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Os tecidos Covolan Têxtil garantem tecnologia e inovação para seu jeans. Power Comfort: conforto e mobilidade para as mais diferentes criações. Genius Denim: 40% menos água e otimização no processo de tingimento. Prime Denim: acabamentos especiais e tingimentos diferenciados. Ultra Stretch Denim: + tecnologia + conforto + liberdade + movimento.
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Na fantástica fábrica da moda!
O
ano de 2013 engrenou com ideias e investimentos, elementos sem os quais nenhum bom mercado contemporâneo que se preze é capaz de sobreviver. Eventos como o SPFW, Première Brasil, São Paulo Prêt-À-Porter, bem como Inspiramais, Couromoda, entre outros, abriram espaço para lançamentos e comercialização de coleções para os demais meses do ano. Em cada um deles, tecelagens, confecções, conselheiros, consultores e prestadores de serviços da indústria da moda deram mostra de que é preciso olhar para além do horizonte e assim antecipar tendências bem como construir desde já uma trajetória que realmente seja bem sucedida. Planejar é preciso, e investir também. Assim acontece no amplo e disputado mercado Jeanswear, no qual a indústria brasileira é capaz de desmonstrar expertise e habilidade. A Revista World Fashion + Varejo conversou com executivos dessas empresas que não escondem estar prontos a encarar desafios. A indústria local investe em qualidade e produtividade visando à maior competitividade, num momento em que as marcas imperam e o varejo dá direcionamentos no que se refere ao consumo e à própria indústria. Daí o êxito das marcas com redes próprias e das confecções que, de forma bem pensada, investem em experiências de venda ao consumidor. A partir daí surgem vitrines com ambiências inusitadas, que levam à experiência do universo da moda e da marca. O contato com o consumidor leva também à criação de novas linhas de produtos, que extrapolam as fronteiras locais e vão fazer sucesso também lá fora. Isso para não falar sobre a experiência de moda vivida nas ruas do planeta fashion, que contam para os experts do setor como o público absorve propostas das marcas, recriando estilos. World Fashion + Varejo percorreu esses e outros caminhos do mercado nessa edição e quer compartilhar com você, leitor, uma nova proposta gráfica. Tudo pensado para facilitar o acesso à informação, apresentada em forma de texto e de imagens captadas diretamente dos principais cenários da moda. Reafirmamos nosso compromisso com a informação e, principalmente, com quem faz do World Fashion + Varejo fonte de informação para a criação de moda e geração de oportunidades de novos negócios. Boa leitura! Eleni Kronka
mar/abr 13
06 + MOVIMENTO
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08 + VITRINE
48 + BAZAR 50 + SEU NEGÓCIO 52 + GESTÃO 54 + ON LINE
Grifes de Luxo e o Fast Fashion
A loja que vende. O ambiente que encanta
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+BALCÃO
Dudalina, bons negócios também no varejo
+COMPORTAMENTO Com que roupa eu vou?
36 +EDITORIAL DE MODA Confira os bastidores dos tingimentos, práticas e processos do jeans
+AGENDA
Os principais eventos de moda que acontecerão de abril a junho de 2013
Reflexões sobre a moda
Ano Novo, tributo novo!
A Era da Mesmice já era
Conteúdo de site tem prazo de validade. E é curto
56 + MERCADO
Nunca a moda brasileira dependeu tanto do mercado interno
46 +ACONTECE BRASIL 58 + SUA LOJA Repaginada, venda do tecido a metro está de volta
Dicotomias no mundo da moda
+DOSSIÊ Jeans pág. 16
www.worldfashion.com.br Diretor: Luiz Cezar Pimentel | Publisher: Yuko Suzuki yuko@worldfashion.com.br Editora: Eleni Kronka eleni@worldfashion.com.br | Colunistas: Antonio Gondim; Arnaldo Rabelo; Carlos Ferreirinha; Edson D’Aguano; Marcelo Prado; Noemi Saga e Paulo Delegá | Colaboraram nesta edição: Astrid Façanha; Carol Kossling; Fernanda Calfat; Henriete Mirrione; Lu Catoíra; Marina Sprogis; Otávio Pereira Lima e Roberta Pimenta Gestão da marca: Céu Branding | Projeto Gráfico e Design: Guilherme Watanabe (Céu Branding) Jornalista Responsável Eleni Kronka – MTB 12.882 | Publicidade Vera Lopes vera@worldfashion.com.br
Fotógrafo: Gui Benites Modelo: Andressa Verona Look da capa: Jeans Canatiba e calçados Schutz Produção: Jonatas Itiyama e Mariana Bergamasco Colaborador: Guilherme Watanabe
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World Fashion + Varejo é uma publicação da World Fashion Editora e Eventos Ltda. Tels.: (11) 5535-7709 e (43) 3343-1925. A World Fashion Editora e Eventos Ltda. não se responsabiliza pelas opiniões emitidas nos artigos de seus colunistas. É terminantemente proibida qualquer forma de reprodução do conteúdo – textos, fotos, ilustrações – desta publicação sem a prévia e devida autorização dos editores. Nenhuma pessoa está autorizada a retirar qualquer tipo de material em nome da World Fashion + Varejo. Em caso de necessidade, o portador deverá ter em mãos carta assinada pelo diretor ou publisher.
Fundador presidente da MCF Consultoria & Conhecimento, especializada nas ferramentas de gestão e inovação do negócio do luxo Foto: Divulgação
e premium, com atuação no Brasil, na América Latina, em Angola e Portugal.
Ilustração: William Santiago
www.mcfconsultoria.com.br
Grifes de luxo e o fAst fAshion As parcerias entre redes de varejo, designers e suas marcas estão dominando o mercado de fast fashion, como resultado do movimento surgido nos anos 1960, que se consolida na contemporaneidade
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omo um fenômeno, na última década as redes de fast fashion sacudiram a indústria com o crescente número de parcerias com os grandes nomes, provando que a moda não precisa ser elitista e que é possível criar roupas de qualidade a preços acessíveis. As cooperações se tornaram fator de sucesso para muitos, ofereceram vantagens competitivas, criaram experiências, adicionaram valor e transferiram imagem para as marcas envolvidas. A rede sueca H&M foi a responsável pela volta dos holofotes para as parcerias quando, em 2004, associou-se a um dos nomes mais consagrados da moda, Karl Lagerfeld. O estilista da Chanel provocou uma mudança cultural sísmica e atendeu ávidos consumidores de todo o mundo, que fizeram filas nas portas das lojas e esgotaram as peças em questão de horas. O conceito de high fashion atingindo níveis acessíveis é potencialmente bom, mas engana-se quem pensa que este é um movimento recente na moda. Essa era a ideia quando as grandes casas de alta costura produziram, na década de 1960, as primeiras linhas de prêt-à-porter. Pierre
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Cardin chegou a ser expulso da tradicional Câmara Sindical da Alta-Costura após criar uma coleção para a loja francesa de departamentos Printemps. Giorgio Armani é um exemplo mais atual, quando, em 1984, deu um grande passo na construção de seu império ao lançar sua segunda linha, Emporio Armani, uma marca de apelo democrático, moderna, urbana e casual, que mantém a elegância e sofisticação da grife italiana. Quase 60 anos depois da iniciativa, as parcerias estão dominando o mercado de fast fashion. De lá para cá, nomes como Comme des Garçons, Jimmy Choo, Matthew Williamson, Marni, Lanvin, Roberto Cavalli, Stella McCartney, Sonia Rykiel, Versace e Viktor & Rolf aumentaram a lista de designers que colaboraram com a H&M. Além destes, o famoso ziguezague da marca italiana Missoni tomou conta da Target nos Estados Unidos, e uma coleção cápsula da marca italiana Valentino chegou às lojas da GAP de Londres, Milão e Roma, e também na Colette, de Paris. No Brasil, os grandes magazines aproveitaram o aumento da cultura e do consumo de moda no país e re-
plicaram aqui a estratégia de sucesso internacional. Ao longo dos anos, a Riachuelo firmou acordos com os estilistas Fause Haten e Marcelo Sommer, e mais recentemente com Cris Barros e Oskar Metsavaht. Já A C&A aproximou-se de nomes como Alexandre Herchcovitch, Amir Slama, Gloria Coelho, Reinaldo e Pedro Lourenço, Sergio K e Stella McCartney. O interesse dos brasileiros em acessar peças que são assinadas por designers de renome está diretamente ligado ao bom momento da economia brasileira, que levou milhares de pessoas a consumir marcas, serviços e categorias de produtos antes inacessíveis à maior parte da população. O crescimento da elite, somada à evolução da renda e ao crédito gerou uma forte mudança no perfil do consumidor. Vislumbramos ainda a democratização do acesso às informações, onde a internet democratiza o espaço de compra de produtos de Luxo e motiva o consumo aspiracional. É um movimento em que 50% das vendas realizadas no varejo tradicional são influenciadas por pesquisas de preço, opinião e informações sobre os produtos que acontecem previamente na internet. A
revolução do consumo, da informação e do acesso ao conhecimento. Além de gerar muita relevância para as lojas de departamento que buscam aumentar a sua percepção de valor, as parcerias também são atraentes para os designers. Aumentam a visibilidade de suas marcas e revelam a essência das mesmas que anteriormente eram apenas copiadas. A entrega de informação de moda a um preço atrativo agrada a um público ainda maior. As lojas estão tentando fugir das fórmulas batidas, e com o cenário competitivo mais acirrado entre as empresas e o alto nível de exigência dos consumidores, é cada vez mais difícil manter o nível de diferenciação. Por estes fatores, alianças entre marcas é uma estratégia que pode ser significativa, traduzindo-se em ganhos financeiros e fortalecendo o relacionamento com os seus públicos-alvo. O co-branding é uma das ferramentas fundamentais de solidificação e posicionamento das marcas de Luxo. Com ações desta natureza, marcas diferenciadas unem forças a fim de trazer um apelo extra aos seus consumidores e prospects.
A loja que vende. O ambiente que encanta Há muito mais códigos e significados interagindo na composição de uma vitrine de moda do que pode captar o olhar do consumidor. O que importa é que ele responde a esses atrativos do ponto-de-venda por Otávio Pereira Lima
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ntender moda enquanto movimento que transpõe significados por meio de uso de roupas, acessórios e objetos pode ser um exercício intenso complexo. E quando tal ação é direcionada ao ambiente comercial ou ponto de venda (PDV), a pesquisa junto ao consumidor final e seu estilo de vida é de suma importância. Para exemplicar e entender algumas ações, observe as imagens apresentadas a seguir, clicadas em Nova York, em janeiro último. Estas cenas podem ajudar na compreensão de estratégias comerciais e comunicacionais idealizadas para o mercado. O gestor da marca consegue planejar as vendas e estar melhor preparado para mudanças no mercado – econômicas, políticas, demográficas ou naturais – quando consegue alinhar os seguintes elementos: o produto e sua linguagem; o preço percebido pelo consumidor final, a praça em que atua e a comunicação em sua totalidade.
A acessibilidade tolhida pela composição pode ser observada também na fachada e na composição da loja Dior, presente na mesma região. Com apelo maior na luminosidade, a estrutura visual que se percebe é atenuada pela iluminação amarelada presente nas vitrines da marca. A seleção de manequins esguios e com membros alongados oferece ao observador da vitrine a sensação de requinte e diferenciação. O pescoço alongado traduz-se em reflexão sobre a compra a ser realizada, ou seja, a mulher que reflete seu estilo de vida na marca tem a certeza de que não comprará por impulso.
Fotos: Dreamstime, Arquivo pessoal
A quantidade de produtos expostos valoriza as características de cada um deles. Isso indica o alto preço a ser pago para a compra, detalhe que é percebido igualmente nas vitrines suspensas da loja Tiffany. Ricamente trabalhadas, as vitrines são um convite ao cliente para que observe, valorize e entenda que seus produtos são criados e desenvolvidos com esmero. Em temas natalinos, a luminosidade aplicada sobre os produtos remete ao ato único de diferenciação e exclusividade. Um detalhe importante: as lojas encontram-se em uma área que é visitada constantemente por turistas e pessoas com alto nível social e os códigos desenvolvidos para encantamento tendem a não fugir da linguagem universal: superficies trabalhadas, veludo, ouro, luminosidade amarelada e baixa quantidade de produtos.
Ao observar-se a vitrine da loja Bergdorf, nota-se que a marca busca referências tradicionais do mercado de luxo. A composição dos elementos busca a pureza por meio das cores branca e dourada. A utilização das plumas brancas e dos cristais pendurados por metais dourados ricamente trabalhados traduz a luxuosidade esperada e oferecida pela marca em relação ao seu consumidor final. Vale lembrar que a vitrine é o primeiro contato com o cliente e também uma espécie de filtro para influenciar na decisão de compra. Nesse caso, o produto que aparece ao centro da vitrine torna-se um coadjuvante, visto que as sensações desenvolvidas no observador é que formam seu processo decisório.
Já a vitrine da Uniqlo, que revende produtos massificados em grande quantidade e com pouca diversificação, tende a repetir o mesmo produto, com variações de cores e produções em seus manequins. Com ambiente claro e iluminação mais fria, seus corredores e vitrines oferecem ao consumidor final a sensação de que realizará a melhor compra pelo melhor custo-benefício. Ao contrário dos exemplos anteriores, a marca aposta no alto fluxo de clientes. Logo, a quantidade de manequins expostos e enfileirados é maior.
Com apelo visual mais jovem e sustentável, surge a marca Urban Outfitters e suas vitrines coloridas, para um público também massificado e com menor poder aquisitivo. Utilizando materiais recicláveis em suas paredes de fundo, a marca gera no expectador a sensação de que está atrelada aos movimentos urbanos da contemporaneidade. Ao mesclar vestuário, acessórios, peças de decoração e tecnologia, oferece uma gama de soluções para um grupo de indivíduos que buscam seu estilo de vida refletido em um espaço comercial. Partindo do pressuposto de que um cliente retorna à loja quando a comunicação da marca atende seus anseios, cabe ao gestor da marca de moda realizar pesquisas constantes junto ao público-alvo almejado para que assim confirme e ratifique as sensações esperadas. Assim suas estratégias comerciais alcançarão o êxito esperado. Otávio Pereira Lima é pesquisador, consultor da área de Visual Merchandising e docente da Universidade Anhembi Morumbi.
