz seis anos que eu trabalho em obras. Já construi até escolas”, se orgulha. “Trabalhei muito em casa de família, mas gostei mais dessa área da construção”, diz Albaniza. Segundo ela, há outras mulheres fazendo a mesma opção. “Elas preferem trabalhar aqui do que em casa de família. Lá tem muitos patrões que reclamam. Não te

tratam com respeito. A gente procura não ligar. Trabalhar direitinho, ficar na nossa, mas não adianta. Aqui há mais respeito. Tratam a gente bem”, opina. Mesmo assim, Albaniza reconhece que houve um estranhamento no começo. “Nos primeiros dias, os homens se assustam com mulher no canteiro. Depois, se acostumam. É tranquilo. Recomendo a outras mulheres porque é um trabalho como qualquer outro. Não tem problema nenhum”, garante Albaniza, que não pretende mudar de ramo tão cedo. E se os canteiros de obras são um espaço conquistado pelas mulheres recentemente, a competência delas já é reconhecida. Os homens também aprovam a presença feminina. “Elas são mais cuidadosas que a maioria dos homens. Têm mais capricho. Além disso, é sempre bom ter a presença feminina num local onde só se costuma ver homens”, diz o mestre de obras Ricardo Almeida. ■

Giuliana da Silva Coelho, operária que não abre mão da elegância, no canteiro de obras

30|Manaus casa & construção


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construção


Fotos: JJ Soares

Urbanismo

O caos e a solução Com crescimento econômico e sem organização urbana, a cidade está a beira do caos. mas há solução

U

m dos maiores Produtos Interno Bruto (PIB) do País. População próxima de dois milhões de habitantes e com uma extensão territorial de 377 km² (área urbana), Manaus, a mais importante metrópole do Norte do Brasil, apresenta um cenário caótico em infraestrutura, especialmente na sua malha urbana. Como a maioria das capitais brasileiras, Manaus tem problemas estruturais no transporte, vias que não comportam o volume de carros, trânsito nervoso e desordem no crescimento habitacional. Em virtude disso, as autoridades públicas e os empresários buscam encontrar alternativas para preparar a cidade para a Copa do Mundo de 2014, o maior evento de massa de sua história. Nesta direção, prefeitura, governo estadual e inicitiva privada tentam superar as deficiências com obras de grande porte. A quantidade de terrenos baldios em descompasso com o equilibrio urbano, é outro ponto que está sendo tratado pelas autoridades. Segundo o presidente do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), Manoel Ribeiro, o órgão está tomando uma medida em parceria com a Secretaria Municipal de Economia e Finanças (Semef), através do cadastro do IPTU, para tentar minimizar esse problema. “Estamos fazendo um levantamento no Parque

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das Laranjeiras, Petrópolis e nos bairros onde existe maior quantidade de áreas desabitadas”, disse Ribeiro. A Prefeitura de Manaus também começa a executar e projetar ações como o Prourbis, Complexo da Ponta Negra, Mindu, Viadutos, Amazonarium, Cidade da Criança, Sistema Binário e BRT (Bus Rapid Transite). São medidas que buscam melhorar, no médio prazo, áreas de forte adensamento populacional. Ao todo serão investidos R$ 732,8 milhões, mas que podem superar R$ 1 bilhão, em decorrência de outras intervenções necessárias ao longo das obras. Dentre elas, destacamos o Prourbis (Programa de Desenvolvimento Urbano e Inclusão Socioambiental), o maior projeto de urbanização da região Norte do Brasil. Ele vai beneficiar a zona Leste, e será coordenado pela Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf). Quarenta mil pessoas serão beneficiadas nos bairros Jorge Teixeira 3ª etapa, Bairro Novo e Arthur Virgílio, com rede de esgoto, drenagem, tratamento sanitário, creches, Casa da Mulher, Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Centro de Referência de Apoio à Saúde (Cras) e um parque público. Outra ação, é o Programa de Recuperação Ambiental e Requalificação Social e Urbanística do Igarapé do Mindú,


Manaus tem problemas gerados pela falta de planejamento como trânsito caótico, transporte precário e carência de áreas de lazer. Iniciativas públicas e privadas tentam corrigir a defasagem urbana

onde serão retiradas três mil famílias que moram no entorno do igarapé. Os recursos são da Caixa Econômica Federal, e são estimados em R$ 200 milhões.

margens e, agora, desfrutam de qualidade de vida, com novas residências e auto estima renovada. Fluxo das águas

Ponta Negra

Na avaliação do secretário de Obras e Infraestrutura, Américo Gorayeb, um projeto que merece atenção é o Complexo da Ponta Negra, orçado em R$ 53 Milhões. A obra se propõe recriar a “Nova Ponta Negra”, dentro de uma concepção contemporânea, arrojada e de padrão internacional. Como explica o secretário: “o objetivo é valorizar e consolidar produtos turísticos, recuperar e melhorar as condições dos atrativos para o turismo” A cidade ganhará ainda um novo complexo viário na Bola do São José, orçado em R$ 50 Milhões. Essa obra vai interligar as zonas Norte, Leste e Sul de Manaus, em áreas de forte fluxo nos horários de pico da manhã, tarde e noite. Na esfera estadual, o Prosamim (Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus) provou sua eficiência urbanística, de recuperação do meio ambiente e da valorização humana, o das pessoas que viviam às suas

Para a estudante de Geologia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Cleide Machado, a grande questão do Prosamim, no que diz respeito à drenagem e estrutura feita nos igarapés, é se eles suportarão o fluxo das águas daqui a 50 anos. ‘‘Estamos na maior bacia hidrográfica do mundo e os igarapés tiveram seus leitos reduzidos, o que é um risco, porque pode se perder todo trabalho feito, em função da força da natureza”. Fiscalização

O Implurb tem apenas 25 fiscais para acompanhar as obras da cidade, nos âmbitos privado e público. Um número insuficiente dado o gigantismo de Manaus. Em decorrência da falta de profissionais e da ausência de uma cultura de respeito às normas, a cidade é permanente desfigurada, conferindo à ela um aspecto caótico Para regularizar as obras, ou o caos instalado, é necessário dar entrada com um projeto para análise no Implurb, que, depois de uma avaliação técnica concederá ou não o alvará. Manaus casa & construção|33


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Construção de viadutos e outras melhorias no sistema viário tentam dar vazão ao crescente número de veículos

No final da obra, se esta for aprovada, um fiscal irá ao local para verificar se há ou não irregularidades. Se a obra estiver em conformidade com o projeto será concedido o habite-se (legalização do imóvel), mas se houver ilegalidades é dado um prazo mínimo de 90 dias para as devidas providências. Um dos grandes problemas de legalização são as obras residenciais, onde 90% são irregulares. O presidente do Implurb, Manoel Ribeiro, disse que o contribuinte deve ver a prefeitura como um aliado. “Não temos interesse de prejudicar ninguém, nem criar dificuldades para que o cidadão possa ter o seu imóvel legalizado”. Quanto ao planejamento urbanístico das obras no Centro, ele começará a ser posto em prática depois que forem retirados os camelôs das ruas locais. Segundo Manoel Ribeiro, essa remoção deve acontecer ainda este ano. A partir daí, será reorganizado o

Centro e, progressivamente, a cidade ganhará um novo aspecto, começando pela padronização das calçadas. “Também estamos com uma parceria com o Instituto de Patrimônio Histórico do Amazonas (IPHAM) para fazer o restauro dos prédios que foram tombados pelo patrimônio histórico”. Manaus Moderna

A Manaus Moderna também receberá atenção. Segundo o secretário da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), Marcelo Dutra, será feito um processo de ordenamento nesse local. Ele disse, que a feira, mais conhecida como ‘Feira da Banana’, não precisa mais ficar ali, pois foi criada na década de 1990, quando a cidade era abastecida com a produção de bananas vinda do interior. Hoje, o produto chega por estrada. De acordo com o secretário “é preciso parar e repensar o papel da Manaus Moderna”.


