Acontece Mundo De Londres: Magic Denim, reluzente e tecnológico
BALCÃO Reserva pensa fora da caixinha Ano XIX | R$30,00 Edição 148
E MAIS:
Santa Catarina como plataforma de moda
Vitrina: O espetáculo da moda no espaço urbano
onda na
azul
Que invade a cena do varejo
Trabalho e entusiasmo
nov-dez-jan 15
N
ão há nada mais empolgante do que fazer bem aquilo que se gosta e conseguir uma boa recompensa por isso! É assim na vida pessoal e no trabalho. Isso supõe dedicação, envolvimento, participação, pro atividade. Nós, do World Fashion +Varejo, vemos assim o desafiante compromisso de se trabalhar com a moda: como vocação. O melhor de tudo, é que não somos apenas nós: há um mercado inteiro, feito de milhares de trabalhadores que ocupam os mais diversos postos em toda essa cadeia de empregos – de empresários e executivos às funções técnicas, passando pelo marketing, a comunicação e a criação –, todos envolvidos com a mesma causa. Não fica ninguém de fora na hora de compor esse cenário da moda, feito de produto e encantamento, magia e muito investimento que move esse setor, que é o segundo maior empregador da economia nacional. Por isso, fazemos coro à iniciativa lançada pela Rhodia/ Solvay intitulada #feitonobrasil. Juntamente com a consultora carioca Renata Abranchs, a Rhodia propõe o selo criado para acompanhar produtos de moda produzidos no País. Na etapa seguinte do projeto, um comitê formado por empresas e líderes cuidará de ações para o incentivo do consumo consciente. Ou seja, uma proposta de moda brasileira e sustentável. Não é à toa que tudo isso acontece nessa que é a Edição Especial do Jeans. Democrático por natureza, o jeans é segmento líder e mola propulsora para o mercado têxtil nacional. Esperamos que você mergulhe nesse universo que trazemos nessa edição e una-se a esse movimento pela valorização da qualidade e da produção local, que tem como endereço virtual para adesão o www.feitonobrasil.com.br Eleni Kronka
06 + MOVIMENTO
Museu de Arte! Última fronteira do Luxo!
08 + VITRINE
O espetáculo da moda no espaço urbano
10
história sem fim
24 +acontece brasil Mostra SCMC Transcultural
28 +comportamento
+BALCÃO
transformar estranhos
RESERVA,
em clientes
fora da caixa
14 16
Magic Denim: uma
4 passos para
pensando moda
12
22 +acontece mundo
30 +gestão
Por que as coisas
+foco
dão errado quando
Coolmax®, para
fazemos tudo
tornar o jeans ainda
certo??? O mercado
mais easywear
C.A.C.O. explica...
+moda masculina A hora do jeans
32 +online
Evite três erros ao publicar
+dossie Tendência internacional - O Jeans revigorado
fotos em site
33 +mercado
Em momentos
19
Jeans sustentável e
de crise, o que
comercial
vende é o novo
20
Denim brasileiro: força que vem da inovação
34 +sua loja
Elogio da Sombra
www.worldfashion.com.br Diretor: Luiz Cezar Pimentel | Publisher: Yuko Suzuki yuko@worldfashion.com.br Editora: Eleni Kronka eleni@worldfashion.com.br | Colunistas: André do Val, Arnaldo Rabelo, Carlos Ferreirinha, Daniela Burity, Edson D’Aguano, Marcelo Prado, Noemi Saga, Paulo Delegá e Sylvia Demetresco Colaboraram nesta edição: Marcela Leone, Roselaine Araújo Gestão da marca: Céu Branding | Projeto Gráfico e Design: Guilherme Watanabe Jornalista Responsável Eleni Kronka – MTB 12.882 | Publicidade Vera Lopes vera@worldfashion.com.br, Luiz Eduardo Pimentel eduardo@worldfashion.com.br
Crédito da foto capa: Arthur Seixas para Reserva
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A World Fashion Editora e Eventos Ltda. não se responsabiliza pelas opiniões emitidas nos artigos de seus colunistas. É terminantemente proibida qualquer forma de reprodução do conteúdo – textos, fotos, ilustrações – desta publicação sem a prévia e devida autorização dos editores. Nenhuma pessoa está autorizada a retirar qualquer tipo de material em nome do WORLD FASHION+ VAREJO. Em caso de necessidade, o portador deverá ter em mãos carta assinada.
edição 148
® É a primeira linha de produtos em denim do Brasil, A linha Megaflex Therma da perfeito para o desenvolvimento de Comfort peças para Canatiba comquentes, a tecnologia COOLMAX® serem usadas nos dias em caminhadas, da INVISTA no mercado um passeios de bikecoloca e em locais fechados. denim extremamente confortável e com toque super macio. É a primeira linha de produtos em denim do Brasil ® com essa performance, perfeito para o desenvolvimento de peças para serem usadas nos dias quentes, em caminhadas, passeios de bike e em locais fechados onde a temperatura é elevada
LYCRA® T400® e COOLMAX® são marcas registradas da INVISTA
TECNOLOGIA COOLMAX ELASTICIDADE TRADICIONAL CONFORTO E MACIEZ CONTROLE DA UMIDADE DO CORPO RESISTÊNCIA AO CLORO SECAGEM RÁPIDA
CANATIBA.COM.BR/MEGAFLEXTHERMACOMFORT
Fundador presidente da MCF Consultoria & Conhecimento, especializada nas ferramentas de gestão e inovação do negócio do luxo Foto: Divulgação
e premium, com atuação no Brasil, na América Latina, em Angola e Portugal.
www.mcfconsultoria.com.br
Museus de Arte! última fronteira do Luxo! O presente artigo foi inspirado pela provocação realizada pelo renomado fotojornalista brasileiro Hermano Silva, radicado em Berlim e fundador do Blog www.thegentleman.com.br, após trocas de e-mails que tivemos recentemente sobre o tema
A
abertura da esperada e aclamada Fundação Louis Vuitton na região Bois de Bologne, parque na parte oeste de Paris, traz uma louvável ruptura da relação da Arte com as marcas de Luxo e, principalmente, da relação dos Museus com a atividade do Luxo. Muitas marcas poderosas e prestigiosas do Luxo exploraram fortemente na última década, a exibição de suas coleções, através de desfiles shows, em Museus de grande renome, como o Louvre, o Metropolitan e o Guggenheim. A fórmula, portanto, foi experimentada por muitos. É sabida a exacerbada vaidade das marcas de Luxo, que contam suas histórias frequentemente e celebram essas histórias a todo o momento. A
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Fundação Louis Vuitton, ao contrário dessa expectativa natural do mercado, focará em Arte e Exposições em vez de contar sua própria história. Surpreendente movimento para uma das marcas mais poderosas, bem sucedidas e aclamadas da era da gestão, do negócio e do crescimento do Luxo. E, sem dúvida alguma, um sopro de novidade na marca que nos últimos anos exercitou diversos formatos para impressionar o público final, inclusive colaborando com artistas, como os japoneses Takashi Murakami e Yayoi Kusama. Ao que parece, a Fundação não será palco para os Desfiles emblemáticos da marca. O tempo dirá... Esse movimento também está sendo planejado pela Prada, que anunciou a abertura de sua Fundação ou
As icônicas marcas montadoras alemãs de carros BMW e Mercedes Benz também abriram recentemente seus Museus exibindo as histórias de suas marcas e modelos de carros com algumas obras de Arte. Até mesmo, Francois Pinault, o todo poderoso chefão do Grupo Kering, antigo Grupo Gucci, possui um espaço particular em Veneza, Palazzo Grassi, para expor sua impressionante coleção privada de Arte Contemporânea – ele que já é listado entre os principais colecionadores do mundo. Mesmo que não seja o movimento de uma marca do Grupo ou até mesmo do próprio Grupo presidido por ele, a iniciativa em si é espetacular. Não há duvida de que existe algo novo acontecendo no mundo tradicional e especial das marcas e grupos de Luxo. E definitivamente, tratase de um ótimo sinal!! Será que os roteiros de viagens contarão agora com alguns desses Museus acima descritos, como obrigatórios de visitas? Como serão percebidos pelos amantes, apreciadores e conhecedores de Arte e como serão recebidos ou como se dará a interação com os clientes tradicionais dessas marcas, principalmente os clientes emergentes da América Latina, da Ásia, do Leste Europeu? Os brasileiros que, por sua vez, se tornaram nos últimos anos um dos principais viajantes e consumidores globais, quebrando recordes atrás de recordes de consumo internacional, não têm demonstrado igual interesse para turismo cultural internacional. De forma geral, os brasileiros, internacionalmente, ainda estão com a forte atitude da aventura do consumo de varejo e serviços. A relação do brasileiro com os principais Museus internacionais não cresceu na mesma proporção do aumento das viagens e do consumo varejista, principalmente. Entretanto nós, brasileiros, temos mantido filas e quebrado recordes de visitação a algumas exposições no Brasil. Recentes Mostras tiveram horas de fila e ingressos esgotados em São Paulo e Rio de Janeiro.
“... a arte limpa a alma e limpa da poeira do cotidiano. Uma alma limpa restaura entusiasmo e, entusiasmo é o que nós – e futuras gerações – mais precisamos”. Vida longa às Fundações e aos Museus das Marcas de Luxo! E que esse movimento, por que não, possa também chegar ao Brasil... Foto: Patrick P.
Foto: Ralph Rozema
E tem mais...
Será que o brasileiro, o novo relevante consumidor internacional de marcas de Luxo, se sentirá mais atraído e estimulado a visitar alguns dos referidos Museus dessas marcas na Europa? De imediato, considero a conexão forte e com potencial de diálogo emocional conosco. A relação do marketing com a arte e da arte com o marketing, já vem sendo estudada há algum tempo e tem sido chamada de ARKETING ! Movimento que enxergo e percebo de maneira muito positiva, já que todos nós somos favorecidos pelo encantamento dessa relação do “belo”, da arte que “inspira”, que “inquieta”, que “provoca” e que “nos leva a novas ou distintas observações”. Essa deveria ser sempre a proposta e o objetivo principal e genuíno do Marketing para as marcas! Inspirar... Provocar... Estimular! E isso, no meu simples entendimento e observação, é o que sempre recebi como resultado do efeito da Arte em mim. Pablo Picasso assim se referia ao impacto da arte sobre o indivíduo:
Foto: Ralph Rozema
algo similar, em 2015, em Milão. A Gucci prepara também o seu Museu para ser aberto em Florença, em um edifício do século XV. Alguns desses projetos possuem assinatura de Arquitetos celebridades: Koolhaas, para Prada, e o futurista Frank Gehry, na Fundação Louis Vuitton. O movimento em si não é novo. Ferragamo possui seu Museu também em Florença e a Fundação Cartier há 30 anos encanta o mundo com acervo e exposições dedicadas à Arte Contemporânea.
