Ateliter de Projeto 6

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COMUNA 20

HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

YURI DA COSTA


apresentação Comuna 20 é uma proposta de edificação verticalizada no Bairro do Poço da Panela (Recife, PE) , área de estudo da disciplina de Ateliê de Projeto 6 na Universidade Católica de Pernambuco. A proposta é baseada em estudos de habitação social brasileira contemporânea e em estudos de projetos arquitetônicos de uso misto, onde a habitação coexiste em um microsistema urbano, com serviços, lazer e cultura. A disciplina do curso de arquitetura e urbanismo é orientada pelos professores Albérico Paes Barreto, Carmen Cavalcanti, Kyria Tsutsumi e Rafael Rangel no segundo semestre de 2020.

1

2

CONTEXTO

LEGISLAÇÃO

3

4

Histórico Clima Cheios e Vazios Sintaxe Espacial Conectividade Visadas

COMUNA

Conceito Público Alvo Programa e Diretrizes Estudo de Massas

Zoneamento Parâmetros Urbanísticos Memória de Cálculo Lâmina Padrão

ANTEPROJETO

Situação Locação e Coberta Subsolo Térreo Pavimento Tipo Cortes Fachada e Perspectivas

sumário


As ruínas existentes no território da disciplina AP6 são do antigo Hospital Gomes Maranhão, destinado ao cuidado dos trabalhadores da economia açucareira. O hospital fazia parte de um movimento político maior no país e no Estado de Pernambuco durante a década de 50. Durante este período constitui-se no Brasil um patrimônio arquitetônico da saúde, com a construção de inúmeros postos de saúde, ambulatórios e hospitais a integrar um sistema médico-hospitalar exclusivo de segmentos da economia açucareira.

FIGURA 1: Foto da ruína do antigo Hospital na área. Fonte: O autor (2020)

FIGURA 2: Hospital Gomes Maranhão em funcionamento na década de 50. Fonte: Monteiro, 2011.

O maior número de ambulatórios concentrou-se em Pernambuco, um total de 25, onde constam também três hospitais. Um deles, o Hospital Barão de Lucena, pertencente aos usineiros, foi inaugurado em 1958. Com 470 leitos, era o maior dos hospitais do açúcar do país. Outro que chamou a atenção foi o Hospital Gomes Maranhão (1957), pertencente aos trabalhadores da agroindústria açucareira (MONTEIRO, 2011).

HISTÓRIA


N

Bairro do Poço da Panela, Recife-PE

CLIMA


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Poço Real do Estrada

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Os cheios e vazios são o contraste das densidades de massa que ocupam os espaços de uma dada área, podem ser considerados ainda como um dos principais parâmetros para a composição plástica em planos e projetos da boa arquitetura.

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10

30

Neste sentido, o vazio pode ser elemento estruturador do espaço e se torna capaz de promover estados e aspectos para uma composição complexa e interessante.

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0

A análise dos cheios e vazios possibilita identificar os adensamentos da área de um determinado projeto arquitetônico ou urbanístico, é responsável por auxiliar as tomadas de decisões iniciais de um projeto, mas também pode assumir o papel de uma maior dentro da metodologia projetual e se comportar como uma diretriz e definir os rumos do estudo.

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No território de estudo, verificamos uma alta número de lotes edificados, que poderia indicar uma alta densidade construtiva, no entanto, um olhar mais demorado revela que esta densidade é relativizada pela presença de edificações soltas no lote.

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Exemplos da tipologia “Edificação Solta no Lote” que é responsável pela mitigação do adensamento construtivo na região. O tipo “Casa sem Recuo Lateral ” também se destaca na região. Outro fato que chama atenção na área é a presença de muros altos que retira a permeabilidade com o interior do lote e com os espaços de solo permeável.

Mapa de Cheios e Vazios da Área Esc. 1:1000

CHEIOS E VAZIOS


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Área de Estudo

A Teoria do Movimento Natural é uma teoria fundamental para a Sintaxe Espacial proposta por Bill Hillier em 1993, ela afirma que a configuração da malha urbana tem a propriedade de privilegiar alguns espaços em relação a outros, no que diz respeito ao movimento de passagem. Sendo assim, a malha urbana seria o principal gerador dos padrões de movimento. Segundo essa visão, os usos comerciais de varejo localizam-se de forma a aproveitar esse padrão, buscando áreas de maior movimento e, com isso, amplificando os volumes de tráfego.