Balsas

As balsas também deverão sair do porto, pois não existe fiscalização na hora de embarque e desembarque de carga e passageiros. Segundo Dutra, na área não se respeita nenhum tipo de norma legal. Para o secretário, os defensores desta ilegalidade estão pensando em seus interesses pessoais, porque se beneficiam com a falta de legalização. “Quando uma pessoa que não é dono da balsa e não é passageiro, defende a manutenção dessa desordem, é ­porque se beneficia diretamente com essa falta de legalidade,

pois hoje não há qualquer tipo de fiscalização nesse terminal”. O secretário está negociando com a Capitania de Portos, a Sociedade de Navegação, Portos e Hidrovias (SNPH) e com os donos das balsas para a transferência das mesmas do local. Caso não haja acordo, a Semmas entra em ação com as obras e a questão das balsas fica a cargo da Capitania dos Portos e SNPH. “A partir do momento em que as águas descerem podemos tomar providências para que a Manaus Moderna seja reestruturada e assim, na próxima

cheia, o problema não será nosso. A Capitania e a SNPH terão que solucionar o problema”, disparou Dutra. Reorganização

A Seminf junto com o Instituto Municipal de Transporte Terrestre (IMTT) está com uma ação, quanto à reorganização do trânsito. O Implurb também atuará na área. Com todas essas ações planejadas, espera-se que o cenário em Manaus mude para melhor. Caso contrário, a vergonha do caos será ampliada com a Copa do Mundo. ■

Complexo viário governador Gilberto Mestrinho, no Coroado

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Transporte

Monotrilho, uma polêmica

Projeto do Governo do Estado

enfrenta resistências de especialistas, mas será posto em prática

36|Manaus casa & construção

Fotos: Divulgação

O

governo do Estado anunciou a criação de um monotrilho para melhorar o transporte público na Copa do Mundo de 2014. De acordo, com o arquiteto e urbanista João Bosco Chamma, o monotrilho é viável por ser um sistema rápido, confortável e por contribuir com a qualidade de vida dos habitantes da cidade, que terão embarque e desembarque dignos. O equipamento também contribui com o meio ambiente, porque não polui e nem faz grandes ruídos. Segundo ele, nas estações, existiriam os Camepac’s (misto de camelôs com Pronto Atendimento ao Cidadão), disponibilizando diversos serviços, como Capitania dos Portos, Agência Nacional de Transporte Marítimo, Sensa, Juizado de Menor, Polícia, Receita Federal, Sefaz, Ministério da Agricultura, farmácia, agências de turismo, Polícia Federal, guarda volume, cyber café, entre outros. Os camelôs ficariam em baixo e os serviços em cima. Com a criação dos Camepac’s, as pessoas ficariam em seus bairros sem precisar pegar ônibus, o que faria de Manaus, uma cidade bem distribuída. O projeto elaborado por Chamma e mais 5 arquitetos, urbanistas e um engenheiro de transporte teria a capacidade de transportar 59.220 passageiros/hora viajando nos dois sentidos, 41 km traçado e 29 estações com uma distância entre si de 1,4 km. Segundo Chamma, os ônibus existentes passariam a ser de integração com o monotrilho. Mas, o projeto vencedor da licitação, elaborado pela empresa Pricewaterhouse, foi criticado pelo ­arquiteto. Segundo ele, o projeto do governo estadual não atende 8 dos 10 itens necessários para a implantação do ­monotrilho. Na avaliação do arquiteto do governo Manoel Paiva, o projeto de mobilidade urbana, é uma parceria dos

Em vermelho, trajeto original proposto para o monotrilho manauense

governos estadual, federal e municipal, que tem como objetivo priorizar o transporte. O monotrilho vencedor da licitação é orçado em U$ 1,3 bilhão. Os técnicos da prefeitura, por sua vez, defendem a realização das obras do BRT (Bus Rapid Transit). O monotrilho terá 9 estações e percorrerá uma área de 20 km, do bairro Jorge Teixeira à Igreja Matriz (Centro), sendo de 6 a 8 vagões, com capacidade para transportar 21.000 pessoas nos dois sentidos por hora/viagem. Paiva disse que essa é a solução ideal para o transporte público, que hoje está sem credibilidade. Segundo ele, o monotrilho vem suprir essa necessidade, além de gerar 2.800 empregos durante a execução, como também preservar o patrimônio histórico. “Fizemos uma parceria com o Instituto de Patrimônio Histórico do Amazonas IPHAM e Secretaria de Cultura, para tomarmos medidas compensatórias quanto aos prédios tombados pelo patrimônio. Queremos preservar a memória e priorizar as pessoas. Com o monotrilho, será feito um trabalho de revitalização do centro histórico, alargamento das vias e calçadas, bem como um melhoramento na iluminação”. A execução das obras está prevista para iniciar ainda este ano. No trecho T1 ao T3, 13 km, a conclusão é prevista para dezembro de 2012. Já para o segundo trecho T1 Matriz (Centro) 7 km, o prazo é até 2014. ■


Foto: Antonio Ximenes

Artigo

Renovação urbana *Sâmmia Cury

P

odemos imaginar a cidade de Manaus antes e depois do monotrilho, pois trata-se de uma mega construção que servirá como base para todo um sistema viário. Com o monotrilho vem toda uma obra de re-urbanizaçao e paisagismo do entorno imediato da obra. Ao longo dos 20 km de percurso, por onde vai passar o monotrilho, o trecho receberá um tratamento de readequação do sistema viário. Manaus irá avançar tanto no aspecto arquitetônico, urbanístico, paisagístico, quanto no bem estar da população. Imagine 20 km sendo percorrido em apenas 25 minutos, trajeto este, que, hoje, demora, em média, 1 hora e 30 minutos para ser percorrido de ônibus. Além disso, a demanda populacional a que atenderá o monotrilho é enorme, pois as estações estão localizadas em pontos de grande adensamento populacional, como os bairros Jorge Teixeira, Nova Cidade e a avenida Constantino Nery. O que importa é que as vias serão desobstruídas. Muitos estão sendo os desafios para que o projeto saia de acordo com todos os preceitos determinados pelo ordenamento legal urbanístico e, principalmente, em harmonia com a cultura local, já que as estações fazem uma menção estilizada de um peixe da região. Temos que refletir no aspecto da demanda populacional. Hoje, Manaus possui uma população de aproximadamente dois milhões de habitantes, mas a projeção é que em 2020 tenhamos o dobro. O monotrilho está sendo preparado para atender a demanda da Copa do Mundo de 2014, mas também para atender a população e o crescimento da cidade até o ano de 2050. A Integração dos terminais Jorge Teixeira (T4) e Largo da Matriz (T0), com extensão de 20,2 Km, será feita da seguinte forma: Avenida Camapuã, Rua Cento e Quarenta e Três, Av. Noel Nutels, Av. Max Teixeira, Rodovia Tor-

quato Tapajós, Av. Constantino Nery, Rua Epaminondas, Rua Itamaracá, Rua 15 de Novembro, atendendo, assim, a diferentes áreas e trechos carentes de mobilidade na cidade. A funcionalidade da estação de embarque, nas extremidades das vias, propiciará que o embarque de 202 mil pessoas por dia possa ser com segurança e conforto. Esse sistema, além de não comprometer a paisagem urbana, não produz poluição sonora e nem atmosférica, pois é uma tecnologia inovadora, que já funciona adequadamente em grandes cidades do mundo. Na ocasião da obra propriamente dita, a responsabilidade socioambiental não será esquecida, já que estamos lidando com um sistema estratégico e complexo. Haverá cuidado especial com a gestão ambiental, onde medições do gás carbônico emitido pelo material rodante (vagões) serão feitas periodicamente. Os patrimônios histórico e arqueológico também serão protegidos. Será feito um controle dos ruídos e vibrações, além da gestão de resíduos da construção civil decorrentes da obra. Manaus terá nos seus pontos mais problemáticos um sistema que atenderá a demanda, que contribuirá para a redução da rodagem dos ônibus. Uma nova cultura será implantada com o sistema monotrilho em Manaus, que é o respeito ao portador de necessidades especiais. O projeto de re-urbanizaçao contempla à acessibilidade. A valorização imobiliária estará presente no entorno das estações, pois se há um projeto adequado para a área, o normal é que as construções desse entorno adequem-se à nova realidade urbanística. Portanto, é um novo ciclo de mega construções que chega a Manaus e que vai não só beneficiar a população, como a todos os turistas que poderão desfrutar de uma cidade mais organizada. ■ *Arquiteta e Consultora

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Materiais

Aço, solidez e garantia na construção Metal traz aparência sóbria aos acabamentos e possibilita resistência na execução de projetos