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Kenzo na Printemps/ Paris 2014
moda O espetáculo da
no espaço urbano A vitrina que hoje enche nossos olhos no espaço urbano contemporâneo tem origem no século 18 e, desde então, absorve tecnologia e conceitos para atrair seus observadores Por Sylvia Demetresco
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Vitrine Printemps Parris 2014 Cello Paris 2014
Shibuya Tokyo 2013
Fotos: Divulgação
s ruas das metrópoles são o espaço de coexistência de diversos tipos urbanos, com seus devidos interesses, desejos, necessidades vivências, experiências e descobertas. Na rua surge a vitrina como elemento de comunicação; é nela que são gerados e resolvidos conflitos e escândalos; ela é o palco principal para a moda, mas também para a política e comemorações. Com suas vitrinas, as ruas chegam a ser os delírios da cidade e da diversidade humana. As vitrinas são os pequenos segredos das ruas! Nas ruas se apreende o prazer de ver e ser visto, observar as vitrinas, entender as novas tendências da moda e, brincando, ser refletido nelas. A loja, “Apothêkê”, do grego, gerou as palavras “botica”, “boutique”, “butique” (em francês e português), e elas são utilizadas até os dias de hoje. Em grego, significava “o lugar em que se armazenavam produtos”, e a troca das consoantes homorgânicas /p/ e /b/ produziu foneticamente a palavra “butique”. Sua existência data do início de nossa Era: ano 79 d.C., período determinado por buscas arqueológicas da cidade de Pompeia, onde foram encontradas várias butiques, lavanderias, padarias, farmácias, lojas de tecidos, mercearias, etc. O termo “machasin” vem do árabe e significa “lugar em que se guardam riquezas e em que se vendem mercadorias”. “Magasin”, em francês, e “magazine”, em português, terão outros significados. Outrora, em Atenas, havia “magazines” de Filosofia e de Retórica. Na Idade Média, as butiques ou “échopes” (de onde vem o termo inglês “shop”) eram agrupadas por segmento e por rua. Originalmente, as butiques eram a casa dos artesãos que continham um espaço aberto para a rua, sendo fechado no período noturno. A janela dividia-se em duas partes, inferior e superior, sendo que esta se abria para a rua e a primeira permanecia fixa, mas transformada num grande tabuleiro em que eram expostos os produtos. Do modo como as conhecemos hoje, as vitrinas surgiram entre os anos de 1800 e 1830, principalmente na Itália, Inglaterra, Alemanha e França, com coreografias grandiosas e clássicas que tentavam estilizar o gosto da época.
Cavalera SP 2014
Moda e espetáculo
A vitrina reflete a espetacularização do universo da moda e, para tanto, em suas montagens utilizam-se matérias, luz e movimento, formas e planos em sinfonias de cores que alegram a alma, independentemente do produto exposto. O foco nas montagens das vitrinas é surpreender, criar ritmo, compartilhar questões artísticas e as relações sociais do mercado que determinam as estruturas dos espaços comerciais como em aeroportos, estações de metrô e shoppings centers. As vitrinas surgem como elemento importante nas flagships, fenômeno mundial, que alteram constantemente a configuração de espaços urbanos, como a Champs Elysée, em Paris, a Fith Avenue, em Nova York, a Regent Street, em Londres, e a Oscar Freire, em São Paulo. As flagships instauram a experiência em seu espaço e dialogam com vários aspectos da contemporaneidade. A palavra de ordem é a experiência, envolta por sensações. No mundo das experiências criado pelas marcas, desenvolvem-se modos peculiares de sedução, pautada em ações de experimentação que são sentidas momentaneamente. Um exemplo é a Chilli Beans, na Oscar Freire: com cenografia toda branca, vídeos online mostrando, em tempo real, o que
New Look Paris 2013
acontece em outras lojas da marca, a marca oferece uma sala com DJs nos fins de semana para ambientação. Consumir a marca e seus produtos – com o intuito de reviver experiências – faz parte de estratégias que orientam marcas de moda. Designers admirados proporcionam uma sedutora vivência ao olhar por meio de uma vitrina. Na sequência vem a ação da compra – projetando na marca e na peça adquirida, a permanência do prazer que ela nos proporcionou instantes anteriores.
Urbano e autoral
Há uma explosão de ideias e montagens que atuam na cidade e modificam nosso olhar para estas apre-
sentações nas vitrinas. É a presença de manequins diferentes, o uso de materiais inusitados, a utilização da luz de novas maneiras e a narrativa que se cria para cada encenação que modificam nossos percursos pela cidade de São Paulo. O humor, a sofisticação, a noite ou o dia, o divertido ou o minimalismo, o design de visual merchandising bem pensado e bem interpretado é o que se apresenta nestas vitrinas autorais. Em cada um desses espaços, a vitrina, que também se modificou na história do comércio, continua sendo um elemento de informação e de comunicação. Dessas relações só resta dizer que todas as vitrinas modificam modos de se comportar, de circular, de viver!
Sylvia Demetresco é doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP, com pós-doutorado em Semiótica no Instituto Universitário da França, em Paris. Professora de Visual Merchandising na Ecole Supérieure de Visual Merchandising, em Vevey, na Suíça. É autora de livros sobre vitrinas, entre os quais: Vitrina Construção de Encenações (Educ/Senac), Vitrinas Entre-Vistas: Merchandising Visual (Senac), Vitrinas E Exposições: Arte E Técnica Do Visual Merchandising (Editora Érica, 2014) e Vitrinas: Arte, História e Consumo de São Paulo (Via das Artes, 2014). sylvia@vitrina.com.br | www.vitrina.com.br
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C
om 10 anos de mercado, a Reserva se tornou um case de sucesso. Em 2004, uma parceria de amigos de infância uniu o engenheiro de produção Rony Meisler e o publicitário Fernando Sigal. Observando uma demanda de mercado (bermudas masculinas), os dois sócios experimentaram o tino empreendedor e, mesmo não tendo nenhuma relação ou interesse específico em moda, tiveram sucesso. Hoje, exatamente uma década depois, a Reserva fecha o ano de 2014 com a produção de 1,3 milhão de peças, das quais 99% são de matéria -prima e produção realizada em solo nacional, por meio de terceirização. A venda online tem importante participação nos negócios, não só pelo crescimento desse mercado, mas porque condiz com o perfil inovador da companhia. Rony, presidente do Grupo Reserva desde 2012, prima pela transparência e afirma que a empresa tem que utilizar 1% do mercado externo para conseguir viabilizar certos produtos de estamparia e de matérias-primas só encontradas lá fora.
RESERVA pensando moda fora da caixa
Enquanto inúmeras empresas buscam lá fora saídas para viabilizar a produção, a Reserva encontra em solo nacional as possibilidades para desenvolver sua identidade no âmbito da moda Por Lu Catoira
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Reserva loja dos Jardins em São Paulo
Rony Meislere
Foto: Divulgação
No início administrada a quatro mãos pelos próprios donos – do estilo à confecção, chegando às vendas –, a empresa ganhou o nome Reserva, uma homenagem à praia preferida no Rio de Janeiro. E o pica pau vermelho, ícone da marca, na verdade, surgiu casualmente, pois estava no ateliê da designer Márcia Cabral. Hoje a Reserva tem 29 lojas próprias e cinco franquias, três lojas da Mini e mais três lojas Eva. A previsão é de o Grupo abrir 10 lojas ainda em 2015. Quanto à sustentabilidade, Rony gostaria de pensar em fair trade, mais do que em regras; até porque, na sua visão, a indústria brasileira ainda não está preparada para viver integralmente essa prática. E o mundo ainda está longe de viabilizar uma cadeia sustentável. Mas a Reserva faz a sua parte: está sempre em busca de materiais de baixo impacto ambiental, como PET, bambu e algodão orgânico. Trabalha linhas de produtos com renda revertida para inúmeras ONGs e instituições voltadas para iniciativas socioambientais, que já receberam mais de R$ 2 milhões da empresa. A empresa participou do lançamento do movimento #feitonobrasil, encabeçado pela Rhodia, em 2014, até porque tem tudo a ver com a filosofia da marca. A Reserva sempre teve esse posicionamento. “O orgulho de ser brasileiro é parte importante da identidade de marca, e valorizar a produção local é parte do jogo”, ressalta Meisler. Com exceção dos couros, que são importados da Argentina e Uruguai e do algodão Pima, que vem do Peru, 99% do que é vendido na Reserva é nacional. O empresário observa que se nota claramente que o consumidor brasileiro tem outra visão sobre o mercado. “Acredito que ele valoriza, sim, o produto nacional, daí que as marcas precisam investir mais pesado no próprio país. É claro que há quem prefira escolher pelo preço e optar por consumir produtos vindos da China. Mas aos poucos essa cultura de fast fashion perde força e o consumidor começa a
Foto: Arthur Seixas
O Grupo, marcas e negócios
fazer escolhas mais conscientes”. Sobre a escolha de fornecedores, a Reserva dedica esforços no sentido de que parceiros tenham operações financeiramente saudáveis e ética socioambiental, e em breve deve implantar um sistema de auditoria. A empresa se transformou em um grupo ao longo dos anos, com segmentos, para ampliar o público alvo. Os produtos destinam-se aos públicos masculino, feminino, infantil e bebê no segmento premium, com as marcas Reserva, Eva, Reserva Mini, Pra Bebê. A Reserva Mini tem pontos de venda
próprios e também utiliza as lojas Reserva. Já Eva tem time e lojas próprias.
E-commerce
A força do grupo no universo digital inspirou um modelo de negócio de venda online on demand, que culminou no lançamento de três marcas licenciadas entre 2013 e 2014 – AlôRegina, em parceria com a apresentadora Regina Casé, UseDez, co-criação de professores do colégio DeAaZ, e UseMussum, única grife com permissão da família do humorista para o uso de sua imagem. Em 2014, o grupo abriu seu primeiro
negócio para se caracterizar como multissegmento: a Reserva TT Burger – uma empreitada gastronômica, em parceria com o Grupo Troisgros, que tem como principais características o cardápio com ingredientes 100% brasileiros e assinatura do chef Thomas Troisgros. A estreia no line up do Fashion Rio, em 2006, foi, na verdade, a concretização de um sonho de realização dos sócios da marca. Foi, mais do que isso, uma “declaração de amor”, segundo os empresários. “Enquanto o mercado busca um lifestyle específico e aposta num serviço austero, a Reserva é como eu, ou como você”, observa.