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Com cinco décadas de existência e liderança em camisaria diferenciada, a Dudalina abre novas fronteiras ao ingressar no varejo, a partir da
Fotos: Divulgação
linha feminina.
dudAlinA, bons neGÓcios tAmbÉm no vArejo As camisas da empresa catarinense já cruzaram várias fronteiras e agora conquistam, pelo canal do varejo, consumidores locais e até mesmo os italianos
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A camisaria feminina – bem como a masculina – da Dudalina nem de longe compete com produtos comuns ou massificados, vindos da China. Além da modelagem e tecnologia empregada na produção, os artigos têm um ingrediente muito especial: os tecidos produzidos com algodão egípcio. “A maioria dos tecidos são italianos, com fio egípcio, produzidos na Índia”. Já a camisaria de seda é produzida com tecido 100% nacional e pura seda brasileira.
na iTália, MADE IN BRAZIL
por Eleni Kronka o praticamente completar cinco décadas de existência no mercado, como uma das empresas de maior destaque, a Dudalina iniciou em 2011 uma nova experiência que hoje também a coloca entre os cases no competitivo campo da moda. A Dudalina, como fábrica, mantém o invejável patamar que vai de 3,5 milhões a 4 milhões de camisas produzidas ao ano. Agora a empresa, conduzida pela família Hess, marca cada vez mais presença no varejo, segmento em que atua com 42 lojas próprias e 27 franquias, por enquanto… A experiência nasceu em 2010, como conta o Diretor de Varejo e Exportação, Rui Hess de Souza, com uma loja pop up (temporária) no reduto turístico paulista de Campos do Jordão. “Em abril de 2011 abrimos as lojas do Morumbi Shopping e no Aeroporto de Congonhas,
exclusiVidade e diVersificação
focadas no público feminino”, recorda o empresário, lembrando que era também o início de uma ação importante para atender a mulher. “Foi a oportunidade de começar no varejo”. Já no final de 2011, lançaram o formato Dudalina Double, com as coleções femininas e masculinas. “Em breve, todas as lojas, e as que vierem, seguirão essa fórmula”.
VisiBilidade
A operação de varejo deu à Dudalina visibilidade. “O feminino foi lançado, o masculino ganhou mais visibilidade, assim como a própria marca”, comenta Hess. A experiência tem funcionado como um bom laboratório. “No caso do feminino, ouvimos nossas consumidoras, que dão sugestões sobre os modelos e as modelagens”, assinala, completando que a partir dessa relação foram feitos ajustes e lançados
artigos, como a camisaria de seda e a chamada linha Petite, com tamanhos menores. “As novidades vêm da percepção obtida no ponto de venda”, comenta Hess.
esTruTura
A rede Dudalina de lojas está em expansão. “Estamos chegando onde há público para a marca”, segundo o empresário, que anuncia a abertura de mais seis pontos de venda – sendo quatro próprios – até junho próximo, em praças como Brasília, Curitiba, Recife, João Pessoa e Rio de Janeiro. Para atender a demanda, a Dudalina, que só trabalha com produção própria, adquiriu uma nova fábrica, contratando 700 funcionários. Das seis unidades de produção, duas – nos municípios de Presidente Getúlio e Luís Alves, em SC – atendem exclusivamente a demanda das linhas femininas.
Em 12 de setembro de 2012, a partir de parceria com empresário italiano Gianni Asnaghi, dono do Spazio Daqua, a Dudalina iniciou vendas em Milão. O ponto de venda, na Via Fatebene Fratelli, 15, segue o modelo shop in shop (loja dentro da loja). Para Rui Hess, é uma oportunidade para avaliar o mercado internacional. “A receptividade é boa, mas vamos com calma, sem querer transformar a ação em estratégia de expansão internacional”. O êxito se deve a que a Dudalina oferece à consumidora italiana a boa camisaria, produzida com tecido italiano ou a seda 100%. “Os preços vão de 90 a 220 euros, enquanto as marcas italianas mais tradicionais vendem mais barato, mas seus artigos são feitos na China”. A campanha da Dudalina na Itália tem a assinatura da agência Independent Ideas, do publicitário Lapo Elkann, herdeiro da Fiat.
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Foto: Dreamstime
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por Arnaldo Rabelo
com que rouPA eu vou? Crianças e pré-adolescentes já fazem com segurança suas escolhas de moda e pode-se até dizer que elegem as compras de acordo com o próprio estilo de vida
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m um casamento, a mulher observava pai e filho juntos, elegantes e bem vestidos. Como pedia a ocasião, os dois usavam roupas sóbrias, contemporâneas, mas com um toque clássico. O design transmitia estilo, refinamento e bom gosto. Como a roupa da criança era claramente inspirada na moda adulta, a mulher logo concluiu: “Veja, o menino gosta de se vestir como o pai”. Nada mais enganador para avaliar o comportamento de compra de moda infantil. Existem muitas variáveis influenciando esse tipo de compra: o perfil socioeconômico do público, seu estilo de vida, a situação de uso da roupa e a idade da criança. Outra fonte de erros é avaliar o grande público a partir da observação de alguém próximo. Há grandes chances de que ele não represente o comportamento da maioria. As empresas vendem para um público amplo, que não é homogêneo. Compreender as diferenças de comportamento dos consumidores é um primeiro passo importante para o sucesso do negócio. Para isso, temos que recorrer a pesquisas ou a dados já disponíveis. Nas compras das famílias, muitos pensam que a figura do pai é a mais importante, por ele ainda ser responsável pela maior renda em muitas delas. Na verdade, ou ele é influenciado pela mulher ou simplesmente ela é a decisora da compra. A mulher é a grande compradora da família. E ela, por sua vez, pode ser influenciada pela criança, dependendo de alguns fatores. Para roupas do dia a dia, a criança que mais influen-
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cia as compras é a que tem de 8 a 12 anos de idade. O comportamento dela não é mais típico da infância e ela norteia seu comportamento pela observação dos adolescentes. Nós a chamamos de pré-adolescente. Seu poder de influência é tão grande que é considerada decisora da compra de suas roupas, mesmo que a compra em si seja feita pela mãe. A roupa, como mais um meio de auto-expressão, refletirá o estilo de vida dessa criança. Esse estilo é inspirado no dos adolescentes, mas com certa suavidade e inocência mais próximas da infância. Ainda não começou a fase de contestação e rebeldia de anos à frente. Mas a influência da criança nas compras de roupas casuais começa antes, por volta dos 3 ou 4 anos de idade. Dessa fase até a idade de 7 ou 8, a criança já indica o que quer. A mãe, para não correr o risco de comprar uma roupa que ficará abandonada no armário, dá esse poder de escolha à criança. E esta se encantará com produtos que refletem seu imaginário. Essa é invariavelmente a fase da fantasia, da magia e do faz de conta. Os personagens e as brincadeiras reinam na mente dessa criança. Isso é inerente à sua fase de desenvolvimento. Para ela, os produtos coloridos, com personagens do momento, sempre têm sucesso em roupas acessíveis de uso diário. Já na fase anterior, do nascimento até os 2 ou 3 anos, a criança tem uma grande dependência da mãe. Sua influência nas compras é quase nula. Os personagens vistos em produtos dessa fase – muitas vezes repre-
sentados como bebês – são para encantar as mães. Essa criança se interessa pelas cores fortes. Mas as cores pastel que vemos nas roupas são consequência do que a maioria das mães gosta para seus bebês. Os exemplos que demos são válidos para as roupas de uso diário. Mas há situações em que o critério de escolha e a influência de cada parte se alteram. É o caso das compras de roupas para situações mais formais ou sofisticadas, como festas, cerimônias e até certos passeios. A mãe, hoje mais empreendedora e independente, usa os produtos como forma de expressar sua ascensão social. As roupas dos filhos se enquadram nessa categoria também. Assim, para usos mais sofisticados, a influência da criança é bem menor. A consequência é que a roupa inspirada na moda adulta é muitas vezes a escolhida aqui. A mudança da roupa conforme a situação de uso é muito clara nos adultos. Há situações em que o conforto é o mais importante. Em outras, sacrificamos conforto em nome da elegância. No caso da moda infantil, não muda apenas o tipo de roupa, mas também o papel e influência de cada um no processo de compra. Da próxima vez em que for sair com seu filho, repare como são escolhidas as roupas e por que. Observando esses pontos, uma loja poderá escolher de forma mais adequada seu mix de compra e uma indústria poderá definir de forma mais focada qual público atender e qual produto oferecer. Sucesso na escolha!
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A força da Da pesquisa e desenvolvimento de fibras, passando pela tecnologia dos acabamentos e lavagens, o universo jeanswear é repaginado a cada temporada, a partir de investimentos e da sinergia entre os vários segmentos do próprio mercado. Percorra agora esse universo de inovação que vem das marcas formadoras de opinião, das ruas da moda e das vitrines mundiais, até chegar ao consumidor, no ponto de venda
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Panorama B&B Berlim: o denim atravessa
Foto: ©breadandbutter.com/Marco Magnago
décadas e épocas
A BREAD & BUTTER BERLIM (B&BB) REFLETE O MOMENTO ATUAL, COM UM NÚMERO MENOR DE EXPOSITORES REPRESENTATIVOS DO SEGMENTO JEANSWEAR. OS ESPAÇOS DA FEIRA E DAS MARCAS, BEM DISTRIBUÍDOS E MAIS AREJADOS, RESULTAM DE UMA SELEÇÃO DE BRANDS, COMO AFIRMAM ORGANIZADORES; MAS TAMBÉM PODEM TER SIDO REFLEXO DO MOMENTO DE CRISE. O FATO É QUE HOUVE ABERTURA A NOVAS MARCAS QUE GANHAM ESPAÇO ONDE ANTES NÃO TINHAM VEZ. O MESMO SE REFLETE NA PREMIUM, COM PEQUENAS NOVAS MARCAS E OUTROS NOMES MAIS REPRESENTATIVOS DO JEANS, TAIS COMO: 7 FOR ALL MANKIND, J. BRAND, JOE’S, DIESEL BLACK GOLD, ROCK REVIVAL, MODERS, SILVER JEANS, JOE´S E CIMARRON.
SINAIS EMITIDOS PELA B&BB
Se a pergunta é qual é a novidade, vamos aos fatos: quem quer apostar no novo? Qual o preço deste risco que torna o mercado da moda cheio de vigor e desejo que vão além da boa oferta? Feiras, desfiles e varejo apontam que o momento é de apostas mais seguras Por Sueli Pereira
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A G-Star aposta no jeans power stretch
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Empowering the stretch – Diesel Black Gold, J Brand, Fornarina, AG Adriano Goldschmied e demais continuam apostando no skinny e, em vez de investir em novo shapes, apostam na forma certa com novos tratamentos ou texturas, como jacquards, ou construções e fios diferenciados, ou ainda na inovação técnica, como a G-Star, que apresentou um jeans de 70″% de power stretch, buscando assim máximo conforto e movimento e correção de forma.
Fotos: Arquivo pessoal
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Simplificacão + repetir fórmulas que dão certo + viabilizar custo e produção e volume + adicionar detalhes + efeitos de sucesso comercial.
3.
Vintage & contemporâneo – De volta à origem da marcas, já que quase todas fizeram sua imagem a partir do denim, muitas revigoram os valor do denim verdadeiro. Edwin, PRPS, G Star, Evisu apostam no denim e no efeitos destroyed, 3D e no “hand made bases” de algodão para o masculino.
4.
O valor de um feito a mão ainda é muito bem percebido pelo mercado europeu. Marcas como a PRPS Noir elaboraram
Proposta “hand made” da PRPS: lavagem, desgastes e bordado.
5.
Decupar o estilo e explicar os detalhes que compõem um o design faz parte da estratégia da G-Star. É como se a marca estivesse reeducando, ensinando e lembrando ao comprador e consumidor sobre a riqueza que compõe os processos de um jeans bem elaborado.
7. O efeito destroyed vem revigorado com detalhes artesanais, da PRPS
produtos na faixa de preços entre 600 a 1000 euros, 100% japanese, o que quer dizer “quando mais manual, mais rico”. Já a linha PRPS & Goods, mais acessível, chega com uma gama de preços mais acessíveis, na faixa de 170 a 350 euros. A PRPS Original, por sua vez, vem com tecidos denim propondo um equilíbrio de efeitos, sem carregar no visual destroyed e nos aviamentos, oferecendo preços que vão de 350 a 700 euros. A produção europeia, a partir de tecidos japoneses: fórmula adirada pelos amantes do jeans.
G-Star cria, desenvolve e mostra caminhos ao consumidor
Sustentabilidade continua sendo preocupação, sem que isso seja usado como forte apelo de comunicação para muitos, como a Kuyichi. Esta é a proposta da marca, como a responsável pela comunicaçao, Monic Voorneman, afirma. No entanto, apesar do compromisso com a sustentabilidade, a Kuyichi se recente de inovações no design. Sua interessante campanha baseiase no conceito Deposit Denim, que propõe o circuito fechado e completo do ciclo de vida do denim.
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Colouring – Com sobretingimentos, tramas tintas e pigmentos, o denim ainda se funde com color no inverno e surge em uma gama mais fechada de tonalidades.
Communication design da marca – Trata-se de um verdadeiro trabalho de design. Parte do desenho do produto, passa pelo visual mershanding, pela estética da marca e da etiqueta, até chegar à equipe. Tudo parece perfeitamente elaborado e em total sincronia. Mas será que o consumidor percebe desta forma? Nas ruas, os jovens parecem buscar mais experimentações, pinçar peças e montar um jogo com regras próprias, compondo sem a preocupação de estabelecer uma lógica à hora de elaborar o estilo. São vários os novos desafios que não nos deixam parar e apontam novas linguagens que atualizam a conexão da marca com o consumidor. Exemplo disso é a Tommy Hilfiger, que mostrou sua coleção apenas em terminais e telas, tudo virtual.
Sustentabilidade tornou-se parte integrante das marcas formadoras de opinião, como a Kuyichi.
8.
Siga forma e atente-se aos detalhes - Shapes tradicionais e comerciais são mantidos e revisados por detalhes que conferem aspectos mais sofisticados e diferenciados. A versão crotch da G-Star, tão seguida por diversas marcas, é reeditada com o “A Original”, sugerindo formato “A” do pesponto no bolso traseiro. Porém, comparado ao design inicial, o “A Crotch” hoje busca maior aproximação com tapered fit – modelos que é mais solto em cima e estreito na barra.
A Sweet Years mostrou as estampas de suas tshirts em versões animadas, acessadas por um tablet decorado com a nova padronagem. E o efeito é em 3D!
6.