A

ssociado a ideia de modernidade, inovação, vanguarda e presente na construção civil desde o século XVIII, o aço possibilita a engenheiros, construtores e arquitetos, soluções eficientes, rápidas e de qualidade. As vantagens são muitas, tais como: liberdade no projeto arquitetônico, redução do tempo de construção, baixa exigência de manutenção, alta resistência à corrosão, compatibilidade com outros materiais e preservação do meio ambiente. O material na construção civil pode ser usado de várias maneiras, como no projeto arquitetônico e aplicado em diversos locais como pontes, aeroportos, edifícios ou complexos industriais. Porém, a utilização desse artefato 100% reciclável ganha destaque também nas fundações de obras. Nas fundações, o uso do aço é orçado de acordo com o projeto inicial, ou seja, a construtora ou o construtor 38|Manaus casa & construção

apresentam o projeto, no qual será feito um levantamento do custo do aço. O quilo do aço comum custa entre R$ 3,50 a R$ 3,89. Na Fermazon, encontra-se quase todos os tipos de aço. A armação com aço vergalhão está custando em média R$ 3,80 o quilo. Outra variação do aço que vem ganhando espaço e conquistando clientes é o aço inoxidável. Ronaldo Jalamov, diretor da Casa Inox São Paulo, acredita que novas frentes se abrirão para o aço inox com a realização dos megaeventos no país, como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Segundo ele, os reflexos se darão principalmente nas áreas da construção civil e hotelaria, nas quais o inox estará presente desde a parte de decoração até equipamentos de cozinha industrial, e ainda em obras de infraestrutura. Uma das fornecedoras do material em Manaus, a empresa Norte Ferro, oferece todos os tipos de aço e se prepara para


Fotos: JJ Soares

Aço é uma matéria prima essencial na construção civil. Ele é parte fundamental nas estruturas e fundações. Rolos, de mais de uma tonelada, destacam a importância deste material no mercado

a grande demanda que acredita vir com as construções para a Copa das Confederações e em seguida a Copa do Mundo. De acordo com sub-gerente, Mônica Reis, o diferencial da empresa está na entrega e na variedade de produtos. “Entregamos no máximo em dois dias aos clientes e os produtos mais vendidos são os vergalhões, cantoneiras e barra-chata ”, disse. Para o produtor de vendas da empresa Norte Aço João Cordeiro pela durabilidade e baixa manutenção, o aço inox é um produto competitivo comparado a outros materiais em aplicações estruturais nas arquiteturas. “Poderá ser usado em projetos hoteleiros, pois é um material inovador e transmite modernidade, além da durabilidade”, esclarece. O aço inoxidável, no momento, é mais utilizado na arquitetura como elemento decorativo, revestimento de fachadas e coberturas. ■

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Fotos: Francisco Araújo

Fundações

Fundação, a base da obra Características do solo determinam como será projeto estrutural, que melhor se adapta ao prédio Equipamentos permitem cravar profundas estacas que sustentam edificações

C

ada construção exige um tipo de fundação, o que define suas características são as condições de solo identificadas por meio de um levantamento técnico. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estabelece os critérios para a quantidade de materiais e a profundidade. Para saber o melhor tipo de fundação será estudado: Os tipos de solo que estão sob a obra, e a que profundidade, qual é altura do lençol freático, qual é a capacidade de carga do sub-solo, em diversas profundidades e como o solo se comporta ao ­receber carga. Esse estudo é feito através de uma sondagem no subsolo, processo que

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consiste em cravar uma haste até atingir o impenetrável ou até atingir uma altura de profundidade que satisfaça o projeto, de acordo com as normas da ABNT. De acordo com o engenheiro e diretor técnico da construtora RD Engenharia, Luiz Dutra, se a edificação não for bem projetada, através da sondagem do solo, pode acarretar grandes problemas à construção ou ter recalques (em engenharia civil, o termo serve para designar o fenômeno que ocorre quando uma edificação sofre um rebaixamento, devido ao adensamento do solo sob sua fundação). Isso é frequente no litoral paulista. “Em Santos, podemos perceber muitos prédios antigos tombados. O

fenômeno acontece, porque no passado a sondagem das fundações não foi bem estudada,” explica. Basicamente há dois tipos de fundações, a rasa (sapatas, corrida, radier, alavancadas, isoladas, associadas e alicerces) e a profunda (estacas escavadas e cravadas). As estacas cravadas podem ser de madeira, aço e concreto. As escavadas são moldadas in loco, hélice contínua e ômega, esta última ainda não é utilizada em Manaus. A fundação rasa é indicada ­quando o solo tem boa resistência, ou seja, relacionada a capacidade de carga que vai sustentar. É feita sob uma ­sapata fazendo pressão diretamente ao solo, muito utilizada em construções r­esidenciais ou obras com cargas menores. Impor-


tante lembrar que uma construção pode exigir uma fundação profunda, se o solo do terreno não for capaz de agüentar a carga da ­edificação. Segundo o engenheiro Marcus Antonio indica-se a fundação profunda, quando o terreno tem pouca capacidade de suporte para a carga necessária. “Quando você vai perfurando, o solo começa a interagir com a fundação, este ‘agarro’, é o atrito lateral”, esclarece. A maioria das construtoras contrata serviço terceirizado de fundações. Na cidade cinco empresas especializadas trabalham com esse serviço, normalmente essas empresas atendem qualquer região do país.

Com o passar do tempo as engenharias de fundação têm evoluído. A estaca hélice contínua, muito utilizada na construção de grandes edifícios, surgiu na década de 1950 nos Estados Unidos, na década de 70 se espalhou por toda Europa e Japão. No Brasil chegou por volta de 1987, porém somente em 1993 houve um progresso e desenvolvimento do uso. Isso se deve a importação de equipamentos específicos para executar tais estacas. As estacas eram de até 800 mm de diâmetro e comprimento máximo de 24 metros. Hoje é possível executar estacas com 1.200 mm de diâmetro e 32 metros de comprimento.

A estaca Ômega é recente no mercado, sendo apontada pelos engenheiros como de última geração. No Brasil, surgiu em 1997. Devido às características, provavelmente o uso se disseminará pelo País e se tornará bem mais popular do que é hoje. Em Manaus ainda não temos a Ômega. De acordo com o presidente da Edec Engenharia, Eduardo Lopez, é um equipamento sem previsão de uso para Manaus. “Por ser caro, ainda não tenho ideia de quando teremos essa estaca em Manaus, mas ela é bem parecida com a hélice contínua, então, por enquanto, continuaremos usando essa,” afirma. ■

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Fundações Rasas

Fundações Profundas

Sapatas alavancadas

Estacas de madeira

Quando o projeto prevê uma sapata em divisa de terreno ou com algum obstáculo, a peça não consegue ter o centro de gravidade e o centro de cargas coincidentes. Para compensar o peso das cargas, é necessário transferir parte dos esforços para uma sapata próxima por meio de uma viga alavancada.

As estacas de madeira são duras e resistentes à ação do tempo. Em geral são troncos de árvore, redondos, lisos, descascados e retos. O enterramento das estacas é feito com um bate-estaca, que suspende um peso (o maço) que ao cair sobre a cabeça da estaca, vai enterrando-a pouco a pouco.

Radier

Estacas de concreto

É uma laje que recebe cargas de todos os pilares. Por consumir um volume de concreto relativamente alto, é mais viável em obras com grande concentração de cargas.

Essas estacas são fabricadas previamente e transportadas prontas para o local de enterramento. Quando forem usadas já estarão com o concreto perfeitamente curado. São mais resistentes e duráveis que as estacas de madeira.

Sapatas corridas

Estacas de aço

Recebem as cargas direto das paredes. A transferência de carga é feita linearmente. Para paredes mais carregadas ou solos menos resistentes.

As estacas de aço são tubos com este material ou ferro fundido com ponta roncada que são enterradas não por percussão de um maço, mas por rotação.

Sapatas isoladas

Moldada “in loco” hélice contínua

As cargas vem apenas de um pilar. É, em geral, mais econômica porque consome menos concreto. As sapatas podem ter vários formatos, mas o mais comum é o cônico retangular, pois consome menos concreto e exige trabalho mais simples com a fôrma.

A estaca hélice contínua é de concreto moldado “in loco”, executada por meio de trado contínuo e injeção de concreto, através da haste central do trado, simultaneamente a sua retirada do terreno.

Sapatas associadas

Ômega

Utilizadas quando há pilares muito próximos. Como nas sapatas isoladas, o posicionamento da peça de fundação deve respeitar o centro de cargas dos pilares.

É uma estaca de concreto moldada “in loco”, ou seja, feita no próprio local. Com ausência total de vibração ou distúrbios durante a execução.

