MAIS SUPERIOR - DEZEMBRO' 2021

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António Raminhos, Luís Filipe Borges e Marco Horácio regressam com a segunda dose do icónico “Três é Demais”

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inco anos depois está de regresso o icónico espetáculo que teve 25 mil espectadores em dois meses. Os três amigos estão de volta e cheios de novidades. Há cinco anos: o Raminhos esperava a terceira filha, o Horácio era o pai divorciado, e o Borges andava livre e solto… Agora, o último já é casado e pai, o do meio reencontrou finalmente o amor, e o primeiro vive um conflito entre o seu velho e novo eu. O que será que mudou nestes últimos cinco anos? Foi o mundo ou foram eles? Ou será que foi o mundo deles? A Mais Superior esteve à conversa com os três amigos Sem reservas, sem medos (e devidamente vacinados). Vem daí perceber porque é que três é (mesmo) demais! Texto: Rita Coelho Fotos: Cedidas pelos entrevistados preferi não avançar, porque me sinto muito A primeira edição do “Três é Demais” foi em 2016, porque decidiram regressar agora melhor a voltar ao palco com amigos, estar com eles, divertir-me e saber que não estou com a segunda edição? só a fazer uma peça de teatro, estou com pessoas que me dizem mais do que isso, A.R: Porque nós somos tipo os ABBA... L.F.B: Nós voltamos, mas já em holograma, para mim ganha tudo um novo significado. M.H: E estamos mais protegidos! Não já não somos nós! sabemos como vai ser a reação do público, L.F.B: Nós já falamos em regressar, sem foram quase dois anos sem espetáculos exagero há dois anos! e sinto que o público desaprendeu um A.R: Sim, falámos na passagem de ano pouco a ver espetáculos, a sentir a magia de 2019 para 2020 no Casino Estoril. de assistir a um espetáculo. Estando Conversámos os três, íamos mesmo os três, estamos mais seguros, porque avançar e depois veio a pandemia! confiamos uns nos outros. L.F.B: Exato, por isso, as razões para voltarmos são: A: Tínhamos vontade O que muda da primeira edição para há muito tempo. B: Este momento que esta segunda, na forma como encaram o atravessámos e, ainda estamos espetáculo? a atravessar, deu-nos ainda mais vontade, porque, pessoalmente, passámos L.F.B: Obviamente que quando fazes uma demasiado tempo sozinhos. Portanto regressar com amigos, poder estar com eles coisa que já fizeste, de alguma maneira a segurança é diferente, e este não é a fazer um novo espetáculo, depois deste um espetáculo estanque, pelo menos ano e meio, é exatamente aquilo que na primeira edição não era. O “Três é o médico receitou! Demais” tanto podia durar 1h40m, ou A.R: É curioso, porque eu penso 2h40m. Nesta edição isso é mais difícil exatamente da mesma forma. Eu estava de acontecer, porque é mais teatral e a fazer o “Sol” antes da pandemia e agora estamos quase sempre juntos em palco, havia a oportunidade de voltar, mas eu Dezembro 2021

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o Raminhos entra sozinho, mas ao fim de uns minutos entramos nós e a partir daí, estamos lá sempre até ao final. Na primeira edição tínhamos pequenos momentos de stand-up, em que dava para saírmos de palco, respirar e depois regressar já mais descontraídos. Agora é impossível! Para além do que o Borges já disse, o que muda da primeira edição para a segunda? M.H: A principal diferença é que esta é mais teatral, obriga-nos a um trabalho mais semelhante ao de ator, apesar de fazermos de nós próprios, o que por vezes é o mais complicado para um ator, há coisas que têm de ser representadas. Emocionalmente há um trabalho mais apurado, estamos mais sinceros, e mais frágeis também. No primeiro havia um tom mais cómico, de stand-up, podíamos divagar mais no humor, havia uma bolha de segurança maior, que agora não há. Estamos mais vulneráveis e emocionais agora. Mas isto é bom! É isto que sentimos que as pessoas precisam e querem. A.R: Sim, e tem mais sentido. Desenhámos uma peça de teatro cómica, mas com


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