Customizar & Reparar – A Mavi atraiu o público customizando em seu workshop Mavi`s Denim Kitchen. A Nudie continua apostando no reciclagem como possibilidade, linguagem e estilo oferecido a seus seguidores. Para isso, a marca montou um pequeno ateliê, cujo foco é mais reparo do que decoração. Já a Pepe Jeans London, que comemora seus 40 anos de existência, distribui jeans pré-lavados e costumizados com detalhes puídos e reparos feitos na hora, além de mais alguns itens de personalização distribuídos aos visitantes mais pacientes.
A Nudie surpreendeu agradavelmente o público, sugerindo a customização.
G-Star Original
9.
Soft & Work & Hard – Influência militar e work apareceram com mix de tecidos, martelassês, alguns com aspecto usado, com maior ênfase para o masculino. No feminino, o toque aparece mais macio, com certo glamour presente em acabamentos a laser, brilhos e efeitos jacquard.
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Cover e recover – Aqui prevalecem o leather effects (efeito couro), e os brilhos continuam adicionando novas texturas, para efeitos de sucesso garantido. Exemplo desses efeitos são os de: escama, píton, crôco, ampliados e destorcidos.
Sweet Years
Do vintage ao contemporâneo A Scoth & Soda: um dos stands mais concorridos da feira expôs sua coleção separada por entregas, um serviço facilitador aos seus clientes. Sua coleção “Maison Scoth Amsterdam Blauw” tem a tudo a ver com ícones do denim, da rebeldia original, do rock ao glamour dos anos 80, com lavagens de efeitos desgastados, como Atomic Stretch, um tipo black bleached e detalhes de couro, ou ainda com padrões de em laser que se contrapõem com detalhes de tuxedo. Enfim, uma linguagem que conversa com as mulheres de norte a sul da Europa e pode até agradar bem as latinas. As skinny vêm como opções que atendam ao gosto feminino: cintura alta média e baixa. Bem como o boyfriend fit.
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estilista
Por Henriete Mirrione
“Tenho apenas umas cinco peças no armário, bem básicas, são só dois modelos: boot cut e boyfriend, todos da Gap, que compro em viagens e gosto sempre de experimentar. Prefiro dois tipos de lavagens: escura, por uma questão estética, emagrece, ou senão bem clarinha... Na verdade, acho o jeans pouco confortável, portanto só uso por razão de estética e mesmo assim bem pouco. Sou um exemplo atípico. Prefiro quando a peça é mais justa até o joelho e depois alarga. Quase sempre combino uma calça jeans com uma peça bem mais elegante, como um blazer decorado ou um cashmere oversize, e gosto de usar a peça de dia, em ocasiões mais informais.” Consuelo
Blocker, consueloblog.com
“A última vez que contei tinha muitas peças no armário. Até doei várias para o bazar da Igreja São Luís e ainda fiquei com muitas, algo em torno de 3 dígitos. Quanto aos modelos, tenho de todos os tipos: desde o mais básico, como um da Levi´s 501, até um bem moderno, da Acne Jeans. Na hora de combinar o look, devido à sua versatilidade, a peça fica ótima com uma camiseta e até com um blazer mais formal. Eu também costumo compor um look hi-lo sem nenhum preconceito. Compro em viagens, pela internet; enfim, pode ser em qualquer lugar que eu bater o olho e gostar. No Brasil, adoro as calças da Forum. Já as da Acne Jeans são as minhas preferidas lá fora. A primeira vez que comprei a minha calça da marca foi inesquecível: estava em Munique, num frio de menos 14 ºC, e eu lá atrás de uma loja que vendia Acne. Consegui! E foi melhor do que eu esperava, pois era uma com jeans costurado pelo avesso. Sensacional!” Arlindo Grund, consultor e editor de moda
“O que mais gosto no jeans é a sua simplicidade, normalmente evito penduricalhos e detalhes a mais, tenho apenas 4 peças no armário: uma reta, uma skinny, uma boyfriend e uma super-super-oversized. É raro encontrar um jeans com uma lavagem de que goste cem por cento. Quase sempre acho que está mais manchado, mais escuro ou mais claro do que eu gostaria, ou o tom de azul não é aquele que estava procurando. Tenho usado jeans da Cantão, que tem bastante opções de modelagem, mas meus favoritos sempre foram os da Levi’s. Meu look com jeans é com camiseta de malha e sandália havaiana ou tênis; tudo bem simples, minimalista, eu diria. O jeans mais desejado da minha vida foi uma calça carpinteiro da Company. Tinha costura tripla na lateral com pesponto branco e uma alcinha atrás que não servia para nada, era retona, bonita, tinha seu charme.” Nina
Becker, cantora
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“Para mim, o mais importante num jeans é o corte, se é nacional ou importado não interessa, o o que vale é vestir bem. Compro em viagens, mas também adoro garimpar em brechós. Pela internet nunca comprei, gosto de provar, tenho umas 10 peças em modelos básicos, vintage, customizados e sempre mais sequinhos. Prefiro os mais claros aos escuros. Já na hora de compor o look, vou do estilo rocker ao mais geek e uso meus jeans em todas as ocasiões, exceto em eventos específicos, quando opto por algo mais formal. Sou apaixonado por uma jaqueta da Iódice que me acompanha há muitos anos e sempre arrumo um jeito de usá-la e deixá-la atual. Há alguns anos, quando teve a febre da Saruel, eu e mais 3 amigos tínhamos a mesma calça, o difícil era conciliar o dia de cada um usá-la.” Leandro Dário, ilustrador de moda
“Gosto de combinar minhas peças das formas mais inusitadas possíveis. Uso no dia a dia com t-shirts e, em outras ocasiões, com smoking, camisas estampadas vintage, com camisa de plastron, casacas militares, com chinelo, bota de cobra, All Star, etc. O mais legal é que dá para usar em qualquer ocasião e misturar com qualquer material. Tenho umas 50 calças no armário, de todos os tipos possíveis e imagináveis, mas meus preferidos são os básicos, os destroyeds ou com lavagens superdiferenciadas. Digamos que 60% dos meus jeans são da Yes, Brazil! Nos últimos tempos, tenho comprado na Topshop, H&M e por aí vai, mas continuo achando que o Brasil é um grande polo de jeans. Ultimamente tenho curtido bastante um jeans que comprei em NY, com uma estampa de leopardo e arabescos em fundo preto, incrível! Mas meus jeans velhinhos e rasgados têm lugar especial no meu guarda-roupa!” Thomaz Azulay, designer da Blue Man
“Tento manter uma média de 5 modelos jeans no guarda-roupa. Gosto de ter poucos, usá-los muito e trocá-los sempre. Como sou bem magro, às vezes dou preferência às modelagens femininas (dos básicos ou skinny) numa numeração maior pela altura de gancho. Prefiro também as lavagens mais escuras, as mais clarinhas e as mais acinzentadas. Não gosto quando a lavagem é muito azul. Compro quando preciso e quando acho uma calça que me vista bem, sem nenhuma marca específica. Para trabalhar, geralmente uso com camisa, mas fora isso nada melhor que camiseta e jeans. Acho interessante o look hi-lo. Já usei muitos jeans escuros ou cinza com um paletó de smoking que era do meu pai. Tenho uma calça bem skinny e bem escura do Reinaldo Lourenço, e minha mãe diz que essa já ‘anda sozinha’; adoro a calça, veste bem, combina com tudo e a lavagem é linda. Detalhe: nos anos 90, fui um adolescente supergordo, então meu registro estético de jeans era baggy e delavê. Um horror! Fiquei anos sem usar, só usava calças de alfaiataria. Faz uns 7 anos que me rendi ao jeans novamente!” Rodrigo Rosner, estilista
Fotos: Divulgação
“Gosto de combinar meus jeans com absolutamente tudo: T-shirts, blusas de seda, tricôs, brilho, etc., tenho umas 10 versões no armário. Acho o jeans perfeito para dar uma neutralizada em alguma peça com muita informação. Eu prefiro as modelagens skinny ou skinny
flare, que tem um leve boot cut na boca e lavagens mais básicas e escuras. Também gosto de delavê e em um tom de azul médio, em clima tipo anos 1970. Compro sempre em viagens ou pela internet. Gosto mais das importadas porque me vestem melhor, não são tão acinturadas e não têm bolsos traseiros pequenos como as nacionais. As minhas marcas prediletas são as da April 77, Mother, Acne, J. Brand e Amapô! Aliás, amo uma calça black que eu tenho, da marca Mother! Ela tem a modelagem skinny flare e fica muito boa com tudo o que eu uso!” Juliana Jabour,
As marcas da moda criam e colocam nas passarelas e vitrines uma infinidade de modelos. Mas é no dia a dia que os antenados vão mostrar como o jeans vira moda e faz escola. Por isso, World Fashion + Varejo foi ouvir o que anda pensando e fazendo os que circulam pela nova cena da moda, que aqui falam o lugar que o jeans ocupa em seus guarda-roupas
W W W. C A N AT I B A . C O M . B R
OBSTINAÇÃO.
A BUSCA INCANSÁVEL DA CANATIBA PELO DENIM PERFEITO, A CONSTRUÇÃO DO DENIM PRECIOSO, AUTÊNTICO, INOVADOR. PRESERVANDO OS RECURSOS NATURAIS, COM RESPONSABILIDADE SOCIAL. TRABALHADO EXAUSTIVAMENTE COM A DEDICAÇAO DO ARTESÃO, LAPIDADO DIA A DIA. A CANATIBA É MOVIDA POR ESTA PAIXÃO, DE QUEM GARIMPA COM OBSTINAÇÃO, NA BUSCA DA CONSTRUÇÃO PERFEITA, DO TINGIMENTO ORIGINAL, DO ACABAMENTO QUE LAPIDA, QUE TRANSFORMA O BRUTO EM PRECIOSO: O DENIM NA MAIS PRECIOSA JOIA.
tecido com a tecnologia LYCRA® lastingFIT
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Fotos: Marina Sprogis
Por Marina Sprogis
NA ESSÊNCIA, ELE CONTINUA SENDO JEANS. MAS NA FORMA, NAS TEXTURAS, NOS ACABAMENTOS E NOS DETALHES – QUE FAZEM A DIFERENÇA! –, A
Mix de materiais: renda sobre demin, da Diesel.
Jaqueta com efeito viés e calça em denim com aspecto de brilho, da Zadig Voltaire.
Aplicação metalizada para efeito rock glam, da Diesel.
Efeito rústico do denim para modelagem levemente ampla, da cena londrina.
Jeans lavado, bem claro, em modelagem ajudada, nas ruas de Londres.
Visual alternativo para o jeans lavado, barras dobradas e modelagem ampla, em Londres.
Lavagens e desgastes diferenciam o jeans, propondo looks mais artesanais. D-Squared 2.
Jeans desbotado, com ampla modelagem, compõe look com alfaiataria. D-Squared 2.
O jeans masculino comporta estampas gráficas aplicadas sobre desbote. Versace.
e My Style é o título do novo site de relooking democrático, criado pela fotógrafa brasileira Marina Sprogis, radicada em Paris. A partir da proposta inicial, a profissional montou uma equipe de primeiro time para garimpar as melhores imagens pelas ruas europeias da moda. O resultado é um ótimo acervo de fotos e looks para orientar os profis-
sionais da moda interessados em informação bem direcionada. Be My Style realiza ainda consultas personalizadas em shopping-centers em Paris, com enfoque apropriado para cada público alvo. Entre os muitos segmentos pesquisados surge, agora, com destaque o de moda para gordinhas em Paris, com dicas de endereços e lojas. Para saber mais, consulte www.bemystyle.com
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A MODA MASCULINA MOSTRADA NAS PASSARELAS, FAZ TEMPO, NÃO É MAIS A MESMA. SOB OS HOLOFOTES, AS PROPOSTAS VÊM CHEIAS DE CORES E EFEITOS ESPECIAIS, ATÉ MESMO NO CASO DO JEANS. NAS NOVAS COLEÇÕES, A TECNOLOGIA PREVALECE, SEJA NA MODELAGEM BEM ESTUDADA, SEJA NA SUPERFÍCIE DO DENIM, DO LEVE AO ENCORPADO.
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Foto: Fernanda Calfat
A marca de destaque no Grupo Restoque é referência no segmento jovem jeanswear pela qualidade, comunicação e concepção das peças
Fotos: Divulgação
Por Eleni Kronka
Efeitos tie-dye e estampas são novas propostas da Forever 21 ao público jovem
John John: marca idealizada por João Foltran surgiu do "sonho de produzir o melhor jeans do mundo"
Lavagens claras, estampas e fit perfeito conquistam jovens consumidoras do jeanswear Por Fernanda Calfat, de Nova York
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as vitrines da Forever 21 de Nova York, não se vê outra coisa: é o jeans, em suas múltiplas versões e adaptações, e em perfeita comunicação com o público jovem feminino. O verão que chega ao Hemisfério Norte assiste, no momento, à chegada das peças com lavagens bem claras e modelagem próxima ao corpo. As estampas estão presentes, ao lado de outros efeitos, como os aspectos de machado e tie-dye. A Forever 21 surgiu com a primeira loja em Los Angeles, na Califórnia, em 1984, então conhecida como Fashion 21. Logo em seguida, assumiu o nome atual e já tomou o rumo da expansão, tornando-se hoje importante rede varejista, com lojas nas Américas, Europa, Ásia e Oriente Médio. As lojas da rede têm espaçosos e bem distribuídos 840 metros quadrados de área.
Pesquisa sobre novas técnicas de lavagem, modelam somam-se ao design
A fotógrafa Fernanda Calfat está radicada em Nova York, onde realiza cobertura fotográfica permanente de desfiles e eventos relacionados à moda. fernanda@fernandacalfat.com.br | www.fernandacalfat.com.br | www.fernandacalfat.blogspot.com
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para diferenciar as criações
Galáxias, planetas, peles de aliens e animais robóticos (steam punk) são algumas das principais estampas da linha Sci-fi. Os tecidos usados são glossy, com foil ou gliter, resinados, prateados, evernizados e plastificados. Os looks remetem ao sixties, com formas geométricas e recortes, em cores como preto e branco juntos ou combinados com cobalto e vinho, em formas geométricas. Já a essência Rock’n Roll da marca está presente no tema Gothic Jungle. Crucifixos bordados e aplicados, caveiras, correntes, serpentes são algumas das estampas. Des-
Verão 13/14
taque para os bordados 3D, com técnicas e matérias que dão mais volume e textura ao trabalho. As formas são justas, sexies e curtas. A cartela de cores vai do preto, vinho, uva, até o verde jungle. Inspirada numa viagem Vitoriana ao Oriente, o tema Boholand é o lado mais romântico e hippie da coleção de inverno. Estampas de arabescos, em técnicas como flocado e bordado; muita renda, peles fakes, calças flare, coletes e franjas. Os tons são terrosos combinados com cores vibrantes, como tangerina, esmeralda, pink elétrico, com pontuações de dourado.