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Construtores

Francisco Araújo

Sinduscon enfrenta desafios Para Sindicato, crescimento precisa vir acompanhado de planejamento e legalidade nos registros dos imóveis

A

escolha de Manaus como uma das cidades sede da Copa de 2014 e o recente "boom" imobiliário experimentado na capital amazonense trazem otimismo para os empresários locais da construção civil. Mas esse crescimento do setor somente trará resultados positivos se estiver acompanhado de planejamento, com parceria entre poder público e setor empresarial. Essa é a opinião do empresário Eduardo Lopes, 47 anos, proprietário da construtora Edec Engenharia, que ocupa atualmente a presidência do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon-AM), em um período com inúmeros desafios a serem superados. O presidente do Sinduscon tem entre suas maiores preocupações a elaboração do Plano Diretor de Manaus. “Esse é um dos gargalos que temos hoje. Uma de nossas grandes preocupações. O novo Plano Diretor da cidade precisa sair para que enquadremos nossos projetos. As mudanças podem ser grandes e isso seria complicado para obras em andamento”, explica. Outro problema encontrado pelas construtoras de Manaus, segundo Lopes, é a situação irregular de grande parte dos terrenos existentes na área urbana. “Há muitos terrenos sem legalização. Sem o título definitivo de propriedade. É preciso legalizar esses imóveis”, adverte.

Presidente do Sinduscon-AM, Eduardo Lopes, defende parcerias com o poder público

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Construtores

Qualificação

Entre as prioridades do Sinduscon está a adequação da mão-de-obra às necessidades da construção contemporânea. Segundo Lopes, há dificuldade de se encontrar mão-de-obra qualificada no mercado local. “E diante do prognóstico de aumento do número de obras na cidade para os próximos anos, trata-se de uma questão muito preocupante”, analisa. “Contamos com apoio dos governos do Estado, Município, Sesi e Senai para formar profissionais e, mais do que isso, qualificá-los acompanhando a evolução do mercado”, afirma. A orientação dada às empresas filiadas ao Sinduscon é ­preparar os trabalhadores dentro do próprio canteiro de obras. “Nossa prática é contratar, ver a aptidão e formar dentro do canteiro. Até porque fica mais fácil a pessoa estudar quando já está empregada. Tem renda e tem trabalho. Fica tudo mais fácil”, opina. Eleito para presidir o sindicato das construtoras no triênio 2009/2012, Eduardo Lopes tem pressa em cumprir

promessas que fez durante sua campanha. “Me comprometi junto aos colegas e preciso cumprir esses compromissos”, afirma. Um deles é aumentar o número de construtoras associadas ao Sinduscon. “Temos poucos associados diante do número de empresas. Uma das ­nossas metas é aumentar significativamente esse número”, explica. O Amazonas tem aproximadamente 400 construtoras, das quais apenas cerca de 110 são filiadas ao sindicato. Copa do mundo

Mas nem tudo são desafios a ser superados no universo da construção civil em Manaus. Muito pelo contrário. As perspectivas trazidas pelas obras, que nos próximos anos vão preparar a cidade para abrigar jogos da Copa de 2014, são muito positivas. “A Copa do Mundo pode trazer benefícios públicos como o monotrilho, o BRT (Bus Rapid Transit) e a Arena da Amazônia. Paralelo a isso, há as obras que têm de ser feitas, como investimentos na rede hoteleira, indústria e comércio”, conclui. ■

Serviços de Engenharia

Serviços Ambientais

Gerenciamento de elaboração e execução de projetos Estudos de impacto de vizinhança Análise prévia de tráfego - APT Laudos e vistorias técnicas Plano Diretor Urbano Licenciamento de projetos

Programa de recuperação de área degradada Plano de Controle Ambiental - PCA EIA / RIMA Estudo Ambiental Simplificado - EAS Monitoramento ambiental Licenciamentos ambientais Estudos de Análise e Avaliação de Riscos - EAAR Modelagem matemática de dispersão atmosférica

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Rua Salvador, nº 120, sala 704 - Adrianópolis,

Fone: (92) 3321 2512

Fax: (92) 3321 2513


Fotos: Francisco Araújo

Operários

Trabalhadores recebem informações sobre obrigações patronais, a fim de que evitem se submeter a salários e condições laborais que desrespeitam a legislação

Operários organizados discutem seus direitos Sindicato dos trabalhadores defende melhores condições salariais e participação nos lucros das empresas

N

os últimos meses, a principal luta encampada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial do Amazonas (Sintracomec/AM) foi a do reajuste salarial da categoria. Essa está longe, contudo, de ser a única reivindicação dos trabalhadores da construção civil. “Temos que buscar juntos cada vez mais melhorias para a classe trabalhadora do setor da construção civil. Ao longo dos anos, construímos um patrimônio para proporcionar lazer e mais qualidade de vida, e isso está ao alcance de todo associado”, afirmou Roberto Bernardes, ao se reeleger, no início de 2010, para um segundo mandato de quatro anos como presidente da instituição sindical. Na chapa, Cícero Custódio, o Sassá, foi eleito vice-presidente. De acordo com Bernardes, a questão salarial é uma das principais discussões nas reuniões da categoria. Afinal, trata-se de um interesse primordial de todos os associados. Tanto que os trabalhadores da construção civil per-

Presidente do Sintracomec/AM, Roberto Bernardes, quer novas regras no setor

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Operários

O conhecimento da realidade do mercado é fundamental para que os operários tenham melhor qualidade de vida

maneceram em greve por 14 dias. O término do movimento aconteceu no dia 23 de julho, com reajuste salarial de 2,24% de ganho real, mais reposição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O reajuste totaliza 7%, sendo que 6% foram pagos em julho e o restante será pago em 2011. E se havia alguma dúvida de que muitas outras reivindicações fazem parte do dia-a-dia dos sindicalistas e dos associados, ela se dissipou com a movimentação encontrada pela reportagem quando esteve na sede do sindicato. Um grupo de trabalhadores do canteiro de obras de um condomínio paralisou o trabalho e foi ao sindicato denunciar as péssimas condições da alimentação oferecida pelo empregador. De acordo com a diretoria do Sintracomec, esse tipo de manifestação por parte dos trabalhadores também faz parte do cotidiano do sindicato. Filiação A exemplo do sindicato patronal, que tem entre seus desafios o crescimento do número de associados, o Sintracomec também se ressente do contingente de trabalhadores da construção civil que não é filiado ao 46|Manaus casa & construção

sindicato. “Há mais de 40 mil trabalhadores da construção civil somente na capital. Desses, apenas 15 mil são sindicalizados”, estima o vicepresidente Cícero Custódio, o Sassá. A pior consequência desse contingente de mão-de-obra não sindicalizado, segundo Sassá, é o desrespeito a alguns direitos já adquiridos pelos trabalhadores da categoria. “Há aproximadamente 25 mil trabalhadores sem carteira assinada, ou seja, não sindicalizados. Isso dificulta também nossa luta pelo acerto da faixa de salário para a categoria”, lamenta o sindicalista, esclarecendo que muitos dos trabalhadores não sindicalizados costumam aceitar salários e condições de trabalho não condizentes com os sugeridos pelo sindicato. Qualificação Na luta pela formação e aprimoramento dos profissionais da construção civil, o Sintracomec costuma firmar parcerias e utilizar o espaço físico de sua sede para a realização de cursos. “O sindicato oferece diversos cursos que são realizados no nosso auditório. A qualificação é uma das nossas principais lutas porque dá ao trabalhador condições melhores

de negociar sua força de trabalho”, afirma o vice-presidente. Um dos principais parceiros, segundo ele é o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam). Entre os cursos oferecidos destacam-se os de eletricista, bombeiro hidráulico, leitura de projetos, carpintaria e desenho. “O sindicato entra com o espaço físico, com o valetransporte e com um lanche; o Cetam entra com o professor. Os empresários, por enquanto, não estam entrando com nada”, explica Sassá. Copa do mundo Para os trabalhadores do setor de construção civil, as obras da Copa do Mundo de Futebol 2014 são apenas motivos de preocupação. A diretoria do Sintracomec se diz apreensiva e atenta ao que pode acontecer com o mercado local. “As obras da Copa são um grande problema para o sindicato. As duas grandes construtoras que vão realizar algumas das principais obras não cumprem a convenção da construção civil e montagem. Cumprem a convenção da terraplanagem, que é diferente”, denuncia o vice-presidente. Para garantir que a convenção da categoria seja respeitada pelas empresas durante a realização das obras da Copa, a diretoria do sindicato já enviou documentos ao Ministério do Trabalho e ao Ministério Público. A fiscalização por parte do poder público, aliás, é uma das principais reivindicações do Sintracomec. “É uma luta conseguir aumentar a fiscalização. Atualmente, só o sindicato está fiscalizando os canteiros de obra. É por isso que muitos contratantes não assinam a carteira do trabalhador. Falta a contribuição das autoridades”, cobra Sassá. ■