Política
Diante do quadro atual, Rony Meisler tem visão bastante clara para os negócios. “A indústria têxtil nacional está numa situação complicada há décadas e o governo não faz nada para mudar o cenário obscuro. Mas entendo que importar 50% da China a nossa produção, como muitas marcas fazem, não é a solução assim como pode vir a ser um tiro no próprio pé no longo prazo”. Como empreendedor, ele acredita que as empresas também precisam fazer a sua parte para ajudar a fortalecer os fornecedores com estratégias como contratos mais longos e financiamento para compra de maquinário.
Comunicação
Para Rony Meisler, a Reserva pode ser vista como uma empresa de comunicação mais do que de produto. E explica que “as t-shirts garantem o faturamento, mas o que nos guiou sempre foi a possibilidade de nos comunicarmos através delas”. E esse esforço da comunicação divulga campanhas que falam sobre valores, sobre a liberdade de expressão ou o papel da moda como lançador de tendências, o que pode influenciar positivamente o comportamento contemporâneo. Fazem parte das campanhas que ele chama de valores “inspiracionais”. Isso é, fotos de produtos e lookbooks, a revista com tiragem de 20 mil exemplares que circula há 3 anos, a página do Facebook com mais de 2 milhões de fãs e os blogs externos e o interno (feito especialmente para Família Reserva). Assim sendo, o departamento de MKT é tão grande quanto o de produto, com centenas de ações ao longo do ano, focadas em posicionamento e comercial. Nas ações de apoio e parcerias especificamente, a Reserva tem iniciativas de co-branding – com artistas como Felipe Morozini e Guilherme Kramer –, bem como o projeto Reserva Rebeldes com Causa (www.reservarebeldescomcausa.com), de incentivo ao empreendedorismo social. Há também parcerias institucionais com AfroReggae, Criar, WWF Brasil, Anistia Internacional, Brazil Foundation, entre outros. Um pensamento de Rony Meisler expressa bem a visão dos empresários da Reserva em relação ao mercado e à própria marca. “Somos apaixonados, passionais, fraternos, quentes no inverno e no verão. O sorriso é o menor caminho ao coração das pessoas. Acho que por isso temos crescido tão rápido. E, no momento, não consideramos a exportação, pois ainda temos um Brasil de possibilidades para trabalhar”.
edição 148
Para conhecer nossos produtos acesse: www.vipreview.com.br
Foto: Divulgação
Robson Ferreira: “A Canatiba já lançou comercialmente e outras tecelagens homologadas da marca Lycra® farão o lançamento de produtos com a tecnologia Coolmax® em breve”.
o jeanswear é segmento fundamental, pois a utilização do fio Lycra® nesses artigos aumenta, considerando a crescente busca dos consumidores por conforto e as tendências de peças super stretch. A pesquisa sobre os hábitos de consumo dos brasileiros usuários de jeanswear, realizada pelo Ibope Inteligência para a marca Lycra®, em dezembro de 2012, confirma que cerca de 50% dos brasileiros tem o conforto como principal benefício esperado na compra de uma calça jeans e é exatamente o fio Lycra® que o confere. Além disso, outro ponto que reforça a importância do segmento jeanswear para a marca Lycra® é a crescente utilização de calças masculinas com elastano, no Brasil e no mundo, o que contribui ainda mais para a maior penetração da marca nesse segmento.
WF +V – Quais as expectativas da companhia, principal fornecedor de fibra elastano Lycra® para o segmento? Apostam em crescimento do setor? Quais os fatores que podem alavancar esta performance?
Coolmax para tornar o jeans
®
ainda mais easywear Por Eleni Kronka
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o cenário fashion contemporâneo, as novidades vêm de todas as direções. O mais comum hoje é, sem dúvida, o movimento de “migração”. E o exemplo mais notável é a influência do esportivo sobre todos os setores da criação, gerando novos estilos. O jeans – principal catalisador de tendências – não poderia ficar de fora. No campo da tecnologia das fibras e construções, a Invista, detentora da imbatível marca Lycra®, é uma das que assume esse protagonismo. Nessa linha, a empresa propõe a presença do Coolmax® na composição do denim, para que o produto final chegue ao ponto de venda recheado de atributos de moda, com a garantia de bem estar para o consumidor. Vale lembrar que a tecnologia da fibra contribui para que a umidade fique longe da superfície da pele, atravesse pelo tecido e evapore-se rapidamente, para maior conforto do usuário da peça.
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Nessa Edição Especial do Jeans, o Gerente de Produto – Denin e Ready to Wear (RTW) da Invista, Robson Ferreira, fala com exclusividade ao WORLD FASHION sobre o Coolmax no produto jeanswear e sobre a necessidade da criatividade e da inovação no atual momento competitivo do mercado.
WORLD FASHION +VAREJO – Qual a importância do mercado do índigo para a Invista no momento?
Robson Ferreira – Todos os mercados são importantes para a Invista, uma já que Lycra® tem presença muito consolidada em todos eles; seja na moda íntima, moda praia, esportiva, casual e no próprio jeanswear. Sobre o mercado de tecidos índigo, especificamente, o Brasil oferece tecidos de qualidade, reconhecidos mundialmente. Essa é uma das razões que explica o crescimento do segmento de jeanswear a cada ano, pois o jeans é uma das peças mais versáteis do guarda-roupa e uma das que o brasileiro mais gosta de vestir. Para a Invista,
R.F. – O setor cresce nos últimos anos e a expectativa é de que essa tendência continue pelos motivos expostos anteriormente. De acordo com os dados do Instituto de Estudos de Marketing Industrial (IEMI) de 2014, o jeanswear como um todo (calça, saia, shorts, etc.) cresceu 28,5% entre 2009 e 2013, enquanto a produção nacional de vestuário aumentou somente 3,9% no mesmo período, o que demonstra a força desse segmento no Brasil. Um fator positivo para a marca Lycra® é a tendência do jeans super stretch. Hoje, dentro de uma mesma peça jeans, temos ou uma porcentagem do fio Lycra® maior ou uma maior combinação de tecnologias da marca dentro do mesmo tecido. Essa tendência mundial começou no Brasil no último ano e tende a aumentar, uma vez que os benefícios oferecidos por esses tecidos atendem às necessidades do consumidor por mais conforto, melhor toque e até maior durabilidade da forma da peça. Enquanto no passado as calças jeans tinham apenas 1% ou 2% de elastano para dar conforto, hoje há calças com 3% de elastano e peças com a tecnologia Lycra® Lasting Fit ou Lycra® dualFX (confere aos tecidos característica super stretch).
WF +V – Coolmax® é referência para o mercado de roupa esportiva. Quais as características do fio que contribuem para a otimização do jeans como produto?
R. F. – A tecnologia Coolmax® oferece conforto térmico para vários tipos de peças e, para uma região de clima quente como o Brasil, os consumidores buscam por esse benefício. Quando as tecelagens utilizam o fio Lycra® T400 ® em alta porcentagem (cerca de 30%), além de oferecer stretch para o conforto e liberdade de movimento ao usuário, resistência a lavagens mais agressivas e melhor recuperação do tecido, o artigo pode atingir os requisitos necessários de gerenciamento de umidade da tecnologia Coolmax®,
conferindo conforto térmico ao consumidor. Dessa forma, além de um jeans confortável, o consumidor poderá comprar uma peça que ofereça melhor conforto térmico, apropriada para dias quentes, por exemplo.
WF +V – Qual o atual desempenho de Coolmax ® nesse segmento de mercado atualmente?
R. F – A utilização da tecnologia Coolmax® com o fio Lycra® T400® ainda é recente, mas apresenta uma perspectiva promissora. O consumidor, mais exigente hoje, busca mais do que o conforto tradicional e as tecelagens notam os benefícios que as tecnologias da marca Lycra® oferecem.
WF +V – Qual a estimativa que a Invista tem a respeito das dimensões desse mercado no Brasil?
R. F – Com o crescimento de 28,5%, entre 2009 e 2013, no segmento jeanswear, obviamente a expectativa é acompanhar essa evolução, por meio de novas tecnologias que atendam às necessidades do consumidor. Há pouco tempo, o fio Lycra® no jeans só era usado para o mercado feminino. Nos dois últimos anos, o mercado masculino já adotou o fio Lycra® para mais de 50% das peças, pois o homem entendeu que as artigos com esse fio oferecem maior conforto. A entrada do fio Lycra® no segmento jeans teve um apelo fashion. Nos últimos dois anos, os consumidores percebem os outros benefícios da marca Lycra®, como conforto, durabilidade e retenção da forma da peça por mais tempo.
WF +V – Em que países Coolmax® vem sendo empregado na produção de tecidos para o segmento jeanswear?
R. F. – Em todo o mundo a tecnologia Coolmax® é empregada na produção de tecidos para jeans, sendo que no Brasil essa participação iniciou-se no ano passado.
WF +V – Como se deram as experiências e a aproximação de Coolmax® com o segmento jeanswear?
R.F. – A Canatiba foi a primeira tecelagem a produzir tecidos homologados na plataforma de tecnologia Coolmax® no jeanswear.
WF +V – Quais as empresas e marcas que já utilizam essa tecnologia no exterior? E no Brasil?
R.F. – No Brasil, a Canatiba acabou de lançar a linha de tecidos com a tecnologia Coolmax®. No exterior, algumas marcas internacionais como Levis, G-Star e a Wrangler já comercializam peças com essa tecnologia.
WF +V – Quais as parcerias da Invista até o momento para a utilização de Coolmax na composição dos tecidos para o jeanswear? R.F. – A Canatiba já lançou comercialmente e outras tecelagens homologadas da marca Lycra® farão o lançamento de produtos com a tecnologia Coolmax® em breve.
edição 148
Š2015 The Coca-Cola Company.
vista felicidade!
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+moda masculina
Presente desde sempre no guarda-roupa, o denim ganha status de couture e passa a ser tratado como alfaiataria
Em Milão, Miuccia Prada usou do mesmo recurso dos ternos em denim, mais com cara de antigos ainda por conta dos pespontos em linha mais clara tão tradicionais dos modelos antigos.
Por André do Val
M Fotos: Divulgação
uito do que faz a moda masculina interessante hoje é a importância que se dá a roupas que tenham uma história para contar. Não somente pelas grifes, tampouco pelas tendências da hora, é que se efetivará
uma venda de roupa no futuro deste segmento. Ao contrário, seduza o consumidor com um enredo cativante (verdadeiro, de preferência), que aponte de onde vem a peça de roupa, como ela foi feita ou ainda como ela chegou até ali – e você terá fieis seguidores eternamente. O jeans é o melhor exemplo de como acionar o passado pode fazer com que as pessoas se apaixonem novamente pela moda. E as marcas internacionais não demoraram em captar este sentimento e traduzí-lo para a passarela. A inglesa Buerberry Prorsum e a italiana Prada foram os principais desfiles que tiveram o material como protagonista.