5

10

30

Mapa de Conectividade Esc. 1:1000 Legendas:

Via de Eixo Metropolitano

Vias Microlocais

Na área de estudo percebemos que a via de maior impacto e considerada de Eixo Metropolitano é a Avenida Dezessete de Agosto, no entanto, a via aparece em um trecho pequeno ao longo do terreno,contudo, oferece uma excelente visibilidade para o terreno de estudo. O desafio é como influenciar a atração dos usuários para usos comerciais no térreo do conjunto arquitetônico. Possíveis estratégias para o desafio seriam: eliminar muros, e quaisquer barreiras visuais que impeçam o interesse nas lojas do térreo, criar níveis de interesse no plano visual do pedestre e oferecer novas rotas de caminho que permitam criar novos fluxos para fortalecer a vitalidade da região.

Vias Locais

SINTAXE ESPACIAL


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1

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Área de Estudo

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30

Pontos Nodais Esc. 1:1000 Legendas: 1. Escola Casa Forte 2. Praça de Casa Forte / Ponto de ônibus 3. Sindicato dos Trabalhadores do Açúcar

4. Casa dos Doces 5. Academia Top Fit 6. Escola Wizard 7. Ponto de ônibus

A área apresenta é caracterizada por diferentes usos (residencial, comercial, educacional e institucional). No entanto, uso misto é raramente explorado.

PONTOS NODAIS


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Poço Real do Estrada

Aqui foram considerados três níveis de permeabilidade: i) Alta, quando há relação direta e pouco ou nada obstruída entre o logradouro e o interior do lote; ii) Baixa, em que há condições de contato visual, porém não é direta ou desimpedida; e iii) Nula, quando há uma barreira total, sem visada, entre a edificação e a rua.

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A permeabilidade é um dos principais indicadores da relação entre os espaços públicos e privados, sendo que a interação visual entre o pedestre e o morador ou usuário da edificação é fundamental não apenas do ponto de vista das relações humanas, um estímulo à coexistência, mas para a sensação de segurança, especialmente de quem é mais vulnerável, aquele que está do lado de fora, na rua.

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A quadra onde se localiza o objeto de estudo apresenta 420 metros lineares de calçada, sendo destes 172 metros de permeabilidade nula (40,9%), índice considerado médio. O desafio, portanto, é propor um conjunto arquitetônico que contribua para o aumento do índice de permeabilidade. Uma quadra mais permeável atrai mais interações entre os diversos usários, assim como também é capaz de fomentar a vitalidade ao seu redor, elemento importante para um conjunto que propõe uso misto parao bairro do Poço da Panela. Em visita ao local de estudo, percebe-se que muitas lojas encontram-se fechadas em definitivo, em virtude do cenário de crise sanitária e econômica propiciada pela pandemia do Covid-19, nesse sentid, mais do que nunca edificações mais permeáveis, espaços mais democráticos e interessantes devem ser estimulados para uma recuperação social mais equilibrada na cidade do Recife.

30

Permeabilidade da Quadra Esc. 1:1000 Legendas: Nula Média Alta

Áreas mais permeáveis provocam mais interações entre diferentes níveis na cidade. Cidades mais interativas são mais vivas e atraem mais público e capital.

PERMEABILIDADE


N

Área de Estudo

ZEPH-05 SRU-1 IEP SRU-3

Para a área do bairro do Poço da Panela, no Recife, o Plano Diretor (2008) adota os parâmetros estabelecidos na Lei dos Doze Bairros (Nº 16.719/2001), que define a chamada Área de Reestruturação Urbana (ARU), sendo eles o gabarito máximo, a taxa de solo natural, o coeficiente de utilização do terreno, os afastamentos das divisas do terreno, além de requisitos de estacionamento.

Setor de Reestruturação Urbana 3 (SRU-3): - Gabarito de até 24m; - Solo Natural: 60%; - Coef. de Utilização: 2,0; - Afastamento frontal de 8,0m (Av. 17 de Agosto); - Afastamentos lateral e fundo: mínimo de 7m (SRU-3); - Estacionamento: a depender do tipo de edificação e da via lindeira ao lote (anexo 5 da lei dos doze bairros).

ZONEAMENTO


Afastamentos Iniciais Mínimos (Af)* Categoria de Gabaritos (metros lineares) Dimensionamento das Vias

Frontal **

Lateral e Fundos Ed. ≤ 2 pvtos.

Ed. > 2 pvtos.