Marca registrada da John John, o jeans se destaca nessa estação, tanto em sua versão usual, como descaracterizado e colorido. As estampas possuem várias técnicas diferentes, como flocado, foil, silk, filme, que aparecem combinadas entre si. Na linha de jeans, destaque para o efeito “mofado”, como se a peça tivesse sido enterrada. A modelagem da estação que promete agradar são as calças super skinny, com comprimento capri, que possui tecido elástico, perfeito para o corpo feminino. Para arrematar os looks, scarpins de diversos materiais
e ankle boots vão bem com as calças skinnys. Cintos mais finos e com muitos metais e fivelas dão charme ao visual. No masculino, as camisetas estampadas seguem a temática do feminino, com técnicas como corrosão, silk total e silk. Calças e bermudas color sobretintas em diversas cores como verde, mostarda, vermelho e azul são grandes apostas para a estação. A dupla-face, sucesso da última temporada, aparece nas camisetas, cintos e bermudas. Para o jeans masculino, a John John também aposta na modelagem extra skinny, em tecido com conforto.
Cores intensas
Com a tecnologia Fix, da Capricórnio Têxtil, é possível manter as cores intensas e duráveis que são hit entre as tendências do Verão 13/14.
behype.com.br
C
riada em 2006 pelo empresário João Foltran, a marca John John inicialmente era controlada pela família Kennelan, do ramo de lavanderias, do município paulista de Tietê. Em seguida, passou para as mãos da Foose Cool Jeans. Mas foi em julho de 2011 que se deu a grande guinada, com a venda, por R$ 22,9 milhões, ao Grupo Restoque, o que projetou a John John para o patamar das marcas desejadas pelo público jovem antenado com moda. Definitivamente incorporada em dezembro do mesmo ano ao Grupo Restoque – ao lado de Le Lis Blanc, Bo.Bô, Noir e Le Lis Beauté –, a John John engrenou num plano de expansão de lojas, assumindo um papel estratégico no conjunto das marcas. Vale lembrar que só nos meses de março e abril de 2012, foram abertas cinco lojas com esta bandeira, do plano inicial previsto de abertura de 30 lojas no ano passado. São elas: a flagship store na Oscar Freire e outra loja no Shopping Higienópolis, e as unidades de Campinas (Shop. Iguatemi), de Ribeirão (Shop. Boulevard) e do Mato Grosso do Sul (Shop. Campo Grande). Desse plano de expansão, gerenciado pelo empresário Alexandre Afrange, CEO do Grupo Restoque, constam lojas espaçosas, com visual contemporâneo, que vão de 250 a 300 metros quadrados. A marca idealizada por João Foltran surgiu do “sonho de produzir o melhor jeans do mundo”. Para isso, o empresário realizou pesquisa sobre novas técnicas de lavagem, costura e modelagem. Consolidada no segmento jeanswear, a John John passou a oferecer também modelos de alfaiataria, bem como vestidos, blusas, saias etc dentro do espírito da moda festa. Extremamente trabalhados e detalhados, os artigos podem ser produzidos em território nacional (como os jeans com as mais criativas lavagens) ou no Peru (no caso das malhas feitas com o ótimo algodão pima, como indicam as etiquetas das peças), bem como na Índia (moda festa com ricos bordados) ou na China, com esmerada qualidade.
Os tecidos Fix podem ser encontrados em: • Ampla gama de pesos (dos mais leves aos pesados); • Composições de 100% algodão aos elastizados; • Diferentes construções; • Tonalidades especiais e profundas; • Larguras até 1,74m. Para as coleções mais versáteis em cores originais. Vareze Fix
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nas loJas
As vitrines da John John estão em clima de inverno, apostando em três temas: Sci-fi, Gothic Jungle e Boholand, além da sua tradicional linha de jeans, um mix completo de produtos para um guarda-roupa jovem.
Av. Angélica, 2.578 - 12º andar - Consolação - São Paulo - SP - Brasil - CEP: 01228-200
Fotos: Divulgação
A capital do Rio Grande do Norte tem informação e oferta de moda que a caracterizam como bom mercado de consumo no segmento jeanswear Por Roberta Pimenta, de Natal
F Spicy, em Natal, vem com linguagem voltada ao público teen
testecorte.pdf
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22.11.11
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undada em 2001 em Natal, no Rio Grande do Norte, a Spicy é uma loja típica para meninas de oito a 18 anos. A loja une em seu conceito duas vertentes: a fase de mudanças e agito que caracteriza o público nessa idade, e também leva em conta a própria ligação entre o jeans e o cinema – fusão tão bem encorporada por ícones como James Dean e Marlon Brando. E já que Spicy quer dizer “apimentado”, nada como um jeans com conceito mais quente. A Spicy tem à frente a empresária Rafaela Ramalho, de 22 anos, perfeitamente identificada com o estilo dessas meninas. Rafaela conta que o jeans representa 30% da sua coleção, e que o short (elas querem mais curtos, mas os pais pedem os modelos mais longos, então os modelos que dobram têm boa receptividade) tem sido a
peça desejo. “Vivemos numa cidade quente e o short serve para qualquer ocasião. A calça é vendida para ir à escola, a festas ou qualquer outro lugar, sempre sob o olhar das mães”. A peça pode ser detonada, customizada, rasgada, de cintura alta/marcada ou baixa. Em lavagens degradê (do mais claro para o mais escuro e viceversa). A juventude quer modelo de calça skinny, com um tecido mais pesado, que levanta bumbum, o que mostra a preocupação desde cedo com a estética. “A camisa jeans foi bem absorvida pelo mercado, mas o colete ainda recebe um nariz torto, em função das altas temperaturas”, diz Rafaela Ramalho. Resumo da ópera: uniforme das meninas de Natal, hoje: short + top folgadinho e tênis ou sneaker. A massificação é cansativa, porém a necessidade de identificação com seus pares é compreensível.
ligência em que, 54% dos entrevistados costumam usar peças com elastano e que a modelagem aparece em primeiro lugar na escolha do consumidor. Para Ana Luiza Mota, diretora de compras da Toulon, o índigo representa de 35% a 40% das vendas da marca – que tem 42 anos e 54 lojas no Brasil. Buscando números, Ana Luiza afirma que a reestruturação da marca vem acontecendo há sete anos, com produção focada no público jovem. Neste verão, a peça que mais foi comercializada foi a bermuda jeans em três lavagens diferentes (vendeu perto de 40 mil peças). Segundo ela, é uma peça que tem grande procura devido ao período de festas e de férias. A Toulon tem 95% de produtos jeans com elastano.
Ana Luiza Mota, da Toulon: marca aposta nas peças com design e o conforto do elastano
PoinTs cariocas
Pelos calçadões cariocas, o jeans, sempre leve e nas mais diferentes interpretações, caminha tranquilamente, tem público cativo e criativo Por Lu Catoira, do Rio de Janeiro
O
mercado do jeans no Rio de Janeiro tem mudado de cenário. No lugar de points de venda famosos, o Estado se torna, cada vez mais, um polo de confecções de jeans que vêm apostando em design e beneficiamentos, aquecendo democraticamente o mercado fluminense e brasileiro. Apoiados pelo Sebrae, pequenas empresas têm participado das últimas feiras de negócios, como o Rio à Porter – evento paralelo ao Fashion Rio. Entre elas, estão confecções de Campos dos Goytacases (Lafibrunn), Niterói (a confecção plus size Marri Gattô) e Petrópolis (Deep Jeans). Valéria Delgado, do Senai Moda (Firjan), aponta as empresas “Tristar (moda carioca), Ouz Fashion (São Gonçalo), Eqqus Jeans (Itaipava) e uma que deve entrar no evento, que vale a pena conferir, que é a Insanidade (Friburgo)”. Na época áurea da moda nos anos 80, o jeans se tornou a estrela que brilhava vitoriosa nas lojas jovens – criando points tradicionalmente marcados pelos produtos diferenciados (ainda não se falava em design), como os das lojas e marcas cariocas: Yes, Brazil; Boys and Girls; Spy Great; Ínega; Gang e Dijon, ao lado da Fiorucci. Cada qual adaptado ao seu público, o chamado jeanswear começava a ser conhecido como um estilo de comportamento e valorizado pela mídia. As marcas jovens como Cantão, Company, e mais tarde, a Shop 126, Fabricatto e Osklen entravam com seus jeans numa pluralidade estética permeando suas coleções enquanto que os produtos com as etiquetas
Staroup, Pool, UsTop estavam nas lojas de departamento. As marcas internacionais como Levi´s, Lee, Calvin Klein, Wrangler e as brasileiras Forum, Zoomp, Ellus e M.O�icer eram comercializadas em boutiques cariocas e depois ganharam lojas da marca. Hoje, o que foi um sinalizador das tendências, está incorporado ao estilo e seus complementos. Segundo a consultora de moda Evelyn Bonorino, não existe mais uma marca no Rio de Janeiro que seja ou que queira ser uma referência exclusiva no segmento jeans. E focando no mercado carioca contemporâneo, ela ressalta que “o jeans nas grandes lojas de departamento estão dando um show na modelagem – o que já foi exclusividade nas grifes como Forum, Ellus, Colcci, Levi’s etc, que perderam muito espaço devido ao preço”. As marcas que tinham o jeans como foco, de uma maneira geral, acabaram percebendo a necessidade de desenvolver produtos com muita qualidade e design, ampliando sua visão de varejo de consumo diversificado. O jeans ganhou destaque nos beneficiamentos, na mistura com outras matérias -primas e ampliou o mix de suas linhas.
masculino
No mercado masculino, o produto jeans ganha visibilidade nas coleções de marcas cariocas como Eduardo Guinle, Reserva, Richard´s, Wollner, Taco, Opção e Toulon. E todas mostram que a preferência é pelo jeans com elastano, mais confortáveis e em modelagens mais secas, exatamente de acordo com a pesquisa do Ibope Inte-
No varejo, A John John, do grupo Restoque, e a volta da Diesel – ambas no novo Shopping Village Mall na Barra, da Tijuca, são os points mais novos no segmento jeans premium no Rio. No segundo semestre de 2013, chega ao Rio a Fill 7, marca de jeans de Fortaleza. A proprietária da marca, Thaty Rabelo, afirma que em suas quatro lojas no Norte e Nordeste e em seus 10 mil revendedores cadastrados, os modelos mais vendidos são sempre os shorts. As coleções recentes mostram que as clientes buscam os modelos com mais aplicações, com as lavagens diferentes e, de preferência, que sejam exclusividades da marca.
aPosTas do inVerno
Polo difusor da moda, o Rio de Janeiro apresentou, em novembro no Fashion Rio, o próximo inverno e o jeans foi um dos destaques em várias grifes. A Herchcovitch mostrou acabamentos, que se alternam em shine e vintage; a TNG, investiu nos manchados e nos blacks com aplicação de tecido étnico e leather denim; a Coca-Cola Clothing procurou shapes esportivos para o jeans délavé em diferentes nuances. Nas grifes cariocas,a Espaço Fashion preferiu as proporções e sobreposições nos jeans ice; OEstudio apostou nas sarjas em preto, cinza e marrom; a Ausländer inovou com a sarja estampada; e a R.Groove, masculina, desenvolveu o jeans nas versões raw e camuflado.
semPre a leVi´s
A Levi´s é sempre referência no quesito jeans. Com 65 lojas no Brasil, seis delas ficam no Rio. A grife tem 70% da coleção em peças jeans (calças, camisas, jaquetas, shorts, bermudas, vestidos, minissaias...), sendo que 90% do total são calças. Patricia Habib, gerente de produto Levi’s Brasil, aponta o consumidor da empresa como “homens e mulheres de espírito jovem, que tem a mente aberta e que quer deixar esse mundo melhor para a sua geração e, principalmente, para as próximas”. Para o inverno, a empresa está preparando uma coleção com um refinamento nas propostas de lavagens com desgastes suaves e modelos mais minimalistas. E ela completa dizendo que leggings e uma nova opção de skinny iniciam a entrada de prints na marca.
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Percebemos um espaço em branco no mercado brasileiro que a Lee Cooper pode preencher. Nasceu em Londres, no East End, lugar que hoje está na moda, mas na época era extremamente underground. De Londres, foi para lugares como Paris e virou desejo em países como Bélgica e Suíça. Em Nova York sempre foi encontrada nas lojas alternativas de jeans. A marca tem um apelo progressivo, associado à contracultura das bandas de rock inglesas.
Quais as perspectivas e estratégias para ocupar o “espaço em branco” no mercado brasileiro?
Fotos: Divulgação
O jovem profissional hoje busca uma marca autêntica, com valores universais. A Lee Cooper indentifica-se com Londres, cidade considerada centro criativo e artístico. Inclusive há uma tendência generalizada de valorização da marca British, como estilo de vida ousado. Queremos oferecer um jeans que seja competitivo em preço, isto é, com potencial de volume de vendas, mas reconhecido como trendy e não como artigo barato. Com a mudança no cenário das marcas no Brasil, acreditamos que seja uma grande oportunidade para ocupar uma fatia significante do market share.
Marca sediada em Londres e com representação em oitenta países prospecta mercado brasileiro em busca de parceiros, revela o principal executivo da empresa britânica Por Astrid Façanha
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tephen Burkhardt é especialista em jeanswear, com foco no mercado sul-americano. Já trabalhou em grandes grupos internacionais com marketing, desenvolvimento de produtos e licenciamento de marcas para a América Latina. Sua atual missão é planejar e acompanhar a expansão da Lee Cooper Jeanswear para o continente. Marca com selo londrino e apelo cult, a Lee Cooper tem um modelo de negócios baseado exclusivamente no licenciamento. Em entrevista exclusiva para a World Fashion + Varejo, o executivo fala sobre a marca ainda pouco conhecida no Brasil, mas com muita disposição para conquistar novos territórios.
A partir de sua experiência internacional no jeanswear, como percebe o mercado brasileiro para este segmento?
O mercado de jeanswear no Brasil é especial e único em diversos sentidos. Em termos de moda, o jeans brasileiro é atualizado e fast fashion. Além disso, oferece diversas modelagens e fits, sem falar nas lavagens que são exclusivas do Brasil e desenvolvidas localmente. Trata-se de um mercado fortalecido, ainda assim, existe espaço para o produto certo, com as tendências internacionais das marcas de jeans que são cultuadas em outros lugares do mundo.
Você pesquisou profundamente o negócio do jeanswear no Brasil, poderia resumir o cenário que encontrou?