Inspirada pelas viagens de pesquisa do escritor inglês Bruce Chatwin, o verão 2015 da Burberry Prorsum mostrado em Londres teve ternos inteiros de denim e sobreposições de duas peças jeans, como paletó e jaqueta, sem lavagem nenhuma.
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Também em Milão, as referências militares da Diesel foram traduzidas em mistura de jeans com couro, sem perder o toque esportivo de agora. Na passarela, a calça tipo five pockets veio em índigo escuro, branco e com tons de preto.
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DENIM COUTURE
A novidade da Diesel é a lavagem do modelo Thavar, que recebe aplicação de ouro, deixando aspecto levemente dourado. O tecido é rasgado manualmente para, na sequência, dar início a fase de reparação, que inclui a utilização de uma cola especial que garante a durabilidade das partes rasgadas do tecido. A calça ainda ganha um tecido escuro como base, para cobrir internamente as áreas vazadas.
UM MODELO DE MUDANÇA
DELA VÉ
Competindo com as peças no seu tom original, as lavagens manchadas devem conquistar o público mais jovem e ligado em moda, como essas da Levi’s e Dammyller. Quanto mais respingos de tinta para contar história e deixar a roupa com cara de uniforme de pintores e artistas, melhor.
QUAL SERÁ O SEU? No atual cenário da indústria da moda é cada vez mais difícil conseguir crescimento e rentabilidade. A Lectra ajuda empresas de moda e confecção em todo o mundo a otimizar seus processos de negócio e implementar projetos de mudança envolvendo toda a cadeia de valor. Nossa expertise aliada às soluções de desenvolvimento integrado de produtos e produção, redefinem as melhores práticas ajudando os clientes a evoluir para um modelo mais eficaz.
André do Val é especialista e palestrante em moda masculina.
LECTRA.COM/AMODELFORCHANGE
+capa A presença do jeans nas passarelas internacionais tem sido uma constante a cada temporada dos desfiles internacionais. Nos centros difusores da Europa e em Nova York, a essência do jeanswear assume as mais diferentes matizes, o que faz com que o eterno blue jeans surja sempre revigorado. Mudam as formas, os volumes e detalhes de modelagem que constituem a marca de cada criador e, a cada estação, dão a nova face do jeans. Mas é sem dúvida pela tecnologia que ocorrem as transformações mais significativas, que fazem com que o denim ganhe características que otimizam os efeitos da peça sobre o corpo.
O JEANS Por Eleni Kronka Fotos Maringa Sprogis, de Paris
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Se lá fora a tecnologia é a principal aliada da inovação, no mercado nacional a pauta não é diferente. Nessa Edição Especial do Jeans, grandes fabricantes brasileiros apresentam novidades mostrando que a indústria nacional é forte em investimentos e rápida no desenvolvimento e lançamentos, o que, afinal de contas, é o que move o imenso mercado de moda, sobretudo o do jeanswear. Efeitos terapêuticos – tais como ativação da circulação sanguínea, trocas com o meio ambiente, redução de efeitos da celulite, proteção contra radiação solar –, pode-se dizer, já são “direitos adquiridos” pelos consumidores de todo o mundo. E a indústria nacional mostra que está sempre pronta oferecer o que há de mais novo, com a mais alta qualidade.
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Chloé
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Kenzo
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jeans sustentavel
e comercial A gama de possibilidades – desde o têxtil até o acabamento – faz do jeans um produto novo a cada coleção, com lavagens inusitadas, desgastes, aplicações e texturas Por Lu Catoira
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omo item mais consumido no mundo da moda, o jeans, do alto de seus mais de 160 anos, inova-se permanentemente a partir de novos processos tecnológicos e cresce em valor agregado. A redução de recursos naturais virou preocupação mundial e a indústria busca produtos com apelo eco-friendly, como o eco-jeans, organic-denin, biojeans, PET-jeans. Surgem, assim, inúmeras possibilidades tecnologicamente viáveis para manter o jeans
Eco-friendly
As indústrias, incluindo as lavanderias, investem em processos corretamente sustentáveis, como o tratamento de efluentes. O consumidor muitas vezes não sabe que para a produção de uma única calça jeans usa-se o equivalente ao que uma pessoa precisa de água no período de um ano. Muito do diferencial apresentado hoje pelo jeanswear surge na lavanderia. Além de desengomar o índigo e fixar a cor, lavagens inovadoras valorizam o produto e aumentam a relação custo-benefício. A GB Lavanderia, de Colatina (ES), criou tags com informações sobre os processos para se obter produtos eco-friendly. Guilherme Feuermann, da Lavanderia Ponto Base, do Rio de Janeiro, porém, assinala que ainda é preciso muita atenção em relação à sustentabilidade.
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“As indústrias químicas ainda não encontraram recursos “mais leves”, que possam ser aplicados nas lavagens e beneficiamento dos jeans”. Segundo ele, os produtos químicos “não são nada sustentáveis”. Além disso, o denim tido como ecológico é mais sensível, necessitando de tratamentos específicos que garantam a qualidade. “Isso encarece o processo”, contabiliza.
Na linha de producao
Na Levi Strauss & Co., empresa com 161 anos de existência, as novidades no campo da sustentabilidade concentram-se nas coleções Levi’s® Water<Less™ e Waste<Less™, produzidas fora do Brasil. Segundo Thiago Leão, da Brasil & Latam Womenswear Merchandiser da Levi’s, a marca utiliza processos de beneficiamento, como o antibacteriano e a impermeabilização dos artigos. Desde o lançamento em janeiro de 2011, a coleção Levi’s® Water<Less™ economizou mais de 770 milhões de litros de água em todo o mundo, o que significa que a Levi’s poderia fornecer água potável para as cidades de Nova York e Londres por um mês. A Levi's apresenta ainda a versão Recycled, com denim Waste<Less™ produzido com tecidos que contêm no mínimo 20% de conteúdo reciclado pós-consumo. Sustentabilidade também pauta o trabalho de marcas brasileiras como
a carioca Fill Sete, de Thaty Rabello. A empresária adquire o denim de tecelagens e também trabalha com o algodão orgânico, colorido com corantes naturais. “Os efeitos especiais das peças se dão por lavagem a seco”, conta. Daniela Guimarães, responsável pelo marketing da Mary Zaide/Essencial, afirma que os jeans da etiqueta masculina Essencial são produzidos de forma a impactar o mínimo sobre o meio ambiente. “Trabalhamos com o reaproveitamento na produção e damos especial atenção aos processos de lavanderia”. Luli Beviláqua, atuante no mercado carioca desde 1980, hoje opta pelo jeans “menos destruídos” pela lavagem. “São peças artesanalmente produzidas, valorizadas por bordados”, comenta. A paranaense Scalon dá destaque aos acabamentos feitos à base de laser (padronagem e desgaste) e de ozônio, o que garante o tom vintage às peças. A catarinense DLZ, por sua vez, tem parceria com a Trento Fashion Lavanderia Industrial, também de Santa Catarina. Dessa união, surgem os trabalhos com laser, ozônio, lixados manuais, tingimentos, resinados, para múltiplos efeitos sobre as peças. A Eden Organic, de São Paulo, utiliza somente algodão orgânico na produção de suas coleções de peças, matéria -prima obtida a partir do plantio realizado por cerca de 200 famílias do campo.
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denim brasileiro:
forca que vem da inO vacao
Mais fortalecido que os demais setores, mercado de jeanswear se diferencia com novidades tecnológicas Por Roselaine Araujo
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ão é novidade pra ninguém que moda brasileira não vive uma das suas melhores fases. No entanto, o mercado de jeanswear é um dos poucos segmentos que se mantém competitivo, uma vez que a matéria-prima principal do tecido é o algodão e o Brasil está entre os cinco maiores produtores mundiais da commodity. Segundo o IEMI - Instituto de Estudos e Marketing Industrial, a produção do setor entre os anos 2008 e 2012 registrou um avanço de 27%. Para abastecer as confecções, os fabricantes de denim se superam cada vez mais em inovação. Confira as novidades do segmento para as próximas estações e veja também o que pensam empresários a respeito do cenário nacional.
capricornio Textil
canatiba
Lançou o Megaflex Therma Comfort, tecido que traz a tecnologia da Invista Coolmax®. O produto oferece conforto térmico adequado para atividades ao ar livre e dias de calor intenso. A linha Beauty Denim continua sendo aperfeiçoada. Feita em parceria com a Rhodia, os produtos são feitos com o fio Emana, capaz de absorver o calor do corpo e devolver em raios infravermelhos. A gerente de marketing da Canatiba, Ivna Barreto, fala sobre a produção do tecido hoje no Brasil. “O denim tem identidade global. Mas o fortalecimento da indústria local passa necessariamente pela união de toda cadeia e por investimentos constantes em tecnologia de ponta”.
Para o Verão 2015/16, a empresa aposta em estruturas densas e refinadas, além de cores inusitadas. Na coleção Platinum, foram lançados sete artigos em três tonalidades: intense blue, shine blue e turquoise dye. À gama intense blue pertencem os tecidos: Algarve Intense (sarja 3x1, 100% algodão); Hades, com ligamento broken twill, que atende ao mercado masculino e feminino; Juno (sarja 3x1, 100% algodão); Thea, em cetim power stretch e trama azul royal. Para o Inverno 2016, vem por aí a renovação de clássicos com visual vintage, como as sarjas Trancoso e Maia. A diretora de Planejamento Estratégico e Marketing, Maria José Orione, expõe sua opinão sobre o segmento. “O jeans brasileiro tem personalidade. Nossas marcas exploram a sensualidade inerente à mulher brasileira. O mercado interno é promissor, porém deveríamos utilizar melhor o conceito de brasilidade nas grifes. Não de forma caricata, mas tentando entender mais sobre o modo de viver do público-alvo”.
Cedro
A nova geração da linha Top Denim Super Stretch é a proposta para o verão. Com 60% de stretch e alta recuperação, a linha garante estabilidade da peça com redução do laceamento. Já a linha Colours (sarjas) vem com a tecnologia Lycra® dual Fx® que combina, dentro de um único fio, dois tipos diferentes de elastano. Juntos os fios oferecem mais conforto sem deformar com o uso. Os tecidos estão disponíveis em variadas gramaturas, tingimentos e acabamentos. “Trazemos em nossas coleções o DNA brasileiro aliado à tecnologia. O setor de jeanswear é um dos mais criativos e ágeis do país. Temos orgulho de fazer parte da moda nacional”, afirma o gerente comercial da marca, Oto Arantes.