SRU1 TSN

SRU2 µ

TSN

µ

TSN

µ

- Área Total: 3.610,95m²;

%

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Dados da Área de Estudo:

SRU3

60

2,00

A

≤60

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B

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* O afastamento frontal inicial para as edificações com até dois pavimentos é de 5 (cinco) metros, independente da Categoria de dimensionamento da via. ** No SRU3, independentemente da Categoria de dimensionamento da via, só serão permitidas edificações com até 24m (vinte e quatro metros) de gabarito máximo. *** Na Avenida Beira Rio (projetada), Conselheiro Rosa e Silva, Rui Barbosa, Parnamirim, 17 de Agosto, Estrada do Encanamento e estrada do Arraial, o afastamento frontal não poderá ser inferior a 8 (oito) metros.

- Coeficiente de Utilização (µ): 2,0 - Área Total Permitida: 7.2221,90m²; - Taxa de Solo Natural (TSN): 60% 3.610,95 x 60% = 2.166,57m²; - Área Máxima de Lâmina = 1.444,38m² Valor correspondente aos 40% (TSN) remanescentes. * Os valores da tabela se encontram na Lei 16.719/2001 (Lei dos 12 Bairros).

Cálculo dos Afastamentos (para uma proposta de 6 pavimentos): Af = Afastamento frontal Afi = Afastamento frontal inicial n = número de pavimentos

Af = Afastamento frontal Afi = Afastamento frontal inicial n = número de pavimentos

Al = Afastamento lateral Ali = Afastamento lateral inicial n = número de pavimentos

Af = Afi + (n-3) x 0,25 Af = 7 + (6-3) x 0,25

Af = Afi + (n-3) x 0,25 Af = 7 + (6-3) x 0,25

Al = Ali + (n-3) x 0,35 Al = 3 + (6-3) x 0,35

Af = 7,75m*

Af = 7,75m*

Al = 4,05m*

* De acordo com a legislação vingente, o afastamento mínimo frontal na Avenida Dezessete de Agosto deverá ser de 8 metros.

Af = 7,75 metros (R. Eng. Bandeira de Melo)

Al = 4,05 metros

Af = 8 metros (Av. 17 de Agosto)

*Possibilidade de utilização de 75% deste afastamento, o que levaria a 5,81m

Afastamento Lateral = Afastamento Fundo = 4,05 metros PARÂMETROS URBANÍSTICOS


REMASCENTE

1.444,38m²

4.333,14 m²

6 PVTOS

722,19 m²

2 TORRES

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ÁREA ÚTIL (85%)

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REMASCENTE

7.221,90m²

SEMI-ENTERRADO

1.444,38m²

5.777,52 m²

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4.777,52 m²

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796,25 m²

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265,41 m²

ÁREA ÚTIL (85%)

225,60 m²

UH/PVTO (4)

56,40 m² / UH 4.05

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ÁREA TOTAL

7.221,90m²

SEMI-ENTERRADO

1.444,38m²

5.777,52 m²

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1.000 m²

4.777,52 m²

6 PVTOS

796,25 m²

3 TORRES

265,41 m²

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Rua Enge nheiro Ba ndeira de 0 2

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SIMULAÇÃO 3

Avenida D e z e s s e t e de Agosto

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225,60 m² 2 UH 70 m² e 2 UH 42,8

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ÁREA TOTAL

SIMULAÇÃO 2

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SIMULAÇÃO 1

* As simulações permitem vislumbrar que para chegar próximo da Área Total Permitida a melhor estratégia é o desmembramento do volume em torres.

Planta Baixa do Terreno com Afastamentos de acordo com a Legislação Esc. 1:500

* A simulação escolhida foi a número 3, pois oferece possibilidade de contemplar perfis distintos de usuários para as torres habitacionais. MEMÓRIA DE CÁLCULO


Conceito

Público-alvo

O modernismo europeu introduziu importantes lições para a arquitetura e foi responsável por debates ao redor da habitação produzida para classe operária. Experiências na Wissenhofsiedlung em 1927, que deram espaço a produções posteriores como Habitacional Hufeisensiedlung e Siemensstad na Alemanha levaram toda uma geração de arquitetos e urbanistas a pensarem sobre a necessidade de produção de moradia adequada à classe trabalhadora.

O público-alvo do Comuna 20 é a classe trabalhadora de baixa renda e suas diversas formas de constituição familiar. O conjunto arquitetônico prevê Unidades Habitacionais de 70 m² (com 2 ou 3 cômodos), e 42 m² (1 cômodo tipo estúdio).