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Nos últimos cinco anos, houve no país uma grande mudança no cenário das marcas. As que eram fortes, perderam mercados e não reinvestiram para reconstruir o nome. Outras foram envelhecendo e atualmente remetem a algo como o jeans do seu pai. Ao tornaremse corporativas, com a aquisição por empresas de private equity, as marcas brasileiras perderam a sintonia com a herança de pertencer ao empreendedor ou estilista que as criou. Portanto, percebemos um espaço em branco que a Lee Cooper pode preencher.
Conte-nos sobre a identidade da marca Lee Cooper.
A Lee Cooper é uma marca que tem história e tornou-se cult nos anos 1990.
Em 2006, a marca Lee Cooper foi comprada pela Sun Capital Partners, empresa americana de private equity. Qual é a estrutura de negócios da marca e seus principais mercados? A Lee Cooper passou por um repositionamento há quatro anos, quando trouxe um novo time de criação e mudou sua base que estava locada em Paris, de volta para Londres. A marca foi convertida para um modelo de negócios voltado puramente para o licenciamento. O pacote de licenciamento inclui suporte estratégico, material de marketing, design do produto e visual merchandising. Temos 35 licenciados internacionais e estamos presentes em 80 países. Os principais mercados são Europa, Ásia e Oriente Médio. Temos parcerias em mercados fortes, com grandes grupos locais como o
Landmark Group, no Oriente Médio, o Future Group, na Índia, e a Central Departament Stores, na Tailândia.
Qual o perfil do parceiro ideal para este modelo de negócio?
Varia de mercado para mercado. Em países como a China o nosso parceiro local é do varejo, mas eles próprios industrializam sua produção. O time da marca em Londres fornece o design e faz o controle da qualidade. Outros mercados são similares ao do Brasil, com parceiros que comercializam a marca no varejo, porém a produção é tercerizada. O modelo de negócios é orientado para o comércio, portanto, é necessário importar a produção ou desenvolver localmente.
Além do potencial do país como mercado consumidor, existe a possibilidade de o Brasil tornar-se produtor e desenvolver private label para a Lee Cooper?
Um dos pontos fortes do país é justamente seu parque industrial. O Brasil é um dos poucos países no mundo que reúne toda a cadeia produtiva. Além de ter experiência com o empreendedorismo de marca. Tem tudo para tornarse um centro de exportação. O Brasil tem diversas vantagens competitivas em relação a outros mercados, sabemos que é especialmente forte no calçado e na produção de jaquetas jeans. Algumas marcas fracassaram no Brasil devido à queda no padrão de qualidade. A proposta da Lee Cooper é oferecer o mesmo produto encontrado na Europa ou na Ásia, com um diferente fit e lavagem, de acordo com o gosto do consumidor local. O time de design disponibiliza a coleção completa on -line, os licenciados podem baixar os produtos que desejarem com as fichas técnicas, especificações claras e direcionamentos para a produção. Depois, há o follow up. Hoje, com a tecnologia digital, o consumidor compra produtos globalmente. É preciso ter uma qualidade compatível com a encontrada em Londres ou no Japão, por exemplo.
Proposta de oferecer jeans competitivo e reconhecido como trendy nos mercados em que a marca atua
Meta de expansão com mais lojas Hering Store e Hering Kids, com ampliação de franquias também
laranja, o mescla e o verde em tons diversos ditam as cores da estação. Para meninada, a Hering Kids aposta em peças casuais em looks em jeans, peças com cores fortes, estampas de caveiras, padronagens de xadrez e listras.
Portfólio
Por Carol Kossling
H
á 133 anos atuando no segmento varejista do setor de vestuário, a marca Hering passou de pequena tecelagem, instalada em Blumenau (SC), a uma das principais redes de franquia nacional. Hoje, está entre as marcas de moda mais lembradas, segundo última pesquisa Top of Mind. De acordo com conference call realizada no dia 10 de janeiro deste anos, pelo CEO da companhia, o empresário Fábio Hering, com acionistas, o ano de 2012 foi desafiador, com dificuldades de falta de mercadoria e de abastecimento nas lojas. Em seguida veio a reação, e a Cia. Hering apresen-
tou melhora nos resultados no último trimestre daquele ano. Segundo informações da empresa, a receita bruta cresceu 10,7 por cento nos últimos três meses em relação ao mesmo período do ano anterior. No total anual, o lucro líquido foi de R$ 311 milhões em 2012, alta de 4,7% quando comparado com os R$ 297,3 milhões de 2011. O principal fator enfrentado nesse período de dificuldades foi o canal de suprimentos, tanto o interno (produção própria), como no chamado outsourcing, a compra de produtos no mercado local quanto dos importados. Houve também um desabastecimento geral em razão, em muitos
A marca pretende, ainda este ano, expandir nacionalmente a rede Hering e Hering Kids casos, de um abastecimento tardio, muito próximo ao Natal. Para 2013, após atualização de estudos do potencial de expansão, que tomou como base dados socioeconômicos, como renda e consumo, e estimativa de penetração da marca, a empresa acredita no crescimento, baseado na boa aceitação do showroom férias e outono que esse ano foi separado do inverno. A meta é atingir 592 lojas na rede Hering Store, com 77 inaugurações. Além disso, apostam também na rede Hering Kids com a abertura de 30 lojas durante o ano, que passaria a ter 57 unidades. Segundo próprio balanço, a Hering terminou 2012 com 621 lojas. O foco para as novas lojas são cidades brasileiras com até 500 mil habitantes. A empresa vê boas possibilidades no Sudeste e na rede de franqueados.
Coleção Outono
Fotos: Divulgação
A Hering destaca para as mulheres tendências mundiais em peças com brilho, resinadas, com rendas, estampas florais, listras, em denim, couro e tricot. A cartela de cores puxa para o azul e o vermelho em seus diversos tons, além do verde e do berinjela. Já a coleção masculina traz maxiestampas fotográficas com efeitos diferenciados, degradês e xadrez. Destaque para o jeans, couro e resinados. O azul, o amarelo claro, o mostarda, o
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As marcas Hering, Hering Kids, PUC e dzarm fazem parte do portfólio do grupo que lançam seis coleções ao longo do ano, entregues em ciclos a cada duas ou três semanas, para garantir novidades nas lojas e estimular a frequência dos consumidores. O público-alvo da marca Hering é adulto de todas as classes sociais, assim como a marca Hering Kids para crianças. A PUC foca em crianças de classes sociais A e B e a dzarm é voltada para jovens de classes sociais A e B. Os produtos de todas as marcas incluem linha de vestuário e acessórios de moda e produtos básicos.
Trajetória
Em 1880, os irmãos Hermann e Bruno Hering fundaram, em Blumenau (SC), a Indústria Têxtil Companhia Hering, que na época produzia roupas de malha com algodão. A palavra Hering significa “arenque” em Alemão e os dois peixinhos da logomarca simbolizam os dois irmãos fundadores. Em 1929, a companhia transformou-se em sociedade por ações, com a razão social “Cia. Hering”, usada até os dias de hoje. Em 1966 obteve certificado de Sociedade de Capital Aberto. Nos anos 70 foi reforçada a produção de vestuário especificamente voltado ao atendimento do público infantil e em 1984, com a criação da marca PUC, ingressaram ainda mais neste mercado. Nos anos 90, após grandes mudanças no modelo de negócios, foi criada a rede de franquias da marca Hering, e em 98, a primeira loja PUC. A dzarm chegou ao portfólio em 99. De 2007 a 2010, a estratégia centrou-se na força da marca Hering, marcando seu reposicionamento como marca de moda acessível. A criação do cartão de crédito Hering Store, a expansão e fortalecimento da Rede Hering Store (franqueada e própria) e incremento nas vendas no varejo multimarcas, foram outros pontos importantes da estratégia. Desde então, a Cia. Hering seguiu explorando o alto potencial da marca-chefe, com ações voltadas tanto para o aumento de vendas da rede Hering Store quanto do canal varejo multimarcas. No mercado infantil desenvolveu novos negócios para as marcas Hering Kids e PUC. O varejo online recebeu investimentos em infraestrutura de logística e tecnologia.
Dez capitais brasileiras têm perfil delineado em estudo feito por Ibope/Invista sobre o jeans nosso de cada dia… Por Eleni Kronka
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Ibope Inteligência, a pedido da Invista, realizou uma pesquisa ouvindo mil consumidores brasileiros que usam jeans habitualmente, com o objetivo ode analisar o comportamento dessas pessoas no momento da compra e do uso das peças. O levantamento foi realizado no período
de 21 de novembro a 4 de dezembro de 2012, tendo em conta uma margem de erro de três pontos e considerando o nível de confiança de 95%. Segundo a gerente de produto de moda da Invista no Brasil, Célia Pinho, “frequentemente a Invista promove pesquisas de comportamento no Brasil e no mundo,com o objetivo de
subsidiar diferentes elos da cadeia têxtil com informações que adicionem valor ao negócio dos clientes”, assinala, completando que essa estratética possibilita o desenvolvimento de “estudos e tecnologias para a produção de novas fibras têxteis, que antecipem as necessidades e desejos dos consumidores”.
Nessa amostra, foram ouvidos homens e mulheres, entre 18 e 50 anos, pertencentes às classes ABC, moradores de dez capitais – Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo o levantamento, a maioria dos brasileiros (46%) que usa habitualmente uma peça confeccionada em denim, na média geral usam a peça cinco vezes por semana. A frequência de uso é maior entre os jovens entre 18 e 24 anos, sobretudo na cidade de Goiânia (76%), seguida por Brasília (59%) e Curitiba (58%). Os entrevistados que dizem usar jeans tanto no ambiente de trabalho como nos momentos de lazer, afirmam que a predominância é mesmo no trabalho (54%), seguida pelo lazer (46%). Entre os principais atributos do jeans, o conforto é requisito para o uso da peça nos momentos de lazer (51%) bem como durante o trabalho 49%). Os entrevistados dizem ainda que o segundo maior benefício do jeans para quem trabalha é a praticidade (21%). Já nos momentos de passeio, o caimento no corpo (19%) é outro item valorizado. Entre o público masculino, a modelagem tradicional (73%) é a mais utilizada e está entre os modelos preferidos (67%). Os modelos justos (25%) aparecem em segundo lugar, seguidos pelas calças largas (19%). Para as mulheres, no entanto, o leque de opções é bem maior quando o tema é a modelagem. A tradicional é a mais utilizada (64%) e também preferida (41%). Outros modelos visados pelo público feminino são: skinny (46%), cigarrete (41%), capri (24%) e saruel (15%).
Foto: Divulgação
Consumo
Os usuários de jeans compram, em média, sete peças ao ano, entre as quais, prevalecem: calças (85%), bermudas (9%), short (3%) e saia (2%). A maioria (54%) faz essas compras em magazines ou lojas de departamentos, seguidas pelas multimarcas (51%), lojas monomarcas (34%) e hipermercados (8%). O investimento feito na compra de uma peça gira em torno de R$ 95, considerando os que investem mais de R$ 101 (29%); ou investem entre R$ 81 e R$ 100 (25%); entre R$ 61 e R$ 80 (22%), ou que gastam menos de R$ 40 (5%). A modelagem é um item decisivo (42%) na hora da escolha, considerando-se ainda que o jeans com elastano aparece com destaque: 54% dos entrevistados habitualmente usam peças com elastano.
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Fotos: Divulgação
A sustentabilidade é palavra que predomina no vocabulário das tecelagens na hora de traçar os planos para o desenvolvimento dos novos tecidos no segmento jeanswear Por Eleni Kronka
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o segmento do denim, matéria-prima essencial para a produção das peças e do próprio conceito do jeanswear, as tecelagens trabalham intensamente para colocar em cada lançamento o ingrediente atrativo da moda. Nem sempre a novidade está na forma da roupa, pois praticamente tudo já foi feito em matéria de shape para diferenciá-la. A novidade agora talvez nem fique tão aparente, pois nem sempre está relacionada à cor ou à textura do tecido. O que muda a “cara” do jeans está escondido na alma do fio, no acabamento do tecido ou no processo de lavagem que faz com que essa indústria, antes tida como grande “gastadora” de água, se transforme em exemplo para toda a cadeia de produção. Entre empesas de peso neste setor, que participaram da mais recente edição do Première Vision Brasil – ou mesmo entre as que não estiveram na mostra dessa vez –, o investimento em tecnologia não cessa. Dentro desse cenário, as tecelagens nacionais fazem os lançamentos para a temporada de verão 2013/14, momento importante para as vendas. Este é o caso da Tavex, que acaba de lançar, em parceria com a Invista – fabricante da Lycra® – a coleção Tri-blend technoloy® by Tavex que representa uma nova geração de tecidos stretch. A gerente de marketing da Tavex para a América Latina, Maria José Orione, explica que os produtos são uma combinação única de duas
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fibras elásticas, o fio Lycra® e o fio Lycra T400 ® (poliamida), associadas à versatilidade e o conforto do algodão. “A combinação dessas duas fibras deu origem ao tecido Lycra® dualFX(TM), que oferece um super stretch com a perfeita modelagem e conforto excepcional”. O fio Lycra® oferece alto stretch ao tecido, enquanto o fio Lycra® T400 ® promove alta recuperação, baixo encolhimento e infinitas possibilidades de lavagem do tecido. O sistema Tri-blend technoloy® by Tavex, segundo ela, foi desenvolvido para oferecer o máximo de conforto e manter a forma ao longo do tempo, além de garantir o efeito “push-up” tão desejado no mercado brasileiro. A Tavex, aliás, já vem trabalhando dentro da proposta de invação tecnológica para seus produtos. “A empresa tem trabalhado continuamente no desenvolvimento de coleções inovadoras e também de projetos inusitados como o Alsoft® Amazontex, e o Acquasave® by Tavex, projeto visa garantir às gerações futuras a preservação da água e dos recursos naturais essenciais para a vida, aliando processos que garantem desbote mais rápido em lavanderia, reaproveitamento e redução do consu-
Projetos como Alsoft® Amazontex e Acquasave confirmam o compromisso da Tavex com a moda e a sustentabilidade
Conforto e tecnologia de acabamentos são atributos da coleção verão 2014 da Cedro
mo de água, de energia térmica e uso de produtos químicos de baixo impacto ambiental”. Já a coleção Denim® Terapy aposta, por exemplo, no Balance (tecnologia biocerâmica com benefícios ao equilíbrio e bem-estar), o Sense com Aloe Vera (hidratante e regenerador celular) e o Limit, com íons de prata que inibem a proliferação de bactérias, garantindo o frescor do jeans.
susTenTaBilidade e efeiTo duPla-face
A Vicunha Têxtil, por sua vez, apresenta ao mercado de moda uma série de inovações em acabamentos, cores e texturas, com o foco em tecnologia, como assinala a gerente de marketing Renata Guarniero. Dentro da proposta do brim Duo Color, a empresa oferece como inovação artigos que permitem o tingimento simultâneo e em cores diferentes nos lados – do direito e do avesso. Os destaques são o Carly e o estampado Duo Juicy, com padronagem listrada. A mesma proposta aparece no metalizado Rihanna, da linha Metallic Glam, com a opção do pronto para tingir (PT), além do Beyoncé (8,5oz), metalizado na cor cobre sobre base Black. O Rihanna, aliás, aceita muito bem intervenções com laser. O processo possibilita efeitos únicos, além de viabilizar a redução do consumo de água e o tempo de produção, se comparado aos processos tradicionais. Na linha da sustentabilidade, Renata Guarniero destaca o ECO-D, certificado pelo Instituto-E, idealizado e presidido por Oskar Metsavaht. Esta linha de denim color é composta por artigos que encontram na reciclagem das garrafas PET a matéria-prima para os fios de poliéster. O tingimento dos artigos também foi pensado de maneira a minimizar o impacto sobre o meio ambiente ao
contar com corantes que, associados à glicose (biodegradável) e submetidos ao processo de tingimento desenvolvido pela Vicunha, otimizam a absorção e fixação dos corantes nas fibras do tecido e reduzem em 80% o consumo da água. Assim como todos os outros produtos Vicunha, 100% da água envolvida na produção da linha ECO-D é tratada, 70% reaproveitada e 30% devolvida ao meio-ambiente. A novidade para o Verão 2014 é a ampliação da cartela de cores sobre a base índigo, com os artigos Melancia, Pequi, Damasco e Hortelã, todas em construção sarja, além das versões em cetim, de brilho mais intenso, nas cores Açaí e Avelã. Para o Verão 2014, a linha Vintage Leather ganha um novo artigo, o Lovato, que traz variantes em fluo (laranja, limão, verde e Pink) para a proposta leather-denim.