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Fotos: Divulgação
santana textiles
A empresa voltou a investir na linha Santana, trazendo os artigos: Elastizados, Cadena, Sprint, Tibur e Zippo. Os artigos Zippo e Sprint são sarjas com 2% de elastano, mas conta com efeito stretch de 40%. A diferença está no tingimento. O Zippo é do tipo índigo, enquanto o Sprint é blue black. Já a sarja Tibur vem com 12% de poliéster, 2% de elastano e largura de 1,53m. O item é indicado para trabalhar com puídos, já que o poliéster não fica aparente. Para finalizar, a Santana oferece também o Lumina, sarja com 40% de poliéster com brilho mais intenso. A consultora de marketing da empresa, Nathália Jaria, analisa o setor. “O jeans nacional ganha identidade própria por meio de modelagens, lavagens e aviamentos feitos de acordo com as características locais, aliadas às tendências de moda mundiais. Este é um mercado que só evolui porque sempre se renova”.
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O destaque é para a linha Nobel Estampado, com três variações de padrões. Com 98% algodão e 2% elastano, o produto vem com estampas feitas no avesso do tecido. Os itens são ideias para criar efeitos de lavanderia, trabalhando o avesso das peças. Ênfase também para a família Power Stretch, cujo destaque é o artigo Mundial com 3% elastano e power de 40%. O diretor adjunto da companhia, Frederico Maziero, fala em proatividade para garantir posicionamento. “Trata-se de um mercado muito competitivo. Para se conseguir lugar ao sol, é necessário investir em qualidade de produtos e também processos. Temos certificações IS0 9001 e ISO 14001, além do selo OEKO-TEX, que comprova que não há uso de substâncias nocivas à saúde humana durante a fabricação dos artigos”, destaca.
Tavex
Para o Verão 2015/16, o lançamento é a linha Fitness Denim®. De aspecto vintage, os artigos unem 25% de elasticidade com perfomance e toque suave. A linha Origin tem como destaque o artigo Baden, que leva em sua composição 100% do algodão Rubi, naturalmente colorido e avermelhado. A gerente de Moda Sueli Pereira fala sobre posicionamento de mercado. “Tavex é uma marca estruturada em três pilares estratégicos: pioneirismo, know -how e inovação, em conjunto com sustentabilidade. A indústria do denim exige hoje tecnologias cada vez mais refinadas e nossa preocupação é não só conseguir isso, mas também agregar processos mais sustentáveis”.
Vicunha
As novidades para o Verão 2015/16 ficam por conta das linhas Perfect Fit e Evolution. Com artigos de alto desempenho e flexibilidade, a Perfect Fit oferece liberdade de movimento com perfeita recuperação. Já o conceito (R) Evolution oferece possibilidades criativas, já que a cor original dos tecidos transforma-se de acordo com o desgaste químico nos processos de lavanderia. A diretora comercial da empresa, Anna Maria Kuntz, lembra que “o Brasil é o terceiro mercado de jeans no mundo. O país passou a ser referência mundial em produção e comercialização, por conta das modelagens, caimento e tecidos de alta qualidade. Tudo isso está presente também no denim da Vicunha, que sempre primou pela excelência”.
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M agic Denim
uma hist贸ria sem fim Sempre atualizado e atual, o jeanswear bebe da fonte da juventude, que o torna capaz de absorver novas ideias e tecnologias para continuar se renovando Por Daniela Burity (texto e fotos)
+acontece mundo
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iz a lenda que o denim chegou nas Américas pelas velas de Cristovão Colombo em 1492. Porém, o artigo só virou peça de vestuário em 1853, transformado pelo visionário empresário alemão, radicado nos Estados Unidos, Levi Strauss. O jeanswear é considerado uma cultura e esteve presente na história desde os marinheiros que trabalhavam nos portos de Gênova, na Itália; desde os mineradores em busca de ouro na Califórnia (EUA) e os trabalhadores na Revolução Industrial europeia. Mas também marcam presença nos rebeldes anos 1950, ou entre os idealistas do movimento Paz & Amor. Ganham espaço também entre os minimalistas dos anos 1990 e permanecem até os nossos dias, renovando-se sem parar. O jeanswear veste reis e rainhas contemporâneos, bem como chefes de estado e celebridades. Estão nas ruas e presentes nos cotidiano em sua atemporalidade, sendo um dos estilos mais democráticos da história da moda. Sua magia encanta e se reinventa constantemente pelo desenvolvimento tecnológico e inovação do produto, tornando-o cada vez mais idolatrado pelos consumidores de todos os cantos do planeta. Tempo de aproveitar essa movimentação criativa e mergulhar nas inúmeras possibilidades que essa matéria -prima tão eclética tem a oferecer. Alguns deles têm “poderes mágicos” de minimizar efeitos da celulite; podem ativar a circulação sanguínea e oferecer fator de proteção solar. As mudanças são constantes e novas tendências nos surpreendem a cada temporada.
Inverno 2015
Nas coleções do Hemisfério Norte, os jeans rasgados, puídos, desfiados, remendados são o “must-have” da temporada, assim como as aplicações com visual encerado, que têm o aspecto de couro. Destaque também para os texturizados reluzentes. Uma aposta que vem desde o inverno anterior e continua forte é a inspiração neo-grunge que, a exemplo do movimento musical que agitou o cenário pop
– e da moda – nos anos 1990, tem o xadrez como principal elemento de padronagem. Mas como os tempos são de alta tecnologia no têxtil, o jeans dá o seu aval para que o padrão típico do movimento grunge chegue à cena contemporânea produzido com a tecnologia laser. O jeans ganha novos adereços, com ênfase para as aplicações de cristais e brilhos, metais, bordados, rendas e tudo o que pode deixá-lo ainda mais sofisticado. E o aviamento queridinho do momento é o zíper de metal em ouro. Na silhueta, o sportswear invade as coleções com jaquetas e calças jogging e trazem uma nova ideia de conforto, com o aumento da porcentagem de elastano no denim e uma gramatura mais leve. Uma nova proposta é a silhueta da calça jeans denominada “strinny” presente nas coleções de Stella McCartney. O modelo mesclado jeans skinny e o cropped, fazendo surgir uma versão com comprimento mais curto e cintura mais alta. Também a wide leg cropped ou pantalona pescador, a super skinny e a alfaiataria aquecem os corações dos fashionistas, sempre ávidos por novidades. Em matéria de cores, ênfase para os tons que aparecem após lavagem, como o black dark e o sobretinto. Na construção das peças do jeanswear, há uma infinidade de combinações que dá dinamismo às criações, tais como: o jogo direito e avesso, e a mistura divertida entre diversos tipos de denim, malhas, tecidos e couro; destaque para efeitos mais do que especiais de oxidados, amassados, mofados, queimados, manchados brancos e marmorizados.
Varejo
E quando menos esperamos, o varejo trilha novo caminho, com olhos no amanhã. A sueca H&M lançou em outubro de 2014 a primeira coleção de jeans como parte da chamada Conscious Collection, produzida com a redução do uso de recursos naturais e consumo mínimo de energia e de água. Mas tudo está ali: efeitos de lavagens conseguidos sem produtos químicos; matérias -primas sustentáveis e ecológicas, como o algodão orgânico, a lã reciclada, o Tencel® e outras fibras vegetais. Assim, o fast fashion mostra que po-
de e deve evoluir, contribuindo para a preservação do planeta. Apostando no forte crescimento do denim no mundo contemporâneo e com vendas 50% superiores que o normal em produtos jeanswear, a loja de departamento inglesa Selfridges & Co. resolveu inovar criando o maior espaço do mundo dedicado ao denim. Dia 3 de junho de 2013, em pleno verão inglês, na Oxford Street, em Londres, foi inaugurado o Denim Studio, no terceiro andar da loja. A área foi criada para satisfazer desejos possíveis e impossíveis dos chamados “denim lovers”. Possui mais de 10 mil peças disponíveis e uma variedade de estilos, silhuetas, estampas e cores com preços que variam entre £60 (R$ 240,00) até £ 11.000 (R$ 44.000,00), este último, apenas, sob encomenda. Há também uma seleção de marcas que inclui: Diesel, J Brand, Hudson, Paige, Frame Denim, Citizens of Humanity, entre outros. Não faltam as tradicionais, como a legendária Levi’s e a Lee, que celebra 125 anos de existência com uma coleção intitulada Happy Birthday Lee!, desenvolvida pelos de estilistas Sarah, Carol Prion e Gregory Derkenne. Com serviços especializados como a compra self-service para os clientes decididos e com pressa, o famoso Fit Studio, com 18 provadores e “visão total”, além da primeira suíte Personal Shopping, com consultores de estilo que ajudam na busca do jeans perfeito. O Denim Tailor oferece ajustes e customização do denim efetuados em poucas horas, e o super high-tech Jeanius Bar, inspirado nas lojas da Apple, com um serviço digital avançado com um tablet touch-screen gigante. Com tantas opções, realmente, não será difícil encontrar a sua peça desejo por lá. Observar o mercado do jeans é pensar que o futuro caminha de braços dados conosco. Uma matéria-prima que tem o poder da transformação, modificada a cada geração, com liberdade singular para criar estilos inteligentes, sempre contemporâneos, é sem dúvida um produto mágico para o varejo. A história não tem fim, pois o denim bebeu da fonte da juventude e segue seu caminho eternamente jovem.
Daniela Burity é trend tracker residente em Londres. Proprietária do TrendZ Bureau, especializado no varejo. www.trendzbureau.com
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Claudio Grando – presidente da SCMC
Mostra SCMC S
Transcultural
O ano de 2005 foi o marco inicial do movimento voltado à criação de uma identidade de moda e design para Santa Catarina, com iniciativa que contou com empresas inovadoras, transformando o SCMC em plataforma pioneira e única na América Latina Por Yuko Suzuki
anta Catarina, dentro do mapa da indústria têxtil nacional, tem números bastante expressivos para apresentar. O Estado ocupa a segunda posição no ranking dos faturamentos da indústria têxtil do País, sendo que as empresas catarinenses faturaram U$ 11,3 bilhões em 2012, isso é 17% do total brasileiro, empregando 169 mil trabalhadores. No mesmo ano, a indústria têxtil nacional faturou US$ 58,4 bilhões, empregando 1,7 milhão de pessoas. Outro dado importante é que o setor têxtil representa 17,74% da indústria de transformação catarinense. O estado é o maior exportador de linhas para crochê e fitas elásticas da América Latina, e destaca-se na produção de artigos de cama, mesa e banho. Em 2013, a indústria têxtil e do vestuário de Santa Catarina exportou US$ 174 milhões, sendo 7,4% do total nacional. O Estado é também o maior exportador brasileiro de fitas de fibras sintéticas, roupas de toucador/cozinha, tecidos
Fotos: Divulgação
Jackson Araújo entre Claudio Grando presidente da SCMC e Amélia Malheiro vice presidente da SCMC e Graça Cabral e Paulo Borges da Luminosidade.