Perfil

empresarial

RD Engenharia Fotos: JJ Soares

15 anos de história na construção Construtora entrega obras com acabamento perfeito, em função do seu padrão de qualidade e certificações

F

Diretor geral da RD Engenharia, Romero Reis, em frente a prédio construído pela empresa

undada há 15 anos em Manaus, a construtora RD Engenharia nasceu com o pensamento inicial de atender às necessidades de orçamento, planejamento e elaboração de projetos arquitetônicos. Mas no decorrer do primeiro ano, essa meta foi ampliada para execução de obras, uma nova frente de negócios que só vem crescendo, acompanhando o desenvolvimento da capital. Durante esse tempo, foram ­executadas 106 obras, entre residenciais, prediais, galpões e hotéis, numa área total de 1milhão de m ­ etros quadrados. Para o diretor técnico da RD Engenharia, o engenheiro Luiz Dutra, na empresa existe uma predisposição para aceitar desafios, por isso foi gradativamente sendo conquistado o mercado amazonense, sempre com o diferencial da busca por soluções. “Aceitamos desafios e não desistimos frente aos obstáculos, nos habilitamos

a fazer qualquer tipo de obra, possuímos um corpo técnico grande e competente e não vemos obras difíceis, obra é obra, vamos planejar e executar”, afirma. Tendo à frente o diretor geral, Romero Reis, a RD Engenharia vem desenvolvendo projetos não só na construção civil, mas também nas áreas filantrópicas, social e ambiental. “O aspecto social é muito importante, pois o maior valor da empresa não está nos recursos materiais que ela tem e sim no capital humano, se ­reconhecemos a importância disso, podemos comprovar através de ações que valorizem as pessoas”, elucida o diretor. A questão ambiental é respeitada pela empresa. Segundo Romero, são reciclados materiais e resíduos que as obras produzem, além da RD possuir um sistema de coleta. “Os materiais que utilizamos são selecionados e Manaus casa & construção|47


Perfil

empresarial

procuramos ­ atender as exigências ambientais e de segurança. Isso torna a empresa preocupada não só em construir, mas em agir com ­responsabilidade social”, e­ sclarece. QUALIFICAÇÃO

Vários funcionários foram beneficiados em cursos de graduação, pósgraduação, mestrado e doutorado custeados pela empresa, como ação voltada à responsabilidade social e como prova de valorização profissional. Para o engenheiro civil Geandre Sá Colares, pós-graduado em Gestão de Projetos e Obras, um dos funcionários que teve os estudos incentivados pelos empregadores, a iniciativa oferece uma excelente oportunidade para qualificação profissional, que é revertida em conhecimento colocado à disposição dos negócios. “A empresa nos ajuda muito com isso, principalmente profissionalmente. Hoje coloco em prática, dentro da firma, o que aprendi no curso, por exemplo, como realizar cada serviço de forma racional”.

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Na questão filantrópica, a RD Engenharia presta apoio há cinco anos ao Lar Batista Janell Doyle, onde assiste hoje 400 crianças, ­divididas em três projetos: sociofamiliar, abrigo e creche. De acordo com a diretora da Instituição, Magaly Araújo, se outras ­ empresas tivessem a mesma sensibilidade, o Lar Batista Janell Doyle não ­estaria passando por necessidades. “A participação da RD faz muita diferença em nossas vidas. Ela entra mensalmente com um valor expressivo, mas não é só isso, nas horas de angústia ­ podemos ­ contar com a afetividade oferecida pela direção”, ­afirma. Principais Obras

A RD Engenharia atua nas áreas pública, privada/institucional e imobiliária. Dentre as várias obras realizadas merecem destaque a restauração da Igreja Matriz, a construção da Arena Amadeu Teixeira, a realização do Distribution Park Manaus, bem como a edificação da sede da Petrobras e o erguimento do Hotel Sleep In, entre outras.

Segundo o diretor geral da empresa, Romero Reis, todas essas construções foram desafios vencidos, pois exigiram muito, tanto em peculiaridades como em engenharia. “A restauração da Matriz exigiu serviços que não são comuns às construtoras, por ser uma obra artística. A Arena Amadeu Teixeira foi complicada, por ser uma obra grande e com o prazo de término estipulado em sete meses. O Distribution Park Manaus é constituído por dois galpões industriais de alto padrão, em uma área de 110 mil metros quadrados.Ele e­ xigiu precisão e foi concluído em 15 meses. A sede da Petrobras, por ser uma referência mundial, nos deu muito orgulho e o Hotel Sleep In foi entregue seis meses antes do prazo. Todas as suas unidades foram vendidas em quatro dias”, afirma. Outros dois empreendimentos são apontados pela direção da empresa como grandes conquistas: a Câmara Municipal de Manaus, construída há três anos, e o Manaura Shopping, neste emprendimento a construtora participou de toda a infraestrutura, desde a preparação da área, passando pela terraplenagem, drenagem, a construção das pontes, fundações, estruturas de concreto e alvenaria. “A RD Engenharia esteve presente nas partes básicas da obra. Foram aplicados 70 mil metros cúbicos de concreto e se colocássemos todas as estacas em linha reta daria em torno de 50 quilômetros de fundação, só pra ter a ideia da grandeza da obra”, ilustra o diretor. A construtora atende todos os públicos. No dia 15 de junho lançou o empreendimento Bela Vista, no bairro Santa Etelvina, Zona Norte de

Parlamento municipal foi construído pela Construtora


Manaus, com 304 unidades. Os apartamentos têm 44 m², dois quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço. O conjunto é inscrito no Programa do Governo Federal, "Minha Casa Minha Vida", com financiamento feito pela Caixa Econômica Federal. Um novo projeto a ser apresentado pela construtora é o Residencial Primavera, o qual será entregue em dois anos, mas ainda está em fase de aprovação. Ele será construído no bairro Dom Pedro, próximo ao DB da Ponta Negra, Zona Centro-Oeste da capital. Os prédios vão ter quatro pavimentos, com 470 unidades, com uma área individual de 50 m². O valor oscilará entre R$ 100 e R$ 200 mil. Expansão

A empresa atua também há 4 anos em Boa Vista/Roraima e já executou obras residenciais, empreendimento para a Caixa Econômica Federal (288 apartamentos), AmazonGás, entre outras. Em virtude do crescimento do Estado de Rondônia, a construtora está desde o ano passado em Porto Velho e pretende expandir os negócios na região. De acordo com o Diretor Romero Reis, a RD Engenharia está criando o projeto de um hotel com 150 apartamentos e 10 andares. Será numa localização privilegiada, próximo A RD Engenharia participou da restauração da Igreja da Matriz, no Centro

Manauara Shopping, um dos mais modernos da cidade, é uma realização da empresa dirigida por Romero Reis. A concepção arquitetônica do prédio foi inspirada na cultura regional Manaus casa & construção|49


Perfil

empresarial

ao centro administrativo da cidade e a meio caminho do aeroporto. Esse projeto ainda está aguardando liberação de financiamento. “Vai ser um hotel de uma classe tipo Sleep In, o qual iniciaremos as obras no máximo em 120 dias”, esclarece. O mundo passa por uma onda de desenvolvimento. O Brasil descobriu uma arma poderosíssima que é o mercado interno. No Amazonas, o modelo econômico impacta as empresas, o fato de tentar prosseguir com um modelo de incentivos fiscais da Zona Franca permitiu muitas oportunidades de negócios, na área privada. “O ideal é que os incentivos sejam perenizados. A prorrogação dos incentivos foi um aspecto fundamental para impactar a empresa, porém o ciclo que ­ainda está por vir permitirá o equilíbrio pleno, para usufruirmos de todos os benefícios que a estabilidade ­econômica oferece”, finaliza Romero Reis. ■

50 |Manaus casa & construção 50|Manaus casa & construção

Empresa Certificações ISO 9001, ISO 1401 e ISO 1801

Principais obras Sede da Petrobras em Manaus, restauração da Igreja Matriz, Câmara de Vereadores, Manauara Shopping, Arena Amadeu Teixeira, Distribution Park Manaus, Hotel Sleep In, entre outras.