Poder e fixação
A presença de artigos importados também no segmento jeanswear é uma preocupação com a qual a Ca-
Tecnologia Fix da Capricórnio potencializa resultados de tingimento dá à cor maior poder de fixação, com redução de custo de lavanderia
Denims Metalizados e Perolados Canatiba: inovadores e com visual moderno, lançamentos possuem o metalizado ora nos acabamentos, ora na trama do tecido com fio especial
colorido, disponível em três cores amarelo, verde e vermelho, enquanto o Lancaster (elastizado, ultra blue, em estrutura broken) confere aspecto rústico em tingimento intenso. Outros lançamentos no denim são: Livorno (black, super stretch X-Comfort com acabamento coated), Halle (100% algodão, blue black) e Hamburgo (elastizado, blue black).
Fibras, cores, acabamentos
pricórnio lida investindo em tecnologia visando à otimização da qualidade, afirma a executiva de marketing, Gabriela Manfredini. “A tecnologia Fix da Capricórnio, por exemplo, potencializa os resultados do tingimento dá à cor maior poder de fixação, o que significa redução de custo de lavanderia”. Segundo a executiva, 80% dos denims da Capricórnio já são produzidos dentro do conceito Fix, o que representa “uma grande mudança para a empresa, tanto interna quanto externa”. Na visão da gerente de marketing, a tecnologia Fix atende à demanda do mercado em termos de inovação e de racionalização de custos para as empresas. E como a proposta de moda no segmento jeanswear conta muito com a atuação das lavanderias, Gabriela Manfredini salienta que cada vez mais “as tecelagens estão procurando parceiros para estreitar laços e/ou utilizar da tecnologia para agregar valor aos produtos e reforçar a sinergia com empresas no mercado”. O ano de 2013, segundo ela, será de reestruturação e manutenção dos patamares de vendas, para um crescimento em 2014.
Entendendo o mercado
Do alto de seus 140 anos de existência, a Cedro trabalha com a proposta de que somente conhecendo o mercado em profundidade, “entendendo as necessidades do cliente e estabelecendo uma relação real de parceria é possível evitar a grande ameaça que existe no mercado atualmente, que é a importação vinda de países asiáticos a um custo predatório em relação à indústria nacional”, segundo a gerente de produtos da Linha Denim, Ana Gabriela Lima. Entre os destaques da linha denim, estão: o Lagash (top denim elastizado, tingimento special dark, acabamento mercerizado resinado, fio anel), o Mitanni (100% algodão, tingimento special dark), o Sutton (elastizado, tingimento azul acinzentado, acabamento mercerizado resinado), o Brooklin (denim elastizado Super Stretch X-Comfort, blue black em acabamento resinado), Atlantis (Super Stretch X-Comfort, blue black e resinado). O Inverse (elastizado ultra blue) vem com avesso
A Coleção Canatiba verão 2014 apresenta denims com diversos pesos, estruturas high density e composições com misturas de fibras nobres, tingimentos exclusivos, acabamentos especiais e efeitos de fios em novos sistemas operacionais que privilegiam o conforto e a funcionalidade. São produtos com ampla gama de tonalidades de blue denim, denims colors e PTs – Prontos para Tingir – nas cores da temporada. Entre os lançamentos, destaque para os denims coloridos com aspecto de couro – como o Mirror Color com mais de dez cores (azul, verde, vermelho, preto, ferrugem, berinjela entre outras), além dos Denims Gold e Silver, e do Denim Color (Jammie Color, Moto Color, Jet Color). Sobressaemse também os metalizados e perolados em ouro, prata, cobre e branco, os denims da linha MaxSkin, entre eles o 100% Modal e a linha Megaflex Comfort, com fio especial T400 com tecnologia LastingFit. Cores: azuis, verdes, vermelhos, pretos, ferrugem, berinjela entre outras. A linha Canatiba MaxSkin®, composta por denims construídos com matérias-primas de alto valor agregado e desenvolvidos com diferentes estruturas, pesos e tingimentos, traz na composição fibras como Lenzing Modal, Tencel, algodão e elastano, em associação com acabamentos especiais. O resultado é o alto conforto. Já os lançamentos da Linha Canatiba Megaflex Comfort® são desenvolvidos com o fio Lycra T400 ®, que proporciona leveza, vestibilidade e
garante que as peças não percam a forma após várias lavagens. Os denims Canatiba Hi-Comfort® são desenvolvidos com Tencel e proporcionam extremo conforto, toque agradável e alta resistência aos processos de beneficiamento. As linhas com stretch, isto é, Canatiba Megafelex e Canatiba SexyFit®, têm como pontos fortes: alta elasticidade e conforto. Denims rígidos com tingimentos e acabamentos diferenciados de alto valor agregado fazem parte da Canatiba Premium Denim, enquanto a Canatiba Denims Colors, com os artigos Moto Collor Winter e Jet Multicolor Stretch, vem com power stretch e diversas opções de cores – vermelho, ocre, verde, azul, roxo, violeta e terra, com trama preta.
Agilidade
Mudanças rápidas, que exigem respostas ágeis, e exigência redobrada por parte da clientela são aspectos que caracterizam o mercado atual, segundo a responsável pelo marketing da Covolan, Aline Nóbrega Cabral. A profissional assinala que a busca pelos artigos diferenciados supera a procura pelo básico, sendo essa tendência a que norteia os planos de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos na empresa. Com essa perspectiva, a Covolan aposta na linha Ultra Stretch Denim, com artigos de grande elasticidade (ultra power). “Os tecidos possuem fio de elastano especial para assegurar maior conforto e flexibilidade”. Os tecidos Seven blue e Seven black, segundo Aline, são dois importantes lançamentos, ideais para calças skinny e super skinnies. Esta linha ainda conta com os tecidos Pietra Deep Skin, Stuck, Attitude, Serena e Genius Twelve. Na linha Prime, foram lançados os tecidos: Smart, com tingimento blue intenso e acabamento mercerizado, e o Noale, mercerizado, com tingimento blue black. Complementam a linha os artigos Murky e Titan. Seis novos artigos passam a integrar a linha Genius Denim, com destaque para o Genius Eight (cetim stretch). Outros destaques da temporada são Genius Nine e Genius Ten, com construção maquinetada e aspecto de malha, seguindo a proposta da Diesel, por exemplo, que lançou o "jogg jeans", apresentando o jeans com o conforto do jogging. A coleção se complementa com tecidos leves para modelagens fluidas, além de trazer tecidos espatulados, que oferecem efeitos de lavagens, e versões estampadas no denim.
Aspectos encerados e resinados criam novas aparências aos materiais, com destaque para os brilhos dourado e perolado, além dos artigos dupla face com cores desbotáveis, da Santanese
sportswear) para oferecer aos clientes informação e inspiração permanentemente", conta, acrescentando que o conteúdo traz referências de moda e informações sobre os tecidos, mostrando suas aplicações de acordo com as propostas da temporada. Para o verão 2014, a Santanense propõe uma viagem ao futuro tecnológico com ideias associadas aos conceitos da sustentabilidade e ecopreservação, em conjunto com as mais puras referências de tradições culturais. As possibilidades são inúmeras: novos aspectos, texturas e cores fazem parte da tecnologia aplicada à matéria prima, traduzida em brilho dourado ou perolado. Aspectos encerados por resinas também criam novas aparências aos materiais. Vale destacar os tecidos double face com cores desbotáveis, associados à Lycra, que ampliam os conceitos comfort e de praticidade. Dos brins coloridos dupla face, passando por denims estampados e com brilho até chegar à proposta ecológica, Vicunha interpreta o verão 2014 sob várias visões.
Informação ao mercado
Segundo a gerente de marketing da Santanense, Eleonora França, a empresa mantém o nível dos negócios graças a gama de produtos e serviços que tem colocado à disposição da clientela. "Lançamos o blog Santanense (www.blogsantanense.com.br/ Covolan aposta na linha com artigos de grande elasticidade (ultra power), com fio elastano especial para assegurar maior conforto e flexibilidade
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Foto: Divulgação
Tecnoblu cria em estúdio próprio etiquetas para o jeanswear e demais segmentos de moda.
na parte interna de camisas, calças e peças que possuem contato direto com a pele. Outras etiquetas têm uma estética muito próxima ao metal, com a vantagem de serem maleáveis, não enferrujar e nem prejudicar a pele.
o Jeans e a eTiQueTa
Investimentos não param na área das empresas fabricantes de etiquetas para o jeanswear, de forma que criação e desenvolvimento sigam propostas de moda e funcionalidade Por Eleni Kronka
O
mercado jeanswear expande-se e pede que as empresas fabricantes de componentes sigam o mesmo compasso. E o segmento de etiquetas faz investimentos para manter-se atualizado tecnologicamente. Este é o caso de duas grandes empresas do setor. A Haco, por exemplo, traz como novidade para 2013 o novo posicionamento de marca, que consolida a empresa como provedora de soluções em identificação de moda, segundo o presidente da empresa Alberto Lowndes. Para aumentar ainda mais este seu portfólio de identificação, a Haco comprou a Publicidatas, empresa especializada na fabricação de identificação adesivas, com intuito de aumentar a oferta de produtos diferenciados em embellishment (itens utilizados na parte externa das peças e que têm grande potencial para agregar valor as mesmas).
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Com a aquisição, a Haco fortalece seu portfólio de soluções em identificação acrescentando as identificações adesivas. Assim, a Haco passa a ser a única empresa brasileira focada no embellishment, oferecendo diversas opções inovadoras para o segmento de moda, tanto doméstico quanto internacional. A aplicação deste tipo de produto é bastante ampla, compreendendo as peças de vestuário em geral, desde peças para adulto e infantil, tendo grande potencial para o segmento jeanswear. Muitas etiquetas têm “toque zero”: são extremamente confortáveis, não irritando a pele em caso de contato. Possuem boa resolução e grande variedade de cores e materiais, além de acompanharem a elasticidade do material ao qual será aplicado. São muito utilizados nos segmentos: infantil, surf, moda praia e moda íntima e também
Primeira empresa de aviamentos da América Latina a ser convidada a expor nas feiras Mod’Amont e Denim by Première, em Paris, a Tecnoblu tem no segmento jeanswear um importante filão de negócios. Criada em 1994 pelo empresário Cristiano Buerger, a empresa catarinense tornou-se referência no segmento, pelo modo de conceber suas linhas e de injetar informação de moda em cada lançamento. “Transformar uma commodity em um produto de alto valor agregado”, diz o executivo. Os artigos da Tecnoblu são desenvolvidos no estúdio próprio de criação, chamado Estúdio Tecnoblu, ou simplesmente ET. Simone Carsten S. Cunha, responsável pela área de Branding, lembra que “Tecnoblu nasceu pensando em jeans e no que ele merece de melhor em matéria de personalização”. Segundo a profissional, “muito design, tecnologia
e vanguardismo fizeram parte desde o início ousado da empresa há 18 anos”. Mesmo tendo ampliado muito seu portfólio pela atuação em outros segmentos da moda, o jeanswear continua sendo vital para os lançamentos e as inovações da empresa, “tudo trazido pelas pesquisas feitas pelo Estúdio Tecnoblu”, assinala Simone. Com essas ações, a empresa mereceu ser citada pela Denim Bible III, publicação que é referência no mercado. “Sem dúvida, foi uma chancela para expertise da Tecnoblu no setor”. Segundo Simone, “levar ao mercado inspiração, informação, novas possibilidades e incríveis projetos, faz parte da história da Tecnoblu Your ID”. Para o verão 2013/14, a Tecnoblu traz o Rio de Janeiro como referência de moda e lifestyle. Bossa, Samba e Charme dão nome aos três books lançados carregados de produtos para as diversas necessidades das coleções de moda. Há presença dos tons sóbrios, leves e frescos dentro do tema Bossa. Já o Divas Samba chega vibrante e brilhante, enquanto o Charme vem com singulares opções em sintéticos e máxi ornamentos.
Haco tornouse a primeira no segmento de itens para embellishment no Brasil.