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atoalhados de algodão, feltro e camisetas em malha, segundo a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). O cenário mostra a força da indústria local e aponta que esse potencial serve de celeiro para que despontem talentos nas áreas de criação e design de moda. Desde a primeira edição do Santa Catarina Moda e Cultura (SCMC), em 2005, iniciativa que tem mobilizado empresários, criadores, pesquisadores, estudantes e entidades, surgem vários caminhos de expansão. Surgiram estudos, experimentos, mudanças, inovações e muito aprendizado. Os resultados ultrapassam o interesse empresarial e tornaram-se alicerce do movimento, calcado no espírito cooperativo e colaborativo, sem as barreiras normalmente existentes no universo empresarial. O SCMC é um projeto extenso. Durante nove meses as empresas participam de atividades com foco em inovação com eventos como o Thinking, momento informal e familiar de integração e troca de informações. Outra etapa é a Experience, em que empresas associadas recebem em seu ambiente corporativo as demais empresas associadas e convidados para apresentar e compartilhar o modelo atual de gestão, com visita ao parque fabril. Há a etapa das Missões. Vic – Very Important Company é uma delas. São visitas multissetoriais às empresas admiradas e de referência, com diferencial de inovação, posicionamento de marca, design, canal de distribuição. Já a Missão Internacional proporciona intercâmbio de um grupo para estudos, cursos e workshops em uma universidade internacional, com visitas a empresas locais tidas como cases de sucesso no país de origem e no mundo.
Ações práticas
O ano #9 do movimento SCMC teve seu start em abril de 2014. Depois de abrangente programação, chegouse ao resultado final dos trabalhos de cada Time Criativo, apresentado na Mostra, realizada de 6 a 13 de dezembro de 2014, no Centro Integrado de Cultura, em Florianópolis. Aberta ao público, a mostra trouxe as criações de alunos de instituições catarinenses de ensino, planejadas e desenvolvidas em conjunto com profissionais de 17 empresas locais. São elas: Altenburg, Audaces, Cia. Hering, Círculo, Dalila, Daniela Tombini, Digra, Dudalina, Fakini, HI Etiquetas, Karsten, Lancaster, Marisol, Meu Móvel de Madeira, Oceano, Printbag e Tecnoblu. A pesquisa teve início em 2012, na edição #7 do SCMC, quando detectou-se o tema Resort Culture. No ano seguinte, identificaram-se representantes dessa cultura. Em 2014, o Programa Inteligência Compartilhada apontou movimentos e pessoas que estão transformando o Estado por meio da arte, da cultura e do design. Curador do evento, Jackson Araujo diz: “Buscamos transformadores, através de uma nova economia menos capitalista e mais focada no bem comum. A chamada economia criativa, embora pareça apenas uma teoria para alguns, já é praticada em várias ações realizadas em Santa Catarina”.
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Times criativos Coleção Itinerante. Inspiração: Teka Simon, da Brasileirando
Coleção Fragmentos. Inspiração: Samuel Schmidt, da Cidades Invisíveis.
Coleção Haggard. Inspiração: Felipe Caprestano, da Face Couture
Coleção Danny T. Inspiração: Mulheres do Frei.
Coleção Lix. Inspiração: Celaine Refosco, da Orbitato.
Coleção Entreluzes. Inspiração: Carola Santos.
Coleção d [effect]. Inspiração: Edna Mesadri, Das Catarinas
Coleção Art Box. Inspiração: Simon Casal e Ramon Rodrigues, da Gráfica Clandestina.
Coleção Cotidiano. Inspiração: Vasselai Incorporações
Coleção Indivisível. Inspiração: Márcia Cardeal.
Coleção Pop-Up Tag. Inspiração: Flávia Vanelli, Ratorói.
Coleção Veras Cidade. Inspiração: Samuel Schmidt, da Cidades Invisíveis.
Coleção Keep the Ocean Cool. Inspiração: Jairo Lumertz e Carolina
Coleção Hemerocallis. Inspiração: Dario Bergermann, Agrícola da Ilha.
Coleção Suspensório. Inspiração: Gui Neves, Nós.Vc.
Coleção #Nãodescartesuaembalagem. Inspiração: Christopher Stoner e Jefferson Matias, Santa Costa.
Fotos: Divulgação
Lei Rouanet
Coleção Sunshine. Inspiração: Felipe Colvara, Kombinaconfoto
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No segundo semestre de 2014, o SCMC obteve aprovação do Ministério da Cultura (MinC) para que, a partir de 2015, os recursos para viabilização do programa “Inteligência Compartilhada” sejam captados via Lei Rouanet. O Artigo 26 da Lei permite dedução parcial (entre 64% e 74%) de recursos para as empresas que patrocinarem iniciativas de âmbito cultural, e o montante aprovado é de R$ 352.220,00. (Y.S.)
Coleção Trama Pop. Inspiração: Tranças da Terra.
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4 passos para transformar estranhos em clientes O momento mostra que há recursos que, quando usados de forma acertada, são ideais para otimizar a conexão do marketing ao processo de decisão de compra do cliente
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evin Roberts, principal executivo da agência Saatchi & Saatchi, causou alvoroço ao anunciar que o marketing está morto. Como bom publicitário, despertou a atenção de todos. Mas o que ele quis dizer é que não podemos pensar o marketing apenas como comunicação de massa por meios tradicionais. Esses meios têm grande alcance e continuam tendo a importante função de gerar conhecimento sobre uma marca e reforçar seu posicionamento. Mas o marketing precisa ir muito além disso, demonstrando de forma mais concreta aos gestores os resultados gerados e conectando-se totalmente com vendas. Temos que derrubar definitivamente a parede entre o departamento de marketing e o de vendas. O marketing não pode apenas construir imagem, mas precisa avançar no relacionamento com o público. Precisamos conectar melhor o marketing ao processo de decisão de compra do cliente. Os publicitários usam há bastante tempo o acrônimo AIDA para lembrar as etapas para a conquista dos clientes: 1. Atenção: Precisamos primeiro chamar a atenção do público com algo que seja de seu interesse. O público não está obrigatoriamente interessado em seu produto, marca ou fábrica, mas na solução de suas próprias necessidades, desejos e problemas. Assim, precisamos mostrar que estamos conectados a essas necessidades. 2. Interesse: Depois de conquistar a atenção, temos que despertar o interesse oferecendo mais informações, fazendo com que o público queira avançar no relacionamento com a empresa. Temos que mostrar que entendemos da solução. 3. Desejo: Conseguiremos despertar o desejo de compra do produto ou
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contratação da empresa quando conquistarmos a confiança. Isso é resultado do relacionamento com o cliente e a construção de uma reputação. 4. Ação: Finalmente, haverá uma ação de compra quando o público se convencer de que os benefícios que estamos oferecendo superam os custos envolvidos, que não se restringem ao preço, mas incluem tempo, deslocamento e tudo o que o cliente abrirá mão para ter acesso ao produto. Esse processo é mais demorado para produtos de valor mais alto e maior percepção de risco. Dificilmente as empresas administram de forma correta o relacionamento com o público ao longo de todo o ciclo, em todas essas etapas. Com as ferramentas digitais atuais, podemos fazer isso, desde a atração de desconhecidos com interesse na área de atuação da empresa até que eles se tornem clientes. Todas as métricas do processo ficam disponíveis e permitem fazer melhorias. Como a cada nova etapa do relacionamento há menos pessoas, chamamos esse processo de funil de vendas, termo bastante conhecido, mas ainda pouco aplicado. Antes de comprar um produto ou contratar uma empresa, hoje as pessoas não começam falando com um vendedor. Começam pesquisando na internet. E essa pesquisa dificilmente é feita pelo nome de uma empresa, mas pelo tipo de produto ou pelos benefícios que procura. Por isso as empresas precisam construir uma reputação online no setor em que atuam e nos benefícios que oferecem. A melhor forma de fazer isso é publicando informações e conteúdos relevantes para o público. Para que esse processo seja efetivo, é fundamental ter foco e definir um nicho do mercado a ser explorado. Se você quer ser tudo para todos, não há como ter sucesso. Esse processo é o Marketing de Conteúdo ou Marketing de Atração. Nele,
classificamos o público conforme seu nível de relacionamento com a empresa: 1. Visitantes: O público é atraído através dos conteúdos que falam sobre as necessidades do cliente. Essas informações podem ser publicadas em posts de blogs, artigos ou vídeos. Oferecendo informações úteis, o seu público vai localizar sua empresa na internet. As necessidades do cliente podem ser tangíveis, como conforto ou preço, ou intangíveis, como a busca de prestígio e status. Marcas fortes normalmente se conectam através de apelos intangíveis e emocionais, além de produtos de qualidade. 2. Leads: Muitos visitantes terão interesse em informações mais aprofundadas, que podem ser e-books, vídeos mais completos ou webinários, por exemplo. Para ter acesso a essas informações, estarão dispostos a se cadastrar, fornecendo um e-mail. A informação oferecida funciona como uma recompensa. O público que se cadastra se torna um lead. Formando uma lista de e-mails de leads, podemos continuar o relacionamento com eles, tornando-os mais próximos da marca e conquistando sua confiança. A lista de leads é hoje um patrimônio valioso, muito diferente de uma listagem de e-mails de desconhecidos, que não gera resultados. 3. Oportunidades: Os leads que têm intenção de comprar são oportunidades de venda. Nesta etapa, pode haver uma visita a uma loja virtual ou um pedido de orçamento, de uma minuta de contrato, de uma carta de franquia, etc. 4. Clientes: A etapa final é a compra. Normalmente vem logo depois de um processo de análise na fase anterior. Nesta etapa, também é comum
empresas cometerem um equívoco. Convencidas de que o final do processo é a conquista de clientes, muitas empresas simplesmente os abandonam depois desta etapa. Esquecem-se de que é muito mais barato vender produtos adicionais ou de valor mais alto a quem já é cliente. E o cliente que é bem atendido e tem bom suporte técnico poderá indicar a empresa a muitos outros. A missão final da empresa deve ser encantá-lo a ponto de transformá-lo em um fã. Com os softwares atuais, todas as taxas de conversão de uma etapa a outra são medidas. Em negócios business-to -business, como fábricas que vendem a lojistas, de 10 a 20% dos visitantes se tornam leads, de 5 a 15% dos leads se tornam oportunidades e de 20 a 40% destas geram clientes. Uma das vantagens é que boa parte do processo é automatizada, permitindo o relacionamento com muitas pessoas sem demandar recursos humanos. A empresa pode investir e interferir mais nas últimas etapas, quando a probabilidade de conquista do cliente é bem maior. Isso permite que as empresas tenham um processo de prospecção contínua ou um funil de vendas perpétuo. Em tempos de crise, pode ser a diferença para conquistar uma fatia de mercado de seus concorrentes. Tenho observado empresas que têm o início e o fim do processo, isto é, publicam conteúdos em blogs e redes sociais e também geram vendas. Mas os dois processos costumam andar desconectados, impedindo a medição da conversão e gerando desperdício de recursos. O marketing precisa assumir como função a geração de leads, com resultados mensuráveis. Por sua vez, a área de vendas deve converter grande parte dos leads em clientes. Trabalhando em conjunto, os resultados aparecerão de forma clara. E na sua empresa, as vendas também estão precisando de um funil?