Apesar dos esforços nos anos subsequentes, e com ganhos de propostas interessantes, a exemplo do Conjunto Pedregulho do arquiteto Affonso Reidy no Rio de Janeiro e das produções de habitação social propiciadas por Acácio Gil Borsoi em Cajueiro Seco e por Jorge Wilheim em São Luís, o modernismo foi responsável por momentos de conflito quando se mede pelas lentes da escala urbana. O avanço dos carros em todos os espaços possíveis da cidade, a excessiva verticalização e a financeirização das habitações, foram responsáveis por auxiliar o processo de afastamento dos pedestres das ruas. Rapidamente nas últimas décadas as cidades assistiram ao esvaziamento dos seus centros, a criação de espaços cada vez mais privados em detrimento dos espaços públicos. Percebe-se, então, de acordo com Rogers (2015) um deslocamento das necessidades dentro do espaço urbano, uma prevalência dos interesses privados sob os interesses públicos. Dessa maneira, a cidade tem sua vitalidade mitigada, reduzida em parcelas individuais. Há uma ênfase no egoísmo e na separação dos indivíduos, gerando espaços hostis e alienantes. O Comuna 20 surge como uma resposta a este cenário: é uma declaração de que ainda somos seres sociais e coletivos, e que precisamos mais do que nunca repensar a questão da moradia adequada a classe trabalhadora e fortalecer vínculos entre a habitação privada e o espaço público. Como afirma Lefebvre em sua célebre obra Direito à Cidade “a cidade é uma mediação entre mediações”, ela só acontece de forma democrática a partir do momento que propiciamos diferentes níveis de convivência nos espaços. Nesse sentido, o Comuna 20 buscar reunir, criar vínculos e novos ciclos sociais e econômicos no bairro do Poço da Panela.

O objetivo é que suas tipologias retratem a realidade das famílias da cidade ao mesmo tempo que contemple jovens adultos contemplados pelos anos de políticas educacionais inclusivas que, apesar de terem conquistado sua formação acadêmica e profissional, ainda sofrem muita resistência do mercado imobiliário. Programa e Diretrizes As diretrizes do projeto são: • Arquitetura como resposta aos princípios do desenvolvimento sustentável (comunidade resiliente); • Criação de oportunidades e escolhas de habitação (unidades habitacionais diversificadas); • Promoção de diversificação do uso do solo (uso misto); • Térreo ativo; • Construção compacta, justa e econômica; • Desenho que estimule criação de novas interações urbanas; • Estratégias passivas de conforto climático. Programa compreende: • Subsolo: Garagem para os moradores da Habitação de Interesse Social • Térreo: Creche, Escola de Artes, Galerias com cafeterias e lanchonetes, Cineteatro e Estacionamento; • 2 Torres residenciais: Unidades de Habitação de Interesse Social • 1 Torre comercial: Salas comerciais, salas para co-working, auditório, academia e serviços. Exemplar escolhido como estudo de caso: 1º Lugar do Concurso CODHAB DF Edifício de Uso Misto; Santa Maria (Distrito Federal) Ano 2016 Estúdio Gamboa Arquitetos


No primeiro momento, a ideia era baseada na criação de duas torres e com mínimo de intervenção no térreo, buscando oferecer o maior percentual possível de área verde. O intuito era gerar novos espaços entre o público e o privado e aumentar a riqueza de usos do solo e tornar o térreo mais atrativo para a cidade. O problema observado é que apenas duas torres, trabalhando com um térreo de pé direito com 4 metros e 6 pavimentos (para ser respeitado o gabarito máximo de 24 metros), faria com que as lâminas dos pavimentos ficassem com uma metragem muito alta, dificultando o zoneamento, ventilação e iluminação das Unidades Habitacionais.

A estratégia pensada para dirimir este problema foi a criação de uma nova torre, que poderia ser utilizada como torre comercial, gerando receita para a manutenção das habitações de interesse social. Com a criação da terceira torre, é possível aproximar-se da Área Total permitida por lei para a região, sem desrespeitar a Taxa de Solo Natural. Os condicionantes climáticos orientam a secção dos volumes das massas e acaba oferecendo um resultado plástico que marca o uso de cada uma das torres. A torre comercial é responsável por acrescentar o elemento de profundidade aos olhos dos traseuntes, que a depender da sua posição na rua, enxergará ângulos diferentes. A modulação retangular pensada, segue a proporção de 26mx10m e tem como intuito facilitar a ventilação e iluminação naturais das Unidades Habitacionais.