Funcionários 460 fixos, mas podendo chegar a 2.000

Lançamentos Bela Vista e Residencial Primavera

92

3671-0275

Av. Brasil, 3953 - Vila da Prata gkrul.comercial@yahoo.com.br


Decoração

Sala na medida certa, com aconchego e beleza Avaliação criteriosa dos espaços permite escolha certa de móveis, trazendo conforto e sofisticação Fotos: JJ Soares

Escolha correta dos componentes permite praticidade no dia-a-dia e requinte no momento de receber visitas

I

nspiração e uma consultoria especializada ajudam na hora de escolher a sala certa para compartilhar os melhores momentos em casa. Antes de dispor os móveis, você já parou para pensar: qual é o tamanho desta área, se ela tem espaço suficiente, se a luminosidade é boa, se não há quantidade exagerada de objetos? Para decorar esse espaço de maneira adequada, não basta cuidar da beleza do ambiente. É preciso levar em conta a praticidade do diaa-dia e o conforto para receber as visitas. O designer e projetista da loja Stok Casa, do bairro Dom Pedro, Mauro Santana, dá algumas dicas de como deixar sua sala aconchegante. “Se a sala for grande e comportar uma sala de jantar completa e um escritório, ótimo”. Mas, atualmente, os cômodos de casas e apartamentos são pequenos e até os móveis vendidos nas lojas seguem este padrão. “Então, o primeiro passo é conhecer bem a Manaus casa & construção|51


Decoração

sua casa, ter intimidade e perceber cada canto, saber seus prós e contras, ou seja, aproveitar ao máximo a capacidade que seu cômodo pode oferecer, sem abusar para que prevaleça o conforto”, explica. Um exemplo disso é a distância que o aparelho de televisão fica do sofá logo à frente. O ideal para uma TV de LCD 32” é ficar distante três metros do sofá. Mas se sua sala não

tem tamanho suficiente para isso, o certo seria ter um equipamento menor. Use sempre o bom senso. Se a sala for grande, saiba que a área de trabalho deve ficar mais distante da rotina doméstica. Segundo a empresária do setor de modas, Cintia Kiarele, a decoração e o estilo escolhido para sua casa com 100 m² de área, foi um processo bastante cuidadoso, planejado e de-

senvolvido pelo arquiteto e urbanista Kleyton Marinho. Living, home e sala de jantar, foram, minuciosamente, trabalhados. A proprietária, queria algo que desse mais conforto ao seu esposo e filhos, um lugar bem arejado no qual não interferisse na circulação das crianças. Assim, as salas foram integradas, bem de acordo com o desejo da família, que fazia questão de amplos espaços e liberdade de circulação. ■

O QUE É MDP É a abreviação de Medium Density Particleboard, mas também significa mais qualidade e versatilidade nos seus móveis. Composto de partículas de madeira aglutinadas com resinas especiais, os painéis de madeira MDP são muito mais resistentes e ideais para diversas aplicações.

MDP E MDF Nos painéis de MDP, são utilizadas partículas de madeira em camadas, ficando as mais finas na superfície e as mais grossas no miolo. Já no MDF, aglutinam-se as fibras de madeira. Ambos são painéis de madeira de media densidade, sendo que o MDF é ultilizado em cantos e superfícies mais arredondados, e o MDP é indicado para a produção de móveis residenciais e comerciais de linhas retas.

Sala em estilo esportivo valoriza os móveis. Tapete remete à África dos animais da savana 52|Manaus casa & construção


Móveis em MDF são resistentes. Acabamento refinado transmite beleza em ambientes planejados, com a vantagem de um design arrojado, mas com leveza funcional

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Divulgação

Estilo

Requinte na cozinha

Móveis modulados e eletroeletrônicos de última geração permitem planejar área, que atende às necessidades do dia-a-dia, e propicia momentos de lazer

Fotos: JJ Soares

Ambiente foi integrado a área de convívio. Eletrodomésticos e móveis modernos trazem praticidade

M

ais que um simples lugar onde se preparam os alimentos, a cozinha tornou-se um local de requinte e bom gosto. Moderna, prática e funcional é o que todo mundo sonha ter. Uma das novidades no mercado são as cozinhas em estilo gourmet, que passou a ter essa designação, inspirada no termo francês utilizado para designar os apreciadores de vinho e da boa comida. Essa tendência goumert, juntamente com a americana, que incorpora cozinha à sala, trazem o espaço gastronômico para o centro das atenções. Embora possamos encontrar diversos tipos de cozinha, nem todos modelos se adaptam ao espaço disponível. Por outro lado, também a colocação dos próprios móveis e eletrodomésticos depende do desenho do projeto interior do imóvel. Os equipamentos podem continuar a adotar a famosa distribuição triangular formada por fogão, geladeira e 54|Manaus casa & construção

Detalhe com granito refina ambiente em estilo americano


JJ Soares

uma bancada de trabalho ao longo das paredes. No entanto, quando a ideia é lidar com as panelas sem perder o contato com o pessoal na sala, o melhor recurso são as ilhas. Para se ter uma ilha, é preciso contar, no mínimo, com 1 metro livre em torno dela. Cozinhas quadradas são perfeitas para isso, já as retangulares devem ter peças mais estreitas. Com a valorização da cozinha veio também uma série de opções em acessórios para deixar o espaço goumert mais elegante. O sistema elétrico e de iluminação, seja no interior dos armários como elemento decorativo ou no teto para iluminar o espaço foi valorizado, os armários direcionados à bancada de trabalho também recebem iluminação. Os pontos de luz numa cozinha são essenciais para dar um tom mais requintado ao ambiente. Geladeira e freezer integrados de aço escovado, fogão de mesa com função elétrica ou a gás, forno elétrico com diferentes funções e coifa com design assinados são alguns 'eletrodomésticos inteligentes'. ■ Estante com características de design clean, é uma tendência em residências de jovens casais

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JJ Soares

Design

Escolha criteriosa dos detalhes com design, aliada a equipamentos de som, imagem e decoração transforma espaço em local para esquecer os problemas do cotidiano

Banheiro com lazer Equipamentos tradicionais ganharam acessórios, que transformam a hora do banho em momento de diversão

O

s banheiros vêm deixando de ser apenas um ambiente utilitário, usado rapidamente, como por exemplo, para uma ducha rápida. Equipamentos rotineiros, como a banheira que estava praticamente esquecida, devido à falta de tempo para um banho mais prolongado, estão ganhando acessórios e funcionalidades, que transformam a hora do banho em um momento de prazer. Produtos sustentáveis com design contemporâneo e cores na tendência da moda: branco, laranja, roxo e cinza são empregados com frequência. Os mais desejados são as duchas com monitoramento digital de tempo e temperatura, cabines de banho com entrada para MP3 e telefone viva-voz, banheiras com televisores LCD, torneiras com controle maior de vazão da água, vasos sanitários com duplo acionamento de descarga, acabamentos para válvula com sensor de aproximação das mãos e misturadores para banheiras e pias com jato regulável. São novas tendências que transformam os banheiros em um bom lugar para relaxar e tirar o estresse. É tudo que precisamos depois de um dia corrido de trabalho. Principalmente, quando cada vez mais pessoas buscam momentos de prazer e relaxamento durante as poucas 56|Manaus casa & construção

Utilização de espelhos transmite a sensação de um ambiente mais amplo

horas livres que lhes restam no dia. Atentos a essa necessidade da vida moderna, empresas e especialistas vêm desenvolvendo conceitos e produtos que vão ao encontro dos desejos dos consumidores, de terem em suas casas alta tecnologia, aliada ao conforto e ao design diferenciado. ■ Francisco Araújo


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Francisco Araújo

Sustentabilidade

Restaurante Távola Redonda, localizado na avenida André Araújo, no bairro do Aleixo, utiliza madeiras certificadas em seus móveis. Prática, além de preservar meio ambiente, é diferencial ecológico

Madeira certificada

Produto preserva o meio ambiente,

traz lucro para empreendedor e benefícios para população tradicional

A

certificação de madeira surgiu para atender às exigências de um mercado preocupado em identificar a procedência e qualidade do material utilizado. Essa prática garante que o produto seja proveniente de manejo florestal, extraído por meio de práticas ambientalmente e socialmente corretas, o que estabelece uma relação de confiança com o consumidor, tornando-se um diferencial no momento da compra. Os produtos mais comuns são móveis, marchetaria, cabos de vassouras, painéis, portas, janelas e instrumentos musicais. Em Manaus, uma das referências na fabricação destes materiais é a Oficina Escola de Lutheria da Amazônia (Oela). Nela, são produzidos violões, baixos, 58|Manaus casa & construção

guitarras, entres outros instrumentos. O local é conhecido no Brasil e no Mundo, sem falar no papel sócioeconômico desenvolvido na Amazônia, no qual capacita pessoas a trabalhar com madeira, além de funcionar como educadora ambiental. Segundo dados da Ema Florestal, em 1998, a demanda por madeira licenciada no mundo foi de 9 milhões de metros cúbicos, mas não houve oferta suficiente para atendê-la. Hoje essa realidade começa a mudar. Existem empreendimentos que trabalham unicamente com produtos licenciados, como é o caso da madereira Precious Wood Amazon (antiga Mil Madeireira), em Itacoatiara.