O jeans é coringa e já virou mania. Nesta edição desvendamos os segredos do item mais amado dos brasileiros. Você vai conferir os bastidores de uma lavanderia industrial e conhecer práticas e processos da peça mais democrática do seu guardarroupa
Fotos: Gui Benites
Sobreposiçþes descoladas e tons de azul competem com os vibrantes, os jeans colors, metalizados, resinados e double face
O jateado é o destaque e o toque do verão 2014
Desgastes, puĂdos, bigodes com grampo e dirty sĂŁo processos manuais que valorizam o jeans
Processos de stone, bigode amassado, stone americano e aplicação de patches tornam-se itens de destaque
Produção: Jonatas Itiyama e Mariana Bergamasco Textos: Mariana Bergamasco Agradecimentos: Lavanderia Clarear (Londrina - PR), Canatiba, Capricórnio, Tavex e Vicunha Colaborador: Guilherme Watanabe
Fotos: Divulgação
Dona Dani: ponto de venda une arquitetura contemporânea ao tradicional sistema de venda a metro de tecidos
rePAGinAdA, vendA do tecido A metro estÁ de voltA Com a loja Dona Dani, a venda do tecido a metro está de volta, em novo formato, seguindo tendência liderada por escolas internacionais de formação de novos designers Por Eleni Kronka
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Ao lado,Paula Cimino, idealizadora do projeto, e acima o experiente vendedor Hildo Galdino da Silva
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arquitetura contemporânea – piso frio branco, paredes de concreto aparente e muitos detalhes de madeira – é o que dá a nova roupagem ao antigo formato de venda de tecido a metro na loja Dona Dani. O espaço faz, por meio do nome, uma homenagem à empresária Danielle Chehaibar, idealizadora da Textil Picasso, empresa que deu origem ao Grupo Promex, composto por 13 empresas, entre elas a Texprima, Pétala (tecidos para moda festa e noivas), entre outras, além da própria loja de tecidos a metro. Inaugurada em outubro de 2012, a Dona Dani reúne grande variedade de artigos, seja para roupas do dia a dia, seja para a linha festa. O projeto que deu forma à loja, instalada no bairro paulistano da Casa Verde, tem como mentores a coordenadora Paula Cimino e o empresário Isaac Chehaibar. É ele mesmo quem diz: “Se os estudantes de moda das grandes escolas de Nova York, como o FIT e a Parsons School, contam com pelo menos três lojas nesse estilo para comprar de qualidade em pequena quantidade, por que os futuros designers brasileiros não poderiam ter também?” A partir desse questionamento, o projeto começou a ganhar forma. “A loja Dona Dani foi criada para oferecer um diferencial para o mercado de moda contemporâneo”, salienta Paula Cimino. No espaço de 600 m2, estão bem distribuídos os mais de 2 mil
itens à venda para a clientela, potencialmente formada por estilistas, jovens criadores, bem como consumidores finais. A Dona Dani também dispõe de acervo de revistas, cadernos e livros para deleite dos pesquisadores, material que pode ser manuseado enquanto se saboreia um bom café. Apesar de toda variedade, só os produtos – alguns dos tecidos são desenvolvidos com exclusividade para a loja no que se refere a estampas e cartela de cores – não são os únicos elementos que compõem o DNA da loja. “A equipe de atendimento conta com estudantes de moda, que orientam na escolha dos tecidos, bem como com o experiente profissional de vendas Hildo Galdino da Silva, que tem longo histórico na área”. Os representantes da nova geração nesse contexto da venda do tecido a metro são: Ranner Vidal (Belas Artes), Francielly Rodrigues e Renato Christoffoletti (ambos da EACH USP) e Caio Felipe do Nascimento (Anhembi Morumbi). São eles que já dão o OK para inovações que surgem irem consolidando o conceito da loja. É o caso da venda do Fashionnary (caderno de anotações técnicas, portado), dos botões encapados (como no passado), da fita métrica personalizada, dos lenços, do “pupurri de tecidos” (retalhos com boa metragem) e a tesoura dourada, profissional e de qualidade, que sintetiza bem a proposta de resgate de uma tradição artesanal, repaginada e atualizada.
Veja quais são os principais eventos de moda que acontecerão de abril a junho de 2013. Rio-àPorter e Fashion Business se unem e dão origem a um único salão, o Salão Bossa Nova de Moda e Negócios
cidade
início
término
minas trend preview
belo horizonte - mg 09/04/13
12/04/13
dragão fashion
fortaleza - ce
13/04/13
18/04/13
fashion rio
rio de janeiro - rj
15/04/13
19/04/13
Salão Bossa Nova de Moda e Negócios
rio de janeiro - rj
14/05/13
17/05/13
sicc
gramado - rs
27/05/13
29/05/13
fenim nordeste
fortaleza - ce
27/05/13
29/05/13
salão moda brasil
são paulo - sp
16/06/13
18/06/13
fenim SP
são paulo - sp
16/06/13
18/06/13
fenim gramado
gramado - RS
18/06/13
21/06/13
Foto: ©breadandbutter.com/Julia Nitzschke
Eventos de Moda
evento
Fotos: Divulgação
Reflexões sobre a moda Livros e cursos trazem abordagens diversas sobre a moda, colocando o tema em seu devido contexto: o contemporâneo Moda, arte e civilizações
As entrelaçadas histórias da moda e da arte podem ser visitadas no livro Moda e arte: releitura no processo de criação, da jornalista, fotógrafa, estilista e modelista Dinah Bueno Pezzolo. A publicação, lançada pela Ed. Senac, mostra a influência dos diferentes movimentos artísticos na criação dos profissionais que fazem a moda que vemos nas passarelas. Dinah percorre a história da humanidade desde a Antiguidade, analisando pinturas, ilustrações, gravuras e fotografias, de pessoas e da vida cotidiana, até chegar ao século XXI. Por meio dessas imagens, evidencia as propostas das vestimentas apresentadas, enfatizando os códigos e sinais que retratam costumes das diferentes épocas. A partir dessas observações, a autora relaciona concepções aproveitadas na moda atual. Fartamente ilustrado, com riqueza de detalhes e explicações, Moda e arte é uma viagem pelas histórias da civilização, da arte e da moda.
Walter Rodrigues integra oficina híbrida de moda
“Até que ponto os criadores de moda, podem forjar da literatura uma ideia de manifesto para um corpo-texto? E o caminho contrário?”. Partindo desta inquietação, o estilista Walter Rodrigues, a escritora e socióloga Carla Cristina Garcia (PUC-SP) e o filósofo Brunno Almeida Maia (Unifesp) idealizaram o que chamam de oficina híbrida, com o tema “A literatura e a moda: A estranha relação entre as palavras e o corpo”, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, instituição da Secretaria de Estado da Cultura. O curso, que vai até dia 27 de junho, sempre às quintas-feiras, é gratuito e aberto aos estudantes e profissionais de moda e das artes em geral - a partir de 16 anos de idade. O objetivo é proporcionar a reflexão sobre a produção literária e de moda no século XX. Ao final da oficina, os participantes terão a oportunidade de exerci-
tar o olhar conceitual com uma coleção, que será apresentada ao público. Trimestral, a oficina será dividida em dois momentos. O primeiro corresponde ao período de investigação, pesquisa e explosão de imagens. Serão utilizadas três obras que delimitam o objeto de estudo - do Modernismo até o final da década de 80 do século XX. São elas: “Orlando - Uma Biografia”, da escritora inglesa Virginia Woolf; “Esperando Godot”, do irlandês Samuel Beckett, e “Admirável Mundo Novo” de Aldous Huxley. Em seguida, Walter Rodrigues coordenará a criação coletiva de uma coleção de moda, partindo das imagens e ideias debatidas ao longo do período de investigação, pesquisa e conceitualização. Informações: (11) 3222-2662 / 32214704 | oswalddeandrade@oficinasculturais.org.br.
Ronaldo Fraga na sua estante
Nas passarelas ele sempre dá um show. Agora é a vez de Ronaldo Fraga levar toda a sua criatividade e expertise para as páginas do livro que, já na capa, leva o seu nome: "Ronaldo Fraga: caderno de roupas, memórias e croquis". A publicação, lançada pela Ed. Cobogó, reúne os temas e as inspirações do estilista nas coleções de 1996 a 2012. Ronaldo revela detalhes de seus projetos e referências retiradas da música, dança, literatura e de suas memórias. As páginas exibem traços característicos do artista formando um grande caderno de colagens. O livro ainda conta com textos das especialistas em moda Cristiane Mesquita e Costanza Pascolato. Graduado em estilismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),
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com pós-graduação na Parson’s School of Design de Nova York e Saint Martins School de Londres, Ronaldo Fraga iniciou sua marca no extinto Phytoervas Fashion, em 1996, com a coleção “Eu amo coração de galinha”. Em 2001, ingressou no SPFW. Além da marca própria, desenvolve projetos de geração de emprego e renda com reafirmação cultural em cooperativas e comunidades ligadas à indústria de confecção. É autor do livro “Moda, roupa e tempo” - Drummond selecionado e ilustrado por Ronaldo Fraga, e teve sua biografia publicada pela editora Cosac Naify, dentro da coleção “Moda brasileira”. Em 2007, recebeu a Comenda da Ordem Cultural, prêmio do Ministério da Cultura concedido a “personalidades que dão corpo à cultura brasileira”.
por Antônio Gondim
Apesar dos pacotes de “bondades”, é bom pôr as barbas de molho, pois na prática o mundo real é muito mais complicado do que pode supor a vã filosofia dos burocratas de plantão e suas legislações inaplicáveis
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ano de 2013 começou com novidades imvtantes para as empresas do setor: aprovação da desoneração da contribuição ao INSS sobre a folha de pagamento no varejo e adoção da alíquota interestadual do ICMS de 4% para os produtos importados.
desoneração do inss
A desoneração do INSS sobre a folha de pagamento das indústrias do ramo do vestuário foi introduzida em 2012. Agora o governo estendeu o benefício (?) ao varejo, ficando de fora apenas o atacado. Pela nova sistemática, que começa a vigorar em 1º de abril de 2013, as empresas deixam de pagar a contri-
buição do INSS de 20% sobre folha de salários, que será substituída por outra calculada sobre 1% do faturamento. A novidade é auspiciosa para o varejo que sofre o ônus de encargos trabalhistas altíssimos em razão das comissões que paga aos vendedores. O refresco vem em boa hora! Dificuldade, porém, para quem atua simultaneamente na indústria, atacado e varejo. Esses pagarão a contribuição de 1% sobre o faturamento da indústria e do varejo, mas continuam a pagar a contribuição de 20% sobre a parcela da folha de pagamentos proporcional ao atacado. Aqueles que desejam unificar o procedimento, se livrando de vez da contribuição sobre a folha de salários,
Antônio Gondim é sócio
Foto: Arquivo pessoal
Ano novo, tributo novo!
da Êxito Consultores, consultores tributários da industria da moda.
www.exitoonline.com.br
podem acondicionar as mercadorias revendidas no atacado, ganhando assim o status de industrial e, por conseguinte, a desoneração integral. É hora também de reavaliar a opção pelo Simples Nacional, que agora fica bem menos atrativa.
alíQuoTa inTeresTadual do icms de 4%
Em 2012, um dos temas recorrentes nessa coluna foi a chamada Guerra dos Portos, apelido cunhado pela imprensa à escalada de benefícios fiscais de ICMS concedidos a produtos importados em vários Estados, em detrimento dos similares nacionais. No final, o Supremo Tribunal Federal cassou parte dessa legislação e o Senado baixou a alíquota interestadual do ICMS dos importados para 4%, evitando assim a transferência dos benefícios ainda vigentes, via crédito fiscal, para os estados de destino dessas mercadorias. Ocorre que essa alíquota é aplicável também aos produtos nacionais fabricados com insumos importados com custo igual ou superior a 40%
do preço de venda. Fácil de calcular? Quase impossível, porque muitas empresas possuem mais de uma tabela de preço para a mesma mercadoria; porque o mesmo insumo pode ser adquirido no mercado interno ou importado, com custos diferentes; e, porque o mundo real é muito mais complicado do que pode supor a vã filosofia dos burocratas de plantão e suas legislações inaplicáveis.
em são Paulo, redução definiTiVa do icms Para 7%
O Estado de São Paulo também deu um refresco no setor. Reduziu definitivamente o ICMS dos têxteis e vestuário para 7%, por prazo indeterminado. De acordo com a regra anterior, os contribuintes que optassem por essa sistemática teriam que estornar parte dos créditos. Agora, elas podem usar o crédito integralmente. Apesar desses pacotes de “bondades”, é melhor pôr as barbas de molho. A arrecadação federal parou de crescer! O fisco já falou que vai apertar a fiscalização para compensar as essas perdas.
Conheça o novo Estudo dos Canais do Varejo O estudo descreve as dimensões e evolução dos principais Canais do Varejo de Vestuário no Brasil Este trabalho será peça fundamental no Planejamento Estratégico da empresa e suas informações permitem: Estudo dos Canais do Varejo
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Foto: Arquivo pessoal
por Edson D’Aguano
Diretor presidente da Consultive Holding.
www.consultive.com.br
A erA dA mesmice jÁ erA... Entra em campo a Era e a Vez da Mudança!!!
R
eza a lenda, especialmente no Fashion World, que o futuro irá atropelar, sem remorsos, as empresas que resistirem em viver e atuar com base no passado ainda que, teimosa e erroneamente, acobertadas pelo presente traiçoeiro que é, até o talo. Paradoxalmente, num mundo cada vez mais não-linear, apenas as ideias não-lineares serão capazes de criar resultados de valor para as empresas, desde que naveguem estrategicamente em “novos mares” ou no “oceano azul”. O livro The Blue Ocean sinaliza cases fantásticos dentro do contexto Pró-Mudanças. O Cirque de Soleil que o diga... Change-pró total. Para prosperar, portanto, na Era da Mudança, Era esta já “cantada em prosa e verso”, também, como sendo a Era da Revolução, as empresas em geral precisarão adotar uma agenda inédita de ações radicais recheadas de audácias e inovações, revolucionárias emocionalmente como tal. Mais que um desafio fundamental em que hoje se deparam as empresas, penso que é, e será, certamente uma sina (ad -eternum) reinventar a si próprias e as suas marcas, não apenas em tempos de turbulências (como os quais estamos vivendo internacionalmente), mas continuamente e sistematicamente, sabe-se lá até quando em nosso país. Digo mais... Imagino que, sob a ótica
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do mercado mundial de moda, durante muitas décadas, não houve progresso contínuo na gestão das empresas e menos ainda no lifestyle das pessoas; apenas ciclos comportamentais. As estações se sucediam, as coleções de produtos chegavam e partiam. O mercado pró-consumo (estético) não melhorava, apenas repetia-se sucessivamente, num padrão rotineiro frustrante e infindável. Não havia uma previsibilidade de futuro, pois o futuro não se distinguia do passado, gerando um caos psicológico na gestão coorporativa das empresas e/ou das marcas do nosso “mundinho fashion”. A vedete era o produto, o produto, o produto, o produto e o produto. Tudo sempre igual. Mesmice total e absoluta. “Porre” à parte, alguma coisa precisava acontecer para quebrar a gestalt do status-chato-quo. E aconteceu mesmo, acredite se quiser... O fato é que a Era da Mesmice (felizmente) acabou. A crendice atesta que encerrou-se, de verdade mesmo, no final dos anos 00. Há quem diga que ela nasceu nos anos 70, chegou à exuberante adolescência durante os anos 80, alcançou a maturidade nos anos 90 e morreu de velhice precoce na alvorada do ano 2000. Uh, lá, lá! Então, eis que emergiu nos anos 00, especialmente no Brasil, uma fé inabalável em que o progresso não só seria possível, como também inevitável.