MASSAS


Marquise Ativa (1.444,38 m²) Habitação de Interesse Social (2 Torres/Lâminas de 265,41 m² cada) Empresarial (1 Torre com lâmina de 265,41 m²) Circulação MASSAS


anteprojeto comuna 20


Memorial de Cálculos 1. Reservatórios

TORRE A PAVIMENTO 1 2 3 4 5 6 TOTAL DE MORADORES 200 l / pessoa RESERVATÓRIO SUPERIOR (1/3 + RESERVA DE INCÊNDIO) RESERVATÓRIO INFERIOR (2/3 x 2)

TORRE B MORADORES 8 12 12 12 12 12 68 13.600 l 11.733 l 18.134 l

LOJAS TORRE A (2,5m² / pessoa) ÁREA 190m² 76 USUÁRIOS 50 l / pessoa RESERVATÓRIO SUPERIOR 3.800 l RESERVATÓRIO INFERIOR (2x) 7.600 l RESERVATÓRIO SUPERIOR TOTAL RESERVATÓRIO INFERIOR TOTAL

15.533 l 25.734 l

PAVIMENTO 1 2 3 4 5 6 TOTAL DE MORADORES 200 l / pessoa RESERVATÓRIO SUPERIOR (1/3 + RESERVA DE INCÊNDIO) RESERVATÓRIO INFERIOR (2/3 x 2)

MORADORES 8 12 12 12 12 12 68 13.600 l 11.733 l 18.134 l

LOJAS TORRE B (2,5m² / pessoa) ÁREA 190m² 76 USUÁRIOS 50 l / pessoa RESERVATÓRIO SUPERIOR 3.800 l RESERVATÓRIO INFERIOR (2x) 7.600 l RESERVATÓRIO SUPERIOR TOTAL RESERVATÓRIO INFERIOR TOTAL

15.533 l 25.734 l

PAVIMENTO TÉRREO

EMPRESARIAL m²

4 SALAS DE 30 m² + 1 SALA DE 50m² 1 4 SALAS DE 30 m² + 1 SALA DE 50m² 2 4 SALAS DE 30 m² + 1 SALA DE 50m² 3 4 SALAS DE 30 m² + 1 SALA DE 50m² 4 4 SALAS DE 30 m² + 1 SALA DE 50m² 5 4 SALAS DE 30 m² + 1 SALA DE 50m² 6 TOTAL DE USUÁRIOS RESERVATÓRIO SUPERIOR (+ RESERVA DE INCÊNDIO) RESERVATÓRIO INFERIOR (2/3 x 2) COWORKING TÉRREO (6 m² / pessoa) ÁREA 170m² 28 USUÁRIOS 50 l / pessoa RESERVATÓRIO SUPERIOR 1.400 l RESERVATÓRIO INFERIOR (2X) 2.800 l RESERVATÓRIO SUPERIOR TOTAL RESERVATÓRIO INFERIOR TOTAL

17.000 l 19.600 l

USUÁRIOS 28 28 28 28 28 28 168 15.600 l 16.800 l


Memorial de Cálculos 2. Lixo e Gás

TORRE A B C

HABITANTES 68 68 168

LIXO LITROS/PESSOA

4,66 X 2 DIAS 4,66 X 2 DIAS 4,66 X 2 DIAS

VOLUME 630 l 630 l

782 l

GÁS (TORRE A e B) B = N x 0,3 x 0,7 / 5,3 UNIDADES HABITACIONAIS UNIDADES COMERCIAIS CILINDROS HABITAÇÃO CILINDROS COMERCIAL

48 8 2 1


PRAÇA DE CASA FORTE

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PLANTA DE SITUAÇÃO ESCALA 1:1000

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N

0 2

5

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+0.00 piso drenante

7. SOLO NATURAL 6.

2.

+0.50 4. 3. 1. +4.00 +22.00

jardineiras para horta coletiva

+0.50 7. +22.00

pergolado de madeira

7.

PLANTA DE COBERTA escala 1:300 1. Passeio público 2. Rampas de acesso 3. Acesso lojas 4. Laje acessível ao primeiro pavimento 5. Teto Verde 6. Laje Plana Impermeabilizada 7. Reservatórios Superiores

2. 5.

2.

2.

rebaixo meio-fio saída de veículos


N

0 2

5

10

2. 1.

+0.00

B

4.

5.

4. -2.50

-2.50

6. 2.

A

A

3. 1. 1. 3.