O processo de certificação da madeira é feito por órgãos independentes credenciados pelo Forest Stewardship Council (FSC), que avalia se o produtor obedece a práticas voltadas a reduzir o desmatamento e respeita critérios socioambientais mais exigentes, como os relacionados aos direitos de posse da terra das comunidades ribeirinhas, dos povos indígenas, dos trabalhadores da floresta, benefícios florestais, impacto ambiental, plano de manejo, monitoramento e avaliação, manutenção de floresta de alto valor de conservação e plantações. No Brasil, são credenciadas pelo FSC, as certificadoras IMO (Instituto de Mercado Ecológico), SCS - Scientific Certification System, Programa Smart Wood, Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), SGS ICS Certificadora Ltda., Control Union Certifications - Skal International. Estas certificadoras estão autorizadas a avaliar as unidades de manejo florestal, empresariais ou comunitárias, e as indústrias processadoras. Existem florestas certificadas pelo sistema FSC em 66 países dos cinco continentes. O Brasil é o país com maior número de empreendimentos e com a maior área

certificada da América Latina, somando 3,5 milhões de hectares de florestas naturais e plantadas certificadas, com empreendimentos empresariais e comunitários. De acordo com a gerente de certificação da Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS), Maria de Jesus, a demanda ainda é pequena no mercado, pelo fato de haver apenas uma madeireira que trabalha em larga escala com produtos licenciados no Amazonas. Segundo ela, a ADS se preocupa em adequar o pequeno produtor para a certificação. “Ainda não fazemos certificação, apenas levamos informações aos produtores, mas já estamos com uma equipe trabalhando para futuramente certificar o pequeno, o médio e o grande produtor”, esclarece. A madeira certificada gera benefícios, tanto ao consumidor, quanto ao produtor. Ao primeiro a garantia de que o item é gerido de forma sustentável e ao segundo, acesso a novas fontes de renda, financiamentos em bancos privados, credibilidade junto aos setores social e ambiental, bem como, abertura para novas certificações. Oriunda de um plano de manejo específico, a madeira certificada é ambientalmente adequada e economicamente viável. ■

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Foto: Ana Cláudia Jatahy

Artigo

O caminho da Cidade *Carlos Valente

N

o período de 2000 a 2009, segundo o IBGE, a população de Manaus passou de 1.405.835 para 1.738.641 habitantes, apontando um crescimento populacional de 23,6%. Considerando que na próxima década (2010-2019) poderá se observar, no mínimo, uma taxa de crescimento semelhante, face às variáveis que hoje se apresentam (Copa 2014, Região Metropolitana, crescimento do Pólo Industrial de Manaus, maiores investimentos em infraestrutura e gasoduto), o impacto desta premissa, será o advento de mais 411.588 habitantes na Cidade de Manaus, o que nos leva a refletir: Como

será o desenvolvimento da cidade e de seu entorno, para atender o incremento da população e suas demandas, como mobilidade, habitação, abastecimento de água, luz, esgoto, equipamentos de saúde, segurança e educação? Como diretriz para discussão entendo que algumas premissas estruturantes ou condicionantes são indispensáveis, para que Manaus tenha um desenvolvimento urbano equilibrado e com acréscimo de qualidade de vida. Destaco como itens fundamentais a sustentabilidade ambiental, a mobilidade urbana, o planejamento e gerenciamento do uso e ocupação do solo urbano. Tudo isso articulado com

Centro histórico precisa ser valorizado, com objetivo de manter identidade urbanística da metrópole da floresta amazônica

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Fotos: JJ Soares


Trânsito, um dos nós viários de Manaus, tem sido uma das 'dores de cabeça' da administração pública municipal

o sistema viário, plano de investimento na infraestrutura urbana (água, luz, drenagem) e programas dos governos estaduais e municipais articulados, entre si, e ao governo federal. A sustentabilidade ambiental passa, prioritariamente, pela proteção das margens e cursos d’água, a implantação dos corredores ecológicos urbanos e a implantação de áreas verdes significativas (parques ambientais urbanos) articuladas à estrutura ambiental já existente. Tudo isso, precedido de um macro plano estratégico, que contemple as demandas e variáveis (orçamento e execução) de médio e longo prazo. A mobilidade urbana deve tratar entre outros aspectos, de forma integral e acessível, as necessidades dos moradores da cidade em toda sua escala, a começar pelo resgate das calçadas para os pedestres, evoluindo

para o incentivo e implantação de ciclovias, sistemas regionais e locais de tráfego atrelado a regiões de interesse comum (indústrias, comércio, serviço), sistema de transporte coletivo eficiente, de qualidade e confiável. Bem como, a definição de horários, locais e tipo de veículos destinados ao fluxo de carga e descarga de mercadorias, aprimoramento das estruturas e sistemas de gerenciamento do trânsito da cidade. O uso e ocupação do solo urbano de Manaus deve ser repensado buscando-se definir uma articulação com o sistema viário existente, bem como com as urgentes ampliações necessárias. Novos mecanismos (parâmetros urbanísticos, IPTU, operação consorciada ou PPP) de incentivo ao adensamento em áreas onde a infraestrutura permite maiores atividades habitacionais, de serviços e comércio.

Definições de novas áreas industriais, segmentadas por porte de impacto e escala de operação, melhor articuladas a logística de transporte aéreo, fluvial ou rodoviário e aos sistemas de abastecimento de energia e gás natural são fundamentais. O incremento populacional previsto obriga a definição e implementação urgente e contínua por parte das concessionárias de serviços públicos de um plano de investimento na infraestrutura urbana (água, luz, drenagem, comunicação e fibras ópticas, por exemplo), sem o que, teremos, inapelavelmente, a volta dos apagões, racionamentos e falta d’água, transbordamentos nas margens de igarapés e a continuação de um sistema de comunicação de baixo padrão, notadamente internet e telefone celular. Essas demandas só serão devidamente abordadas e enfrentadas se os programas e projetos dos governos estaduais e municipais forem construídos e articulados entre si. A grandeza do desafio, não permite espaços para egoísmos e vaidades que não sejam a superação dos problemas e a satisfação das necessidades da população de Manaus em 2019. Neste sentido, a participação dos governos estadual e municipal junto ao Governo Federal é indispensável, não só na solicitação de financiamentos dos programas e projetos, mas participando nas discussões e formatações das políticas públicas, notadamente, na área do Ministério das Cidades. Está na hora de provarmos que sabemos nos desenvolver de modo integrado e sistêmico, deixando para trás o empirismo e o semi profissionalismo. Devemos buscar nossas inteligências e experiências de profissionais locais para resolvermos o nosso presente e futuro. ■ *Engenheiro Civil e Consultor

Manaus casa & construção|61


JJ Soares

Ensino

Estudantes escolhem cursos de Engenharia e Arquitetura, em função das opções de emprego, e, pelas possibilidades de atuação em diferentes segmentos profissionais

Universitários apostam no conhecimento

Universidades investem nos cursos de Engenharia e Arquitetura para suprir demanda do mercado local

C

om o aquecimento do mercado imobiliário e o “boom” da construção civil, cresce a procura por engenheiros civis e arquitetos em Manaus. Diante disso, as universidades públicas e particulares ampliaram as ofertas de cursos de Engenharia Civil e Arquitetura, na tentativa de acompanhar a demanda e suprir as necessidades do mercado. As instituições de ensino superior Uninorte, Uninilton Lins, Unip, Ufam - há 50 anos - e UEA formam profissionais em Engenharia Civil. A Ufam, este ano, implantou o curso de Arquitetura e Urbanismo, A Escola Superior de Tecnologia (EST, antiga Utam), hoje no escopo da UEA, em 35 anos já formou aproximadamente 40 turmas de Engenharia Civil. Segundo o coordenador do curso, professor Paulo Yoppi, a importância do curso de Engenharia Civil, consiste em disponibilizar para o mercado de trabalho ­profissionais competentes e qualificados para desenvolver projetos em qualquer área. 62|Manaus casa & construção

“Preparando-os para superar desafios, independente de eventos como a Copa 2014”, explica. De acordo com a coordenadora do curso de arquitetura e urbanismo da Uninilton Lins, professora Ana Lúcia Abrahim, a universidade vem formando alunos desde 2004. “Dificilmente uma pessoa formada em arquitetura fica desempregada, pois temos um mercado extenso e durante o curso muitos alunos estagiam em empresas e depois ficam empregados”, explica. Tradição

A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) mantém sua tradição, pois está sempre voltada para atender às necessidades do mercado da construção civil na região. De acordo com a professora Heloisa Cardoso, desde o início do curso muitos secretários municipais e estaduais e outros profissionais, que hoje ocupam cargos importantes no Estado, se formaram em Engenharia Civil, na Ufam.