A expectativa e a crença na duração dos resultados positivos de valor aumentaria numa melhoria contínua de desempenho através do crescimento sustentado dos indicadores de alta performance. Os índices de propensão de ganho e consumo da população aumentariam. As classes média (B e C) ganhariam destaque social. O lifestyle das pessoas ganharia uma nova dimensão pró-qualidade de vida sob a ótica do conforto material e da estética visual. Mais do que isso.... Na era pós-mesmice, com direito a mudanças revolucionárias, a informação custaria zero. O conhecimento se tornaria muito maior e a sabedoria maior ainda. Nada havia que não pudesse ser melhorado, inovado, alterado, renovado e reinventado, em especial, no nosso mercado de confecionados, calçados e acessórios. O produto, de hegemonia partidária e individualizada, deixaria de reinar sozinho. A carreira solo da “vedete” produto chegaria ao fim. Novos parceiros entrariam em campo, formando uma tríade que daria muito o que falar. Nasce o império do PCC. O foco estratégico em 100% no produto já era! 50% já está de bom tamanho. A Comercialização vira vedete com 30% e a Comunicação com 20% idem. Filosoficamente ou não, a disciplina da razão estratégica no PCC e a expertise dedutiva da execução prag-
mática seriam aplicáveis a todos os obstáculos do planejamento empresarial pró-manutenção do status-quo, bem como para a expansão do marketing share das marcas em questão. O desbravamento de novos segmentos de mercado e o desenvolvimento de novos produtos e até de novos consumidores, ainda que de competitividade espantosa e de qualidade imaculada, seria uma obrigatoriedade irreversível sem limites. Entra em cena uma reversão total de expectativas e uma inversão total de valores. A marca que nasceu jeans, virou fashion. A marca que nasceu fashion, virou calçado. A marca que nasceu calçado, virou bolsa. A marca que nasceu bolsa, virou bijouteria. A marca que nasceu bijouteria, virou óculos. A marca que nasceu óculos, virou relógio. A marca que nasceu relógio, virou roupa. A marca que nasceu refrigerante virou moda. Quem diria, meu Deus! Em tempo...Muito mais que felizmente, a Era da Mesmice (racional) já era. Entra em campo a Era da Mudança (emocional como o quê). Change -Pró total na cabeça. Reaprendizado absoluto para quem quer seguir em frente na busca incessante da melhoria contínua e do crescimento sustentável a caminho da excelência. A Mudança (não) é invisível aos olhos. Quem viver, verá.
43 3343 1925 • www.toffeekids.com.br
por Paulo Delegá
A experiência mostra que o site pode ser uma das mais eficazes ferramentas de difusão de produtos e serviços de uma empresa, desde que o design seja adequado e a atualização, permanente
I
magine que você ligasse a televisão hoje à noite e estivesse passando o mesmo capítulo da novela que passou ontem. E que você ligasse amanhã e também estivesse passando o mesmo capítulo. E que isso se repetisse semanas a fio. Você continuaria ligando sua TV nesse mesmo canal ? O mesmo acontece com um site. Se o internauta acessá-lo algumas
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vezes e o site estiver sempre igual, esse visitante não voltará mais. Dará por visto. E, pior ainda, inatividade em um site pode sugerir inatividade da empresa dona do site. Ao ver que a última notícia ou “novidade”de um site data de seis meses antes, o visitante pode pensar que a empresa: parou de funcionar, está quebrando ou que, no mínimo, é descuidada. No entanto, apesar destes
Paulo Delegá é diretor da Vendere, agência
Foto: Arquivo pessoal
conteÚdo de site tem PrAZo de vAlidAde. e É curto
digital de criação e desenvolvimento de sites e marketing na Internet.
www.vendere.com.br
riscos, muitos sites, mesmo quando bem projetados inicialmente, não recebem uma atualização permanente e regular de seus conteúdos.
dinÂmica online
Parte deste problema, na nossa opinião, deriva de décadas de hábito de se fazer catálogos e folhetos em papel. No “tempo do papel”, gastava-se tempo e dinheiro na criação e produção do catálogo. Mas, uma vez impresso, até acabarem as milhares de cópias, não era preciso preocupar-se ou gastar mais energia com isso. Os exemplares eram consumidos ao longo do tempo: distribuição em feiras, entrega pessoal pelo vendedor, etc.. Só quando acabado o lote impresso, meses depois, é que seria preciso se preocupar com isso de novo. Por esse hábito antigo, algumas empresas acreditam que o modelo também funcionaria na internet: invista-se num belo site e só seria preciso se preocupar de novo com
isso depois de meses, quem sabe anos… Só que a dinâmica na Internet é outra! Tudo é renovado com frequência, com muita agilidade. Se um site não se renovar também, pouco tempo depois de publicado já pode parecer datado, esgotado. Fica aqui a dica: todo projeto e todo orçamento de site têm que prever, sempre, o trabalho e o custo de sua atualização regular e permanente. Não adianta só se considerar o investimento para fazer o site e achar que o problema está resolvido, para não se correr o risco de perder rapidamente este investimento inicial. Para que funcione bem, o processo de atualização regular de conteúdo do site precisa tornar-se mais uma rotina da empresa, com prazos, métodos e pessoas responsáveis. Uma boa agência digital pode ajudar na implementação desta rotina e realizar o seu aspecto criativo e técnico, supervisionada pela equipe de marketing e a direção da empresa contratante.
por Marcelo V. Prado
Foto: Arquivo pessoal
Marcelo V. Prado é sócio-diretor do IEMI – Instituto de Estudos e Marketing Industrial
www.iemi.com.br
nuncA A modA brAsileirA dePendeu tAnto do mercAdo interno Foto: Dreamstime
No campo internacional, as confecções brasileiras de vestuário têm muito poucas chances de crescer em suas exportações, ao menos no curto e médio prazo, dado às próprias limitações estruturais do setor e conjunturais do mercado
E
struturalmente, é preciso considerar que o setor produtor de vestuário no Brasil é formado por um imenso número de micros e pequenas empresas (apenas 2% das unidades produtivas contam com mais de 150 empregados), resultando em escalas muito baixas de produção e custos operacionais muito acima da média das plantas industriais asiáticas, norte africanas e centro-americanas, que se dedicam principalmente às exportações e que hoje predominam no suprimento das grandes marcas, grandes redes de varejo e no comércio internacional de roupas. Além disso, por melhor que seja o trabalho realizado pela TexBrasil, Apex e o Sebrae, exportar ainda é um privilégio de grandes produtores, que possuem volume suficientes para serem competitivos no exterior e com poder econômico para bancar todo o ônus de promover, prospectar, distribuir, estocar, repor, dar assistência técnica, cobrar, etc., a milhares de quilômetros de distância e em dólares. Conjunturalmente, a forte valorização do Real em comparação ao dólar e o enfraquecimento da demanda
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nos países mais desenvolvidos praticamente eliminaram as chances de assistirmos a uma recuperação das exportações brasileiras, hoje inferiores a 1% da produção nacional. Assim, no campo externo, não nos restam muitas alternativas de crescimento, a não ser explorar certos nichos de mercado onde a atratividade do
“estilo brasileiro”, já conhecido lá fora, conte com boa aceitação dos mercados consumidores. Além dessa possibilidade, há que se procurar diversificar os destinos dos nossos produtos no exterior, embora seja muito difícil substituir o potencial de demanda existente nos grandes centros consumidores internacionais, hoje explorados pelos asiáticos, com vendas para a Argentina, Bolívia, Venezuela e Angola. Tendo isso posto, fica claro que o desempenho da imensa maioria das nossas empresas produtoras de vestuário, dependerá, nos próximos anos, quase que estritamente do crescimento da demanda interna. E neste campo, sem dúvida nenhuma, as expectativas a médio prazo continuam bastante positivas, apesar da recente desaceleração do consumo observada na última coleção inverno, quando o varejo apresentou um pequeno crescimento em comparação ao mesmo período do ano passado (+1,2% em peças). Com uma previsão para o cresci-
indicadores econÔmicos
Voltando ao vestuário, as vendas do comércio varejista cresceram em maio, impulsionadas pelo dia das mães. Em volumes físicos a alta foi de 26,7% e, em valores de venda, de 27,8%. No acumulado do ano, de janeiro a maio de 2012, houve alta de 8,8% nas receitas e de apenas 1,6% nos volumes. A produção nacional destes artigos, em número de peças confeccionadas, recuou 12,3% em junho, mês já carac-
mento do PIB próximo a 2% e do consumo das famílias superior a 3%, em 2012, é possível prever um desempenho mais animador para o segundo semestre deste ano, já que as importações também diminuíram seu ritmo de crescimento e os estoques no varejo estão bem abaixo do necessário para encarar o final de ano. Nossas estimativas são as de que possa vir a faltar algo em torno a 400 milhões de peças até o final deste verão, cerca 6% do consumo interno previsto para 2012, se as compras do varejo junto a seus fornecedores não se elevarem rapidamente. Num quadro como esse, vai perder o lojista que tiver falta de produto no ponto de venda para atender a seus consumidores, quando o final de ano chegar. Em novembro, não adianta tentar correr atrás de importadores e fabricantes para se abastecer: se a demanda atual seguir o rumo previsto e a loja for conservadora demais nas compras do alto verão, pode começar a fazer as contas do prejuízo, pois quem tiver produto vai se dar muito bem. Sucesso!!!
terístico de queda na produção, diante de um crescimento de 13,4% em maio. Já no ano, apresenta redução de 11,5% em 2012, sobre o montante produzido em 2011. As importações brasileiras de roupas, por sua vez, cresceram 38,9% em junho e acumularam alta de 48,8% no ano. O oposto ocorreu com as exportações, com recuo no mês (-16,6%) e no ano (-6,1%).
desemPenho VesTuário
Variação no mÊs 1
Variação anualizada 2
Vendas no VareJo (r$)
+27,8%
+8,8%
Vendas no VareJo (Peças)
+26,7%
+1,6%
Produção indusTrial (Peças)
-12,3%
-11,5%
imPorTações (us$)
+38,9%
+48,8%
exPorTações (us$)
-16,6%
-6,1%
Fontes: IEMI / IBGE / SECEX (1) junho 2012 / maio 2012 (2) janeiro-junho 2012 / janeiro-junho 2011
Diretora de Criação da Nomina Design, Foto: Arquivo pessoal
escritório especializado em projetos completos de loja e identidade de marca no varejo.
Dicotomias no mundo da moda No fértil campo da moda, inovar é mais do que necessário, pois faz parte da dinâmica da criação, do business e da arquitetura das marcas
A
Preservação versus Inovação na fachada
Com o intuito de preservar a fachada da construção antiga – e na contramão da tendência das enormes vitrines que atingem até o limite de dois andares… –, as pequenas e baixas janelas nos dois pisos da loja foram mantidas e utilizadas como vitrines. E o que poderia ser uma barreira tornou-se ponto de partida para fazer surgir criativas “vitrines-cabines”, que lembram muito instalações, tão comuns no campo da arte. Imaginem: a bolsa PS1 da coleção aparece encravada em um grande bloco de gelo que aos poucos se desfaz aos olhos dos transeuntes. Enquanto isso, a caixa que suporta a instalação se enferruja... Longe de parecer uma vitrine de moda…
pós dez anos de atuação no mercado da moda, a dupla Lazaro Hernandez e Jack McCollough, designers e fundadores da Proenza Shouler, abriu em abril de 2012, a primeira loja da marca. Seria possível descrevê-la como “a loja das dicotomias”…
Material pesado e oxidado versus Leveza e drama na entrada
Se as “vitrinas-cabines” são diminutas, embora notáveis, o frontal da Proenza Shouler exibe o portal que constitui, este sim, o verdadeiro convite a entrar. A imensa chapa de aço oxidado, instalada à altura dos dois pisos da loja, torna-se visualmente muito leve, graças aos recortes que criam um dramático jogo de luz e sombra, formando uma interessante geometria sobre o piso de concreto cinza.
Interior versus Exterior da loja
Projetada pelo arquiteto David Adjaye, a loja situada entre consagradas marcas de luxo, como Dolce Gabanna, Jil Sander, Céline, Chanel e Oscar de La Renta, na Madson Avenue, em Nova York, combina, em oposição à requintada e elegante rua, materiais rústicos, duros e pesados no seu interior.
Luxo versus Casual
Material bruto e escuro versus Elaboração obstinada como suporte
A madeira é bruta e escura, mas impecavelmente alinhada. Assim, oculta luminárias no teto, além de se transformar em grandes biombos que suportam prateleiras para os produtos leves e coloridos da marca.
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Fotos: Divulgação
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Na verdade, esta seria a primeira dicotomia da marca. Pois está no DNA de seus produtos. Desde o seu início, a etiqueta da dupla Lazaro Hernandez e Jack McCollough sempre teve grande aprovação de seu público e o trabalho dos designers tem exercido um papel importante para revigorar o mercado da moda norte-americana, com criações que fundem o trabalho artesanal e a atenção aos detalhes, com a inspiração na arte e na cultura jovem contemporânea. Tais características, dicotômicas para o luxo, definem a marca e está presente no seu conceito de Store Design, no qual a rusticidade versus a elaboração e atenção aos detalhes andam juntas.
Material rústico versus Brilho no pátio e no piso superior Este espaço, chamado de “pátio” pelo arquiteto David Adjaye, possui o pé direto duplo e as paredes de tijolos aparentes. Um rigoroso estudo e pesquisa foram feitos para que o visitante não percebesse a transição do tom de cinza da calçada empoeirada com o piso acabado em concreto do seu interior. A semelhança se encerra na cor quando o piso se torna polido, e rústicos cactos plantados em grandes vasos dão o tom do que se vê adiante, no interior da loja. No piso superior, parede e piso foram revestidos por placas de concreto pré-
moldados. Este material, utilizado como base em construções, na Proenza Shouler torna-se um fino acabamento com seu intenso polimento.
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