PLANTA BAIXA SUBSOLO escala 1:300 1. Acesso aos pavimentos superiores 2. Bomba de recalque 3. Geradores 4. Acesso reservatório inferior 5. Acesso ao térreo 6. Projeção das aberturas zenitais

2.

rampa de acesso ao subsolo i = 20%

4.

rampa de acesso ao subsolo i = 20%

B


A RU ÊS QU AR M

N

10

Á GU NA RA PA

5

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0 2

360,00 m² piso drenante

3. 12. 5.

215,00 m² solo natural

11.

735,00 m² solo natural

2.

8.

10. 4.

B

9.

250,00 m² solo natural

+0.50

ZE DE IDA EN AV

3. 8.

+0.00

1.

ET SS

7.

A PLANTA BAIXA TÉRREO escala 1:300 1. Passeio público 2. Rampas de acesso 3. Acesso lojas 4. Hall de entrada 5. Circulação vertical 6. Lixo e gás 7. Subestação 8. Medidores 9. Floricultura 10. Mercearia 11. Brechó 12. Cafeteria

A 4.

2.

8.

5.

rampa de acesso ao subsolo i = 20%

4.

250,00 m² solo natural

137,00 m² solo natural

6.

5.

2.

3. 69,00 m² solo natural

2.

rampa de acesso ao subsolo i = 20%

rebaixo meio-fio saída de veículos

B

O ST GO EA ED

145,00 m² solo natural


A RU ÊS QU AR M

N

10

Á GU NA RA PA

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6. 7.

1.

7.

2.

B

12. 3.

10.

ZE DE IDA EN AV

4. 5

4

8

1

9

5.

0

11.

ET SS

PLANTA BAIXA 1º PVTO. escala 1:300 1. Circulação vertical 2. Acesso às unidades 3. Lavanderia coletiva 4. Creche coletiva 5. Coberta caminhável 6. Apartamento 72m² 7. Apartamento 40 m² 8. Hall de entrada 9. Sala empresarial 30 m² 10. Sala empresarial 55 m² 11. Pátio ventilado 12. Laje técnica

A

1. 8.

2.

7. 6.

B

O ST GO EA ED

A

7.

9.


A RU ÊS QU AR M

N

10

Á GU NA RA PA

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0 2

3. 4.

1.

4.

2.

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+0.50

3. +7.00

ZE DE IDA EN AV

8.

+0.00

+4.00

ET SS

6. 1.

PLANTA BAIXA PVTO. TIPO escala 1:300 1. Circulação vertical 2. Acesso às unidades 3. Apartamento 72 m² 4. Apartamento 40 m² 5. Hall de entrada 6. Sala empresarial 30 m² 7. Sala empresarial 55 m² 8. Pátio ventilado

5.

2.

4. 3.

B

A

O ST GO EA ED

A

4.


D laje plana impermeabilizada N

PLANTA BAIXA CASA DE MÁQUINAS escala 1:50 0 1 2 4

escada tipo marinheiro acesso reservatório superior

+0.00

prumada elétrica

c

c

fosso elevador

laje de acesso h = 1,60m

+22.50

D


ESTAR BWC

QUARTO 1

COZINHA

LAVABO

JANTAR

N

PLANTA BAIXA APTO 72 m² escala 1:50

QUARTO 2


RESERVATÓRIO

RESERVATÓRIO

CIRCULAÇÃO

LAJE PLANA

SALA

BWC

SALA

SALA

BWC

SALA

SALA

BWC

SALA

SALA

BWC

SALA

SALA

BWC

SALA

BWC

SALA

SALA

CORTE AA ESCALA 1:300

COBERTA ACESSÍVEL

CO WORKING

ESTACIONAMENTO

CIRCULAÇÃO

LOJAS

ESTACIONAMENTO RESERVATÓRIO

22,00m

19,00m

16,00m

13,00m

10,00m

7,00m

4,00m

0,50m


22,00m

19,00m

16,00m

13,00m

BWC

QUARTOS

QUARTO/SALA

BWC

QUARTOS

QUARTO/SALA

BWC

QUARTOS

QUARTO/SALA

BWC QUARTOS

QUARTO/SALA

7,00m

BWC QUARTOS

QUARTO/SALA

4,00m

BWC

QUARTO/SALA

10,00m

CORTE BB ESCALA 1:300

LAJE PLANA

CRECHE

CAFETERIA

BRECHÓ

QUITANDA ESTACIONAMENTO RESERVATÓRIO

FLORICULTURA










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