Opções

O aluno da UEA Samir Salles, do 7º período de Engenharia Civil, diz ter escolhido o curso pelo leque de opções que oferece e pela procura no mercado de trabalho. Segundo ele, a vantagem do curso de Engenharia é possuir várias áreas de atuação e a possibilidade de escolha entre elas. “Hoje temos um mercado muito abrangente e precisamos estar aptos para atender essa demanda. A construção civil passa por uma fase muito boa e junto com ela os profissionais, daí a importância em ter uma boa graduação”, ressalta.

Engenharia Civil

Horizontal

Arquitetura e Urbanismo

O aluno Leandro Santana, do 9º período de Engenharia da Ufam, defende a ideia de que é preciso repensar a forma de construir, pois em Manaus ainda é muito comum vermos construções verticais. Para ele, o ideal seria construir na forma horizontal. “Vivemos em uma metrópole com mentalidade provinciana. As construções, na grande maioria, são verticais, fazendo com que haja um adensamento da cidade, uma capital que já se encontra esgotada em relação à infraestrutura”, exemplifica. Vantagens

Sandro Moreira, aluno do 4º período de Arquitetura, do Centro Universitário do Norte (Uninorte), diz que o curso oferece inúmeras vantagens, entre elas, a disciplina de Paisagismo. “O curso de arquitetura é muito bom e amplo. Ele nos prepara para lidar com várias situações, como a urbanização de cidades, criação de projetos para pontes e outros itens, mas o que mais me encanta é a questão paisagística, em que aprendemos urbanizar sem corroer a paisagem local, e ainda criar paisagismo em áreas degradadas”, enfatiza. ■

O curso de Engenharia Civil oferece ao profissional capacidade para projetar, executar e supervisionar edificações residenciais, comerciais e industriais. Construir casas e prédios, rodovias, ferrovias, portos, pontes, viadutos e aeroportos. Dentro de cada área pode-se atuar em projetos, consultoria, diretamente nos empreendimentos ou se dedicar à infraestrutura.

O curso de Arquitetura e Urbanismo oferece aos alunos métodos científicos para que possam criar soluções aos problemas de organização do espaço físico, competência para elaborar e executar projetos, que, após concluídos, lhes permite atuar nas áreas de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo.

Paisagismo

Residencial Institucional Paisagismo Comercial Interiores Urbanismo

Nesta área, o profissional está apto a formular, realizar e gerir projetos paisagísticos, avaliando as condições dos terrenos destinados a zonas de lazer, comerciais, industriais e residenciais, edifícios públicos, entre outros, para garantir a ordenação estética e funcional da paisagem. É um profissional que utiliza os recursos da natureza para embelezar ambientes.

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Foto: Luan Vasconcelos

Projeto

Resultado final de um trabalho intimista, realizado por experientes arquitetos, foi um prédio contemporâneo com estilo, leveza, praticidade e ecologicamente correto

Reforma autoral Projeto elaborado criteriosamente adequou prédio às necessidades da empresa com baixo custo

A

pós a compra do prédio de 246,86 m² foi um desafio ao proprietário adequá-lo às necessidades de seus negócios. O local era uma antiga residência de dois andares de arquitetura simples e com o design completamente ultrapassado. O empresário Rômulo Queiroz Barbosa, proprietário da Dexy I Automação Pneumática, conta que queria mudar o visual da empresa, para dar mais conforto aos funcionários e clientes. Contratou os serviços dos arquitetos

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Achilles Fernandes e André Sá, que elaboraram o projeto arquitetônico da empresa, inclusive o da decoração com móveis da loja S.C.A. Manaus. Os detalhes mais exclusivos ficaram a cargo da Dinâmica Design, que deu um toque especial no ambiente. A reforma fez com que o espaço ficasse mais aconchegante, onde o cliente sente-se em casa. Segundo os arquitetos, as intervenções abrangeram toda a construção, obrigando a realização de um EIV (Estudo de Im-


pacto de Vizinhança), para aprovar o projeto. Outra preocupação foi a permeabilidade das águas da chuva, para evitar inundações. Por esse motivo, todo o entorno da edificação e o recuo frontal abriga um jardim. Com essa solução também foram reduzidas as ondas de calor, que poderiam ser irradiadas para dentro da edificação, causando aumento do uso do ar condicionado. Paisagismo

Um detalhe decorativo do projeto, além dos quadros nas paredes, são os pequenos jarros de cactos sobre as mesas. Observa-se no centro de uma das salas uma mesa em aço escuro com tampo de vidro e cadeiras brancas altas, além do paisagismo com plantas naturais na área interna, dando um toque de sofisticação para o ambiente destinado ao atendimento do público. Na entrada da empresa, foram colocados um corrimão em aço inox e porta com vidro temperado. No piso superior foram instalados compartimentos como sala da diretoria, administração, estoque e o lava-

bo. Os banheiros receberam revestimento com piso de cerâmica e portas em vidro embaçado temperado. A escada que dá acesso ao piso superior foi projetada com design moderno em aço inox e concreto, ganhando destaque sem interromper a integração visual da área da recepção. O conceito Dexy I organiza os espaços e compõe os ambientes de maneira a oferecer sensações agradáveis aos usuários, em cada momento de sua estadia na empresa. Assim, a área de espera está disposta ao longo do prédio oferecendo espaços mais abertos, e ao mesmo tempo mais intimistas, com diferentes equipamentos expostos na vitrine localizada na recepção. Desfruta-se com esta ambientação de um espaço casual. Para o empresário Rômulo Queiroz Barbosa, a construção e decoração de sua empresa foi um investimento do qual ele não se arrepende. “Foi um projeto inovador que supriu, não só as minhas expectativas, como as dos funcionários e clientes. Um investimento que me deixou feliz”. A obra custou R$ 300 mil. ■

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Foto: Ricardo Litaiff

Artigo

Presidência da Província *Pontes Filho

P

aço da Liberdade. Paço Municipal. Ex-prédio da Prefeitura. São formas de "chamar" o Palácio da Presidência da Província, solo de muitas memórias, construído a partir de 1874, e que serviu para sediar a Província do Amazonas. De estilo neoclássico, possui um único pavimento subdividido simetricamente em três secções. Na parte central, um pórtico de duas colunas e duas pilastras de estilo toscano, que sustentam um entablamento simples com um frontão vazado por um óculo. O ano de sua conclusão ainda é objeto de divergência entre pesquisadores, no entanto, sua relevância para composição do acervo de memória do Estado, é inquestionável. Memórias de um tempo que demandava grande ousadia para fazer acontecer a Província recém-criada. Tendo chegado a Manaus, após 17 dias de viagem na barca Guapiaçu, Tenreiro Aranha tomou posse em 01/01/1852 e permaneceu à frente da Província somente cerca de cinco meses. Teve de alugar um sobrado para instalar a Presidência, já que não havia um único prédio público em condições de servir a esse fim. Ao comunicar tal fato à Corte imperial, requereu recursos para edificar uma 66|Manaus casa & construção

sede apropriada para abrigar a administração provincial. Outros presidentes também solicitavam verbas para construir uma sede. Os recursos prometidos pelo Império nunca chegavam. Tempos difíceis, pois a arrecadação da Fazenda Provincial era baixa e houve déficit. Segundo Antonio Loureiro, “os anos de déficit correspondem aos de má administração”. O fato é que somente entre os anos de 1878-1884 parece ter sido concluída a obra, a princípio, destinada para sediar o Paço da Câmara, mas que, por ordem do então presidente José Clarindo de Queiroz, passou a servir de abrigo à presidência provincial. O Palácio da Presidência ainda assistiu diversas trocas Francisco Araújo

Palácio da Presidência da Província é referência da política amazonense e, no momento, está sendo restaurado

de governantes e, a partir de 1889, converteu-se de Palácio Provincial em sede da administração republicana. Abrigou os governos republicanos até 1917, ocasião em que o Estado adquiriu um palacete particular, o Palácio Rio Negro. Daí em diante, instalou-se no prédio o governo municipal e, ao deixar de ser sede da administração do município, entrou em reforma. No silêncio de suas paredes, corre um rio de memórias da vida política do Amazonas. ■ *Cientista social e escritor


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