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Fotos: Arquivo pessoal, Divulgação
por Edson D'Aguano
Diretor presidente da Consultive Holding.
www.consultive.com.br
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eza a lenda, no fashion world, que a Estratégia (pró-audácia) é uma coisa... A Execução (pró -inovação) é tudo. Reza a lenda, mais ainda, que o equilíbrio na gestão empresarial entre a audácia e a inovação, dupla esta já conhecida como AUDAÇÃO, promove a excelência na Resultância de Valor de inúmeras empresas. Sucesso total quando, paradoxalmente, no mercado de hoje, estas empresas são comparadas com outras tantas, aparentemente formidáveis, mas que amargam o fracasso, embora haja quem diga que elas trabalham a AUDAÇÃO de “fio a pavio”... É incrível o paradoxo... Surpreendentemente, estas empresas sucumbem dia a dia com retornos decrescentes, a caminho da bancarrota total sem escalas. Será por que, por que será? E, a propósito do fracasso, mesmo nas empresas estas, com fama de resultantes, a AUDAÇÃO (Audácia na execução + Inovação na estratégia) sofre colapsos mortais, quando os gestores destas corporações NÃO SABEM LIDAR COM OS PONTOS CEGOS, cegueira esta, via de regra, que anula, sumariamente, os executivos tidos e havidos como brilhantes (brilhantes?). Digo mais... Ainda que estas empresas, rotuladas de formidáveis, ofereçam ótimas ações no seu PCC (Produto, Comercialização e Comunicação) e, até mesmo (quem diria), quando vencem, vez ou outra, a concorrência-alvo, como explicar a derrocada delas? Como assim? Como até “os famosos” podem errar fazendo tudo certo? Que loucura é essa? Haja pontos cegos... Meu Deus!!! O mercado C.A.C.O. (Competitivo, Acirrado, Complexo e Ofertado) explica e agradece. Eu, heim!?!
O Ponto Cego é amigo íntimo do fracasso...
Pois bem... O PONTO CEGO da AUDAÇÃO é um quadro clínico, que tem como “causa mortis” a degeneração da saúde empresarial e que age, biologicamente, como uma doença cancerígena. Evolui, a princípio, sem dor, sem metástase e sem efeito colateral. É quando aparecem no corpo (na empresa) sintomas que beiram, gradualmente, a fatídica falência dos órgãos, quadro este que aponta para uma viagem ao inferno sem escala e sem retorno. A omissão, a inexistência, o desequilíbrio ou deficiência, portanto, da AUDAÇÃO é um quadro clinico crônico na Gestão Corporativa (traiçoeiro que só), o qual atinge o foco de tudo e a gestão de todos “até o talo”, num
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Por que as coisas dão errado quando fazemos tudo certo? O mercado C.A.C.O. explica... O caminho das pedras na gestão das empresas do mundo têxtil sinaliza para um foco de Execução Estratégica que atenda à necessidade do “começar de novo”, desde que os gestores-executivos adotem novos conceitos de negócios piscar de olhos; seja um CEO ou um CFO, ou um ou mais diretores e/ou integrantes da equipe de executivos de ponta; não importa se a empresa é ou não é uma grande player ou uma start up, se possui ou não share otimizante, se realizou ou não um EBITDA relevante em tempos idos e, tampouco, importa se a iniciativa pró-Valor é feita em conjunto ou em colaboração individualizada. O PONTO CEGO alimentado pelo efeito “SEM NOÇÃO” é cruel, muito cruel. Aparece do nada, na velocidade do pensamento! A despeito da situação e do diagnostico recessivo do mercado de hoje C.A.C.O. (Competitivo, Acirrado, Complexo e Ofertado), o sucesso, quando ocorre, não depende apenas do talento, do esforço e da determinação do gestor, mas também da competência e da probabilidade de engajamento de seus pares e/ou parceiros (diretos e indiretos) na ajuda e no apoio pró-ecossistema, já batizado de ESEX (Estratégia + Execução), com base obrigatória na Audácia + Inovação (AUDAÇÃO), binômio este que age como combustível e/ou catalisador-mor na crença e na busca da Excelência pró-Resultado de Valor (Receita + Rentabilidade) da empresa.
Sinal dos tempos próoportunidade ou próapocalipse now. Qual é a sua?
A verdade verdadeira é que o mercado C.A.C.O. de hoje, caórdico (caos + ordem) que só, aponta para uma nova perspectiva, um novo formato de negócios, via uma lente de longo alcance. O caminho das pedras na gestão das empresas do mundo têxtil sinaliza para um foco de Execução Estratégica que atenda à necessidade premente do “começar de novo”, desde que os
gestores-executivos adotem um novo conjunto de ferramentas e de novos conceitos de negócios, os quais devem revelar fontes ocultas de dependência na coragem do Dever|Saber, do Saber|Fazer, do Fazer|Fazer, do Fazer|Ganhar e, especialmente, do Ganhar|Render pró-otimização da Resultância. Ou seja... Mudança total na maneira de pensar, criar, encarar, agir e controlar. O maldito (não seria bendito?) mercado C.A.C.O., certamente um dia, quem sabe, ajudará ou, no mínimo, alertará as operações pró-ativas a realizarem, obrigatoriamente, as melhorias nas escolhas da qualificação de neurônios da gestão de pessoas, melhorias nas escolhas da qualificação de processos administrativos e melhorias nas escolhas da qualificação de metodologias eficazes (só eficientes não bastam) para, só assim, poderem pensar em crescimento sustentado, com chances reais de sucesso. Sempre é bom lembrar, que, no idioma Mandarim, CRISE É SINÔNIMO DE OPORTUNIDADE... Mudar é possível, sim... Foco total, portanto, no efeito ESEX. A Estratégia audaciosa é refém do papel. A Execução inovadora é refém da ação. Faça sua equipe acreditar no processo frenético do InConSab (Informação, Conhecimento, Sabedoria) sobre o mercado-alvo da sua Marca. Faça sua liderança acreditar na busca profunda de competências essenciais para vencer a concorrência. Acreditar na Mudança tornou-se o Mantra decisivo do Plano de Negócios da Inteligência de Mercado nos tempos de hoje pró-Excelência. Uma miríade de dicas “no ar”, tais como: palestras, workshops, clínicas, consultorias, formação de um comitê de gestão, etc e tal, atrelados a “tirar o bumbum da cadeira”, circular, circular,
circular pelo mercado-alvo, vem alertando e orientando (por tabela) os gestores a manter o foco em vincular Execuções Estratégicas às operações, alinhar as equipes, monitorar o ambiente competitivo e revitalizar suas Proposições de Valor. Segundo dizem os mestres de plantão, isso é crucial para o sucesso. A Estratégia é uma coisa... A Execução é tudo e mais um pouco e, se assim não for, o Apocalipse entra em campo now!
Como enxergar as armadilhas escondidas do Ponto Cego?
Sim, a Estratégia diferenciada, bem como a Execução assertiva são fundamentais, prioritários. Trata-se de uma pré-condição indispensável para o sucesso do nosso “mundinho fashion”, mas só isso não é o suficiente. Embora, via de regra, seja essencial a concentração em áreas inquestionavelmente importantes do ambiente de uma empresa (tais como: Produto, Comercialização, Comunicação, administração, RH, conselho de gestão, clientes, fornecedores e concorrentes), a ausência na ação ESEX, via AUDAÇÃO, pode criar, invariavelmente, cedo ou tarde, um PONTO CEGO na empresa, que ocupa e trava o “andar pra frente”, definindo, daí, o sucesso ou o fracasso (sem remorsos), resultados esses os quais, apesar de serem “pares de opostos”, caminham juntos “de braços dados como dois namorados”, a mais não ser. A longa história das boas empresas que se deram mal é vasta, enigmática e cruel. E não deve parar por aí... O mercado C.A.C.O. encarregar-se-á de ampliar a lista dos insolventes, teimosos e incompetentes embotados que são “até o talo”, a mais não ser, por conta quase única de subestimarem os PONTOS CEGOS, “causa mortis” que leva à tragédia e ao óbito empresarial. Gestores esforçados trabalham com afinco, mas acabam perdendo o foco e o tempo em iniciativas que não vingam; não por não serem menos mutantes que as da concorrência ou por não terem sido executadas com competência, mas, especialmente, porque o ecossistema da empresa não acompanhou o emprenho da ESEX e da AUDAÇÃO. Se esses líderes tivessem utilizado as “ferramentas” certas para enxergar, estimar e entender como o sucesso de seus “inventos” depende dos outros, com certeza, eles teriam trabalhado de outro modo, em parceria com quem sabe... A teimosia explica. A soberba mata e enterra. A humildade agradece. A Mudança pró- Resultância não é invisível aos olhos. Quem viver, verá!
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FAÇA SEU CREDENCIAMENTO GRÁTIS
No salão que inspira os melhores profissionais de moda do Brasil e da América Latina. 11 a EDIÇÃO
OUTONO INVERNO
12-13 Maio 2015 Expo Center Norte / Pav. Amarelo The Fashion Textile Show for Latin America premierevision-saopaulo.com
/premierevisionsaopaulo
por Paulo Delegá
Paulo Delegá é diretor Foto: Arquivo pessoal
da Vendere, agência digital de criação e desenvolvimento de sites e marketing na Internet.
www.vendere.com.br
Evite três erros ao publicar fotos em site O site de sua empresa merece boas fotos para transmitir credibilidade e conquistar o almejado público-alvo
N
os dias de hoje, em que a moda é a dos sites com fotos grandes, as imagens tornaram-se essenciais para o sucesso – ou o fracasso – de um site. Há quem, por economia ou desconhecimento, erre em aspectos básicos no quesito fotografia para veiculação em ambiente digital. Por isso, fique atento para não incorrer, como muitos, em erros bastante comuns.
Erro nº 1: Foto de banco de imagens para representar coisas reais AF02_ANWFVarejo_Curvas_Nomina061Page 1 21/6/2013 21:55:52 Há bancos de imagens na internet
que vendem fotos de razoável qualidade por um dólar. É grande a tentação de “preencher” o site com essas fotos. No entanto, se na seção “A empresa” do seu site você colocar uma foto de banco de imagens – de vendedores com cara de modelos, numa mesa de reunião de um escritório com “cara” de norte-americano –, você pode ter um problema de credibilidade. Esse é só um exemplo, mas muitas fotos de bancos de imagens, quando usadas para representar situações ou coisas reais, podem parecer artificiais e diminuir a credibilidade de uma marca.
Erro nº 2: Foto feita pelo dono da empresa ou funcionário A imensa proliferação de máquinas fotográficas nos celulares – fotografase e filma-se de tudo o tempo inteiro –, somada à facilidade de publicar estas fotos nas redes sociais, deu origem à ilusão, para muitos, de que todo mundo é fotógrafo, de que fotografia é uma coisa fácil e corriqueira. Infelizmente, essa ilusão é tão falsa quanto achar que a proliferação dos blogs transformou todo mundo em Machado de Assis... O amador, mesmo que inteligente e bem intencionado, tira fotos abaixo da qualidade esperada na propaganda. Erro nº 3: Foto feita com celular ou tablet As câmeras de celulares e tablets têm qualidade inferior à de uma câmera fotográfica profissional. Boa captação da luz envolve: lentes de vidro e com diâmetro grande, bem espaçadas umas das outras, além de um
sensor grande. Em outras palavras, câmera boa é grande e pesada. Não é uma questão de tecnologia moderna ou não, são as leis da física, de ótica. Câmeras supermodernas, como uma Nikon D7100 ou Canon 60D, com as lentes, medem mais de 13cm de largura, por mais de 7cm de profundidade, com peso acima de 750 gramas. É fisicamente impossível enfiar no espacinho e no peso do celular ou tablet uma câmera similar às citadas.
Alguém tinha que lhe dizer isso
Fotos baixadas da Internet ou tiradas por você com seu celular podem receber “likes” dos amigos no seu Facebook pessoal, mas podem ser pouco para levar um cliente a confiar na marca ou comprar um produto no site empresarial. Para dar a conhecer a sua empresa por inteiro, por meio do site, – produtos, equipe, fábrica, loja, showroom –, sempre invista em fotos reais, tiradas com uma câmera profissional, na mão de um fotógrafo profissional.
por Marcelo V. Prado
Foto: Arquivo pessoal
Marcelo V. Prado é sócio-diretor do IEMI – Instituto de Estudos e Marketing Industrial
Foto: Shutterstock
faleconosco@iemi.com.br
Em momentos de crise, o que vende é o novo O controle de gastos é necessário no momento, mas sem prejudicar a qualidade do produto, nem o seu valor agregado. Devemos buscar mais eficiência e conquistar o consumidor com coleções atrativas
E
stamos num momento bastante difícil, marcado por uma série de frustrações, como a dos resultados gerados pela copa do mundo, que prometia aquecer a demanda de bens de consumo com um grande afluxo de consumidores estrangeiros ao país, mas que na verdade acabou gerando efeito contrário. Durante o mês do evento, houve uma importante queda nas vendas do varejo de moda, ajudando a enfraquecer ainda mais o desempenho da coleção outono-inverno, já prejudicada por um clima ameno, com a ocorrência de poucos dias frios nos grandes centros consumidores do Sudeste. O pior mesmo, sem dúvida, ficou por conta do fraco crescimento econômico registrado ao longo de todo o ano, muito aquém das projeções dos especialistas mais isentos. De fato, quando olhamos para os indicadores do varejo de moda no Brasil, apresentados ao final desta coluna, as dificuldades enfrentadas ficam ainda mais claras, já que no período de janeiro a setembro de 2014 (último da-
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do disponível) as vendas de roupas e calçados acumularam uma queda em torno de um 1%, comparativamente ao mesmo período do ano anterior. Nem mesmo a expectativa de um pequeno crescimento para o varejo de moda ao final do ano, estimado em torno de 1,5% em volumes (e 6,7% em valores, sem descontar a inflação), puxado pelas vendas de final de ano, parece ter servido de alento para a maioria dos empresários do setor, que engrossam o grupo dos pessimistas com o futuro do mercado em 2015. Neste momento, a grande maioria das empresas de vestuário já adota es-
tratégias conservadoras para enfrentar a crise que se avizinha, por crer que em 2015 as vendas serão ainda menores, e que para manter os volumes de produção, a única solução será a redução dos preços dos seus produtos. Nesta linha, estão adiando investimentos e restringindo gastos, incluindo a eliminação de qualquer gordura no pessoal ocupado, nas ações de marketing e no desenvolvimento de produtos. Isso sem falar na troca de fornecedores, visando à utilização de matérias-primas mais baratas, mesmo que mais simples ou de qualidade inferior. Para este grupo, a ordem é tentar minimizar o impacto
sobre as margens para enfrentar a briga de preços, já em andamento. Para muitos, podemos prever que esta estratégia tende a trazer resultados um tanto desastrosos, com a oferta de produtos esvaziados em seus diferenciais e com a cara de “mais do mesmo”, já condenados a girar às custas de descontos. Como empresário, sou totalmente a favor do controle de gastos, mas isso não pode ser feito em detrimento da qualidade do produto, nem do seu valor agregado. O que devemos buscar, neste momento, não é exatamente a redução de custos, mas ganhos de eficiência, atrelados à melhoria da atratividade dos nossos produtos. No segmento de moda, o que faz uma coleção ser bem sucedida é a capacidade de encantamento de seus produtos, ao serem expostos nas lojas e vitrines. Afinal, em um momento em que os consumidores estão pouco motivados a consumir, não haverá grande interesse por produtos pouco inovadores e sem atrativos aparentes. Anote aí, em momentos de crise, o que vende é o NOVO. Um excelente 2015 para você e toda a sua família!
Indicadores Setoriais
Com relação aos indicadores setoriais, a venda do comércio varejista teve uma queda no mês de setembro, como é de costume para o segmento. Em volumes físicos a baixa foi de 11,1% e, em valores de venda, de 10,4%. No acumulado do ano, de janeiro a setembro de 2014, houve alta de 3,8% nas receitas, sobre o mesmo período do ano passado, porém queda de 1,1% nos volumes, sinalizando um movimento de busca por produtos de menor valor agregado, no consumo de moda. A produção nacional destes artigos, em número de peças confeccionadas, avançou 4,4% em setembro comparado ao mês de agosto de 2014, porém no ano, a produção desacelerou 2,7% em 2014, sobre o montante produzido no mesmo período de 2013. As importações brasileiras de roupas, por sua vez, cresceram 39,3% em setembro, acumulando alta de 10,3% no ano. Já as exportações registraram uma leve queda, em torno de 2,0% no mês e (-) de 2,5% no acumulado do ano.
Desempenho Vestuário
Variação no mês 1
Variação Anualizada 2
Vendas no Varejo (R$)
-10,4%
3,8%
Vendas no Varejo (Peças)
-11,1%
-1,1%
Produção Industrial (Peças)
4,4%
-2,7%
Importações (US$)
39,3%
10,3%
Exportações (US$)
-2,0%
-2,5%
Fontes: IEMI / IBGE / SECEX (1) Setembro 2014 / Agosto 2014 (2)Janeiro-Setembro 2014 / Janeiro-Setembro 2013
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Fotos: Arquivo pessoal. divulgação
Diretora de Criação da Nomina Design, escritório especializado em projetos completos de loja e identidade de marca no varejo.
www.nominadesign.com.br
Elogio da sombra Luzes e sombras formam o binômio que valoriza e estética e enche de sentido bons projetos idealizados para valorizar a marca e o ambiente de compras o varejo, a luz é valorizada por destacar produtos e criar cenas. E a sombra produzida pela luz? Poderia ser um elemento de composição para criar soluções de visual merchandising? SIM! Confiram como, na loja Smets e em duas lojas da Aesop, importantes pontos de venda no cenário internacional.
Aesop, em Kyoto
As lojas da Aesop – marca de cosméticos – são os melhores exemplos de extensão de marca. São sempre incrivelmente surpreendentes e originais. Na loja em Kyoto, no Japão, criada pelo estúdio japonês Simplicity, elementos de diferentes princípios artísticos japoneses e de vários períodos foram aplicados no interior do ponto de venda. O store design foi inspirado no ensaio “In Praise of Sha-
dows” (Elogio da Sombra), do romancista Junichiro Tanizaki, nas casas tradicionais de Kyoto e no alinhamento vertical dos textos em japonês. No ensaio filosófico de 1933, Tanizaki utiliza a luz e a escuridão para comparar as culturas ocidentais e orientais. As formas sutis e suaves da arte e literatura orientais valorizam a sombra e sutileza, intimamente relacionada com o conceito tradicional japonês do wabi-sabi (arte da impermanência).
Smets, na Bélgica
Fotos: Divulgação
Na Smets Premium Store, uma loja de produtos de moda, arte, design e gastronomia em Bruxelas, na Bélgica, a iluminação dramática transforma o display de acessórios. O display é muito simples, mas a gradação de intensidade da luz cria sombras em camadas que desenham a parede, chamando atenção para os produtos do setor.
Aesop Hong Kong
Lanternas flutuantes inspiraram a criação da instalação da marca em Hong Kong. Oito centenas de caixas de resina, dispostas no topo de hastes de aço de tamanhos variados, criam a sensação de que cada unidade ascende no seu próprio ritmo, como se estivessem sendo atraídas para cima por fios invisíveis. A luz e a sombra multiplicam ainda mais o volume da composição. O conjunto de lanternas foi encoberto por um tecido translúcido, apenas do lado aberto para a rua. As sombras através do tecido criam silhuetas de uma paisagem. A iluminação torna-se sutil criando uma atmosfera intimista, interrompendo o ritmo da vida de rua e do entorno de varejo. “A beleza não repousa no objeto, mas na interação entre sombra e luz criada por ele”. (Junchiro Tanizaki).
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No espaço de paredes brancas, painéis de tecido preto transparentes separam áreas da loja. Por trás dos painéis, frascos de produtos para cuidados da pele e do cabelo estão dispostos em colunas, fazendo referência à forma vertical da caligrafia japonesa. Ao entrar na loja, sombras destes frascos através dos painéis, intensificam com sutileza a metáfora criada pela sombra.
Na fachada branca, num suporte horizontal cinza, destacam-se três frascos, símbolo da marca.
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